Cuidados Paliativos Pediátricos
Estima-se que existam cerca de 6 mil crianças, em Portugal, com necessidades paliativas.

Durante muito tempo, em Portugal, não existiu legislação sobre Cuidados Paliativos Pediátricos. Sabe-se, aliás, que até Fevereiro de 2013 era o único país da Europa Ocidental sem atividade reconhecida, na área, pela  International Children’s Palliative Care Network. Desde então tem-se assistido a uma evolução, ainda que lenta, na prestação deste tipo de cuidados.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os Cuidados Paliativos Pediátricos (CPP) “são cuidados totais que se devem iniciar desde o diagnóstico até ao final da vida”. “É uma definição bastante complexa, uma vez que, numa criança, estes cuidados podem acompanhá-la até à fase adulta. Tratam-se de situações que, ao contrário dos adultos, se traduzem frequentemente em quadros de evolução mais prolongada, tendo um elevado impacto nas crianças, nas suas famílias e, até mesmo, nos serviços de saúde”, explica Teresa Fraga, enfermeira e membro da Associação No Meio do Nada, que tem lutado para a existência de uma unidade exclusiva de Cuidados Paliativos Pediátricos no país.

“Tratam-se de cuidados ativos e globais, para corpo, mente e espírito e que incluem, igualmente, o apoio do suporte familiar, em crianças com o diagnóstico de uma doença sem cura”, acrescenta Teresa.

A Organização Mundial de Saúde defende, por isso mesmo, que os prestadores de cuidados devem ser capazes de avaliar e aliviar o sofrimento físico, psicológico e social da criança.

“Paliativo quer dizer que não há melhoras e as patologias são muito variadas. Por isso, os paliativos na criança são diferentes dos adultos”, explica.

“Na criança, a fase paliativa pode acompanhá-lo até à idade adulta e é muito importante atendermos às suas necessidades ao logo da vida. Devem ser acompanhados por uma psicóloga, uma educadora ou professor para que tenham, dentro do possível, um desenvolvimento igual a qualquer outra criança”, explica Teresa Fraga.

Dados revelados em 2013 mostram que, no nosso país, existem cerca de 6 mil crianças com necessidades paliativas.

Estima-se que 51 por cento morre durante primeiro ano de vida, em consequência de doenças neuromusculares, cardiovasculares e de alterações congénitas e genéticas sem cura.

“A doença oncológica é a que menos mata nestes casos. O cancro pode ter cura. As doenças que exigem este tipo de cuidados são doenças crónicas bastante complexas”, refere a enfermeira.

“Há, naturalmente, excepções. Dou-lhe o exemplo de um caso de uma criança com doença neuromuscular que morreu com 11 anos. A verdade é que tem havido uma maior aposta neste tipo de cuidados, que pode levar ao aumento da esperança de vida destas crianças”, explica.

No entanto, admite que os profissionais de saúde ainda estão “muito voltados para a cura e é preciso mudar as mentalidades”.

De acordo com a European Association for Palliative Care as crianças com indicação para Cuidados Paliativos dividem-se em quatro grupos:

 “Grupo 1 - Crianças em situação clínica que ameaça a vida e em que um tratamento curativo é possível mas que pode fracassar, e para os quais o acesso aos cuidados paliativos pode ser um recurso necessário para associar às estratégias curativas e/ou se o tratamento falhar (exemplos: prematuridade, cancro, falência de órgão(s) irreversível);

Grupo 2 - Crianças em situação de morte prematura e inevitável, mas que podem vivenciar períodos de tratamento intensivo, com o intuito de prolongar a vida e permitir a possibilidade de participarem em actividades normais da vida diária (exemplo: Fibrose Quística);

Grupo 3 - Crianças em situação de doença progressiva sem opção de tratamento curativo viável, sendo o tratamento exclusivamente paliativo podendo frequentemente prolongar-se por vários anos (exemplos: Doença de Batten, Mucopolissacaridoses, Distrofia Muscular);

Grupo 4 - Crianças em situação irreversível mas não progressiva da doença, com necessidades de saúde complexas, que frequentemente conduzem a complicações e aumentam a probabilidade de morte prematura (exemplos: Paralisia Cerebral grave, Deficiências múltiplas que afectem a espinal medula ou o cérebro).”

De entre algumas das recomendações desta associação europeia, que orientam a prestação dos cuidados paliativos, Teresa Fraga, lamenta que algumas não tenham “sustentabilidade” na realidade do nosso país.

A European Association for Palliative Care defende, por exemplo, que os cuidados devem ser prestados desde o diagnóstico onde a criança/família desejarem e que  todas as crianças devem ter direito a este tipo de cuidado, independentemente das condições socioeconómicas e da cultura da sua família.

“A verdade é que, por vezes, as famílias não têm condições para continuar a cuidar das suas crianças em casa. Por outro lado, os hospitais também recusam alguns doentes por falta de condições”, revela a cuidadora.

“Infelizmente, existem apenas unidades de cuidados paliativos para adultos e ainda não há equipas definidas para apoiar as crianças”, acrescenta.

Quando as crianças podem regressar a casa são referenciadas pelo Centro de Saúde da área de residência e continuam a ser acompanhadas pelo médico assistente.

“O que acontece quando ficam em casa dos pais é que um dos progenitores acaba por ter de abandonar o seu emprego para acompanhar a doença do filho. Habitualmente, são as mães que ficam com esta responsabilidade a seu cargo. Sabemos que as condições financeiras da maioria destas famílias são parcas e, esta situação traz o seu agravamento”, revela.

“Acabam por viver em condições bastante precárias”, lamenta Teresa.

Para além da pressão financeira, a doença traz em si o cansaço, o desespero de quem com ela lida diariamente.

“Há famílias que não aguentam a pressão e acabam por se desmembrar. Na maior parte dos casos estas crianças ficam com as mães que acabam esgotadas e sem apoio”, refere.

Foi a pensar no bem-estar destas crianças e suas famílias que nasceu a Associação No Meio do Nada. “A associação nasceu pela mão de profissionais de saúde e pais que tiveram os filhos nos cuidados paliativos”, conta.

“Nós observávamos muitos pais desesperados e foi a pensar neles que achámos que devia existir um local onde os pudéssemos apoiar”, explica a enfermeira.

Na realidade, o grupo queria ser uma âncora de retaguarda. “Para isso temos uma equipa de psicólogos que acompanha as mães. Habitualmente deprimidas, têm de ser apoiadas a nível do domicílio para que possam ter tempo para elas. O cuidador tem de descansar”, justifica.

“Uma das limitações nestes casos, por exemplo, é que estas crianças crescem e as mães passam a ter dificuldade em cuidar da sua higiene. Elas precisam de ajuda, na prática, para cuidar dos filhos e muitas sofrem com medo que lhe aconteça alguma coisa (como adoecer, por exemplo) e não terem quem cuide das crianças”, acrescenta.

“A rede pública não dispõe sequer de uma unidade ambulatória onde possam deixar os filhos enquanto vão trabalhar. Muitas destas mães queriam poder continuar a trabalhar. Muitas têm cursos superiores e lamentam não poder estar no mercado de trabalho”, afirma Teresa Fraga.

“Para estas mães ou pais trabalhar acaba por ser muito importante a nível psicológico e o que nós pretendemos é que as famílias que apoiamos sejam famílias unidas, equilibradas, saudáveis”, explica.

