A partir do próximo ano
Os hospitais vão ficar inibidos de passar cheques-cirurgia para o setor convencionado, a partir do próximo ano, a menos que...

Adalberto Campos Fernandes, que está a ser ouvido na Comissão Parlamentar da Saúde sobre a política geral do seu ministério, revelou que os hospitais vão ter de fazer prova da real necessidade de recorrer ao setor convencionado para dar resposta cirúrgica aos seus utentes.

O ministro referia-se aos cheques-cirurgia previstos no Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), criado em 2004 para combater as listas de espera.

“A partir de 01 de janeiro, os hospitais ficarão inibidos de passar cheques para o setor convencionado, a menos que façam disso prova”, disse Adalberto Campos Fernandes.

Universidade do Porto
Investigadores da Universidade do Porto estão a estudar alterações físicas em pessoas que realizaram cirurgia bariátrica ...

A cirurgia bariátrica "é um procedimento cirúrgico geralmente destinado a pessoas com obesidade de grau III, definida por um índice de massa corporal igual ou superior a 40 quilos por metro quadrado", indicou o coordenador do projeto, Hélder Fonseca.

De acordo com o investigador, apesar dos benefícios deste procedimento cirúrgico no controlo do peso e na redução de fatores de risco cardiovascular associados à obesidade, como por exemplo a diabetes tipo 2 e a hipertensão arterial, os doentes submetidos a esta cirurgia podem, a longo prazo, desenvolver perdas significativas de massa óssea e de massa muscular.

"Estas alterações podem diminuir a resistência óssea e aumentar o risco de fraturas ósseas em consequência de quedas ou de outras situações traumáticas", indicou o investigador.

O exercício físico tem demonstrado ser "um excelente meio para contrariar essas alterações noutros contextos patológicos, não se conhecendo, até agora, nenhuma outra alternativa terapêutica eficaz", acrescentou.

Um dos objetivos do projeto BaSEIB Clinical Trial, iniciado a 01 de abril de 2016, é compreender melhor as alterações físicas, metabólicas e de composição corporal, que ocorrem durante o primeiro ano após a cirurgia bariátrica.

Por outro lado, pretende-se avaliar o efeito de um programa de exercício físico, adaptado a pessoas que realizaram a cirurgia, na prevenção da perda de massa óssea e muscular e no risco de quedas.

Para o estudo são recrutados pacientes com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, divididos aleatoriamente num grupo de controlo - que para além da cirurgia apenas recebe os cuidados e seguimento médico habituais - e outro de intervenção.

Os selecionados para este último grupo estão sujeitos a sessões de exercício físico (que só se iniciam um mês após a cirurgia e decorrem durante 11 meses consecutivos), três vezes por semana, com a duração de 60 minutos em cada sessão.

De forma a cumprir os objetivos do projeto são realizadas avaliações da composição corporal e da densidade mineral óssea do paciente, da resistência óssea, da força muscular dos membros inferiores e do tronco, da aptidão cardiorrespiratória, do equilíbrio estático e dinâmico e da atividade física diária.

Para além disso, analisam o estado nutricional, a qualidade de vida, o estado geral de saúde, a ansiedade e a depressão.

Colheitas de sangue são também realizadas com o intuito de analisar um conjunto de marcadores bioquímicos relacionados com o metabolismo energético, ósseo e hormonal.

Até ao momento, foram recrutados e estão a ser seguidos 25 pacientes, residentes no norte de Portugal (para que se possam deslocar facilmente à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, onde o estudo é desenvolvido), que realizaram cirurgia bariátrica no Hospital de São João (HSJ).

O recrutamento de participantes prolonga-se por mais um ano, esperando os investigadores incluir no estudo um total de 120 pacientes.

Este projeto resulta de uma colaboração entre o Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer e do Laboratório de Biomecânica do Porto da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, bem como o Serviço de Cirurgia Geral do HSJ.

A investigação, cuja previsão de fim é março de 2019, é financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e cofinanciada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, no âmbito do COMPETE - Programa Operacional Fatores de Competitividade, em cerca de 159 mil euros.

Centro Hospitalar do Porto
O Centro Hospitalar do Porto divulgou que irá formar, nos próximos dois dias, vários médicos estrangeiros numa “técnica...

A formação está inserida no curso da Sociedade Europeia de Anestesia Intravenosa, um encontro onde “muitos médicos estrangeiros se deslocam ao Porto para, em conjunto com médicos portugueses do Serviço de Anestesiologia do Centro Hospitalar do Porto, transmitir conhecimentos desta área”, refere nota do hospital.

Durante o evento, vai ser ministrado um curso dedicado a formar anestesiologistas “numa técnica de anestesia geral muito diferenciada, nomeadamente médicos provenientes dos Estados Unidos e da China, onde está técnica ainda não é utilizada”, acrescenta.

A técnica em causa incide em novos métodos de monitorização do cérebro durante a anestesia geral, “usando o electroencefalograma e a vigilância da oxigenação do cérebro não invasiva, de modo a que cada doente submetido a anestesia geral ou sedação seja apenas administrada a dose de fármacos que ele realmente necessita, evitando a sobredosagem e a subdosagem”.

Nesta formação vão participar três médicos portugueses do Serviço de Anestesiologia do Centro Hospitalar do Porto, que inclui o Hospital Geral de Santo António.

Adalberto Campos Fernandes
O ministro da Saúde anunciou que a sua equipa está a trabalhar para que qualquer cargo de diretor de serviço passe a ser objeto...

Adalberto Campos Fernandes falava na Comissão Parlamentar da Saúde a propósito de um requerimento apresentado pelo PCP sobre “os problemas existentes no Hospital Distrital de Santarém”.

Os deputados dos vários grupos parlamentares questionaram o ministro sobre as dificuldades neste hospital, que têm sido divulgadas na comunicação social, e que resultam, em parte, da falta de profissionais.

Para Adalberto Campos Fernandes, contribui para esta dificuldade em angariar profissionais “a degradação da imagem do hospital, das suas condições de funcionamento e da sua reputação”.

A este propósito, anunciou que este governo está a trabalhar para que os cargos de diretor de serviço sejam objeto de concurso público, isto porque “a nomeação por convite fecha competências”.

Segundo o ministro, se um hospital tem uma posição de direção de serviço em aberto, deve disso dar conhecimento para que outras pessoas possam concorrer.

Além deste ponto específico do Hospital de Distrital de Santarém, o ministro responde aos deputados da Comissão de Saúde sobre a política geral do Ministério e outros assuntos de atualidade.

