ERA@UC
O projeto de investigação ERA@UC, focado no estudo do fenómeno de envelhecimento cardiovascular e no desenvolvimento de...

A investigação tem um financiamento de 2,5 milhões de euros, atribuído pelo programa European Research Area (ERA Chair) a investigadores de todo o mundo com mais e melhores resultados, qualificações, experiência, com capacidade de atrair e gerir recursos, pessoas e de estabelecer redes internacionais.

Lino Ferreira, investigador principal do “Enhancing Research in Ageing at the University of Coimbra - ERA@UC”, sublinha que o “projeto é diferenciador no capítulo da inovação, pois pretende estudar o processo de envelhecimento cardiovascular utilizando tecidos derivados de células estaminais, e pelo conjunto de técnicas e metodologias que serão utilizadas para investigar o envelhecimento sob o ponto de vista fisiológico e patológico”.

“A equipa do ERA Chair estará ainda envolvida na formação pós-graduada em programas a decorrer na Universidade de Coimbra e na translação das tecnologias que serão geradas no projeto”, observa o investigador coordenador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC) e líder de grupo do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da UC.

Na prática, os investigadores esperam “gerar tecidos humanos em laboratório que possam ser utilizados para estudar o envelhecimento humano e potencialmente identificar fármacos que possam reduzir o fenómeno de envelhecimento. Por outro lado, pretende-se desenvolver ferramentas para libertar esses fármacos da forma mais efetiva”, salienta o também docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).

O ERA@UC tem como parceiros internacionais o Helmholtz Zentrum Muenchen (Alemanha), Universidade de Maastricht (Holanda), Institute for Stem cell Therapy and Exploration of Monogenic diseases (França) e Universidade de Marselha (França).

A apresentação pública do projeto conta com a presença do Reitor da UC, João Gabriel Silva, e da Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa.

Direção Geral Veterinária
O diretor-geral de Alimentação e Veterinária afirmou hoje não haver indícios de perigo para a saúde na carne importada do...

“Todos os produtos que entraram em Portugal apresentavam características absolutamente normais, portanto não há necessidade alguma de desencadear uma ação para os retirar do mercado”, afirmou Fernando Bernardo aos jornalistas.

Do Brasil, veio apenas 3,7% do total das carnes que Portugal importa, referiu. “Não vamos tomar nenhuma medida no sentido de proibir a importação de carne do Brasil”, esclareceu, indicando que as quatro empresas autorizadas a exportar para a Europa identificadas num caso de fraude já estão “bloqueadas”.

“A exposição dos portugueses a qualquer eventual risco que pudesse existir nestes produtos é extremamente baixa”, garantiu.

O responsável falava durante encontro com jornalistas, em Lisboa, na sequência de um caso que envolve 21 estabelecimentos de produção de carne implicados numa fraude com origem no Brasil.

Segundo o diretor-geral, este é “um problema interno do Brasil”. Apenas quatro daqueles estabelecimentos estavam autorizados a exportar para a União Europeia, frisou: “Não há motivo nenhum para as pessoas se sentirem preocupadas”.

A pequena quantidade de carne que entrou em Portugal, segundo a mesma fonte, foi controlada à entrada no mercado europeu e encontrava-se satisfatória.

“A carne em que foi detetado o uso de substâncias ilícitas, na maior parte, não veio para a Europa, foi para países asiáticos e do Médio Oriente”, acrescentou.

A Comissão Europeia decidiu que os estados-membros devem reforçar o controlo, o que em Portugal será feito pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

Serviço Nacional de Saúde
Vários hospitais de Lisboa continuam a dispensar alimentos com elevado teor de açúcar nas máquinas automáticas, duas semanas...

Nas urgências dos hospitais de São José, D. Estefânia, São Francisco Xavier e Santa Maria as máquinas de venda automática de alimentos continuavam hoje a disponibilizar vários tipos de chocolates e sumos açucarados ou refrigerantes.

Um despacho publicado em junho do ano passado definiu que os centros de saúde e os hospitais, assim como toda e qualquer instituição do Ministério da Saúde, passam a ser proibidos de ter máquinas de venda automática de alimentos com excesso de calorias e em particular com altos teores de sal, de açúcar e de gorduras trans, processadas a nível industrial.

O diploma entrou em vigor a 6 de setembro, mas as instituições tiveram seis meses (até 6 de março) para rever os contratos que tivessem em vigor de exploração de máquinas de venda automática. Contudo, este prazo destina-se apenas às instituições cujos contratos em vigor não impliquem o pagamento de indemnizações ou de outras penalizações.

Fonte oficial do Ministério da Saúde referiu, que o cumprimento do despacho é da responsabilidade dos hospitais, alertando para a exceção, que o diploma contempla, referente ao eventual pagamento de indemnizações.

Contudo, a mesma fonte adianta que irá haver uma avaliação externa ao cumprimento deste despacho, no sentido de perceber se os hospitais estão com dificuldades ou não em cumprirem as novas determinações.

Com o despacho que entrou em vigor dia 6 deste mês, fica proibida a venda de salgados, pastelaria, pão e afins com recheios doces, charcutaria, sandes com molhos de maionese, ketchup ou mostarda, bolachas ou biscoitos muito gordos ou açucarados, guloseimas, snacks, sobremesas, refeições rápidas, chocolates grandes e bebidas com álcool.

Também as máquinas de venda de bebidas quentes têm que reduzir a quantidade de açúcar que pode ser adicionado (até um máximo de cinco gramas).

Em contrapartida, as máquinas têm que disponibilizar obrigatoriamente garrafas de água e devem dar prioridade a alimentos como leite simples, iogurtes, preferencialmente sem adição de açúcar, sumos de frutas e néctares, pão adicionado de queijo pouco gordo, fiambre com baixo teor de gordura e sal, carne, atum ou outros peixes de conserva e fruta fresca.

Dos serviços hospitalares na zona de Lisboa hoje visitados, destacou-se a máquina de venda na urgência do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), que apenas disponibiliza águas, ‘snacks’ de fruta sem adição de açúcar e bolachas sem açúcar.

“Unidos para Acabar com a MGF”
Uma plataforma europeia para formar e capacitar profissionais que trabalham com mulheres e raparigas vítimas de mutilação...

A plataforma “Unidos para Acabar com a MGF”, disponível em nove línguas em www.uefgm.org, visa preparar os profissionais de áreas como a saúde, proteção de crianças e jovens, apoio a refugiados, justiça, educação, comunicação social, de organizações comunitárias e da sociedade civil para saberem lidar com estas situações e preveni-las.

“O objetivo principal desta plataforma de conhecimento é ajudar os profissionais da linha da frente a terem uma atuação mais eficaz e mais adequada face a vítimas ou potenciais vítimas ou pessoas relacionadas de alguma forma com a mutilação genital feminina (MGF), explicou o presidente da Associação para o Planeamento da Família (APF), Duarte Vilar.

Duarte Vilar exemplificou que há profissionais de saúde que “desconhecem o que é a mutilação genital feminina e são apanhados de surpresa quando observam mulheres que foram vítimas dessa prática”.