Ainda enquanto associação de apoio pensaram na criação de uma unidade de cuidados paliativos pediátricos. “Foi um caminho longo, mas felizmente ainda este mês será inaugurada a primeira unidade de cuidados paliativos pediátricos da Peninsula Ibérica, resultado do nosso esforço, do nosso trabalho e da nossa dedicação”, conta feliz.

“Esta unidade – o Kastelo – tem uma filosofia própria: «dar vida» e integrar a família no cuidado dos filhos e vai acolher crianças, e respectivas famílias, de todo o país”, explica.

“Iremos ter atividades para as mães, pais e irmãos, que muitas vezes são esquecidos ao longo de todo este processo”, refere a enfermeira que ainda hoje se emociona a falar dos casos dos quais tem cuidado ao longo dos anos.

“É dificil distanciarmo-nos de cada caso. É impossivel desligarmo-nos do que vivemos com estas crianças... Recordamo-nos sempre de cada aniversário que passámos juntos, mesmo depois de partirem”, confessa. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Patrocínios atingem quase 160 milhões de euros em três anos
Desde ontem passou a ser mais fácil pesquisar informação sobre os patrocínios e apoios concedidos e declarados pela indústria...

Os patrocínios em questão incluem apoios para realização de congressos e eventos científicos, formação a profissionais, pagamentos a palestrantes, entre outros.

Esta plataforma tem por base informações declaradas pelas entidades: por um lado, os patrocínios que são concedidos; por outro, os que são aceites por associações, profissionais ou outros organismos.

Desde que ficou disponível a 14 de fevereiro de 2013 e até 29 de fevereiro de 2016, registou mais de 159 milhões de euros em patrocínios concedidos, na sua maioria por titulares de autorizações de introdução no mercado (indústria farmacêutica), mas também distribuidores ou associações de investigação.

Os valores dos patrocínios declarados por quem os recebeu ultrapassam os 69 milhões de euros, com as sociedades médicas a destacarem-se, ao terem declarado apoios superiores a 27 milhões de euros. Os profissionais de saúde são o segundo grupo com maior peso (19 milhões de euros), seguidos de outras entidades coletivas (13,4 milhões de euros).

A Plataforma de Comunicações – Transparência e Publicidade, que está disponível no site do Infarmed há cerca de três anos, foi objeto de alterações e tem novas funcionalidades. Destaca-se a possibilidade de pesquisar livremente na listagem pública todas as contribuições e aceitações de apoios que foram declaradas, seja por nome, evento, entidade contribuinte ou valor.

Para evitar erros e duplicações, o registo vai passar a ser feito colocando o número de carteira profissional ou - excecionalmente e em caso da sua não existência – através do número de BI/cartão do cidadão, possibilidade validada pela Comissão Nacional da Proteção de Dados.

Até ao final de fevereiro estavam registados 9375 entidades nesta plataforma, dos quais 8257 são profissionais de saúde: 7324 médicos, 442 farmacêuticos, 294 enfermeiros ou 32 médicos dentistas. A lista engloba ainda farmácias, sociedades médicas, associações de investigação/estudos clínicos e associações de doentes, entre outras entidades. A plataforma pode ser acedida através do site do Infarmed, mas também no Portal do SNS, na, área de Transparência. Os links respetivos seguem em baixo.

http://placotrans.infarmed.pt/
https://www.sns.gov.pt/transparencia/

Época balnear
Consultas para turistas portugueses e estrangeiros nos centros de saúde, fora do horário de atendimento normal aos utentes...

O presidente deste organismo, João Moura Reis, explicou, em declarações, que estas consultas exclusivas para turistas são realizadas em regime de trabalho extraordinário por médicos em centros de saúde dos três agrupamentos da região (Central, Barlavento e Sotavento).

Como o atendimento vai ser feito fora do horário normal dos serviços, sublinhou, “não há diminuição do atendimento nem do horário aos utentes algarvios”.

“Vai servir para disponibilizar consultas às pessoas que nos visitam e precisam de cuidados de saúde, seja por doença aguda, mas não por urgência/emergência, ou de outros cuidados necessários para apoiar doenças crónicas”, acrescentou.

No âmbito do plano de verão da Administração Regional de Saúde (ARS), em vigor até 15 de setembro, os 32 postos de praia espalhados por todo o Algarve funcionam, tal como no ano passado, com a colaboração da Cruz Vermelha e com um enfermeiro de serviço.

“Portanto, desde as 10:30 às 19:30, isto [os postos de praia] dá resposta a situações que possam ser tratadas no local. Em caso de necessidade, são transferidas” para outras unidades de saúde, mas já com a triagem feita na praia o e encaminhamento para a unidade mais adequada ao caso, precisou João Moura Reis, frisando que “os postos de praia têm evitado a ida de 10 mil pessoas às urgências”.

Hoje, arranca a época balnear em grande parte das praias portuguesas, embora algumas a tenham já iniciado em maio, como as de Albufeira, no Algarve, ou Cascais, no distrito de Lisboa.

O chefe do Departamento Marítimo do Sul, Paulo Isabel, afirmou que está tudo a postos para a época balnear, tendo os concessionários de praia apresentado os contratos dos dois nadadores-salvadores necessários por cada 100 metros, embora este processo administrativo tenha depois de ser confirmado localmente.

“Vamos ver agora no dia 01 [quarta-feira] como é que as coisas estão. Isto porque às vezes tudo parece bem e existem contratos assinados, mas as pessoas não aparecem. Mas, para já, diria que, mesmo que não estejam todos, não tenho nenhuma situação que nos provoque alarme em termos de início da época balnear”, assegurou.

Paulo Isabel lembrou que cabe aos titulares das concessões “garantir a segurança balnear”, com a contratação de nadadores-salvadores ou a criação de planos de salvamento que agrupem várias concessões.

“Também existem os planos integrados de salvamentos, que de alguma forma permitem que alguns concessionários se consigam organizar, juntar e criar um plano que, através de meios suplementares (uma moto-quatro, etc.), consiga articular o salvamento numa área maior, com menos meios humanos mas mais recursos materiais”, explicou.

Até 2017
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, anunciou que o Governo pretende construir "17 novos centros de...

"Queremos relançar de novo a reforma dos cuidados de saúde primários”, disse Fernando Araújo, na cerimónia de assinatura do contrato-programa para a construção de nova unidade de saúde do Pinhal Novo, concelho de Palmela.

O novo equipamento do Pinhal Novo (onde já existe uma extensão de saúde) integra-se no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Arrábida.

Segundo o governante, em junho vai ser aberto um concurso para 14 médicos neste ACES.

Fernando Araújo acredita que a contratação de novos médicos vai permitir reduzir em 30% a 40% o número de utentes sem médicos de família (cerca de 26% no ACES Arrábida) e lembrou que, a partir de junho, utentes e médicos de família vão poder escolher os hospitais onde querem receber tratamento.

Antes, a presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Rosa Valente, tinha também referido a intenção de renovar/remodelar meia centena de unidades de saúde, para melhorar a prestação de cuidados.

De acordo com o contrato-programa que foi assinado com a Câmara de Palmela, a nova unidade de saúde será construída pelo município, mas com financiamento da ARSLVT, num terreno com cerca de 3.000 metros quadrados.