Associação Síndrome de Dravet – Portugal
A Associação Síndrome de Dravet – Portugal defendeu ser urgente diagnosticar precocemente esta doença rara, alertando que a...

O alerta da associação surge na véspera de se assinalar o Dia Internacional do Síndrome de Dravet, uma doença rara, de origem genética, que se manifesta como uma epilepsia grave, progressiva e incapacitante.

Para alertar para esta doença, que se estima afetar 500 pessoas em Portugal, das quais mais de 80% não estará identificada, a associação vai lançar na quinta-feira uma campanha informativa e de sensibilização junto dos meios clínicos e hospitalares, adianta a Associação Síndrome de Dravet – Portugal (ASDP) em comunicado.

“O Síndrome de Dravet não pode ser confundido com outras formas de epilepsia. É urgente diagnosticar e identificar corretamente as pessoas com Síndrome de Dravet (…) é uma questão de vida”, afirma a presidente da associação Patrícia Fonseca

Até chegar ao diagnóstico correto, os doentes e as suas famílias “enfrentam um difícil percurso”.

“Para estes doentes obter o diagnóstico correto é fundamental, uma vez que a confusão com outras patologias ou com outro tipo de epilepsias pode levar à prescrição de medicamentos contraindicados” que podem ser fatais para estes doentes, defende a associação.

Em Portugal, adianta, o processo que decorre desde a suspeita clínica até à realização do teste genético é moroso. No entanto, a partir de agora, será possível realizar o teste genético de forma mais célere com o apoio da associação recém-criada.

“Estamos conscientes de que há muito a fazer para melhorar a qualidade de vida dos pacientes (…) e das suas famílias. Acreditamos que é também cientificamente possível desenvolver um fármaco que permita atenuar de forma expressiva os sintomas da doença e encontrar uma solução definitiva na raiz do problema da síndrome”, diz Patrícia Fonseca.

Esta doença, também conhecida como epilepsia mioclónica grave da infância, manifesta-se no primeiro ano de vida e é frequentemente confundida com convulsões febris, refere a associação, adiantando que 15% das crianças com esta síndrome morre antes de atingir a adolescência.

Cada criança pode registar até 500 ataques por dia, com duração variável (de um minuto até várias horas, ou até entrar em coma) e com maior incidência no período noturno, sendo que estes doentes precisam de ser acompanhados 24 horas por dia.

Além de provocar um “importante atraso no desenvolvimento psicomotor”, esta doença manifesta-se “através de crises epiléticas de diversos tipos, não controláveis com os fármacos disponíveis até ao momento”, salienta a associação.

O Síndrome de Dravet tem sido associado a mutações no gene SCN1A que impedem a produção da proteína responsável pela construção dos canais de sódio nos neurónios e o correto funcionamento cerebral.

A mutação deste gene tem sido verificada em cerca de 80% dos pacientes e, até à atualidade, já foram descritas mais de 1200 mutações diferentes em pessoas com SD.

Estima-se que esta doença tenha uma prevalência de 1/22.000 nascimentos, com maior incidência no sexo masculino.

Em Portugal
Mais de metade dos inquiridos num estudo sobre adição à internet em Portugal apresentavam “risco elevado” e “médio risco” de...

O estudo, que decorreu entre agosto de 2014 e maio de 2015 e envolveu 641 internautas portugueses, visou “adaptar para Portugal uma metodologia científica que auxilie o diagnóstico da adição internet em contexto clínico”, disse o coordenador da investigação, Halley Pontes.

Procurou também caracterizar os padrões comportamentais online referentes ao uso “excessivo e disfuncional” da internet, adiantou o investigador da Nothingham Trent University, no Reino Unido.

O estudo, que foi publicado na revista ‘Computers in Human Behavior’, conclui que 12,6% dos inquiridos apresentavam “risco elevado” de desenvolvimento da adição à internet, 40,7% “médio risco” e 46,7% “risco reduzido”.

“Se considerarmos a população em Portugal, isto significa que dos 10.562.178 residentes, cerca de 1.330.834 portugueses poderão estar em situação de elevada vulnerabilidade e risco de virem a desenvolver adição à Internet futuramente”, advertiu Halley Pontes.

O investigador explicou que esta dependência pode ser resultado do “contexto comunicacional único oferecido pela internet”, mas também, e na maior parte das vezes, do “uso excessivo e problemático” de conteúdos e aplicações específicos, como conteúdos para adultos, apostas online, videojogos, entre outros.

Analisando os resultados do estudo, o psicólogo clínico disse que demonstram que existe “um conjunto de variáveis e padrões de utilização da internet que fazem com que as pessoas não estejam necessariamente com adição à internet”.

“Mas só o facto de utilizarem essa ferramenta de um modo descontrolado e com certos objetivos específicos faz com que essas pessoas se tornem alvos mais fáceis para virem a desenvolver este problema”, acrescentou.

Para Halley Pontes, estes dados “são preocupantes”, no sentido de que, “ao mínimo problema que possa surgir”, estas pessoas “poderão resvalar para uma via mais psicopatológica”.

Caracterizando os utilizadores com “risco elevado” de desenvolver dependência, o investigador disse que apresentam um padrão de uso da Internet de “automedicação”.

“Utilizam a internet para se sentirem melhor e fugirem a estados de humor desfavoráveis, depressivos”, explicou.

Por outro lado, usam a Internet de “um modo compulsivo e desregulado” que agrava os sintomas de adição e exibem “uma constante preocupação” com o uso dessa ferramenta que domina a sua vida.

Estes utilizadores apresentavam mais “consequências negativas” resultantes do uso da internet em vários contextos, como o educacional, profissional, familiar, e até mesmo a nível da saúde física e mental.

O estudo aponta ainda que os rapazes e os homens que utilizam a internet com “elevada intensidade diária” e que apresentam problemas de depressão, ansiedade e o stress são “os mais predispostos a desenvolverem adição à Internet”, embora também possa ocorrer nas mulheres.

Dentro de três anos
A utilização do sistema dos códigos de barras nos medicamentos vai ser obrigatória dentro de três anos, o que pode reduzir...

Segundo João Castro Guimarães, responsável da GS1 (entidade sem fins lucrativos que introduziu os códigos de barras em Portugal há 30 anos), trata-se atualmente de uma tecnologia mais evoluída do que os códigos de barras simples e que permite transmitir um maior número de dados.