Construída no contexto de um projeto apoiado pelo Programa JUST da União Europeia, participado por organizações de 11 países da UE, a plataforma disponibiliza e-learning (ensino à distância) e dados sobre a mutilação genital feminina nos países participantes no projeto (Reino Unido, Portugal, Irlanda, Espanha, França, Itália, Chipre, Holanda, Bélgica, Alemanha e Áustria).

A plataforma disponibiliza ainda informação sobre as políticas existentes nesses países e o que tem sido feito para erradicar esta prática, que é um crime em todos os estados-membros da União Europeia e que se estima afetar cerca de 140 milhões de mulheres, raparigas e crianças em todo o mundo.

Segundo Duarte Vilar, “há um pouco mais de 8.000 mulheres, raparigas e meninas que residem em Portugal” que foram vítimas ou que estão em risco de serem sujeitas a esta prática.

“A maioria foi sujeita à prática, mas existe ainda um número significativo de meninas e raparigas que poderão ainda ser sujeitas” à MGF, sublinhou.

A APF refere que, até há pouco tempo, a MGF era um problema desconhecido em Portugal. “No entanto, ocorreram nas últimas décadas importantes fluxos migratórios, nomeadamente de pessoas originárias de países onde a mutilação genital feminina é tradicionalmente praticada“.

Como consequência, “tem vindo a tornar-se um problema de crescente importância, em termos de direitos e da saúde sexual e reprodutiva no nosso país, afetando milhares de mulheres e meninas, residentes sobretudo na área da Grande Lisboa”, salienta a associação.

Duarte Vilar adiantou que organizações de vários países promovem “há vários anos” atividades e projetos “para erradicar a mutilação genital feminina e para prevenir novas situações, nomeadamente em comunidades residentes em países europeus”.

A Plataforma “Unidos para Acabar com a MGF” está a ser lançada em todos os países envolvidos no projeto, sendo a apresentação pública em Portugal na quarta-feira.

Ministério da Saúde
O consumo de medicamentos para a cessação tabágica aumentou 52% em janeiro, face a igual período de 2016, um aumento para o...

Dados do Ministério da Saúde, que cita a autoridade que regula o setor (Infarmed), indicam que o número de embalagens consumidas de Champix (medicamento com a substância ativa vareniclina, auxiliar na cessação tabágica em adultos) aumentou 52% em janeiro deste ano, face a igual período do ano anterior.

Em 2016, registou-se um aumento de 14% de embalagens consumidas face a 2015.

O Ministério da Saúde sublinha o efeito da redução do custo deste medicamento – que desde janeiro é comparticipado pelo Estado em 37% - considerando que esta “permitirá atingir estratos da população economicamente mais carenciados, para os quais a barreira ‘preço’ é naturalmente mais significativa e potencialmente impeditiva da decisão de parar de fumar”.

Em relação ao número de consultas de cessação tabágica, estas aumentaram 14% em 2016, em relação ao ano anterior, sendo esse aumento mais evidente no Alentejo (mais 40%) e no Norte (38%).

Em 2016, foram efetuadas 18.034 consultas de cessação tabágica (15.814 em 2015).

O Ministério da Saúde assegura que no final do ano passado existia, pela primeira vez, “uma consulta aberta de cessação tabágica em todos os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) do país, de forma a aumentar a acessibilidade”.

No último dia do ano, existiam 157 locais de consulta nos cuidados de saúde primários: cinco na Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, 13 na ARS Algarve, 49 na ARS do Centro, 32 na ARS de Lisboa e Vale do Tejo e 58 na ARS do Norte.

Estudo
Cerca de metade crianças e adolescentes saudáveis da região do Porto apresenta níveis de vitamina D abaixo do normal,...

Neste trabalho, publicado na Acta Pediátrica Portuguesa, a investigadora do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, indica que a deficiência em vitamina D poderá tornar-se um problema de saúde pública na população pediátrica portuguesa.

Na população avaliada, com idades compreendidas entre os cinco e os 17 anos, a prevalência de deficiência em vitamina D era de 48%, sendo que 6% registava uma deficiência severa e 5% tinham “compromisso de mineralização óssea para a idade”.

De acordo com Carla Rêgo, a elevada prevalência de deficiência em vitamina D comporta “um elevado risco de compromisso futuro da saúde óssea”, com “potencial impacto na saúde óssea e metabólica”, uma vez que “dois terços da massa óssea são formados na adolescência”.

A investigadora considera que “os resultados deste estudo levam a repensar as recomendações relativas à suplementação em vitamina D às crianças portuguesas e, acima de tudo, reforçam a necessidade de promover mudanças nos estilos de vida”.

Segundo Carla Rêgo, “a suplementação farmacológica ou o enriquecimento de alguns alimentos, como o leite, poderão compensar o suprimento inadequado de vitamina D resultante da exposição solar insuficiente nos meses de inverno na região do Porto e do estilo de vida da maioria das crianças e adolescentes, traduzido por escassas atividades ao ar livre e por um grande número de horas passadas em sala de aula ou em casa”.

Referiu que “as fontes alimentares de vitamina D são limitadas, suprindo apenas 10% das necessidades diárias”.

A pediatra entende que “estes dados apoiam, ainda, a importância do rastreio de comportamentos de risco para deficiência em vitamina D em crianças e adolescentes, integrando-o na consulta de Vigilância da Saúde Infantil e Juvenil, bem como a necessidade de realizar estudos relativos ao ‘status’ da vitamina D na população pediátrica portuguesa”.

A investigadora explicou que a vitamina D é essencial para absorção do cálcio pelo organismo e para a formação óssea, referindo a existência de vários estudos que demonstram “uma associação entre a deficiência nesta vitamina e o aumento do risco de certas doenças crónicas, como doenças cardiovasculares, cancro, doenças autoimunes e diabetes tipo 1 em idade adulta”.

Serviços Partilhados do Ministério da Saúde
Em setembro do ano passado o ministro da Saúde prometeu distribuir mais de 10 mil novos computadores nos centros de saúde, a...

As unidades dos agrupamentos de centros de saúde (ACES) da Cova da Beira e Dão Lafões foram as primeiras a receber computadores: 300, mas mais são esperados. "Está agendada a instalação de mais 812 postos de trabalho, perfazendo um total de 1112 computadores. Iniciaram-se esta semana as ações para a instalação de computadores, estando prevista a instalação de 100 por semana", diz ao Diário de Notícias os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS). A Administração Regional de Saúde (ARS) Centro apontou um investimento de 514 mil euros para os 940 aparelhos já adquiridos.

Também no Norte o processo está em marcha. Na semana passada instalaram mais de 100 computadores, mas há mais mil em fase de entrega. "Começámos pelos ACES Barcelos-Esposende, Gondomar e Porto Ocidental. O processo é para estender a todos os ACES", diz a ARS, referindo que para a região estão previstos 3330 computadores, num investimento superior a 1,7 milhões de euros. "Os restantes 2100 computadores estão a aguardar o visto do Tribunal de Contas", adianta.

No Algarve são esperados 500 computadores, no valor estimado de 240 mil euros, que segundo a ARS já começaram a ser distribuídos, tal como uma parte das 126 impressoras. Já a SPMS diz que 300 começarão a ser instalados "assim que estejam desbloqueadas as questões jurídicas". Mais complicada é a situação do mais de 6 mil equipamentos para Lisboa e Vale do Tejo. "Dois mil computadores aguardam visto do Tribunal de Contas para ser possível o início da instalação. Existe um outro processo de mais de 4600 computadores que está em contencioso jurídico", diz a SPMS.

