Estudo
Um estudo divulgado na quinta-feira reforça as conclusões de outro realizado em 2015: 66% dos cancros surgem como consequência...

Cerca de dois terços dos cancros são causados por erros aleatórios no ADN que ocorrem quando as células normais fazem cópias de si mesmas. Ou seja, o processo de replicação acontece por azar. Esta é uma descoberta que pode explicar por que é que indivíduos saudáveis, que fazem de tudo para evitar o cancro, são diagnosticados com a doença.

Estas novas conclusões reforçam e são baseadas em estudos realizados em 60 países do mundo, sendo que um deles foi publicado em 2015 na revista Science e chegava a conclusões semelhantes. Ambos os estudos, escreve o jornal Público, foram realizados pelos investigadores da Universidade Johns Hopkins em Baltimore, nos EUA. Neste caso, concluía-se que os erros aleatórios no ADN representavam um risco muito maior do que o anteriormente pensado. O trabalho, liderado então por Bert Vogelstein e o matemático Cristian Tomasseti, causou alguma polémica, sendo contestado pela comunidade de especialistas, que defende que o ambiente e os fatores externos são as maiores causas para o cancro.

“Estes cancros vão aparecer independentemente do quão perfeito for o ambiente”, referiu Vogelstein, geneticista de cancro e responsável também pela investigação divulgada esta quinta-feira.

Tomasetti, que também esteve envolvido no novo estudo que reforça as conclusões do primeiro, refere que, apesar de a maioria das pessoas conhecer os riscos hereditários e de ambiente para o cancro, tais como fumar, poucos levam em conta os riscos literalmente aleatórios sempre que uma célula reproduz o seu ADN e se transforma em duas novas células. Estes erros são “uma fonte potente de mutações cancerígenas que historicamente têm sido subvalorizadas”, afirmou Tomasetti, em comunicado.

O novo trabalho tem como principal novidade a quantificação da porção de cancros originados por estes “azares”. Para chegar a estes resultados, a equipa de investigadores desenvolveu um modelo matemático utilizando os dados sequenciais do ADN do Atlas do Genoma Cancerígeno e os dados incluídos na base do centro de investigação do cancro do Reino Unido. Depois a equipa verificou as mutações específicas que conduziram a um anormal crescimento celular em 32 tipos diferentes de cancro.

Apesar de existirem variações em tipos específicos de cancros, os investigadores concluíram, de forma geral, que 66% das mutações nesses cancros foram resultado dos erros de reprodução, 29% foram causados pelo estilo de vida e ambiente, e 5% por factores hereditários.

Embora a maioria destas mutações não tenham forma de prevenção, os investigadores reforçam que a deteção e o tratamento precoce pode prevenir muitas mortes provocadas pela doença, independentemente da sua causa.

Além disso, e apesar de a maioria dos cancros surgirem por azar, a equipa responsável pela investigação apela a que as pessoas não ignorem os avisos de saúde pública, tais como manter um peso e alimentação saudáveis e evitar fatores de risco como fumar.

Estudo
Um estudo levado a cabo por médicos cardiologistas revela que há um aumento no número de ataques cardíacos na segunda-feira...

O estudo foi realizado com base em dados recolhidos em hospitais do estado norte-americano de Michigan, que permitiram concluir um acréscimo de 25 por cento no número de ataques cardíacos na segunda-feira seguinte à mudança de hora.

Durante quatro anos consecutivos, os investigadores, que apresentaram o estudo na American College of Cardiology, apuraram um total de 93 ataques cardíacos na segunda-feira anterior à mudança de hora, escreve o Sapo.

Este número aumentou para 125 na segunda-feira seguinte aos ponteiros no relógio terem avançado uma hora, enquanto na terça-feira desceram 21 por cento. "Pode ser que as pessoas sejam muito sensíveis à perda de uma hora de sono", disse o cardiologista Amneet Sandhu, da Universidade do Colorado, em Denver.

O especialista concluiu que o resultado do estudo "pode significar que as pessoas vulneráveis a problemas do coração apresentam grandes riscos após as mudanças de horário", afirmou.

Sandhu revelou que foram comparados indicadores no Havai e Arizona, sem hora de verão, possibilitando a conclusão desta pesquisa de quatro anos.