As implicações da diretiva europeia e a forma da sua aplicação em Portugal vão ser discutidas na quinta-feira num debate na Autoridade do Medicamento, Infarmed, em Lisboa.

Obrigar à utilização de um sistema de rastreabilidade em todos os medicamentos é uma forma de potenciar a luta contra os fármacos falsificados. Além disto, nota Castro Guimarães, a tecnologia semelhante aos códigos de barras aumenta a segurança para o doente e permite reduzir até cerca de 40% dos erros de medicação.

No fundo, trata-se de aplicar à saúde a experiência conseguida na área do comércio a retalho, com melhorias tecnológicas.

O sistema de código a ser aplicado nos medicamentos permite a completa rastreabilidade de um produto, contendo a data e local de fabricação, as matérias-primas e também a data de validade.

Num hospital permite, por exemplo, gerir de forma eficaz a utilização de monodoses, indicou João Castro Guimarães.

“Atualmente a rastreabilidade é vital. E desta forma temos a garantia de detetar qualquer medicamento”, explicou o responsável.

Quanto aos fármacos falsificados e contrafeitos, o sistema permitirá identificá-los de forma automática.

Um estudo de 2014 desenvolvido pela consultora do economista Augusto Mateus mostrou que há um potencial de poupança em 10 anos entre 560 milhões e 790 milhões de euros com a aplicação de uma tecnologia como a dos códigos de barras na área da saúde.

Na Europa, segundo Castro Guimarães, a grande maioria dos países usa já esta tecnologia na saúde, seja em medicamentos ou em dispositivos médicos, um sistema que permite imaginar um hospital ou uma farmácia como um hipermercado a nível da gestão e identificação de ‘stocks’.

Em Portugal existem projetos a usar esta tecnologia ao nível dos dispositivos médicos, por exemplo, no Centro Hospitalar de Lisboa Norte, onde a experiência vai ser apresentada no debate de quinta-feira no Infarmed.

O responsável da GS1 considera perfeitamente viável implementar a tecnologia em Portugal no prazo de três anos e afirma que o investimento “será sempre residual”, ficando os custos “certamente abaixo” dos 10% das poupanças que o sistema permitirá.

Em fevereiro foram publicados no Jornal Oficial da União Europeia os atos delegados da Diretiva de Falsificação de Medicamento, tornando obrigatório que, a 9 de fevereiro de 2019, laboratórios e produtores de medicamentos em toda a Europa tenham de usar um identificador único para os medicamentos e garantir que o produto está inviolado, através de um dispositivo de segurança à escolha do produtor.

De acordo com dados internacionais citados pela GS1, cerca de 60% dos medicamentos comprados online são falsificados, contrafeitos ou não conformes, enquanto que 15% do mercado é composto por medicamentos falsificados.

A falsificação ou contrafação de medicamentos rende aos seus autores mais de 45 mil milhões de euros por ano, segundo estimativas de 2011, as mais atuais até ao momento.

Estudo
Um estudo conclui que os bebés alimentados exclusivamente com leite materno nos primeiros seis meses de vida veem reduzido para...

Outro estudo, divulgado no mesmo dia, relaciona o nível intelectual e funcional das crianças de quatro anos com a quantidade e qualidade do estímulo que receberam dos pais quando tinham dois anos.

Os dois estudos, realizados respetivamente na África do Sul e no Paquistão, foram financiados pelo Grand Challenges Canada (GCC), um organismo financiado pelo Governo canadiano para promover a saúde materna e infantil em países em desenvolvimento.

A publicação dos estudos coincide com o início, em Toronto, de uma conferência internacional sobre o desenvolvimento infantil organizada pelo GCC.

O médico Peter Singer, conselheiro delegado do GCC, afirmou em comunicado que “uma em cada três crianças em países em desenvolvimento não pode desenvolver todo o seu potencial" e que "estes estudos mostram como os pais podem ajudar a desenvolver crianças inteligentes e sociais”.

O primeiro estudo, publicado na revista PLOS Medicine, indica que os bebés que durante seis meses apenas se alimentam de leite materno veem reduzido em 56% o aparecimento de desordens comportamentais, em comparação com os que só mamam durante um mês.

O estudo foi realizado pela médica Ruth Bland, que seguiu o desenvolvimento de 1.500 crianças sul-africanas.

Bland afirma, num comunicado, que o custo económico dos distúrbios de comportamento “é enorme”, citando um relatório do Reino Unido sobre o custo dos crimes atribuídos a pessoas com distúrbios comportamentais, que estima gastos de 117 mil milhões de dólares.

O segundo estudo, publicado na revista The Lancet Global Health pela médica Aisha Yousafzai, da Universidade Aga Khan de Karachi, centrou-se num grupo de crianças de famílias de baixos recursos nas zonas rurais do Paquistão.

Estas famílias utilizam brinquedos ou utensílios caseiros para estimular as capacidades cognitivas, orais, motoras e afetivas de crianças com dois anos. Este estudo concluiu que as crianças que recebem este “estímulo sensível” até aos quatro anos têm mais probabilidade de ter um maior coeficiente intelectual, melhores capacidades pré-académicas e um comportamento mais social.

Esta investigação foi realizada com 1.302 crianças de quatro anos e as suas mães.

Rio2016
A Organização Mundial de Saúde reforçou os alertas aos viajantes que pretendem assistir no Brasil aos Jogos Olímpicos e...

Aquela agência das Nações Unidas continua a defender que as mulheres grávidas não devem viajar para o Brasil por causa do risco de infeção pelo vírus Zika, relacionado com a microcefalia, mas ressaltou que o risco de infeção por doenças transmitidas por mosquitos será menor já que o evento acontece no inverno.

Aos visitantes é ainda recomendado o uso de roupas - de preferência de cor clara -, cobrindo a maior parte do corpo durante o dia e o uso de repelente contra mosquitos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda também que os viajantes escolham instalações sanitárias com água canalizada e barreiras físicas, tais como telas de janelas e portas necessárias para tentar impedir que os mosquitos entrem nos quartos.

Também é prudente evitar deslocações a locais sem água canalizada e saneamento básico, que reúnem as condições ideais para a proliferação de mosquitos.

Quanto às vacinas necessárias para a viagem, a OMS destacou que os turistas devem garantir imunização entre 04 a 08 semanas antes de chegarem ao Brasil.

Daí que seja necessário garantir "esquemas de imunização de rotina, incluindo a vacinação contra a difteria, tosse convulsa, tétano, poliomielite, sarampo, hepatite B, Haemophilus influenzae tipo B", lê-se no alerta.