O terreno é cedido pela autarquia, na zona sul do Pinhal Novo, e a obra tem um custo estimado de 1,184 milhões de euros.

Segundo o presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, a nova unidade de Saúde do Pinhal Novo era uma reivindicação da população local com mais de duas décadas.

"No momento em que foi inaugurada a atual extensão de saúde, já os pinhalnovenses reclamavam a construção de uma outra unidade para fazer face às necessidades da população", disse o autarca, que prometeu tudo fazer para que a nova extensão de saúde seja concluída até final do próximo ano de 2017.

No próximo sábado
O Instituto Português da Afasia promove sábado, no Porto, as primeiras jornadas nacionais sobre estratégias emergentes para...

A afasia é uma perturbação da linguagem e da comunicação provocada por uma lesão cerebral nas áreas específicas do cérebro que processam o código linguístico, o que se traduz na dificuldade, entre outras coisas, em expressar palavras e frases.

Em Portugal desconhece-se quantas pessoas têm afasia, mas sabe-se que acontecem seis Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) por hora, que dois terços das pessoas sobrevivem e que metade pode ficar com afasia.

Em declarações, a responsável do Instituto Português da Afasia (IPA), Paula Valente apontou que as jornadas agendadas para sábado não têm como objetivo dar a conhecer este instituto que nasceu em Matosinhos há alguns meses, mas "mais importante do que isso, servem para chamar a atenção da população e de públicos específicos da área da saúde e da intervenção social para as abordagens psicossociais que estão a surgir em Portugal mas que ainda não estão a ser implementadas de forma sistemática".

O programa inclui, por exemplo, um workshop promovido por Sally McVicker, diretora da Connect, organização inglesa homóloga ao IPA, que vai falar de acessibilidade comunicativa.

Podem ser consideradas ‘dicas' para comunicar com uma pessoa com afasia a simplificação de informação escrita, adicionando símbolos e imagens, falar mais devagar, dar pistas sobre o tópico que está a ser abordado, fazer perguntas simples, colocar pouca informação numa página e escolher sinalética adequada, entre outras.

São destinatários deste evento os profissionais de saúde e da área social, pessoas ligadas à reabilitação, dirigentes e técnicos de associações que trabalham com pessoas com deficiência e a população em geral.

"A mudança de paradigmas, a eliminação de preconceitos e de barreiras não diz respeito apenas à pessoa com afasia. É necessário englobar todas as pessoas que rodeiam a pessoa com afasia para promover uma mudança de mentalidades. De nada serve que a pessoa com afasia ou os seus familiares conheçam as estratégias, se numa repartição, numa ida ao médico ou simplesmente a pedir um café, existem barreiras de comunicação", referiu Paula Valente.

Além do contributo de Sally McVicker vão decorrer conferências com temas como "Consequências do AVC e da afasia nos níveis de atividade e participação", o "Impacto da afasia na qualidade de vida das pessoas com afasia e familiares", a "Inclusão das pessoas com afasia e outras perturbações da comunicação nos processos de investigação científica" ou "Como tornar uma instituição mais ‘aphasia-friendly'".

Paula Valente vincou que o "grande objetivo" destas jornadas "é falar das abordagens mais focadas na participação e nas atividades e não tanto na doença".

De tarde o evento, que decorre no auditório da Fundação Manuel António da Mota, no edifício do mercado do Bom Sucesso, no Porto, tem no programa uma mesa redonda que reúne um médico de família, um médico fisiatra, uma pessoa da área social da Área Metropolitana, uma terapeuta da fala e uma pessoa ligada ao empreendedorismo social que, "provocados" pelos presentes, tentarão demonstrar, articular, desenvolver uma estratégia para em conjunto promover estas estratégias.

Emagrecer sem esforço
O verão aproxima-se e tipicamente nesta altura do ano as preocupações com corpo, com a tonificação e

Comece por planear o seu dia de forma a fazer pelo menos 5 a 6 refeições diárias, evitando estar mais de 2h30 sem comer. Isto quer dizer que deve planear pequenos lanches e snacks para realizar a meio da manhã, entre o pequeno-almoço e o almoço, e durante a tarde, entre o almoço e o jantar.

O planeamento é essencial para que o organismo se habitue a fazer refeições regulares. Desta forma, além de fornecer a energia e os nutrientes que o corpo precisa para desempenhar as suas tarefas diárias, está a manter o metabolismo mais ativo, ou seja, está a promover a utilização de massa gorda como fonte de energia para o corpo, o que quer dizer que está queimar mais calorias.

Além disso, as refeições ligeiras distribuídas ao longo do dia permitem regular eficazmente a sensação de fome e a vontade de comer. Ao evitar os momentos de fome ou a vontade de petiscar “qualquer coisa” é mais fácil fazer escolhas alimentares mais equilibradas e moderar as porções e a quantidade de alimentos que vai ingerir, principalmente nas refeições principais.

Ter os alimentos certos (saborosos, saciantes e pobres em açúcar adicionado, gorduras e sal) sempre disponíveis é outro truque para o sucesso da dieta. Para tal, além de organizar as refeições, é muito útil elaborar uma lista de compras adequada e que garanta que tem todos os alimentos e ingredientes necessários para confecionar e realizar todas as refeições que planeou. Desta forma evita, por exemplo, ir à pastelaria ou ao bar e não resistir ao bolo ou ao salgado. Evita também chegar a casa e não saber o que fazer para o jantar acabando por se decidir por uma opção rápida, mas pouco equilibrada do ponto de vista nutricional, como por exemplo uma refeição congelada e pronta a comer rica em gordura e sal.

Uma dieta de perda de peso bem-sucedida, não é sinónimo de saltar refeições, de não comer e passar o dia a contar calorias. Antes pelo contrário, a perda de peso será otimizada quando encontrar o equilíbrio, ou seja, a alimentação deve ser variada, e claro que alguns alimentos devem ser privilegiados em detrimento de outros, mas a chave está nas quantidades.

Todos os alimentos, com conta peso e medida, podem fazer parte de uma alimentação saudável e de uma dieta de perda de peso, mas as quantidades tanto no prato principal, como os petiscos, as bebidas ou as sobremesas devem ser ajustados às necessidades individuais de cada pessoa e as porções reduzidas, para promover a perda de peso.

Comece as duas refeições principais com sopa de legumes. A sopa de legumes é muito saciante e tem um teor reduzido de energia. Ainda, é uma excelente fonte de vitaminas, minerais, antioxidantes fibra e água.

No prato principal, opte por reservar pelo menos metade do prato para a salada ou os legumes.

Apenas cerca de ¼ do prato deve ser preenchido pelo peixe, ovos e carne magra sem gorduras visíveis. Uma porção semelhante ¼, deve ser composta por hidratos de carbono complexos, como o arroz, a massa, o couscous, a quinoa ou o bulgur.

Procure métodos de confeção que preservam os nutrientes e que cozinham os alimentos nos sucos que estes libertam, não sendo necessária a adição de gordura para cozinhar.

A bebida de eleição é água. Pode ainda optar por tisanas ou águas aromatizadas sem açúcar adicionado. 

Em relação à agua, as recomendações apontam para a ingestão de 1,5 a 2 litros por dia. Beba a água de forma gradual ao longo do dia, evitando chegar a sentir sede.