Instituto de Saúde Pública da UPorto
Investigadores do Instituto de Saúde Pública da UPorto começam em abril a avaliar o acesso das mulheres imigrantes aos serviços...

Com este estudo, designado "Bambino - Saúde Perinatal em Imigrantes: Barreiras, Incentivos e Resultados", pretende-se "compreender de que forma os serviços de saúde são utilizados pelas mulheres imigrantes, em comparação com a população portuguesa", disse o coordenador do projeto, Henrique Barros.

Para obtenção dos dados vão ser inquiridas sete mil mulheres (3.500 imigrantes e 3.500 portuguesas nativas), durante o período de dez meses a um ano, sendo o recrutamento das participantes realizado por profissionais de 38 centros hospitalares com maternidade (todos os que se localizam em Portugal Continental).

As imigrações para a Europa "têm vindo a aumentar", indicou o responsável pela Unidade de Investigação em Epidemiologia Perinatal e Pediátrica daquele instituto da Universidade do Porto, para quem "é fundamental" compreender as respostas que existem para esse fenómeno, principalmente nos locais onde, por tradição, "a diversidade cultural não é a regra".

Para este estudo, Henrique Barros acredita ser importante verificar como os fatores socioeconómicos, as diferenças culturais, a língua e a organização dos serviços de saúde podem influenciar a saúde das mulheres imigrantes e dos recém-nascidos.

Apesar de a legislação portuguesa prever que os imigrantes residentes em Portugal tenham as mesmas condições de acesso aos serviços de saúde que os portugueses (independentemente da sua situação jurídica), o coordenador alerta para a existência de estudos que descrevem algumas barreiras e indicadores desfavoráveis nessa área.

A equipa envolvida no projeto pretende, assim, perceber se os dispositivos legais - como o direito a cuidados sem restrição - funcionam de forma efetiva, o que lhes vai permitir analisar "as desigualdades que as imigrantes enfrentam" nesses casos.

Os resultados deste estudo vão servir de base para apoiar decisões no âmbito da implementação de programas de saúde relacionados com a gravidez e da integração das imigrantes no Sistema Nacional de Saúde, referiu Henrique Barros.

Segundo o coordenador, esses dados podem também ser utilizados para melhorar a eficácia dos programas de acompanhamento desta população, que considera "vulnerável", a curto e a longo prazo.

A investigação vai permitir ainda comparar as práticas portuguesas com as realizadas em países como o Canadá, a Austrália, o Reino Unido e a Noruega, nos quais se aplicam questionários semelhantes aos utilizados em território nacional.

Participam neste estudo cerca de 14 investigadores, epidemiologistas, sociólogos e médicos de saúde pública e de obstetrícia do Instituto de Saúde Pública da UPorto (ISPUP), bem como 80 investigadores clínicos pertencentes aos Serviços de Obstetrícia dos hospitais públicos portugueses.

O projeto conta igualmente com o apoio técnico do Alto-Comissariado para as Migrações nas, traduções necessárias.

O "Bambino", cujos resultados serão tratados até finais de 2018 e divulgados no início de 2019, é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

O projeto que vai ser apresentado hoje, a partir das 12:00, no auditório do Museu Soares dos Reis, no Porto.

Associação Salvador
A Associação Salvador dá mais um passo para a inclusão: em parceria com a Fidelidade e com o apoio do Instituto Nacional para a...

O lançamento acontece no próximo dia 30 de março, pelas 15h00, em Lisboa - Auditório da Fidelidade, Rua Alexandre Herculano, 53, e conta com a presença da Secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, e de Humberto Santos, Presidente do Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P..

Esta iniciativa tem como objetivo facilitar a vida das pessoas com deficiência motora, dos seus familiares e cuidadores, assim como a de todos os profissionais ligados a esta área. Para além da atribuição de apoios, empregabilidade, desporto adaptado, sensibilização ou da promoção de acessibilidades, a Associação Salvador acredita que também é fundamental apostar na área do Conhecimento, na qual se integra este Manual. Salvador Mendes de Almeida é tetraplégico desde os 16 anos. Ao longo da sua jornada sentiu que por vezes é bastante difícil encontrar as respostas que se procuram de entre tanta informação distinta. ‘Assim surgiu este Manual, uma ferramenta que compila e agrega todas as informações úteis que se encontravam dispersas, como produtos de apoio, acesso a cuidados de saúde, incentivos na área do emprego, desporto adaptado, lazer, entre outros, facilitando o dia-a-dia das pessoas com deficiência motora, cuidadores e técnicos.’, confessa entusiasmado e feliz com o projeto.

