Convento de São Francisco acolhe
Patente, até 20 de novembro, no novo espaço cultural e de espetáculos da cidade, a mostra pode ser visitada, todos os dias da...

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) organizou, com a curadoria de Cristina Nogueira (CulturAge), a exposição “135 anos de Ensino de Enfermagem em Coimbra”, que pode ser visitada, até ao próximo dia 20 de novembro, no Centro de Convenções do Convento de São Francisco, em Coimbra.

Através desta exposição, a ESEnfC pretende dar a conhecer a história e o desenvolvimento do ensino da Enfermagem registado ao longo dos anos, além do consequente impacto no aperfeiçoamento dos cuidados prestados aos utentes dos serviços de saúde.

Nesta mostra retrospetiva, o visitante pode dar-se conta da evolução das instalações, dos meios ao dispor do ensino e da profissão, da articulação com os estabelecimentos de saúde, da atividade científica e de investigação, dos serviços de extensão à comunidade, das cerimónias académicas e estudantis, das transformações políticas, sociais e legislativas que condicionaram o futuro da ESEnfC, das mudanças nos planos de estudos, das exigências e desafios progressivos aos professores e à sua formação.

Painéis informativos com pequenos textos, objetos ligados à profissão, documentos e fotografias pretendem levar o público visitante a conhecer o passado e o presente da Enfermagem e da ESEnfC.

“Olhar para os 135 anos de história do ensino da Enfermagem em Coimbra permite-nos fundamentar a convicção de que podemos ser parte, ou mesmo motor de um futuro melhor para a saúde e bem-estar das pessoas. Mais e melhor Enfermagem pode fazer a diferença num futuro que será, com certeza, desafiante em todos os domínios da vida, particularmente a nível ambiental, social e da saúde”, afirma a Presidente da ESEnfC, Maria da Conceição Bento.

Esta exposição encerra o programa comemorativo "10 anos pós-fusão, 135 anos em (trans)formação", iniciado em março deste ano e através do qual a ESEnfC pretendeu assinalar, além de uma década de união das escolas superiores de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca e de Bissaya Barreto, uma história maior, que remonta a 1881, ano da criação da Escola de Enfermeiros de Coimbra, fundada por Augusto da Costa Simões, médico e administrador dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

 

As comemorações dos 135 anos de história da ESEnfC no Centro de Convenções do Convento de São Francisco contam com a parceria da Câmara Municipal de Coimbra.

Orçamento de 2016/2017
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, advertiu que o orçamento da organização não pode ser completamente financiado sem novas...

Chan apontou “importantes défices” para o orçamento de 2016/2017, ao discursar numa conferência organizada pela OMS e na qual participam mais de cem representantes de Estados-membros e organizações.

“Sem financiamento adicional, o atual orçamento não pode ser plenamente financiado e implementado”, alertou, explicando que se por um lado os Estados-membros pedem mais à OMS, mas por outro não só não aumentam as contribuições, como nalguns casos as diminuíram.

O programa mais requisitado e simultaneamente menos financiado é o das emergências sanitárias, estando apenas assegurados 56% dos 485 milhões de dólares (441 milhões de euros) necessários.

Margaret Chan frisou que as lições aprendidas com a epidemia de ébola “sublinham a necessidade de a OMS ter uma capacidade [financeira] suficiente antes da próxima crise”.

Por outro lado, sustentou, numa altura em que o mundo está “tão perto” da erradicação da pólio, o investimento é decisivo, o que é válido para outras iniciativas, como a luta contra a resistência aos antibióticos ou a luta contra a sida.

A difícil situação financeira da Organização Mundial de Saúde vai ser um dos desafios a enfrentar pelo próximo diretor-geral, a escolher de entre seis candidatos – o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, a italiana Flavia Bustreo, o francês Philippe Douste-Blazy, o britânico David Nabarro, a paquistanesa Sania Nishtar e o húngaro Miklos Szocska.

O processo de escolha iniciou-se em abril, com a apresentação de candidaturas, e termina em maio de 2017 com uma votação na Assembleia-Geral da ONU.

Unicef
Cerca de 300 milhões de crianças em todo o mundo respiram um ar tão poluído que podem sofrer danos físicos, incluindo no...

Quase uma em cada sete crianças em todo o mundo respira um ar que é pelo menos seis vezes mais poluído do que as diretrizes internacionais, revela o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que considera mesmo a poluição atmosférica como um dos principais fatores da mortalidade infantil.

A Unicef publicou o novo estudo uma semana antes do início da conferência da ONU sobre o clima, a COP22, em Marraquexe, Marrocos, de 07 a 18 de novembro, que pretende aproveitar para renovar o apelo aos líderes mundiais para que ajam imediatamente para reduzir a poluição atmosférica.

“A poluição do ar contribui, de forma significativa, para a mortalidade de cerca de 600 mil crianças com idade inferior a cinco anos anualmente e ameaça a vida e o futuro de milhões de outras”, adverte o diretor-geral da Unicef, Anthony Lake.

“As substâncias poluentes não só danificam os pulmões das crianças como podem também atravessar a barreira de proteção do cérebro e danificar irreversivelmente o seu desenvolvimento cerebral, comprometendo o seu futuro”, indica, antes de sublinhar que “nenhuma sociedade pode dar-se ao luxo de ignorar a poluição”.

Com base em imagens de satélite, o estudo mostra que cerca de 2.000 milhões de crianças vivem em países onde a poluição atmosférica resultante das emissões dos tubos de escape dos automóveis, da utilização de combustíveis fósseis ou da incineração de resíduos ultrapassa os níveis mínimos de qualidade do ar estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde.

O sul da Ásia agrupa o maior número de crianças que respiram ar muito poluído (620 milhões), seguido por África (520 milhões) e leste da Ásia e Pacífico (450 milhões), de acordo com o relatório.

O estudo também se debruça sobre a poluição do ar em espaços interiores causada pela queima de carvão e madeira para cozinhar ou para aquecimento.

Juntas, a poluição exterior e interior, estão diretamente ligadas a pneumonia e outras doenças respiratórias responsáveis pela morte de quase uma em cada dez crianças com menos de cinco anos de idade, o que faz da poluição atmosférica um perigo para a saúde das crianças, sustenta a Unicef no mesmo documento.

A agência da ONU nota que as crianças são mais suscetíveis do que os adultos à poluição porque os seus pulmões, cérebro e sistema imunitário ainda estão em desenvolvimento e as suas vias respiratórias são mais permeáveis.

As crianças que vivem na pobreza, que normalmente têm pouco acesso a cuidados de saúde, são as mais vulneráveis às doenças causadas pela poluição do ar.

Entidade Reguladora da Saúde
A Entidade Reguladora da Saúde instaurou 20 processos contraordenacionais por violação ao regime jurídico das práticas de...

Desde 01 de novembro do ano passado que é proibida a publicidade enganosa em saúde, estando previstas coimas superiores a 44 mil euros em caso de incumprimento.

Neste primeiro ano da lei em vigor, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) investigou cerca de 90 campanhas publicitárias, das quais cerca de 30 deram origem a processos de avaliação e 20 a processos contraordenacionais, por violação ao regime jurídico das práticas de publicidade em saúde.

Segundo a ERS, a quem cabe fiscalizar, instruir processos e decidir da aplicação de coimas e sanções acessórias para os infratores, estes processos encontram-se, maioritariamente, ainda em instrução, tendo já sido verificada, em diversos casos, a correção voluntária da publicidade.