Alguns alimentos devem ser guardados para momentos especiais ou de festa, podem ser o  “extra da semana”. Estes alimentos caracterizam-se por serem muito ricos em açúcares adicionados, como por exemplo os produtos de pastelaria, doces, guloseimas, gelados e refrigerantes e sumos de pacote ou alimentos ricos em gordura como a manteiga, queijo gordo, enchidos, molho, salgados, snacks fritos. As bebidas alcoólicas também apresentam um teor elevado de energia (calorias).

Faça um registo, numa agenda ou bloco, dos “extras” que ingere, desta forma é mais fácil monitorizar a frequência e em que situações tende a consumir estes alimentos mais energéticos e mais ricos em açúcar e gordura.

Deve aliar a diminuição da energia (calorias) que fornece ao organismo ao aumento do gasto de energia. Procure manter um estilo de vida ativo, através da realização de atividades que goste de praticar. Reserva na sua agenda 30 minutos para caminhar diariamente, ou opte por atividades ao ar livre com um grupo de amigos ou familiares. Pode ainda fazer pequenas mudanças no dia-a-dia que fazem toda a diferença, por exemplo troque o elevador pelas escadas, faça mais trajetos a pé, saia uma paragem antes do seu destino ou estacione o carro mais longe.

Principalmente, faça as pazes com a balança, esqueça as dietas demasiado restritivas e yo-yo e procure adquirir hábitos mais equilibrados e um estilo de vida mais saudável. Encontre a sua dieta de sucesso e sem esforço procurando o equilíbrio entre os alimentos mais saborosos, coloridos, práticos, frescos, pouco processados e da época e nutricionalmente equilibrados, ricos em vitaminas, minerais e fibras e pobres em sal, açúcar e gorduras saturada e hidrogenada.

 

Saiba mais em: https://amesacomcatarinaoliveira.wordpress.com/

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ACTua Contra o Cancro do Pulmão
Estudo europeu revela que 57% dos inquiridos têm pouco conhecimento sobre o cancro do pulmão e 36% dos inquiridos fumadores...

A Pulmonale - Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão assinala o Dia Mundial sem Tabaco - 31 de Maio - com o lançamento em Portugal da Campanha “ACTua Contra o Cancro do Pulmão”, uma ação em parceria com a Lung Cancer Europe (LuCE).

O Cancro do Pulmão é a principal causa e morte por doença oncológica na Europa, com certa de 353 mil mortes estimadas anualmente. O tabaco é uma das principais causas da patologia. No entanto, um estudo em nove países europeus, apresentado pela Pulmonale, revelou que mais de um terço dos inquiridos que declararam ser fumadores diários (36%) afirmaram não estar preocupados com a patologia. Por outro lado, 10% dos inquiridos ainda afirmaram desconhecer fatores de risco para o cancro do pulmão, incluindo o consumo de tabaco e o fumo passivo. O estudo revelou ainda que o conhecimento sobre a patologia é muito baixo, com quase seis em cada 10 cidadãos (57%) a admitirem que não têm conhecimento sobre a doença.

Dados que preocuparam a Pulmonale e levaram a Associação Portuguesa de Luta contra o Cancro do Pulmão a lançar no nosso país a campanha europeia “ACTua Contra o Cancro do Pulmão”, uma ação em que se procura dar voz aos sobreviventes de cancro do pulmão, chamando as pessoas a Agir, Cuidar e Testemunhar.

“O cancro do pulmão é uma das maiores ameaças de Saúde Pública da atualidade, sobretudo tendo em conta que é possível reduzir grandemente o risco de desenvolver a doença com uma decisão da maior importância como deixar de fumar”, explica António Araújo, presidente da Pulmonale. “Para lutar contra o cancro do pulmão é, também, fundamental detetar precocemente e tratar o mais rapidamente possível. Por isso é tão importante sensibilizar as pessoas para que falem com o seu médico, façam o diagnóstico precoce”, recorda o oncologista do Centro Hospitalar do Porto.

“ACTua Contra o Cancro do Pulmão” é uma campanha de sensibilização da Pulmonale como associada da Lung Cancer Europe – LuCE. Nesta campanha, cidadãos europeus são chamados a partilhar o seu testemunho pessoal sobre como agir, diagnosticar e cuidar as ajudou a superar o cancro do pulmão. As histórias são filmadas em vídeos partilhados em www.actuacontraocancro.pt.

Sobre o Cancro do Pulmão
Em Portugal o Cancro do Pulmão é a primeira causa de morte por doença oncológica, responsável, todos os anos, por perto de 3500 óbitos. E cada vez mais mulheres são afetadas por uma doença que era tradicionalmente “de homens”. Este é já o terceiro tipo de cancro mais comum no sexo feminino, e aquele que mais mata as mulheres – mais do que o cancro da mama. A prevalência da patologia faz com tenha o maior peso Económico entre todas as doenças oncológicas na União Europeia, com um custo estimado de €18.8 mil milhões, 15% dos custos totais associados ao cancro.

Atualmente, o tratamento conhece um franco desenvolvimento. Em doentes com doença avançada, e com esperança de vida limitada, tem sido possível aplicar terapêuticas que colocam as células cancerígenas a descoberto, estimulando a resposta imunológica do doente e permitindo que seja o seu próprio sistema Imunitário a lutar contra elas. Esta linha terapêutica, a imuno-oncologia tem demonstrado resultados prometedores, com uma sobrevida a ultrapassar os três anos, com menos efeitos adversos.

Sobre o Estudo Europeu
Apesar da alta prevalência do Cancro do Pulmão, um estudo em nove países europeus revelou que os cidadãos da UE pouco ou nada sabem sobre a patologia. O estudo, que inquiriu 8 263 pessoas entre os 16 e os 54 anos revelou entre outros dados que:

• Seis em cada 10 entrevistados (62%) acreditam que o cancro do pulmão é uma doença de fumadores, embora fumar seja apenas um fator de risco para o cancro do pulmão

• 45 por cento acreditam que o cancro da mama é a principal causa de morte entre as mulheres em comparação com 8% que responderam cancro do pulmão

• Quase metade de todos os entrevistados (46%) disse não estar preocupado com a possibilidade de ter cancro do pulmão, incluindo 43 por cento de pessoas que já têm experiência com cancro do pulmão e 36 por cento de entrevistados que são fumadores diários

• Oito em cada 10 pessoas (83%) nunca falou com seu médico sobre o cancro do pulmão; um número igual de fumadores (77%) também revelam ter esse comportamento

• Na sequência do estudo, a maioria dos entrevistados (90%) expressa uma vontade de tomar medidas para reduzir seu risco de cancro do pulmão, incluindo a redução de sua exposição a um carcinógenio (50%), limitar a exposição ao fumo passivo (48%) e falar com seu médico (43%)

Estudo
Os filhos de pais fumadores têm uma maior suscetibilidade ou risco de vir a fumar, independentemente da classe socioeconómica a...

O estudo foi realizado com base em inquéritos a mais de 10 mil adolescentes (entre os 14 e os 17 anos) numa cidade em cada um dos seguintes países: Bélgica, Finlândia, Alemanha, Itália, Holanda e Portugal (Coimbra).

