Em 2017
O Centro Hospitalar do Porto anunciou um investimento de cerca de 5,8 milhões de euros na ampliação do Serviço de Urgência, na...

De acordo com dados disponibilizados, o plano de investimento do Centro Hospitalar do Porto (CHP) para 2017 prevê a ampliação do Serviço de Urgência (SU), nomeadamente a criação de “uma moderna Unidade de Observação”.

Este projeto vai permitir “um aumento muito significativo” da capacidade do SU, num investimento que ultrapassa os 500 mil euros.

Ainda durante 2017, será reestruturada toda a área laranja e amarela do SU, com vista “a melhorar o conforto e fluxo dos doentes”.

Relativamente ao Serviço de Urgência, em 2016 o CHP efetuou uma reorganização estrutural e funcional, com a criação de uma nova área cirúrgica, com a separação física dos espaços entre Urgência Médica e a Urgência Cirúrgica.

A imagiologia vai ter um investimento total de 2,3 milhões de euros, para substituição integral do parque de equipamento pesado (Ressonância e TAC), estando ainda prevista a aquisição de uma terceira Ressonância, que “vai aumentar a capacidade de resposta do CHP e a consequente internalização de exames realizados no exterior”, referiu a fonte.

Acrescentou que “as tecnologias e sistemas de informação vão também ser alvo de um investimento de três milhões de euros, desmaterializando e automatizando todo o processo clínico-administrativo, assim como vai permitir suportar novos modelos organizacionais”.

Fonte do CHP/Hospital de Santo António salientou ainda um outro investimento, superior a três milhões de euros, para inovação, investigação e treino cirúrgico do Centro Clínico Académico, mas que ocorrerá no âmbito de uma parceria com a Universidade do Porto, através do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS).

O CHP é um hospital central e universitário pela sua associação ao Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. Integra o Hospital de Santo António, o Centro Maternoinfantil do Norte, o Instituto de Genética Médica e o Hospital Joaquim Urbano.

Em 2015
As queixas de profissionais de saúde vítimas de violência nos locais de trabalho estão a subir. Segundo o relatório da Direção...

O número de notificações online que tem chegado à Direção-Geral da Saúde (DGS) tem aumentado desde 2007, mas o grande salto foi de 2013 para 2014, quando o número de queixas mais que duplicou. A tendência, mostra o novo relatório Violência Contra Profissionais de Saúde, manteve-se em 2015 (ver infografia). "A informação recolhida pela sua dimensão não nos permite, no entanto, extrapolar para a realidade nacional. Por outro lado, é impossível distinguir se há mais notificações deste tipo de incidentes porque os profissionais estão mais despertos para a notificação ou se há mais casos de violência", salienta a DGS no documento.

Da análise é possível concluir que a maioria da violência acontece nos serviços públicos, mais nos hospitais, logo seguidos dos centros de saúde. Em 551 notificações houve identificação do local onde aconteceu a agressão, escreve o Diário de Notícias. Em primeiro lugar estão as consultas externas, seguidas das urgências, serviços de medicina de adultos, internamento de psiquiatria, serviços de atendimento , e administrativos.

De acordo com os dados de 2015, os agressores são sobretudo doentes (307), familiares de doentes (129), profissionais de saúde da unidade de saúde (109) e acompanhantes do doente (19). Quanto ao sexo do agressor, não há grandes diferentes entre homens e mulheres. E à exceção de todos os outros servi-los onde são os doentes os principais agressores, mas consultas dos hospitais "predominam os profissionais de saúde da unidade de saúde como agressores", diz o relatório.

Quanto às vítimas da agressão, a grande maioria (309) são enfermeiros, seguido dos médicos (145). E como é que fizeram a gestão da situação? Solicitaram tratamento, estiveram temporariamente ausentes do serviço, receberam apoio, fizeram declaração de acidente de trabalho e deram origem a uma investigação. De salientar que "423 notificações referem que a violência é habitual na unidade de saúde" e "346 referem que o episódio de violência poderia ter sido prevenido". A mesma notificação pode referir os dois casos, razão pela qual a soma é superior ao total de notificações.

Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) acredita que o número de notificações registadas na DGS não reflete o que se passa na realidade e não estranha que sejam os enfermeiros os principais alvos de violência. "Os tempos de espera são longos, há falta de material como temos denunciado, os enfermeiros são poucos nos serviços. São os primeiros a receber as pessoas. Em 2015 é bom não esquecer que as condições económicas das pessoas eram diferentes, a perspetiva de futuro era menor, os cortes na saúde foram substanciais. As pessoas já iam tensas e que lá estavam também", refere.

Ao sindicato também chegam queixas de agressões como a de um enfermeiro que foi agredido num centro de saúde por um utente que queria receber metadona. "Colocou baixa porque o que acontece depois é o receio. Há um misto de revolta e de alguma culpabilização da vítima", diz Guadalupe Simões, que fala também na violência exercida entre profissionais. "Para nós retirar direitos para obrigar a não ter horário flexível por causa de filhos menores é uma agressão. Em algumas unidades de saúde familiar há pressão para os enfermeiros fazerem 40 horas quando o horário é de 35. Gera tensão entre os colegas e isso também se reflete no atendimento."

Estudo
Um grupo de cientistas dos Estados Unidos sugere que a Doença de Parkinson, uma perturbação cerebral progressiva, pode afinal...

A Doença de Parkinson é uma perturbação cerebral progressiva para a qual têm surgido tratamentos promissores nos últimos anos. No entanto, a sua origem continua envolta em algum mistério.

Os elementos-chave que definem a Doença de Parkinson são a presença de tremores, rigidez do tronco e dos membros e lentidão dos movimentos.

Estima-se que cerca de 20 mil portugueses sofram desta perturbação. Os hospitais centrais registam por ano mais de 1800 novos casos e prevê-se que com o aumento da longevidade a incidência da doença aumente 30% nos próximos vinte anos.

Agora, os investigadores acreditam que a doença pode começar nos intestinos antes de atingir o cérebro.

Uma das características desta condição é a formação de um depósito de fibras insolúveis constituídas por uma substância chamada sinucleína. Enquanto em pessoas saudáveis estas são encontradas em células nervosas saudáveis, em pessoas com Parkinson, as sinucleínas deformam-se e formam aglomerados fibrosos.

As indicações de que esta transição pode começar fora do cérebro surgiram há uma década, quando os patologistas clínicos relataram ter encontrado fibras sinucleínas nos nervos do intestino.

Collin Challis, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, e os colegas fizeram várias experiência científicas para provarem que possivelmente essas fibras soltam-se do intestino para se alojarem no cérebro. Para isso, estes cientistas injetaram fibras de sinucleína no estômago e intestino de roedores de laboratório.

