Estudo
Um estudo realizado pela Secção Regional do Centro Ordem dos Médicos conclui que 40,5% destes profissionais apresenta sinais de...

O estudo, feito a partir de um inquérito em que participaram 1.577 médicos (20% do total de inscritos na secção - 8.042), refere que 40,5% tem sinais de exaustão emocional, 17,1% dos médicos apresenta despersonalização (atitudes negativas, cinismo, insensibilidade e irritação) e 25,4% não realização profissional.

Sete em cada cem dos inquiridos apresentam sinais de ‘burnout’ elevado (conjugação de exaustão, despersonalização e não realização profissional), sendo que, desses, mais de metade têm idades compreendidas entre os 26 e os 35 anos, aponta o estudo.

O estudo identificou ainda que 24,5% dos profissionais de saúde obtiveram pontuação elevada na escala de depressão, 16,5% na escala de ansiedade e 16,4% de stress.

Dos inquiridos, 14,6% "é ou já foi acompanhado em consultas de psiquiatria" e um em cada dez é ou já foi acompanhado em consultas de psicologia clínica.

A doença crónica mais referida no inquérito da SRCOM é a hipertensão arterial (17,4%), seguindo-se de asma (14,2%) e diabetes (6,5%).

Apenas 11,8% dos médicos pratica meditação ou técnicas de relaxamento e 44% afirma que pratica uma atividade desportiva.

O estudo sugere que mulheres e profissionais na faixa dos 36 aos 45 anos apresentam valores de exaustão emocional mais elevados.

O presidente da secção regional da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, afirma que estava "à espera de resultados desta dimensão", contando que nas várias visitas que faz na região Centro encontra "o impacto do ‘burnout' nos médicos".

Para Carlos Cortes, "todos os profissionais do Serviço Nacional de Saúde estão expostos ao risco de ‘burnout', em maior ou menor grau".

"Ninguém está imune", alertou, considerando que, "se não houver uma reversão muito rápida", promovida pela própria tutela, poderão surgir "situações muito gravosas", que afetam a própria qualidade e eficiência do serviço prestado nos hospitais e centros de saúde do país.

Segundo o presidente do Secção Regional do Centro Ordem dos Médicos (SRCOM), o estudo foi também realizado com o intuito de se fazer um "levantamento do problema e criar um dispositivo para prevenir o ‘burnout'" e instrumentos para tratar os médicos que sofrem desta doença.

O estudo desenvolvido pela secção decorreu de janeiro a dezembro de 2015, tendo sido realizadas sete sessões de sensibilização em diferentes locais da região Centro sobre fatores que potenciam o ‘burnout’ e estratégias de prevenção do mesmo.

63,2% dos médicos presentes no estudo são mulheres e a idade média da amostra é de 42,83 anos.

A participação foi voluntária e anónima e foram utilizados instrumentos de medida "internacionais", permitindo que o estudo "possa ser usado do ponto de vista científico", frisou Carlos Cortes.

Estudo
Um estudo da Secção Regional do Centro Ordem dos Médicos centrado na problemática do ‘burnout' conclui que 18,7% dos...

O estudo, que abrangeu 1.577 médicos (20% do total de médicos inscritos na secção), refere que 15,9% dos inquiridos trabalha 60 a 80 horas por semana, 2,8% mais de 80 horas e 53,2% entre 40 a 60 horas, sendo que mais de metade dos profissionais que participou no estudo faz serviço de urgência.

Os médicos de medicina geral e familiar são os que apresentam mais sinais de ‘burnout’ nas suas três dimensões (exaustão, despersonalização e não realização profissional), seguindo-se os profissionais de medicina interna, cirurgia geral e neurologia, aponta o estudo.

Os médicos mais novos apresentam níveis mais elevados de exaustão emocional, bem como aqueles que trabalham mais de 40 horas e os profissionais que realizam trabalho noturno e serviço de urgência.

Os resultados do estudo sugerem que os profissionais da zona Centro que têm atividade médica hospitalar e que trabalham em instituições públicas apresentam maiores níveis de exaustão.

"Tem havido uma pressão crescente sobre os médicos e profissionais de saúde" em torno de questões "que têm muito pouco a ver com a ideia que os médicos têm da sua profissão", disse o presidente da secção regional da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes.

A pressão para uma "produção desenfreada de dados médicos", o "excesso de burocratização do Serviço Nacional de Saúde", a sua desorganização, a falta de "meios complementares de diagnóstico, de meios farmacológicos e de recursos humanos", bem como as "disfuncionalidades dos sistemas informáticos" vêm dificultar o trabalho do médico e potenciar situações de ‘burnout', sublinhou.

Segundo Carlos Cortes, a carga horária e de trabalho a que os médicos estão sujeitos têm uma "implicação imediata", considerando que o facto de haver cerca de 20% dos médicos a trabalhar mais de 60 horas é "um dado que tem de obrigar o Ministério da Saúde a refletir".

Para o responsável da Secção Regional do Centro Ordem dos Médicos (SRCOM), o fenómeno do ‘burnout' foi amplificado com a crise económica d "a desorganização que reina no Serviço Nacional de Saúde tem um impacto muito negativo sobre os médicos".

O estudo, que alerta para o facto de 40% dos médicos apresentarem sinais de exaustão emocional, vem "mostrar à tutela que tem responsabilidade”.

“Isto não é uma gripe que se apanha. A tutela tem a obrigação de saber combater este problema", salientou, alertando que todos os profissionais de saúde estão expostos ao risco de ‘burnout'.

O estudo, que decorreu de janeiro a dezembro de 2015, vai agora ser divulgado às entidades.

A secção regional oferece a sua "disponibilidade" para colaborar na criação de mecanismos de prevenção do ‘burnout' nos profissionais de saúde, juntamente com a tutela.

De acordo com Carlos Cortes, serão também necessários "mecanismos de maior discrição e de maior proximidade entre o médico e quem o irá tratar", para que este não seja exposto e não tenha de recorrer ao serviço de psiquiatria no local onde trabalha.

"Os médicos estão conscientes deste problema e de que têm de ajudar a resolvê-lo", realçou, considerando que a diminuição de situações de ‘burnout' também levará a incrementos da própria eficiência do Serviço Nacional de Saúde.

Relatório revela
Cerca de 3.200 crianças e jovens que se encontravam em instituições de acolhimento em 2015 tinham problemas de comportamento,...