"O desinvestimento no parque informático dos cuidados de saúde primários levou à identificação de computadores bastante obsoletos, redes locais e ativos de rede muito envelhecidos e desadequados que acabam por "garrotar" os aumentos de rede RIS que possam ser feitos", refere. Será preciso substituir muitos ativos de rede locais, estimando que "um investimento de 8,2 milhões de euros, cujo financiamento está em estudo".

Se o investimento no final de 2016 e início de 2017 para a melhoria da rede informática nos centros de saúde foi sido feita com fundos próprios da SPMS, no caso dos hospitais foram apresentadas 41 candidaturas - pelas unidades e SPMS - ao SAMA 2020 (Sistema de Apoio à Modernização Administrativa). "Muitas já foram aceites, mas existem algumas que ainda estão em fase de apreciação. O total das candidaturas foi de 38 366 510 euros."

Para João Rodrigues, presidente da Associação de Unidades de Saúde Familiares, há um trabalho de base que falta fazer. "Os nossos centros de saúde são dos mais informatizados e com mais potencial da Europa, mas temos problemas de base que estão a levar muito tempo a serem resolvidos. A informatização tem sido feita com programas isolados que não se integram. Temos 18 programas. Seria tudo mais funcional e com menos peso para a rede se estivesse tudo integrado. A largura de banda é muito estreita e a dificuldade começa aí. A estruturação continuada está a falhar. A saúde não tem uma base de dados de utilizadores atualizada", aponta.

Rui Nogueira, presidente da Associação dos Médicos de Família, reforça: "Os computadores são muito necessários e um sistema informático ágil para que os médicos saibam o que uns e outros fazem nos cuidados ao doente. Em pico máximo de utilização passamos 10 receitas por segundo. É uma rede enorme que tem de ter maior disponibilidade tecnológica para que o sistema funcione com agilidade. Isso ainda não acontece. Falta apoio informático. É preciso que este esteja disponível dentro dos horários de atendimento e não apenas das 9.00 às 17.00, quando dou consultas até às 20.00. Se um computador avaria tem de haver agilidade para o substituir logo, enquanto o outro arranja".

Relatório
Novo relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças antecipa o Dia Mundial da Tuberculose. Portugal tem taxa de...

Quem sofre de co-infeção enfrenta um risco sete vezes maior de não ver o tratamento funcionar e um risco três vezes maior de morrer Manuel Roberto

O número de novos casos de tuberculose continua a cair na Europa, mas há grupos que contrariam esta tendência, a começar pelo dos seropositivos, alerta o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, a antecipar o Dia Mundial da Tuberculose, que se assinala na sexta-feira. Em Portugal também cresceu o número de pessoas que têm, simultaneamente, tuberculose e VIH.

De acordo com o relatório do centro europeu, escreve o jornal Público, 1513 pessoas diagnosticadas com tuberculose fizeram o teste de VIH em 2015 em Portugal. O teste deu positivo em 219 casos, o que corresponde a uma taxa de 14,5% de co-infeção. Esta incidência é mais de três vezes superior à média observada nos 19 países da União Europeia/Espaço Económico Europeu que forneceram este tipo de informação.

O ponto de partida até é positivo. A tuberculose aumentou muito na década de 90, mas está a recuar desde 2000. Nos 53 países que fazem parte da Região Europeia da Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 2011 e 2015 verificou-se uma queda de novas infeções na ordem dos 4,3%. No número de mortes, a redução foi ainda maior: 8,5%. Só que as novas co-infeções tuberculose/VIH aumentaram 40%.

Num total de 206 mil pessoas com diagnóstico de tuberculose na Europa, 181 mil fizeram teste de VIH. O resultado foi positivo para cerca de 16 mil, o que representa 9%, bem mais do que os 5,5% verificados em 2011. Estes dados geram preocupação, uma vez que quem sofre de co-infeção enfrenta um risco sete vezes maior de não ver o tratamento funcionar e um risco três vezes maior de morrer. 

A Europa, já se sabe, não é toda igual. A tendência da região é muito influenciada pelos países da Europa de Leste, sobretudo a Rússia e a Ucrânia, refere o relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças. Nos países da União Europeia/Espaço Económico Europeu até há uma diminuição das co-infeções reportadas: de 6% em 2011 para 4,6% em 2015.

Há que relativizar a média atribuída ao espaço comunitário. Como já foi referido, só 19 países comunicaram dados sobre tuberculose/VIH. Acresce que essa informação era conhecida apenas num em cada três casos.

Portugal é um dos países que recolhem este tipo de informação. Testou 71,2% das pessoas com diagnóstico de tuberculose. E contraria a tendência observada no espaço comunitário, já que a taxa de co-infeção de tuberculose/VIH é de 14,5%. O gráfico que consta dos anexos do relatório mostra uma ligeira subida entre 2014 e 2015, tendência que já vinha do ano anterior.

"O recrudescimento das co-infeções TB/VIH entre 2011 e 2015 aliado às taxas persistentemente altas de tuberculose resistente aos antibióticos ameaçam seriamente os progressos realizados no sentido de acabar com a tuberculose, o objetivo que os líderes europeus e mundiais se comprometeram a alcançar até 2030”, comenta Zsuzsanna Jakab, diretor Regional da OMS para a Europa numa nota emitida pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças. "Uma em cada três pessoas co-infetadas com TB/VIH desconhecem a sua condição, o que reduz drasticamente as hipóteses de tratamento. Por sua vez, isso favorece a propagação das doenças, colocando os sistemas de saúde e os governos sob pressão."

Aquém da meta
Em 2015, no Espaço Económico Europeu, 22 países já estavam abaixo de 10 casos de tuberculose por cada 100 mil, a meta definida pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2030. Portugal permanecia longe disso. Continuava a liderar a taxa de incidência na Europa Ocidental.

O relatório indica uma taxa de 20,5 por cada cem mil habitantes em Portugal. Os números, contudo, não batem certo com os da Direção-Geral da Saúde (DGS). Pelas contas da DGS, Portugal estava, pela primeira vez, "abaixo da linha vermelha" dos 20 casos por 100 mil habitantes.

O diretor-geral de Saúde, Francisco George, já esclareceu, num comunicado emitido em Outubro, que Portugal não lida com estimativas, mas com números exatos de casos diagnosticados e tratados. Não se justifica, por isso, aplicar ao país estimativas, que têm uma margem de erro, como faz a OMS. Em 2015, especificou George, a taxa de incidência de tuberculose em Portugal era de 19,2 casos por cem mil habitantes. Nesse ano, foram diagnosticados e comunicados 1987 novos casos da doença, de um total de 2158.

Em Portugal, como em quase todo o espaço comunitário, a tuberculose começa a ser uma doença que atinge apenas alguns grupos mais vulneráveis. Além dos seropositivos, na linha da frente estão os reclusos e os imigrantes. “Temos de direcionar melhor o nosso esforço, se quisermos acabar com a epidemia de tuberculose", sublinha Andrea Ammon, da direção do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças.

