Alimentos indispensáveis para o Verão
O tempo quente e os dias de sol convidam a passar mais tempo ao ar livre - idas à praia, jogos ao a

Apesar da exposição solar adequada ser essencial para a síntese de Vitamina D, se não tivermos os devidos cuidados, as agressões dos raios solares podem ser responsáveis por causar inúmeros malefícios à nossa saúde. Devemos por isso,  proteger a nossa pele com um fator de proteção solar adequado (e não há nada que substituía esta proteção!), manter-nos hidratatos e escolher os alimentos certos para assegurar uma proteção extra!

Hortofrutícolas de cor laranja e vermelho - as frutas e legumes com cores alaranjadas e vermelhas são normalmente muito ricas em vitaminas em antioxidantes que protegem a nossa pele dos efeitos dos raios solares.

Por exemplo, o tomate é uma ótima fonte de licopeno, um poderoso antioxidante conhecido pela sua capacidade de proteger as células dos efeitos nocivos dos radicais livres. Desta forma, o tomate é um excelente aliado na prevenção contra certos tipos de cancro e contra o envelhecimento precoce da pele.

Das frutas avermelhadas, a melancia e o morango, pobres em calorias e muito ricas em água, contribuem para uma melhor hidratação do organismo. Além disso, a vitamina C, presente nestes frutos (e no kiwi e citrinos), além da função antioxidante -com um efeito protector contra os efeitos dos raios UV -, desempenha um papel crucial na formação do colagénio – substância essencial para a elasticidade e firmeza da pele.

Dentro dos laranjas, destaca-se a cenoura, nomeadamente o betacaroteno - um carotenoide com ação antioxidante - que estimula a produção de melanina. O caroteno e a luteína (presentes na cenoura) promovem um bronzeado mais duradouro. Junte a cenoura ralada nas saladas, para enriquecer as sandes ou opte pelos palitos de cenoura crua para roer e petiscar entre refeições.

Os flavonóides presentes no chocolate preto parecem melhorar a capacidade da pele se proteger contra alguns dos efeitos negativos do sol que causam danos à pele, nomeadamente das queimaduras. Para além disso, os flavonóides têm também a capacidade de aumentar a micro circulação e a oxigenação da derme – a camada intermédia da pele. Desta forma, com moderação, três cubos de chocolate com um teor superior a 70% de cacau podem ser um snack guloso e saudável.

Alguns estudos indicam que o chá verde parece diminuir o desenvolvimento das células cancerígenas, uma vez que limita o fornecimento de sangue a estas células.

O ómega 3 é um ácido gordo essencial que encontramos, por exemplo no salmão. Este ácido gordo tem um efeito anti-inflamatório, o que quer dizer que diminui a sensibilidade da pele ao sol. Além disso, parece contribuir para uma melhor absorção do betacaroteno.

O salmão é muito versátil e pode ser incluído numa sandes para levar para a praia ou adicionado a uma salada leve e variada para o jantar.

Os legumes a privilegiar nas saladas e para acompanhar o pato principal devem ser os de folha verde escura, como os espinafres e os legumes da família das crucíferas, como os brócolos e a couve-flor.

Os espinafres são uma excelente fonte de antioxidantes, polifenóis e carotenos, as substâncias capazes de aumentar a proteção de pele face aos efeitos dos raios solares, prevenindo as manchas e o fotoenvelhecimento da pele.

Sulforafano, substância presente nos brócolos, na couve-flor e repolho enriquecem o poder antioxidante destes legumes. Contudo, o efeito dos sulforanos diminui quando os legumes são cozinhados, desta forma uma boa maneira de preservar as propriedades nutricionais das crucíferas é cozê-las brevemente e a vapor.

As oleaginosas ou frutos secos, como as nozes, amêndoas e avelãs, são ricas em vitamina E, um antioxidante responsável por auxiliar a retardar o processo de envelhecimento precoce e que complementa a ação da vitamina C. Por este motivo, os frutos secos são um snack muito prático e energético para os dias de verão.

Saiba mais em: https://amesacomcatarinaoliveira.wordpress.com/

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
A anorexia nervosa, que afeta sobretudo as adolescentes, não se explica pelo medo de engordar, mas antes pelo prazer de...

Esta patologia rara, de componente genética, predomina nas raparigas – a proporção é de nove raparigas para um rapaz – e atinge entre 0,2% e 0,5% da população, com um pico dos 13 aos 25 anos, segundo Philip Gorwood, chefe de serviço do hospital de Saint-Anne, em Paris.

Muito menos frequente que a bulimia (há cinco bulímicos por cada anoréxico), a anorexia tem a mais elevada taxa de mortalidade por suicídio de todas as patologias mentais (como a bipolaridade ou a esquizofrenia), segundo o especialista que dirigiu o estudo publicado na revista especializada Translational Psychiatry.

“Estamos muito desprevenidos ao nível terapêutico, e nenhum país tem um medicamento com uma AMM (autorização de venda ao público) para a anorexia”, observou, referindo que só há “verdadeiras remissões num terço dos casos”.

A anorexia tem uma forte componente hereditária (70%), segundo estudos anteriores, nomeadamente nos graus de parentesco diretos e nos gémeos.

Contudo, “não existe um gene da anorexia, mas genes de vulnerabilidade” em relação a este distúrbio, sublinha Gorwood.

O diagnóstico deste distúrbio do comportamento alimentar assenta habitualmente em três critérios internacionais: a presença de uma restrição alimentar que conduz à perda de peso, uma perceção distorcida do peso e do corpo e um medo intenso de engordar, de acordo com o manual da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-5).

Todavia, os investigadores que defendem que o distúrbio é mais uma dependência que uma fobia, quiseram aprofundar essa pista aberta através de trabalhos recentes que apontam um desregulamento do “circuito da recompensa” observado nas dependências.

