Holanda em 1º lugar
A Holanda é o país com a melhor classificação numa avaliação dos sistemas de saúde de 35 países europeus, do ponto de vista do...

Portugal subiu, de 2015 para 2016, seis posições num ranking internacional, o Euro Health Consumer Index (que compara o desempenho dos sistemas de saúde de 35 países europeus) e ficou, pela primeira vez, à frente do Reino Unido e de Espanha. Efetuada por uma organização sueca numa perspetiva diferente da habitual (a do consumidor), esta avaliação anual coloca Portugal em 14.º lugar, com 763 pontos em mil possíveis.

Na edição de 2016, a Holanda voltou a ser o país que reuniu mais pontos nos 48 indicadores avaliados, conseguindo uma classificação de 927 em 1000, por oposição à Roménia, que se ficou pelos 497 pontos. A Health Consumer Powerhouse (HCP) faz esta análise desde 2005, escreve o jornal Público.

Na edição de 2016, Portugal ultrapassou o Reino Unido por uma margem estreita, numa “escalada” que é destacada no relatório da HCP, divulgado nesta segunda-feira. Mas têm sido oscilantes as classificações obtidas por Portugal ao longo dos últimos anos neste ranking — do 25.º lugar, em 2012, passou para o 16.º no ano seguinte, subindo para o 13.º em 2014 e caindo para o 20.º lugar, em 2015, uma queda que, lê-se no estudo, se ficou a dever à perceção menos “positiva dos doentes sobre os tempos de espera”.

A avaliação é feita a seis áreas distintas. As áreas em que Portugal pontua pior, e em que deveria investir mais, são a da “acessibilidade” — devido às listas de espera — e a “diversidade e abrangência dos serviços prestados”. Em contrapartida, conseguimos melhor classificação na área dos direitos dos doentes, dos resultados dos tratamentos e na prevenção.

Portugal fica também bem colocado, nesta espécie de fotografia, no que diz respeito à relação entre os gastos em saúde e os resultados obtidos, uma análise do custo-eficiência dos cuidados de saúde que é designada “Bang for the buck”. Posiciona-se aqui no 10.º lugar, à frente da Holanda. Quando fala em resultados, a HCP refere-se, por exemplo, a sobrevivência ao cancro, mortalidade por doenças cardiovasculares e mortalidade infantil.

Mas ainda é longo o caminho a percorrer. Os principais problemas nacionais observados neste estudo não constituem surpresa, na maior parte dos casos. A HCP utiliza uma escala de cores para assinalar pontos fracos e fortes nos diferentes países, que vai de vermelho a verde, passando pelo amarelo. Portugal surge a vermelho no que diz respeito à elevada taxa de cesarianas, à extrema dificuldade de acesso a cuidados de saúde oral (estamos no segundo pior lugar, a seguir à Letónia) e ao problemático acesso direto a consultas com médicos especialistas.

A vermelho são igualmente assinalados os elevados tempos de espera para exames de diagnóstico em situações não agudas e a alta prevalência de infeções hospitalares por Sptaphylococcus aureus resistente aos antibióticos mais comuns (neste caso, estamos no segundo pior lugar, a seguir à Roménia).

Em contrapartida, o país aparece a verde em vários indicadores, como a queda na mortalidade por enfarte, o rácio de cirurgias às cataratas na população idosa (estamos em segundo lugar, a seguir à França) e a boa taxa de vacinação.

A amarelo destacam-se, entre outros indicadores, a acessibilidade a médicos de família e a disponibilidade de camas em lares de idosos e cuidados continuados por 100 mil habitantes.

Holanda e Suíça na liderança
No grupo dos 35 países, a Noruega regista o melhor resultado nas áreas dos direitos dos doentes e informação e na prevenção, enquanto a Holanda e a Suécia se destacam na diversidade e abrangência dos serviços e tratamentos disponibilizados, com a pontuação máxima (125). Os melhores resultados em saúde (“outcomes”) foram encontrados na Finlândia, Islândia, Alemanha, Holanda, Noruega e Suíça.

A Bélgica, a Macedónia e a Suíça estão na liderança no que à acessibilidade diz respeito. Já nos aspetos relacionados com medicamentos, os melhores resultados são obtidos pela França, Alemanha, Irlanda, Holanda e Suíça.

No cômputo geral, a organização conclui que os sistemas de saúde europeus estão a melhorar e que o direito à escolha e o envolvimento dos doentes também. Pela primeira vez, acentua, há dois países (a Holanda e Suíça) que ultrapassam a barreira dos 900 pontos em mil. Mas os responsáveis da organização lamentam a persistente desigualdade entre os melhores classificados e os piores (Roménia, Montenegro, Bulgária, Albânia e Polónia).

Um exemplo que merece destaque, pela positiva, é o da Macedónia, que mudou radicalmente de posição no que à acessibilidade diz respeito, por ter posto em prática um sistema de registo eletrónico dos doentes a aguardar tratamento, o que permitiu quase eliminar as listas de espera.

Resultados devem ser vistos com “cautela”
Compilado a partir de estatísticas públicas, de informação de organizações de doentes e de investigação independente, este ranking tem motivado algumas críticas de especialistas, que põem em causa o rigor dos seus resultados. A própria organização sublinha, aliás, que os resultados devem ser olhados com “cautela”, devido aos problemas da “qualidade da informação” que é fornecida. No entanto, as autoridades de saúde dos diversos países enviam dados e informações para este projeto. Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde colabora desde 2009.

Num comentário feito por escrito aos resultados desta classificação, Catarina Sena, da Direcção-Geral da Saúde, considera que Portugal ficou à frente de Inglaterra e de Espanha “porque está melhor classificado no que respeita à acessibilidade, sendo, entre outros aspetos, valorizada a possibilidade de marcação de uma consulta nos cuidados de saúde primários no próprio dia”.

Nota, porém, que a pontuação de Portugal é “penalizada” porque este estudo “parte de um diferendo ideológico face ao nosso sistema, ou seja, privilegia o acesso indiscriminado aos cuidados de saúde, sendo que Portugal, ao seguir o modelo de Beveridge (também seguido no Reino Unido), parte de uma conceção de referenciação prévia, habitualmente via cuidados de saúde primários [médico de família]”.

Tratamentos estéticos
Os tratamentos estéticos vaginais são cada vez mais populares, o que levanta questões sobre a perceção da "normalidade...

