Agência Europeia do Medicamento
A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, manifestou hoje “apoio incondicional” à candidatura de Portugal...

“A minha opinião não pode ser mais favorável. Nós apoiamos incondicionalmente o Governo da República Portuguesa nesta iniciativa que demonstra ambição”, disse Ana Paula Martins no início de mais um “Roteiro Farmacêutico”, pelo Nordeste Transmontano.

O Governo aprovou, na quinta-feira, em Conselho de Ministros a candidatura oficial de Portugal à instalação da sede da Agência Europeia do Medicamento, atualmente no Reino Unido, ms que devido ao “Brexit” será transferida para o espaço da União Europeia.

Ana Paula Martins começou hoje o “Roteiro Farmacêutico” na Covilhã e, até sexta-feira, passará pela Guarda, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Bragança, Chaves, Boticas, Vila Real, Peso da Régua e Lamego.

A bastonária dos farmacêuticos pretende destacar nestas visitas “o extraordinário trabalho que se faz nas unidades de saúde e a ligação aos espaços académicos e de investigação” e também os projetos de proximidade aos cidadãos que ajudam a atenuar os constrangimentos destes territórios, nomeadamente o problema das distâncias.

“Nós não podemos desistir do interior do país, onde estão muitos portugueses que têm de ter as mesmas oportunidades no acesso à saúde, oportunidades de trabalho e desenvolvimento”, defendeu.

Lusocord
O banco público de sangue do cordão umbilical - Lusocord - poderá avançar este ano com o pedido de certificação internacional,...

O banco público foi criado há oito anos, mas passou por um processo de reestruturação que evitou que fechasse. Em 2013 recomeçou a sua atividade, fazendo recolhas regulares a partir de março desse ano. Foram autorizados pela Direção-Geral da Saúde a fazer colheita e armazenamento. A validação para transporte foi dada em maio de 2015, completando o processo nacional e deixando, desde então, as amostras disponíveis para transplante. O material é criopreservado num tanque robotizado a 196 graus negativos, onde fica em quarentena durante três meses.

Existem quatro hospitais a colher amostras para o Lusocord, cujo custo dos KITs é de 79,17 euros: os centros hospitalares de S. João, do Porto, Hospital Pedro Hispano (Matosinhos) e Amadora-Sintra, de forma a ter o máximo de representatividade da população residente em Portugal. Nos quatros anos foram recebidas 4164 amostras, mas a taxa de criopreservação ronda os 11%. Desde que reiniciou atividade que o objetivo é chegar às 500 amostras de forma a entrar na rede internacional.

Questionado sobre o tema, Hélder Trindade admite que "talvez este ano" deem início ao processo. Há um mês o jornal Expresso referia que os contactos institucionais já tinham começado. Ao Diário de Notícias o responsável explica os motivos que levaram a que a meta definida logo de inicio não fosse atingida. "É o número possível [de amostras criopreservadas] para cumprir com o que são hoje as especificações que as amostras devem ter. Ao longo do tempo os critérios de aceitação e de qualidade têm vindo a ser mais apertados em todo o mundo o que implica que apenas amostras com elevado número de células possam ser criopreservadas. Assim a taxa de criopreservação tem vindo a diminuir e neste momento é semelhante à de outros bancos", diz Hélder Trindade.

A venda de amostras é uma forma de garantir a sustentabilidade dos bancos públicos. Quando doado, o material deixa de ser pertença da grávida ou do bebé (ao contrário do que acontece com os bancos privados em que as células congeladas são pertença do próprio) e passam, depois de validades, a estar à disposição de qualquer pessoa que precise de um transplante desde que exista compatibilidade.

A sustentabilidade dos bancos públicos tem sido discutida internacionalmente. Um estudo publicado em 2015, disponível no jornal científico PLOS ONE, discute várias estratégias. No enquadramento referiam que "perto de 90% dos bancos públicos de sangue do cordão umbilical disseram estar em dificuldades financeiras para manter a sustentabilidade. O grupo, com investigadores de várias universidades internacionais, fez uma análise retrospetiva e concluiu que para garantir a viabilidade os bancos devem apostar na formação dos obstetras para ter o máximo de qualidade nas amostras colhidas e otimizar a seleção dos dadores, não só com base nas características da população e mas também para responder às minorias étnicas.

86 transplantes desde 1999
Desde 1999 que os IPOs de Lisboa e Porto realizaram 86 transplantes com recurso a células de sangue de cordão umbilical. Foram todos com recurso a amostras internacionais por não ter sido possível encontrar dadores compatíveis em Portugal. Entre os países de onde vieram as amostras estão Espanha, Itália, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos e França. No ano passado foram quatro os transplantes feitos com este recurso.

As células do cordão umbilical têm a vantagem de ser mais bem toleradas, pois são mais imaturas, exigindo menor compatibilidade. Mas é uma fonte de sangue humano de volume limitado. É por isso o Lusocord funciona como complemento ao registo de dadores de medula óssea (CEDACE). A ligação das plataformas informáticas está a ser desenvolvida. "Depende de concursos públicos que decorrem nos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e que, como sabemos, são demorados. Esse desenvolvimento estará concluído este ano se tudo correr como previsto", explica Hélder Trindade.

O banco de dadores de medula português é um dos maiores do mundo por milhão de habitantes. Há dois anos - os últimos dados disponíveis no site do IPST relativos ao CEDACE são de 2015 - tinha 385 323 inscritos. Em dez anos (2005-2015) as dádivas ao banco permitiram realizar 781 transplantes em doentes nacionais e estrangeiros. Em 2015 ajudou pacientes de 18 países, com os Estados Unidos e Itália à cabeça. Nesse ano recebemos 43 amostras internacionais, sobretudo vindas da Alemanha.

Cem milhões de euros
O Serviço Nacional de Saúde fechou o primeiro trimestre do ano com um saldo negativo de cem milhões de euros (-99,7 milhões),...

Segundo a execução orçamental de março, o aumento da despesa ficou a dever-se maioritariamente às despesas com pessoal - reposição salarial e evolução do número de efetivos - e fornecimentos e serviços externos, com destaque para a subida de encargos das parcerias público-privadas e meios complementares de diagnóstico. Já as despesas com produtos farmacêuticos desceram, escreve o Diário de Notícias. Do lado da receita houve um aumento das transferências correntes (67 milhões de euros) e um acréscimo das taxas moderadoras. Os pagamentos em atraso dos hospitais com estatuto de entidades públicas empresariais (EPE) aumentaram 152 milhões de euros em relação ao período homólogo e 29 milhões de euros quando comparado com fevereiro deste ano. O que contribuiu, salienta a Direção-Geral do Orçamento, para pagamentos em atraso das entidades públicas no final de março, que ascendem a 990 milhões de euros.