Segundo o Relatório de Caracterização Anual da Situação de Acolhimento das Crianças e Jovens – CASA 2015, dos 8.600 menores institucionalizados no ano passado, 3.258 (37,8%) apresentavam problemas comportamentais, mais 1.094 do que em 2014.

Mais de metade (51%) dos jovens com este padrão de comportamento (1.670) tinha entre os 15 e os 17 anos, mais 510 do que em 2014.

Esta problemática também assume “relevância significativa” nas faixas etárias dos 12-14 anos e 18-20 anos, ambas com 20% das situações.

O relatório classifica esta problemática em três dimensões: comportamentos ligeiros (uso da mentira para evitar obrigações, fugas breve e intimidações), comportamentos médios (pequenos furtos, destruição de propriedade sem grandes prejuízos, agressões físicas) e comportamentos graves (roubos, utilização de armas brancas e destruição de propriedade com prejuízos consideráveis).

“Os problemas de comportamento de tipo ligeiro são claramente predominantes” (69% das crianças e jovens, de forma mais evidente na faixa dos 15-17 anos (47% das situações definidas como ligeiras)”, sublinha.

Já os comportamentos com uma gravidade média representam 29% do total e os graves 4%.

"Os problemas de comportamento de tipo ligeiro são claramente predominantes, estando identificados em 69% das crianças e jovens, de forma mais evidente na faixa dos 15-17 anos (47% das situações definida como ligeiras)", refere o relatório do Instituto da Segurança Social (ISS).

Para a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, esta situação coloca “o grande desafio” de se proceder a “uma melhor articulação” com saúde.

Muitos destes jovens tiveram percursos de vida difíceis e “precisam de acompanhamento na área da saúde mental” para poderem “reencontrar o seu equilíbrio”, disse Ana Sofia Antunes num encontro com jornalistas no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

A governante destacou ainda o aumento de 38%, em 2015, das situações de jovens que apresentam comportamento antissociais.

Presente no encontro, um técnico do ISS defendeu que os jovens precisam de uma "resposta adequada" ao seu problema, que já não se pode basear "em casa, comida e roupa lavada".

Terá que haver um "reestruturação do serviço de acolhimento", defendeu o técnico, adiantando que a rede está a ter "algumas dificuldades" em receber estes jovens com necessidades específicas.

Os autores do relatório também analisaram o acompanhamento prestado em termos de saúde mental (pedopsiquiátrico e psicológico) às crianças e jovens e o recurso a medicação psicotrópica, verificando que 1.214 beneficiam de “acompanhamento irregular, ou a nível psicoterapêutico ou a nível psiquiátrico (ou ambos)”.

Verificaram ainda que 5.032 situações são acompanhadas regularmente em pedopsiquiatria ou psicoterapia (ou em simultâneo) e que foi prescrita medicação a 2.014 crianças, o que corresponde a 23,4% das crianças em situação de acolhimento.

Os autores do relatório também analisaram o acompanhamento prestado em termos de saúde mental (pedopsiquiátrico e psicológico) às crianças e jovens e o recurso a medicação psicotrópica, verificando que 1.214 beneficiam de “acompanhamento irregular, ou a nível psicoterapêutico ou a nível psiquiátrico (ou ambos)”.

Verificaram ainda que 5.032 situações são acompanhadas regularmente em pedopsiquiatria ou psicoterapia (ou em simultâneo) e que foi prescrita medicação a 2.014 crianças, o que corresponde a 23,4% das crianças em situação de acolhimento.

União Europeia
A Comissão Europeia propôs a renovação da licença para a utilização do herbicida glifosato, até final de 2017, no máximo, prazo...

A decisão de Bruxelas de autorizar, até no máximo o final do próximo ano, o uso do glifosato, resulta da falta de uma decisão, por maioria qualificada, entre os 28 Estados-membros, sobre o uso do herbicida na União Europeia (UE).

Assim, considerando o parecer da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar e das agências nacionais dos Estados-membros, Bruxelas decidiu renovar temporariamente a licença.

"Até final de 2017, é esperada uma opinião adicional sobre as propriedades da substância ativa por parte da Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA)", segundo um comunicado de imprensa de Bruxelas.

A Comissão Europeia propôs ainda aos Estados-membros que restrinjam as condições de uso do glifosato na UE, incluindo a proibição do uso de taloamina, que potencia o efeito do herbicida, nos subprodutos, o reforço do controlo do uso antes das colheitas e ainda minimizar a utilização em áreas específicas, como parques públicos e parques infantis.

Em Portugal, uma petição a favor da proibição do herbicida já reuniu 15 mil assinaturas.

A Quercus, uma das entidades que é contra a utilização do glifosato, lançou uma campanha a incentivar as autarquias a deixar este produto, tendo obtido a adesão de seis municípios, incluindo Porto e Braga, e 14 freguesias.

Depois dos alertas, o Ministério da Agricultura anunciou que iria retirar do mercado a taloamina e todos os produtos fitofarmacêuticos que contenham aquela substância, por constituírem um risco grave para a saúde humana, para a animal e para o ambiente.

Todavia, no mês passado o ministro da Agricultura indicou, em Bruxelas, que Portugal deveria abster-se na votação em sede do comité de peritos, pois os "dados científicos são contraditórios".

Dados divulgados pela imprensa, em abril, referiam que, pelo menos 89 câmaras municipais usam o pesticida para tratamento de vias públicas e que, em 2014, foram vendidas em Portugal cerca de 1.600 toneladas do produto.

Fórum Empresarial do Atlântico
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, participa no encerramento do Fórum Empresarial do Atlântico dedicado ao tema ...

O encontro tem como mercados-alvo os que se encontram na orla do Oceano Atlântico, nomeadamente América Latina e África. Os embaixadores e encarregados comerciais vão apresentar oportunidades de negócio nos países de ambas as regiões geográficas e as empresas apresentarão as respetivas estratégias de internacionalização. A iniciativa permite às empresas portuguesas contactarem diretamente com algumas das economias do mundo que mais têm crescido nas últimas décadas – e que mais atenção têm merecido por parte dos agentes económicos e políticos nacionais – além de receberem informação rigorosa e atualizada sobre estes países.