Na Europa, as prioridades para a OMS sobre esta matéria recaem na Arménia, no Azerbaijão, na Bielorrússia, na Bulgária, na Estónia, na Geórgia, no Cazaquistão, na Letónia, na Lituânia, na Moldávia, na Roménia, na Rússia, na Tajiquistão, na Turquia, no Turquemenistão, na Ucrânia e no Uzbequistão.

Médico alerta
Delirium é um estado de confusão mental que corresponde à falência aguda do cérebro em consequência de uma condição médica,...

Na maior parte dos doentes idosos internados, a causa é multifatorial e complexa. Independentemente das causas subjacentes, o que carateriza o delirium é a perturbação da atenção (como a redução da capacidade de dirigir, focar, manter e mudar a atenção) e da consciência (diminuição da orientação em relação ao ambiente). Este distúrbio desenvolve-se num curto período de tempo, habitualmente horas a poucos dias, explica Joaquim Cerejeira.

O delirium está associado a um aumento da duração do internamento, da morbilidade e da mortalidade intra-hospitalar, e compromete as taxas de deterioração cognitiva e funcional e de mortalidade, escreve o Sapo.

"Esta síndrome aumenta significativamente a necessidade de cuidados de saúde à população, representando um acréscimo económico, comparável à diabetes mellitus e às quedas, calculado em mais de 50.000 euros/doente/ano", explica Joaquim Cerejeira.

"Infelizmente, a maioria dos casos de delirium, até 76%, não são identificados pelos profissionais de saúde. Vários fatores contribuem para este subdiagnóstico como o desconhecimento em relação aos benefícios do diagnóstico precoce; considerar erradamente que é uma complicação inevitável do internamento; e ignorar os sintomas de delirium atribuindo-os exclusivamente a uma demência", alerta o médico.

"As ações de formação dirigidas para todos os profissionais, como as que vamos desenvolver no Encontro Anual, devem focar-se na promoção do conhecimento sobre delirium e no treino de competências específicas para reconhecer esta síndroma e implementar as medidas terapêuticas necessárias", acrescenta.

A Cérebro & Mente - Associação para o Desenvolvimento em Investigação em Saúde Mental vai promover o 8º Encontro Internacional Psicogeriátrico, dirigido a profissionais de saúde nacionais e internacionais, de 2 a 4 de novembro, no Hotel Dom Pedro Golf, em Vilamoura.

Dia Mundial da Trissomia 21
Também conhecida como Trissomia 21, pode assumir diferentes formas.

O risco aumenta com a idade da mãe e é importante que os pais saibam mais sobre a Síndrome de Down para poderem tomar uma decisão informada. O pediatra Caldas Afonso, coordenador da Unidade de Pediatria do Hospital Lusíadas Porto, sublinha a importância do diagnóstico pré-natal e explica as caraterísticas da síndrome identificada em 1862 pelo médico inglês John Langon Down.

O que é

A Síndrome de Down é uma alteração genética que resulta de uma anomalia no processo de divisão celular do óvulo fecundado. Os portadores da Síndrome de Down desenvolvem uma cópia extra do cromossoma 21. O cariótipo humano é constituído por 23 pares de cromossomas e, nestes casos, verifica-se a presença de um cromossoma 21 adicional. Este terceiro cromossoma — por isso se utiliza também a designação Trissomia 21 — provoca um desequilíbrio genético que vai afetar o desenvolvimento corporal e cerebral do embrião. A trissomia do cromossoma 21 pode assumir diferentes formas:

Trissomia Livre

Verifica-se em 95% dos casos: todas as células revelam três cromossomas 21 inteiros;

Trissomia Parcial (por translocação)

As células têm apenas dois cromossomas 21, existindo um terceiro, constituído por parte do cromossoma 21 e parte de outro cromossoma, normalmente o 14. Acontece em 3 a 4% das trissomias;

Trissomia em Mosaico

Só algumas células possuem o terceiro cromossoma 21. É a situação mais rara que abrange apenas 1 a 2% dos casos.

Fatores de risco

O médico britânico John Langon Down foi o primeiro a descrever a síndrome, em 1862. Mas a causa genética da anomalia só viria a ser descoberta em 1952 pelo pediatra francês Jérôme Lejeune, professor de genética.

As razões que explicam a malformação cromossomática não são conhecidas. Apesar disso, sabe-se que “a hereditariedade, por si só, não significa um risco acrescido de Trissomia 21” e ainda que “existe uma forte correlação do risco de Síndrome de Down com a idade da mãe”, explica o pediatra.

Idade da mãe e risco de Síndrome de Down

                            20 anos –––––> 1 / 1530

                            30 anos –––––> 1 / 1900

                            35 anos –––––> 1 / 360

                            40 anos –––––> 1 / 100

                            45 anos –––––> 1 / 30

 Diagnóstico Pré-Natal

Para chegar a um diagnóstico definitivo é necessário analisar células do embrião, recolhidas através de exames minimamente invasivos como a amniocentese (recolha de líquido amniótico) ou a biópsia das vilosidades coriónicas (recolha de células da placenta), que implicam um risco de aborto de 0,5 a 1%.
A idade da mãe e os exames prévios, realizados durante o primeiro trimestre da gravidez, fornecem porém importantes indicadores. Permitem detetar a Trissomia 21 em 97% dos casos, tornando-se determinantes na decisão de avançar ou não para um exame mais invasivo:

Ecografia (entre a 11ª e a 13ª semana de gravidez)

Permite medir o espaço subcutâneo sob a nuca do feto (translucência da nuca), avaliar a presença do osso nasal, importantes indicadores de risco da Síndrome de Down.

Exame bioquímico (entre a 11ª e 13ª semana)

Deteta a presença no sangue materno de proteínas e hormonas que são também indicadores de risco de trissomia (Trissomia 21, Trissomia 18 e Trissomia 13

Testes de rastreio pré-natal como Harmony, Panorama e outros (a partir da 10ª semana)

Análise laboratorial de fragmentos do ADN do feto presentes no sangue da mãe. Apresenta 99% de eficácia no despiste da possibilidade de trissomias e tem a vantagem de poder ser feito mais cedo.

 

 

Caraterísticas

A existência de uma cópia extra do cromossoma 21 afeta o desenvolvimento físico e cerebral do embrião, em diferentes graus. A gravidade das malformações cardíacas, presentes em 40 a 50% dos casos, é decisivo, podendo determinar inviabilidade da gravidez ou impossibilidade de sobrevivência à nascença.

A lei portuguesa permite a interrupção da gravidez devido a malformações do feto até às 24 semanas. Os resultados dos exames permitem a avaliação clínica de cada situação individual, mas a decisão é sempre dos pais.

“Hoje em dia, ter um filho com Trissomia 21 sem conhecimento prévio é uma situação muito residual. Os pais estão por isso quase sempre bem informados sobre a Síndrome de Down”, explica Caldas Afonso.

Estão atualmente bem identificadas as caraterísticas mais comuns desta anomalia genética:

Olhos amendoados;

Prega palmar transversal única;

Fissura da pálpebra oblíqua;

Base nasal achatada;

Língua protusa, devido a uma cavidade bocal reduzida;

Pescoço curto;

Espaço excessivo entre o primeiro e o segundo dedos do pé;

Pontuado branco na íris (presente em alguns casos);

Hiperlascidez das articulações;

Defeitos cardíacos congénitos;

Desenvolvimento cerebral deficiente (Q.I entre 35 e 70).