A OMS defende ainda vacinações adicionais contra a rubéola, papeira, gripe, febre amarela, vírus do papiloma humano, rotavírus e pneumococos e recomenda o uso de preservativos em relações sexuais para evitar o contágio por doenças sexualmente transmissíveis.

Além dos alertas sanitários, a OMS também chama a atenção para a possibilidade de roubos e crimes violentos no Brasil.

"Os viajantes devem ser aconselhados a ter cautela e usar apenas táxis oficiais do aeroporto, não viajar sozinhos à noite, evitar áreas questionáveis e viajar com uma companhia", conclui o comunicado.

Em Londres
O Science Museum de Londres escolheu um único projeto português, o “Patient Inovation”, para integrar uma exposição de escala...

Com inauguração agendada para dia 7 de julho em Londres, a exposição ‘Beyond the Lab’ pretende refletir o papel dos cidadãos como investigadores e inovadores, dando a conhecer histórias e soluções desenvolvidas a nível europeu, que contribuíram para revolucionar e acelerar a investigação e inovação científica em diferentes domínios da sociedade.

O projeto Patient Innovation, uma plataforma de partilha de ideias que simplificam a vida de pessoas afetadas por doenças, foi o único projeto português escolhido pelo Science Museum de Londres para integrar a exposição que vai percorrer 29 cidades europeias.

Esta rede social, criada em 2013 para os utilizadores partilharem o que aprenderam quando estiveram doentes, foi desenvolvida por uma equipa liderada pelo investigador português da Universidade Católica Pedro Oliveira, tendo-se entretanto internacionalizado ao ponto de contar já com cerca de 600 inovações criadas em todo o mundo.

Segundo um comunicado da Católica-Lisbon, o Patient Innovation foi um dos projetos eleitos para marcar presença na exposição, estando representado com sete inovações do

Para Pedro Oliveira, integrar uma exposição de escala europeia com projetos de referência na investigação e inovação científica, nomeadamente na área da saúde, é “um motivo de grande orgulho”.

“Acreditamos que através da partilha de histórias de pessoas comuns, conseguiremos também inspirar muitas mais pessoas e contribuir para uma sociedade mais atenta e empenhada”, considera o mentor do projeto.

Uma dessas histórias é a de um menino português de sete anos que nasceu sem parte do braço e que obteve uma mão em 3D, a partir da ideia de um artista norte-americano que inventou mãos impressas em 3D para crianças e adultos, mais baratas do que as próteses.

Outra das soluções encontradas nesta plataforma "online" e que vai estar patente na exposição foi o desenvolvimento de bolsos térmicos para um pianista que sofre de uma doença neurológica que provoca repentinas variações de temperatura das mãos, permitindo mantê-las sempre quentes.

Entre as outras inovações está a de uma israelita, que tem um filho com paralisia cerebral que nunca poderia andar, que fez uma estrutura, uma espécie de sapatas grandes, que ficam presas a um adulto, permitindo à criança fazer o movimento de andar.

Entre os doentes inovadores está também um cidadão britânico com um problema na aorta que desenhou um suporte personalizado para colocar à volta da artéria e conferir-lhe uma maior resistência, uma solução que já salvou a vida a muitos doentes.

Foram também selecionadas da plataforma duas inovações criadas por norte-americanas: uma jornalista que fez uma mastectomia desenvolveu uma camisola à prova de água para poder tomar banho depois da operação, enquanto uma violinista que sofria de artrite reumatoide juvenil desenvolveu um dispositivo de madeira inspirado no seu violino para exercitar as mãos, após perceber que a mão usada para pressionar as cordas do instrumento inchava menos.

A sétima inovação é a de um jovem inglês a quem foi diagnosticada a doença de Crohn aos 12 anos e que usou parte de uma luva de uma Nintendo Wii para construir um sensor que monitoriza o volume do saco coletor de fezes através de uma aplicação no telemóvel, uma invenção que é usada em hospitais de todo o mundo.

Serviço Nacional de Saúde
Dezassete hospitais do Serviço Nacional de Saúde já aderiram ao programa de cirurgias adicionais que evita a realização de...

“Até ao dia de hoje, cerca de 17 hospitais e 58 serviços já aderiram ao novo sistema [programa de incentivo à realização de atividade cirúrgica no SNS], disse o ministro Adalberto Campos Fernandes no I Fórum dos Hospitais “Os Hospitais – Reforma do Serviço Nacional de Saúde”.

Segundo o ministro, estes hospitais já organizaram respostas para “internalizar o SIGIC [Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia] ou a cirurgia adicional”.

“Nós não podemos ter os hospitais públicos a produzir listas de espera para depois o SNS estar a pagar essas listas de espera no setor privado”, disse Adalberto Campos Fernandes à margem do fórum organizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar.

Para o ministro, este valor deve ficar retido dentro do sistema, sublinhando que “é um bom instrumento de financiamento e também de motivação dos profissionais que podem ter uma compensação adicional porque trabalham mais”.

Iniciado em maio, o programa de incentivo à realização de atividade cirúrgica no Serviço Nacional de Saúde visa melhorar a capacidade de resposta, “internalizando a cirurgia adicional que até aqui era enviada para o serviço privado”, explicou o ministro.

Visa também “estimular os hospitais do Serviço Nacional de Saúde a valorizarem-se e a competirem pelo que realmente importa os doentes e a satisfação das suas necessidades”, acrescentou.

Na sua intervenção no fórum, o ministro disse ainda que “os hospitais têm, neste momento, um modelo de gestão que está fatigado, precisa de ser reinventado e precisa de ser modernizado”.

À margem da conferência, o ministro explicou aos jornalistas que “o problema não é tanto de financiamento”: “É um problema de organização, é um problema do cidadão não ter um percurso de martírio quando anda no sistema de saúde e ser obrigado a circular atrás do sistema e não o sistema estar ao serviço dele próprio”.

O ministro sublinhou que há “muitas experiências” em Portugal, que “foi feita muita coisa”, existem “muitos modelos de hospitais”, mas o nível de avaliação “é baixíssimo”.

“Temos que pensar e parar esta tendência infernal de produzir leis, criar instituições, criar modelos e é isso que estamos a tentar fazer, procurar aproveitar o que de melhor existe, mas não estar constantemente a criar situações novas”, frisou.

O ministro disse acreditar que há condições para que daqui a um ano haja um “melhor funcionamento” nesta área, comentando que “há um bom clima de trabalho, há um bom movimento” e uma “boa cooperação entre hospitais e cuidados de saúde primários”.