Os investigadores analisaram, então, as reações espontâneas de 70 mulheres doentes e de 20 saudáveis ao apresentarem-lhes imagens de pessoas com diferentes pesos, utilizando um teste que mede o nível de sudação da pele.

A emoção provocada por algumas imagens desencadeia, de facto, um aumento rápido e automático da transpiração.

Nestas doentes, de pesos variados e apresentando diversos níveis de gravidade da doença, a visão das imagens de mulheres de peso normal ou excesso de peso provocou uma reação comparável à dos sujeitos sãos.

Em contrapartida, perante imagens de magreza, as doentes tiveram reações emocionais positivas, ao passo que as mulheres saudáveis não tiveram uma reação particular.

Nas doentes com anorexia nervosa, o aumento de transpiração perante as imagens de magreza corporal poderá explicar-se com a presença de uma forma específica (chamada “alelo Met”) do gene, segundo a análise dos investigadores.

Esta “fortíssima probabilidade” de a anorexia ser “do domínio das dependências” deverá melhorar a adoção de algumas abordagens terapêuticas como, por exemplo, “a terapia com plena consciência”, defendeu Philip Gorwood.

Centro Hospitalar de Lisboa Central
As equipas de Obstetrícia e da Unidade de Neurocríticos do Centro Hospitalar de Lisboa Central realizaram hoje uma cesariana...

O bebé, do sexo masculino, "nasceu com 2,350 Kg, após uma gestação de 32 semanas, sem complicações durante e após o ato cirúrgico", segundo comunicado do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC).

De acordo com informação do CHLC, a gestação de 32 semanas é o período mais longo de sobrevivência de um feto em que a mãe está em morte cerebral registado em Portugal.

Fonte hospitalar disse à Lusa que o parto decorreu no Hospital de S. José em Lisboa e que a criança se encontra na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais da Maternidade Alfredo da Costa.

"A morte cerebral da mãe, S., de 37 anos, na sequência de uma hemorragia intracerebral, foi declarada no dia 20 de fevereiro, pelas 23h43", esclarece.

Segundo a nota de imprensa, a Especialidade de Obstetrícia avaliou a mãe, "S.", durante o período de gravidez, e considerou que o feto se encontrava "em aparente condição de saúde".

A Comissão de Ética e Direção Clínica do CHLC deu o seu parecer e, em conjunto com a decisão da família de S. e da família paterna da criança, acordaram manter a gravidez até às 32 semanas de maneira a garantir a viabilidade do feto.

"O Conselho de Administração procedeu à nomeação de um Conselho Científico para acompanhamento do processo, em cuja composição se integrou um representante da Ordem dos Médicos, um representante da Comissão de Ética, um obstetra e a equipa de intensivistas", adianta.

Estudo
A relação entre mãe e filho não é prejudicada com o diagnóstico de cancro de mama, aumentando até a proximidade, e o pai torna...

“Vivência do cancro da mama na relação mãe e filhos e no exercício do papel parental” é o nome do estudo científico realizado na Universidade do Porto (UP) a 17 famílias do Norte do país, no qual se concluiu que a relação parental “muda, a longo prazo, quando há cancro da mama nas mães”, mas muda para melhor.

Segundo Rita Tavares, psicóloga e autora do estudo da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UP, foram entrevistadas mães com cancro de mama diagnosticado há três anos e outras que receberam aquele diagnóstico há 13 anos. O que se verificou é que a notícia do cancro da mama foi um “acontecimento marcante”. Mas quando é ultrapassado, e as mães se conseguem distanciar, conseguem ver que aquela “vivência fez com que a relação mães e filhos melhorasse”.

As mães passam, por exemplo, a estar mais disponíveis para os seus filhos, porque como estão em tratamento acabam por ficar desempregadas ou estão de baixa médica.

Há outras mães que tentam manter ao máximo as rotinas, mesmo que isso as prejudique, como por exemplo ir levar os filhos à escola que envolve um grande esforço para continuar a ir.

Em algumas famílias, as crianças foram envolvidas no processo da própria doença, como por exemplo, fazerem os curativos às mães ou um caso em que uma mãe deixou que o filho se envolvesse quando teve de rapar o cabelo.

“O filho cortou-lhe o cabelo e depois ele também cortou”, conta Rita Tavares, referindo que as famílias também tentam aligeirar a vivência do cancro, usando muito o humor, como foi o caso de uma mãe que brincou com o filho quando o cabelo lhe estava a cair e lhe disse: “Desta vez podes puxar-me o cabelo, que a mãe não se zanga”.

No estudo qualitativo verificou-se também que na maioria das famílias, o pai, que não tem cancro, passa a ser “mais ativo na educação dos filhos do que era anteriormente”, avançou Rita Tavares, contudo não se podem generalizar estes comportamentos parentais, porque a amostra é reduzida.

O estudo, realizado entre maio e julho de 2015, revela também que neste período da descoberta de cancro, as mães preocupam-se muito com os seus filhos, principalmente quando são menores de idade, e os próprios filhos passam a preocupar-se mais com as mães.

“Quando estas mulheres recebem o diagnóstico do cancro da mama, focam-se muito nos seus filhos” e têm medo de que possam andar mais ansiosos, que possam andar mais deprimidos. Têm medo que o seu rendimento escolar possa diminuir, têm medo que possam não conseguir lidar com as exigências laborais, por estarem muito focados na mãe”, conta a psicóloga.

Segundo Rita Tavares, ser mãe é um “fator protetor para a vivência do cancro da mama”, porque, defende só o facto de serem mães faz com que elas sintam que têm uma maior motivação para “superar a doença”.

“Sentem que têm de estar cá por causa dos filhos. Têm de estar presentes no desenvolvimento deles”.

Os filhos, por seu lado, também acabam por ser uma fonte de “grande apoio”, tanto ao nível “mais instrumental”, como por exemplo nas tarefas de casa, mas também dão “muito apoio emocional”, designadamente quando as crianças são mais pequenas ficam muito afetivas com as mães, acabando por dar mais mimos.