Apenas três semanas depois, as fibras foram encontradas na base do cérebro, e dois meses depois estavam alojadas em partes do cérebro que controlam a coordenação motora.

O Parkinson resulta da redução dos níveis de uma substância chamada dopamina que funciona como um mensageiro químico cerebral nos centros que comandam os movimentos.

Os níveis de dopamina reduzem-se como consequência da morte das células cerebrais que a produzem. No entanto, existem vários fatores que contribuem para o risco desta doença, como a história familiar, a exposição a pesticidas ou toxinas industriais e o envelhecimento em si mesmo.

Estudos revelam
O crescimento do peito em meninas com menos de dez anos pode ser um alerta para problemas futuros de saúde. Obesidade, doenças...

O crescimento do peito em meninas com menos de de anos pode ser sinal de problemas de saúde futuros. Um estudo científico, citado pelo El País, revela que a puberdade precoce aumenta em 20% o risco de obesidade, de diabetes do tipo 2, doenças cardíacas e cancro, nomeadamente, cancro da mama. No entanto, esta descoberta, realizada pela Universidade de Glasgow e levado a cabo pela investigadora Gillian Wilson, conta ainda que o desenvolvimento precoce de uma rapariga pode estar também associado a problemas psicológicos, como sentimentos de vergonha e embaraço perante as outras pessoas. Além disso, escreve o Observador, podem vir a desenvolver-se outras questões mais preocupantes, como o início precoce da atividade sexual, podendo provocar danos emocionais, bem como doenças sexualmente transmissíveis.

De acordo com Gillian Willson, o peito desenvolve-se a partir de uma fina capa de células, chamadas ramificações epiteliais, no interior dos tecidos. Essas ramificações crescem e mudam ao longo de toda a vida reprodutiva da mulher e só param de crescer no princípio da idade adulta, quando o peito se encontra totalmente desenvolvido. Contudo, depois da gravidez essas ramificações voltam a crescer e só voltam a parar no fim da fase de amamentação.

Willson conta também que as ramificações dependem de várias hormonas e de células do sistema imunitário, uma delas com o nome de ACKR2. Uma das particularidades desta molécula, segundo consta no estudo, é poder vir a impedir o crescimento precoce do peito. “Agora que sabemos que a ACKR2 é uma molécula chave para prevenir o desenvolvimento prematuro do peito, teríamos um argumento de peso para criar novas intervenções farmacêuticas, sobretudo com a quantidade de problemas relacionados com esta circunstância”, afirma a investigadora.

No entanto, Gillian Wilson admite ainda que esta decisão é única e exclusivamente das entidades responsáveis pelas despesas da saúde, que têm de decidir se os “riscos das futuras doenças e outros problemas associados ao desenvolvimento precoce do peito são suficientemente graves para justificar esta medida”.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde reconheceu que os profissionais de saúde têm sido “uns heróis” na resposta à epidemia de gripe e sublinhou...

Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas no final da assinatura de um protocolo entre o Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa e a Câmara Municipal de Lisboa (CML) para a construção de um novo edifício na Praça De Espanha.

“Felizmente, o ‘pico’ já não existe. Estamos numa fase de aplanamento da condição epidémica”, afirmou, lembrando que o internamento é muito e alertando para o aumento do frio previsto para esta semana.

Sobre a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) à epidemia de gripe, o ministro explicou que existem atualmente 100 pontos de atendimento hospitalar em urgência e mais de 200 centros de saúde abertos.

“Os profissionais têm sido heróis. E tem sido com estes profissionais que temos estado muito melhor do que outros países”, referiu.

O ministro reconheceu que o sistema está “no limite da sua capacidade”, mas “a reagir”.

Sobre eventuais faltas de médicos, Adalberto Campos Fernandes disse que o ano de 2016 fechou “com o maior número de médicos de família colocados” e que nunca foram tão poucos os portugueses sem médico de família, que não deverão existir até final da legislatura.

O Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, divulgado quinta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), referiu que a atividade gripal manteve-se moderada, com tendência estável.

A taxa de incidência registada, entre 02 e 08 de janeiro, foi de 82,4 casos por cem mil habitantes, o que indica "uma atividade gripal de intensidade moderada, com tendência estável".

Tal como na última semana de dezembro, na primeira semana de janeiro a mortalidade "por todas as causas" teve valores "acima do esperado".

Administrador anuncia
A construção de um novo edifício do Instituto Português de Oncologia em Lisboa vai permitir aumentar de 6.000 para 7.500 os...

Francisco Ramos falava aos jornalistas no final da cerimónia de assinatura de um protocolo entre este Instituto Português de Oncologia (IPO) e a Câmara Municipal de Lisboa (CML) para a construção de um edifício, que ficará localizado na Praça de Espanha e deverá entrar em funcionamento em 2019.

Segundo Francisco Ramos, o novo edifício irá permitir o atendimento de mais 1.500 novos doentes por ano, os quais poderão realizar os seus exames e tratamentos num só espaço e “com mais conforto”.

“O que vai mudar é sobretudo o conforto das pessoas, que vão encontrar num único edifício a resposta a 90 por cento do motivo das suas deslocações”, adiantou.

Isto porque entre 85 e 90 por cento das consultas do IPO passarão a ter resposta neste edifício, cuja obra está orçada em 30 milhões de euros, dos quais apenas um terço sairá dos cofres do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O novo edifício vai ainda aumentar o número de gabinetes de consulta, de 90 para 120 e reunir 15 salas para tratamento endoscópico.

O presidente da CML, subscritor do protocolo, sublinhou que “este é o maior investimento público no SNS nas últimas décadas na cidade de lisboa”.

Trata-se de um “investimento da maior importância que vai tratar mais e melhor os doentes: vamos ter mais e melhor IPO por muito mais tempo em Lisboa”, adiantou.

Fernando Medina anunciou que a autarquia vai aproveitar esta circunstância para “reorganizar este espaço, dando mais condições ao IPO na ligação à Praça de Espanha”.

Na cerimónia, o ministro da Saúde falou do lançamento do polo hospitalar do Seixal (Hospital Garcia da Orta) e de Sintra (Hospital Amadora-Sintra), os quais deverão entrar em funcionamento no final da legislatura.

Nessa altura, adiantou Adalberto Campos Fernandes, deverá estar já a fazer o seu caminho e a ver o céu o futuro Hospital de Lisboa oriental.

O ministro manifestou ainda a intenção de “acabar com os centros de saúde em prédios de habitação” e anunciou que vão ser construídos mais de 65 centros de saúde em todo o país.

Fundação Calouste Gulbenkian e Sociedade Portuguesa de Hipertensão
A Sociedade Portuguesa de Hipertensão criou o Programa de Formação Especializada em Doenças Cardiovasculares para os Clínicos...