A Associação Salvador tem experiência de mais de uma década a trabalhar com pessoas com deficiência motora
“Desenvolvemos projetos com o objetivo de promover a inclusão, entre os quais destacamos a atribuição de apoios diretos e pontuais a pessoas carenciadas, a integração profissional, o apoio à prática desportiva e a sensibilização de crianças, jovens e da sociedade em geral.”, diz Salvador Mendes de Almeida, lamentando o facto de não conseguirem dar resposta a todos os pedidos: “Somos contactados diariamente por muitas famílias que, confrontadas com uma nova realidade à qual têm que se adaptar, se encontram desorientadas e sem respostas. Este facto deve-se muitas vezes à dificuldade de acesso à informação. Estamos convictos que a informação que disponibilizamos no Manual, de forma clara e detalhada, contribuirá para uma melhor qualidade de vida das pessoas com deficiência motora e das suas famílias.”

Ao longo dos seus 14 capítulos, o Manual apresenta respostas especificamente dirigidas às pessoas com deficiência motora e informação relevante, tanto para estes cidadãos e cidadãs, como para as suas famílias e técnicos que desenvolvem a sua atividade profissional neste domínio. "É um manual, de fácil utilização, com resposta a diferentes questões transversais aos percursos de vida, nomeadamente nas áreas do emprego, acessibilidades, habitação, clarificando questões de crédito, subsídio de renda, tarifas sociais e apoios extraordinários, entre outros temas, que são sem dúvida, importantes para garantir os direitos das pessoas com deficiência.", considera Humberto Santos.

Este Manual estará disponível em www.associacaosalvador.com e será uma ferramenta em constante evolução com atualizações anuais.

Direção-Geral da Saúde
Portugal registou 18 novos casos de tuberculose por 100 mil habitantes em 2016, ano em que 18% das ocorrências foram em...

Segundo dados provisórios que serão hoje divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS), no Dia Mundial da Tuberculose, a taxa de incidência (novos casos) de tuberculose em Portugal situou-se em 18 por 100 mil habitantes em 2016.

Através do Programa Nacional para a Infeção VIH, SIDA e Tuberculose, a DGS indica que cerca de 18% dos casos de tuberculose notificados em 2016 ocorreram em doentes nascidos fora do país.

“O aumento desta proporção nos últimos anos levou o Programa Nacional a desenvolver estratégias em conjunto com o Alto Comissariado para as Migrações, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e ONG no sentido de reduzir este valor”, lê-se na nota da DGS.

Em 2015, último ano com dados definitivos conhecidos, “o teste VIH foi realizado em 88% dos doentes com tuberculose, dos quais 12% foram positivos”.

“Portugal continua a ter uma das mais altas taxas de coinfecção tuberculose/VIH da Europa Ocidental que motiva o Programa a delinear estratégias que visem o rastreio da tuberculose em população VIH positiva e a identificar as barreiras ao tratamento preventivo nesta população”, prossegue a nota da DGS.

A autoridade de saúde destaca “a redução dos casos de tuberculose entre a população prisional e a população consumidora de drogas, traduzindo já o trabalho efetuado nestes grupos”.

Em 13 de outubro do ano passado, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, esclarecia que a taxa de incidência de tuberculose em Portugal, em 2015, era de 19,2 casos por cem mil habitantes.

Até 31 de março
A Câmara Municipal de Lisboa vai dinamizar entre sexta-feira e dia 31 de março a Semana da Juventude, que prevê atividades...

"Esta é uma iniciativa feita por jovens, mas para toda a cidade", disse o vereador dos Direitos Sociais, João Afonso.

Entre as iniciativas previstas contam-se aulas abertas de 'skate' no Liceu Passos Manuel, de artes marciais ('krav maga') e 'bubble futebol' no polivalente de Santa Catarina, de dança, teatro, 'workshops', exposições, atividades radicais, rastreios de saúde e concertos.