Em 2015, mais de 95 mil labioplastias (cirurgia e/ou injeções nos pequenos lábios vaginais) e mais de 50 mil vaginoplastias foram praticadas no mundo inteiro, de acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgia Estética (ISAPS).

Praticamente inexistentes há cinco anos, estes procedimentos ocupam agora o 19º e 22º lugar no ranking das operações mais praticadas. Só no ano passado, segundo o Sapo, foram realizadas nos Estados Unidos cerca de 9 mil labioplastias, o que se traduz num aumento de 16% face ao ano anterior.

Esta intervenção consiste, geralmente, em reduzir o tamanho dos pequenos lábios a laser (fala-se também de ninfoplastia).

"Se me tivessem falado neste tipo de procedimento durante os anos 80, eu teria dito que estava tudo louco", admite Renato Saltz, cirurgião plástico perto de Salt Lake City (EUA) e presidente da ISAPS, entrevistado pela Agência France-Presse (AFP).

"As mulheres preocupam-se muito mais com a aparência dos seus genitais", observa Nolan Karp, cirurgião em Nova Iorque membro do conselho da ISAPS, que reconhece a influência da Internet neste fenómeno.

"Antes da era da Internet, quantas mulheres é que viam outra pessoa do sexo feminino completamente nua?", pergunta Karp. De acordo com o cirurgião, hoje em dia as pessoas "compreendem melhor o que é normal, o que é belo e aquilo que não é".

Uma "normalidade" difícil de estabelecer, uma vez que a aparência desta parte da anatomia feminina pode variar.

Se considerarmos como "normal" uma vagina onde os pequenos lábios "não ultrapassam" os grandes lábios, então apenas 20% das mulheres satisfaz este critério, reconhece Nicolas Berreni, ginecologista-obstetra em Perpignan, durante o congresso de medicina estética IMCAS em Paris.

"Uma vagina de Barbie"
Esta busca pela anatomia "perfeita" é "preocupante", considera Dorothy Show, ex-presidente da Sociedade de Obstetras e Ginecologistas do Canadá (SOGC).

A vagina apresentada como modelo "não tem nenhum pelo e é muito plana", como a das crianças. Uma aparência distante da realidade, diz à AFP.

Ela teme que as adolescentes, cujo desenvolvimento físico ainda não está completo, recorram a esta prática. É comum, durante a puberdade, que os pequenos lábios se tornem mais proeminentes do que os outros.

De acordo com um estudo publicado em 2005, com base numa amostra de apenas 50 mulheres, o comprimento dos pequenos lábios variava de 2 a 10 cm e sua largura de 0,7 a 5 cm.

Além disso, "é surpreendente ver cirurgiões afirmarem que uma operação destas pode permitir obter uma vagina de aparência 'normal'", sublinham os autores, convidando outros profissionais a divulgar estes resultados junto das mulheres que ponderam fazer uma intervenção cirúrgica.

Mas a mania parece que está para ficar, e se algumas mulheres sofrem mesmo com a fricção dos pequenos lábios hipertrofiados, este argumento é muitas vezes uma desculpa para preocupações estéticas.

"Em 40% dos casos, as mulheres que procuram uma ninfoplastia por se queixarem de dor estão a mentir", assegura o Dr. Berreni. "O que elas querem é uma vagina de Barbie, onde não se consegue ver os pequenos lábios", acrescenta.

A operação não está isenta de riscos: dor crónica, hemorragias, infeções. "Durante a cicatrização, há o risco de que as terminações nervosas se encontrem no tecido cicatricial, causando dor", diz Dra. Shaw.

De acordo com o guia de boas práticas da estética genital da SOGC, publicado em 2013, não há nenhuma evidência de que estas intervenções melhorem a satisfação sexual ou a auto estima.

O documento apela para que todos os médicos responsáveis assegurem que a prática não seja semelhante a uma mutilação genital.

O Dr. Berreni enfatiza que, aparentemente, "as vaginas submetidas a uma ninfoplastia envelhecem muito mal", com casos de tecidos fibrosos, retrátil e de aparência inchada.

Uma alternativa menos arriscada passa pela injeção de ácido hialurónico para aumentar os grandes lábios, que vão acabar por cobrir os pequenos, acrescenta.

Estudo
Um novo estudo sugere que a Doença de Alzheimer, uma patologia neudegenerativa comum, pode ter origem durante o desenvolvimento...

A doença de Alzheimer pode afinal surgir antes do nascimento, ainda no útero das mulheres, quando as progenitoras não ingerem frutas e legumes suficientes durante a gravidez, de acordo com um novo estudo.

Segundo os cientistas da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, um dieta pobre em vitamina A pode ser responsável pelos primeiros passos no desenvolvimento da doença. Por outro lado, escreve o Sapo, a mesma investigação descobriu que o início desta doença neurodegenerativa pode ser retardado por uma dieta rica em suplementos durante a gravidez.

"O nosso estudo mostra claramente que a deficiência marginal de vitamina A, na gravidez, tem um efeito prejudicial sobre o desenvolvimento do cérebro e tem um efeito duradouro que pode facilitar a doença de Alzheimer", conclui Weihong Song, investigador da Universidade da Colúmbia Britânica.

Entre os alimentos mais ricos em vitamina estão a batata doce, tomate, espinafre, repolho, cenoura, alface, uva, manga, melancia e damasco. Outras boas fontes de vitamina A são o óleo de fígado de bacalhau e fígado. Pequenas quantidades desta vitamina podem ser encontradas na manteiga, produtos lácteos gordos, peixes e ovos.

Weihong Song, professor de psiquiatria, baseou-se em estudos anteriores que relacionavam baixos níveis de nutrientes com deficiências cognitivas para chegar a estas conclusões.

Em experiências conduzidas em ratos, a equipa deste médico descobriu também que apenas uma ligeira deficiência de vitamina A aumentava a produção de proteínas beta-amilóide no cérebro, a principal causa da doença de Alzheimer.

Estas proteínas são conhecidas por formar placas que sufocam e destroem os neurónios, levando à perda de memória e confusão.

Os resultados da investigação foram publicados na revista médica Acta Neuropathologica.

A partir desta semana
A tributação dos refrigerantes e das bebidas açucaradas vai aumentar a partir de quarta-feira, uma subida prevista na lei do...

A título de exemplo, uma garrafa de refrigerante vai ficar 15 cêntimos mais cara se tiver um teor de açúcar de até 80 gramas por litro e vai encarecer 30 cêntimos se o teor de açúcar for acima daquele valor, aumentos que já incluem o IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado).