As candidaturas devem ser enviadas à Sociedade Portuguesa de Hipertensão até dia 27 de Janeiro.

Este programa de formação visa proporcionar estágios de três meses a médicos e/ ou investigadores clínicos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) em instituições portuguesas reconhecidas na área cardiovascular.

“Os estágios podem vir a desenvolver-se em vários domínios, nomeadamente, através da Observação da prática clínica para adquirir conhecimento de diagnóstico precoce e tratamentos das doenças cardiovasculares, Hipertensão Arterial, Diabetes e demais fatores cardiovasculares; Observação de aspetos de Educação para a Saúde e Prevenção da Doença Cardiovascular; Desenvolvimento de projetos de investigação clínica em parceria com os centros clínicos portugueses anfitriões; entre outras”, como refere o Prof. José Mesquita Bastos, Presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH).

O Programa de Formação Especializada em Doença Cardiovascular dirigido a clínicos dos PALOP pretende dar resposta à maior prevalência de fatores de risco cardiovascular e maior incidência da doença cardio e cerebrovascular, nestes países. Por outro lado, pretende estabelecer laços mais fortes de cooperação e desenvolvimento entre centros clínicos portugueses e dos PALOP.

Segundo Maria Hermínia Cabral, diretora do Programa Gulbenkian Parcerias para o Desenvolvimento, “o estabelecimento desta parceria vai permitir reforçar a qualificação dos profissionais de saúde dos PALOP numa das áreas clínicas emergentes nestes contextos, criando uma base futura entre clínicos e instituições dos PALOP e Portugal que permita uma resposta mais eficaz às novas necessidades das populações”. 

Para 2017
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra anunciou vários projetos para 2017 em montante superior a 13 milhões de euros,...

Em declarações, o presidente do conselho de administração, Martins Nunes, referiu que o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) tem um capital estatutário de quatro milhões de euros que vai começar a ser utilizado este ano no projeto de arquitetura da nova maternidade, estrutura que representa um investimento de 16,8 milhões de euros.

Até ao final do ano, aquele responsável pretende lançar o concurso público de adjudicação da construção do futuro edifício, que deverá estar concluído entre o final de 2019 e o início de 2020.

Por outro lado, o anteprojeto da requalificação e apetrechamento das urgências no polo do hospital universitário já foi entregue na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) para ser financiado por fundos comunitários do Portugal 2020.

Martins Nunes prevê que até ao final do ano possa estar concluída a intervenção, num investimento estimado em 4,2 milhões de euros.

Também em 2017 deverá entrar em funcionamento a Sala Híbrida da Cirurgia Cardiotorácica, novo equipamento para implementação de um programa de implantação percutânea de válvula aórtica com valor estimado em 738 mil euros, também com financiamento comunitário do Portugal 2020.

"Este programa permite poupanças de pagamentos ao exterior já este ano de cerca de 200 mil euros, sendo que, tendo em consideração o previsível aumento da sua utilização, em 2020 poderá atingir poupanças muito significativas na ordem de 1,5 milhões de euros", sublinhou Martins Nunes.

Para o presidente do conselho de administração do CHUC, trata-se de "um avanço tecnológico e científico muito grande".

O plano de investimentos prevê também a implementação do projeto SAMA 2020+TIC, que visa a modernização dos sistemas de informação e tecnologias de informação e comunicação de todos os polos do CHUC, num investimento de cerca de 3,6 milhões de euros, financiado pelo Portugal 2020, que já "está em franco desenvolvimento".

Por outro lado, a administração do CHUC vai avançar com a requalificação e ampliação da Anatomia Patológica, num investimento estimado em 2,3 milhões de euros, e com a nova Angiografia digital, que vai custar cerca de 700 mil euros, ambas financiadas pelo Governo.

"São investimentos que fazem falta, mas, sobretudo, dão um avanço e um salto qualitativo no hospital", frisou o presidente do conselho de administração.

Martins Nunes adiantou ainda que, no âmbito da eficiência energética, está a ser preparada uma candidatura a fundos comunitários, abrangendo oito edifícios, que terá de ser entregue até 28 de abril, num investimento previsto de 1,5 milhões de euros.

No âmbito do processo de internacionalização, está previsto que durante este ano o CHUC se ligue à Universidade de Miami, “considerado o centro com maior capacidade operativa” nos Estados Unidos da América, para projetos de cooperação em áreas que já são hoje utilizadas em telemedicina e em novos setores, que estão em estudo.

Em apenas um ano
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra conseguiu em 2016 reduzir o resultado negativo da atividade em mais de 22...

"A execução orçamental foi boa e vamos ter um EBIDTA [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] que é ligeiramente negativo ou mesmo nulo", salientou Martins Nunes, que estima um resultado operacional no intervalo de 2,8 milhões de euros a zero.

Como o EBIDTA de 2015 foi de menos 25,7 milhões de euros, o resultado em 2016 terá uma redução superior a 22 milhões de euros.

O responsável destacou "a consolidação orçamental conseguida através da diminuição de custos e aumento de receitas próprias, que diz bem do esforço feito pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e dos seus profissionais para manter a alta qualidade e a disponibilidade na inovação e, simultaneamente, colocar ênfase muito grande neste equilíbrio, que é fundamental para o hospital".

"A gestão rigorosa e integrada dos produtos farmacêuticos (medicamento e reagentes) e a negociação local e central do Ministério da Saúde permitiram um controle da despesa nesta rubrica, com crescimento (ainda provisório) de apenas 2,5% em relação a 2015, numa fatura total 113,6 milhões de euros", sublinhou.

Martins Nunes frisou ainda que é preciso ter em consideração que em "cinco doentes se investiu quase três milhões de euros" no tratamento de doenças raras, que têm um custo médio por doente superior a 500 mil euros por ano.

Os ganhos no controle da despesa no medicamento permitiram, segundo o administrador, "a criação de condições para o acesso à inovação nas áreas de oncologia (cancros do pulmão, melanoma, leucemia, mieloma), nas doenças raras, neurologia e doenças autoimunes".

De acordo com Martins Nunes, o CHUC é um dos principais centros nacionais de realização de ensaios clínicos, com cerca de 900 doentes em estudo, que permitiu ganhos em medicamentos de cerca de quatro milhões de euros e receitas diretas provenientes de ensaios clínicos de 1,6 milhões.

Em 2016, foram também investidos 4,7 milhões de euros em equipamentos e requalificação de instalações, com destaque para os sistemas de neuronavegação em neurocirurgia, microscópios, ecógrafos, internamento de pedopsiquiatria, requalificação dos espaços dos serviços de Medicina-B (Hospital Geral), Serviço de Diálise (Hospital Geral), Serviço de Hematologia Clínica, Serviço de Neurologia e Hospital de Dia Neurologia.