O estudo foi realizado com famílias muito diversificadas, oriundas essencialmente do Norte de Portugal, designadamente de Espinho, Lousada, Porto, Santa Maria da Feira e todas as mulheres entrevistas viviam som os seus filhos em casa.

Associação Portuguesa dos Nutricionistas preocupada com
APN lança a campanha nacional “Uma porção de leguminosas por dia” para promover o consumo deste alimento junto dos portugueses,...

De acordo com os dados mais recentes, o consumo estimado de leguminosas em Portugal está abaixo do recomendado, alerta a Associação Portuguesa dos Nutricionistas (APN). Além disso, dados da Balança Alimentar Portuguesa de 2008-2012 revelam que a disponibilidade deste alimento corresponde apenas a 0,6%, quando a Roda dos Alimentos indica que deve fornecer ao dia alimentar cerca de 4%. Preocupada com a baixa presença deste alimento na alimentação dos portugueses, e no ano declarado pelas Nações Unidas como o Ano Internacional das Leguminosas, a APN lança a campanha “Uma porção de Leguminosas por dia”.

Com o objetivo assumido de fomentar o consumo de leguminosas entre os portugueses, a APN conta com o apoio de um grupo de chefes nacionais de renome que, mensalmente, vão apresentar receitas simples, tendo como ingrediente principal as leguminosas. Chefes como Kiko, José Avillez, Hélio Loureiro, Miguel Laffan, Filipa Gomes e Jorge Sousa vão disponibilizar a cada mês em http://www.apn.org.pt/ uma nova sugestão para enriquecer os menus dos portugueses. Também no site da APN está disponível um e-book sobre leguminosas com toda a informação sobre este grupo alimentar, com o título “Leguminosa a leguminosa, encha o seu prato de saúde”.

Segundo Célia Craveiro, Presidente da Direção da Associação Portuguesa dos Nutricionistas: “As leguminosas estavam muito presentes no regime alimentar dos portugueses no passado. Hoje em dia estão a perder lugar. Este ano, declarado pelas Nações Unidas como o Ano Internacional das Leguminosas, é um momento fundamental para sensibilizar as pessoas para os benefícios nutricionais deste alimento, a que se somam outros, de cariz social, ambiental e económico.”

Coimbra
Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveram um protótipo de um dispositivo médico para apoio à cirurgia da...

O dispositivo já se encontra em fase de protótipo e com registo provisório de patente, anunciou hoje a UC, numa nota enviada à agência Lusa.

Uma equipa multidisciplinar de investigadores do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores e Instituto de Telecomunicações da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC desenvolveu “um protótipo de um dispositivo médico para apoio à cirurgia da catarata, uma das cirurgias mais realizadas no mundo”, refere a UC.

A catarata é uma doença ocular associada essencialmente ao envelhecimento e caracteriza-se pelo “desenvolvimento de opacidade no cristalino (lente) do olho, podendo provocar a perda de visão”.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que em 2020 aquela condição afete 40 milhões de pessoas em todo o mundo.

O novo meio, cujo projeto foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, visa apoiar o diagnóstico da catarata, através da sua deteção precoce e caracterização, indicando a sua localização e extensão no cristalino.

O dispositivo permite também classificar o grau de severidade da doença e estimar a sua dureza de modo automático.

Baseada em ultrassons de alta frequência, com recurso a sondas oftalmológicas, a tecnologia pode “avaliar a progressão da doença, cuja informação é essencial para a decisão clínica”, sustenta o coordenador do projeto, Jaime dos Santos.

O dispositivo médico a desenvolver, com base no protótipo, pretende ser uma ferramenta de diagnóstico simples, robusta e de baixo custo, que terá grande impacto nos serviços de saúde, nomeadamente “na gestão clínica dos doentes com catarata”, afirma Miguel Caixinha, um dos investigadores envolvidos no projeto, citado pela UC.

“Os clínicos passarão a ter acesso a dados objetivos que contribuirão para um diagnóstico e uma decisão da necessidade de cirurgia mais suportados”, salienta Miguel Caixinha.

Outra vantagem do dispositivo é o facto de recorrer a técnicas não invasivas para estimar a dureza da catarata, permitindo, assim, que em tempo real seja possível “identificar o tipo de catarata, caracterizar o seu grau de severidade e estimar a sua dureza e dimensão”.

A tecnologia permite ainda minimizar o risco de complicações no pós-operatório porque, apesar de segura, a cirurgia da catarata tem de ser muito precisa.

É necessário “substituir o cristalino por uma nova lente intraocular sem danificar a sua cápsula posterior e a córnea, nem causar lesões na retina”, sublinha Miguel Caixinha.

“Fazendo uma analogia, é como ter de implodir um prédio sem danificar o museu de arte que está à sua volta”, ilustra o investigador, considerando que é nesta perspetiva que o conhecimento da dureza da catarata a ser extraída representará uma informação valiosa na seleção adequada da energia a usar na cirurgia de facoemulsificação.

Nas experiências realizadas ‘in vitro’ em cristalinos de suíno e em olhos de rato (modelos animais) com diferentes tipos de cataratas, verificou-se uma taxa de sucesso de 99,7% na caracterização automática da catarata e estimação da sua dureza.

A equipa de especialistas de Coimbra está agora na fase da realização de ensaios clínicos e procura de parcerias para a comercialização do dispositivo.

Se no olho de um ratinho foi possível contornar os obstáculos relacionados com "a dimensão extremamente pequena do olho", nos ensaios clínicos o processo será "muito mais simples, porque a dimensão do olho humano é muito maior”, concluem os investigadores.

Ensaio clínico
Um composto de chá verde associado a uma estimulação específica permitiu melhorar certas capacidades intelectuais de pacientes...