O vereador dos Direitos Sociais defendeu que "estes concertos ajudam a promover bandas" menos conhecidas, frisando que "muitos dos grupos que têm sucesso atualmente também começaram assim".

A Semana da Juventude inclui também uma visita ao museu e ao estádio do Sporting Clube de Portugal (a preço de sócio), e um jogo internacional de andebol entre o Sport Lisboa e Benfica e o MT Melsungen, para o qual serão oferecidos 30 bilhetes que poderão ser levantados no Espaço Lx Jovem (em Marvila).

Na sexta-feira será apresentada a Rádio Lx Jovem (no Espaço Lx Jovem), que o vereador João Afonso espera ser "algo a que os jovens deem corpo", e "um veículo para promoção de iniciativas e emancipação de plataformas de juventude".

"Também quisemos trazer a Semana da Juventude para dentro dos Paços do Concelho", observou João Afonso. Entre as iniciativas que têm lugar na Praça do Município incluem-se um 'workshop' de dança oriental e um concerto da Orquestra Académica Metropolitana.

A autarquia sublinha também que estas atividades "alargam-se a novas centralidades" da cidade.

A Semana da Juventude conta com a parceria das Juntas de Freguesia da Misericórdia e Penha de França, a Associação de Radioamadores da Região de Lisboa, Fundação Sporting Clube de Portugal, Sport Lisboa e Benfica, Clube Intercultural Europeu, Associação Académica de Lisboa, Associação Academia dos Patins, Tuna Universitária do Instituto Superior Técnico, e teatros.

ONU
Mais de 116 milhões de crianças vão ser vacinadas contra a poliomielite durante a próxima semana em 13 países da África...

Todos os menores de cinco anos do Benim, Camarões, Chade, Costa do Marfim, Guiné-Conacri, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Serra Leoa “serão imunizados simultaneamente” contra a poliomielite, ou paralisia infantil, numa das maiores campanhas deste tipo realizadas em África, indicam a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) num comunicado conjunto.

As equipas de vacinação, que integram mais de 190.000 profissionais de saúde e voluntários, “trabalharão até 12 horas por dia, deslocando-se a pé e de bicicleta, muitas vezes com uma humidade sufocante e temperaturas superiores a 40 graus centígrados”, assinalam.

Matshidiso Moeti, diretora regional para África da OMS, lembra que Nelson Mandela lançou há 20 anos a campanha “Kick Polio Out of Africa”, numa altura em que a poliomielite era endémica em todos os países e em que “mais de 75 mil crianças ficavam paralisadas anualmente devido à doença”.

A “dedicação dos governos, comunidades, pais e profissionais de saúde” permitiu que a doença fosse confinada a uma zona junto ao Lago Chade, mas a natureza do vírus, propensa à epidemia, torna o progresso frágil, alerta Moeti, numa chamada de atenção para a importância da campanha de vacinação da próxima semana.

Marie-Pierre Poirier, diretora para a África Ocidental e Central da Unicef, declara-se confiante de que o “último reservatório de pólio” pode ser destruído se existir empenhamento por parte dos líderes africanos.

“A erradicação da poliomielite será uma vitória sem precedentes, que não só salvará todas as futuras gerações de crianças de uma doença evitável, como mostrará ao mundo o que África pode fazer quando se une com um objetivo comum”, disse a responsável, citada no comunicado.

Cientistas
Cientistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne, Suíça, modelaram completamente o metabolismo do parasita da estirpe mais...

Muitos dos parasitas da malária desenvolvem resistência aos medicamentos e uma estratégia promissora pode ser atacar o metabolismo do parasita, mas tem sido complicado atuar sobre a sua genética. Os cientistas da Escola suíça desenvolverem o primeiro modelo matemático de um parasita da malária, que integra com precisão a genética e o metabolismo, abrindo portas para um novo tratamento da doença.

O modelo baseia-se no mais mortal dos parasitas da malária, o “plasmodium falciparum” e foi publicado no jornal “Plos Computational Biology”.

Segundo a publicação, já se fizeram esforços intensos de pesquisa para mapear as enzimas metabólicas dos parasitas “plasmodium” mas o metabolismo mostrou ser muito versátil e complexo.