Em termos de produção médica, o responsável salientou que o CHUC cumpriu integralmente a produção assistencial contratada, tendo mesmo ultrapassado em algumas linhas assistenciais, como foi o caso da transplantação hepática, que "bateu todos os recordes".

Além dos 74 transplantes hepáticos, efetuaram ainda 23 transplantes cardíacos, 100 de córnea, 125 renais e 48 autólogos, num total de 300.

Martins Nunes destacou ainda que, em 2016, o CHUC conseguiu 14 Centros de Referência, tornando-se no hospital português com maior número de centros atribuídos e estendeu o seu apoio à região Centro, através de 11 protocolos, o que implica a cedência de profissionais, apoio em consultadoria, telemedicina e formação específica.

Salientou ainda o reforço e consolidação da Via AVC Regional, programa único no país, que "contribui para a coesão regional ao garantir as mesmas possibilidades de acesso a qualquer doente independentemente do local onde resida, ou onde foi acometido da doença".

O ano passado aquela unidade internou 653 doentes e realizou 522 teleconsultas.

Para Martins Nunes, o ano de 2016 fica também marcado pelo reforço da atividade do CHUC dentro da Aliança M8 [G-8 da Saúde] e da Cimeira Mundial de Saúde, com a atribuição a Coimbra da organização da Cimeira Mundial de Saúde Intercalar em abril de 2018.

Portugal está representado desde outubro de 2015 na Aliança M8 pelo consórcio CHUC e Universidade de Coimbra.

A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global. Promove a investigação translacional, bem como a inovação na abordagem da prestação de cuidados, almejando o desenvolvimento de sistemas de saúde eficazes na prevenção da doença.

“ageing@coimbra”
O consórcio ageing@coimbra, criado há quatro anos, quer envolver as universidades seniores e outras instituições sociais em...

O coordenador científico do consórcio, João Malva, realça o “contributo muito importante dos cidadãos e associações cívicas” no desenvolvimento dessas iniciativas.

“Para a transferência de tecnologia e para o desenvolvimento de boas práticas, é necessário envolver os cidadãos”, defende.

Também as associações de doentes e seus familiares “devem ser parceiros ativos nesta missão”, sendo “importante envolver jovens e menos jovens na criação” de novos produtos e serviços para a saúde e o envelhecimento ativo.

O investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC) considera ainda necessário valorizar o trabalho “das universidades seniores, que promovem o envelhecimento ativo e saudável e a inclusão social dos cidadãos, evitam o isolamento e oferecem oportunidades para a aprendizagem ao longo da vida”, aproveitando melhor o saber e a disponibilidade dos reformados.

Desde que o Centro de Portugal foi reconhecido pela Comissão Europeia, em 2013, como “região europeia de referência” para o envelhecimento ativo e saudável, o ageing@coimbra “cresceu muito significativamente a nível regional” e tem registado a adesão de novos membros.

Em dezembro, a UC esteve representada, em Bruxelas, na Bélgica, numa cerimónia em que foi reclassificado o estatuto da região, “passando de duas para três estrelas”, acentua.

Fundado em janeiro de 2013, o ageing@coimbrae tem como coordenador estratégico a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), presidida por Ana Abrunhosa, e reúne entidades públicas e privadas que apostam nas condições da região para influenciar as boas práticas ao nível do envelhecimento ativo na Europa.

“O consórcio possui uma matriz única, baseada no triângulo do conhecimento que valoriza as ideias, os produtos e os serviços com impacto no mercado: investigação científica, ensino avançado e transferência desse conhecimento para o setor social e a área da saúde”, acrescenta o responsável.

João Malva salienta que o ageing@coimbra “tem sido uma força motriz neste desenvolvimento de redes na região e na Europa”.

Para a presidente da CCDRC, o envelhecimento ativo e saudável é “uma área onde os municípios da região têm revelado também grande dinamismo e grande vontade de se envolverem cada vez mais”.

O Programa Operacional Centro 2020 “tem apoiado um conjunto de projetos de investigação e desenvolvimento nas áreas da investigação de doenças neurológicas, por exemplo, as doenças com mais incidência nos mais velhos”, declara Ana Abrunhosa.

“Um dos resultados importantes de sermos região de referência no envelhecimento ativo e saudável foi o convite para sermos o representante europeu no M8 Alliance para as questões do envelhecimento ativo e saudável”, conclui.

A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global e integra membros de diferentes países do mundo, incluindo hospitais e universidades.

Em Coimbra
Um cardiologista de 88 anos elogia vinho e café e um biólogo de 83 toma banho frio no inverno e corre diariamente dez...

No Centro, que a Comissão Europeia reconheceu como “região de referência” para o envelhecimento ativo e saudável, o cozinheiro Camilo Paiva, de 83 anos, e a voluntária Fátima Familiar, de 68 anos, juntam-se ao médico Polybio Serra e Silva, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia na região, e ao investigador Jorge Paiva, do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra (UC).

Camilo é dono e trabalha desde a meninice no restaurante Fika Keto, em Miranda do Corvo, distrito de Coimbra, que pertencia aos pais, quando verdadeiramente não havia na vila estabelecimentos com esta designação, apenas tabernas e casas de pasto.

Apoiado pela mulher e pelo filho na cozinha, é ele o principal obreiro de uma das melhores chanfanas das redondezas.

Há quase 70 anos, começou a ajudar a mãe no negócio, devido à morte do pai, e nunca mais ficou quieto, admite a sorrir.

Além da carne de cabra assada com vinho carrascão, os fregueses elogiam-lhe a dobrada e o bacalhau com grão, entre outras iguarias regadas com vinhos da região.

A este propósito, o professor Polybio salienta a importância do vinho na saúde, em detrimento de outras bebidas alcoólicas. “Vinho tinto, pouco e bom, ao almoço e ao jantar”, preconiza.

Advertindo que o néctar da videira “deve ser bebido com conta, peso e medida”, no máximo três decilitros por dia, o catedrático reformado da Faculdade de Medicina da UC admite que “uma extravagância uma vez por semana não tem grande mal”.

“Vinho de uva tinta e feito por maceração da película”, que possui “um antioxidante fundamental, o resveratrol, que existe mais na tinta do que na branca”, esclarece.

Tendo publicado em novembro o livro em verso “Um Poético Cafezinho”, onde faz o elogio desta bebida, o cardiologista chega a tomar seis cafés por dia.

Está agora a preparar a edição da obra báquica “Vossemecê, senhor vinho”, desta vez a enaltecer as virtudes do tinto, desde que bebido com moderação.