 Apoiar e estimular

A esperança média de vida de uma criança com Síndrome de Down aumentou consideravelmente nas últimas décadas. “Tudo depende da cardiopatia, mas no geral, se nos anos 50 era de 12 a 15 anos, hoje cada vez há mais casos de portadores da Síndrome de Down a viver até aos 60 a 70 anos, aproximando-se a sua esperança média de vida da população em geral”, explica o pediatra Caldas Afonso.

A severidade dos problemas físicos e do atraso mental determina o grau de autonomia possível de ser alcançado, mas o pediatra lembra que é importante que estas crianças sejam estimuladas desde cedo.

“O mais importante é que se crie uma estrutura social de apoio em redor da criança — pais, professores, médicos e terapeutas — que permita uma intervenção precoce”, acrescenta. Para o especialista, nunca é demais lembrar também que “acima de tudo são crianças” e por isso devem ser tratadas com “carinho, respeito e naturalidade”, recebendo uma educação variada, sem esquecer a música e o desporto. São raros os casos de portadores de Síndrome da Down a obter níveis de escolaridade avançados, mas isso não significa que não possam trabalhar e tornar-se adultos independentes.

 

*em parceria com Rota da Saúde - Lusíadas

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Segurança Alimentar
A Comissão Europeia garantiu hoje que está a acompanhar a investigação a fraudes envolvendo produtos animais de consumo e que...

“A Comissão está informada sobre a investigação que decorre no Brasil e pediu, na sexta-feira, clarificações às autoridades brasileiras”, disse o porta-voz do executivo comunitário para a saúde, Enrico Brívio, na conferência de imprensa diária.

Bruxelas, adiantou, “garantirá que todas as empresas envolvidas na fraude estão impedidas de exportar para a UE”, adiantando que a Comissão pediu aos Estados-membros para aumentarem os controlos sobre a carne vinda do Brasil.

Na sexta-feira a Polícia Federal brasileira começou a cumprir 309 mandados judiciais em seis Estados e no Distrito Federal, numa operação que investiga o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e empresários do setor num esquema de facilitação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos.

No domingo, o Presidente do Brasil, Michel Temer, garantiu que a carne brasileira é segura e que a organização que adulterava estes produtos já foi desmantelada e que se tratou de um caso “pontual”.

Temer recebeu hoje, numa reunião de emergência, cerca de 20 embaixadores de países que figuram entre os 150 importadores de carnes brasileiras, para responder a dúvidas suscitadas pelo caso que envolve uma organização criminosa que adulterava esses produtos, tanto para o mercado local, como externo.

Durante o encontro, que decorreu no palácio presidencial do Planalto, em Brasília, o Presidente brasileiro garantiu que as investigações permitiram desmantelar um “pequeno” grupo e sublinhou os rigorosos controlos aplicados a carnes brasileiras, “que foram reconhecidos por todos os importadores”.

Temer precisou que, de 4.837 empresas do setor da carne, apenas 21 estão sob suspeita e que cerca de 30 dos mais de 10 mil funcionários de fiscalização sanitária do país estão implicados no escândalo, conhecido na sexta-feira.

O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e de frango, e o quarto no segmento de carne de porco, com as vendas externas destes três setores a representar no ano passado 7,2% desse comércio, na ordem dos 11,6 milhões de dólares (cerca de 3,5 milhões de euros).

De acordo com a polícia federal, funcionários públicos eram subornados por diretores de empresas para darem aval a carnes com prazos de validade já ultrapassados, mas adulteradas.

Entre as práticas, foi comprovado o uso de químicos para melhorar o aspeto das carnes, a falsificação de etiquetas com a data de validade ou a inclusão de alimentos não adequados para consumo na elaboração de enchidos.

Outros 21 estabelecimentos estão sob investigação e o Ministério da Agricultura afastou 33 funcionários por envolvimento no esquema.

Universidade de Coimbra
É sabido que a paixão pelo futebol desperta emoções, por vezes irracionais, que atravessam a fronteira entre o amor tribal e o...

Ao longo de três anos, os investigadores Catarina Duarte, Miguel Castelo-Branco (coordenador) e Ricardo Cayolla estudaram o cérebro de 56 adeptos, na sua maioria das claques oficiais da Académica e Futebol Clube do Porto, cujo nível de paixão foi avaliado através de scores de avaliação psicológica.

Os participantes na investigação, 54 homens e duas mulheres, com idades compreendidas entre 21 e 60 anos, foram expostos a vídeos emocionalmente intensos, quer positivos (por exemplo o golo de Kelvin contra o Benfica no caso dos adeptos do FCP) quer negativos ou neutros.

No estudo, já publicado na SCAN, uma das revistas de neurociências das emoções mais prestigiadas a nível mundial, «foi observada a ativação de circuitos cerebrais de recompensa que são semelhantes aos que são ativados na experiência do amor romântico. Em particular, os circuitos de memória emocional são mais recrutados pelas experiências positivas do que pelas negativas», afirma Miguel Castelo-Branco.

Isto significa, esclarece o coordenador do estudo, «que a paixão tende a prevalecer sobre os conteúdos mais negativos como, por exemplo, de derrota com o rival, que tendem a ser suprimidos da memória emocional. O estudo coloca por isso em relevo os aspetos positivos desta forma de amor tribal, e de que o cérebro dispõe de mecanismos para suprimir conteúdos negativos. O cérebro parece, por essa razão, ter mecanismos de proteção contra memórias suscetíveis de levar ao ódio tribal».

«Curiosamente, quanto maior o score de paixão clubística medida psicologicamente maior é a atividade em certas regiões do cérebro associadas a emoções e recompensa, algumas semelhantes às envolvidas no amor romântico», salienta o também docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Cuidados de Saúde Primários
O Ministério da Saúde espera que, até final do ano, existam mais de 50 centros de saúde com médicos

No Dia Mundial da Saúde Oral, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde encerrou a cerimónia de apresentação do alargamento do projeto-piloto de integração de médicos dentistas nos cuidados de saúde primários do Serviço Nacional de Saúde (SNS), dizendo esperar que, até final deste primeiro semestre, existam médicos dentistas integrados em todo o país nesta área da saúde oral.

“Iniciámos no ano passado com 13 [médicos dentistas em centros de saúde], esperamos que até final do ano tenhamos mais de 50 integrados e o objetivo é crescer, crescer porque os portugueses precisam muito desta área”, disse aos jornalistas no final da cerimónia.

Fernando Araújo sublinhou a “enorme articulação” entre a equipa de medicina familiar e os médicos dentistas, que classificou de “uma mais-valia”.

Para o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, esta integração de médicos dentistas em unidades do SNS deve ser feita “de uma forma equilibrada, sustentável, de forma consistente, de que não haja volta atrás”.

“A integração destes médicos é para ficar, é para o futuro. O SNS tem de dar uma resposta em termos de saúde oral e certamente que irá dá-la”, adiantou.

Presente na cerimónia, o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro, disse que o que mais atrai estes profissionais para o SNS é “a perspetiva de poder trabalhar em equipa, integrados com outros profissionais de saúde, para poder dar um tratamento integrado aos utentes do SNS”.