Na semana passada, o presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) esteve no Parlamento para falar sobre o agravamento das dívidas aos laboratórios. Em março, a dívida global dos hospitais públicos às empresas farmacêuticas (medicamentos e diagnósticos in vitro) era de 891,5 milhões de euros, um agravamento de 5,6% - mais 46,9 milhões de euros - face ao mês anterior. "Da dívida total, 637 milhões de euros dizem respeito a dívida vencida, o que representa uma subida de 6,5%, mais 39,1 milhões de euros em relação a fevereiro deste ano."

Na audição na comissão de Saúde, o presidente da Apifarma, João Almeida Lopes, citou dados do Infarmed para dizer que as revisões de preços dos medicamentos entre 2012 e 2016 permitiram uma poupança ao Estado de 300 milhões de euros. "Em consequência destas medidas, foram manifestos os problemas de abastecimento do mercado, com 46% dos utentes a reportar falhas no acesso ao medicamento", salientou na altura.

Estudo
A atividade física pode fazer uma grande diferença na luta contra a obesidade, revela uma meta-análise de 60 estudos que...

Basta fazer pouco mais de uma hora de atividade moderada por semana - ou seja cerca de 15 a 20 minutos por dia - para combater em 30% os efeitos da principal variante genética relacionada com o excesso de peso.

Segundo estudos anteriores, quem nasceu com duas cópias desta mutação no gene conhecido como FTO tem um risco 60% maior de ser obeso do que quem tem uma ou nenhuma cópia destes nos dois lados do cromossoma 16.

Essa variante do gene afeta vários aspetos do apetite e do metabolismo, escreve o Sapo, tornando os alimentos mais saborosos, otimizando o armazenamento de gordura e reduzindo drasticamente a chamada taxa metabólica basal, isto é, o dispêndio energético de cada indivíduo.

A análise liderada por Mariaelisa Graff, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e Tuomas Kilpeläinen, da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, não detetou apenas a influência da atividade física no combate à predisposição genética para a obesidade. Ao cruzar os dados dos 200 mil indivíduos participantes dos estudos, e analisando o seu nível de sedentarismo e a constituição genética, os cientistas identificaram também mais 11 genes relacionados com a obesidade.

Estes novos genes somam-se aos outros 90 já relacionados com o excesso de peso. Segundo a investigadora principal, serão necessários estudos mais amplos, com populações maiores e mais direcionados, para perceber se a atividade física ou outros fatores ambientais, como dietas, podem contrabalançar a predisposição para a obesidade.

Estudo
Os fumadores correm mais riscos de sofrer de obstrução arterial porque o tabagismo debilita um gene que protege estes vasos...

Fumar pode levar à acumulação genética de gordura nas artérias, dando origem a doenças cardíacas, segundo um estudo divulgado na revista Circulation.

"Este foi um dos primeiros grandes passos rumo à resolução do complexo quebra-cabeças sobre as interações genético-ambientais que causam as doenças coronárias", disse o co-autor do estudo, Danish Saleheen, professor assistente de bioestatística e epidemiologia da Perelm School of Medicine, da Universidade da Pensilvânia.

Os cientistas reuniram dados genéticos de mais de 140 mil pessoas, recolhidos de duas dezenas de estudos anteriores, escreve o Sapo.

"Uma mudança em uma única 'letra' do ADN no cromossoma 15, perto do gene que expõe uma enzima (ADAMTS7) produzida nos vasos sanguíneos, foi associada a 12% de redução do risco em não fumadores", destaca uma nota informativa da referida universidade.

"No entanto, os fumadores com a mesma variação tiveram apenas 5% menos risco de doenças coronárias, reduzindo em mais da metade o efeito protetor desta variação genética", indica ainda a mesma nota.

Estudos científicos de acompanhamento mostraram que nas células que protegem as artérias do coração humano, a produção da enzima ADAMTS7 diminuiu significativamente quando as células continham esta variante do ADN.

Estudo
Um estudo conduzido pelo cientista George Pounis do Instituto Neurológico Mediterrânico Neuromed, demonstrou que o café...

O estudo baseou-se em dados de 7.000 homens, que foram observados durante um período de quatro anos.

Segundo a investigação, escreve o Sapo, os homens que consumiam mais de três chávenas de café expresso por dia apresentavam uma redução total no risco da doença de 53%.

A equipa decidiu confirmar a descoberta com ensaios laboratoriais e testaram a ação de extratos de café em células de cancro da próstata.

O estudo verificou que os extratos que continham cafeína reduziam a proliferação das células cancerígenas de forma significativa, bem como a capacidade de metastização do cancro.

Segundo Maria Benedetta Donati, uma das investigadoras envolvidas no estudo, a observação das células cancerígenas permite concluir que o efeito benéfico observado entre os 7.000 participantes se deve muito provavelmente à cafeína e não a outras substâncias presentes no café.

Entrevista
O Atlas da Saúde conversou com Rita Gerardo, secretária da Comissão de Trabalho de Alergologia Repir

Atlas da Saúde – O que é a Asma e qual a sua incidência?

Dra. Rita Gerardo – A asma é uma doença comum caracterizada por inflamação crónica e obstrução transitória e potencialmente reversível das vias aéreas. A obstrução é variável e frequentemente reversível, quer espontaneamente quer após recurso a medicação. Manifesta-se geralmente por sinais e sintomas respiratórios típicos: sensação de falta de ar (dispneia), pieira (chamado pelos doentes como “gatinhos”), tosse, geralmente seca e sensação de aperto no peito (opressão torácica) que podem variar na frequência e em intensidade ao longo do tempo.

Os sintomas estão relacionados com a limitação variável do fluxo aéreo expiratório, isto é, com a capacidade de os pulmões libertarem o ar, devido a broncoconstrição (estreitamento das vias aéreas), espessamento da parede das vias aéreas e aumento da produção de muco.

Um dado importante é que as crises de asma (ou exacerbações) são episódicas apesar da inflamação permanecer (é crónica).

Estima-se que a asma atinja cerca de 300 milhões de indivíduos a nível mundial e é calculada em 1 milhão na população portuguesa de acordo com o Inquérito Nacional de Doenças Respiratórias.

A.S – Qual a causa da Asma?

Dra. Rita Gerardo – A causa da asma não é totalmente conhecida. Os dados disponíveis atualmente permitem saber que a asma resulta de mecanismos de hiperreatividade brônquica (isto é, exagero na resposta das vias aéreas – brônquicos) quando os doentes são expostos a certos estímulos.

A.S. – O que pode desencadear, ou agravar, uma crise?

Dra. Rita Gerardo - Os fatores desencadeantes mais comuns da asma e suas crises incluem as infeções respiratórias virais; exposição a alergénios ambientais tais como o pó das casas, pólenes, pelos de animais, penas, baratas, fungos; exposição a fatores ocupacionais como irritantes químicos; fumo de tabaco; poluição atmosférica e fumos; prática de exercício físico; emoções fortes; alguns medicamentos (como a aspirina ®).