Com o novo diploma, passam a ser proibidas todas as práticas enganosas que descrevam o ato ou serviço como “grátis”, “gratuito”, “sem encargos”, “com desconto” ou “promoção”, mas também aquelas que de algum modo pretendam promover um ato ou serviço diferente do publicitado.

Ficam também proibidas as práticas de publicidade em saúde que sejam suscetíveis de induzir em erro o utente quanto às características principais do ato ou serviço, designadamente através de menções de natureza técnica e científica sem suporte de evidência.

É ainda passível de coima a publicitação de expressões de inovação ou de pioneirismo sem prévia avaliação das entidades com competência no sector, bem como as práticas que se refiram falsamente a garantias de cura ou de resultados sem efeitos adversos ou secundários.

A publicitação de atos e serviços de saúde como prémio, brinde ou condição de prémio, no âmbito de concursos, sorteios ou outras modalidades no género passam também a ser ilegais.

Médicos e nutricionistas alertam
A ingestão de sementes como a chia, girassol, sésamo ou quinoa está a preocupar médicos e nutricionistas que têm recebido...

“São produtos vendidos em supermercados, em casas comerciais sem controlo de qualidade nenhuma, induzindo nas pessoas a ideia de que podem consumir à vontade, que é muito saudável, e que não desencadeia qualquer tipo de situação ou sintomas colaterais, mas isso não corresponde à verdade, disse o presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, José Cotter.

O médico adiantou que as sementes são utilizadas com o “objetivo principal de estimular o intestino”, havendo pessoas que as consomem “indiscriminadamente” e “excessivamente” para esse fim.

Este comportamento pode “originar sintomas de mal-estar”, como muita flatulência ou oclusão intestinal (nos casos mais graves) que levam as pessoas ao médico, quando “a solução do problema é reduzirem a sua ingestão”, advertiu.

E, segundo especialista, “é muito frequente” aparecerem nas consultas de gastroenterologia doentes com este tipo de sintomas.

Para evitar este risco, o consumo deve ser feito sob orientação médica, uma vez que estes alimentos estão contraindicados em doentes com determinadas patologias, como a doença de Crohn ou perturbações no tubo digestivo.

Para a bastonária da Ordem dos Nutricionista, Alexandra Bento, “o que pode ser verdadeiramente preocupante” é os consumidores acharem que “as sementes são a panaceia dos maus hábitos alimentares”.

As sementes sempre foram consumidas e fazem parte do “dia alimentar”, como a cevada, a aveia, o arroz ou o trigo, mas o que se está a verificar é que “há novas sementes”, como as de abóbora, quinoa, sésamo, trigo-sarraceno ou linhaça, que as pessoas acreditam terem “um valor nutricional acrescido” e consomem-nas em excesso, adiantou.

Alexandra Bento ressalvou que “as sementes são saudáveis” e “importantes para alimentação”, porque são ricas em fibras, vitaminas, minerais e outros fitoquímicos, mas não se pode é pensar que vão resolver os problemas alimentares.

“A alimentação saudável é aquela que se pauta pelo equilíbrio, pela variação e pela variedade de alimentos”, defendeu, alertando para os perigos das modas na alimentação.

O risco desta “nova moda” é a maneira como as sementes estão a ser ingeridas, disse Alexandra Bento, alertando: O consumo pode ser “perigoso e incorreto” se for feito “sem a diluição perfeita, sem a trituração necessária” e de forma exagerada”, só porque pensa que é “tremendamente saudável.

Por outro lado, defendeu, é preciso acautelar que sejam cumpridas as regras de controlo em termos da legislação.

Como normalmente “as sementes são consumidas cruas ou minimamente processadas”, é fundamental acautelar o processo industrial para “evitar a contaminação inicial ou durante o processo de armazenamento e distribuição das sementes”, um controlo “muito importante para que não haja risco de micotoxinas [substâncias químicas tóxicas produzidas por fungos].

Mas o consumidor também tem que ter cuidados em casa, como ver os prazos de validade, disse a bastonária, rematando: “as sementes podem estar no dia alimentar com conta peso e medida”.

Web Summit
Fazer o diagnóstico molecular de doenças através de um sistema "rápido e simples" de nanotecnologia é a função da...

Pedro Baptista, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, explicou como fundou a empresa, conjuntamente com Alexandra Fernandes e Filipe Assoreira, e como o projeto se tornou numa empresa, constituída oficialmente só no final do ano passado.

"É uma empresa que visa transacionar a investigação feita ao longo dos últimos 12 anos na Faculdade, de utilizar nanotecnologia para diagnóstico molecular, diagnóstico de doenças humanas, para identificação de agentes patogénicos", explicou.

Depois de o trabalho académico ter atingido o seu "estado certo de maturação", os seus fundadores querem agora mais investimento e projeção internacional, fazendo valer o verdadeiro nome da empresa: Nano4 Global.

"O nosso objetivo é dar a conhecer a Nano4 e o seu potencial. Se tudo correr bem, gostaria de estar na Web Summit à procura de um nível mais avançado de investimento para a globalização", afirmou Pedro Baptista.

A Nano4 Global foi umas das 67 ‘startups' eleitas para representar Portugal na Web Summit, um dos maiores eventos tecnológicos mundiais que se realiza em novembro em Lisboa.

"Estamos à procura de mais investimento. Este ecossistema é muito frágil e são empresas que estão a dar os primeiros passos e a Web Summit é um excelente fórum, não só de apresentação, mas também de aprendizagem com outras empresas", sustentou Pedro Batista.

O responsável reconheceu que há um apoio grande do Estado em empresas desta área numa fase inicial, mas que depois acaba por não ser suficiente.

"É necessário um investimento inicial para arrancar com a investigação e provar que o projeto pode ir para o mercado. Depois mais tarde, quando o projeto já está amadurecido, é necessário outra injeção de capital para poder globalizar e exportar o projeto e é nessa fase que muitas empresas não aguentam", explicou.

Sobre a Nano4, Pedro Batista explicou que a empresa foca-se preferencialmente no diagnóstico.

"A ideia é ter um sistema rápido e simples que permita fazer, de uma forma muito próxima do doente, um diagnóstico da doença, seja ela qual for", adiantou o responsável, sublinhando que, em menos de 20 minutos, é possível ter um resultado para depois ser reportado para um laboratório central.

A empresa trabalha já com alguns hospitais, como o Hospital dos Capuchos, e outros associados à monitorização da tuberculose.

"Neste momento estamos também a trabalhar com o maior instituto de produção e fornecimento de material de diagnóstico e reagentes de diagnóstico da América Latina para a introdução da tecnologia que depois será distribuída para toda a América Latina e alguns estados do sul dos Estados Unidos", acrescentou.

A Web Summit é uma conferência global de tecnologia que decorrerá este ano em Lisboa (e nos dois anos seguintes, com possibilidade de mais dois anos), onde são aguardados mais de 50.000 participantes, de mais de 150 países, incluindo mais de 20.000 empresas, 7.000 presidentes executivos, 700 investidores e 2.000 jornalistas internacionais.

Até terça-feira
Milhares de voluntários da Liga Portuguesa Contra o Cancro iniciaram no sábado o tradicional peditório nacional a favor da...

“Diga sim a esta causa” é o mote do peditório, “uma das ações de angariação mais importantes para a Liga”, refere a organização.

Ao contribuir, “os portugueses estarão a dizer ‘sim’ ao rastreio, à prevenção, ao apoio ao doente oncológico e à investigação”, adianta a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).