O papel do cuidador
A Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença neurológica degenerativa rara que evolui de forma progr

Apesar de não existirem dados oficiais, estima-se que, em Portugal, existam entre 400 e 500 doentes com Esclerose Lateral Amiotrófica.

De acordo com a Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA), o que acontece nesta patologia é que “os neurónios motores (cabos eléctricos) que conduzem a informação do cérebro aos músculos do nosso corpo, passando pela medula espinhal, morrem precocemente”.

A morte prematura destes neurónios leva a que estes músculos - que nos permitem realizar os mais variados movimentos como andar, falar, mastigar ou engolir - enfraqueçam e acabem por perder a sua função.

Falta de força e atrofia muscular, espasmos involuntários nos músculos, cãibras ou fadiga são principais sintomas.

No entanto, esta doença pode ser classificada, de acordo com as suas formas de apresentação inicial como:

- Medular (também a forma mais frequente), quando os primeiros sintomas envolvem os músculos dos braços ou pernas, apresentando o doente dificuldade na marcha ou dificuldade em abotoar uma camisa, por exemplo;

- Bulbar – quando a doença compromete a fala, existindo dificuldade em articular as palavrar ou dificuldade em engolir ou mastigar;

- Axial – quando a fraqueza muscular envolve os músculos do pescoço ou tronco, levando a alguns desequílibrios;

- Difusa – quando o doente apresenta várias queixas por todo o corpo, sendo difícil identificar os primeiros sintomas.

De acordo com os especialistas, ainda que não lhe esteja associada uma causa, pensa-se que cerca de 10 por cento dos casos tenha uma origem genética, sendo que qualquer individuo, em qualquer idade, pode ser atingido pela doença.

“No entanto, a idade média de ínicio dos primeiros sintomas é de cerca de 60 anos”, pode ler-se na página da APELA.

O caso de José António veio contrariar esta tendência, tendo sido diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica aos 44 anos.

“Sempre foi uma pessoa saudável, que gostava muito de caça, motas e jipes”, começa por contar Teresa Moreira, mulher de António.

Até que, “no início de 2006, num dos seus passeios com o seu cão de caça, depois de jantar, começou a sentir que o músculo da perna esquerda prendia. “Como estávamos no Inverno, pensou que fosse do frio e do cansaço, e não lhe deu muita importância”, explica.

“Em Junho foi a um ortopedista. A perna já não levantava, arrastava só”, conta, monstrando que a situação piorou de forma abrupta.

“Fez vários exames, inclusive uma electromiografia e, aparentemente, estava tudo bem. No entanto, como o ortopedista não encontrou nada que pudesse justificar os sintomas recomendou que fosse a um neurologista”, recorda a mulher.

“Marcámos imediatamente consulta com um neurologista amigo que mal olhou para o Zé em tronco nu, viu o que se estava a passar”, diz. De acordo com Teresa, José já tremia muito. “Tinha muitas fasciculações no peito, ombros e costas. O meu marido achava que aqueles tremores se deviam a ansiedade”, adianta.

Com a repetição de nova electromiografia chega o diagnóstico. “Dois ou três dias depois de feito o exame,  o médico ligou-nos a dizer que tinha de conversar pessoalmente connosco. Nunca nos passou pela cabeça que fosse algo grave”, relembra Teresa.

José sofria de uma doença do neurónio motor, degenerativa e sem cura. “O neurologista, na altura, não explicou grande coisa. Apenas que não iria melhorar e que provavelmente iria ficar numa cadeira de rodas”, revela.

“O mundo desabou! Lembro-me que viemos para casa calados e nos dias seguintes não conseguimos falar do assunto... Claro que ambos recorremos à internet para ver o que era a doença. Sem cura e com um diagnóstico estimado de dois a cinco anos... Lembro-me que chorei sem parar, sozinha no meu escritório, sem saber o que fazer”, confessa.

O marido, esse, não quis falar do que lhe estava a acontecer. “Ele era muito reservado. Não quis falar mas sentiu uma grande revolta”, recorda Teresa.

E foi com uma “sentença de morte nas mãos” que procuraram outro médico que lhes mostrou que “cada caso é um caso e que as estatísticas são apenas estatísticas”, não podendo prever o que iria acontecer a partir daquele momento.

“Mas já tínhamos lido coisas que não queríamos ler. Tínhamos duas filhas ainda pequenas. O Zé perguntava «e agora o que é que eu faço? Fico à espera de morrer?»”, conta.

Passado o choque inicial, não havia como cruzar os braços. “Eu decidi que tinha de tomar uma atitude. Conversei com o meu marido e disse-lhe que ia estar com ele. Combinámos que a vida ir continuar dentro da normalidade possível”, recorda.

Teresa deixou o emprego e passou a dedicar-se exclusivamente ao marido e às filhas. “Nada era mais importante para mim que a família e eu tinha, na altura, 39 anos. Pensava que cinco anos não iam prejudicar em nada a minha vida e foi então que decidi pô-la em stand by e viver com, e para o Zé”, explica.

Foram de férias e quando regressaram decidiram viver um problema de cada vez, não antecipando o que aconteceria a seguir.

“Conversei com as minhas filhas. Expliquei que o pai estava doente, não ia melhorar e que nós tínhamos uma missão a cumprir: dar muito amor, muito carinho e muita qualidade de vida ao pai. Essa era a cura possível para a doença dele”, conta.

O caso de José António acabou por escapar a todas as previsões, contando já com 10 anos de sobrevida após diagnóstico.

“No caso dele a doença foi muito rápida, também. Evoluiu à velocidade cruzeiro, como dizia o neurologista”, afirma Teresa. “Os dois anos que se seguiram ao diagnóstico foram muito díficeis. Não tínhamos tempo de nos habituar a uma nova situação porque vinha outra a caminho”, justifica.

Ao fim de um ano, José António estava preso a uma cadeira de rodas, “os braços quase não mexiam e a fala começava a estar afetada”.

“A revolta era muita, tinha momentos de desespero, queria morrer, recusava viver aprisionado e insistia em fazer a vida normal como sempre”, adianta.

Teresa, enquanto cuidadora também sofreu. Mas com fé e otimismo nunca desistiu de lutar pelo bem-estar do marido.