"Se bem que não se trate de um tratamento curativo, é a primeira vez que um tratamento demonstra alguma eficácia na síndrome", sublinha a equipa de investigadores de Barcelona, que realizou testes clínicos em 84 pacientes com trissomia, com idades entre os 16 e os 34 anos.

A trissomia 21, ou síndrome de Down, é uma anomalia cromossómica para o qual não existe qualquer tratamento curativo e que provoca deficiências intelectuais variáveis entre as pessoas afetadas, cerca de uma em cada mil no mundo.

No entanto, graças a um seguimento médico adaptado, a esperança de vida média dos pacientes com trissomia já ultrapassa os 50 anos nos países desenvolvidos.

Os investigadores utilizaram um dos antioxidantes do chá verde, a epicatequina galato (EGCG, na sigla francesa), devido à sua potencial capacidade de inibir a dominância de um dos genes presentes no cromossoma 21 (DYRK1A) - a epicatequina é um fitonutriente da família dos polifenóis, com uma forte ação antioxidante.

O gene está ligado à plasticidade cerebral (capacidade de adaptação cerebral) e a certas capacidades intelectuais.

Segundo Rafael de la Torre, um dos investigadores, os pacientes tratados durante 12 meses com o antioxidante do chá verde, combinado com uma estimulação cognitiva permitiram que algumas das capacidades intelectuais, nomeadamente a memória de reconhecimento visual, melhorasse em relação aos que apenas receberam um placebo.

O efeito persiste ao longo de seis meses após o tratamento.

Os investigadores esperam confirmar os resultados quando analisarem a molécula em crianças cuja plasticidade cerebral é maior.

Vários especialistas já saudaram o interesse do estudo, mas mostraram-se prudentes, argumentando com as dificuldades em medir os benefícios intelectuais entre os pacientes.

Maria-Claude Potier, do Instituto do Cérebro e da Medula (ICM), com sede em Paris, manifestou-se, porém, contra "toda a automedicação com chá verde, dado que as diferentes variedades contêm quantidades também diferentes da substância chave.

A investigadora do ICM insistiu, de qualquer forma, na necessidade de se fazerem estudos de toxicidade antes de se prosseguirem as investigações sobre os produtos.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Quase todas as regiões do país apresentam hoje risco "muito alto" de exposição à radiação ultravioleta (UV), informou...

De acordo com o instituto, em risco "muito alto" de exposição à radiação UV estão as regiões de Aveiro, Beja, Bragança, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Lisboa, Penhas Douradas, Porto, Porto Santo, Portalegre, Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Viana do Castelo, Viseu e Vila Real.

A exceção, segundo o IPMA, vai para Santa Cruz das Flores, Horta, Angra do Heroísmo e Ponta Delgada (Açores) com risco ‘Alto’.

Para as regiões com níveis de risco "muito alto", o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de aconselhar que seja evitada a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 02, em que o UV é "baixo", 03 a 05 ("moderado"), 06 a 07 ("alto"), 08 a 10 ("muito alto") e superior a 11 ("extremo").

Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica
Até que o som acabe é o mote de uma iniciativa organizada pela Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica a 21 de...

Com lugar no Auditório da Fundação Museu do Oriente, o Dia Mundial da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) vai destacar a importância do som e a redescoberta do ouvir num mundo cada vez mais dominado pelo olhar. Em diálogo estarão as vozes de Mário Laginha, Fernando Alvim, Sociedade Portuguesa de Arte-Terapia e Associação Portuguesa de Musicoterapia, para mostrar o quão importante é escutar a musicalidade interna e externa.

Para além deste segundo painel, moderado pela jornalista Fernanda Freitas, haverá ainda uma mesa dedicada a uma abordagem clínica da doença. A ELA será discutida por profissionais de saúde que se empenham diariamente em melhorar a qualidade de vida destes doentes, enfatizando temas como a importância da Ventiloterapia Não Invasiva (VNI) ou as tecnologias de apoio à comunicação.

Conceição Pereira, presidente da Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA) explica que “no Dia Mundial da Esclerose Lateral Amiotrófica queremos informar e mobilizar as pessoas na certeza de que a divulgação pode ser fundamental no momento de dar respostas cada vez mais eficazes às necessidades manifestadas pela pessoa com ELA. É isto que nos move até que o som acabe ou até que a esperança se esgote”.

Com o objetivo de envolver doentes, cuidadores, familiares e profissionais de saúde num momento de partilha, o evento visa também consciencializar a sociedade portuguesa para o impacto provocado pela ELA: uma doença neurodegenerativa, progressiva e ainda sem cura.

Nos EUA
Cientistas dos Estados Unidos investigam a criação de órgãos humanos em porcos, juntando células estaminais de pessoas e o ADN...

Uma equipa da Universidade da Califórnia da cidade de Davis (EUA) injetou células estaminais humanas em embriões de porcos para desenvolver embriões humano-bovinos, aos quais chamaram “quimeras”.

Os especialistas permitem que estas “quimeras” se desenvolvam dentro da porca e, 28 dias antes de terminar o período de gestação, o tecido é retirado para análise.

Os investigadores acreditam que se se permitisse terminar a gestação, os leitões, que teriam um órgão humano, iam comportar-se como qualquer outro porco e estariam preparados para desenvolver órgãos para transplantes.

Para o desenvolvimento de embriões “quimera”, os cientistas recorreram a um método de alteração do genoma - conhecido como CRISPR - para tirar o ADN de um embrião bovino que foi fertilizado, o que cria um vazio genético e permite então injetar em células estaminais humanas, disse a BBC.

A equipa, liderada por Pablo Ross, acredita que as células estaminais humanas aproveitam o vazio genético no embrião bovino para que o feto possa desenvolver um pâncreas humano.

Ross, licenciado em medicina veterinária na Universidade de La Plata (Argentina), acredita que esse embrião possa desenvolver-se normalmente, mas o pâncreas vai ser feito “quase exclusivamente de células humanas”, o que seria “compatível” para transplante num paciente.