Uma das novidades criadas com o Orçamento do Estado para 2017 foi a tributação dos refrigerantes e das bebidas açucaradas em sede de Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas (IABA), o que mudou o nome do imposto, que passou a ser imposto sobre o álcool, as bebidas alcoólicas e as bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes.

A partir de quarta-feira, segundo o Sapo, ficam sujeitas a este imposto as bebidas não alcoólicas destinadas ao consumo humano adicionadas de açúcar ou de outros edulcorantes, as bebidas com um teor alcoólico superior a 0,5% vol. e inferior ou igual a 1,2% vol. (como os vinhos de uvas frescas, os vermutes, a sidra e o hidromel).

Também bebidas não alcoólicas como águas, incluindo as minerais e as gaseificadas, adicionadas de açúcar ou de outros edulcorantes ou aromatizadas passarão a ser tributadas, sendo a receita consignada à sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde.

Quanto às taxas do imposto a que estes produtos vão ficar sujeitos, será de 8,22 euros por hectolitro (100 litros), no caso das bebidas cujo teor de açúcar seja inferior a 80 gramas por litro, e de 16,46 euros por hectolitro para as bebidas cujo teor de açúcar seja igual ou superior àquele limite.

Estudo
O número de mulheres entre os 19 e os 34 anos a realizar este tipo de intervenções aumentou 41%. O objetivo é evitar marcas e...

As gerações mais novas acreditam que quanto mais cedo se começar a aplicar botox, melhor se vai conseguir prevenir o surgimento de marcas que ainda nem sequer apareceram no rosto.

Os últimos dados levantados pela International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS) contaram 20 milhões de intervenções realizadas em todo o mundo só em 2014. Desses 20 milhões, quase oito correspondem aos chamados tratamentos flash anti-idade: a toxina butulínica (botox) e os preenchimentos de ácido hialurónico. Dois anos depois, os números serão muito superiores e, em conjunto, essas intervenções representam o primeiro lugar das mais realizadas no mundo nos dias de hoje, escreve o Observador.

Numa cultura assente na imagem corporal, poderemos estar a alimentar uma tendência perigosa?

O botox pode reduzir sintomas de depressão ou, afinal, é um vício?

No início de 2016, um estudo realizado pela universidade de Texas-Austin trouxe a público uma teoria positiva: 9 em cada 10 participantes mostraram sinais de redução nos sintomas de transtornos de depressão após injeções de botox.

No entanto, novos dados tornados públicos este mês vieram contradizer este estudo e alertam para os perigos de estarmos perante uma nova obsessão: a idade. De acordo com os dados da American Society for Aesthetic Plastic Surgery, o número de mulheres entre os 19 e os 34 anos a realizar este tipo de intervenções aumentou 41 por cent0 desde 2011, tendo também sido visível um aumento por parte dos homens que, agora, representam 10 por cento do total de utilizadores de botox.

Citada pelo jornal britânico The Guardian, Dana Berkowitz, professora de sociologia da Universidade do Estado do Louisiana e autora do livro Botox Nation: Changing the Face of America (Geração Botox: Mudando a Cara da América) defende que as mulheres estão erradas quando acreditam que o botox é preventivo e que, para piorar, os próprios médicos estão a fomentar esta ideia. Berkowitz questiona mesmo se os médicos estarão a criar comportamentos viciantes ao sugerirem a sua aplicação cada vez mais cedo.

“O problema é que o botox só dura entre quatro a seis meses, uma vez que se uma pessoa começa a ver linhas, vai voltar imediatamente ao cirurgião para repetir. As mulheres que entrevistei falaram sobre o viciante que se torna”, diz Berkowitz ao The Guardian.

Mas há ainda uma outra parte do problema, ainda mais grave: o universo da cosmética (dermatologistas, cirurgiões, influentes digitais) está a fomentar a ideia de que quanto mais cedo se começar a aplicar botox, melhor se vai conseguir prevenir o surgimento de marcas que ainda nem sequer apareceram no rosto. Berkowitz destaca uma frase que a impressionou: “É como quereres limpar o quarto antes que fique demasiado sujo”.

Em Portugal, os preços para cada sessão de botox rondam os 300 a 400 euros e, atualmente, vemos cada vez mais jovens com pouco mais de 20 anos com o rosto já “artilhado” para o futuro.

“Eu uso botox porque é preventivo. Tenho uma amiga que começou a usar aos 22 anos e, assim, as rugas nem sequer se formam” é uma outra citação que Berkowitz retirou das suas entrevistas.

Para juntar ao problema, num artigo publicado em agosto de 2016, o Observador já tinha falado dos perigos destas intervenções a preço de saldo e dos cuidados que são necessários perante as “festas do botox”, um conceito famoso que também já existe em Portugal, muito apelativo para os mais jovens e onde se chegam a dar injeções a 25 euros.

No seu livro, Dana Berkowitz critica este conceito preventivo porque é perigoso: continua a criar nas mulheres a ideia de que não correspondem a um qualquer padrão e que a idade, ao invés de ser natural, é algo de que devemos fugir a sete pés.

Especialistas defendem
Investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde alertaram para a necessidade de pacientes com...

A recomendação já tinha sido feita por sociedades científicas nacionais e internacionais, mas “faltava informação relativamente aos custos que a aplicação desta medida acarretaria para os Sistemas de Saúde”, afirmou o investigador do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis) e clínico no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra, Miguel Areia.

Agora, sublinhou, já é possível avançar que o custo associado desta política de saúde pública é de “pouco mais de 18 mil euros por ano de vida salvo”, sendo assim “considerado comportável” pelo Sistema Nacional de Saúde.

“O cancro gástrico representa um problema de saúde a nível global. As elevadas taxas de incidência e de mortalidade desta patologia fazem dela o quinto tumor mais comum e a terceira causa de morte por cancro”, referiu Miguel Areias.

Em Portugal, este tipo de cancro é especialmente prevalente na zona Norte do país, afetando 13 por cada 100 mil habitantes, um nível considerado muito acima dos padrões europeus.

De acordo com o especialista, há fatores ambientais que contribuem para esta realidade, nomeadamente o consumo excessivo de sal, de fumados e os hábitos tabágicos. Há ainda uma componente genética que não deve ser esquecida.