A.S – Quais os sintomas e suas principais complicações?

Dra. Rita Gerardo - Os principais sintomas de asma incluem a sensação de falta de ar (dispneia), pieira (chamado pelos doentes como “gatinhos”), tosse, geralmente seca e sensação de aperto no peito (opressão torácica). Não é obrigatório que todos os sintomas estejam presentes ao mesmo tempo. Os sintomas podem variar ao longo do tempo e em intensidade. São mais frequentes no período noturno e no início da manhã. Também podem variar ao longo do ano sendo mais frequentes nas mudanças de estação.

Apesar de se tratar maioritariamente de uma doença inócua, as crises de asma podem ser muito graves e até fatais, pelo que é necessário o correto cumprimento do plano terapêutico e evicção de fatores desencadeantes, quando possível.

É importante não esquecer que os sintomas de asma podem ter intensidade diferente ao longo do tempo e no mesmo indivíduo para além de poderem variar de indivíduo para indivíduo.  

Os sintomas podem ser controlados e reversíveis com o tratamento adequado.

A.S – Quais as faixas etárias mais atingidas? Sabe-se as crianças são um dos grupos mais afetados pela doença, porquê?

Dra. Rita Gerardo - A asma pode surgir em qualquer idade, no entanto, cerca de metade dos doentes com asma iniciaram os sintomas na infância. A asma é a doença crónica mais frequente na infância e é a principal causa de morbilidade nesta faixa etária, avaliada pelo absentismo escolar, idas ao serviço de urgência e internamentos.

A maioria das crianças com mais de 3 anos de idade com asma apresentam atopia, isto é, predisposição para alergias, no entanto e até ao momento atual, ainda não foram identificados os fatores de risco para o desenvolvimento de asma.


A Asma é doença crónica mais prevalente na idade pediátrica

A.S. –  Por falar em alergias, o que as distingue da asma? Existe alguma relação entre asma e alergia?

Dra. Rita Gerardo - Asma e Alergia são duas entidades clínicas distintas. Verifica-se que muitos indivíduos com historial alérgico não têm asma e muitos doentes com asma não apresentam qualquer doença do foro alérgico. Verifica-se, no entanto, que há um grupo de doentes com asma que também apresenta perfil alérgico como rinite alérgica ou eczema ou até com história familiar de alergia. Geralmente estes doentes apresentam o início dos sintomas respiratórios na infância.

A presença de atopia (predisposição para alergias) aumenta a probabilidade de os sintomas respiratórios serem devido a asma, mas esta situação não é específica da asma nem está presente em todos os doentes com asma. O diagnóstico de atopia pode ser feito através de testes de sensibilidade cutânea os quais avaliam os alergénios que mais frequentemente condicionam alergias. A presença de atopia num doente com asma poderá implicar a administração de um tratamento adicional: a imunoterapia específica. Este tratamento consiste em dessensibilizar o doente em relação ao alergénio que prova alergia (também é conhecido como “vacina de alergias”).

O controlo das alergias e patologias alérgicas contribui para o melhor controlo da asma.

A.S. – Como controlar a doença? Qual o seu tratamento?

Dra. Rita Gerardo - Atualmente consideram-se 3 níveis de controlo da asma: controlada, parcialmente controlada e não controlada e a agudização (crise).  Os objetivos do tratamento são manter a asma controlada e evitar o aparecimento de agudizações.

Existem, na asma, 2 tipos de tratamento: alívio e manutenção. O tratamento de alívio serve para controlar os sintomas no momento em que surgem, aliviando, assim, as queixas. Inclui medicação broncodilatadora de curta duração de ação e ainda os corticosteroides administrados de forma oral ou intravenosa.

O tratamento de manutenção tem como objetivo controlar os sintomas através da sua toma diária e regular mantendo, assim, os níveis de inflamação (a base da doença) no seu mínimo, diminuir o grau de obstrução das vias aéreas e reduzir ao mínimo o risco de ocorrência de agudizações. Inclui medicação de longa duração de ação da qual fazem parte os corticosteróides na forma inalada. Os corticosteróides constituem a base da terapêutica de controlo da asma devido à sua ação anti-inflamatória, sendo a terapêutica mais eficaz. Fazem ainda parte da principal terapêutica de controlo, os broncodilatadores de longa duração de ação.

Relativamente ao tratamento da agudização, dependendo da gravidade da mesma, este poderá ser feito pelo próprio ou poderá implicar recorrer a serviços de saúde, nomeadamente ao serviço de urgência hospitalar. O plano de ação na agudização deverá ser discutido com o médico assistente na consulta.

A.S. – Quais os principais mitos relacionados com a asma?

Dra. Rita Gerardo - Infelizmente existem vários mitos relacionados com a asma, não só a nível nacional como internacional e que têm influenciado de sobremaneira o tratamento desta doença.

Entre os mais frequentes, destaco os seguintes:

- A asma tem cura: FALSO. A asma é uma doença inflamatória crónica. Apesar de não ter cura, tem tratamento o que permite o controlo da doença por períodos de tempo que poderão ser muito longos. O facto de um doente com asma poder passar longos períodos (dias a meses) sem qualquer sintoma poderá induzir alguns doentes em erro. A inflamação permanece mesmo que as queixas não surjam.

- Só é necessário tratar as crises de asma: FALSO. Tal como explicado previamente a asma é uma doença inflamatória crónica. Quer isto dizer que a inflamação persiste sempre podendo os seus níveis ser controlados. O tratamento apenas no momento da crise (agudização) da asma permite apenas reverter os sintomas no momento, mas não tem influência a médio ou longo prazo no nível de inflamação das vias aéreas o que implica muito maior probabilidade de desencadear outra crise em pouco tempo e/ou com maior gravidade e mais difícil de tratar.

- Os corticosteroides inalados engordam: FALSO. A dose de corticoterapia administrada em cada inalação é muito pequena sendo a sua absorção para a corrente sanguínea muito reduzida. Assim a probabilidade de se observarem os efeitos adversos desta medicação quando administrada por via oral ou intravenosa (em doses muito mais altas) é muito baixa ou praticamente inexistente. Existem raras exceções as quais estão relacionadas com a presença de outras doenças que podem influenciar a absorção dos corticosteróides ou com a interação com alguns fármacos. Em qualquer dos casos esta situação deverá ser discutida com o médico assistente.

- A medicação de alívio faz mal ao coração: FALSO. A medicação administrada para alívio dos sintomas de asma, desde que tomada nas doses recomendadas pelo médico, é segura mesmo para o coração. Alguns dos medicamentos que promovem dilatação das vias aéreas podem provocar, como efeito adverso, taquicardia (isto é, aumento da frequência cardíaca). Este efeito é conhecido e maioritariamente inócuo. De qualquer forma e, na presença de patologia cardíaca concomitante, a comunicação com o médico assistente é essencial para tirar dúvidas ou incertezas. Em casos raros, esta medicação não é administrada ou é desaconselhada.