A BBC diz que o estudo é controverso porque as células mãe humanas podem migrar para o cérebro que se está a desenvolver e que, se nascesse, o animal poderia ter, de alguma forma, um comportamento mais humano.

Contudo, Ross disse que é muito improvável e “acreditamos que é uma possibilidade muito baixa de que cresça um cérebro humano, mas isso é algo que estamos a investigar”.

O professor Walter Low, do departamento de neurocirurgia da Universidade de Minnesota (EUA), disse à BBC que os porcos são os “incubadores biológicos” ideais para o crescimento de órgãos humanos e podiam ser utilizados para criar não só pâncreas, mas também corações, fígados, rins, pulmões e córneas.

Os pormenores da investigação vão ser conhecidos no programa “Panorama” que vai ser emitido esta noite pela BBC.

No Porto
Uma ferramenta que permite aos técnicos adaptar melhor e mais rapidamente as próteses às necessidades dos amputados do membro...

A ferramenta é constituída por um sistema de sensores - posicionado entre o membro amputado e o encaixe da prótese - e um ‘scanner', que permite a criação de um modelo 3D onde são representados os resultados obtidos.

Esta tecnologia permite ao técnico verificar a pressão, o movimento, o atrito e a temperatura na zona de encaixe e, consequentemente, os locais onde o mesmo tem que modificado para uma "distribuição ideal", disse Frederico Carpinteiro, um dos fundadores Adapttech, a ‘startup’ envolvida no projeto.

Isso traduz-se num maior conforto para o paciente e na adaptação máxima da prótese em apenas uma ou duas sessões, ao contrário das sucessivas que são agora precisas, explicaram os membros da equipa.

Na atualidade, o processo usado para a adaptação das próteses prolonga-se por várias sessões, "muitas vezes sem que se consiga atingir um bom resultado", acrescentaram.

Essa situação deve-se, em grande parte, à falta de precisão por parte do amputado em identificar o local onde tem dores (pode ocorrer devido a uma troca na posição dos nervos após uma cirurgia) e à inexistência de uma medida quantitativa ou de observação que o técnico possa utilizar.

"A solução que nós temos não é uma solução para o problema, é a melhor solução para os nossos clientes", afirmou Mário Espinoza, outro dos fundadores da ‘startup’.

Mário Espinoza e Frederico Carpinteiro começaram por participar no iUP25k - Concurso de Ideias de Negócio da Universidade do Porto, em 2013, tendo chegado, no mesmo ano, à final do Concurso BES Realize o Seu Sonho.

A primeira conquista deu-lhes acesso ao programa de aceleração de empresas do Parque da Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), onde estiveram incubados cerca de dois anos.

De seguida, em fevereiro de 2015, entraram para o programa COHiTEC, da COTEC Portugal, tendo sido selecionados, antes do fim da formação, para participar no inRes 2015, do Programa CarnegieMellon Portugal, oportunidade que lhes permitiu ter uma série de formações em Portugal e nos Estados Unidos.

A ‘startup’ de Mário Espinoza e Frederico Carpinteiro teve acesso, há cerca de três semanas, a um financiamento por parte da sociedade de gestão de ativos Hovione Capital, vai possibilitar à equipa desenvolver, ao longo de um ano, o protótipo beta, praticamente idêntico ao produto que vai ser comercializado no mercado europeu, em 2018.

A ‘startup', criada em fevereiro de 2015, está alojada, neste momento, no Founders Founders, espaço que alberga empresas de diferentes áreas.

Tem como parceiros, desde o início do projeto, a Associação Nacional dos Amputados (ANAMP) e a Associação Portuguesa dos Amputados (Andamus).

No futuro
Daqui a três décadas, poderão morrer 10 milhões de pessoas por ano devido ao exagero do uso em humanos e animais.

Já vários estudos têm alertado para o excesso de uso de antibióticos, que se reflete no aparecimento de resistências a estes medicamentos e, logo, na sua ineficácia. Mas normalmente a perspetiva é a do cientista. Desta vez, foi um economista a vir chamar a atenção para o problema, escreve a revista Visão.

A pedido do primeiro-ministro do Reino Unido, Jim O'Neill dedicou dois anos à análise do problema, e a conclusão é pessimista: 10 milhões de mortes anuais, por infeções causadas por bactérias resistentes, e um custo associado de 90 biliões de euros, em 2050, caso não se faça nada. Um dos fatores que contribuem para o aparecimento de resistências (que acontece quando aparecem mutações nas bactérias que lhes permitem escapar ao efeito dos antibióticos) é a utilização generalizada em animais – no Reino Unido, 45% dos antibióticos são para uso animal.

“A situação é semelhante em toda a Europa e é muito preocupante”, sublinha a investigadora do Instituto de Tecnologia Química e Biológica Maria Miragaia, que explica a contaminação por via animal: “Algumas bactérias conseguem sobreviver à cozedura, outras passam para as pessoas quando a carne é manuseada em cru.” Em Portugal, o último relatório da Direção-Geral da Saúde aponta para uma diminuição no consumo destes medicamentos, mas a taxa de infeção hospitalar por bactérias resistentes continua elevada. “Corremos o risco de chegar a uma situação pré-descoberta dos antibióticos [sem qualquer tratamento para as infeções]”, compara Maria Miragaia.

Estudo
Homens de cintura larga têm maior risco de desenvolver tipos mais agressivos de cancro da próstata, indicou um novo estudo.

Um levantamento realizado com 140 mil homens de oito países europeus mostrou que 10 cm a mais na circunferência abdominal aumentariam as probabilidades de desenvolver o cancro em 13%.

O maior grupo de risco, contudo, era o de homens com cintura maior do que 94 cm, indicou o estudo da Universidade de Oxford, em Inglaterra.

O cancro da próstata é o mais comum em homens, escreve o Diário Digital.