Acresce que 80% dos portugueses estão infetados pelo ‘helicobacter pylori’ – uma bactéria que se instala no estômago podendo, com o decorrer dos anos, facilitar o aparecimento de doenças do foro digestivo.

A bactéria existe em níveis elevados entre a população do Norte de Portugal, logo aos 20 anos de idade, esclarece o gastrenterologista, que sublinha que é mais tarde, sobretudo depois dos 50 anos, que os sintomas gástricos se manifestam.

Mário Dinis-Ribeiro, líder do grupo de investigação em cancro do estômago do Cintesis e médico no IPO do Porto, referiu também que “a maioria dos casos está relacionada com infeção por ‘helicobacter pylori’ e outros agentes ambientais e, portanto, a incidência aumenta com a idade”.

Segundo adiantou, “devido ao envelhecimento das populações, nomeadamente em Portugal, estima-se que a incidência e a mortalidade associadas a cancro gástrico aumentem nos próximos 20 anos”.

De acordo com os especialistas, o cancro do estômago pode ocorrer após vários anos de progressão de uma condição benigna como a gastrite. A endoscopia é o primeiro exame a ser efetuado para o diagnóstico destas condições pré-malignas que devem ser avaliadas e graduadas, sendo que só as mais severas têm necessidade de ser seguidas.

Defendem, por isso, que “os médicos devem ser ensinados a fazer esta triagem de forma eficiente para se garantir que os doentes em maior risco são, efetivamente, vigiados de mais perto”.

A endoscopia digestiva alta é “o procedimento de eleição para diagnosticar as doenças do sistema digestivo que envolvem o esófago, o estômago e o duodeno. É um método disponível na maioria das instituições de saúde, preciso e relativamente pouco invasivo, mas os seus custos de utilização impedem que seja adotado como ferramenta de triagem para o cancro gástrico na maioria dos cenários clínicos”.

Além de Miguel Areia e Mário Dinis-Ribeiro, o trabalho contou com a colaboração de Francisco Rocha Gonçalves, investigador do Cintesis e membro do IPO do Porto.

Agência Portuguesa do Ambiente
Uma avaliação aos solos na área do hospital CUF Descobertas, em Lisboa, concluiu não haver riscos para a saúde e ambiente, mas...

"De acordo com a avaliação preliminar já feita, é possível apontar a ausência de riscos para a saúde pública e para o ambiente, fruto desta obra" do parque de estacionamento do hospital, localizado no Parque das Nações, refere uma nota enviada à imprensa pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Os trabalhos de remoção dos solos remanescentes na obra "só poderão ser retomados após autorização da CCDR-LVT [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo], comprovados os requisitos que forem essenciais na defesa do ambiente de acordo com a legislação em vigor", avança a APA.

Em meados de janeiro, moradores da freguesia do Parque das Nações denunciaram um cheiro a gás proveniente da construção do parque de estacionamento subterrâneo do hospital CUF Descobertas e, na quinta-feira, anunciaram que iriam exigir análises à qualidade do ar, ponderavam recorrer aos tribunais e queixavam-se da falta de resposta das autoridades públicas às suas preocupações.

Num memorando enviado à Câmara Municipal de Lisboa (CML), o grupo José de Mello Saúde, dono da obra, refere terem sido encontrados solos contaminados, classificados tanto como perigosos, como não perigosos, dependendo da concentração de hidrocarbonetos (por já ter existido ali uma refinaria), que foram encaminhados para aterros.

Agora a APA vem esclarecer que a construção promovida pela José de Mello Saúde está devidamente licenciada do ponto de vista urbanístico pela CML, tendo sido realizadas as análises aos solos adequadas pelo dono da obra.

"Tal como determinam as leis e regulamentos em vigor, estes solos têm sido encaminhados para local de destino adequado e licenciado para o efeito", garante.

A CCDR-LVT efetuou uma ação de fiscalização à obra e pediu à empresa José de Mello Saúde que garantisse a apresentação de "evidências da não contaminação do solo imediatamente subjacente à área de construção" e que realizasse uma caracterização da qualidade do ar no local, através de um laboratório acreditado, para avaliar a concentração de compostos orgânicos voláteis.

Ajuda ao desenvolvimento
Um grupo de voluntários com mais de 55 anos, de áreas como a saúde e a educação, decidiram criar uma associação à qual chamaram...

A associação, que hoje vai ser apresentada publicamente, inspira-se no Projeto Mais-Valia, apoiado pela Fundação Gulbenkian, que decorreu entre 2012 e 2016 enquanto programa de bolsas de voluntariado para profissionais experientes com mais de 55 anos na área da cooperação para o desenvolvimento nos PALOP.

Em declarações, a presidente da associação, que fez três missões no âmbito do projeto da Gulbenkian, explicou que o objetivo é dar continuidade, criando uma bolsa de voluntários mais alargada para o desenvolvimento de iniciativas, não só nos países de língua oficial portuguesa, mas também em Portugal.

Os membros da bolsa nem sempre têm capacidades físicas para ir para África, sendo por isso importante poderem desenvolver as suas competências em Portugal ou noutros países da Europa.

Na verdade, adiantou Maria França, a população com mais de 55 anos é cada vez mais jovem e não quer deixar de estar ligada à sua profissão, sentindo-se capaz de usar essas competências e pô-las ao serviço dos outros.

Mafalda França foi educadora de infância na Misericórdia de Lisboa e deu formação nesta área. Enquanto voluntária no âmbito do projeto “Mais Valia”, uma das vezes em Moçambique, teve como missão o reforço das capacitações técnicas das pessoas que trabalham com crianças.

O objetivo destes voluntários, frisou, nunca foi substituir as pessoas locais, mas sim reforçar as competências dos que trabalham nas organizações. Não ocupar postos de trabalho, mas ser um reforço para o desenvolvimento dos projetos locais.

Há três áreas nas quais a associação espera vir a trabalhar: educação, saúde e direitos sociais, procurando agora parceiros. As organizações não-governamentais de desenvolvimento e as instituições estatais ou privadas podem agora contar com esta bolsa de voluntários como uma mais-valia e um reforço dos projetos e nunca como substitutos.

Com o fim do projeto desenvolvido pela Gulbenkian, os voluntários sentiram necessidade de dar continuidade a uma iniciativa que era já “uma mais-valia” e em coordenação com a fundação, que apoia agora o nascimento desta associação, cerca de 40 voluntários deram corpo a um desejo.