“Isso é extremamente atrativo e as opiniões dos médicos dentistas nos centros de saúde vão nesse sentido: têm todas as condições de trabalho, têm apoio a vários níveis e contactam com outros profissionais de saúde, colocando a medicina dentária onde deve estar – no âmbito médico e dentro do SNS”, adiantou.

Para Orlando Monteiro, as condições que são dadas aos médicos dentistas para irem trabalhar no SNS são “muito aceitáveis”.

Desde julho, quando arrancou o projeto-piloto de médicos dentistas nos centros de saúde, quase 6.500 doentes foram tratados por estes profissionais.

De acordo com fonte do gabinete do ministro da Saúde, e apesar de grande parte dos 13 médicos dentistas não terem trabalhado a totalidade dos seis meses, devido a questões concursais, foram realizadas 8.844 consultas e tratados 6.420 doentes.

Em julho de 2016 começaram a ser introduzidas consultas de saúde oral nos centros de saúde, com experiências piloto que decorreram em algumas unidades da Grande Lisboa e do Alentejo.

Nesta primeira fase, tinham acesso a consultas de saúde oral doentes portadores de diabetes, neoplasias, patologia cardíaca ou respiratória crónica, insuficiência renal em hemodiálise ou diálise peritoneal e os transplantados inscritos nos agrupamentos de centros de saúde onde decorreram as experiências piloto.

Dados do Ministério da Saúde indicam que, desde essa data, foram emitidas 4.862 referenciações para consulta de saúde oral.

As referenciações utilizadas e concluídas (com todos os tratamentos concluídos) atingiram as 930 e as referenciações em curso (com tratamentos em curso) 2.028.

Neste período foram efetuados 9.545 tratamentos básicos e 8.321 tratamentos complementares.

Segundo o Ministério da Saúde se prepara para anunciar hoje, vão passar a ter consultas de saúde oral mais Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), sendo objetivo da tutela atingir 80% deste objetivo – agendado para 2017 e 2018 – ainda este ano.

Na Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte terão consultas de saúde oral o ACES Porto Oriental (dois centros de saúde), a Unidade Local de Saúde (ULS) Matosinhos (um centro de saúde), a ULS Nordeste (13 centros de saúde), o ACES Feira/Arouca (três centros de saúde), o ACES Douro Sul (três centros de saúde) e o ACES Baixo Tâmega (três centros de saúde).

Na ARS de Lisboa e Vale do Tejo estas consultas passarão a existir no ACES Estuário do Tejo (três centros de saúde), no ACES Lezíria (três centros de saúde), ACES Médio Tejo (um centro de saúde), ACES Almada/Seixal (um centro de saúde), ACES Oeste Sul (dois centros de saúde), ACES Arco Ribeirinho (um centro de saúde), ACES Amadora (um centro de saúde), ACES Lisboa Central (um centro de saúde), ACES Lisboa Ocidental e Oeiras (um centro de saúde), ACES Sintra (dois centros de saúde), ACES Lisboa Norte (um centro de saúde) e ACES Loures/Odivelas (cinco centros de saúde).

Na ARS Centro, serão contemplados os ACES Dão Lafões (quatro centros de saúde), a ULS Castelo Branco (um centro de saúde), ACES Baixo Vouga (um centro de saúde).

Na ARS Alentejo será o ACES Alentejo Central (três centros de saúde) e na ARS Algarve o ACES Algarve II Barlavento (um centro de saúde), o ACES Algarve I Central (um centro de saúde) e o ACES Algarve III Sotavento (um centro de saúde).

O alargamento do projeto-piloto de integração de médicos dentistas nos cuidados de saúde primários do SNS será hoje apresentado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, no Dia Mundial da Saúde Oral.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde Oral
Alimentos e medicação estão entre os fatores que influenciam a nossa saúde oral.

A nossa saúde depende de múltiplos factores, entre eles, factores estruturais, químicos, psicológicos, genéticos, epigenéticos e ainda os nossos hábitos e estilo de vida.
O restabelecimento do equilíbrio energético global do paciente conduz a um estado de saúde física, mental e psíquica.

A saúde em geral e a saúde da nossa boca funciona como um puzzle que deve estar em perfeita harmonia. Além dos factores intrínsecos do nosso próprio organismo, a saúde mental, a alimentação, o meio ambiente onde estamos inseridos, bem como os nossos hábitos e rotinas são factores críticos que podem influenciar o equilíbrio deste puzzle.
Assim, a boca é um órgão extremamente importante, responsável por manter o equilíbrio para que funções vitais, como a mastigação, digestão, deglutição e respiração, se realizem de forma correta. Por isso, é muito importante que a boca esteja saudável e que tenha todos os dentes.

A boca é um reflexo da nossa saúde. Não é por acaso que segundo a filosofia chinesa a língua é a abertura para o coração, e esta teoria pode ser aplicada a toda a cavidade oral. O que comemos, algumas doenças que temos, a medicação que fazemos, tudo pode ter a sua manifestação oral. Mas o contrário também pode ser verificado, ou seja, determinados problemas orais podem reflectir-se na saúde em geral.

A ausência de uma peça dentária cria um desequilíbrio durante a mastigação e a deglutição, obtendo um resultado deficiente na formação do bolo alimentar e consequentemente na digestão do mesmo. Para uma correta mastigação é necessário uma actividade equilibrada dos músculos e dentes de ambos os lados. Esta simetria de forças que é necessária repercute-se na simetria e harmonia da face, do crânio e de todos os órgãos dos sentidos (nariz, ouvidos, olhos, língua). Esta actividade compenetrada de toda a musculatura corporal permite desenvolver uma postura correta e equilibrada.

A alteração das funções do aparelho estomatognático (mastigação, deglutição e respiração) podem ter repercussões sistémicas, pelo que a prevenção, o tratamento e a manutenção do correto funcionamento deste sistema é fundamental, sendo para nós um ponto-chave na forma holística e integrada como procuramos tratar e manter a nossa saúde.

Sabia que a cárie dentária é a infecção mais prevalente no mundo, afectando cerca de 90% da população e que as infecções dos dentes, gengivas e osso aumentam consideravelmente o risco da patologia cardíaca?

Existem já diversos estudos que comprovam o relacionamento entre as doenças cardiovasculares e a periodontite e gengivite. Isto porque nestas patologias orais, existem colónias bacterianas na gengiva, que entram facilmente na corrente sanguínea, podendo depositarem-se em gordura localizada nos vasos do coração levando a formação de coágulos e provocarem problemas cardíacos.

Sabia que o cancro oral é o oitavo mais comum e o mais dispendioso de se tratar e as infecções orais em grávidas estão associadas a nascimentos prematuros e a recém-nascidos de baixo peso?

Sabia que as restaurações a amálgama (vulgarmente conhecidas por “chumbo”), podem ser muito prejudiciais à sua saúde? Esses materiais contêm ligas de metais pesados e mercúrio que podem ser tóxicos para o seu organismo. Nem todas as pessoas toleram bem os metais pesados e as consequências da sua intoxicação são inúmeras. Dor de cabeça, cansaço e fadiga, por exemplo, são queixas frequentes.
Além disso, os dentes estão relacionados com todos os órgãos e sistemas, portanto uma doença num dente não deve ser considerada local, o paciente deve ser avaliado como um todo utilizando assim uma abordagem sistémica e integrativa.