O estudo, que foi apresentado na Cimeira de Obesidade Europeia em Gotemburgo, na Suécia, analisou a associação entre as medidas do corpo de homens na faixa dos 50 anos e o risco de cancro da próstata em 14 anos.

Durante o período, houve cerca de sete mil casos de cancro da próstata, dos quais 934 foram fatais.

Os pesquisadores descobriram que homens com um Índice de Massa Corporal (IMC) elevado e uma cintura larga tinham maiores hipóteses de desenvolver cancro da próstata de alto risco, uma forma mais agressiva da doença.

Por exemplo, homens com cintura de 94 cm tinha 13% maior risco de cancro da próstata agressivo do que homens com cintura de 84 cm.

Os cientistas também observaram um maior risco de morte por cancro da próstata com maior IMC e circunferência abdominal.

Aurora Pérez-Cornago, da Universidade de Oxford, disse que o estudo mostrou que a associação entre o tamanho do corpo e o cancro da próstata é complexa e varia conforme a agressividade da doença.

Segundo ela, os grandes vilões seriam as hormonas causadores de cancro presentes nas células de gordura, mas isso ainda não foi provado.

A recomendação da especialista é de que os “homens devem manter um peso saudável e se possível perder medidas na cintura”.

Mas ela acrescentou que o estudo não analisou especificamente o impacto da perda de peso no risco do cancro da próstata.

Um porta-voz da Prostate Cancer UK, maior ONG de saúde masculina, disse: “Manter-se ativo e com um peso saudável pode proteger contra várias doenças, incluindo o cancro”.

“Esta pesquisa complementa uma série de outras evidências segundo as quais o peso e o tamanho da cintura podem influenciar no surgimento do cancro da próstata”, acrescentou.

Administração Central do Sistema de Saúde
Nas primeiras semanas, um em cada oito doentes escolheu opções fora da sua área de residência por terem menos tempo de espera.

Treze por cento dos utentes dos primeiros centros de saúde onde foi possível começar a marcar uma consulta da especialidade livremente em qualquer hospital optaram por fazê-lo fora do hospital da sua área de referência, escreve a TSF.

A liberdade de escolha arrancou com experiências piloto no início de maio em quatro centros de saúde: Sete Rios (Lisboa), Póvoa do Varzim, Vila do Conde e Modivas.

Ricardo Mestre, vogal da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), que tem implementado a mudança, diz que tudo tem corrido bem e no último mês foi possível alargar a todos os centros de saúde esta possibilidade de os utentes escolherem livremente onde querem ter uma consulta da especialidade.

Até agora os doentes não podiam escolher os hospitais do Serviço Nacional de Saúde onde iam ser acompanhados em consultas da especialidade e sujeitavam-se à sorte da sua área de referência ter ou não grandes tempos de espera.

Nas primeiras semanas do novo sistema, 13% escolheram um hospital onde antes não podiam ser tratados.

Estudo
Uma alimentação baseada na dieta mediterrânea, rica em fruta, vegetais, peixe e azeite, poderá ajudar a prevenir a reincidência...

O estilo de vida - se as pessoas são ou não fisicamente ativas - e o excesso de peso são fatores de risco conhecidos no cancro de mama, mas os investigadores também estão interessados em saber se os hábitos alimentares têm um papel importante na ocorrência ou recorrência da doença.

O estudo, apresentado pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, na sigla inglesa) num encontro em Chicago, Estados Unidos, resulta de um ensaio em Itália, que comparou os resultados de 307 mulheres que tinham sido tratadas a um cancro da mama na sua fase inicial.

Um dos grupos - 199 mulheres - foi convidado a fazer uma dieta mediterrânea, que envolvia quatro porções de vegetais, três peças de fruta e uma porção de leguminosas por dia, juntamente com quatro ou mais porções de peixe por semana, alguma carne vermelha, incluindo a processada, e bastante azeite. Além disso, era permitido beber uma bebida alcoólica por dia.

O outro grupo - 108 mulheres - cumpriu uma dieta normal, mas com uma alimentação saudável aconselhada por um nutricionista.

Os investigadores do hospital Piacenza, em Itália, descobriram que 11 mulheres do grupo com uma alimentação normal tinham registado a reincidência do cancro da mama nos três anos seguintes, enquanto as 199 mulheres que cumpriram uma dieta mediterrânea não registaram qualquer recorrência da doença.

Os especialistas apontaram que este estudo ainda é pequeno e limitado, mas é um ponto de partida.

Em todo o país
O coordenador da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados revelou que, a partir de 01 de julho, vão começar a abrir...

Em entrevista, a propósito dos 10 anos da criação da Rede, Manuel Lopes explicou que as unidades de cuidados continuados de saúde mental irão ter “diferentes tipologias” para “responder a necessidades de aproximadamente 300 pessoas em todo o país”.

“As unidades piloto que queremos para a área da saúde mental não são unidades que promovam a reinstitucionalização, mas que promovam a proximidade e levem os cuidados o mais possível a casa das pessoas”, adiantou o coordenador nacional para a reforma do Serviço Nacional de Saúde na área dos cuidados continuados integrados.

O objetivo é que as pessoas com dependência psicossocial possam permanecer nas suas casas, junto das suas famílias e das equipas de saúde que lhes dão apoio.

Manuel Lopes explicou que “são tipologias que estão na comunidade” e “simulam muito a casa das pessoas, sempre com um número reduzido de doentes”.

A referenciação das pessoas para estas unidades será feita pelos profissionais de saúde que as acompanham nos hospitais ou nos cuidados de saúde primários.

No decorrer deste este ano serão também ser abertas unidades de cuidados continuados pediátricos.

“Nos dois casos arrancamos com um ano de experiência-piloto, um aspeto “particularmente importante”, porque não há experiências anteriores nesta área, disse o responsável.