Maria Hermínia Cabral, diretora do Programa Gulbenkian Parcerias para o Desenvolvimento e responsável pelo Projeto Mais-Valia (2012-2016), disse que é gratificante para todos quando um projeto pontual se autonomiza desta forma.

O projeto que coordenou, explicou, foi uma ideia que veio colmatar uma necessidade efetiva e que agora é posta em prática de uma forma institucionalizada, ajudando na construção de soluções da comunidade, quer em Portugal quer noutros países, em áreas como a saúde, educação ou gestão.

O protocolo de colaboração entre a fundação Calouste Gulbenkian e a recém-criada Associação Ser Mais Valia será assinado hojedurante uma conferência intitulada “O que fazemos com o tempo? Trabalho, voluntariado e envelhecimento ativo”, na qual participará Helena André (Organização Internacional do Trabalho) e Susana Réfega (Fundação Fé e Cooperação).

No ano passado
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica doou no ano passado 4,4 toneladas de bens alimentares e mais de 14.000 bens...

De acordo com dados da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), no ano passado foram apreendidos em fiscalizações produtos alimentares avaliados em 20.971 euros e produtos não-alimentares no valor de 240.667 euros, num total de 261.637 euros.

Segundo os dados, foram apreendidas 4,4 toneladas de bens alimentares, 72 embalagens e 532 unidades de produtos alimentares.

Foram também apreendidas 14.034 peças de vestuário e complementos e outros: 250 unidades de sprays, 42 brinquedos, 30 consolas, duas caldeiras/esquentadores e 44 têxteis domésticos.

Entre as 97 doações efetuadas em 2016, estão produtos como carnes e produtos cárneos, pescado e produtos da pesca, cereais em natureza, chocolates, géneros alimentícios vários (salsichas, pão e queijos), mel, vestuário e complementos, sprays, brinquedos, consolas, caldeiras/esquentadores e têxteis domésticos.

Os distritos de Faro, Lisboa, Santarém e Coimbra foram os distritos onde houve mais instituições a receber bens doados, mais de 10 entidades.

De acordo com os dados da ASAE, entre as entidades que receberam doações estão instituições públicas e reinserção social, de apoio à família e comunidade, de apoio a crianças e jovens, apoio na velhice, invalidez, de conservação das espécies e habitats, apoio na deficiência e incapacidade, de resposta social de instituição religiosa local, de apoio e defesa dos animais e de resposta social de instituição de âmbito nacional.

Em 2015, a ASAE tinha apreendido 25,7 toneladas de produtos alimentares e 5.325 produtos não alimentares, no valor total de 302.000 euros.

Naquele ano foram feitas 67 doações a 49 entidade de 33 concelhos de 14 distritos.

Publicado em Diário da República
Um vencimento superior em 40%, mais férias e preferência na colocação do cônjuge são alguns dos incentivos à mobilidade...

O objetivo da medida é “capacitar os serviços com a colocação efetiva de um maior número de profissionais, tendo em vista a melhoria do nível de acesso aos cuidados de saúde por parte da população”, lê-se no diploma.

Os médicos que optem por esta solução podem contar com um incentivo “fixado em 40% da remuneração base correspondente à primeira posição remuneratória da categoria de assistente, da carreira especial médica ou da carreira médica”.

Mais dois dias de férias enquanto permanecer no estabelecimento cujo posto de trabalho está identificado como carenciado e mais um dia de férias por cada cinco anos de serviço efetivamente prestado estão igualmente previstos.

Os incentivos preveem “a preferência pelo cônjuge ou pela pessoa com quem viva em união de facto na lista de ordenação final dos candidatos (…) para ocupação de posto de trabalho em serviço ou organismo da administração direta e indireta do Estado sito na localidade onde o trabalhador médico é colocado, desde que se trate de trabalhador com vínculo de emprego público constituído por tempo indeterminado”.

Os médicos podem “participar em atividades de investigação ou desenvolvimento das correspondentes competências e qualificações profissionais, mediante exercício de funções em serviços ou estabelecimento de saúde à sua escolha, situados em território nacional, pelo período máximo de 15 dias, por ano, seguido ou interpolado, com direito a ajudas de custo e transporte nos termos legais”.

O trabalhador que se candidate tem preferência no procedimento concursal de recrutamento para preenchimento de postos de trabalho na categoria de assistente graduado sénior, na lista de ordenação final dos candidatos, em caso de igualdade de classificação.

Estes incentivos, que entram em vigor no sábado, são atribuídos pelo período de três anos, após a colocação no posto de trabalho.

Novo estudo diz que até combatem a demência
Investigadores indicam que experiências em roedores e humanos mostram que algumas tipologias de cogumelos contêm substâncias...

De acordo com um novo estudo da Universidade de Malaya, em Kuala Lumpur, os fungos contêm substâncias químicas que previnem a inflamação dos neurónios e promovem o crescimento dos nervos cerebrais.

A investigação que se debruçou sobre onze tipos de cogumelos - alguns já usados para fins medicinais - descobriu que estes aumentam a massa cinzenta ao estimular a produção de um produto químico chamado fator de crescimento nervoso, uma pequena proteína de secreção interna, importante para o crescimento, manutenção e sobrevivência de determinados neurónios (células nervosas).

As descobertas publicadas no Journal of Medicinal Food sugerem que os cogumelos são um potencial "superalimento" que pode reduzir ou mesmo atrasar o desenvolvimento de patologias relacionadas com a demência, como a doença de Alzheimer, escreve o Sapo.

Durante o estudo, os investigadores analisaram várias descobertas científicas prévias e descobriram que estes fungos "podem cumprir uma função preventiva contra o desenvolvimento da doença de Alzheimer".

"O consumo regular de cogumelos pode reduzir ou retardar o desenvolvimento da neuro-degeneração relacionada com a idade", conclui o professor e responsável pelo estudo Vikineswary Sabaratnam, da Universidade de Malaya, em Kuala Lumpur.

"Entretanto, são necessários extensos ensaios clínicos em humanos e animais, o que poderá levar à criação de alimentos funcionais ou novos medicamentos terapêuticos para prevenir ou mitigar os efeitos das doenças neurodegenerativas".

Saúde pública
O Governo aprovou a proibição de uso de pesticidas em espaços públicos como jardins infantis, parques e jardins urbanos,...

De acordo com o comunicado da reunião do Conselho de Ministros, “foi aprovada a alteração da regulação relativa aos produtos fitofarmacêuticos, por transposição da Diretiva nº 2009/128/CE”.