Segundo Joana Alves, investigadora da Escola Nacional de Saúde Pública, a investigação, que foi divulgada este mês na publicação científica Journal of Public Health, vem mostrar que a maior suscetibilidade de os filhos de fumadores virem a fumar é idêntica em todas as classes sociais.

“Sabemos que os pais que fumam predominam nas classes socioeconómicas mais baixas. Com a suscetibilidade dos filhos igual em todas as classes, vamos ter no futuro uma transmissão destas desigualdades”, afirmou.

Isto mesmo é sublinhado no artigo: “se os comportamentos de pais e filhos fumadores estão associados, as desigualdades socioeconómicas no ato de fumar vão reproduzir-se por gerações”.

De acordo com o artigo, que refere também dados de estudos anteriores, ter os dois pais (pai e mãe) fumadores mais do que duplica o risco de vir a fumar.

Separando sexo masculino e feminino, os investigadores concluíram que nos rapazes a suscetibilidade para fumar está tão associada com um pai fumador como com uma mãe que fuma. No caso das raparigas, o risco é ligeiramente maior quando a mãe é fumadora.

Dados da consultora IMS Health divulgados hoje, Dia Mundial sem Tabaco, mostram que os portugueses gastaram por dia uma média de nove mil euros em produtos para ajudar a deixar de fumar no ano passado.

Ainda assim, em 2015 deu-se um decréscimo nas vendas de cerca de 10% face a 2014.

Em dez anos
Uma equipa de investigação da Faculdade de Medicina do Porto e do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde...

De acordo com informação disponibilizada pelos investigadores, o número de mortes caiu de 9,3% para 7,5%, um resultado que surpreendeu os cientistas que o interpretam como uma consequência da melhoria dos cuidados de saúde prestados no país, embora não excluam outros fatores.

Os autores do estudo verificaram também que existe uma tendência crescente para classificar a causa das hospitalizações como sendo pneumonia em vez de DPOC, “o que pode contribuir para o desproporcionado número de internamentos por pneumonia em Portugal (cerca de 50 mil/ano), fazendo desta patologia uma das principais causas de hospitalização e de mortalidade no nosso país”.

O estudo foi publicado na revista científica Respiratory Medicine e teve como objetivo analisar a admissão hospitalar, a duração do internamento e a mortalidade dos doentes com DPOC internados nos hospitais portugueses, entre 2000 e 2010.

Os dados referiam-se aos hospitais públicos (onde ocorrem cerca de 85% dos internamentos) e foram cedidos pela Administração Central de Sistemas de Saúde (ACSS).

“A análise revelou que durante o período em estudo ocorreram 123 mil admissões hospitalares por agudizações de doença respiratória obstrutiva, estando mais de 80% dos casos relacionados especificamente com DPOC”, refere Rafael Vieira, estudante de Medicina e investigador.

Segundo este investigador, em média, foram efetuadas 80 hospitalizações por 100 mil habitantes com mais de 18 anos, no seguimento de exacerbações por DPOC. Se somarmos à DPOC outras doenças respiratórias obstrutivas, como a asma e a bronquiectasia, o número de internamentos sobe para as 103 hospitalizações por 100 mil habitantes maiores de idade.

As admissões hospitalares por DPOC foram significativamente mais elevadas nos grupos de pacientes com mais de 70 anos e o tempo médio de admissão foi de oito dias.

A DPOC é uma patologia caracterizado pela limitação crónica do fluxo de ar, falta de ar (dispneia), tosse, pieira e aumento da produção de expetoração e é progressiva e debilitante.

Atualmente, é a quarta causa de morte em todo o Mundo, sendo que a Organização Mundial de Saúde estima que venha a ocupar o terceiro lugar até 2030.

Dia 31 de Maio de 2016 – Dia Mundial Sem Tabaco
O consumo, ainda que esporádico, de produtos de tabaco está associado a um aumento de diversas doenças, sobretudo respiratórias...

De acordo com os últimos dados disponíveis, um quarto da população portuguesa dos 15 aos 64 anos é consumidora regular de tabaco.

Embora a maioria dos fumadores gostasse de deixar de fumar, a verdade é que poucos tentam seriamente.

Se tiverem um acompanhamento especializado a maioria dos fumadores refere melhoria de confiança e auto-estima quando deixam de fumar.

Numa consulta de cessação tabágica é feita uma avaliação personalizada de eventuais efeitos deletérios associados ao consumo de diferentes produtos de tabaco. Após uma análise cuidadosa da história tabágica, avaliação de grau de dependência e motivação é elaborado um plano de apoio ao fumador que poderá incluir: prescrição de medicamentos, plano nutricional, etc. É fundamental um acompanhamento do fumador ao longo de todo o processo, que inclui por vezes fases de recaída com necessidade de mais do que uma tentativa, até atingir um sucesso duradouro.

Recentemente entrou em vigor a transposição da norma europeia que contempla imagens chocantes nos maços de cigarros.

Este ano a Sociedade Portuguesa de Pneumologia lançou uma campanha, para o Dia Mundial Sem Tabaco, que visa sensibilizar os mais jovens para o problema do tabagismo.

OMS
A introdução de maços de tabaco simples, sem cor nem logotipo, poderá salvar vidas, ao reduzir a sua atratividade, anunciou a...

Para marcar o Dia Mundial Sem Tabaco, que hoje se assinala, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recordou, em comunicado, que o tabaco mata seis milhões de pessoas por ano em todo o mundo, o equivalente a uma pessoa a cada seis segundos.

Sob o lema "Preparem-se para a embalagem simples", a organização apelou aos países que proíbam o uso de logotipos, cores, imagens de marca e informação promocional nos maços de tabaco.

Ao abrigo desta medida, os maços exibem apenas o nome da marca e do produto com uma letra padrão num fundo de cor pré-definida.

"As embalagens simples reduzem a atratividade dos produtos de tabaco. Matam o 'glamour', o que é apropriado para um produto que mata pessoas", disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, citada no comunicado.

Para a responsável, a medida "restringe a publicidade e promoção ao tabaco, limita a etiquetagem enganadora e aumenta a eficácia dos avisos de saúde".

O primeiro país a aderir à embalagem simples foi a Austrália, em 2012, e a mudança terá contribuído, até setembro último, para uma queda adicional de 0,55 pontos percentuais na prevalência do consumo de tabaco nos maiores de 14 anos, revela a avaliação da aplicação da medida pelas autoridades australianas.

Esta redução equivale a dizer que mais de 108 mil pessoas deixaram de fumar, não começaram ou não recomeçaram a fumar nesse período.

O diretor-geral-adjunto da OMS para as Doenças Não Transmissíveis e a Saúde Mental, Oleg Chestnov, disse que os resultados da introdução da embalagem simples na Austrália demonstram o grande potencial da medida: "Oferece um instrumento poderoso aos países, como parte de uma abordagem abrangente para lidar com o flagelo do consumo de tabaco".

"A embalagem simples está a tornar-se global, à medida que mais e mais países procuram os importantes ganhos em saúde que pode trazer às comunidades, disse por seu lado Douglas Bettcher, diretor da OMS para a Prevenção das Doenças Não Transmissíveis.

A OMS disponibiliza lança hoje um novo guia para ajudar os governos a aplicarem a embalagem simples nos seus países.