“Precisamos de reunir um conjunto de condições que nos permitam durante um ano acompanhar essas unidades de muito perto e irmos aprendendo, em conjunto, que tipo de alterações precisamos de introduzir (…) para que correspondam às necessidades das pessoas que pretendem cuidar”, acrescentou.

Fazendo um balanço dos 10 anos da rede, assinalados a 06 de junho, Manuel Lopes afirmou que foi a “primeira grande alteração do Serviço Nacional de Saúde”, com a criação de um novo nível de cuidados, e correspondeu a uma necessidade que decorre da “incidência e prevalência de situações de dependência”.

“A rede não é um conjunto de instituições que funcionam como lares de terceira idade mais diferenciados”, disse, observando que a “maioria esmagadora das pessoas” sai da rede “com muito menos dependência e nalguns casos com independência”.

Isto quer dizer que “a rede está a cumprir os seus objetivos”, embora seja preciso “aprofundar na sua dimensão e nalguma especialização da resposta”.

“Olhando para as aprendizagens do passado, aquilo que constatámos foi que ao longo destes 10 anos se privilegiou essencialmente a resposta” institucional, mas neste momento é “claro para nós que o âmago de uma rede desta natureza deve ser a casa das pessoas”, disse Manuel Lopes.

Nesse sentido, o “grande investimento” terá de ser feito na criação de equipas que levem os cuidados a casa das pessoas, “um esforço que depende essencialmente do Estado porque são equipas que dependem dos agrupamentos de centros de saúde”.

Para obter uma melhor prestação de cuidados em casa, Manuel Lopes defendeu a aposta na colaboração com entidades até agora afastadas deste desafio, como as autarquias.

“Queremos a participação de setores (…) como as autarquias e outro tipo organizações da sociedade civil que sejam capazes de criar movimentos” para que possam ser feitas pequenas alterações na casa das pessoas para estas viverem “com mais segurança e com mais dependência”.

Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados
As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto são as regiões do país onde há mais carência de camas de cuidados continuados,...

“Precisamos de investir muito [nestas regiões], nomeadamente em Lisboa, na criação de camas”, disse Manuel Lopes em entrevista, a propósito dos 10 anos da criação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI).

A este propósito, Manuel Lopes adiantou que o Governo está em negociações com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para, “de uma forma muito rápida”, criar “um razoável número de camas” na cidade.

“O protocolo está praticamente concluído e pronto a assinar e brevemente estaremos em condições” de, em articulação com o terceiro setor, criar “respostas para estas pessoas”.

Nas restantes regiões, há situações pontuais para resolver, mas é preciso “investir muito mais na criação de equipas que levem os cuidados a casa das pessoas”, disse o responsável.

A criação de equipas de cuidados continuados “é muito mais barato para o sistema” e mais benéfico para as pessoas, argumentos que demonstram que os cuidados no domicílio “é o ideal”, frisou.

Atualmente, a RNCCI dispõe de cerca de 7.700 camas, estando a 55% do número que devia ter sido atingido em 2016, e apoia aproximadamente 6.500 pessoas em casa.

“Não chega, estamos longe de responder às necessidades das pessoas e, como tal, a aposta é na ampliação do número de camas, nos casos onde são claramente necessárias, e do número de respostas no domicílio em todo o país”, sublinhou.

Para este ano, o objetivo é criar 700 camas: “Vai ser difícil”, porque “o orçamento foi tardio”, mas, até ao momento, ”não temos nenhum indicador que nos diga que não vamos atingir esse objetivo”

Quanto ao número de equipas, o responsável explicou que as existentes ainda não estão a ser utilizadas no seu “máximo potencial”, podendo a sua capacidade ser estendida até, pelo menos, 90%.

Questionado sobre a verba investida na ampliação da rede, Manuel Lopes disse que “exige um investimento muito grande”, mas sublinhou que custa mais “não ter esta resposta”.

“Olhar para quanto custa a rede é sempre olhar de uma forma enviesada, porque custa muito mais não ter rede”, disse, explicando que o Estado está a “gastar imenso dinheiro” num sistema em que pessoas estão doentes e a “consumir imenso” sistematicamente.

Portugal dedica 0,6% do Produto Interno Brutos a este nível de cuidados, uma verba que considera “muito pequena” comparada com a média europeia, havendo países que aplicam dois a 3%.

“O dinheiro que estamos a utilizar é um bom investimento, não é um gasto, não é um desperdício”, porque “estamos a trabalhar para que as pessoas sejam autónomas até o mais tarde possível”, defendeu.

Por outro lado, se a rede funcionar de uma “forma muito ágil” também vai libertar camas nos hospitais.

“As pessoas estariam no hospital o tempo estritamente necessário para tratarem da sua situação aguda”, transitando depois para a rede para terem a resposta de reabilitação”, sustentou.

Também é necessário trabalhar na referenciação para “a tornar mais ágil, mais rápida, mais eficaz e dessa forma expandir a capacidade” de resposta.

O coordenador da RNCCI disse ainda que o Governo está a analisar várias situações de espaços que foram construídos, alguns com o apoio do Estado, que estavam fechados por diversas circunstâncias.

“Alguns porque a tipologia prevista para aquela zona já não era a que mais se justificava, outras porque a contenção não permitiu que se abrissem mais respostas”, explicou.

“Estamos a resolver caso a caso porque não podemos dizer que haja saturação em alguma parte do país, o que existe por vezes é uma desadequação entre uma determinada tipologia e uma determinada região”, rematou.

Estudo
As amostras de sangue podem ser tão eficientes em termos de exames do cancro como as biópsias invasivas aos tecidos, e ajudar...

Apesar de as biópsias a tumores serem geralmente usadas para investigar as alterações no DNA causadas pelo cancro, as amostras de sangue podem fazer o mesmo, segundo o estudo apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.

Novos avanços científicos permitiram aos investigadores estudar o cancro através da corrente sanguínea, através da qual as células cancerígenas lançam pequenos pedaços detetáveis do seu DNA.