“Para mim como cuidadora foi um horror, eram noites sem dormir e dias muito cansativos. Levá-lo ao escritório, dar-lhe refeiçoes – que eram um sofrimento porque a deglutição já estava comprometida, mas ele queria estar à mesa com a família e comer normalmente – , dar-lhe banho, vesti-lo e tudo o mais que fosse preciso...”, justifica.

No entanto, apesar de toda a dor,  foi o seu apoio incondicional, a companhia das filhas e da família que ajudaram José a aceitar a doença.

“Estes doentes têm muitos medos. Na fase inicial da doença caiem muito, desequilibram-se facilmente, perdem a força e o cuidador tem aqui um papel extremamente importante”, revela.

Muito embora, Teresa garante que não é fácil conviver com a revolta do doente. “Temos de ter uma capacidade muito especial para ultrapassarmos esta fase. O doente precisa de sentir que tem alguém que os acompanha, que está ao lado dele. Acho que, no fundo, o mais importante para alcançar esta tranquilidade é não dramatizar demasiado a situação e viver um dia de cada vez”, afirma.

“Temos de estar calmos e mostrar que conseguimos suportar tudo por nós e por eles”, garante.

Em pouco tempo, José passou a comunicar através do computador e mais tarde com o piscar dos olhos.

“A médica que o acompanha costuma dizer que o José já passou o prazo de validade. Passaram 10 anos após diagnóstico. Neste momento a comunicação já é dificil...” revela.

“Todas as doenças são más, mas esta é má demais porque o doente fica prisioneiro num corpo que não consegue reagir a nada. Essa é a luta. O doente percebe tudo o que lhe está a acontecer, mas apenas existe num corpo que não mexe”, acrescenta Teresa.

A cuidadora lamenta ainda que a sociedade não esteja preparada para lidar com esta doença. “Nem sempre as pessoas conseguem entender muito bem a doença. Têm pena. E como não conseguem comunicar com o doente, pura e simplesmente afastam-se”, diz. “Durante este tempo, muitos amigos foram-se afastando com o argumento de que era díficil ver o Zé nesta situação”, exemplifica.

Desde 2008, José António é alimentado por sonda e está traqueostomizado, ligado a um ventilador 24 horas por dia.

“Neste momento, a situação está a ser mais complicada. Há mais cansaço, um maior desgaste de tantos anos a conviver com a doença”, afirma.

No entanto, garante que o amor continua a ser o motor desta família, que não desiste, ainda que o sofrimento se sobreponha aos momentos de alegria.

“Tem tudo a ver com a forma como encaramos os problemas. Resiliência e aceitação são as palavras-chave neste percurso”, justica a cuidadora.

“Sou católica e digo muitas vezes que sem Maria, nada do que faço seria possível”, conclui Teresa. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Serviço Nacional de Saúde
Dez por cento dos doentes encaminhados para consultas hospitalares já exerceram o livre acesso, optando por outro hospital...

“Cerca de 10% dos utentes já tinham optado por serem referenciados para um hospital diferente para onde anteriormente seriam direcionados”, afirmou o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, durante o no I Fórum dos Hospitais “Os Hospitais – Reforma do Serviço Nacional de Saúde”.

O ministro recordou que o livre acesso se iniciou em maio em algumas unidades dos cuidados de saúde primárias e em junho começou a abranger todas as unidades.

Até aqui, os utentes eram encaminhados diretamente para consulta para o hospital de referência da sua área de residência.

Com o livre acesso, quem aguarda primeira consulta de especialidade hospitalar pode, em articulação com o médico de família responsável pelo encaminhamento, optar por qualquer uma das unidades hospitalares do SNS onde exista a especialidade em causa.

Para o ministro da Saúde, os 10% que exerceram o livre acesso são um “bom indicador para avaliar os resultados da medida”, que o Governo espera que reforce o acesso e contribua para a redução de ineficiências.

“Está a correr muito bem. A experiência generalizou-se a 1 de junho e há regiões do país onde a opção do doente já ultrapassa os 13%, curiosamente nas regiões onde estimávamos que haveria maior dificuldade de acesso, como Lisboa Vale do Tejo e a seguir o Norte”, afirmou o ministro da Saúde aos jornalistas à margem do Fórum que decorre em Lisboa.

Adalberto Campos Fernandes sublinha que a medida pretende “respeitar o direito que os cidadãos têm de, pagando o sistema de saúde enquanto contribuintes, poderem ter uma palavra na decisão quanto às escolhas que exercem”.

Contudo, o ministro admite que não seria positivo que a percentagem de doentes que opta por outro hospital fosse muito maior: “Um valor à volta de 15% será normal. Estamos a criar condições para que os hospitais sejam todos eles mais atrativos. Não é bom querer mudar de hospital, o que queremos é que fique no seu hospital de residência. Mas não é justo que as pessoas - não tendo opção - sejam obrigadas a ficar acantonadas numa região que não lhes dá resposta sem que lhe seja dada uma alternativa em concreto”.

PeSsOa –Viver com Psoríase
Avaliar a qualidade de vida relacionada com a saúde dos doentes com psoríase em Portugal e caracterizar o perfil clínico...

O Estudo PeSsOa pretende caracterizar o acesso dos doentes a cuidados de saúde, a utilização de recursos de saúde e tratamento, quantificar o impacto social e económico associado à psoríase e estimar o impacto laboral/escolar, familiar e social associado à doença e ao seu tratamento na perspetiva do doente. Este estudo – um Patient Reported Outcomes Study – caracteriza-se por recorrer apenas ao doente como única fonte de informação, capturando assim a sua perspetiva.

Com um objetivo de atingir uma amostra de 400 pessoas com psoríase, o estudo pode ser acedido através deste link, disponível no website e Facebook da PSOPortugal. Podem participar no Estudo PeSsOa todas as pessoas com psoríase com mais de 18 anos, com diagnóstico confirmado de psoríase, que estejam a ser seguidos numa consulta de especialidade.

Em Portugal, estima-se que a psoríase atinge mais de 200 mil pessoas, das quais 80-90% têm psoríase em placas1. No entanto, todos os fatores ligados ao perfil clínico-epidemiológico dos doentes portugueses e ao impacto da doença na sua vida não estão ainda descritos.