- Fazer exercício físico está contra-indicado: FALSO. O doente com asma pode e deve praticar exercício físico. Muitos atletas olímpicos sofrem de asma e foram/ são campeões.

A.S. – Pegando neste último mito que dá, aliás, mote à iniciativa “Corra com a Asma” organizada pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia, qual a relação entre a doença e a prática de atividade física?

Dra. Rita Gerardo - O doente com asma pode e deve praticar exercício físico. A presença de asma não é uma contra-indicação para a prática de desporto. O que se verifica em vários doentes com asma, é que o exercício físico constitui um dos fatores desencadeantes de sintomas respiratórios. Geralmente as queixas surgem no final da prática do exercício e estão relacionados com o tipo e frequência do desporto realizado.

A presença de sintomas respiratórios durante a prática de exercício físico pode dever-se não só ao exercício enquanto fator desencadeante, mas também pode estar relacionado com a obesidade, falta de treino físico ou a presença de outras doenças que podem influenciar este mecanismo.

A.S. – Quais as atividades mais indicadas? Há desportos “proibidos”?

Dra. Rita Gerardo – Os treinos ao ar livre, prolongados e de longa distância assim como a exposição a ambiente frio e seco (como no atletismo, ciclismo e em desportos de inverno) torna mais provável o surgimento dos sintomas. A exposição a fatores irritantes como pólenes, pó, poluição ou cloro (presente nas piscinas) também pode desencadear crises. Existem atletas e campeões olímpicos com asma em quase todas as modalidades desportivas, sendo que os que praticam atletismo, ciclismo, natação e desportos de inverno (esqui de fundo, por exemplo) constituem o maior número. Não existem desportos proibidos, apenas alguns para os quais são necessárias mais medidas preventivas.

A.S – Que comportamento se deve adotar quando a asma é induzida pelo desporto, provocando uma crise?

Dra. Rita Gerardo – O seguimento médico adequado e rotineiro é essencial na adaptação ao desporto do doente com asma. Para além das medidas farmacológicas, que incluem o cumprimento da terapêutica de manutenção e outras adicionais, também medidas não farmacológicas são muito importantes na prevenção da agudização ou surgimento de sintomas respiratórios. A realização de exercícios de aquecimento prévios, os alongamentos no final, respiração nasal e a evicção dos fatores irritantes para além da manutenção da prática de exercício físico regular são essenciais na prevenção dos sintomas de asma. Outras medidas farmacológicas incluem a administração de medicação broncodilatadora de curta duração de ação (permite a dilatação das vias aéreas) prévia ao início do exercício e a administração de fármacos com efeitos comprovados em quem tem asma exacerbada pelo exercício.


O exercício físico pode ser um fator desencadeante de sintomas respiratórios, em alguns doentes

A.S. – Quais as principais recomendações?

Dra. Rita Gerardo – A prática de exercício físico é recomendada no doente com asma apesar de poder constituir um fator desencadeante de sintomas respiratórios. As medidas não farmacológicas são essenciais para prevenir as agudizações fazendo, muitas vezes, a diferença entre a presença ou não de sintomas: pré-aquecimento, alongamentos no final, respiração nasal e evicção dos fatores irritantes. Relativamente à terapêutica medicamentosa, esta depende das características dos sintomas. Se estes apenas surgem após o exercício físico não surgindo em qualquer outra situação da vida do doente, a pré-medicação é muitas vezes suficiente. Se o doente apresenta queixas asmatiformes noutras situações e alturas do seu dia a dia é necessária a terapêutica de manutenção, semelhante à dos restantes doentes com asma. Em todos os casos é necessário o seguimento adequado em consulta da especialidade.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ministro da Saúde
O ministro da Saúde considerou hoje, em Sintra, que a candidatura para receber a Agência Europeia do Medicamento "não é...

"Neste momento nós estamos numa luta, que é uma luta intensa, e em que todos os contributos são importantes, não é apenas uma ação de natureza política. É importante que a Europa perceba que Portugal é um país hoje competitivo do ponto de vista da inteligência, do ponto de vista da inovação, do ponto de vista industrial", afirmou Adalberto Campos Fernandes.

O governante, que falava após inaugurar uma nova linha de produção de medicamentos estéreis liofilizados da Sofarimex, do grupo Azevedos, acrescentou que, na sequência da candidatura apresentada pelo primeiro-ministro em Bruxelas, "o Governo tem que se aliar com os diferentes ‘stakeholders' empresariais, socioprofissionais, [e] com as universidades".

A sede da Agência Europeia do Medicamento terá se ser relocalizada, com base numa decisão que será tomada em dezembro, em consequência da saída do Reino Unido da União Europeia.

O ministro salientou, após visitar a nova linha de produção de medicamentos, que a saúde "é também a criação de valor, é também o dinamismo da economia" e reconheceu o papel do grupo farmacêutico enquanto principal exportador e proprietário da mais fábrica portuguesa.

"Somos um país com elevado nível de independência industrial, não estamos comprometidos com nenhuma das grandes multinacionais que estão no setor", notou Adalberto Campos Fernandes, embora admitindo "uma luta muito dura" para conseguir a instalação da sede da EMA (European Medecines Agency), que supervisiona a segurança dos medicamentos no espaço europeu.

O ministro reconheceu que "a austeridade estrangula a criatividade e estrangula o crescimento", mas argumentou que o executivo está "a fazer o caminho inverso e a procurar que o país com segurança, com rigor, com equilíbrio, veja cada vez mais pelas costas os tempos difíceis" mais recentes, para que "a economia crie emprego".

A nova linha de produção de medicamentos estéreis liofilizados da Sofarimex, empresa do grupo Azevedos, instalada no Alto de Colaride, em Agualva-Cacém, representou um investimento de cerca de nove milhões de euros, criou cerca de 30 novos postos de trabalho e possui uma capacidade de produção de 12 milhões de unidades por ano.

"Em Portugal todos passámos períodos particularmente difíceis, ainda não saímos, ainda estamos com dificuldades, e houve uma retração muito grande a nível de mercado de medicamentos, originado pelas políticas de contenção na saúde", afirmou, por seu lado, Thebar Miranda.

O presidente executivo do grupo Azevedos explicou que a crise "afetou a capacidade de gerar recursos próprios para investir", mas a empresa prevê aumentar a capacidade de produção através de mais investimento.

A unidade da Sofarimex, que emprega cerca de 200 trabalhadores, possui uma carteira de mais de 650 produtos, com uma capacidade de produção superior a 90 milhões de unidades por ano, da qual cerca de 75% para exportação.

Segundo Thebar Miranda, a unidade tem capacidade para, com uma ampliação que já está a ser projetada, "produzir sensivelmente duas vezes e meio" mais da produção atual.