Os medicamentos e a alimentação também influenciam a saúde oral.

A doença do séculos XXI é muito provavelmente a depressão. O consumo de antidepressivos aumentou na última década. O problema oral mais frequente nestes pacientes é a boca seca, também chamada de xerostomia. É um efeito secundário destes medicamentos, que leva à diminuição da produção de saliva.

A saliva tem um papel fundamental no início da digestão e na formação do bolo alimentar, protege toda a mucosa oral, mantém o pH do meio oral, e desta forma poderá ajudar a defender contra a cárie dentária. A nível de saúde geral, pode estar na causa de inflamações do esófago e aparecimento de úlceras.

Quando um paciente chega à consulta com queixas de sensibilidade dentária, e aparentemente não há justificação clínica para tal, é sempre importante questionar que tipo de alimentação o paciente faz.

Um consumo muito frequente de alguns refrigerantes com o pH muito baixo, vinagre, sumos de limão e laranja vai causando desmineralização ao esmalte dentário, podendo provocar sensibilidade dentária.

Em casos de distúrbios alimentares, como a anorexia e bulimia, também é frequente registar desmineralizações (e consequentemente sensibilidade dentária), associado à indução de vómito. Semelhante a estas situações, é também o caso de pacientes com reflexo gastroesofágico.

É sempre importante sinalizar estes pacientes, de modo a adoptar medidas preventivas para minimizar o desconforto provocado.

Todos estes problemas conseguem ser evitados e/ou detectados precocemente com consultas de check up e Higiene Oral regulares.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde Oral
Quase 6.500 doentes foram tratados por médicos dentistas nos cuidados de saúde primários do Serviço Nacional de Saúde (SNS),...

De acordo com fonte do gabinete do ministro da Saúde, e apesar de grande parte dos 13 médicos dentistas não terem trabalhado a totalidade dos seis meses, devido a questões concursais, foram realizadas 8.844 consultas e tratados 6.420 doentes.

Em julho de 2016 começaram a ser introduzidas consultas de saúde oral nos centros de saúde, com experiências piloto que decorreram em algumas unidades da Grande Lisboa e do Alentejo.

Nesta primeira fase, tinham acesso a consultas de saúde oral doentes portadores de diabetes, neoplasias, patologia cardíaca ou respiratória crónica, insuficiência renal em hemodiálise ou diálise peritoneal e os transplantados inscritos nos agrupamentos de centros de saúde onde decorreram as experiências piloto.

Dados do Ministério da Saúde indicam que, desde essa data, foram emitidas 4.862 referenciações para consulta de saúde oral.

As referenciações utilizadas e concluídas (com todos os tratamentos concluídos) atingiram as 930 e as referenciações em curso (com tratamentos em curso) 2.028.

Neste período foram efetuados 9.545 tratamentos básicos e 8.321 tratamentos complementares.

Segundo o Ministério da Saúde se prepara para anunciar hoje, vão passar a ter consultas de saúde oral mais Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), sendo objetivo da tutela atingir 80% deste objetivo – agendado para 2017 e 2018 – ainda este ano.

Na Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte terão consultas de saúde oral o ACES Porto Oriental (dois centros de saúde), a Unidade Local de Saúde (ULS) Matosinhos (um centro de saúde), a ULS Nordeste (13 centros de saúde), o ACES Feira/Arouca (três centros de saúde), o ACES Douro Sul (três centros de saúde) e o ACES Baixo Tâmega (três centros de saúde).

Na ARS de Lisboa e Vale do Tejo estas consultas passarão a existir no ACES Estuário do Tejo (três centros de saúde), no ACES Lezíria (três centros de saúde), ACES Médio Tejo (um centro de saúde), ACES Almada/Seixal (um centro de saúde), ACES Oeste Sul (dois centros de saúde), ACES Arco Ribeirinho (um centro de saúde), ACES Amadora (um centro de saúde), ACES Lisboa Central (um centro de saúde), ACES Lisboa Ocidental e Oeiras (um centro de saúde), ACES Sintra (dois centros de saúde), ACES Lisboa Norte (um centro de saúde) e ACES Loures/Odivelas (cinco centros de saúde).

Na ARS Centro, serão contemplados os ACES Dão Lafões (quatro centros de saúde), a ULS Castelo Branco (um centro de saúde), ACES Baixo Vouga (um centro de saúde).

Na ARS Alentejo será o ACES Alentejo Central (três centros de saúde) e na ARS Algarve o ACES Algarve II Barlavento (um centro de saúde), o ACES Algarve I Central (um centro de saúde) e o ACES Algarve III Sotavento (um centro de saúde).

O alargamento do projeto-piloto de integração de médicos dentistas nos cuidados de saúde primários do SNS será hoje apresentado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, no Dia Mundial da Saúde Oral.

Alerta
Os pólenes vão estar com níveis muito elevados, nos próximos dias, em todas as regiões de Portugal continental, de acordo com o...

Entre hoje e sexta-feira, os níveis de pólenes vão estar elevados em várias regiões do continente, adianta a SPAIC, que vai divulgar um Boletim Polínico todas as semanas e durante a primavera, estação propícia a alergias, que começa hoje.

De acordo com a SPAIC, os pólenes predominantes em Portugal continental serão das árvores pinheiro, plátano, cipreste e carvalhos e das ervas urtiga e parietária.

Em Lisboa (região de Lisboa e Setúbal), os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com predomínio dos pólenes das árvores plátano, pinheiro, cipreste e carvalhos e das ervas urtiga e parietária.

No Porto (região de Entre Douro e Minho), os pólenes encontram-se em níveis elevados, com predomínio dos pólenes das árvores cipreste e pinheiro e da erva urtiga.

A SPAIC adianta também que no Funchal (região autónoma da Madeira), os pólenes encontram-se em níveis baixos, com destaque para os pólenes de cipreste e erva parietária.

Em Ponta Delgada (região autónoma dos Açores), os pólenes encontram-se em níveis moderados, com predomínio dos pólenes das árvores pinheiro, plátano e cipreste e da erva urtiga.

Pesquisa
Um novo medicamento para combater o colesterol e com resultados prometedores para pessoas com aterosclerose e alto risco de...

Dois estudos anteriores, em 2015, concluíram que o medicamento poderia provocar perda de memória e diminuição da concentração em alguns pacientes. Uma pequena parte de pessoas tratadas com o medicamento foi afetada, em comparação com o grupo tratado com um placebo.

Investigadores do “Brigham and Women´s Hospital”, em Boston, em colaboração com mais duas universidades, submeteram pacientes a uma série de testes cognitivos para avaliar, nomeadamente, a concentração e a memória após seis, 12 e 24 meses de tratamento.

“Depois de um tempo médio de tratamento de 19 meses, os nossos dados não revelaram mudanças notáveis na memória e nas funções cognitivas” entre o grupo tratado com o medicamento e o placebo, disse Robert Giugliano, um cardiologista do hospital de Boston e um dos autores do estudo, na conferência anual do Colégio Americano de Cardiologia, este fim de semana em Washington.

Estes resultados, acrescentou, devem tranquilizar médicos e pacientes. Os resultados completos e finais do estudo devem ser publicados nos próximos meses numa revista médica.