Este seminário dá sequência ao Fórum Empresarial ’Medicamento e Produtos de Saúde’, organizado em Outubro de 2013 pelo IPDAL e pela Ordem dos Farmacêuticos. Nessa ocasião - onde esteve o então presidente da AICEP, Pedro Reis - os organizadores juntaram as maiores empresas da indústria portuguesa de saúde com os embaixadores da América Latina.

A iniciativa conta, para além da presença do ministro da Saúde de Portugal, com o Administrador da AICEP Luís Castro e Henriques, da Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, do Presidente do IPDAL, Paulo Neves, do Infarmed e do Health Cluster de Portugal, além dos embaixadores e diplomatas da América Latina e de África residentes em Portugal.

Programa

16H00
Trabalhos – I Parte
Abertura
Paulo Neves, Presidente IPDAL
Ana Paula Martins, Bastonária Ordem Farmacêuticos
Luís Castro e Henriques, Administrador Executivo AICEP

Apresentações Empresas
Espaço: Biblioteca

17H30
Pausa para Café
Espaço: Biblioteca

18H00
Trabalhos – II Parte
Apresentações Embaixadas

Encerramento
Adalberto Campos Fernandes, Ministro da Saúde de Portugal
Espaço: Biblioteca

19H00
Cocktail
Espaço: Jardim

Autoridade da Concorrência
A Autoridade da Concorrência recomenda ao Governo que isente a acupuntura de pagamento de IVA, equiparando esta terapêutica não...

A Autoridade da Concorrência (AdC) recomenda ao Ministro das Finanças e ao Ministro da Saúde que seja promovida “a regulamentação do enquadramento fiscal a que estão sujeitas as prestações de serviços de acupuntura, de modo a assegurar a neutralidade da tributação destas prestações de serviços em sede de IVA, independentemente de as mesmas serem fornecidas por médicos, no âmbito das competências reconhecidas pela respetiva Ordem, ou por profissionais de terapêutica não convencional (TNC)”.

Esta recomendação da AdC dá resposta a uma queixa apresentada pela Associação Portuguesa dos Profissionais de Acupuntura (APPA) contra o Estado Português.

Na queixa, a APPA alega que ao sujeitar a IVA os serviços de acupuntura prestados por profissionais de TNC enquanto isenta os médicos que utilizam a mesma prática terapêutica, este regime fiscal introduz uma distorção da concorrência.

Com efeito, a AdC conclui que ao isentar de IVA as prestações de serviços de acupuntura quanto realizadas por médicos nas condições estabelecidas pela respetiva Ordem, ao mesmo tempo que sujeita a tributação em sede de IVA as prestações de serviços de acupuntura quando efetuadas por profissionais de TNC, “o regime fiscal nacional em causa cria uma distorção da concorrência na medida em que aumenta os custos de um grupo de prestadores do serviço, colocando-os em desvantagem concorrencial”.

“Esta situação diminui a pressão concorrencial entre profissionais que aplicam a mesma terapia, podendo, no extremo, condicionar a aplicação da terapia a apenas um tipo de profissionais, face ao diferencial de custo das prestações para os utentes”, considera a AdC.

Acresce que desta distorção concorrencial podem resultar “perdas de eficiência na prestação do serviço, menos pressão para a inovação e piores condições de prestação do serviço para os utentes”, afirma, acrescentando não ter sido identificado “nenhum interesse público que permita justificar esta distorção da concorrência”.

No início deste mês, vários profissionais das TNC manifestam-se em frente à Assembleia da República para exigir a isenção de IVA, à semelhança do que acontece com os profissionais da medicina convencional.

O protesto foi organizado pelos Osteopatas Portugueses (OP) e pela APPA, sob o lema “A Saúde não Paga IVA”.

Em causa está o facto de a Autoridade Tributária ter passado a cobrar o imposto de 23% à generalidade das terapêuticas não convencionais, com juros e multas relativas aos últimos quatro anos, considerando que não estão isentas do pagamento deste imposto, como era entendido até aqui.

Estes profissionais contestam o facto de não estarem isentos do pagamento de IVA, ao contrário do que acontece com a medicina e terapêuticas tradicionais.

Imposto aumenta a partir de julho
O Estado arrecadou 569,2 milhões de euros nos primeiros cinco meses do ano com o imposto sobre o tabaco, mais 75% do que em...

Os dados foram publicados na semana passada pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), uma semana antes de entrar em vigor o aumento deste imposto já previsto no Orçamento do Estado para 2016 (OE 2016).

O tabaco ao preço ainda em vigor à data só pode ser vendido até 30 de junho, escreve o Observador, tendo de ser praticado o novo preço, que reflete o aumento do imposto inscrito no OE 2016, a partir do primeiro dia do mês de julho.

Segundo uma portaria do Ministério das Finanças, publicada a 4 de abril, “as embalagens individuais de cigarros, que tenham aposta a estampilha especial referida no número anterior [antigas], só podem ser objeto de comercialização e venda ao público até 30 de junho de 2016”.

O aumento do Imposto sobre o Tabaco deverá resultar num aumento médio de um maço de cigarros de cerca de sete cêntimos, segundo cálculos efetuados pela consultora PricewaterhouseCoopers para a Lusa no início de fevereiro.

Partindo de um valor base de 1,63 euros para um maço de 20 cigarros, o imposto específico, face à proposta do OE 2016, aumentará de 1,76 euros para 1,82 euros. Já o elemento sobre o valor do tabaco deverá manter-se nos 0,28 cêntimos. Tudo somado, o acréscimo de tributação será de cinco cêntimos (de 2,04 euros para 2,09 euros).

A este valor ainda acresce a aplicação do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado), pelo que o total dos impostos sobre este maço de cigarros atingirá 2,95 euros em 2016 face aos 2,89 euros de 2015. Ou seja, o maço de cigarros que custava 4,52 euros em 2015 passará para cerca de 4,59 euros em 2016, um aumento de sete cêntimos ou de 1,4%.

Além do aumento do preço, a estampilha de selagem do tabaco deixa de ser vermelha, como tinha sido definida em julho de 2015, para ser de cor verde.

Segundo a mesma consultora, o aumento para o tabaco de enrolar também deverá ser de cerca de 1,4%.

Especialista diz
O presidente do Congresso de Pneumologia do Centro, Carlos Robalo Cordeiro, disse que a região está bem posicionada ao nível...