“Mais do que donativos, queremos apelar à solidariedade e à entreajuda”, diz o presidente da LPCC, Vítor Veloso.

Em declarações, Vítor Veloso disse estar confiante na “grande generosidade dos portugueses”, esperando conseguir reunir um valor idêntico ao angariado no ano passado (1,5 milhões de euros).

O presidente da liga destacou também o trabalho realizado pelos milhares voluntários que “vão dar a cara neste peditório rua, cada vez mais difícil de fazer", a divulgar o trabalho da instituição e a alertar para a importância de contribuir para esta causa.

“Felizmente verifico que a população os encara bem e é por isso que peço” que continue a tratá-los assim, porque “são pessoas que estão a tentar trabalhar para uma causa nobre, para ajudar os mais necessitados”, disse Vítor Veloso.

O oncologista salientou que “o país continua a estar nunca recessão económico-financeira muito grande e as situações de miséria são cada vez mais visíveis. É por isso que a liga cada vez recebe mais pedidos de apoio”, acrescentou.

Até terça-feira, os voluntários vão estar nas ruas do país, devidamente identificados com o colete da instituição e com os cofres lacrados com o símbolo da Liga a recolher os fundos.

A ação decorrerá em locais distintos como centros comerciais, igrejas, cemitérios, supermercados e principais ruas das cidades de todo o país.

Este ano, a LPCC promove também uma campanha, onde várias figuras públicas dão a conhecer o trabalho desenvolvido pela instituição ao longo do último ano e apelam ao contributo de todos para dar continuidade a diversos projetos.

A campanha, disponível na imprensa, ‘mupis’, online e na televisão, conta com a participação de Isabel Silva, João Baião, Júlia Pinheiro, Rita Pereira e Rui Vitória.

Psoríase
Afetando entre 2 a 4 por cento da população mundial, a Psoríase é uma doença inflamatória complexa s

O que é a psoríase? 

A psoríase é uma doença inflamatória crónica complexa, eminentemente cutânea, caracterizada por áreas bem definidas de pele espessada, rosada ou avermelhada, habitualmente cobertas de escamas ou crostas prateadas. Pode ocorrer inflamação articular em cerca de um terço dos doentes.

Quem sofre de psoríase?                             

A psoríase afecta 2 a 4% da população mundial, estimando-se em 300 mil o número de doentes em Portugal. Homens e mulheres são igualmente afectados, ainda que possa haver diferenças entre grupos raciais. Pode iniciar-se em qualquer idade – mesmo na infância – mas tem picos de aparecimento entre os 15-25 anos e os 50-60 anos. Tende a persistir ao longo da vida, com períodos de agravamento e melhoria. É uma doença de base genética sendo possível identificar familiares afectados em cerca de um terço dos doentes.

O que causa a psoríase?

A psoríase é multifactorial, em que factores imunológicos, genéticos a ambientais contribuem para o seu aparecimento.

Sistema imune – A pele tem diferentes camadas. A mais superficial é a epiderme: é constituída por células que estão em constante divisão e que acabam por morrer, cobrindo a toda a superfície corporal com uma película de células mortas denominada estrato córneo. Todos os dias, à medida que as células da epiderme morrem e passam a fazer parte do estrato córneo, algumas células desse estrato são também libertadas, prevenindo que a camada córnea se torne muito espessa. A camada média da pele é a derme onde se localizam o colagénio e os vasos sanguíneos. A mais profunda é o tecido celular subcutâneo (hipoderme) que é basicamente uma camada de gordura.

Na pele afectada por psoríase, células imunitárias penetram na pele provenientes da circulação sanguínea, acelerando a divisão celular da epiderme e alterando o normal mecanismo de libertação das células mortas da camada córnea. Isto provoca espessamento da pele e o aparecimento das escamas e crostas características da doença. Ocorre igualmente dilatação e alongamento dos vasos sanguíneos da derme que suportam o crescimento rápido da epiderme e que conferem o aspecto eritematoso da pele.

Genética – Os factores genéticos são muito importantes no desenvolvimento da psoríase: o perfil genético do indivíduo influencia o tipo de psoríase e a resposta ao tratamento. Não há contudo nenhum teste genético que possa diagnosticar ou determinar se um indivíduo irá desenvolver a doença.

Factores ambientais – Alguns estímulos podem aumentar o risco de desenvolver ou agravar a psoríase como sejam o stress físico, o stress psicológico, infecções por bactérias ou vírus, medicamentos (anti-hipertensores, anti-inflamatórios, anti-maláricos, entre outros) e o tabagismo.

A psoríase não é contagiosa, pelo que não é uma doença que se possa “apanhar” de outras pessoas, nem “passar” para outras pessoas. As lesões de psoríase não são infecciosas.

Como se manifesta a psoríase?

A psoríase manifesta-se clinicamente como placas (pele espessada) de bordo bem definido, simétricas, eritematosas (rosadas ou avermelhadas) e descamativas. As escamas que se libertam são habitualmente prateadas, o que confere à pele lesada um brilho característico. Quando a descamação é muito intensa, podem formar-se crostas. Toda a superfície cutânea pode ser afectada mas é mais comum nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo. Também as unhas poderão estar envolvidas, com descoloração, manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, espessamento e deformação.

Muitas vezes as lesões são pruriginosas, podendo o prurido ser muito intenso nalguns doentes. Em zona de pele mais seca, podem surgir fissuras e gretas dolorosas.

As placas são muito persistentes sem tratamento. Quando resolvem, podem deixar manchas acastanhadas ou mesmo esbranquiçadas que podem durar meses até desaparecer.

Como se diagnostica a psoríase?

Não há nenhuma análise de sangue ou exame específico para diagnosticar a doença. O Dermatologista precisa normalmente apenas de observar a superfície cutânea para determinar se se trata de psoríase. Quando existem dúvidas, pode ser necessária retirar um pequeno pedaço de pele (biópsia cutânea) para ser observada ao microscópio. A história familiar pode contribuir para o diagnóstico.

Que tipo de psoríase é a minha?

Existem vários tipos de psoríase de acordo com a apresentação clínica. Contudo, os elementos e as localizações que se descrevem não são exclusivos do tipo indicado, podendo haver sobreposição de características.

Psoríase em placas (psoríase vulgar)

É a mais comum forma de psoríase. Tende a afectar adultos jovens e de meia-idade mas pode ocorrer em qualquer idade. As placas variam entre 1 a 10cm de diâmetro, podendo ter maiores dimensões. As localizações habituais são o couro cabeludo, cotovelos, joelhos e dorso. A gravidade e a extensão da doença é muito variável de pessoa para pessoa.

Psoríase gutata

Este tipo de psoríase está por vezes associado a uma infecção bacteriana estreptocócica recente (como uma faringite ou uma amigdalite). Afecta frequentemente crianças e jovens adultos sem antecedentes pessoais de psoríase e causa uma erupção súbita de múltiplas pequenas placas / pápulas na pele.

Psoríase inversa

Afecta áreas corporais menos visíveis, como as virilhas, axilas, nádegas, sulco internadegueiro e genitais. É muitas vezes confundida com uma infecção fúngica ou bacteriana.

Psoríase pustulosa

Pode ser uma forma de psoríase particularmente grave. Desenvolve-se rapidamente, com múltiplas pústulas disseminadas (“borbulhas de pús”) que podem coalescer em áreas maiores. Pode acompanhar-se de febre e de alterações de glóbulos brancos e cálcio no sangue. Pode surgir nas palmas e plantas, podendo dar origem a fissuras e gretas dolorosas e incapacitantes.