O novo modelo matemático é da responsabilidade de Vassily Hatzimanikatis, de Lausanne, com outros colegas de Genebra e Berna.

Os parasitas da malária infetam várias células ao longo do seu ciclo de vida, exibindo diferentes pontos de vulnerabilidade em cada estágio. Mas até agora ainda não tinha sido feita uma tentativa abrangente de investigar as enzimas que são consistentemente vulneráveis.

Ao estudarem os parasitas os cientistas olharam para a forma como produzem e usam energia para as suas reações metabólicas. Esta abordagem pode ajudar a identificar quais as funções metabólicas essenciais em cada estádio de infeção.

Os cientistas podem portanto modelar, pela primeira vez, a bioenergética do metabolismo do “plasmodium falciparum”, predizendo com uma precisão sem precedentes, que genes são indispensáveis em cada função biológica do parasita.

Sindicato Independente dos Médicos
O presidente do Sindicato Independente dos Médicos afirma que dificilmente será possível cumprir a emissão de atestados médicos...

O presidente do Sindicato, Carlos Arroz, escreveu ao diretor-geral da Saúde a avisar sobre os impedimentos que podem levar à não-emissão dos atestados para as cartas de condução.

“Estando consciente de que o eventual impedimento para emitir atestado para a carta de condução (…) me poderá colocar em situação disciplinar, tomo a liberdade de, por este meio, livre e atempadamente o comunicar”, escreve o presidente do SIM na carta que foi divulgada no site do Sindicato.

A partir de abril, os atestados médicos vão passar a ser transmitidos eletronicamente pelo Ministério da Saúde ao Instituto da Mobilidade e Transportes, permitindo o registo automático da avaliação médica efetuada ao condutor, com eventual registo das restrições.

O presidente do SIM avisa que as instalações em que trabalha como médico de família “não cumprem as normas regulamentares em termos de condições estruturais e de mobiliário”.

Acrescenta ainda que é difícil realizar o exame necessário já que o gabinete médico não é e nunca foi dotado do equipamento médico que é referido na orientação emitida pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para dar cumprimento ao diploma legal.

“Porque o acesso a eventuais pareceres necessários esbarra na dificuldade de marcação de consulta no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para as especialidades mais requeridas (oftalmologia, cardiologia, neurologia, psiquiatria, otorrinolaringologia) ”, é outro dos argumentos invocados pelo presidente do Sindicato dos Médicos.

Carlos Arroz acrescenta ainda que pode também ficar em causa a relação médico-doente que os médicos de medicina geral e familiar vão sedimentando.

Já em fevereiro, um grupo de médicos de família tinha lançado um alerta público manifestando-se contra a emissão de atestados para a carta de condução nos centros de saúde, considerando que pode bloquear a atividade das unidades e que é incompatível com o seu trabalho.

Estes médicos consideravam que os centros de saúde não estão vocacionados para fazer a avaliação para o atestado que está estipulada pela atual legislação, nomeadamente o exame de audição e de visão.

Outra das queixas tem a ver com o tempo necessário para realizar o tipo de peritagem que é requerida para o atestado para a carta: “é absolutamente incompatível com a organização da atividade assistencial das unidades de cuidados de saúde primários”.

7.ª Conferência Europeia de Tabaco ou Saúde
Portugal encontra-se na 15.ª posição, entre 35 países, ‘no ranking’ de controlo do tabaco de 2016, que é liderado pelo Reino...

O anúncio foi feito na 7.ª Conferência Europeia de Tabaco ou Saúde, organizada pela Liga Portuguesa contra o Cancro que decorre até sábado num hotel do Porto, sendo que este ‘ranking’ resulta de um acompanhamento sistemático da aplicação das políticas de controlo do tabaco a nível nacional na Europa.

De acordo com a informação divulgada, em 2013 Portugal ocupava a 24.ª posição deste ‘ranking’, tendo subido assim nove lugares.

A liderar a tabela encontra-se o Reino Unido, seguindo-se a Irlanda e a Islândia. No último lugar está a Áustria, na antepenúltima posição a Alemanha, que é antecedida pelo Luxemburgo.