O especialista, diretor interino do serviço de pneumologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), salientou que, ao nível da tuberculose, a região tem uma taxa de incidência abaixo da média nacional, que é de 19 casos por 100 mil habitantes.

"Desde 2015 que Portugal foi declarado um país de baixa incidência, mas na região de Coimbra a taxa é inferior à média nacional, com 10 a 12 casos anuais", referiu o médico à agência Lusa, considerando tratar-se do "melhor indicador nacional".

No entanto, Carlos Robalo Cordeiro lamentou o "desinvestimento" verificado na especialidade, nomeadamente ao nível de equipamentos e de recursos humanos no serviço que dirige, associando-o à débil situação económica do país, que foi alvo de um "resgate financeiro" por parte da 'troika'.

"A renovação dos equipamentos e a sua atualização é o nosso maior desafio, porque é uma situação que se reflete a todos os níveis, desde os atrasos nos exames complementares de apoio como no aumento de dias de internamento", exemplificou o pneumologista.

A falta de recursos humanos, médicos e enfermeiros, também preocupa o especialista, que prevê uma agudização da situação com o retorno às 35 horas de trabalho semanal.

Carlos Robalo Cordeiro falava a propósito do sétimo Congresso de Pneumologia da Região Centro, que se realiza na quinta-feira e sexta-feira em Coimbra, com a participação de 300 médicos especialistas.

O congresso, que se realiza de dois em dois anos em Coimbra e roda nos outros anos por diversas cidades da região Centro, vai discutir novas capacidades diagnósticas e novidades terapêuticas e abordar temas como patologia respiratória no idoso, nomeadamente as particularidades do diagnóstico e os limites da terapêutica.

Outros dos temas fortes da iniciativa passam pela discussão da reabilitação pulmonar, as competências em pneumologia ou os conflitos de interesse e a abordagem da nova imagiologia respiratória na perspetiva da medicina nuclear, da eco-endoscopia e da intervenção.

O congresso, que tem a particularidade de discutir os temas com base em casos clínicos tratados nos respetivos serviços hospitalares, assinala nesta edição as 40.ª Jornadas de Atualização Pneumológica, que estiveram na sua origem e são a mais antiga ação pós-graduada regular de toda a Universidade de Coimbra, segundo Carlos Robalo Cordeiro.

"As jornadas sempre foram uma janela aberta para fora do país, com grande internacionalização e atualização de temas importantes com grandes nomes", sublinhou o médico, referindo que "não existe nenhum outro evento com tanta regularidade".

Novo estudo abre portas a terapias hormonais contra a doença
Por ocasião do Dia Mundial da Esclerose Sistémica, que se celebra a 29 de junho, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia destaca...

Os resultados de um estudo, apresentado este mês no Congresso Anual da Liga Europeia contra as Doenças Reumáticas (EULAR 2016), demonstraram, pela primeira vez, o efeito benéfico dos estrogénios em modelos experimentais de pele com fibrose, representativos da esclerose sistémica. Estes resultados podem explicar uma maior incidência da esclerose sistémica em mulheres após a menopausa, uma maior gravidade entre homens e criam a possibilidade de serem desenvolvidas terapias hormonais para esta doença difícil de tratar1.

A esclerose sistémica (também reconhecida como esclerodermia) é uma doença auto-imune que envolve vários órgãos, afetando sobretudo mulheres (num rácio face aos homens de 9 para 1)2. O espessamento da pele é uma das caraterísticas da doença: a produção excessiva de proteínas como o colagénio pelos fibroblastos resulta no endurecimento da pele3.

O envolvimento da pele pode ser limitado à face e às extremidades mas em alguns doentes a extensão da doença pode ser maior e com progressão rápida envolvendo órgãos internos, também com fibrose. A extensão de pele envolvida no caso da esclerose sistémica correlaciona-se inversamente com a sobrevivência e é considerada como um marcador válido para avaliar a gravidade da doença3. Atualmente, não existe medicação que trate todas as manifestações da doença mas há medicamentos com eficácia e estão em curso vários ensaios clínicos com novos fármacos promissores, tanto ao nível da pele como do pulmão.

Dado as claras evidências de diferença entre sexos na esclerose sistémica, os especialistas envolvidos no estudo decidiram avaliar se bloquear a ação dos estrogénios (hormonas femininas cuja produção diminui na menopausa) tem impacto no desenvolvimento ou vulnerabilidade à doença. 

Em modelos de doença avaliou-se a diferença entre ter estrogénios e estimular a sua produção ou bloqueá-los geneticamente ou com determinados fármacos, verificando-se que o bloqueio destas hormonas femininas podem agravar a fibrose.

Assim confirmando-se o potencial efeito protetor dos estrogénios na fibrose da pele em modelos experimentais representativos de esclerose sistémica abre-se mais uma linha de investigação na terapêutica desta doença.

Em http://worldsclerodermaday.org é possível ver como por todo o mundo está a ser celebrado o Dia Mundial da Esclerose Sistémica, que atinge em Portugal mais de três mil pessoas.

Muito debilitante, a esclerose sistémica é uma doença crónica que se carateriza sobretudo pelo endurecimento e/ou espessamento da pele, a que se chama fibrose, mas que também pode envolver outros órgãos, como os pulmões, o intestino, os rins e o coração. Para sensibilizar para a doença, foi lançado o vídeo “De mãos dados para um futuro melhor”:

Referências

1EULAR 2016; London: Abstract OP0304
2Gabrielli A, Avvedimento EV, Krieg T: Scleroderma. N Engl J Med. 2009, 360: 1989-2003
3Krieg T, Takehara K: Skin disease: a cardinal feature of systemic sclerosis. Rheumatology (Oxford). 2009, 48: iii14-iii18.

Receitas médicas
Médicos impedidos de prescrever receitas, utentes que não conseguem levantar medicamentos nas farmácias, cartões esquecidos nos...

Há conhecimento de casos de utentes que não puderam ter acesso aos seus fármacos, pois os médicos não tinham disponível o seu cartão do cidadão com assinatura digital qualificada ativada, nem o cartão da Ordem dos Médicos com chip, com os quais podem passar receitas.

Nestes casos – considerados de exceção – os médicos podem recorrer ao papel, mas em alguns casos, os médicos não tinham disponíveis receitas em papel e os utentes ficaram sem as suas receitas.

Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) classificaram de “residuais” as dificuldades neste processo que visa acabar com as receitas em papel.

O coordenador da receita médica sem papel dos SPMS, António Alexandre, disse ter tido conhecimento de “dificuldades momentâneas e que, entretanto, foram imediatamente corrigidas”.

Fonte oficial da Ordem dos Médicos disse ter conhecimento de “várias dificuldades de prescrição que decorrem dos prazos irrealistas colocados pela SPMS e cujas consequências são da sua exclusiva responsabilidade”.

“Há situações que têm sido relatadas à Ordem dos Médicos em que o médico prescreve na Prescrição Eletrónica Médica (PEM), o doente recebe a mensagem no seu telemóvel e, uma vez na farmácia, não consegue a dispensa do fármaco, porque não se faz o reconhecimento dos respetivos códigos, nomeadamente em fármacos comparticipados a 100%”, adiantou a mesma fonte.

A Ordem dos Médicos aconselha “menos pressa e mais cuidado” e refere que já emitiu cerca de 36 mil cédulas com chip, o que corresponde a aproximadamente 75% dos médicos inscritos.

Outra situação relatada pela Ordem é a perda de cartões que “ficam esquecidos nos computadores, nomeadamente nos serviços de urgência, o que tem criado dificuldades adicionais de prescrição”.

Para a Ordem, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem de ter condições para permitir a prescrição médica em quaisquer circunstâncias. É admissível que um médico a quem roubem a carteira fique impedido de prescrever no SNS”.

“A Ordem faculta por iniciativa própria e com espírito de colaboração um meio de prescrição desmaterializada, como é o cartão da Ordem dos Médicos, mas é o SNS que tem a obrigação de garantir as condições de prescrição, visto que a prescrição médica é um direito dos utentes”, adiantou a mesma fonte.

Este organismo considera que poderia ter sido adotada outra solução, como o controlo biométrico, “pois o dedo não se perde em lugar nenhum e a impressão digital não permite falsificações”.

Os SPMS mantêm a meta de, até ao final deste mês, 80 por cento das receitas prescritas já não usarem papel.

A prescrição eletrónica é obrigatória no SNS desde o dia 01 de abril.

Helena Roseta
A presidente da Assembleia Municipal de Lisboa afirmou que o ministro da Saúde se comprometeu a que o Hospital Dona Estefânia...

Esta posição foi transmitida a Helena Roseta por Adalberto Campos Fernandes, numa reunião que aconteceu "há relativamente pouco tempo" e a pedido da presidente da Assembleia Municipal de Lisboa (AML).

O futuro Centro Hospitalar de Lisboa Oriental acolherá os atuais hospitais de São José, Santa Marta, Curry Cabral, Capuchos, Maternidade Alfredo da Costa e Dona Estefânia.

O "compromisso do Ministério da Saúde [vai] no sentido de defender intransigentemente que o espaço onde está o Hospital Dona Estefânia será sempre um espaço dedicado às crianças e à saúde das crianças", afirmou Helena Roseta na reunião plenária.

"Foi-me confirmado pelo senhor ministro da Saúde que a intenção do Ministério relativamente a esta matéria é, em primeiro lugar, inscrever no Orçamento [de Estado] de 2017 verbas para arrancar com o processo do Hospital Oriental de Lisboa e manter o Hospital Dona Estefânia em funcionamento enquanto o Hospital Oriental não existir", acrescentou.

Na quarta-feira o ministro foi ouvido na Comissão Parlamentar da Saúde, onde se defendeu das críticas nos últimos anos foram ouvidas contra a integração do Dona Estefânia no novo hospital, afirmando que a autonomia pediátrica está salvaguardada no plano funcional da unidade de saúde, que deverá ser conhecido em breve.

Helena Roseta indicou também que o ministro lhe transmitiu estar a "estudar a possibilidade de o futuro hospital pediátrico ser autónomo mas próximo de um hospital central", possivelmente o Hospital Oriental, dado que "há necessidade de complementaridade de serviços prestados às crianças".

Na sessão de ontem, os deputados municipais aprovaram por unanimidade uma recomendação do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) que visa a restituição do Monumento ao Calceteiro ao espaço público, quase dez anos depois de ter sido retirado.

Este monumento composto por duas estátuas em bronze, representando um calceteiro e um ajudante, e foi inaugurado em dezembro de 2006, na Rua da Vitória, entre a Rua da Prata e a Rua dos Douradores, frente à Igreja de S. Nicolau.

Cerca de um mês depois da inauguração, o monumento foi vandalizado, tendo sido recolhido pelos serviços do município para ser recuperado.

Outra recomendação do PEV que mereceu votação unânime prevê que o município faça um "estudo técnico sobre a viabilidade de colocação de painéis solares na Casa dos Animais de Lisboa, de modo a permitir a redução dos consumos energéticos" e promova "a sua instalação nos diversos edifícios municipais".

A mesma votação mereceu a recomendação do Partido Comunista para que o executivo de maioria socialista "envide esforços para a manutenção das árvores previstas no projeto de requalificação do Eixo Central" da cidade.

Os comunistas pediam também a "elaboração do relatório fitossanitário", cujos resultados deviam ser comunicados à AML, mas este ponto do texto foi aprovado por maioria, merecendo a abstenção do Partido Socialista.

ONU pede
A Organização das Nações Unidas pediu que os países invistam mais na investigação da contaminação de alimentos através da...

Sarah Cahill, especialista da Organização das Nações Unidas (ONU) para Alimentação e Agricultura (FAO) disse em Roma que a técnica de Sequenciação Total do Genoma (WGS, na sigla em inglês) permite entender melhor o funcionamento das bactérias, vírus ou parasitas que provocam muitas intoxicações alimentares.

A sequenciação de genoma permite identificar alterações no código genético (ADN), caracterizar geneticamente o microorganismo infecioso e levar à identificação de cadeias de transmissão e de fontes de contaminação, pelo que, segundo Sarah Cahill, é mais adequada do que outras técnicas moleculares.

Cahill admitiu, no entanto, que há países que carecem de meios para aplicar essa tecnologia avançada, que produz grandes quantidades de dados para interpretação.

A FAO e a Organização Mundial da Saúde (OMS) foram coautoras de uma publicação técnica que indicava que a WGS pode contribuir para melhorar a gestão alimentar e garantir o bom estado dos produtos alimentares, mas não é suficiente.