Psoríase eritrodérmica

É uma forma particularmente grave de psoríase que envolve a quase totalidade da pele. Pode causar prurido intenso ou dor, e a pele pode ser libertada em grande quantidade. É uma variante rara que pode surgir em 3% dos doentes, principalmente naqueles que têm uma psoríase em placas instável.

Psoríase ungueal 

Muitas pessoas com psoríase desenvolvem alterações ungueais. As manifestações mais frequentes são o “pitting” (um picotado na superfície do prato ungueal), as “manchas de óleo” (manchas que podem ser eritematosas ou acastanhadas), a onicólise (descolamento do prato ungueal do leito da unha), a hiperqueratose e a distrofia (espessamento e alterações da forma da unha). O envolvimento das unhas é um sinal de alerta para um possível comprometimento articular.

Artrite psoriática

 Até um terço dos doentes com psoríase tem também envolvimento articular. Nestas situações ocorre dor, edema e rigidez das articulações. As manifestações cutâneas ocorrem habitualmente antes das articulares, mas em cerca de 15% dos doentes as queixas articulares precedem as cutâneas. É muito comum a associação entre as alterações ungueais e a artrite psoriática. Nas formas mais ligeiras de artrite, é comum não ser diagnosticada; contudo, é muito importante detectar e tratar a artrite psoriática numa fase inicial para evitar destruição articular permanente. 

Doenças relacionadas com a psoríase

Os doentes com psoríase e com artrite psoriática têm maior risco de desenvolverem outras doenças crónicas e vários problemas de saúde, designados por comorbilidades.

Doença cardiovascular – Existem muitos estudos que demonstram a associação da psoríase e da artrite psoriática - principalmente nas formas graves - com a doença cardiovascular. Doentes com psoríases graves têm um risco 58% mais elevado de terem um evento cardíaco major e 43% de um acidente cardiovascular. O tratamento da doença pode reduzir esse risco.

Doença de Crohn – Os doentes com doença psoriática e com doença de Crohn partilham mutações genéticas semelhantes. Pessoas com psoríase e com artrite psoriática têm um maior risco de desenvolverem doença inflamatória intestinal, havendo um estudo que aponta para um aumento na ordem dos 10%.

Depressão – A psoríase pode condicionar um impacto psicossocial considerável, superior ao de outras doenças como a DPOC, a artrite, a doença neoplásica. Pode envolver todas as áreas da vida: autoimagem e autoestima, sexualidade, vida familiar, profissional, lazer.

Síndrome metabólico – Há uma associação muito significativa entre a doença psoriática e o síndrome metabólico - um agrupamento de condições (hipertensão arterial, hiperglicémia, excesso de gordura corporal na cintura, aumento dos níveis séricos de colesterol ou de triglicéridos) que aumentam o risco de doença cardíaca, acidentes vasculares cerebrais e diabetes.

Uveíte – É uma doença inflamatória do olho cujo risco aumenta na doença psoriática.

Doença hepática – Trabalhos recentes relacionam a doença psoriática com o aumento do risco de esteatose hepática não alcoólica.

A minha psoríase é grave?

A psoríase pode ser ligeira, moderada ou grave. As opções de tratamento dependem muito da gravidade da doença. A gravidade é baseada nas características das lesões e na extensão de pele envolvida. Todavia, o compromisso que a doença exerce sobre a qualidade de vida do doente é também decisivo na determinação da gravidade da psoríase: pode, por exemplo, causar um impacto sério na actividade diária de alguém que tenha lesões evidentes nas mãos ou na face.

Tratamento da psoríase

A psoríase não é curável mas existem muitos tratamentos disponíveis capazes de reduzir os sintomas e o aspecto das lesões. As modalidades terapêuticas dependem da gravidade da doença e no impacto na qualidade de vida, no custo e conveniência do tratamento, e na resposta individual ao mesmo. A combinação de terapêuticas está frequentemente indicada.

Terapêutica tópica

A psoríase ligeira é geralmente tratada com agentes tópicos apenas. É a primeira linha de defesa no tratamento da doença. Os tópicos reduzem a inflamação local, normalizando a proliferação celular. A escolha do tratamento pode depender do local a tratar, da extensão e da gravidade das lesões. Inclui emolientes, queratolíticos, corticosteróides tópicos, derivados da vitamina D e imunomoduladores.

Fototerapia

Nos meses de Verão, os doentes com psoríase assistem normalmente a uma melhoria da sua doença. A exposição à radiação ultravioleta em cabines apropriadas sob controlo do Dermatologista pode ser recomendada. Ainda que possa ser muito eficaz, é importante discutir os riscos e os benefícios desta opção terapêutica que implica uma deslocação à instituição de saúde 2 a 3 vezes por semana.

Terapêutica sistémica

Na psoríase moderada a grave preconiza-se o tratamento com agentes sistémicos e/ou fototerapia. São medicamentos que se tomam por via oral ou injectável e actuam em todo o organismo. Os agentes mais comummente utilizados são o metotrexato, a cliclosporina e a acitretina com perfis de eficácia e segurança distintos.

Biológicos

Os agentes biológicos ou biotecnológicos estão reservados, de uma forma geral, para psoríases resistentes ou com contraindicações às modalidades terapêuticas anteriormente descritas. Os medicamentos biológicos são proteínas provenientes de células vivas cultivadas em laboratório. Em termos de mecanismo de acção, bloqueiam etapas muito específicas do sistema imune. São administrados por injecção subcutânea ou infusão intravenosa.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Nos primeiros nove meses
Mais de 2.600 casos de acidentes vasculares cerebrais foram registados nos primeiros nove meses deste ano pelo INEM, o que dá...

Segundo dados revelados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) na véspera do Dia Mundial do AVC, que se assinala no sábado, os hospitais de São José e de Santa Maria, em Lisboa, foram os que receberam mais casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) encaminhados pela via verde do AVC.

Seguem-se os hospitais de São João, no Porto, o Hospital de Braga e o Padre Américo em Penafiel.

O INEM aconselha os cidadãos a ligarem o 112 nos casos em que haja sinais ou sintomas de AVC, como falta de força num braço, boca ao lado ou dificuldade em falar.

“A rápida intervenção médica especializada é vital para o sucesso do tratamento e posterior recuperação do doente”, lembra o INEM em comunicado.

Através do 112, o INEM coordena a assistência pré-hospitalar e encaminha as vítimas para o hospital mais adequado.

 

Desde que esta Via Verde do AVC foi criada, em 2006, mais de 25 mil doentes beneficiaram de um encaminhamento para tratamento mais adequado.

Inclusão das Pessoas com Deficiência
A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, comprometeu-se hoje, em Coimbra, a incluir...

"Comprometi-me a começar agora a reunir para ver como vamos incluir [aqueles livros no Plano Nacional de Leitura (PNL)] e havemos de conseguir", disse a governante, no final da sessão solene das V Jornadas Deficiência Visual e Intervenção Precoce, que decorreram no Hospital Pediátrico de Coimbra.

A promessa de Ana Sofia Antunes acabou por ir ao encontro do desafio lançado pelo presidente da Associação Nacional de Intervenção Precoce (ANIP), Luís Borges, que apontou duas falhas no PNL: o facto de não abranger crianças invisuais e de não abranger as crianças em idade pré-escolar.

"Foi um desafio que me foi lançado hoje, que faz todo o sentido", salientou a governante, que considera a medida um "passo fundamental para o desenvolvimento de qualquer criança com limitações sensoriais, nomeadamente ao nível da visão".