Sobre a Psoríase
A psoríase é uma doença comum, não-contagiosa, imunomediada que afeta até 3% da população mundial2. A psoríase em placas é a forma mais comum da doença e manifesta-se pelo aparecimento de lesões eritematosas avermelhadas cobertas por escamas esbranquiçadas e prateadas de células mortas. A psoríase não é simplesmente um problema cosmético, mas uma doença persistente, crónica (de longa duração), e por vezes angustiante, que pode até mesmo afetar os mais pequenos aspetos da vida diária das pessoas. Entre 10 e 30 % dos doentes com psoríase têm ou poderão vir a desenvolver artrite psoriática, onde as articulações são também afetadas, causando sintomas debilitantes incluindo dor, rigidez e danos irreversíveis3,4. A psoríase também está associada a outros problemas de saúde, como diabetes, doenças cardíacas e depressão3.

Tratar a psoríase é fundamental para uma boa gestão da doença e da saúde em geral. É possível, com um trabalho conjunto entre médico e doente, encontrar um tratamento ou tratamentos que reduzam ou eliminem os seus sintomas. O que é adequado para uma pessoa com psoríase pode não o ser para outra, sendo por isso fundamental que doente e médico discutam as diferentes opções de tratamento disponíveis e decidam qual o mais adequado para aquele caso em particular.

Sobre a PSOPortugal
A PSOPortugal - Associação Portuguesa da Psoríase é uma IPSS da saúde, fundada em 2005. Tem como principais objetivos a promoção da melhoria da qualidade de vida e a defesa dos direitos dos portadores de psoríase no seu contexto pessoal, profissional e social, promover iniciativas de índole social e cultural com o propósito de esclarecer e sensibilizar a opinião pública acerca das características da doença. A PSOPortugal coopera também com as entidades técnicas de saúde, no desenvolvimento e na investigação da doença, disponibilizando informação aos técnicos de saúde, bem como aos doentes, dos resultados das aplicações de vários tipos de terapêuticas.

Referências
1Marques Pinto G, Filipe P. [Guidelines for high-quality use of biologic therapies in adults with plaque psoriasis]. Acta medica portuguesa. 2012;25(2):125-41.
2International Federation of Psoriasis Associations (IFPA) World Psoriasis Day website. “About Psoriasis.” Available at: http://www.worldpsoriasisday.com/web/page.aspx?refid=114. Accessed February 2016.
3National Psoriasis Foundation. Psoriatic disease: about psoriasis. Available at: www.psoriasis.org/about-psoriasis. Accessed January 2016.
4Mease PJ, Armstrong AW. Managing patients with psoriatic disease: the diagnosis and pharmacologic treatment of psoriatic arthritis in patients with psoriasis. Drugs. 2014; 74:423–441. 

Estudo
Um simples exame sanguíneo pode agora ser usado como ferramenta de avaliação do risco de enfarte agudo do miocárdio ...

A medição dos níveis de anticorpos - em particular de imunoglobulina G, produzida na fase aguda de uma infeção e dedicada à proteção do sistema de futuras infeções - permite avaliar a suscetibilidade do corpo para este tipo de incidente.

A inovação é produto de um estudo da Imperial College London e da University College London que, pela primeira vez, segundo o Diário de Notícias, confirmou a associação entre um sistema imunitário forte e a capacidade que o corpo tem de prevenir um ataque deste género.

A avaliação da imunoglobulina G pode, assim, passar a constituir o indicador chave na análise da predisposição do corpo para um enfarte do miocárdio.

Avaliar este género específico de anticorpos é, relativamente, barato, o que significa que a medição mais precisa do risco de ataque cardíaco que este teste permite tornar-se-á comum, nos próximos anos.

"Pretendemos ainda explorar novas formas de fortalecer o sistema imunitário, tornando-o menos vulnerável à doença cardíaca", explica Ramzi Khamis, cardiologista e bolseiro no Instituto Nacional do Coração e Pulmões, Imperial College London, no The Huffington Post.

Todos os anos, morrem mais de quatro mil portugueses vítimas de ataques cardíacos em Portugal, segundo estatísticas divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística.

Estudo
Cientistas descobrem que medicamento usado para tratar a osteoporose pode prevenir o cancro da mama e dos ovários e pessoas que...

Cientistas australianos descobriram que um medicamento usado para tratar a osteoporose pode prevenir o cancro da mama e do ovário em mulheres com mutações no gene BRCA1. Esta descoberta pode poupar muitas mulheres de duplas mastectomias e histerectomias preventivas. O estudo foi publicado na Nature Medicine, escreve o Observador.

Uma em cada mil mulheres tem a mutação do gene que ficou conhecido como “gene Jolie”, depois de a atriz ter descoberto que tinha uma mutação que aumentava a probabilidade de vir a desenvolver cancro da mama ou dos ovários. O BRCA1 aumenta entre 12,5 e 58 por cento a probabilidade de ter cancro da mama e 29 vezes a de ter cancro nos ovários.

As novas descobertas permitiram perceber quais as células que causam a doença e como impedi-las de se tornarem cancerígenas. A descoberta foi propiciada pelo facto de terem constatado que as células pré-cancerígenas eram alimentadas pela mesma proteína que forma as células que destroem os ossos de quem tem osteoporose.

Denosumab é medicamento que é usado para tratar a osteoporose e fá-lo inibindo a proteína que a causa. É este o medicamento que pode também prevenir a formação de tumores. Os testes laboratoriais em tecido mamário de mulheres com o ‘gene Jolie’ e os ensaios feitos em ratos mostraram resultados promissores.

As primeiras fases de testes laboratoriais deixaram os cientistas animados, mas ainda há um longo caminho para percorrer. Os ensaios clínicos já começaram e, se se confirmarem os resultados, este pode ser uma grande esperança para as mulheres com predisposição genética para ter cancro da mama e dos ovários. Até agora, a única opção era a remoção cirúrgica das mamas e dos ovários, um procedimento que tem um grande impacto físico e psicológico para quem passa por ele.

Campanha de rua
A campanha de angariação de fundos de rua da 'Operação Nariz Vermelho', que decorreu entre 01 e 05 de junho em oito...

De acordo com um anúncio publicado hoje na imprensa nacional, a 'Operação Nariz Vermelho' (ONV) revela que a campanha de rua para angariação de fundos que decorreu em Lisboa, Almada, Sintra, Cascais, Coimbra, Porto, Matosinhos e Braga obteve um total de 14.444,08 euros.

A iniciativa “Seja Sorridário” envolveu 229 voluntários, sendo que os donativos monetários vão contribuir para assegurar o programa gratuito de visitas dos Doutores Palhaços às crianças hospitalizados nos serviços pediátricos de 13 hospitais do país.

Segundo um estudo conhecido no início de março, a maioria das crianças hospitalizadas parece suportar melhor a dor graças à presença dos Doutores Palhaços, de acordo com dados recolhidos junto de profissionais que trabalham em instituições visitadas pela ONV.