Um aumento de produção que será possível principalmente através da instalação de equipamento mais produtivo, com um aumento de cerca de 30% dos atuais postos de trabalho.

O vereador da Solidariedade e Inovação Social na Câmara de Sintra, Eduardo Quinta Nova (PS), assegurou que o município está disponível para apoiar as empresas que apostam na criação de emprego, nomeadamente a ampliação da capacidade produtiva da Sofarimex.

“Maio, Mês do Coração”
No âmbito das comemorações de “Maio, Mês do Coração”, dedicado este ano ao “Coração no desporto”, a Fundação Portuguesa de...

Os torneios iniciais, agendados para dia 6 de maio, sábado, serão os de padel e golfe, decorrendo o primeiro no Padel Campo Grande, e o segundo no campo de golf da Aldeia dos Capuchos.  Como complemento e ainda no mesmo âmbito, decorrerá durante o mês de maio um Torneio Solidário de Futebol dirigido a empresas, no Parque de Jogos 1º de Maio, em Lisboa, estando prevista a jornada final para o dia 28, domingo.

Um estudo* apresentado pela FPC na Sessão de Abertura do Mês do Coração 2017, revela que dois em cada três portugueses são sedentários, e que 67% da população pratica menos de uma hora e meia de atividade física ao longo da semana. Entre a população menos adepta do exercício físico, quase metade afirma que "fazer exercício não é muito importante nem interessante" e 33% admite ter pensado em mexer-se mais mas "o dia a dia acaba por falar mais alto". O estudo mostra ainda que há uma redução no número de portugueses que praticam algum desporto, de 36% em 2015 para 33% em 2017, dado mais evidente no grupo etário acima dos 45 anos.

Para mais informações sobre o programa das atividades desportivas, consulte: http://www.fpcardiologia.pt/ ou https://www.facebook.com/FPCardiologia/

*Estudo realizado pela empresa Gfk Metris. Foram entrevistadas 1216 pessoas em abril de 2017, selecionadas para ter uma amostra abrangente baseada nos critérios de idade, sexo, região e dimensão do agregado familiar.

Estudo
Uma equipa de seis investigadores das Faculdades de Ciências e Tecnologia e Farmácia da Universidade de Coimbra está a...

O objetivo deste projeto, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), é conseguir uma solução integrada, e vantajosa do ponto de vista económico, para aumentar a eficácia das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR).

No geral, os atuais métodos cumprem os limites legais “mas não são completamente eficazes no caso de alguns tipos de poluentes. As águas tratadas que são escoadas para os recursos hídricos apresentam quantidades significativas de bactérias e vírus, assim como alguns microcontaminantes químicos. As análises efetuadas no âmbito deste estudo em amostras recolhidas em várias ETAR revelaram a presença de grandes quantidades de bactérias e coliformes fecais como, por exemplo, Escherichia coli (E. coli), e alguns vírus de origem humana”, relata o coordenador do projeto, Rui Cardoso Martins.

Simultaneamente, a metodologia proposta nesta investigação pode ajudar a mitigar os impactos ecológicos provocados pela amêijoa asiática, uma espécie invasora dos nossos ecossistemas. Esta espécie de bivalve causa também danos significativos na indústria que usa captação de água como, por exemplo, estações de tratamento de água para consumo e centrais termoelétricas, uma vez que cresce e multiplica-se muito rapidamente nas tubagens e outras estruturas, provocando graves problemas de biofouling (incrustação).

No entanto, esta amêijoa pode deixar de ser um inimigo quando usada para “devorar” poluentes. Na verdade, podemos utilizar “a sua enorme capacidade de filtração e bioacumulação para remover os poluentes químicos e biológicos presentes nas águas residuais. Das várias experiências já realizadas em laboratório, em apenas oito horas, as amêijoas conseguiram eliminar todas as bactérias E. coli inicialmente adicionadas”, revela o investigador do Departamento de Engenharia Química da FCT da Universidade de Coimbra (UC).

Já na outra metodologia que integra este projeto, partindo do poder oxidante do ozono, os investigadores estudam catalisadores sólidos (substâncias que aceleram as reações químicas) fotossensíveis que aproveitam a luz solar para provocar as reações adequadas para uma descontaminação eficaz, garantindo uma tecnologia mais limpa e menos consumidora de energia.

A próxima fase do projeto passa por otimizar os dois processos porque, avança Rui Cardoso Martins, “ainda há muitos desafios pela frente. Estamos a trabalhar em águas sintéticas, ou seja, em águas onde controlamos a composição inicial, mas, no ambiente real, sabemos que as ETAR têm um grande manancial de compostos químicos e biológicos. Por isso, é necessário proceder à transposição de escala, do laboratório para a estação de tratamento, para validar estes resultados promissores”, conclui o investigador.

A fase piloto será realizada em parceria com a Adventech, uma Startup da FCTUC que desenvolve tecnologias avançadas para o tratamento de efluentes domésticos e industriais.

Jovens
O “jogo” começou na Rússia, passou para o Brasil e já chegou a Portugal. Atualmente, a maioria das notícias chegam do Brasil e...

De acordo com a especialista, “A ausência e falta de proximidade parental pode abrir um espaço para este tipo de fenómenos, pelo que é fundamental que os pais estejam especialmente atentos aos sinais. O adolescente, sendo vulnerável, tem curiosidade pela novidade e pela descoberta e, muitas vezes, não é fácil detetar. O jogo da “Baleia Azul” concretiza-se numa predisposição de uma geração cada vez mais virtual e com tendência para se isolar.” A terapeuta coordena um grupo de apoio a pais todas as terças-feiras e tem sentido essa preocupação.

Como identificar as mudanças provocadas pelo jogo?
- Isolamento, afastamento da família e dos amigos;
- Perda do interesse nas atividades que costumava fazer;
- Perda do interesse nas pessoas;
- Mudanças nos hábitos de sono (insónias ou dormir mais do que o habitual);
- Mudanças nos hábitos alimentares;
- Irritabilidade, crises de raiva;
- Recusar-se a ir à escola;
- Comportamentos autodestrutivos, como a automutilação e exposição a situações de risco
- Bulliyng;
- Publicar imagens de baixa-autoestima nas redes sociais;
- Interesse anormal por filmes de terror;
- Preocupação com a temática da morte e violência.

Sugestões da psicóloga para os pais

1- Estar atento aos comportamentos do seu filho e explicar os perigos associados a estes jogos virtuais a que estão sujeitos, criando um clima de confiança, abertura e disponibilidade.

2- Caso detete alguma mudança de comportamento, como a ansiedade, o medo, o isolamento, ter pesadelos, esconder o telemóvel, cansaço, andar sempre de mangas compridas, entre outros, fale abertamente com o seu filho e mostre-lhe que, pode e deve contar e confiar em si.