Na sessão solene, a secretária de Estado da Inclusão disse que o Governo tudo fará para que se possa incluir no PNL um conjunto de títulos e "que as questões financeiras não sejam justificação para que se continue a adiar esta iniciativa".

Sem assumir datas, Ana Sofia Antunes acrescentou que "se deve avançar, neste momento, com alguma rapidez, para conseguir ter à disposição destes leitores de primeira maré aquilo que eles precisam: o incentivo para começarem a ler e prenderem-se à leitura".

Organizadas pela ANIP, as V Jornadas Deficiência Visual e Intervenção Precoce, que decorreram no Hospital Pediátrico de Coimbra, foram dedicadas ao tema da literacia emergente para a cegueira.

Num dos painéis da manhã, foi apresentado o livro infantil "O que vês, o que vejo...", que será editado num formato de edição pioneiro em Portugal - álbum tátil ilustrado de acordo com o modelo háptico, numa abordagem multissensorial mais próxima do contexto percetivo das crianças invisuais.

Para a coordenadora da iniciativa, Viviana Ferreira, que integra o Centro de Apoio à Intervenção Precoce na Deficiência Visual, o objetivo passa por produzir alguns materiais que promovam oportunidades de literacia emergente para a cegueira, mas que a maior preocupação é o financiamento.

"Falamos para uma população muito reduzida - a cegueira é uma doença de baixa incidência - e, por isso, os números não são muito atrativos para quem financia, porque se tivermos financiamento nós conseguimos desenvolver trabalho para que estas crianças tenham acesso a recursos que promovam a literacia antes da entrada para a escola", sublinhou.

Instituto de Medicina Legal
O relatório da autópsia do jovem militar Dylan Silva foi enviado hoje ao DIAP de Lisboa, um dia após a entrega do resultado da...

O relatório da autópsia do instruendo dos Comandos Dylan Araújo Silva, que morreu no início de setembro, foi remetido esta manhã ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, “entidade que ordenou a sua realização”, disse o vice-presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), João Pinheiro.

Esta autópsia foi realizada no dia 10 de setembro, na Delegação do Sul do INMLCF, tendo a elaboração do relatório demorado 48 dias, adiantou.

“São casos que têm alguma complexidade”, disse João Pinheiro, recordando que, as duas situações de morte dos jovens tiveram em comum o essencial da “informação circunstancial”, designadamente o facto de terem ocorrido num dia de “muito calor” e durante exercícios de instrução militar de um curso dos Comandos.

O vice-presidente do INMLCF admitiu que, não se tratando de situações “de todos os dias”, a sua análise médico-legal exigiu “um estudo mais aprofundado”.

O relatório relativo à autópsia do aluno dos Comandos Hugo Miguel Pita Abreu, efetuada no dia 06 de setembro no Gabinete Médico-Legal e Forense da Península de Setúbal, foi enviado ao Ministério Público (MP) de Benavente, da Comarca de Santarém, 51 dias após a sua realização.

“Foi um trabalho de equipa e em rede, envolvendo duas unidades do INMLCF, em que fizemos o nosso melhor”, afirmou João Pinheiro.

As duas autópsias implicaram a realização de exames complementares de toxicologia forense e de anatomia patológica forense.

A nível mundial, os estudos “para estes casos”, quando envolvem figuras públicas e têm grande impacto mediático e social, “demoram geralmente entre oito a dez semanas” (56 a 70 dias) após a autópsia, frisou o médico legista.

“A conclusão das autópsias e dos respetivos relatórios por parte do INMLCF ocorreu em 51 e 48 dias, respetivamente, prazos inferiores ao previsto e de acordo com as boas práticas”, segundo uma nota do conselho diretivo do organismo público.

Brasil e Colômbia
Bactéria deverá impedir o contágio do Zika e outros vírus de mosquitos para humanos. Mosquitos do Brasil e Colômbia vão ser...

As autoridades de saúde do Brasil e da Colômbia vão infetar mosquitos com uma bactéria que deverá impedi-los de contaminar pessoas com o vírus Zika. A bactéria Wolbachia existe naturalmente em algumas espécies de mosquitos e diminui as probabilidades de transmissão de vírus para humanos, segundo a Reuters.

O plano é libertar mosquitos infetados com a bactéria Wolbachia nas cidades do Rio de Janeiro, no Brasil, e de Antioquia, na Colômbia, no próximo ano, para que estes procriem com os mosquitos que carregam o vírus Zika.

Vai ser assim criada naturalmente uma nova geração de mosquitos infetados com o vírus e com a bactéria que não conseguirá contaminar humanos com o Zika, escreve o Diário de Notícias.

Esta solução tem sido testada nos últimos anos por investigadores ao serviço do Programa para Eliminar a Dengue, criado na Austrália. Os cientistas encontraram uma forma de passar a bactéria para a espécie de mosquito Aedes aegypti, responsável por transmitir a Dengue, a Febre Amarela, a Chikungunya e agora o Zika.

As experiências tiveram resultados positivos em cinco países - entre os quais a Austrália, Indonésia e Vietname, segundo o Guardian - e mostraram que em poucos meses a maioria dos mosquitos transportam a bactéria que poderá proteger os humanos. Quando isso acontece, os casos de contaminação diminuem.

A nova campanha de larga escala para combater o vírus Zika, considerado pela Organização Mundial de Saúde como uma emergência de saúde pública global, deverá custar 18 milhões de dólares e vai ser financiada pelos governos britânico e norte-americano e duas fundações de caridade, a Bill & Melinda Gates Foundation e a Wellcome Trust global.

"O uso da Wolbachia é uma possível solução inovadora e sustentável para reduzir o impacto deste surtos pelo mundo e principalmente entre as pessoas mais pobres", disse o secretário de desenvolvimento internacional britânico Priti Patel, segundo a Reuters.

Trevor Mundel, diretor do departamento de saúde global da fundação Gates, disse ter esperança de que esta bactéria possa trazer "uma forma revolucionária de proteção contra as doenças transmitidas por mosquitos". "É acessível, sustentável e parece proteger do Zika, Dengue e outros vírus", afirmou Mundel num comunicado, segundo a Reuters, e declarando-se ansioso por ver os resultados nos países mais pobres.

Acidente Vascular Cerebral
O Acidente Vascular Cerebral (AVC), embora seja mais frequente no idoso, pode ocorrer no adulto jove

No jovem, o AVC está mais associado a alterações vasculares hereditárias ou adquiridas (como a disseção arterial cervicocefálica) a defeitos cardíacos (alterações cardíacas estruturais) e a cardioembolismo, a estados de hipercoagulabilidade, tabagismo, álcool e uso de drogas ilícitas, doenças metabólicas, aterosclerose prematura e, possivelmente, enxaqueca. A hipertensão, a diabetes e a hipercolesterolemia também podem estar presentes no jovem e constituem fatores de risco para o AVC.

O risco de AVC isquémico num adulto jovem com doença cardíaca congénita pode ser 10 vezes superior ao da população em geral.

O uso de cocaína e metanfetaminas pode ser causa de AVC por hipertensão, vasoespasmo ou vasculite. Outras substâncias – como a heroína, outros opiáceos, marijuana, canabinoides sintéticos – podem estar associadas a AVC. E o uso de anticoncetivos orais está também associado a AVC.

Portanto, perante um AVC no adulto jovem é importante procurar outras causas que, normalmente, não estão presentes no AVC do idoso. No entanto, apesar de toda a avaliação diagnóstica, a causa de AVC isquémico no jovem fica por determinar em 1/3 dos casos.