Dos 332 profissionais dos hospitais visitados pela ONV e inquiridos para o estudo que consta do livro “Rir é o melhor remédio”, 84 por cento acha que as crianças parecem suportar melhor a dor, 65 por cento considera que estas se alimentam melhor e 65 por cento que melhoram o sono graças às visitas dos Doutores Palhaços.

Segundo os profissionais hospitalares inquiridos, 90 por cento das crianças visitadas demonstram mais tolerância à dor e 94 por cento melhoram a sua condição clínica.

A 'Operação Nariz Vermelho' realiza visitas durante 42 semanas por ano, aos 13 hospitais abrangidos pelo programa em Lisboa, Cascais, Sintra, Amadora, Almada, Porto, Coimbra e Braga.

A equipa de artistas é constituída por 22 Doutores Palhaços e nos bastidores trabalham nove profissionais. Anualmente, a ONV visita mais de 40 mil crianças hospitalizadas.

Crianças surdas
Uma criança com surdez severa e profunda pode atualmente atingir aos quatro anos uma linguagem quase igual à de outras crianças...

Os implantes cocleares, considerados tecnologia muito avançada, devem ser aplicados por volta de um ano de idade quando um bebé com surdez profunda não tem benefícios com prótese auditivo convencional.

Um implante coclear é um dispositivo eletrónico que tem o objetivo de substituir as funções das células do ouvido interno de pessoas com surdez profunda que não são beneficiadas pelo uso de aparelhos auditivos.

O tema dos implantes cocleares é um dos abordados no congresso da Sociedade Europeia de Otorrinolaringologia Pediátrica, que hoje termina e que juntou em Lisboa cerca de 1.500 especialistas.

“Se a criança não tiver outras anomalias, por volta dos quatro anos de idade poderá ter uma linguagem quase igual à de uma normo-ouviente e aos seis anos iniciará uma escolaridade normal”, explicou o médico otorrinolaringologista Victor Correia da Silva.

O principal desafio nos casos de surdez severa em bebés é o do diagnóstico precoce, conseguido através do rastreio auditivo neonatal, que permitirá encaminhar as crianças com necessidades para centros especializados.

A médica otorrino Luísa Monteiro lembra que os problemas auditivos têm aumentado em recém-nascidos, sobretudo em grandes prematuros, devido precisamente a um maior número de casos de sobrevivência desses bebés, com maior risco de desenvolver problemas de surdez.

Por outro lado, também nos idosos os problemas auditivos estão a aumentar, em grande parte com o prolongamento da esperança de vida. Os especialistas sublinham que a surdez em idosos, não sendo corrigida, leva a maior isolamento e pode agravar a progressão de demências.

No que toca a crianças e a adolescentes, o médico otorrinolaringologista Jorge Quadros nota uma diminuição de problemas ao longo das últimas décadas, face à precocidade do diagnóstico e das terapias adequadas, “com procedimentos que evitam complicações a médio e longo prazo”.

Na Europa, em 2013, cerca de 63,6 milhões de pessoas viviam com incapacidade auditiva, projetando-se sejam cerca de 70 milhões em 2017.

Especialistas afirmam
As infeções de otorrinolaringologia representam cerca de 90% de todas as infeções em crianças, com as otites médias, as...

Cerca de 1.500 especialistas mundiais estão reunidos em Lisboa no congresso da Sociedade Europeia de Otorrinolaringologia Pediátrica, que tem debatido os desenvolvimentos mais importantes nesta área da medicina.

Segundo a otorrinolaringologista Luísa Monteiro, as infeções do foro da garganta, ouvidos e nariz representam perto de 90% de todas as infeções que ocorrem em crianças.

“Estamos a falar de otites médias, sobretudo recorrentes, das amigdalites, das sinusites, das rinofaringites. São situações muito frequentes e que ocorrem muitas vezes em crianças de tenra idade”, adiantou a médica.

Trata-se de crianças que são expostas cedo a socialização nos infantários e a outros fatores de risco como exposição a fumo passivo de tabaco ou poluição, que as torna mais vulneráveis a infeções de repetição ou infeções crónicas.

O otorrino Victor Correia da Silva adianta que “os problemas auditivos sérios têm diminuído bastante devido à prevenção e tratamento precoce”, lembrando que no passado muitas otites evoluíram para infeções graves e destrutivas “por vezes com complicações que punham em risco a vida”.

“Atualmente as otites médias são diagnosticadas mais cedo e, quando não respondem a tratamento médico, as crianças são submetidas a pequenas intervenções que evitam, na maioria dos casos, a evolução para situações sérias”, adiantou o médico otorrinolaringologista.

Coordenador da reforma diz
O coordenador para a reforma do Serviço Nacional de Saúde considera que os hospitais vivem hoje uma fase de “crescimento em...

João Correia da Cunha falava a propósito do I Fórum do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que decorre hoje e junta vários oradores nacionais e internacionais em torno do tema: "Os hospitais - reforma do Serviço Nacional de Saúde".

Para o atual coordenador nacional para a reforma do SNS na área dos cuidados de saúde hospitalares, o que Portugal dispõe, “dentro do SNS, como centro estruturante do sistema nacional de saúde, é mais do que razoável”.

“É o melhor SNS do mundo? Não. Precisa de ser alterado? Precisa”, disse, acrescentando: “Estamos num tempo em que continuamos a crescer, mas também de grandes dificuldades. Caiu-nos em cima uma crise económica muito complicada”.

Para João Correia da Cunha, “o maior constrangimento do SNS sempre foi financeiro e agora a situação intensificou-se mais, ao que acresce o aumento exponencial dos custos, nomeadamente graças à inovação. Este é o cenário em que estamos e não adianta lamentarmo-nos”.

O médico considera que há uma série de linhas que nos têm de preocupar: custos com medicamentos e dispositivos médicos, planeamento adequado dos recursos humanos, as novas linhas de referenciação e articulação entre cuidados de saúde.

“Já não estamos em tempos de diagnóstico. Temos de fazer os diagnósticos, mas temos também de introduzir as medidas de alteração”, defendeu.

O Fórum, que segundo o programa é inaugurado pelo primeiro-ministro e encerrado pelo Presidente da República, vai contar com a participação de vários especialistas nacionais e internacionais, entre os quais o coordenador do Relatório Gulbenkian “Um Futuro para a Saúde - todos temos um papel a desempenhar”, Nigel Crisp.

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