Os produtos fitofarmacêuticos são produtos químicos para uso agrícola com o objetivo de combater ou evitar pragas em culturas e plantas, escreve o Sapo.

“Com o objetivo de reduzir e controlar os efeitos sobre a saúde pública da utilização destes produtos, o Governo decidiu proibir a sua utilização em zonas de maior exposição da população ou tipicamente utilizadas por população mais vulnerável, como jardins infantis, parques e jardins urbanos de proximidade, parques de campismo, estabelecimentos de ensino, hospitais e outros locais de prestação de cuidados de saúde, e estruturas residenciais para idosos”, refere o comunicado.

Ficam fora da proibição os “casos excecionais devidamente autorizados pela autoridade fitossanitária nacional (DGAV)”.

Em julho de 2016 o ministro do Ambiente já tinha avançado que o Governo se preparava para proibir o uso de pesticidas com glifosato, depois de uma polémica suscitada em torno do uso do produto, sobretudo em meio urbano, devido ao seu potencial carcinogénico.

Próximo passo é criar órgãos para transplante
Cientistas conseguiram fazer crescer células humanas em embriões de porcos, naquele que pode ser o primeiro passo para a...

As conclusões da investigação são divulgadas na revista Cell. Nelas os autores descrevem os progressos obtidos para integrar células estaminais pluripotentes induzidas de uma espécie, as que são capazes de dividir-se, especializar-se e gerar a maioria dos tecidos, em embriões de uma outra espécie, muito diferente.

Os resultados, alcançados graças a uma experiência com 1.500 embriões de porco, "representam a prova do conceito de integração de células humanas numa espécie animal grande", segundo a equipa de cientistas liderada pelo espanhol Juan Carlos Izpisúa Belmonte, do Instituto Salk para os Estudos Biológicos, na Califórnia, nos Estados Unidos.

Depois de gerarem vários tipos de células pluripotentes humanas, os investigadores incorporaram-nas em embriões de porco, que, posteriormente, foram introduzidos em fêmeas de porco recetoras, escreve o Sapo.

A experiência foi interrompida às quatro semanas de gestação das porcas, para que fosse avaliada a segurança e a eficácia da tecnologia, e também por questões éticas. "Demonstrámos que esta tecnologia permite que um organismo de uma espécie gere um órgão composto por células de outra espécie", sustentou o coordenador da investigação, Juan Carlos Izpisúa Belmonte, assinalando que "isto proporciona uma ferramenta muito potente para estudar a evolução das espécies, o aparecimento e o desenvolvimento de doenças e a procura de novos medicamentos, podendo conduzir, em última instância, à possibilidade de se produzir órgãos humanos para transplante".

Apesar de ser um "primeiro passo importante", o crescimento de órgãos humanos em porcos ainda está "muito longe", ressalvou.

Alguns dos embriões de porco revelaram que as células humanas se tinham especializado e convertido em precursores de distintos tecidos, como músculo, coração, pâncreas, fígado e medula, ainda que a taxa de êxito e o nível de contribuição das células humanas em porcos tenha sido mais baixo quando comparado com ratos.

A equipa de cientistas conseguiu criar ratos com pâncreas, olhos e coração de ratas, mas decidiu trabalhar com porcos, porque os roedores são animais pequenos e com uma fisiologia muito diferente da dos humanos.

Universidade Nova reúne stakeholders do setor da saúde em Portugal
“Medição dos cuidados de saúde baseada em valor” é o tema da Conferência ICHOM em Portugal que se realiza nos dias 10 e 11 de...

Adalberto Campos Fernandes, Manuel Delgado, Marta Temido, Ana Rita Cavaco, Ricardo Baptista Leite, Isabel Vaz, José Maria Laranja Pontes, Joaquim Cunha, Rui Raposo, Fernando Fragateiro ou António Vaz Carneiro são alguns dos nomes que vão constituir os vários painéis de debate.

Este encontro conta também com Christina Åkerman, Presidente do ICHOM – International Consortium for Health Outcomes Measurement, Martin Ingvar, do Karolinska, Diane Bell, Diretora do PA Consulting Group para o setor da saúde, Paulo Gonçalves, Partner e Managing Director do The Boston Consulting Group Espanha e Maartje Schouwenburg, Cofundadora e Membro do Conselho de Administração da Value in Care, entre outras personalidades da saúde mundial.

Para João Marques Gomes, CEO da Nova Healthcare Initiative e investigador de gestão e economia da saúde na Nova SBE, “a iniciativa pretende lançar o debate e alertar os principais representantes da saúde em Portugal para a necessidade de existirem padrões de medição da qualidade dos serviços de saúde prestados no Sistema Nacional de Saúde ou Serviço Nacional de Saúde (SNS). Todos sabemos o número de consultas realizadas, o número de cirurgias ou o número de internamentos. Mas não sabemos se esses cuidados prestados foram de qualidade e se resultaram em benefício para o doente e é isso que esta iniciativa vem propor”.

ICHOM é o acrónimo de International Consortium for Health Outcomes Measurement. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos, fundada por três instituições mundialmente reputadas – Harvard Business School, Karolinska Institute e The Boston Consulting Group, nos Estados Unidos da América.

O ICHOM tem como objetivo transformar os sistemas de saúde a nível mundial, através da mediação e avaliação dos resultados observados nos pacientes, sendo estes resultados fundamentais para medir a qualidade dos cuidados de saúde prestados.

Pode consultar todas as informações no site do evento, em www.ichomportugal.org.

Estudo
Um estudo liderado por Pedro Norton, investigador da Unidade de Investigação em Epidemiologia do Instituto de Saúde Pública da...

As conclusões referem também que os atos de bullying – termo que designa a exposição sistemática à humilhação e a comportamentos hostis e violentos contra um ou mais indivíduos – incidem sobretudo em pessoas do sexo feminino, que trabalham como enfermeiras, administrativas e assistentes operacionais.

“Os profissionais de saúde são um grupo ocupacional particularmente exposto ao bullying. Em Portugal, apenas existem dados representativos deste fenómeno em enfermeiros, pelo que este é o primeiro estudo de grande dimensão que avalia o bullying nos restantes grupos profissionais ligados à saúde”, refere Pedro Norton.

A nível dos agentes que praticam bullying, verificou-se que este tipo de agressões era perpetrado, predominantemente, por superiores hierárquicos das vítimas.