As agências da ONU consideram que os dados obtidos em laboratório devem ser interpretados em combinação com outros resultados e não substituem as boas práticas da agricultura, da indústria, da higiene alimentar ou dos sistemas de vigilância da saúde pública.

Também uma responsável da OMS, Amy Cawthtrone insistiu na necessidade de apoiar os países em desenvolvimento no reforço dos sistemas de vigilância, o que implica fortalecer as suas capacidades laboratoriais e apostar na investigação conjunta com especialistas em estatística e epidemiologia.

Estudo
Experiências com dois tipos de vacinas diferentes mostraram-se eficazes na proteção de ratos infetados com o vírus Zika, um...

De acordo com um artigo publicado na página na Internet da prestigiada revista científica, as experiências mostraram que duas imunizações – uma delas com a inoculação de uma vacina produzida através de ADN e outra com a inoculação de uma vacina feita a partir da purificação de uma forma do vírus – resultaram numa completa proteção de ratos infetados com uma estirpe isolada do vírus Zika do nordeste do Brasil.

Os animais inoculados produziram anticorpos que reconheceram proteínas específicas do vírus e desenvolveram a proteção para o nível dos anticorpos desenvolvidos, de acordo uma equipa de cientistas norte-americana, liderada por Dan Barouch, professor no Center for Virology and Vaccine Research no Beth Israel Deaconess Medical Center da Harvard Medical School.

As experiências com modelos de ratos justificam algum cuidado com eventuais extrapolações sobre a eficácia da mesma abordagem em humanos, mas os resultados obtidos oferecem esperança no sentido da descoberta de uma solução para a prevenção da doença através de uma vacina segura e eficiente.

A infeção com o vírus Zika pode provocar problemas neuronais, incluindo a microcefalia, tendo levado a Organização Mundial de Saúde a declará-la uma emergência de saúde pública a nível global.

O desenvolvimento de uma vacina segura contra o vírus Zika é uma prioridade, mas há ainda um muito pouco conhecimento sobre os processos relacionados com a imunologia do vírus.

Direção-Geral da Saúde
A incidência da bactéria 'Staphylococcus aureus' resistente ao antibiótico meticilina (MRSA) diminuiu em 2015, embora...

Francisco George falava durante uma mesa-redonda sobre infeções associadas aos cuidados de saúde, no âmbito das conferências da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) “Saber investir, saber inovar”.

A atividade desta bactéria em Portugal, responsável por muitas infeções em meio hospitalar, preocupa as autoridades de saúde.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), a incidência deste agente resistente aumentou de 45,5 para 54,6 por cento, entre 2003 e 2011.

O diretor geral da Saúde anunciou que esta percentagem baixou para 46% em 2015. Ainda assim, um valor preocupante.

Segundo o Relatório Global sobre a Vigilância da Resistência aos Antimicrobianos – 2015, verificou-se nesse ano uma redução das taxas de resistência em alguns microrganismos multirresistentes, como a MRSA.

A forma como as unidades de saúde combatem as infeções hospitalares não é uniforme. No debate, alguns responsáveis mostraram diferentes maneiras de tratar o problema.

No Hospital São João, no Porto, cerca de 40 por cento dos doentes que dão entrada na urgência têm fatores de risco para rastreio à presença de agentes que causam infeções hospitalares, segundo o coordenador da Unidade de prevenção e controlo de infeção e de resistências aos antimicrobianos do Centro Hospitalar de São João.

Carlos Alves explicou que a política do hospital é colocar estes doentes em isolamento, embora tal represente um custo acrescido para a instituição e um certo desconforto para os doentes.

No Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, são rastreados todos os doentes que estiveram institucionalizados, são oriundos de lares, foram recentemente operados ou fazem hemodiálise, segundo o coordenador do Grupo de coordenação local do plano de prevenção e controlo de infeção e de resistências aos antimicrobianos desta unidade de saúde.

Carlos Palos disse que o objetivo é “os doentes irem para o sítio certo quando deixarem o serviço de urgência”.

A Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos recorre a testes rápidos à presença de determinados agentes em doentes de risco, como os provenientes de lares, de outros hospitais ou que façam hemodiálise.

Valquíria Alves, membro da Comissão de prevenção e controlo de infeção e de resistências aos antimicrobianos desta ULS, a possibilidade deste teste, que garante resultados em duas horas, melhorou significativamente as taxas de infeção.

Consoante o resultado, o doente será, ou não, colocado em precaução, adiantou.

Relatório das Nações Unidas
Cerca de 95% da população urbana da União Europeia está exposta a níveis de poluição do ar acima dos recomendados pela...

Peritos do Programa da ONU para o Ambiente (UNEP, na sigla inglesa) estiveram em Lisboa para apresentar e debater o relatório da 6.ª Avaliação “Global Environmental Outlook GEO – 6”, avaliações que se realizam periodicamente desde 1995 e produzem análises do estado do ambiente abrangentes.

Diana Mangalagiu, uma das responsáveis pela avaliação, destacou que a poluição do ar se assume como um dos maiores riscos à saúde na região pan-europeia, que foi visada por este relatório.

Cerca de 95% da população urbana na União Europeia está exposta a níveis de poluição acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde e 87% estão expostos a partículas inaláveis que excedem as recomendações (as partículas inaláveis constituem um dos poluentes atmosféricos mais graves em termos de saúde pública).

Cerca de 600 mil mortes prematuras são provocadas na região devido à poluição: 500 mil pela poluição do ar exterior e cerca de 100 mil ficam a dever-se à qualidade do ar interior.

Para Diana Mangalagiu estes dados mostram que a poluição do ar contribui para que os orçamentos de estado na área da saúde estejam sobrecarregados.

Aliás, os peritos estimam que os custos com os problemas de saúde ligados à falta de qualidade do ar possam atingir os 940 mil milhões de euros, por ano, só na União Europeia.

Outro dos destaques da avaliação aponta para a duplicação da produção de químicos na última década, havendo ainda expetativa de que o crescimento continue.

Também é evidente o aumento de produção de resíduos elétricos e eletrónicos: de nove milhões de toneladas em 2005, estima-se que em 2020 a União Europeia passe a produzir 12 milhões de toneladas.