3- Tente perceber junto do seu filho se já ouviu falar no jogo, ou se tem algum conhecimento acerca do mesmo. Em caso afirmativo, sensibilize-o quanto à importância de relatar todas as suspeitas, nomeadamente se receber alguma mensagem, ou souber de alguém que a tenha recebido.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Doze distritos de Portugal continental bem como o arquipélago da Madeira apresentam hoje um risco ‘muito elevado’ de exposição...

No continente, os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra e Leiria têm um risco inferior, o de ‘elevado’, à semelhança do que acontece nas ilhas de S. Miguel e das Flores, no arquipélago dos Açores.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda o uso de óculos de sol com filtro de radiação ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

As restantes ilhas dos Açores apresentam um risco ‘moderado’.

Para hoje, o IPMA prevê para Portugal continental céu pouco nublado ou limpo, subida da temperatura mínima, em especial nas regiões do interior, e subida da temperatura máxima.

Para os Açores aguardam-se períodos de céu muito nublado com abertas, descida acentuada da temperatura do ar, aguaceiros no grupo Ocidental e períodos de chuva que pode ser forte nos restantes grupos. O vento pode também soprar forte.

Na Madeira são também esperados períodos de céu muito nublado, diminuindo de nebulosidade durante a tarde, vento fraco a moderado e pequena subida da temperatura mínima.

Cancro de pele
Meia centena de serviços de dermatologia vão participar este ano no rastreio gratuito que decorre no âmbito do Dia do...

O rastreio gratuito é uma das iniciativas da campanha que decorrerá no dia 17 em Portugal e que será apresentada na próxima quarta-feira, em Lisboa.

Neste encontro serão ainda divulgados pela Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo (APCC) os dados mais recentes do cancro de pele, assim como os resultados do rastreio feito nos Açores, onde a taxa de incidência de cancros de pele é das mais elevadas do país.

Serão igualmente divulgados dados relativos à incidência dos cancros de pele nos jovens adolescentes, que se estão a tornar mais frequentes e que se prevê continuem a aumentar nos próximos anos.

“Apesar da sensibilidade e nível de conhecimento da população para os cuidados a ter com os exageros de exposição ao sol continuamos a assistir a um aumento progressivo do número de cancros da pele, não só de melanomas, mas também dos cancros da pele não melanoma, em particular dos carcinomas basocelulares, carcinomas espinocelulares e seus precursores, as queratoses actínicas, inclusive em idades mais jovens”, recorda a APCC em comunicado.

O rastreio gratuito anual em 2015 detetou 77 suspeitas de cancro e 112 sinais potencialmente cancerígenos.

Desde há 17 anos que Portugal participa na Campanha Europeia do Dia do Euromelanoma.

União Europeia
Mais de 670 casos de hepatite A estão confirmados em onze países da União Europeia desde o verão do ano passado até ao momento,...

O último balanço feito pela Direção-Geral da Saúde em Portugal, em 18 de abril, dava conta de 199 casos notificados de hepatite A desde o início do ano.

O atual surto de hepatite A afeta, sobretudo, homens que têm sexo com homens de forma desprotegida, refere o próprio Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), destacando que 95% dos casos da doença são detetados em homens e que 80% são em homens que têm sexo com homens.

Além de Portugal, têm reportado casos de hepatite A os seguintes países da União: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia e Reino Unido.

Num balanço publicado na sexta-feira, o ECDC dá conta de, pelo menos, 674 casos confirmados ligados ao mesmo surto desde 01 de junho do ano passado.

A hepatite A é, geralmente, benigna e a letalidade é inferior 0,6% dos casos. Existe vacina para a doença.

A gravidade da doença aumenta com a idade, a infeção não provoca cronicidade e dá imunidade para o resto da vida.

Calcula-se que em Portugal mais de 95% da população com mais de 55 anos esteja imune, dado que a doença chegou a ser frequente e começou a decair com a melhoria das condições sanitárias e socioeconómicas.

Governo
As escolas devem comunicar aos delegados de saúde os casos de alunos que não têm as vacinas em dia de acordo com o Programa...

O diploma, publicado sexta-feira em Diário da República, indica que é necessário “reforçar os mecanismos de articulação dos estabelecimentos escolares com as autoridades de saúde” no que à vacinação diz respeito.

Assim, os estabelecimentos de educação pré-escolar, do básico e do secundário devem comunicar aos delegados de saúde coordenadores do respetivo agrupamento de centros de saúde da área de cada escola “os alunos que não se encontrem com a vacinação recomendada atualizada”.

O objetivo de as escolas transmitirem esta informação aos delegados de saúde é, segundo o despacho, “promover o aconselhamento e esclarecimento adequados”, bem como sensibilizar as famílias para os benefícios da vacinação.

As vacinas do Programa Nacional de Vacinação (PNV), que são gratuitas, não são obrigatórias, mas geralmente as escolas, públicas e privadas, pedem o boletim vacinal dos alunos no ato da matrícula ou da inscrição.

A importância de se cumprir o esquema vacinal segundo o PNV tem sido evidenciada pelas autoridades de saúde no atual surto de sarampo em Portugal, que até ao momento já afetou 25 pessoas e levou à morte de uma jovem de 17 anos.

A vacinação é o meio de prevenção mais eficaz contra o sarampo, uma doença altamente contagiosa e que, ainda que geralmente tenha evolução benigna, pode gerar complicações graves e até levar à morte.

Em Coimbra
A Agência para a Prevenção do Trauma e da Violação dos Direitos Humanos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra disse...

Segundo o psiquiatra João Redondo, coordenador executivo da estrutura, foi realizado um estudo que incluiu alunos do ensino básico e secundário, de duas turmas de nove escolas públicas e privadas, que vai aferir o "grau de desregulação emocional e comportamental".

"Esta é a área em que estamos mais avançados. Nesta fase, estamos a proceder à análise dos resultados do estudo, que foi realizado por uma equipa multidisciplinar e multissetorial", disse o psiquiatra, após o encerramento do segundo encontro sobre "Trauma, medo e violência. Direitos Humanos, hoje!", que decorreu no auditório da Fundação Bissaya Barreto, em Coimbra.

A Agência para a Prevenção do Trauma e da Violação dos Direitos Humanos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), criada em 2014, constituiu ainda grupos de trabalho para analisar a violência no namoro, com idosos, em contexto de serviços de saúde e em centros de privação da liberdade, com o objetivo, em todas as áreas trabalhadas, de propor medidas preventivas.

João Redondo disse ainda que estão criados os instrumentos para se avançar com o estudo da violência no namoro e com os idosos.

Neste momento, adiantou, a agência já está a trabalhar em projetos apoiados pela União Europeia para a prevenção da radicalização e formação dos profissionais e técnicos que trabalham com refugiados.

Está ainda a ser preparado um curso de pós-graduação em violência, em colaboração com várias faculdades da Universidade de Coimbra, para proporcionar formação aos profissionais e cidadãos que se queiram envolver nestas áreas.