“Naquele tempo”, em meados do século XX, “vendia-se mais vinho do que hoje”, recorda o gastrónomo Camilo, que aos 83 anos está “sempre a mexer” em redor dos tachos no Fika Keto.

Adversário do sedentarismo, Polybio Serra e Silva rejeita o tabaco e a má alimentação e recomenda “atividade física diária, regular e progressiva”.

Passa horas ao computador, em casa, a preparar intervenções públicas na área da cardiologia e da medicina preventiva, a convite de entidades diversas.

Mas, de vez em quando, monta a bicicleta fixa que tem ao lado: “faço várias vezes 20 minutos de pedalada” todos os dias. Ou ele não fosse, também, autor do livro “Aprender a não ser velho”.

Apesar de reformado, Jorge Paiva reparte a vida entre Almada, onde reside, e Coimbra, em cuja universidade continua a trabalhar, viajando sempre nos transportes públicos.

“Tomo banho de água fria logo de manhã. Hoje, apanhei o autocarro às cinco da manhã, do lado de lá do rio Tejo, e às oito e pouco estava no gabinete”, conta.

O antigo atleta da Associação Académica de Coimbra não dispensa a sua corrida matinal, de, pelo menos, 10 quilómetros.

“Faço sempre abdominais e umas flexões, para minha manutenção. Precisamos de ter atividade física e intelectual para termos alguma qualidade de vida na velhice e não estarmos à espera da morte”, defende.

Aos 83 anos, o professor universitário já não participa como outrora em manifestações de rua por causas ecológicas.

Continua, no entanto, a produzir trabalho científico, sem nunca abandonar a atividade cívica ambiental, sempre que é convidado.

“Temos de ter os neurónios a trabalhar, senão enferrujam”, sugere, enquanto cita a neurologista italiana Rita Levi-Montalcini, Prémio Nobel da Medicina em 1986, falecida com 103 anos.

Professora de Educação Visual, agora aposentada, Maria de Fátima Familiar trabalha há cinco anos como voluntária na cooperativa cultural Arte-Via, na Lousã.

Diariamente, incluindo alguns fins de semana, apoia na aprendizagem 15 crianças de diferentes idades.

“Acompanho-as no estudo, a pintar e a brincar e até as levo à piscina”, explica Fátima, que todos tratam por Necas na Arte-Via, instituição que tem igualmente a funcionar a Universidade do Autodidata e da Terceira Idade da Lousã, uma das primeiras da região.

Entre os alunos, há filhos de imigrantes ucranianos e russos. “Quando alguns meninos vão ter testes, venho também ao domingo”, refere.

A ex-docente, que queria “fazer mais alguma coisa e não ficar parada em casa” na reforma, optou por este trabalho social gratuito.

As solicitações das crianças surgem de todas as mesas da sala. Também Necas não fica quieta e atende por igual.

FAO
O novo responsável da FAO em Portugal afirmou que a iniciativa brasileira ‘Fome Zero’ inspirou várias agências da ONU e outros...

“O trabalho das últimas décadas no Brasil (no combate à fome) foi, de facto, uma fonte de inspiração muito importante para o conjunto das agências da ONU”, declarou à Lusa Francisco Sarmento, representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em Portugal e junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O ‘Fome Zero’ foi uma iniciativa governamental brasileira, criada em 2003, composta por vários programas para o combate à fome e à miséria no Brasil durante o Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003 a 2011).

Desde 2012, o brasileiro José Graziano da Silva, um dos responsáveis pela implementação do 'Fome Zero' no Brasil, é o diretor-geral da FAO.

“Eu fiz uma análise há seis anos sobre o tema, no âmbito de uma avaliação da cooperação da FAO com o Brasil, e verifiquei que os programas desenvolvidos pelo país influenciaram fortemente, não só a realidade brasileira, mas também os próprios programas da FAO" desde a década de 2000, disse Sarmento, que assumiu o cargo de representante da FAO em dezembro.

O responsável afirmou que uma das agências que se inspirou no ‘Fome Zero’ foi o Programa Alimentar Mundial (PAM), que sempre apoiou, por exemplo, os programas de alimentação escolar e “passou a fazê-lo com uma outra abordagem”.

“[O PAM] envolveu as populações locais no fornecimento de alimentos para a alimentação escolar, algo que foi testado no Brasil e que deu certo em alguns locais, mas em outros não", referindo que há sempre especificidades que devem ser observadas.

“O padrão cultural comum, sendo o Brasil o país mais africano das Américas, facilitou a transposição para África de ensinamentos, de experiência e ainda o desenvolvimento de laços de confiança”, disse, referindo-se a muitos Governos africanos que resolveram implementar medidas inspiradas no “Fome Zero’.

A iniciativa brasileira também teve o seu impacto e influenciou medidas de combate à fome nos países da CPLP, de acordo com Francisco Sarmento.

“Penso que a nossa análise tem de ser feita de um ponto de vista mais macro, pois até a tentativa de implementação do ‘Fome Zero’, o mundo estava muito carente de uma liderança política que colocasse a fome no centro do processo do desenvolvimento e isso aconteceu, de facto, no Brasil”, disse.

Segundo Sarmento, os programas desenvolveram-se com razoável sucesso no Brasil, já que 30 milhões de pessoas deixaram de estar no mapa da fome e, ao ver a trajetória história do país, considerou que “foi positivo e talvez tenha sido um grande legado”.

“Temos de ter em conta que o Brasil é quase um continente e os programas do ‘Fome Zero’ podem ter dado certo num estado e noutro não, podem der dado mais certo num município e do que noutro”, indicou, referindo que isto também pode acontecer nos outros países que se inspiraram na iniciativa.

“A implementação do conjunto de programas do ‘Fome Zero’ deveu-se a uma prioridade política do tema no Brasil. Se essa prioridade política deixar de existir, naturalmente, podemos ter algum receio de que a iniciativa possa mudar de rumo ou eventualmente perder alguma da força que tinha. Isso, só o futuro dirá”, avaliou.

FAO
O novo representante da FAO em Portugal considerou prioritária a criação no país de um Conselho Nacional de Segurança Alimentar...

“Portugal não tem [um Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional] e eu acho que era importante. Não tem de ser, necessariamente, um órgão completamente novo, deve construir-se com base no que já existe”, referiu Francisco Sarmento, representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em Portugal e junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Para o responsável, que assumiu funções em dezembro, um órgão como o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CNSAN) - que já existe em outros países da CPLP, de acordo com a estratégia do bloco na área da segurança alimentar e nutricional -, permite "que as diferentes iniciativas que existem do Ministério da Saúde, da Educação, da Agricultura possam caminhar juntas para resolver os problemas da alimentação".