Ao avaliarem este DNA, os médicos podem "monitorizar as alterações no cancro, à medida que o tumor vai evoluindo ao longo do tempo, o que pode ser crítico quando médicos e pacientes discutem as opções de tratamento para o controle contínuo do mesmo”, de acordo com o estudo.

E as amostras de sangue permitem aos médicos fazê-lo sem recorrer a uma biópsia do tumor, disseram os investigadores no estudo, um dos maiores já realizados sobre a genómica do cancro.

Centro de Controlo e Prevenção da Doença
Há 35 anos, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença, nos EUA, revelou “uma rara forma de pneumonia” em homossexuais,...

A sida, doença causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), é hoje uma doença crónica e já não representa uma sentença de morte.

Contudo, há 35 anos, o desconhecido assustou o mundo, já que mesmo após o vírus ser identificado, muito pouco se sabia sobre esta infeção que inicialmente estava associada a grupos de risco: homossexuais e consumidores de drogas injetáveis.

Esta rara forma de pneumonia, de que o Centro de Controlo e Prevenção da Doença (CDC) deu conta num comunicado libertado a 05 de junho de 1981, começou por afetar cinco homens, todos eles com os sistemas imunitários comprometidos.

Todos eram homossexuais, com vários parceiros conhecidos, levando a que inicialmente a doença fosse associada apenas a este tipo de relacionamento.

Os doentes eram fisicamente reconhecidos por umas manchas provocadas pelo sarcoma de Kaposi, um cancro cutâneo grave, tendo muitas vezes sido alvo de discriminação, um comportamento que ainda hoje persiste.

A doença caracterizou-se ainda por uma quase ausência de respostas, seja a nível de tratamento, como de profilaxia (vacinas).

A pandemia do século XX matou milhões de pessoas em todo o mundo, revelando-se a mais democrática das infeções e não se limitando apenas aos homossexuais, mas a todos os que com o vírus contactaram através de relações sexuais ou por sangue.

Trinta e cinco anos depois, a vacina para o VIH ainda é uma miragem, mas os medicamentos aumentaram a esperança e a qualidade de vida destes doentes.

Na década de 90 registou-se a introdução da terapêutica anti retrovírica combinada (terapêutica de alta potência ou de alta eficácia), seguindo-se avanços nos conceitos de prevenção, diagnóstico e tratamento.

“Os conceitos de tratamento como prevenção e, posteriormente, de profilaxia pré-exposição, a introdução nalguns países do autoteste e, finalmente, a indicação de tratamento para todos, independentemente do valor de linfócitos T CD4+, abrem, no seu conjunto, uma perspetiva de alteração do paradigma de abordagem da infeção por VIH”, lê-se no relatório Portugal – Infeção VIH, SIDA e Tuberculose em números - 2015.

Os primeiros casos em Portugal foram registados em 1983. Desde então, foram notificados 53.072.

Mais de 65 milhões de pessoas foram infetadas pelo VIH. A sida causou a morte a mais de 25 milhões de pessoas desde que foi identificada.

Entidade Reguladora da Saúde recomenda
A Entidade Reguladora da Saúde considerou, num estudo divulgado, que o melhor modelo para a ADSE, sistema de saúde dos...

“Os modelos jurídicos de organização e de governação mais favoráveis ao cabal cumprimento das recomendações do Tribunal de Contas encontram-se, em princípio, no setor privado, e dentro deste, sobretudo no setor sem fins lucrativos”, refere a Entidade Reguladora da Saúde, no Estudo sobre a Sustentabilidade da ADSE.

Segundo o documento, aqueles modelos “permitem que a gestão do subsistema seja totalmente autónoma quer do ponto de vista administrativo, quer financeiro, sendo os descontos propriedade dos seus associados, detidos pela entidade gestora e consignados, em exclusivo, aos fins para os quais foram efetuados, podendo os seus excedentes ser livremente geridos”.

“Ao Governo poderão apenas ser atribuídos poderes de tutela ou poderá a fiscalização administrativa competir a uma entidade reguladora independente”, refere, salientando que caso o Estado opte “por uma entidade de natureza privada comum a fiscalização administrativa ficará afastada”.

Por outro lado, continua o estudo, os “modelos do setor sem fins lucrativos possibilitam a absoluta autonomização do subsistema perante o Estado, o que permite que os objetivos governamentais de contexto não sejam por este prosseguidos e que tarefas do Estado deixem de ser por realizadas”.

O estudo sublinha que “aqueles modelos admitem ainda uma governação democrática, que permite a efetiva participação dos beneficiários nas decisões estratégicas e controlo financeiro do subsistema”.

Apesar da recomendação, a Entidade Reguladora da Saúde avisa que do ponto de vista da sustentabilidade aqueles modelos têm desafios importantes, porque vai depender do universo de contribuintes e por isso terão de “adotadas medidas de robustecimento da sua estrutura financeira, através de esquemas de alargamento que permitam que o nível de descontos seja suficiente para acautelar a sua manutenção”.

A Entidade Reguladora da Saúde refere também que o “esquema de benefícios terá de ser suficientemente atrativo de modo a assegurar a permanência e adesão dos respetivos destinatários”.

Independentemente do modelo que o Governo venha a escolher para a reestruturação da ADSE, a entidade recomenda que as “eventuais necessidade futuras de financiamento da ADSE não devem ficar a cargo do Estado e, como tal, dos cidadãos em geral”.

“Tal solução seria, aliás, incompreensível num contexto como o do Estado português, que assegura a toda a população via Sistema Nacional de Saúde o acesso universal a cuidados de saúde em condições de igualdade e tendencial gratuitidade”, refere o estudo, com mais de 150 páginas e uma lista de conclusões com 60 considerações.

Atualmente, a ADSE presta assistência a 1,2 milhões de beneficiários e vive exclusivamente das contribuições mensais dos funcionários públicos, que descontam 3,5% do salário.

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