"Desde o final da década de 1990 que a violência nos preocupa e, por isso, quisemos criar uma rede de suporte para as pessoas mais vulneráveis", que abrange um conjunto de saberes multissetorial de diversas entidades, referiu João Redondo.

Segundo o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, José Martins Nunes, a agência surgiu "porque se percebeu que era possível gerar conhecimento nestas áreas e aplicá-lo, num mundo que está em mudança, em que tudo é diferente".

"É uma agência que vai responder a grandes desafios da sociedade, em que o CHUC rompe com a sua fronteira de influência e da ciência", sublinhou.

Associação Nacional de Municípios Portugueses
A descentralização de competências da saúde para as autarquias deve realizar-se através de auto de transferência até 2021, mas...

O auto de transferência entre o Ministério da Saúde, as Administrações Regionais de Saúde (ARS) e os municípios contemplará a “identificação dos recursos humanos, patrimoniais e financeiros associados ao desempenho das competências”, os “instrumentos financeiros” e “níveis de prestação dos serviços”, estabelece uma proposta de decreto-lei.

“Os autos de transferência devem efetivar-se até ao ano 2021”, prevê a proposta de diploma, que visa concretizar a descentralização de “competências para os municípios e entidades intermunicipais no domínio da saúde”, com base na lei-quadro em discussão no parlamento.

Os municípios devem participar “no planeamento, na gestão e na realização de investimentos relativos a novas unidades de prestação de cuidados de saúde primários, nomeadamente na sua construção, equipamento e manutenção”, refere o documento.

Além de gerirem e manterem outros equipamentos afetos aos cuidados de saúde primários, os municípios também devem assegurar a “gestão dos trabalhadores, inseridos na carreira de assistente operacional, das unidades funcionais dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) que integram o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

Os conselhos das comunidades intermunicipais e das áreas metropolitanas terão a competência de “definir a rede de unidades de cuidados de saúde primários e de unidades de cuidados continuados de âmbito intermunicipal”, bem como emitir parecer sobre acordos nestes domínios.

No processo de transferência e exercício de competências “é assegurada a autonomia técnica dos ACES, na qualidade de serviços desconcentrados” das ARS, determina o projeto de diploma.

As câmaras deverão, no prazo de um ano da entrada em vigor do decreto-lei, após ouvir o conselho da comunidade do ACES, elaborar ou atualizar a Estratégia Municipal de Saúde, enquadrada com os planos nacionais, regionais e locais de saúde, a aprovar pela assembleia municipal.

O investimento na construção, manutenção e equipamento de novas unidades deve estar “alinhado com a política definida pelo Ministério da Saúde”, prevendo-se ainda que os municípios assegurem a gestão de unidades da Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências das ARS.

Os municípios recebem anualmente uma verba para o Fundo Social Municipal, destinada a despesas de manutenção e conservação das instalações.

Os funcionários serão transferidos para os municípios, “sem prejuízo da situação jurídico-funcional que detém à data da transferência, designadamente em matéria de vínculo, carreira e remuneração”, assumindo a câmara competências nomeadamente na “gestão de carreiras, remunerações e poder disciplinar”.

“Os trabalhadores mantêm, igualmente, o direito à mobilidade para quaisquer serviços ou organismos da administração central ou local”, consagra a proposta, acrescentando que o número de profissionais “é definido em função dos existentes à data da transferência e das necessidades para o adequado funcionamento das unidades”.

Na proposta estipula-se que “são transferidas para os municípios as dotações inscritas no orçamento do Ministério da Saúde para pagamento das despesas com o pessoal”, acrescidas dos encargos adicionais com “transferência dos trabalhadores da administração central para a administração local”, incluindo com ADSE e SNS.

A proposta de decreto-lei foi enviada para análise da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que na quarta-feira reuniu o conselho diretivo e apontou a necessidade de um levantamento rigoroso das transferências de competências para evitar uma resposta insuficiente na prestação de serviços públicos.

Segundo um documento de trabalho dos municípios, o Ministério da Saúde deverá ainda prestar informação sobre a lista de unidades de saúde a transferir, por município, o estado de conservação, a situação dos equipamentos médicos ou o número de viaturas e de pessoal de cada unidade.

O presidente da ANMP, Manuel Machado, afirmou na quinta-feira, no grupo de trabalho parlamentar da descentralização, que a associação apenas recebeu propostas setoriais relativas às freguesias, promoção turística, segurança contra incêndios e saúde.

Incêndios
O INEM terá quatro helicópteros exclusivamente para a atividade de emergência médica pré-hospitalar, sediados em Macedo de...

Numa informação enviada à comunicação social, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) adianta que está previsto o pleno funcionamento dos helicópteros de Macedo de Cavaleiros e de Évora, a deslocalização do helicóptero de Lisboa para Loulé, para cobrir eficazmente toda a região sul do país, e a colocação de um quarto aparelho operado diretamente pelo INEM em Santa Comba Dão.

Em maio verifica-se uma alteração no funcionamento do serviço de helicópteros de emergência médica do INEM, devido à indisponibilidade dos helicópteros Kamov, baseados em Santa Comba Dão e Loulé, para a Emergência Médica, mas o instituto garante que terá quatro helicópteros para a atividade de emergência médica pré-hospitalar.

Nas fases mais críticas de combate aos incêndios florestais – 15 de maio a 30 de setembro - está previsto que os helicópteros Kamov façam exclusivamente missões no âmbito das atribuições da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Contudo, o INEM garante que “as necessidades do país em matéria de helitransporte de emergência estão totalmente asseguradas durante as fases mais críticas dos incêndios florestais”.

Os helicópteros de emergência médica do INEM são utilizados no transporte de doentes graves entre unidades de saúde (transporte secundário) ou entre o local da ocorrência e a unidade de saúde (transporte primário).

Estão equipados com material de Suporte Avançado de Vida, sendo a sua tripulação composta por um médico, um enfermeiro e dois pilotos.

Asma em Portugal
A asma é uma doença inflamatória crónica dos brônquios que se inicia, habitualmente, na infância, ma

A asma é uma doença inflamatória crónica dos brônquios que se inicia, habitualmente, na infância, mas que é transversal a todas a faixas etárias sendo a doença crónica mais prevalente na idade pediátrica.

Trata-se de uma patologia cada vez mais frequente em todos os países, acompanhando em simultâneo os padrões de desenvolvimento das sociedades. Estima-se que a asma brônquica afecte cerca de 300 milhões de pessoas no Mundo.

Em Portugal a asma afecta 6,8% da população (Inquérito Nacional de Prevalência da Asma). Estima-se que apenas 57% dos asmáticos tenham a sua doença controlada ou seja, cerca de 300.000 portugueses necessitam de melhor intervenção para controlo da doença.