Segundo a avaliação das Nações Unidas, a perda de biodiversidade e a degradação dos ecossistemas continua na região pan-europeia, sendo causada principalmente intensificação agrícola, urbanização e alterações na utilização do uso dos solos.

O declínio da biodiversidade é particularmente elevado na Europa Ocidental e Oriental, com taxas mais baixas na Europa Central, na Rússia e nos países da Ásia Central.

Todos os dias, os países da União Europeia perdem 275 hectares de terras agrícolas para a impermeabilização do solo e para a ocupação de terras.

Infarmed
Já se encontra disponível em Portugal uma vacina BCG de um fabricante japonês.

A única vacina licenciada em Portugal, e destinada à prevenção da tuberculose, tem estado indisponível e sem alternativa. Neste sentido, o Infarmed já concedeu uma autorização de utilização excecional à Direção-Geral da Saúde para uma vacina oriunda de um laboratório japonês.

Atendendo a que esta vacina dispõe de uma estirpe distinta da que era anteriormente administrada no âmbito do Programa Nacional de Vacinação, o Infarmed recomenda que os médicos, farmacêuticos e enfermeiros estejam especialmente atentos a eventuais reações adversas a esta vacina, à semelhança do que sucede com todos os novos medicamentos.

A comunicação das reações adversas decorrentes desta vacina deve ser feita através do Portal RAM ou da Ficha de notificação para profissionais de saúde, para o Infarmed ou para as Unidades de Farmacovigilância. Sugere-se que os utentes e familiares de crianças que vão receber esta vacina notifiquem de igual forma estes efeitos.

Adalberto Campos Fernandes
O ministro da Saúde defendeu que a ação do Serviço Nacional de Saúde deve ir mais longe, sendo capaz de fazer "mais coisas...

Na cerimónia de inauguração da Unidade de Ambulatório do Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), Adalberto Campos Fernandes admitiu que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é "um dos melhores exemplos" de realização do Estado social, "hoje reconhecido em Portugal e na Europa".

Mas, partindo do caso de Leiria, "um dos melhores exemplos de organização dos cuidados de gestão hospitalar do país", o ministro da Saúde admitiu que o SNS deve ir mais longe.

"Estamos a viver tempos muito difíceis. Não apenas na governação. Também na governação dos hospitais e instituições. Torna-se por isso muito mais exigente aquilo que cada um faz. Face à escassez de recursos, temos de investir mais no SNS. Temos de pôr o SNS a fazer mais coisas, internalizando mais atividade, sendo capaz de responder por aquilo que são as necessidades dos portugueses".

No contexto em que o país vive, "em que a Europa dá sinais de grande preocupação, todos têm de ser mais exigentes e rigorosos", alertou o ministro, lembrando que "para fazer bem não é preciso inventar. Recomendo muitas vezes apenas que se copie. Copiar, replicar boas práticas".

"O CHL, consistentemente ao longo dos últimos anos, tem sido aquilo que é um bom exemplo de gestão parcimoniosa, baseada na ideia de que os recursos são escassos. E mesmo quando o país cresce e tem maior folga, eles são sempre escassos", sublinhou.

A abertura da Unidade de Ambulatório do Serviço de Pneumologia do CHL mostra, para Adalberto Campos Fernandes, "que com poucos recursos mas com boas ideias e bons líderes é possível fazer mais e melhor por esta região, que não se esgota no concelho de Leiria. É uma região ampla que deseja que o hospital de Leiria seja um hospital de referência".

Dirigindo-se ao presidente do Conselho de Administração do CHL, Helder Roque, o ministro pediu que o hospital "ajude a fazer um SNS sem muros, sem limitações e sem barreiras".

"Ajude-nos a fazer do CHL uma resposta vigorosa e ainda mais competente àquilo que são as necessidades dos portugueses e suas expectativas", concluiu.

A unidade hoje inaugurada custou 680 mil euros, garantidos em autofinanciamento, e destaca-se por permitir ao utente realizar todo o percurso da especialidade de pneumologia. Conta para isso com áreas dedicadas à consulta externa, exames complementares de diagnóstico, terapêutica e hospital de dia.

Depois da inauguração no CHL, o ministro da Saúde preside, à tarde, à inauguração do novo Centro de Saúde de Pombal.

Estudo
Cientistas espanhóis demonstraram que as meninas recém-nascidas apresentam cientificamente uma maior defesa antioxidante e...

As meninas apresentam também maiores atividades enzimáticas antioxidantes, desmon cientificamente a teoria do “sexo fraco', segundo um estudo da Universidade e Hospital San Cecilio de Granada.

As mães que dão à luz meninas apresentam uma maior defesa antioxidante no seu organismo e menos danos nas principais biomoléculas - em comparação com as que dão à luz meninos -, sofrendo ainda um menor processo inflamatório durante o parto.

Em resumo, o parto de uma menina é menos agressivo para a mãe do que o de um menino, segundo os investigadores, que dizem que até à data não existiam estudos deste tipo, dado que todos os que estão disponíveis avaliavam apenas o stress oxidativo e a inflamação em adultos.

Trata-se do primeiro estudo que avalia o stress induzido nas mães e nos bebés na etapa perinatal.

Neste trabalho multidisciplinar demonstrou-se que as meninas recém-nascidas e as suas mães enfrentam de maneira mais eficaz a agressão do parto em comparação com os meninos e as suas mães, e revela uma clara associação entre o género do bebé, o processo oxidativo e a sinalização inflamatória.

Segundo os investigadores principais deste trabalho, Julio José Ochoa Herrera e Javier Díaz Castro, do departamento de Fisiologia da Universidade de Granada, abre-se assim um campo de investigação que se centra no sexo do bebé como fator de risco para várias alterações funcionais, “com importantes repercussões na esperança de vida e desenvolvimento de patologias na sua vida futura”.

Para levar a cabo esta investigação, os cientistas trabalharam com um universo de 56 mulheres saudáveis e grávidas, das quais 27 deram à luz meninos e 29 tiveram meninas no Hospital Clínico de Granada.

Depois do parto, os investigadores obtiveram mostras de sangue da veia e da artéria do cordão umbilical e do bebé, que analisaram.

De acordo com os resultados obtidos, as meninas enfrentam melhor o stress oxidativo e as inflamações, já que possuem uns sistemas enzimáticos mais maduros no momento do nascimento, limitando os dano nas células e melhorando o seu metabolismo celular.