A falta de estabilidade no trabalho e as políticas de flexibilidade laboral estão, de acordo com os autores do estudo, intimamente associadas ao bullying no local de trabalho. Os trabalhadores temporários são um grupo particularmente vulnerável, devido ao receio de serem despedidos ou de não verem o seu contrato renovado, no caso de denunciarem a agressão. Também os trabalhadores com contratos a termo sofrem um maior risco de agressão comparativamente aos que possuem contrato por tempo indeterminado.

Os resultados apresentados foram obtidos através da análise das respostas a um inquérito aplicado a 707 profissionais de saúde hospitalares. A maioria dos participantes são mulheres (72,7%), com menos de 35 anos (46,2%) e que exercem a profissão de enfermagem (38,7%).

De realçar no entanto, que a prevalência de bullying observada neste estudo é inferior à registada em outros países: Austrália (50%), Estados Unidos da América (38%) e outros países Europeus (11,3%).

No entanto, “apesar da prevalência encontrada ser inferior à estimada em outros países, continua a afetar um número elevado de profissionais de saúde. Assim, o estabelecimento de medidas preventivas que possam minimizar as suas consequências quer a nível individual (físicas e psíquicas) quer a nível institucional (absentismo) torna-se imperativo. Neste contexto, os Serviços de Medicina do Trabalho devem ter um papel ativo no desenho de intervenções que tenham por objetivo a identificação e acompanhamento clínico dos casos, a referenciação para estruturas de apoio e a delineação de estratégias preventivas que eliminem ou minimizem este problema”, acrescenta.

O artigo “Prevalence and Determinants of Bullying Among Health Care Workers in Portugal” foi publicado na revista “Workplace Health & Safety” e pode ser consultado, através do seguinte link.

Especialista
As doenças oncológicas poderiam ser evitadas ou tratadas precocemente se houvesse uma aposta na medicina preventiva, o que se...

Segundo o especialista, muitos cancros poderiam ser travados logo no seu início, através de tratamentos mais simples, poupando muito dinheiro ao Serviço Nacional de Saúde.

"Temos uma visão curta no que se refere à medicina. Vamos apostar na medicina preventiva, com menos custos, sem IPO [instituto português de oncologia] cheios, com doentes à espera de seis meses para cirurgia. Não é com tratamento curativo, que tem custos económicos e sofrimento enormes, que se poupa”, disse.

José Garcia falava a propósito das I Jornadas de Urologia, que decorrem hoje no hospital de Santo André, em Leiria, como forma de "sentar à mesma mesa" médicos da medicina familiar e especialistas, "alterar mentalidades" e "alertar para o diagnóstico precoce".

José Garcia alertou para a necessidade de recorrer aos meios complementares de diagnóstico existentes, como ecografias e análises de rotina, nomeadamente ao PSA, marcador que poderá indicar presença do cancro da próstata, que "saem mais barato do que os tratamentos oncológicos e fármacos são caríssimos".

"Podemos intervir de imediato e eliminar qualquer 'grãozinho' que esteja a começar a crescer", reforçou.

Considerando que o cancro da próstata é "uma praga", José Garcia acusa os homens de "ignorantes", pois "continuam a não quer saber porque é que há mais viúvas que os viúvos", referindo-se à pouca adesão aos rastreios.

O médico alertou ainda quem tem fatores hereditários a ter uma "vigilância precoce" e considerou que o tabaco "é um dos piores inimigos".

José Garcia revelou que as patologias do foro urológico estão presentes em todas fases etárias. Nas crianças são mais comuns a distrofia vesical, síndrome de barragem infra-vesical condicionada por valvas posteriores, refluxo vesico-uretérico e o escroto agudo (torção do testículo, cordão espermático).

A partir dos 16 anos até à idade adulta surgem as infeções do trato urinário, DST (doenças sexualmente transmissíveis) e litíases urinárias. A maior incidência do tumor do rim surge a partir dos 30 a 40 anos.

José Garcia frisou também que o avanço da medicina na área da urologia tem sido grande. "Antes, as pessoas perdiam um rim por causa de uma pedra. Nos anos 1990, o hospital de Leiria introduziu uma técnica a litotrícia intercorpórea. Continua a ser uma grande cirurgia, mas aproveitamos as vias naturais para fazer a intervenção, sem via aberta. Em 24 horas, a pessoa vai para casa".

"Em 2000, avançámos para a cirurgia extracorpórea, através do choque laser. Não é preciso ir ao bloco, não anestesia. Dispensa recursos humanos, ocupação de camas do hospital e permite ao utente ir para casa pouco depois", informou.

As intervenções são cada vez menos invasivas, "com um pós-operatório espetacular e internamento curto".

"Temos vindo a crescer em Leiria e com muito orgulho. Leiria tem capacidade e condições para assumir estas intervenções", rematou José Garcia.

Uma seguiu para a IGAS
Pelo menos nove queixas foram apresentadas junto do Instituto Nacional para a Reabilitação e da Deco no primeiro mês da lei do...

Segundo disse fonte oficial do Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), deram entrada no Instituto, desde a entrada em vigor da lei, 169 pedidos de informação e quatro reclamações, uma das quais seguiu para a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) "para processo contraordenacional".

Já a defesa do consumidor recebeu cinco outras reclamações.

Segundo a nova lei, as entidades públicas ou privadas que não prestem atendimento prioritário a grávidas, idosos, pessoas com deficiência ou com crianças de colo podem ser multadas até mil euros.

Relativamente aos pedidos de informação recebidos no INR, são maioritariamente relativos à sinalização do atendimento prioritário nos estabelecimentos, à forma de fazer valer o direito junto dos serviços, à eventual extensão do atendimento prioritário aos acompanhantes dos titulares do direito e à interpretação da lei face à existência das atuais caixas de pagamento reservadas ao atendimento prioritário, por exemplo, nos supermercados.

Logo no primeiro dia da entrada em vigor do diploma, a 27 de dezembro de 2016, a Deco recebeu duas reclamações, uma delas exposta por um homem com problemas de mobilidade reduzida e outra por um idoso, que se queixou de não lhe terem dado prioridade numa fila de atendimento.

O consumidor com mobilidade reduzida pediu também esclarecimentos sobre a nova lei, nomeadamente a que entidades pode reclamar, disse na altura à Lusa a defesa do consumidor, que recorda que o utente a quem for recusado atendimento prioritário pode solicitar a presença da autoridade policial, apresentar queixa junto do INR ou da entidade reguladora da entidade que praticou a infração.