Em 2014, só o AVC isquémico representou cerca de 20 mil episódios e 250 mil dias de internamento em Portugal.

Vários estudos a nível internacional têm revelado um aumento da incidência de AVC isquémico em indivíduos menores de 50 anos, associado a um aumento do número de hospitalizações. As razões são multifatoriais: a identificação do AVC ao longo dos anos tem melhorado, quer da parte do doente, ao procurar cuidados médicos; quer da parte do clínico; o uso de técnicas de imagem cada vez melhores, especialmente em doentes com sintomas minor ou transitórios, permite identificar mais casos; o aumento da prevalência da obesidade da diabetes e hipercolesterolemia são fatores de risco para o AVC; outros fatores contributivos são as mudanças no estilo de vida e hábitos, por evolução das sociedades.

Embora a incidência de AVC isquémico no adulto jovem tenha um pequeno impacto na incidência global de AVC (face ao peso do AVC no idoso), tem, todavia, um grande impacto socioeconómico. É necessário melhorar a prevenção do AVC no adulto jovem através de informação melhorada e precoce e educação da população na correção dos fatores de risco corrigíveis.

O seguimento a longo prazo é importante para reduzir o peso do AVC no adulto jovem, ultrapassada a fase aguda de tratamento e a prevenção secundária precoce. A vigilância epidemiológica contínua reveste-se da maior importância, quer para analisar a evolução temporal e avaliar necessidades no que diz respeito a serviços dedicados, quer para guiar e avaliar prioridades de prevenção e terapêuticas futuras.

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Ajuda financeira
O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro apelou hoje à generosidade dos portugueses no peditório da organização, que...

“Se a população responder com a generosidade que lhes é habitual vamos conseguir contribuir para um apoio económico de praticamente um milhão se euros por ano na ajuda” a estes doentes, disse Vítor Veloso.

Em 2015, a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) prestou 21.264 apoios financeiros, no total de 757.409 euros, mais 3.754 apoios do que em 2014 e mais 4.228 face a 2013.

Vítor Veloso explicou que esta verba é disponibilizada para ajudar os doentes na compra de medicamentos, próteses, óculos, transporte para consultas e tratamentos, alimentação, mas também para ajudar a pagar as contas de eletricidade e a renda da casa.

“As situações de miséria são cada vez mais visíveis e é por isso que a liga recebe mais pedidos de apoio”, disse o oncologista.

Esta situação é explicada por Vítor Veloso com o facto de as pessoas que eram da classe média e caíram numa situação de pobreza devido à crise terem perdido a vergonha de pedir ajuda.

“Essa vergonha já está menos visível e recorrem mais à liga e nós queremos que recorram porque para nós é fundamental auxiliar todos aqueles que precisam”, sublinhou.

Segundo Vítor Veloso, a Liga tem conseguido responder a todos os pedidos dos doentes carenciados. “Se for preciso parar alguns programas nós paramos para acudir a todas essas famílias e a todos esses doentes”.

Destacou também a importância do peditório, que se estende até quarta-feira, para manter “as inúmeras atividades de apoio ao doente oncológico”, como o rastreio do cancro da mama, as ações de prevenção, o fomento do estudo e da investigação em oncologia.

“São situações que gostaríamos de dar continuidade”, disse o oncologista, confiante “na grande generosidade da população portuguesa” e de conseguir angariar os 1,5 milhões alcançados no ano passado.

Este apoio “é muito importante” para a instituição, porque “não tem qualquer ajuda estatal, o que é dramático para organizações como a Liga”.

“Vemos com desgosto que se gastam centenas de milhões de euros em fundações que não fazem absolutamente nada, ao passo que nós prestamos contas de tudo aquilo que fazemos, mas é uma situação que nos dá satisfação porque cada cêntimo que entra é justificado, é auditado, segue todos os trâmites e nada é mal gasto”, sublinhou.

Em 2015, a LPCC realizou 4.800 consultas e apoiou 812 doentes, através do programa de consultas de psico-oncologia, acompanhou 7.332 doentes em centros de dia e recebeu 97 doentes em lares da instituição.

Realizou ainda 295.122 mamografias em 27 unidades móveis e seis fixas, no âmbito do programa nacional de rastreio de cancro da mama, uma “gigantesca tarefa” da Liga, que está encarregada de “fazer todo o rastreio do país”, disse Vítor Veloso.

Dia Mundial da Terceira Idade
Uma alimentação adequada, equilibrada, variada e completa é essencial e deve ser adaptada às necessi

Esta etapa da vida é caracterizada pela perda de peso, pela diminuição da força e da massa muscular (sarcopénia), da densidade óssea e por uma maior fragilidade.

Por outro lado, verifica-se um aumento de massa gorda.

A obesidade sarcopénica traduz-se precisamente pela perda de massa muscular e aumento, em simultâneo, da massa gorda. Esta situação verifica-se, habitualmente, ao longo da vida e, em particular, nos indivíduos seniores.

Esta alteração da composição corporal pode passar despercebida numa fase inicial, uma vez que pode não haver alteração do peso corporal (quando a perda de músculo é igual ao ganho de gordura).

No que diz respeito às necessidades nutricionais, a taxa de metabolismo basal diminui, ou seja, as necessidades energéticas (de calorias) diminuem.

Contudo, as necessidades de proteína, hidratos de carbono, gordura, fibra (homem 30g/dia; mulher 21g/dia) e micronutrientes (vitaminas e minerais) são muito semelhantes às necessidades dos adultos.

O cálcio e a vitamina D são a exceção. Estes são os micronutrientes cujas necessidades estão aumentadas.

As necessidades de vitamina B12 mantêm-se, mas a sua carência tende a ser  maior na população idosa, devido ao menor consumo de alimentos ricos nesta vitamina.

É igualmente importante ter em atenção que é uma etapa da vida onde se torna mais frequente o aparecimento e desenvolvimento de algumas patologias, que requerem um plano alimentar e uma terapêutica nutricional adequada e mais específica, nomeadamente diabetes, hipertensão arterial e dislipidemias (alterações do perfil lipídico, por exemplo: colesterol e/ou triglicéridos elevados).

Recomendações importantes:

- Tomar sempre o pequeno almoço e evitar longos períodos de jejum;

- Fazer refeições a horas certas e distribuir os alimentos por 5 a 7 refeições diárias, evitando estar mais de 3 horas sem comer;

- Procurar manter um peso equilibrado como consequência de escolhas alimentares saudáveis e de um estilo de vida ativo;

- Beber água ou infusões (camomila, cidreira, menta, …) ao longo do dia. As infusões digestivas, por exemplo,  podem ser uma ajuda depois das refeições principais (funcho, erva príncipe);

- Planear as refeições para a semana e elaborar uma lista de compras em concordância, de forma a organizar as refeições mais facilmente. Com antecedência, a ajuda de familiares ou amigos pode ser essencial para fazer as compras de supermercado mais pesadas, ou quando a mobilidade é mais reduzida;

- Evitar ter em casa alimentos ricos em sal (caldos, enlatados, enchidos, queijos, manteiga…), açúcar (refrigerantes, bolos, biscoitos, bolachas, doces, chocolates e guloseimas) e gorduras saturadas (presentes em produtos de origem animal) e trans (presentes alimentos processados e ultracongelados).

A alteração das capacidades sensoriais, nomeadamente do paladar e do olfacto e a dificuldade em deglutir e mastigar podem levar a que o idoso perca o interesse na escolha dos alimentos e refeições, optando por pratos rápidos, pouco variados.