Este ranking “quantifica a implementação de políticas de controlo do tabaco”, designadamente o preço, a proibição/inibição de fumar em locais públicos e de trabalho, gastos em campanhas de informação pública e advertências de saúde, entre outras.

Segundo Luk Joossens, da Associação Europeia das Ligas Contra o Cancro, os países gastaram menos de dois euros ‘per capita’ em controlo do tabaco, sendo a falta de investimento nesta área “uma preocupação”.

A organização destaca que a Rússia foi incluída neste ‘ranking’ pela primeira vez e que a Roménia fez um progresso extraordinário, saltando do 19.º, em 2013, para o 7.º lugar, em 2016.

De acordo com o ‘ranking’ 2016, seis países têm 60 pontos ou mais, sendo a pontuação máxima obtida pelo Reino Unido (81 em 100).

Dez outros países, incluindo Portugal, que obteve 50 pontos, estão já a aplicar razoavelmente bem políticas de controlo do tabaco, sendo que os restantes 19 países não atingiram os 50 pontos e “precisam de fazer muito mais”, lê-se no documento, disponível na internet.

O documento destaca ainda que, desde 2013, nove países introduziram a proibição de fumar em veículos privados com menores no interior (Irlanda, Reino Unido, França, Finlândia, Itália, Malta, Chipre, Lituânia e Eslovénia).

O documento recomenda que, antes da 8.ª conferência europeia sobre o tabaco, em 2020, os países deve aplicar uma abrangente política de controlo do tabaco, bem como interpelar a indústria tabaqueira, que “continua a ser o maior obstáculo à introdução de políticas eficazes de controlo do tabaco”.

É ainda recomendado que cada país gaste “um mínimo de dois euros ‘per capita’ por ano” no controlo do tabaco, que introduza uma legislação abrangente antitabagismo, incluindo a proibição de fumar em veículos particulares quando os menores estão presentes, e introduza maços de tabaco “simples”.

Países lusófonos
O presidente do Lisbon Institute of Global Mental Health identificou hoje falhas no acesso aos medicamentos básicos no...

"Em alguns países [africanos lusófonos] há problemas de acesso a medicamentos essenciais. O grande objetivo é assegurar pelo menos o acesso a um conjunto de medicamentos essenciais nas doenças mentais, quer nas mais graves, como a esquizofrenia, doença bipolar ou epilepsia, como nas mais comuns, como a depressão ou ansiedade", disse Miguel Caldas de Almeida.

O presidente do Lisbon Institute of Global Mental Health falava hoje, na cidade da Praia, no âmbito de um seminário internacional sobre acesso e utilização dos medicamentos nas doenças mentais, em que participaram especialistas em saúde mental da Organização Mundial da Saúde (OMS), de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Ressalvando que as situações diferem de país para país, Miguel Caldas de Almeida reforçou a ideia de que o objetivo é assegurar que qualquer pessoa com uma doença mental tenha acesso aos medicamentos essenciais.

"Estamos longe ainda disso", disse.

O seminário é organizado pelo Lisbon Institute of Global Mental Health, em colaboração com da Fundação Calouste Gulbenkian, a OMS, a Ordem dos Médicos de Cabo Verde e a Associação de Promoção de Saúde Mental "A Ponte" e pretende debater, analisar e propor medidas que resultem numa melhoria do acesso, mas também da utilização desse tipo de medicamentos.

Miguel Caldas de Almeida lembrou que na última década têm surgido no mercado medicamentos para tratamento destas doenças que são "muito caros" e não "significativamente mais eficazes".

"Há muitos países com poucos recursos que gastam os poucos recursos que têm nos medicamentos mais caros sem grande vantagem e não conseguem depois um acesso generalizado àqueles que até podem não ser muito caros, mas que resolvem os problemas", considerou o responsável.

Daí a importância de implementar estratégias que permitam, entre outros aspetos, adquirir os medicamentos a preços mais acessíveis, encontrar, dentro de cada país, formas de assegurar que os medicamentos estão disponíveis em todas as regiões e que os profissionais de farmácia e clínica geral têm formação para promoverem a melhor utilização desses medicamentos.