"A maioria dos governos está comprometida com o objetivo de reduzir a epidemia e os danos associados ao tabaco, nomeadamente as mortes por cancro e por doenças do coração e do pulmão", afirmou Vera da Costa e Silva, diretora da Convenção-Quadro da OMS para o Controlo do Tabaco.

As doenças provocadas pelo tabaco representam uma das maiores ameaças de saúde pública que o mundo já enfrentou.

Cerca de uma pessoa morre de doenças causadas pelo tabaco a cada seis segundos, o equivalente a quase seis milhões de pessoas por ano.

Estima-se que este número aumente para mais de oito milhões por ano até 2030, com mais de 80% destas mortes evitáveis a ocorrer em países de baixo e médio rendimento.

Relatório sobre as drogas
As novas substâncias psicoativas continuam a aumentar no mercado europeu, revela um relatório, que alerta para a possibilidade...

Segundo o “O Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e Evoluções”, do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA), o número, o tipo e a disponibilidade de novas substancias psicoativas (NSP) no mercado europeu continuam a aumentar, com mais de 560 monitorizadas atualmente pela agência.

Desde 2014, o EMCDDA emitiu 34 alertas de saúde pública aos Estados-Membros relacionados unicamente com o consumo de novas substâncias psicoativas.

As autoridades consideram que responder com rapidez e eficácia à venda de NSP, algumas das quais altamente tóxicas, constitui um “grande desafio”.

“Os jovens consumidores podem estar a ser involuntariamente usados como cobaias de substâncias cujos potenciais riscos para a saúde são praticamente desconhecidos”, alerta o relatório.

Em 2015, foram notificadas pela primeira vez 98 novas substâncias (101 em 2014), sendo que, uma vez mais, a lista de novas substâncias notificadas foi dominada pelos canabinóides sintéticos e pelas catinonas sintéticas (24 e 26 notificados, respetivamente).

Em conjunto, estes dois grupos representam quase 80 % das 50 mil apreensões de NSP em 2014 e mais de 60% das quatro toneladas apreendidas, refere.

A este propósito, o documento destaca que a cannabis é a droga com maior número de apreensões, correspondendo a mais de três quartos das apreensões efetuadas na Europa (78%).

A quantidade de resina de cannabis apreendida na União Europeia é ainda muito superior à de cannabis herbácea (574 toneladas contra 139 toneladas) e os dados mais recentes mostram que a quantidade de resina apreendida aumentou.

“Os canabinóides sintéticos, vendidos como substitutos ‘legais’ da cannabis, podem ser altamente tóxicos, tendo sido divulgadas intoxicações em massa”, alerta.

Em fevereiro deste ano, o EMCDDA emitiu um alerta sobre a MDMB-CHMICA, um canabinóide sintético associado a 13 intoxicações fatais e a 23 não fatais na Europa desde 2014.

As catinonas sintéticas são vendidas como substitutos «legais» de estimulantes como a anfetamina, a MDMA e a cocaína, sendo que a catinona sintética alfa-PVP (5), um potente estimulante, tem sido associada a cerca de 200 intoxicações agudas e a mais de 100 intoxicações fatais desde 2011.

O relatório descreve a forma como os produtores de NSP podem estar agora a direcionar-se para consumidores de droga mais crónicos e problemáticos.

Neste domínio, as preocupações aumentam com o número de novos opiáceos sintéticos detetados, já que desde 2009, foram detetados 19 novos opiáceos, incluindo 11 fentanis, substancias “extremamente potentes” que podem ser vendidas como heroína a consumidores pouco informados, constituindo um “elevado risco de overdose”.

Em 2015, 32 mortes na Europa foram associadas ao opiáceo sintético acetilfentanil.

O relatório alerta ainda para o aumento da procura de tratamento ligado ao consumo de anfetaminas, tendo-se registado um aumento de 50% do número de utentes que iniciaram tratamento pela primeira vez com as anfetaminas como droga principal.

Outra preocupação tem que ver com o consumo injetável de estimulantes: dos novos utentes que iniciaram o tratamento em 2014 por consumo de anfetaminas como droga principal, cerca de metade (47%) indicaram a via injetável como principal via de administração.

Vários países referiram igualmente o consumo injetável de metanfetamina e catinonas com outras drogas entre pequenos grupos de homens que têm relações sexuais com outros homens, uma prática designada por ‘slamming’, associada a níveis elevados de comportamentos sexuais de risco.

Relatório revela
As mortes por overdose de heroína estão a aumentar e o consumo de ecstasy está novamente a crescer, revela o relatório europeu...

O “Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e Evoluções”, destaca novos riscos para a saúde devido à mudança dos produtos e dos padrões de consumo.

Uma das novidades que mais está a preocupar as autoridades é o aumento das mortes por overdose associadas sobretudo à heroína e outros opiáceos, estimando-se que tenham ocorrido em 2014 pelo menos 6.800 mortes.

O relatório do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA) destaca o facto de alguns países, como Irlanda, Lituânia, Suécia e Reino Unido, terem comunicado “um preocupante aumento destas mortes”.

“As razões subjacentes a estes aumentos de overdoses fatais não são claras”, afirma o documento, apontado como hipóteses mais prováveis uma maior disponibilidade de heroína, o aumento do seu nível de pureza, a existência de consumidores envelhecidos e a mudança dos padrões de consumo, incluindo o uso de opiáceos sintéticos e medicamentos.

As overdoses são reportadas mais frequentemente entre os consumidores mais velhos (entre os 35 e os 50 anos), embora em alguns países se esteja a verificar também um aumento de mortes por overdose entre jovens com menos de 25 anos.

Apesar de a heroína continuar a ser o opiáceo mais usado, o consumo de opiáceos sintéticos está a aumentar, sendo em muitos países apontado como a principal droga referida pelos consumidores que iniciaram tratamento.

O relatório é reforçado com novos dados obtidos a partir de urgências hospitalares de várias cidades europeias, que indicam que apesar de a heroína continuar a ser a droga ilícita mais frequentemente comunicada, a cocaína, outros estimulantes e a cannabis começam a surgir com proeminência em determinadas zonas.

O observatório destaca também o aumento do consumo de estimulantes como a MDMA (vendida como “ecstasy”) e da cannabis.

A MDMA reapareceu e “está a tornar-se mais popular, tanto junto dos consumidores de estimulantes habituais como de uma nova geração de jovens consumidores”, indica o documento.

Cerca de 2,1 milhões de jovens entre os 15 e os 34 anos afirmaram ter consumido MDMA no último ano (1,7% deste grupo etário).

Embora, até há pouco tempo, o consumo de MDMA tenha registado um declínio, os dados dos últimos inquéritos apontam para um aumento do seu consumo na Europa, estando agora a ser consumida por um leque mais vasto de jovens em ambientes de diversão noturna.

O relatório cita ainda dados de um estudo complementar realizado em várias cidades, que revelam que a quantidade de resíduos de MDMA nas águas residuais municipais é maior em 2015 do que em 2011, o que poderá estar relacionado com uma maior pureza da MDMA ou com um aumento da oferta e do consumo desta droga.

O seu reaparecimento está associado à “inovação no fornecimento de precursores de MDMA, às novas técnicas de produção e à oferta online”, explica o observatório.

Pós, cristais e comprimidos com doses elevadas deste estimulante estão atualmente mais disponíveis, sendo por vezes “promovidos através de sofisticadas e direcionadas técnicas de marketing”.