O novo medicamento apresenta bons resultados e foi aprovado pela Agência Americana do Medicamento mas é muito caro, com custos superiores a 13 mil euros por ano.

Isenção
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, comprometeu-se a analisar a possibilidade de a isenção de taxas moderadoras...

A sugestão desta medida foi deixada ao ministro, em Viseu, pela presidente da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas, Rita Mendes Correia.

Durante o seminário internacional "Natalidade e famílias numerosas em Portugal", Rita Mendes Correia disse que "uma pessoa que ganhe 630 euros por mês tem isenção de taxa moderadora", mas "uma mãe de três filhos que ganhe 640 euros já não tem".

"Era importante que estas isenções abarcassem não só as pessoas em si, o ordenado de cada um, mas a nível familiar, integrando o número de pessoas que cada família tem", defendeu.

O ministro considerou que esta proposta "faz todo o sentido".

"Posso garantir-lhe que nós, em sede de preparação do Orçamento (de Estado) para 2018, iremos tê-la em conta, porque é uma medida de justiça social de baixo custo para o Estado", afirmou.

Adalberto Campos Fernandes lembrou que "fazia parte dos acordos de princípio dos partidos que apoiam o Governo uma redução sensível das taxas moderadoras, que foi feita em 2016".

"Recentemente foi publicado um estudo da Universidade Nova de Lisboa que confirmou aquilo que já sabíamos: 2016 foi o ano em que mais portugueses vieram ao SNS (Serviço Nacional de Saúde)", referiu.

O estudo dizia ainda que "a redução das taxas tinha sido importante na diminuição do efeito barreira económica que estava a existir até 2015", sublinhou.

O ministro considerou que "não se decreta o fim da baixa natalidade, nem o aumento das famílias, de modo normativista, administrativo ou legal".

"Criam-se condições", defendeu, não "numa ótica estritamente assistencialista", mas criando "movimentos que tornem natural essa tendência de as pessoas investirem na família, nos diferentes modos de organização familiar, e que encarem a decisão de ter filhos como um ato de desenvolvimento pessoal, familiar e até social".

Na sua opinião, "primeiro que tudo é preciso crescimento", porque "não há família sem uma luta forte, determinada, contra a pobreza e contra a falta de rendimento".

Estudo
Crianças com apneia do sono sofrem uma redução significativa de massa cinzenta (células cerebrais) envolvida no movimento,...

O estudo, publicado na revista Scientific Reports, comparou crianças entre os sete e os 14 anos com apneia do sono obstrutiva moderada ou grave com crianças da mesma idade que dormiam normalmente e concluiu que as primeiras tinham redução de massa cinzenta em várias regiões do cérebro.

A descoberta aponta para uma forte ligação entre este distúrbio comum do sono, que afeta até 5% das crianças, e a perda de neurónios ou um atraso no crescimento neuronal do cérebro em desenvolvimento. E é uma razão para os pais de crianças com sintomas de apneia do sono considerarem uma deteção precoce e um tratamento.

“As imagens de mudanças na matéria cinzenta são impressionantes”, disse um dos autores do estudo, Leila Kheirandish-Gozal, da Universidade de Chicago, acrescentando que "ainda não há um guia preciso para relacionar a perda de matéria cinzenta com défices cognitivos precisos, mas há uma evidência clara de perda ou dano neuronal generalizado, comparando com a população em geral”.

Os investigadores analisaram 16 crianças com apneia obstrutiva do sono. Os padrões do sono foram avaliados no laboratório pediátrico do sono da Universidade de Chicago e cada criança também fez testes neuro-cognitivos e ressonâncias magnéticas.

Os resultados foram comparados com os obtidos em exames idênticos feitos a nove crianças da mesma idade, sexo, etnia e peso, que não tinham apneia do sono e com outros resultados guardados em base de dados.

Foram encontradas nas crianças com apneia reduções no volume de massa cinzenta em várias regiões do cérebro, incluindo córtex central, córtex pré-frontal, córtex parietal, lobo temporal e tronco encefálico.

Apesar de as reduções da massa cinzenta serem bastante extensas não é fácil medir as consequências diretas, disseram os autores.

David Gozal, outro dos autores do estudo, disse que os exames não explicam o que afetou os neurónios e em que momento, ou se as células cerebrais encolheram ou foram completamente perdidas.

Estudo
Índios da amazónia boliviana têm cinco vezes menos aterosclerose coronária (endurecimento das artérias) do que os norte...

De acordo com o trabalho publicado na revista científica sobre medicina The Lancet, o grupo indígena Tsimane tem as artérias mais saudáveis de todas as populações já estudadas e estima-se que um homem de 80 anos do grupo tenha a mesma idade vascular que um norte-americano de cerca de 50 anos.

No estudo os investigadores sugerem que o abandono das dietas de subsistência e a opção por estilos de vida da sociedade contemporânea podem ser um fator de risco para as doenças cardíacas associadas à idade, tabagismo, colesterol alto, hipertensão arterial, inatividade física, obesidade e diabetes.

O estudo mostrou que os Tsimane têm “a menor prevalência de aterosclerose coronária de qualquer população alguma vez estudada”, disse o antropólogo Hillard Kaplan, da Universidade do Novo México, Estados Unidos.

"O seu estilo de vida sugere que uma dieta pobre em gorduras saturadas e rica em hidratos de carbono ricos em fibras não processados, em conjunto com o consumo de peixe (selvagem), não fumar e prática de atividade física ao longo do dia pode ajudar a prevenir o endurecimento das artérias do coração. Acreditamos que componentes deste modo de vida podiam beneficiar as populações sedentárias contemporâneas", acrescentou.

Os Tsimane têm um estilo de vida que envolve a caça, a recoleção, a pesca e a agricultura, passando apenas 10% do seu dia em inatividade, ao contrário das populações dos países desenvolvidos, que são sedentárias mais de metade (54%) das horas de vigília.

A dieta deste povo consiste basicamente (72%) em hidratos de carbono não processados e ricos em fibras, como arroz, banana, mandioca, milho, nozes e frutas. A proteína constitui 14% da dieta e provém da carne animal e a gordura representa outros 14%. O tabagismo é raro.

O estudo de campo foi feito em 85 aldeias dos Tsimane entre 2014 e 2015. Foram feitos exames de tomografia computorizada em 705 adultos (entre os 40 e os 94 anos) e além de se verificar o endurecimento das artérias coronárias foram feitos outros exames que incluíram a frequência cardíaca, a pressão arterial, o colesterol ou a glicose.

Com os exames concluiu-se que 85% dos indígenas estudados não tinham risco de doenças cardíacas, incluindo os mais velhos (65% dos avaliados com mais de 75 anos). Os níveis de pressão arterial, colesterol e glicose também foram baixos.

Por comparação, um estudo com 6.814 americanos entre 45 e 84 anos indicou que apenas 14% não tinha risco de doença cardíaca.

Os investigadores sugerem (porque o estudo é de observação) que os resultados se devam essencialmente a um estilo de vida e não à genética, já que se registou um aumento gradual dos níveis de colesterol quando o estilo de vida teve uma mudança, provocada por maiores contactos dos Tsimane com cidades vizinhas.

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