Quando as refeições são monótonas e pouco variadas corremos o risco de não estar a fornecer ao organismo os diferentes tipos de nutrientes e vitaminas essenciais que se encontram em distintos alimentos.

De forma a evitar esta situação deve optar por sopas ricas em legumes passados e enriquecidas com batata doce, massa, leguminosas e peixe ou ovo picado.

Para além disso, como consequência das dificuldades motoras, manipular os utensílios de cozinha e preparar os alimentos pode tornar-se um desafio ou até um obstáculo para cozinhar.

Saltar refeições e optar por pratos simples e desequilibrados pode ser evitado cozinhando com a colaboração de familiares ou amigos, podendo inclusivamente cozinhar em quantidades maiores que permitam congelar a comida e ter assim as refeições da semana já pré-preparadas.

As refeições devem ser:

- Completas. Começar as refeições principais com um prato de sopa de legumes, seguida pelo prato principal. A sobremesa de eleição é a fruta, de preferência fresca e da época (quando há dificuldade em mastigar, a fruta cozida ou assada pode ser uma alternativa).

- Variadas. Privilegiando o consumo de hortofrutícolas (de preferência da época e de produção local), peixe, carnes magras, ovos e hidratos de carbono complexos como o arroz, massa, leguminosas e batata.

- Coloridas. Com alimentos ricos em diferentes vitaminas e minerais.

- Preparadas com métodos de confeção variados, evitando os fritos e refogados.

- Saborosas. Utilizar ervas aromáticas, alho, cebola e especiarias, reduzindo o consumo de sal (adicionado e naturalmente presente nos alimentos)

- Pobres em açúcares e gorduras saturadas e trans,

- Realizadas em ambientes calmos e tranquilos.  Mastigue bem os alimentos.

O risco de desidratação é maior, sobretudo, devido à redução da percepção da sensação de sede, o que faz com que o idoso não sinta necessidade de beber água. Esta situação pode agravar-se quando há preguiça de beber água.

Em média, deve-se ingerir 1,5 litros de água (6 a 8 copos) mesmo sem sentir sede.

Como alternativa à água podemos optar por tisanas, chá (quando não há necessidade de restringir a ingestão de cafeína) ou infusões e águas caseiras aromatizadas não açucaradas.

De forma a otimizar o estado de saúde e o bem-estar, a alimentação deve ser personalizada, adaptada às características fisiológicas, aos gostos e às necessidades nutricionais de cada um!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Com 72 anos
O neurocirurgião João Lobo Antunes faleceu hoje aos 72 anos, revelou fonte do Ministério da Saúde.

João Lobo Antunes era atualmente presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

Licenciado em Medicina pela Universidade de Lisboa com uma média final de 19,47 valores, foi professor catedrático de neurocirurgia da Faculdade de Medicina de Lisboa e foi diretor de serviço de neurocirurgia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

O neurocirurgião dedicou-se principalmente ao estudo do hipotálamo e da hipófise.

No ano passado, foi-lhe atribuído o Prémio Nacional de Saúde 2015, altura em que foi recordado como o primeiro médico da história a implantar um olho eletrónico num cego, um implante que desde então já foi feito em 15 invisuais, permitindo-lhes ver algumas formas e distinguir certas cores.

No último dia de 25 de abril recebeu das mãos do Presidente da República a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade. Já antes tinha recebido a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e a Grã Cruz da Ordem Militar de Sant’Iágua de Espada.

Depois de agraciado em 1996 com Prémio Pessoa, recebeu em 2003 a Medalha de Ouro de mérito do Ministério da Saúde e em 2013 o Prémio da Universidade de Lisboa.

Foi Vice-Presidente para a Europa do World Federation of Neurosurgical Society (1990), Presidente da Sociedade Europeia de Neurocirurgia (1999-2003), do Conselho Superior de Ciência, Tecnologia e Inovação (2003-2006), da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa e da Academia Portuguesa de Medicina e Professor Convidado da Universidade de Pequim.

A nível político, foi mandatário nacional das candidaturas presidenciais de Jorge Sampaio, em 1996 e de Cavaco Silva em 2006.

Com Cavaco Silva, Lobo Antunes fez depois parte do Conselho de Estado.

Estudo confirma
Seis em cada dez doentes de Psoríase afirmam que a doença tem um impacto negativo na sua vida e mais de metade apresentam...

Entre os 300 pacientes inquiridos, 44% acrescentam que passaram a ter uma vida mais sedentária e com menos atividade física e 44,3% referem ter dores no corpo. No dia Mundial da Psoríase que se assinala dia 29 de Outubro, Hélder Flor - psicólogo e terapeuta de Medicina Tradicional chinesa, alerta para os perigos da falta de sensibilidade para esta doença e para o sub-diagnóstico.

Recorde-se que a Psoríase é uma doença inflamatória e sem cura que afeta aproximadamente 3% da população mundial, o que equivale a cerca de 250 mil portugueses, tanto do sexo masculino como do feminino e de qualquer idade. No entanto, continua sub diagnosticada. “Muitas vezes é confundida com outras doenças de pele, como as micoses, e até com alergias ou caspa, quando afeta o couro cabeludo. Isto faz com que o diagnóstico e o tratamento sejam tardios. Além disso, há muitas pessoas que acabam por não procurar ajuda porque se sentem mal com o aspeto de descamação e vermelhidão da pele da zona afetada e, simultaneamente, acabam por se fechar e sair o mínimo de casa”, refere o psicólogo e especialista em medicina tradicional chinesa Hélder Flor.

“O desconforto, a baixa auto-estima, o desconhecimento da doença e até o receio de ser contagiosa acabam por deixar estes pacientes mais isolados e com sinais frequentes de depressão e ansiedade.” continua o especialista que explica como a prevenção dos surtos de psoríase pode ser feita recorrendo à acupunctura que diminui o stress, um dos fatores que está na origem destas crises. Segundo Hélder Flor, esta técnica milenar chinesa ajuda a equilibrar a circulação de energia e do sangue, reduz o stress e até a ansiedade, além de ter a vantagem de não apresentar toxicidade nem efeitos secundários. “Seguimos muitos casos de pessoas com Psoríase já que a acupuntura não tem qualquer efeito secundário e pode ser efetuada em todos os casos e alivia muito no tratamento dos sintomas.”

Parar de fumar, diminuir o consumo de álcool, apanhar sol, mas com proteção UV, e fazer exercício físico para controlar o stress e a ansiedade também são importantes mudanças de comportamento que o especialista recomenda.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Encontro realiza-se amanhã, dia 28 de outubro, na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Eurodeputada Marisa Matias vem...

Que políticas sociais e de saúde são dirigidas às pessoas com demência e aos seus cuidadores? Este é o tema de uma mesa-redonda, amanhã à tarde (15h30), na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), no âmbito do 7º Colóquio Envelhecimento, Saúde e Cidadania, que contará com as participações de Maria Rosário Zincke dos Reis (Associação Alzheimer Portugal) e de Marisa Matias (eurodeputada).

As duas oradoras falarão, respetivamente, sobre “Os apoios sociais e equipamentos: enquadramento social específico” e “Estratégias europeias: implementação de políticas de saúde”.