O Governo português já sinalizou, em conversas informais com o responsável da FAO, que dará prioridade à questão.

“A necessidade de uma maior coordenação entre setores cuja ação impacta na questão da alimentação é uma prioridade em Portugal”, referiu, acrescentando que nem sempre é uma questão de recursos.

“Nós temos um campo muito amplo para trabalhar em Portugal se quisermos, de facto, realizar no país o direito humano à alimentação adequada”, acrescentou

Para o responsável, que já trabalha há anos na FAO, somente através da coordenação alargada, com ministérios, organizações e sociedade civil, será possível tornar as políticas públicas sobre a alimentação que estão a ser implementadas mais eficazes e eficientes.

“Em Portugal, não temos problemas graves de subnutrição como noutros países, mas isso não significa que não tenhamos problemas no sistema alimentar que impactam na saúde das pessoas", o que não é exclusivo de Portugal, disse Sarmento, um português que já viveu em vários países, nomeadamente Brasil e Angola.

Francisco Sarmento afirmou que o direito a alimentação adequada é relativamente recente e os países, em geral, estão ainda a aprender implementá-lo.

Para o responsável da FAO, hoje em dia as pessoas têm mais dificuldade no acesso a uma alimentação adequada para a sua saúde, seja pelo maior ou menor acesso à informação sobre o assunto, pela oferta que existe no mercado ou devido às suas possibilidades financeiras.

Assim, há uma epidemia “galopante” de excesso de peso, obesidade, diabetes, hipertensão, cancro e que “isso não foi escolha das pessoas”, segundo Sarmento.

“Eu tenho notado, com as conversas que tive com as autoridades portuguesas, nomeadamente com o Ministério da Agricultura, a clara consciência destes desafios e o desejo de abordar estes problemas de frente e tentar resolvê-los, dentro da margem de manobra que hoje o Governo tem no quadro das restrições financeiras que existem”, acrescentou.

Sarmento referiu ainda que em função da recente crise financeira em Portugal, um conjunto de grupos ficaram mais vulneráveis a uma nutrição muito deficiente, ocorrendo ainda alguns casos de subnutrição.

“Esses grupos estão particularmente entre aqueles com menor rendimento, mais isolados, com menos capacidade de organização e escolha, como é o caso dos idosos”, disse.

O representante da FAO disse ainda que nas regiões interiores de Portugal há “uma desertificação do ponto de vista humano” e “os agricultores de menor dimensão deixaram de ser competitivos e a atividade agrícola praticamente em algumas regiões já não é expressiva”.

“Uma das soluções passaria por terem um mercado local baseado nas compras públicas das escolas e das forças Armadas, por exemplo. Existem estudos realizados em países da Europa que mostram que isso representa 10% a 15% do orçamento do Estado”, declarou.

“Este tipo de ação poderia manter estes agricultores nos campos, impedir a saída de pessoas para as grandes cidades e, talvez, levar outras pessoas a retornar para a agricultura”, sublinhou ainda.

Ordem dos Médicos
Os médicos que acabam a especialidade em Portugal são mais do triplo do que aqueles que se reformam, o que constitui o excesso...

O bastonário José Manuel Silva considera precisamente que a manutenção da qualidade da formação médica é um dos principais desafios do próximo responsável da Ordem dos Médicos, que na quinta-feira será escolhido através de eleições.

Em 2015 e 2016 reformaram-se 672 médicos, enquanto terminaram a especialidade cerca de 2.300. A iniciar a especialidade contaram-se 3.200 médicos, quatro vezes e meia mais do que os que se aposentaram.

“Dentro de um ano e pouco teremos todos os portugueses com médico de família e a partir daí estamos a formar médicos de medicina familiar a mais. Não teremos desemprego médico, porque os médicos portugueses emigram com facilidade”, afirmou o bastonário.

Além de a qualidade da formação em Portugal os tornar alvos procurados por outros países, os médicos emigram para locais onde trabalham menos, ganham muito mais e têm melhores condições de trabalho, segundo José Manuel Silva.

Lembrando que em Portugal o que há é falta de dinheiro para contratar mais profissionais e não falta de médicos, o bastonário considera imprescindível regular o acesso aos cursos superiores de Medicina.

“Eu não quero pôr um travão nos ‘numerus clausus’. O que eu quero é que seja definido [em Medicina] o mesmo critério que nos outros cursos”, defendeu o bastonário, aludindo ao facto de os cursos de Medicina terem um número de vagas fixado politicamente.

“Se perguntarmos aos diretores dos cursos de Medicina, todos dizem que têm alunos a mais”, acrescentou.

Também a Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) já propôs ao Governo reduzir, em cinco anos, de 1.800 para cerca de 1.300 o número de estudantes de medicina por ano.

O que se pretende é uma salvaguarda da qualidade da formação médica, pré e pós-graduada, que pode repercutir-se na qualidade dos serviços de saúde.

"Mulheres como Nós"
Os rostos de 24 mulheres do litoral alentejano que enfrentaram com garra o cancro da mama são a cara de um calendário solidário...

O calendário "Mulheres como Nós" é um projeto "positivo" e "solidário" feito "com mulheres" e "para mulheres", que "não permitem que o cancro escreva o guião das suas vidas", descreve Ana Morais, coordenadora do núcleo de Grândola da Missão Coragem, também ela vítima da doença.

"Aos 40 anos tive a notícia de que tinha cancro da mama, foi detetado por mim, notei um caroço no peito, fiz uma ecografia, fiz uma mamografia e percebeu-se que havia necessidade de fazer uma biópsia", recorda.

Só com a remoção do nódulo foi possível uma análise profunda, que detetou "um carcinoma em fase muito inicial". Teve que se submeter a uma segunda intervenção cirúrgica, fazer radioterapia durante um mês e depois um tratamento hormonal, que significa ter de levar "uma injeção de três em três meses".

Durante este processo conheceu, através de um folheto no hospital, a Missão Coragem, uma associação do litoral alentejano, com sede em Santiago do Cacém, distrito de Setúbal, que ajuda mulheres com cancro da mama, através da doação de próteses e soutiens adaptados ou de outras contribuições para resolver necessidades sentidas pelas vítimas da doença.

A ideia de fazer um calendário surgiu como uma forma de angariar fundos para a Missão Coragem e simultaneamente promover a "sensibilização e a prevenção" da doença, procurando contribuir para que as pessoas "não tenham medo de fazer os exames com receio de receber uma notícia negativa".

"É preferível receber uma notícia negativa com tempo, do que já com menos margem de manobra para poderem ter tempo de tratar, porque cada vez há mais sucesso se as coisas forem feitas atempadamente", alerta.