“Pensa-se que esta poderá ser uma estratégia deliberadamente adotada pelos produtores para reforçar a reputação da MDMA, após um período em que a fraca qualidade e a adulteração dos produtos resultaram no declínio do seu consumo”, indica o relatório.

Quanto à cannabis, mantém-se a tendência de aumento da sua potência, do seu consumo e, consequentemente, da procura de tratamento.

“Os níveis de potência de resina de cannabis e de cannabis herbácea são os mais elevados de sempre”, revela o relatório, indicando que o número de utentes que iniciaram o tratamento pela primeira vez devido a esta droga aumentou de 45 mil, em 2006, para 69 mil, em 2014.

Estima-se que 16,6 milhões de jovens europeus com idades compreendidas entre os 15 e os 34 anos terão consumido cannabis nos últimos 12 meses.

No geral, as estimativas apontam para que, em 2014, 1,2 milhões de pessoas tenham recebido tratamento por consumo de drogas ilícitas na União Europeia e cerca de 644 mil consumidores de opiáceos tenham recebido tratamento de substituição.

1 de junho - Dia do Nariz Vermelho
A Feira do Livro de Lisboa vai estar de nariz vermelho no dia 01 de junho, o Dia do Nariz Vermelho, com um concerto da banda de...

A atuação dos Doutores Palhaços leva até à feira mais de uma centena de crianças de escolas lisboetas e vem recordar a importância do Dia do Nariz Vermelho (DNV) para a associação. O DNV é o maior evento anual de angariação de fundos e dinamização de atividades de solidariedade social da ONV.

Em 2016, pela primeira vez, o DNV estende-se além da população escolar e contempla ações que pretendem chegar a todas as pessoas. As dinâmicas nas escolas mantêm-se, mas há também ações com empresas e instituições e uma campanha de angariação de fundos na rua entre 01 e 05 de junho.

Vários municípios do país assinalam este dia, de norte a sul, entre os quais Leiria, Lisboa, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Sousel, Óbidos, Oeiras, Cascais e Loulé. Dezenas de empresas aderiram ao DNV, como as cadeias Celeiro, Go Natural, Zillian e PC Clinic.

Ainda a propósito do Dia do Nariz Vermelho, celebrado em cerca de 300 escolas de todo o país, os Doutores Palhaços da ONV vão também marcar presença nas escolas Externato O Lar da Criança, em Lisboa, e Colégio Novo da Maia, no Porto.

Mais informação sobre o Dia do Nariz Vermelho, aqui.

Infarmed
A Plataforma de Comunicações – Transparência e Publicidade foi atualizada com vista a facilitar a sua utilização, bem como,...

Há a destacar as seguintes alterações:

Na área Registo e Submissão:
- Introdução do Número de Carteira Profissional, no registo e comunicações relativas a Pessoas Singulares/Profissionais de Saúde;
- Introdução do Número de Cartão de Cidadão ou de Bilhete de Identidade, de preenchimento alternativo apenas para Pessoas Singulares/Profissionais de Saúde que declarem não dispor de Número de Carteira Profissional.

Na Listagem Pública:
- Introdução de um campo de pesquisa livre nas listas contribuições declaradas e aceitações declaradas.

Estas alterações foram já apreciadas pela Comissão Nacional de Proteção de Dados e ficam disponíveis a 31 de maio de 2016.

O Número de Carteira Profissional ou o Número de Cartão de Cidadão/Bilhete de Identidade passará a ser campo de preenchimento obrigatório a partir de 1 de julho de 2016, quer se tratem de comunicações de benefícios recebidos ou concedidos respeitantes a Pessoas Singulares/Profissionais de Saúde

Os esclarecimentos adicionais sobre esta matéria podem ser solicitados à Direção de Inspeção e Licenciamentos/Equipa da Publicidade através de [email protected].

Dia Mundial sem Tabaco
Os portugueses gastaram por dia uma média de nove mil euros em produtos para ajudar a deixar de fumar no ano passado, que ainda...

Os dados da consultora IMS Health conhecidos hoje, Dia Mundial sem Tabaco, mostram que em 2015 os portugueses gastaram 3.286.631 euros em embalagens de produtos antitabagismo.

O consumo deste tipo de medicamentos ou produtos tem registado uma quebra desde 2012, ano em que foram vendidas mais de 216 mil embalagens. Já em 2015, o consumo não atingiu as 133 mil.

Na comparação dos quatro anos, entre 2012 e 2015, as vendas de produtos para ajudar a deixar de fumar diminuíram quase 40% em unidades vendidas, com o valor das vendas a registar uma diminuição de 21% no mesmo período.

A queda de vendas foi mais acentuada nas farmácias, com quebras superiores a 40% em termos de unidades, enquanto as parafarmácias registaram uma diminuição de 26%.

Apesar desta diferença nas quebras, em 2015 as farmácias venderam quase 70% dos produtos antitabágicos.

As gomas antitabágicas são o tipo de produto para deixar de fumar com mais adesão, com 87 mil unidades vendidas em 2015 e um ligeiro aumento de 1% face a 2012.

Já os comprimidos ou cápsulas, que há quatro anos eram os produtos mais procurados, sofreram quedas severas, de 78%, vendendo em 2015 cerca de 23.000 embalagens, contra as mais de 100 mil que se consumiram em 2012.

Estudo
Os portugueses fazem com a devida frequência mamografias e citologias, mas menos consultas de saúde oral e pesquisas de sangue...

O estudo, que contou com a participação de 4.911 pessoas, representativas da população portuguesa, analisou o estado da saúde dos portugueses, mas também os seus comportamentos preventivos.

“Na população feminina entre os 50 e os 69 anos de idade, o Inquérito Nacional de Saúde com exame físico (INSEF) observou uma elevada prevalência de realização de mamografia nos dois anos anteriores à entrevista, estimada em 94,8%”, lê-se nas conclusões do inquérito.

O exame não é, contudo, feito com a mesma frequência em todo o país, pois a região Centro apresenta a prevalência mais elevada (98,7%), enquanto a região do Algarve a mais baixa: 87,1%.

Em relação à citologia cervico-vaginal, este exame foi realizado nos três anos anteriores à entrevista por 86,3% da população feminina entre os 25 e os 64 anos de idade, enquanto 9,8% o terá realizado há mais de cinco anos, ou nunca o realizou.

“As percentagens mais elevadas de realização deste exame nos três anos anteriores observaram-se entre os 35 e os 44 anos (90,8%), na região Norte (91,7%), nas mulheres com ensino superior (88,2%) e naquelas com trabalho remunerado (88,7%), e as menores (77,0%) entre os 55 e os 64 anos de idade, grupo no qual 17,4% das mulheres nunca terá realizado este exame ou o terá realizado há mais de cinco anos, na região autónoma dos Açores, Alentejo e na Região Autónoma da Madeira, com respetivamente 22,1%, 16,1% e 16,0%”.

Os autores do estudo sublinham que “na população alvo com médico de família atribuído, 87,3% tenha realizado citologia cervico-vaginal nos três anos anteriores, valor significativamente superior ao da população alvo sem médico de família atribuído (79,9%)”.