Subordinado ao tema geral “Doença de alzheimer e outros compromissos neurocognitivos”, o 7º Colóquio Envelhecimento, Saúde e Cidadania, que é organizado pela Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem do Idoso, da ESEnfC, começa pelas 9h30 (no Polo B da instituição, em S. Martinho do Bispo) com a sessão de abertura, seguindo-se, meia hora depois, a mesa-redonda “Doença de Alzheimer e outros compromissos neurocognitivos”, em que intervirão Isabel Santana (neurologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra) – vai falar sobre “Tipos de demências: diagnóstico e tratamento” – e Manuela Grazina (professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra), que tratará a temática d’ “A perda de memória na doença de Alzheimer - fatores ligados à genética e à neuro-química cerebral”.

A conferência do dia, intitulada “Avaliação da pessoa com défices neurocognitivos”, será proferida, às 11h30, pelo professor da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, Mário Simões.

Após o almoço, haverá também uma mesa-redonda, sobre “Estratégias de intervenção na pessoa com compromisso neurocognitivo” (às 14h00). João Apóstolo (professor na ESEnfC) falará de “Estimulação cognitiva como boa prática” e Rosa Silva (Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica - Porto) abordará a questão do “Programa de estimulação cognitiva individual para os cuidadores”. “Um programa de reminiscência”, por Isabel Gil (docente na ESEnfC) e “A atividade física e qualidade de vida nos idosos”, por Raúl Agostinho (Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra) fecham as comunicações desta mesa-redonda.

“O envelhecimento populacional tem levado a um aumento na prevalência das demências, estimando-se que o número total de pessoas com esta perturbação duplique a cada 20 anos, para 65,7 milhões em 2030 e 115,4 milhões em 2050”, refere a organização deste colóquio, sendo que “a maior parte das pessoas que atualmente vivem com demência não são devidamente diagnosticadas”.

Para mais informações sobre o 7º Colóquio Envelhecimento, Saúde e Cidadania, podem os interessados consultar a página web do evento, em http://www.esenfc.pt/event/7cesc, o mesmo local destinado às inscrições.

Cientistas britânicos
Uma equipa de cientistas desenvolveu um novo tratamento comunicacional que poderá ser o primeiro a ser verdadeiramente eficaz...

Uma equipa de cientistas britânicos acredita ter descoberto o primeiro tratamento verdadeiramente eficaz para o autismo, doença que afeta uma em cada 68 crianças nos Estados Unidos da América e uma em cada 100 no Reino Unido. A descoberta, divulgada na revista The Lancet, foi feita depois de os investigadores terem seguido durante seis anos um grupo de 152 crianças, entre os dois e os quatro anos de idade, sujeitas a uma terapia comunicacional que também envolveu os pais.

Durante os primeiros seis meses, escreve o Observador, as famílias tiveram de visitar uma clínica duas vezes por semana. Os pais eram deixados a sós com os filhos e uma caixa de brinquedos. Quando as crianças tentavam interagir, os pais eram encorajados a responder da mesma forma: quando lhes era oferecido um brinquedo, davam um brinquedo de volta e quando os filhos diziam uma palavra, repetiam-na.

A terapia prolongou-se durante os seis meses seguintes, mas com menos intensidade. As primeiras melhorias fizeram-se sentir logo ao fim do primeiro ano, mas os maiores desenvolvimentos aconteceram nos cinco anos seguintes, refere o The Guardian. Ao fim dos seis anos, os sintomas diminuíram em 17%. Quando o estudo foi iniciado, a percentagem de crianças com autismo profundo era de 55%. No final do tratamento, o número tinha descido para 46%.

Num outro grupo de crianças, que não foi sujeito à terapia, a gravidade dos sintomas foi aumentando ao longo dos anos. No início, 50% das crianças tinham autismo profundo. No final, o número tinha aumentado para 63%.

Apesar da falta de interação que muitas vezes existe entre pais e crianças com autismo, o estudo mostra que uma terapia iniciada em idade pré-escolar pode ajudar a diminuir os sintomas a longo prazo. “Quando mudamos a forma de interação dos pais, isso faz com que as crianças tentem comunicar com eles”, explicou Jonathan Green, que liderou a equipa de cientistas das universidades de Manchester, Londres e Newcastle, à CNN. “E isso está relacionado com a mudança de sintomas”.

Apesar do sucesso, Jonathan Green frisou que este tratamento não é uma cura para o autismo, uma vez que as crianças não irão deixar de ter sintomas. Contudo, a terapia “sugere que trabalhar com os pais” e ajudá-los a interagir com os filhos “pode levar a uma melhoria dos sintomas a longo prazo“.

“A vantagem desta abordagem é que tem potencial para afetar o dia-a-dia da criança”, referiu ainda o investigador da Universidade de Manchester, citado pelo The Guardian. “As nossas descobertas são encorajadoras, uma vez que representam uma melhoria nos sintomas principais do autismo que anteriormente eram muito resistentes a serem alterados.”

Fim das experiências-piloto
O Ministério da Saúde decidiu acabar com as experiências-piloto dos enfermeiros de família. A partir de janeiro arranca...

O Ministério da Saúde decidiu revogar a portaria, de 2015, onde estava definido que a atividade dos enfermeiros de família no Serviço Nacional de Saúde (SNS) se desenvolveriam através de 35 experiências-piloto por todo o país, nos próximos dois anos. Em contrapartida vai criar mais um grupo de trabalho para desenvolver “boas práticas do enfermeiro de família” e que irá funcionar durante um ano e meio.

A portaria publicada esta quarta-feira em Diário de República revela ainda que, a partir de janeiro do próximo ano, segundo o Observador, se começará a desenrolar o processo para a criação de “um enquadramento profissional específico para o trabalho do enfermeiro especialista em enfermagem de saúde familiar, mediante titulação conferida pela Ordem dos Enfermeiros, que certifique o perfil de competências detidas e garanta a segurança e qualidade da prática clínica”.

Neste diploma, o ministério de Adalberto Campos Fernandes admite ainda aumentar a remuneração destes profissionais: “A prazo e de par com as demais especialidades que integram a profissão de enfermagem” e “atentas as disponibilidades orçamentais existentes”, o Governo poderá atribuir uma “diferenciação remuneratória pelo valor acrescido do seu desempenho e responsabilidade associada”.

Há muitos anos que se discute a criação da figura do enfermeiro de família nos centros de saúde e mesmo a Organização Mundial de Saúde (OMS) já o tem defendido, sendo que alguns países europeus já possuem enfermeiro de família. Em Portugal, o Governo, tinha criado em 2012 um grupo de trabalho multidisciplinar para estudar esta questão, mas o diploma que criou a figura do enfermeiro de família foi publicado apenas em agosto de 2015 e só em janeiro deste ano foi regulamentado.

Da carteira de serviços do enfermeiro de família faziam parte, segundo a portaria de 2015, os programas de vigilância, educação e promoção da saúde, o Programa Nacional de Vacinação, a Deteção Precoce de Doenças não Transmissíveis, os programas de Gestão do Risco e da doença crónica, os Programas de Visitação Domiciliária, bem como outros programas adequados à realidade sociodemográfica. Acrescentava-se a este rol, o enfoque na família como um todo e nos membros da família individualmente, prestando cuidados nas diferentes fases da vida da família, e envolvendo os utentes ativamente na gestão da sua saúde, ou doença, consoante a situação em que estivessem.

Agora tudo isto cai por terra por se ter reconhecido “que os resultados esperados não se vêm verificando na medida esperada” e o novo grupo vai identificar os processos assistenciais onde existe um potencial de obtenção de ganhos de acesso, eficiência, efetividade, qualidade e de saúde para os utentes, por via de uma utilização mais adequada e eficiente dos recursos disponíveis e de uma melhor integração de cuidados.

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