A opinião é partilhada pelas "modelos" do calendário, mulheres corajosas que enfrentam a adversidade com um sorriso no rosto e que querem contribuir para ajudar outras que estão a passar pelo mesmo, para que saibam que "não estão sozinhas".

Mamografia, ecografia, biópsia, mastectomia, cirurgia, quimioterapia, radioterapia e tratamento hormonal são algumas das palavras que se repetem conforme seis das 24 mulheres partilham as suas histórias com a agência Lusa.

Cristina Pina, de Sines, demorou algum tempo a decidir ir ao hospital para saber a razão de uma "dor" na mama. Tinha um "cancro maligno".

Sem qualquer sintoma, o cancro de "grau cinco" de Maria de Fátima Batista, de Santiago do Cacém, hoje com 56 anos, foi detetado num rastreio.

Aos 49 anos, Isabel Feliciano, de Santiago do Cacém, hoje com 51, conseguiu o diagnóstico da doença, após "cerca de seis meses" a insistir junto dos médicos que "alguma coisa não estava bem" consigo, embora durante esse período lhe dissessem "que não tinha nada".

Teresa Mendes, de Grândola, agora com 40 anos, foi submetida a uma cirurgia aos 38, cerca de um mês depois de ter reparado no reflexo do espelho "que tinha a pele do peito diferente".

Residentes na aldeia do Carvalhal, na costa do concelho de Grândola, Carmélia, de 53 anos, e Sandra Duarte, de 42, são irmãs e companheiras na luta contra o cancro da mama.

Carmélia descobriu o cancro aos 35 anos, quando procurou os médicos para detetar a origem de uma dor. Ultrapassou a doença, mas voltou a ter que travar nova batalha anos mais tarde.

Foi nela que Sandra encontrou apoio quando, em 2015, foi detetado um nódulo num rastreio de rotina.

"Eu não sabia o que se ia passar, mas sabia o que esperar, foi muito importante ter a minha irmã", reconhece, defendendo ser "muito importante as pessoas perceberem que não estão sozinhas, que há alguém que as percebe", sendo essa uma das razões pela qual decidiu dar a sua cara por esta causa.

O calendário solidário "Mulheres como Nós" foi feito da boa vontade de pessoas que lutaram ou estão a lutar contra o cancro da mama, com o contributo de cinco fotógrafos que aceitaram o desafio e se voluntariaram para as sessões fotográficas.

Os calendários podem ser adquiridos pelo valor de cinco euros em vários estabelecimentos das localidades de Grândola, Melides, Santiago do Cacém, Vila Nova de Santo André, Cercal do Alentejo, Sines e Odemira ou através da página no Facebook "Calendário Solidário - Mulheres como Nós".

Bastonário da Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos defende que todas as pessoas que tenham usufruído de atestados médicos em branco para a carta de condução...

“Ainda não chegou nenhum caso ao nosso conhecimento de médicos que assinam atestados em branco para as escolas de condução. Estamos à espera de um caso provado para o expulsarmos da Ordem”, afirmou em entrevista o bastonário dos Médicos, José Manuel Silva.

No mês passado, o Jornal de Notícias revelou que há escolas de condução com “acordos” com clínicos para a obtenção de atestados médicos para quem tirar a carta. Segundo o jornal, o presidente da Associação Portuguesa de Escolas de Condução assume que é uma prática corrente.

Defendendo que a investigação a estes casos deve ir até às últimas consequências, o bastonário dos Médicos propõe também que as pessoas que usufruíram de atestados em branco percam imediatamente a carta de condução.

“Essas pessoas também têm de ser penalizadas, é preciso penalizar a fraude no corruptor ativo e no passivo”, defendeu.

Para José Manuel Silva, a “mentalidade favorável ao aparecimento da fraude” pode exibir-se no facto de a Ordem não ter recebido nenhuma comunicação a indicar uma empresa de condução onde tenham sido mostrados atestados em branco para preencher com o nome do aluno ou candidato a condutor.

Sobre os casos de fraude mais ampla no Serviço Nacional de Saúde, que também envolvem médicos, o bastonário admite que afetam a imagem dos profissionais da classe e afirma que a Ordem está apostada em “separar o trigo do joio”.

Reconhecendo que a resposta de autorregulação disciplinar da Ordem é “absolutamente crucial para uma imagem de isenção e de responsabilidade”, o bastonário lembra que a própria lei limitava a atuação dos conselhos disciplinares por definir um número reduzido do elementos.

Há atualmente um total de 15 membros nos três conselhos disciplinares (Norte, Centro e Sul), que passarão a 36 - 17 elementos no Sul, 12 no Norte e sete no Centro.

“Teremos mais capacidade de responder rapidamente. Mas o Estado, embora critique não respondermos atempadamente, também não nos dá facilidade nenhuma”, lamenta José Manuel Silva, indicando que os médicos não recebem remuneração por estarem nos conselhos disciplinares e não têm qualquer direito a dispensa de trabalho para exercer essas funções.

Questionado sobre expulsões mais recentes de médicos da Ordem, o bastonário lembrou os casos do médico condenado no processo de pedofilia da Casa Pia, o de um psiquiatra do Porto que violou uma doente e um dos clínicos envolvidos no processo Remédio Santo (apesar de ter sido expulso por outros processos).

Opinião
A classificação do mesentério enquanto órgão do corpo humano poderá vir a permitir não só um maior

O mesentério, já conhecido há centenas de anos, foi inclusive descrito por Leonardo da Vinci como uma estrutura contínua e assim perdurou até 1885 quando os achados de Sir Frederick Treves o apresentaram como fragmentado e dividido entre o intestino delgado, o cólon transverso e o cólon sigmóide.

Esta descrição  corroborava Henry Gray que na 1ª edição de Gray,s Anatomy – livro de referência no estudo de Anatomia para os estudantes de todo o mundo - referia a existência de vários mesentérios.

Qual a função do mesentério?

O mesentério é uma membrana que fixa o intestino à parede abdominal. Se não existisse o intestino ligar-se-ia directamente à parede abdominal o que certamente não permitiria os seus movimentos de contracção e relaxamento. Mantém o intestino com a conformação que conhecemos e impede que, ao levantarmo-nos ou a caminhar, ele colapse na pélvis e não funcione.

Para além disso existem vasos sanguíneos, linfáticos e nervos que através do mesentério alcançam o intestino. É conhecido que tem importância nos sistemas vascular, endócrino e imunológico embora seja necessária mais investigação para um conhecimento detalhado dessas funções.

O órgão “mesentério”

As investigações de J. Calvin Coffey, Cirurgião do Hospital de Limerick na Irlanda permitiram reclassificar o mesentério como uma estrutura contínua (através de cirurgias várias e estudos post mortem), condição necessária para a sua classificação como órgão, estabelecendo a sua anatomia e demonstrando  que essa continuidade é real, embora não observável de todas as formas que o mesentério é exposto.