"Além do aspeto financeiro, há muito trabalho a fazer do ponto de vista técnico, de formação e organizativo e do ponto de vista político. Ter uma política de saúde mental e dentro da saúde mental de facilitação de acesso aos medicamentos", disse.

O bastonário da Ordem dos Médicos de Cabo Verde, Daniel Silves Ferreira, identificou barreiras no acesso aos medicamentos e outras decorrentes do mau uso destes por falta de capacitação dos profissionais de saúde.

"É preciso que os medicamentos estejam disponíveis, mas também que tenhamos gente que saiba utilizar racionalmente esses medicamentos e o problema muitas vezes reside aí", disse.

Por seu lado, o ministro da Saúde de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, defendeu a necessidade de ampliar o acesso da população a estes medicamentos, mas ressalvou que estes não podem ser tratados "como mercadoria", devendo o seu "uso ser pautado pela racionalidade e mediante orientação de um profissional".

Durante o seminário, que termina na sexta-feira, será ainda abordada a combinação do uso dos medicamentos com outras técnicas no tratamento das doenças mentais.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse hoje que o tabaco foi considerado em Portugal "um problema de saúde...

"No segundo semestre deste ano, a Linha de Saúde 24 passará a dispor de mais capacidade no apoio específico à cessação tabágica. A epidemia do tabagismo é devastadora mas é controlável", afirmou o ministro da Saúde, enumerando outras medidas levadas a cabo pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Adalberto Campos Fernandes referiu que, em todo o território nacional, existe cobertura para consultas de cessação tabágica e foi alargada a comparticipação a medicamentos para deixar de fumar, elogiando os resultados "impressionantes" dos dois primeiros meses do ano.

O governante vincou que também o Ministério da Educação está envolvido nesta "prioridade" através de ações em meio escolar que incluem a temática do tabagismo.

O governante, que falava na sétima Conferência Europeia do Tabaco e Saúde, que teve inicio hoje, no Porto, prolongando-se até sábado, e na qual também participam o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a rainha Letizia de Espanha, o comissário Europeu da Saúde e Segurança e o ministro da Saúde de Espanha, começou por enviar um "fortíssimo abraço" aos responsáveis e voluntários da Liga Portuguesa Contra o Cancro, entidade que organiza o evento.

"O tabaco tem sido um dos maiores flagelos que atinge a saúde pública. Se nada fizermos, este problema agravar-se-á a ao longo do presente século. O tabaco mata atualmente em todo o mundo cerca de seis milhões de pessoas. Em Portugal cerca de 30 pessoas morrem por dia em Portugal", disse Adalberto Campos Fernandes.

O ministro mostrou-se preocupado com as desigualdades uma vez que, disse, "quando olhamos para o que foi conseguido em termos de prevenção, concluímos que os ganhos se distribuem de forma muito desigual" já que "são os mais pobres e os mais vulneráveis que apresentam maiores consumos e menos motivação para deixar de fumar".

"O tabaco contribui para agravar as desigualdades na Saúde", disse o governante que adjetivou o consumo de tabaco como "uma verdadeira epidemia", frisando que o setor da Saúde isolado não tem ao seu alcance todos os instrumentos necessários, pelo que considerou "imperativa" uma mobilização de todos os setores do Estado mas também da sociedade.

Adalberto Campos Fernandes alertou que a aceitação social do ato de fumar e as estratégias da indústria são "cada vez mais sofisticadas e difíceis de controlar", mostrando preocupação com a atratividade do tabaco para os mais jovens.

"Apesar de alguns avanços, estudos em meio escolar revelam que muitos jovens de 13 anos já experimentaram tabaco e que cerca de um terço dos que experimentaram serão fumadores regulares quando atingirem a idade adulta", disse o ministro, defendendo uma "ação muito firme baseada na comprovação científica e alinhada com as melhores práticas internacionais".

O ministro da Saúde falou ainda da Convenção Quadro da Organização Mundial de Saúde para o controlo do tabaco como "um documento referência orientador": "Vincula atualmente cerca de 180 partes e não pode ser descurado. A implementação deste tratado impõe uma forte cooperação intersectorial", salientou.

Segundo Adalberto Campos Fernandes "Portugal está a avançar muito nesta matéria", dispondo de um Plano Nacional de Saúde até 2020, no qual está inscrito uma das metas mais importantes que consiste na redução da prevalência do tabaco e da exposição ao fumo ambiental.