Sobre a pesquisa de sangue oculto nas fezes nos dois anos anteriores à entrevista, esta foi a que registou “as menores estimativas a nível nacional (45,7%), valor muito próximo a estimado para a população que nunca realizou este exame na sua vida (44,2%)”.

Números igualmente reduzidos foram os identificados no decorrer do inquérito sobre as consultas de saúde oral.

“Nos 12 meses anteriores à entrevista, pouco mais de metade da população estudada (51,3%) consultou um profissional de saúde oral, com maior frequência na população feminina”.

O motivo mais frequente foi a consulta de rotina (43,1%) e o tratamento de emergência (39,4%).

Na população estudada, “1,9% nunca utilizou uma consulta de saúde oral, valor que era mais elevado na população sem escolaridade (6,4%) ou com escolaridade a nível do primeiro ciclo e na população sem atividade profissional (8,8%)”.

Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico
Uma elevada prevalência de hipertensão arterial, obesidade e diabetes, bem como altos níveis de sedentarismo, de consumo de...

Trata-se do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF), promovido e desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), em parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública e com as administrações regionais de saúde do continente e das regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Os indicadores apurados referem-se à população com idades entre os 25 e os 74 anos, tendo contado com a participação de 4.911 pessoas (2.265 homens e 2.646 mulheres), que realizaram, para o efeito, um exame físico, colheita de sangue e entrevista.

Carlos Dias, coordenador geral do INSEF, disse que o inquérito proporciona dados que, “ainda numa fase de análise muito prévia, confirmam alguns indicadores preocupantes em termos da prevalência da obesidade, hipertensão e da diabetes”, mas também outros que atestam “um elevado grau de sedentarismo”.

O estudo indica que, em 2015, o estado de saúde da população portuguesa entre os 25 e os 74 anos de idade caracterizava-se por uma “elevada prevalência de algumas doenças crónicas”, como a hipertensão arterial, a obesidade e a diabetes.

O INSEF abordou também o consumo das bebidas alcoólicas, apurando que cerca de um terço (33,8%) da população masculina referiu consumo perigoso de álcool (binge drinking), valor muito superior ao do sexo feminino (5,3%).

Este tipo de consumo era mais prevalente no grupo etário mais jovem, tanto nos homens (51,9%), como nas mulheres (13,7%), diminuindo com a idade.

A regiões do Alentejo e a Região Autónoma da Madeira tinham as prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos.

Em relação ao tabaco, o inquérito refere que este era consumido diariamente ou ocasionalmente por 28,3% da população masculina e por 16,4% da população feminina, observando-se prevalências mais elevadas no grupo etário 25 a 34 anos (45,6% nos homens e 25,1% nas mulheres) e menores no grupo etário 65 a 74 anos (10,8% nos homens e 2,5% nas mulheres).

A região Autónoma dos Açores tinha as prevalências mais elevadas nos homens (42,8%) e a região do Algarve (22,2%) nas mulheres.

Nas mulheres, o consumo de tabaco aumenta com a escolaridade mais elevada, enquanto nos homens era mais prevalente nos grupos com escolaridade intermédia, independentemente da idade.

Os desempregados tinham prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos (43% nos homens e 27% nas mulheres).

A exposição ambiental ao fumo do tabaco afetava 12,8,% da população e era mais frequente entre os homens na Região Autónoma dos Açores, na população com segundo ou terceiro ciclo do básico e nos desempregados.

A investigação adianta que o sedentarismo nos tempos livres afetava 44,8% da população, com maiores prevalências nas mulheres, no grupo etário entre os 55 e os 64 anos (46,9%), na Região Autónoma dos Açores (52,5%), na população com menor escolaridade (51,6%) e desempregada (46,9%).

Para Carlos Dias, estes indicadores mostram-nos “algumas necessidades em saúde que certamente irão ser levadas em consideração pelos serviços públicos”.

Esta radiografia revela ainda que o país não é todo igual nas matérias abordadas, o que, para o seu coordenador, “é uma vantagem”.

“O INSEF mostra-nos que, em termos geográficos, existem regiões onde alguns indicadores tomam níveis mais preocupantes, como a Região Autónoma dos Açores, onde o elevado consumo de tabaco é confirmado, assim como outros indiciadores como um baixo consumo de frutas e legumes”, prosseguiu.

Além das diferenças regionais, o inquérito identificou diferenças entre os grupos com mais ou menos escolaridade e entre os que têm trabalho remunerado e os que não têm, como domésticas ou desempregados.

Relatório revela
Dos 1,1 milhões de pessoas elegíveis para rastreio do cancro do colon e reto em Portugal, apenas dois por cento estão cobertos...

Os dados constam do relatório de Avaliação e Monitorização dos Rastreios Oncológicos de Base Populacional, disponibilizado pela Direção Geral da Saúde no seu site, o qual refere que, em 2015, a cobertura populacional total aumentou ligeiramente em relação a 2014.

Para este rastreio foram convocados 24.535 utentes (22.187 em 2014) e rastreados 15.639.

O documento aponta ainda dados referentes aos rastreios ao cancro do colo do útero e do cancro da mama.

Sobre este tipo de exames, os autores referem que, “pese embora alguns avanços verificados no ano 2015 na implementação dos três rastreios oncológicos de base populacional, ainda há um significativo caminho a percorrer para alcançar o desiderato desejado da cobertura total nacional”.

“Passados todos estes anos de implementação dos programas de rastreio de base populacional, os progressos nesta matéria tem sido quase nulos”, lê-se no documento.

Para os responsáveis do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, que elaboraram o documento, “subsistem problemas na qualidade dos dados (moradas desatualizadas e/ou incompletas) que servem de base à extração da população alvo do rastreio, que ultrapassam a esfera de competência das ARS e que condicionam o processo e os resultados dos programas de rastreio designadamente taxa de adesão e taxa de rastreio)”.

Os rastreios de base populacional do cancro colo-retal têm de começar a nível nacional até ao fim deste ano, segundo um despacho publicado em abril em Diário da República.

A cobertura regional total para os rastreios de base populacional tem de ser garantida até 31 de dezembro de 2017.

APDP destaca intervenção dos cuidados de saúde
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em Portugal, em 2014, registaram-se menos 6% de mortes causadas por diabetes...

“A diminuição de mortes com origem na diabetes é o resultado do desempenho e do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos pelos profissionais dos cuidados de saúde junto da população com diabetes, e de uma melhor articulação entre os diferentes níveis de cuidados, nomeadamente através da criação das Unidades Coordenadoras Funcionais de Diabetes de todo o país e da APDP”, comentou João Filipe Raposo, diretor clínico da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP).

As estatísticas do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que as mortes motivadas por diabetes representam 4,1% da mortalidade no país. No total, em 2014, morreram 4.275 pessoas por causa da diabetes, sendo a idade média do óbito de 80,5 anos.

No ano em análise, as mulheres foram as principais vítimas (2.422), registando-se uma relação de género de 76,5 óbitos masculinos por cada 100 femininos.

Olhando para a distribuição geográfica, verifica-se que as taxas mais elevadas situam-se nas regiões da Beira Baixa e Alentejo Central (88,2 e 72,6 respetivamente) e a mais baixa na região do Cávado (16,4).

A diabetes, apesar da diminuição de 6%, continua a ser a maior causa de morte no campo das doenças metabólicas.

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