Contudo, Portugal é apontado como o país da UE com menor taxa de internamentos por asma, em jovens com idade superior a 15 anos e adultos e globalmente o número de óbitos decresceu, com uma quase inexistente mortalidade na idade pediátrica!

Apresentação clínica

A asma apresenta-se habitualmente por episódios recorrentes de pieira (chiadeira no peito), dificuldade em respirar, tosse ou opressão torácica (aperto no peito) no intervalo dos quais o doente pode ou não ficar totalmente assintomático. Os sintomas variam podendo, por vezes, estar apenas presente um único sintoma como a tosse quando de predomínio nocturno ou relacionada com esforço físico. Também a sensação de opressão torácica com o esforço pode ser a única manifestação.

Factores desencadeantes

Muitos são os factores que podem desencadear/agravar a asma nomeadamente:

1. Exposição a alergénios ambientais do exterior como pólens e fun­gos ou do ambiente interior, tais como áca­ros, fungos e animais domésticos.

2. Exposição a alergénios ocupacionais - são as substâncias presentes no ambiente profissional que constituem os desencadeantes para os sintomas.

3. Exposição ambiental a fumo de tabaco e a poluentes.

4. Infecções respiratórias virais - como a gripe ou os catarros respiratórios são potentes desencadeantes de asma brônquica.

5. Exercício físico - em alguns doentes, particularmente em crianças, pode desencadear agudizações.

6. Factores psicológicos e emocionais como stress, ansiedade e/ou depressão.

7. Doenças associadas nomeadamente rinite/sinusite, obesidade, refluxo gastro-esofágico, patologia cardíaca.

Diagnóstico

O diagnóstico da asma é clínico, não exis­tindo nenhuma análise que permita um diagnóstico precoce. Para além da história clínica, os testes de sensibilização realizados no estudo da doença alérgica, as provas de função respiratória, os exames radiológicos e análises de sangue são suficientes na maioria das ve­zes para a caracterização do doente com asma.

Tratamento

O controlo da asma passa por diversas medidas sendo importante, numa primeira fase, o controlo/ prevenção de factores desencadeantes inespecíficos como as infecções virais (por exemplo, através da vacinação) ou o fumo de tabaco. Nos doentes alérgicos é importante aplicar medidas anti-alérgicas de acordo com as sensibilizações demonstradas.

Em seguida privilegiar a educação do doente promovendo a cooperação do doente, re­conhecimento dos factores de alerta e adequação da terapêutica.

Finalmente a terapêutica farmacológica que actua a dois níveis no controlo a longo prazo da inflamação das vias respiratórias e  no controlo das cri­ses e dos sintomas.

A maioria dos fármacos utilizados são admi­nistrados por via inalatória para permi­tir uma eficácia de actuação dos mesmos e reduzir os efeitos secundários.

Existem múltiplos dispositivos de inalação de fár­macos que deverão adequar-se a cada do­ente.

Os principais grupos de fármacos utilizados na terapêutica da asma são os broncodilatadores (utilizados como medicamentos de alí­vio permitindo dilatar o mús­culo brônquico que compromete a passagem de ar) e os corticosteróides (os medicamentos mais eficazes na inflamação da asma. São seguros nas doses recomendadas e praticamente sem efeitos secundários, mesmo em crianças e grávidas.)

Os fármacos de controlo terapêutico deverão ser utilizados diariamente e de forma continuada. Só assim se poderá obter o desejado controlo da doença que passa pela ausência de crises com sintomas mínimos ou inexistentes, recurso diminuto à terapêutica de alívio rápido, ausência de idas ao SU ou consultas não programadas e finalmente sem interferência nas actividades da vida diárias.

Felizmente a asma pode ser tratada e a maioria dos doentes pode atingir controlo da sua doença!

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Instituto de Investigação e Inovação em Saúde
A especialista do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Margarida Saraiva, disse, durante as comemorações do Dia...

"Como investigadora na área da Imunologia e como mãe acho uma patetice completa", acrescentou a especialista, que é também membro da direção da Sociedade Portuguesa de Imunologia (SPI), entidade responsável pela organização desta iniciativa nacional, que engloba seis centros de investigação.

Nuno Alves, também investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) e membro da direção da SPI, afirmou, durante o mesmo evento, que "a vacinação salva vidas" e que "não se pode esquecer que na era da pré-vacinação as doenças mais mortíferas eram as infeciosas".

"A grande batalha quanto a essas doenças foi ganha devido à vacinação e aos antibióticos, quando a infeção é bacteriana", afirmou.

Com esta iniciativa, que no Porto decorreu no i3S, os responsáveis pretenderam dar a conhecer aos alunos do ensino secundário o dia-a-dia dos laboratórios onde as investigações decorrem, tendo estes assistido a palestras e participado de atividades.

Nos seminários, os investigadores abordaram temas como a resposta imunitária e a prevenção, a formação de células imunes na medula óssea, o desenvolvimento de vacinas, a Tuberculose e as respostas imunológicas às infeções fúngicas.

Na primeira das quatro atividades, os alunos estiveram em contacto com uma técnica denominada citometria de fluxo, muito utilizada na imunologia, quer em investigação quer nos diagnósticos de doenças do sistema imunitário.

Esta técnica possibilita também purificar células em terapias tumorais, modificando-as e voltando a injetá-las nos pacientes, referiu Nuno Alves.

Num segundo momento, os participantes puderam visualizar, com recurso a lupas e microscópios, pulmões e fígados de ratos, normais ou infetados por bactérias.

Já nos laboratórios de biossegurança, a terceira etapa das atividades, tiveram acesso a um conjunto de equipamentos de proteção pessoal, como batas, máscaras, toucas e luvas, utilizadas pelos investigadores em contexto laboratorial.

Por último, os alunos visitaram o Serviço de Histologia e Microscópia Eletrónica, onde são preparadas os pulmões e os fígados que viram na segunda etapa.

De acordo com Nuno Alves, uma das missões do SPI passa por educar a população em geral, tendo, para isso, projetos em infantários, escolas e universidades, com o intuito de promover a literacia científica, "algo que está muito em falta, como se tem visto nos últimos dias com a história das vacinas".

Para além disso, a SPI apoia iniciativas científicas, discutidas na reunião anual da direção, onde participam especialistas portugueses e estrangeiros da área da Imunologia, auxiliando, ainda, jovens investigadores, através de 'workshops' e financiamento.

"A ciência é a melhor vacina para a ignorância" e só através da disseminação de conhecimento se pode promover uma "melhor convergência" por parte de "toda a população", evitando assim "estados de alerta e de pânico como os que se têm visto", reforçou Nuno Alves.

O Instituto de Medicina Molecular (iMM), de Lisboa, o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras, o Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra, a Universidade de Aveiro e o Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho são as outras cinco entidades envolvidas nas comemorações do Dia Internacional da Imunologia.

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