 

“Por isso, o sexo do bebé é um fator que não só condiciona o processo do parto, mas também influencia o desenvolvimento de patologias futuras”, explicaram os investigadores.

Hospital de Penafiel
A família de uma jovem que morreu com um tumor cerebral alegadamente não diagnosticado nas onze vezes que se terá deslocado à...

Em declarações, a advogada da família, Filomena Pereira, não quis especificar o montante da indemnização por, em simultâneo, estar a decorrer um inquérito-crime alusivo ao caso no Ministério Público junto da Comarca de Porto-Este.

Segundo Filomena Pereira, a ação para reclamar a indemnização deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel em a 26 de abril, estando agora a correr os seus trâmites.

Foram solicitados esclarecimentos sobre este caso ao Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, mas até ao momento não se obteve resposta.

O caso, hoje revelado pelo Jornal de Notícias (JN), refere que, durante três anos, uma jovem, de Recarei, Paredes, deu entrada 11 vezes no serviço de urgência do Hospital Padre Américo, em Penafiel, e que “em todas as ocasiões, os médicos apresentaram o mesmo diagnóstico: estado de ansiedade”.

Sara Moreira, 19 anos, acabou por morrer, dois dias depois da última passagem pelo hospital. A autópsia revelou um tumor com 1,670 quilogramas alojado na cabeça.

“Apesar de a rapariga vomitar, ter perdas de consciência e não controlar a urina, nunca a submeteram a uma tomografia axial computorizada (TAC) ou ressonância magnética”, acrescenta o JN.

Os pais de Sara Moreira alegam que houve negligência médica, numa ação administrativa para efetivação de responsabilidade civil extracontratual contra o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), ao qual pertence o Hospital Padre Américo.

No processo, os pais da jovem defendem que o diagnóstico da neoplasia ficou comprometido porque o hospital nunca submeteu a rapariga a uma tomografia axial computorizada (TAC) ou a uma ressonância magnética.

“Uma TAC permitiria o diagnóstico correto, atempado, praticamente sem qualquer margem de incerteza”, argumentam, os advogados, considerando ainda que “os médicos não atuaram com a diligência que lhes era imposta, agindo deste modo com culpa”.

No processo lê-se ainda que “os errados diagnósticos, a não utilização de meios complementares de diagnóstico em imagiologia e a omissão de tratamento adequados são de considerar causas do dano sofrido, a morte, pois que a evolução da neoplasia podia ter sido evitada com o tratamento adequado”.

Serviço Nacional de Saúde
Utentes vão ter novas aplicações móveis com toda a informação sobre o Serviço Nacional de Saúde e os seus dados clínicos....

Ter toda a informação sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) literalmente na mão ou no bolso vai ser possível em breve com as novas aplicações para telemóveis que os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) conceberam. A My SNS, assim se chama a aplicação para smartphone que disponibiliza informação geral sobre os serviços públicos, vai ser lançada este Verão numa primeira versão e pode integrar a “carteira eletrónica de saúde” — outra aplicação que vai permitir guardar informações clínicas do próprio utente, desde a lista de alergias, contactos em caso de urgência, receitas médicas e guias de tratamento, boletim de vacinas e testamento vital.

Na prática, o que a My SNS faz é a portabilização da informação já disponível na área do cidadão do Portal do SNS. Depois de ter desenvolvido a sua primeira — e até agora única — aplicação móvel, que permite consultar os tempos de espera nas unidades públicas, a SPMS avança agora com esta app cuja primeira versão será descarregada para teste já em Julho e se prevê esteja a funcionar em pleno em Setembro. “Vai ser um processo gradual”, explicou ao jornal Público Henrique Martins, presidente da SPMS.

Até ao final do ano, o cidadão passará ainda a ter informação sobre os benefícios e custos do SNS, ou seja, toda a despesa suportada pelo Estado com os seus internamentos, consultas e medicamentos. “É uma forma de responsabilizar as pessoas, de motivá-las para o uso racional dos serviços”, enfatiza Henrique Martins. Esta funcionalidade já se encontra em fase piloto no Algarve, nos cuidados de saúde primários.

Estas inovações são apenas um dos muitos temas em destaque na semana internacional dedicada ao e-health, que começou nesta segunda-feira e termina na sexta, na FIL, em Lisboa. Especialistas nacionais e estrangeiros debatem a telemedicina, a literacia em saúde e a segurança dos dados de saúde.

Direito a ser esquecido
Nos aspetos legais da partilha da informação, há muita coisa que vai mudar, sublinha Henrique Martins. O novo regulamento de dados pessoais prevê que o chamado “direito a ser esquecido” passe a ser obrigatório nas entidades públicas. Como vai funcionar? Imagine que está registado no Portal do SNS e que pretende que os seus dados sejam retirados. As entidades públicas vão ser obrigadas a apagar os registos, à exceção dos que estiverem envolvidos em processos-crime, sintetiza o presidente da SPMS, que lembra que a nova legislação entra em vigor em Maio de 2018.

Outra questão, a da regulamentação das aplicações em saúde, vai ser igualmente analisada. No “livro verde” sobre mobile health concluía-se que cerca de 80% das mais de 100 mil apps então existentes eram pouco úteis. Portugal está integrado num subgrupo de países para avaliação e regulação das aplicações. “Discutir como as apps podem contribuir e não ser um desgoverno. Neste momento, é a selva”, descreve Henrique Martins.

A prescrição eletrónica também vai estar em foco. Neste momento, cerca de nove mil médicos, quase metade dos prescritores regulares no SNS, já receitam desta forma. “Entram entre 200 a 300 médicos por dia”, diz Henrique Martins, que lembra que se passou de 1%, em Fevereiro, para mais de 50%. Atualmente, nota, "já estamos a poupar pelo menos 1,5 milhões de folhas A4 por mês".

Outro tema é a aposta na telemedicina, que permitiu já, no Algarve, a redução em 20 dias do tempo de espera para uma consulta na especialidade de dermatologia. Nesta região, onde só existe um dermatologista, mais de metade dos doentes são referenciados pelos médicos de família, primeiro para teledermatologia (rastreio) e mais tarde, se necessário, para uma consulta presencial. Mas há mais experiências em curso, como o uso da telemedicina na via verde do AVC (acidente vascular cerebral), na zona Centro, ou o recurso à telemedicina na população reclusa.

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