A associação lembra que a obrigatoriedade do atendimento prioritário já se encontrava regulado, mas aplicava-se apenas aos serviços da administração central, regional e local e institutos públicos, estando excluído o setor público empresarial, as parcerias público-privadas e o setor privado.

Com a nova lei, o dever de prestar atendimento prioritário aplica-se a todas as entidades, públicas ou privadas, que prestem atendimento presencial ao público.

A Lei assegura a obrigatoriedade de prestar atendimento prioritário às pessoas com deficiência ou incapacidade, ou seja, que possuam um grau de incapacidade igual ou superior a 60%, pessoas idosas, que tenham idade igual ou superior a 65 anos e apresentem alterações ou limitações das funções físicas e mentais, grávidas e pessoas acompanhadas de crianças de colo, ou seja acompanhadas de crianças até aos dois anos de idade.

O atendimento prioritário faz-se por ordem de chegada de cada titular desse direito.

Estas regras não se aplicam aos serviços sujeitos a marcação prévia, a hospitais e centros e unidades de saúde, onde a ordem do atendimento deve ser fixada em função da avaliação clínica (como a triagem dos hospitais).

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe
Os casos de gripe continuam a diminuir em Portugal pela terceira semana consecutiva, com uma taxa de 44,6 por cada 100.000...

Os dados, divulgados pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, dizem respeito à semana entre 16 e 22 de janeiro e indicam uma “atividade gripal de baixa intensidade, com tendência decrescente”.

Segundo o boletim, desde a “semana 52/2016 observou-se uma diminuição do número de casos de gripe detetados laboratorialmente”.

Durante a semana entre 16 e 22 de janeiro foi “identificado 01 caso de síndrome gripal positivo para o vírus da gripe do subtipo A (H3)”, refere o boletim.

O boletim refere também que até à semana 3/2017 “foram analisados 788 casos de síndroma gripal, dos quais 442 deram positivo para o vírus da gripe.

“Foram detetados outros vírus respiratórios em 71 dos casos de síndrome gripal”, acrescenta.

Especialistas
No âmbito do Dia Mundial Contra o Cancro, que se assinala a 04 de fevereiro, irá realizar-se no próximo dia 28 de janeiro o...

O Inspired Evolution é um evento médico, que reunirá mais de 100 especialistas nacionais e internacionais, que tem como objetivo o debate sobre novas terapêuticas no cancro do pulmão.

Nos últimos anos tem-se assistido a uma grande evolução no tratamento do cancro do pulmão de células não pequenas, alcançando-se uma maior sobrevivência com um menor impacto na qualidade de vida dos doentes. Esse feito tem sido conseguido graças à constante investigação procurando soluções terapêuticas inovadoras, personalizadas ao tipo de cancro do pulmão apresentado pelo doente. Exemplo disso são as terapêuticas-alvo dirigidas a moléculas mutadas nas células cancerígenas e a imunoterapia através da qual o sistema imunitário é estimulado, detetando e destruindo as células neoplásicas com maior eficácia.

Uma das áreas de destaque deste evento é a abordagem feita a esta nova era de tratamentos para o cancro do pulmão, que poderão permitir, num futuro próximo, o aumento da taxa de sobrevivência, mantendo a qualidade de vida.

Segundo Fernando Barata, Presidente do Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão, “estes tratamentos são realmente uma viragem no tratamento desta doença, cuja taxa de sobrevivência a cinco anos se situa apenas nos 15% a 18%”. Acrescenta ainda que “para tal contribui o facto, do cancro do pulmão ser muitas vezes um cancro assintomático e os doentes chegarem aos especialistas já em estadio avançados e com metástases”.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Professor da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra integra projeto FOCUS, iniciativa no valor de quase 2,4 milhões de euros,...

Trinta e cinco especialistas de Portugal, Espanha, Holanda, Itália, Luxemburgo, Polónia e Reino Unido estão reunidos, amanhã (dia 27 de janeiro), na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC)/Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), para um workshop no âmbito do consórcio FOCUS (Frailty Management Optimisation through EIP-AHA Commitments and Utilisation of Stakeholders Input), que tem como objetivo implementar medidas e ferramentas para ajudar a lidar com o problema da fragilidade dos cidadãos idosos na Europa.

“Update and next steps in frailty within EIP-AHA - European Innovation Partnership on Active and Healthy Ageing” (“Atualização e próximos passos na fragilidade no âmbito da Parceria Europeia para a Inovação na área do Envelhecimento Ativo e Saudável”) é o título deste workshop do projeto FOCUS, que em Portugal é participado pela ESEnfC, através do professor coordenador João Alves Apóstolo, e pela Universidade de Aveiro (professora Silvina Santana).

O projeto FOCUS surge como resultado do trabalho feito pela Parceria Europeia para a Inovação na área do Envelhecimento Ativo e Saudável, de cujo Grupo de Declínio Cognitivo o investigador da ESEnfC é membro.

Iniciativa no valor de quase 2,4 milhões de euros, cofinanciada pela Agência de Execução para os Consumidores, a Saúde, a Agricultura e a Alimentação (CHAFEA) da Comissão Europeia, o projeto FOCUS é coordenado pela Universidade de Valência (Espanha) e pretende contribuir para a redução do peso da fragilidade na Europa através do desenvolvimento de metodologias e instrumentos com foco no diagnóstico precoce, no rastreio e na monitorização da fragilidade nos idosos.

A intenção do projeto FOCUS é auxiliar todos os profissionais no terreno, desde aqueles que planeiam serviços e cuidados de saúde para cidadãos debilitados, até aos profissionais de saúde que os acompanham e tratam.

Desde quarta-feira (25 de janeiro) que os parceiros do FOCUS estão reunidos em Coimbra, no âmbito do encontro semestral do projeto.

Além da ESEnfC, da Universidade de Aveiro e da Universidade de Valência, participam no projeto FOCUS o instituto Roessingh Research and Development (Holanda), a ESAM (Estudios de Software Avanzado y Mantenimiento de Tecnologia Sociedad Limitada) (Espanha), a Everis Spain SLU (Espanha), a Fundação IRCCS CA’ Granda - Ospedale Maggiore Policlinico (Itália), o Instituto de Investigação Farmacológica Mario Negri (Itália), a Universidade Médica de Wroclaw (Polónia) e o Centro de Investigação para o Envelhecimento Saudável da Universidade de Aston (Reino Unido).

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