Essa investigação foi recentemente publicada ( The Lancet, Gastroenterology and Hepatology, Vol 1, nº 3, p238-247, Nov. 2016) tendo já sido solicitado que a próxima edição de Gray,s Anatomy se refira ao mesentério como um órgão, o que parece ter sido já aceite.

O mesentério tem então uma forma espiral no abdómen e está disposto ao longo da coluna entre a porção superior do abdómen e a pélvis. Entre estes dois limites adopta uma conformação em leque, tipo “leque Chinês”, englobando todo o comprimento do intestino desde o duodeno até ao recto.

Esta clarificação e simplificação na sua estrutura e anatomia permitirão uma melhor definição das suas funções, do que acontece quando funciona incorrectamente e das doenças que o afectam. 

Coffey espera que uma melhor compreensão do mesentério possa levar a formas menos invasivas para o avaliar já que presentemente apenas é acessível por via cirúrgica ou radiológica. 

Será  porventura a base para o desenvolvimento de técnicas endoscópicas menos invasivas para o seu estudo e o início de uma nova especialidade ou sub-especialidade médica que estude e trate as suas doenças de forma mais rápida e menos invasiva.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Fique a conhecer
O ovo é um alimento extremamente nutritivo, sendo indicado para qualquer pessoa, com exceção dos ind

Organização Mundial da Saúde, considera o ovo como o segundo melhor alimento a ser consumido.

Mas, infelizmente, muitas pessoas não consomem ovo, devido a alguns mitos implantados por profissionais incautos, e inclusive, estudos que já foram já refutados. 

Talvez o maior mito envolvendo este alimento, é a falsa afirmação de que o mesmo aumenta os níveis de colesterol ruim. O ovo é rico em colesterol, porém, o colesterol existente neste alimento, é o HDL, que, por sua vez, trata-se do colesterol bom. 

Inclusive a Universidade de Harvard, realizou um estudo onde, um indivíduo foi submetido ao consumo de 25 ovos por dia, num período de 3 meses. A conclusão da pesquisa provou que, o ovo reduziu os níveis de colesterol, diferentemente do falso estereótipo que muitos acreditam.

Outro mito grotesco envolvendo o ovo, é a afirmação de que, consumir ovos todos os dias pode ser prejudicial. Como vimos anteriormente, o estudo realizado na universidade referenciada, expôs o voluntário a um consumo exacerbado de ovos diariamente.  Dado isso, não há uma restrição quanto à quantidade ideal a ser consumida, mas, é sempre interessante manter um certo bom senso ao ingerir quaisquer alimentos.

Outro mito envolvendo o ovo, é a falsa afirmação de que o ovo engorda. Na verdade, o que engorda é o carboidrato, gordura não engorda, e muito menos a proteína do ovo. O ovo na verdade, tem se mostrado efetivo no auxílio ao  processo de perda de peso.

Após desmistificar alguns mitos do ovo, iremos a seguir, analisar quais são os principais benefícios deste poderoso alimento.

Benefícios do ovo

Protege a visão: o ovo possui zeaxantina e luteína, esses por sua vez, são dois nutrientes essenciais que, ajudam a prevenir a degeneração macular. Por consequência, os indivíduos adeptos do ovo, são imunizados à complicações como Cataratas e Miopia por exemplo.

Vitamina D: são poucos os alimentos ricos em vitamina D genuína. Este nutriente é extremamente poderoso por diversos motivos. Por exemplo, a vitamina D é uma das responsáveis por alocar o cálcio nos ossos, evitando assim, possíveis calcificações nas artérias ou em outras localidades do corpo.

Proteína: a proteína animal é crucial para a hipertrofia muscular, e além disso, a proteína possui outras funcionalidades importantes no corpo. 

Cérebro: O ovo é riquíssimo em carotenoides, e esses são antioxidantes que, agem beneficamente, na prevenção da degeneração dos neurônios. Além disso, esses mesmos antioxidantes, atuam na eliminação dos temidos radicais livres.

E por decorrência disso, pode-se afirmar que, o ovo evita complicações na pele e até mesmo nos fios capilares. 

Quantos ovos comer por dia?
Não há uma restrição específica quanto à quantidade ideal de ovos a serem consumidos diariamente. O importante é sempre manter um bom senso, como fora dito anteriormente.

Algumas pessoas comem 9 ovos por dia, outras comem 12, ou até mesmo 3. Caso você esteja de dieta, procure priorizar o ovo, mas, não se esqueça de minguar o consumo de carboidratos. Apesar do ovo ajudar a emagrecer, ele não fará milagres se, o consumo de carboidrato estiver excessivamente elevado.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Custarão 30 milhões de euros
As obras do novo edifício do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, que arrancam em 2018, vão custar cerca de 30 milhões...

O Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa e a Câmara Municipal assinam na segunda-feira um protocolo de parceria que vai viabilizar a construção do novo edifício na Praça de Espanha, onde ficarão concentrados vários serviços.

Segundo um comunicado do IPO, a construção do novo edifício está projetada em terrenos que a Câmara de Lisboa cede, ao abrigo do protocolo que será assinado na segunda-feira.

O edifício ficará em frente da área até há pouco tempo ocupada pelo mercado de feirantes da Praça de Espanha e terá, segundo o IPO, melhores acessos pedonais e viários, que a autarquia vai construir.

As obras do edifício permitirão garantir o funcionamento do IPO no centro de Lisboa num horizonte de 15 a 20 anos.

O IPO pretende reunir no novo edifício as consultas externas, os serviços de atendimento não programado, central de colheitas, laboratórios, hospital de dia de adultos, meios complementares de diagnóstico e terapêutica, fisioterapia, laboratórios, unidades de gastroenterologia, pneumologia, urologia, dermatologia e ainda a dádiva de sangue.

Fica deste forma resolvido, segundo a instituição, o problema da dispersão de serviços, um dos mais urgentes a resolver.

Governo
O Governo baixou o valor das taxas pelos serviços prestados por juntas médicas, como o atestado multiuso de incapacidade, que é...

De acordo com uma orientação da Direção-Geral da Saúde (DGS), na origem desta descida de preços esteve “a atual conjuntura socioeconómica”.

O atestado multiuso de incapacidade passa a custar 25 euros, quando anteriormente o seu valor era de 50 euros, uma redução para metade, tal como acontece com o atestado em junta médica de recurso: de 100 euros para 50 euros.

Mantêm-se alguns valores como os cinco euros cobrados pela renovação de atestado médico de incapacidade multiuso em processo de revisão ou reavaliação do grau de incapacidade (cinco euros).

Páginas