Cientistas alertam
A tuberculose, numa forma resistente a vários medicamentos, está a aumentar no mundo, revertendo décadas de progresso no...

Os autores da investigação, lançada na África do Sul e publicada na revista especializada britânica Lancet afirmam que há novos antibióticos a entrar no mercado, mas que são precisos testes de diagnóstico eficazes para poder orientar o tratamento em cada caso.

Caso contrário, afirmam, as novas drogas serão inúteis para travar o aumento das estirpes de tuberculose com grande resistência a vários tipos de medicamentos.

A tuberculose é a doença infecciosa que mata mais pessoas no mundo anualmente, com números da ordem de 1,8 milhões em 2015, 60% das quais concentradas em seis países: Índia, Indonésia, China, Nigéria, Paquistão e África do Sul.

Dos casos da doença registados, um em cada cinco resistia a pelo menos um medicamento dos mais usados contra a tuberculose e 5% apresentava resistência a outros tipo de fármacos usados no tratamento.

Esta dificuldade de tratar a doença, já de si difícil e prolongada, traduz-se em mortalidade mais alta, risco de contágio para o pessoal de saúde, tratamentos caríssimos e um problema de saúde pública.

Os antibióticos revolucionaram na década de 1950 o tratamento da tuberculose mas o seu uso em massa levou a um aumento de bactérias que lhes resistem, com mutações genéticas provocadas por tratamentos mal feitos.

Tabagismo
O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vítor Veloso, lamentou hoje no Porto que “não haja inspeção” em Portugal ao...

“É preciso que, em Portugal, também se consciencializem que as leis não podem ser só escritas, têm de ser vigiadas”, afirmou Vítor Veloso, referindo que “não há vigilância em Portugal”, mas “tem de haver inspeção para que essas leis sejam devidamente aceites” e “cumpridas por todos aqueles que as devem cumprir”.

Vítor Veloso, que falava aos jornalistas a propósito, da 7.ª Conferência sobre Tabaco e Saúde, a decorrer até sexta-feira, no Porto, disse esperar que deste encontro resulte “um esforço conjunto para se conseguir melhorar a atuação em relação às tabaqueiras, que vão sempre à frente da legislação, sempre à frente da prevenção primária, vão sempre à frente dos fumadores”.

“Infelizmente, ainda temos muitos países da Europa que estão no vermelho [em relação ao consumo de tabaco] e não podemos esquecer que morrem, por ano, seis milhões de pessoas por causa do tabaco”, em todo o mundo, disse, salientando que Portugal, neste âmbito, está pela primeira vez “no verde”.

“Finalmente, Portugal, embora na tangente, é representado já a verde [no gráfico dos países da União Europeia onde mais se fuma], o que quer dizer que conseguimos fazer um trabalho aceitável, que modificou a posição do nosso país”, referiu Vítor Veloso.

Seguindo explicou, “há dois anos, quando o mesmo gráfico foi apresentado na 6.ª conferência, o nosso país estava representado a vermelho, porque ainda não tinha atingido os mínimos”.

“Agora, embora de forma tangencial, passámos para o verde, o que efetivamente significa que temos feitos avanços em relação ao tabaco, tendo diminuído o consumo, o que se fez não só através da legislação, que é cada vez mais apertada, mas também pelas campanhas”, sublinhou.

Contudo, o presidente da LPCC salientou que há ainda um “longo caminho a percorrer” em relação à resolução dos problemas ligados ao tabagismo.

No encontro, que hoje contou, na sessão de abertura, com a presença do Presidente da República, da rainha Letícia Ortiz de Espanha, e do comissário europeu da Saúde e da Segurança Alimentar, discute-se, até sexta-feira, “como é que a União Europeia pode lutar em relação aos ‘inimigos’ que são, sem dúvida alguma, as tabaqueiras, que têm um poder político e económico superior ao dos países”, referiu Vítor Veloso.

“É uma ‘guerra’ entre a legislação e a fuga que as tabaqueiras tentam [fazar] com as novas formas de fumo, para, camufladamente, fugir a essas leis e a essas exigências. Exemplo disso são os cigarros eletrónicos”, sustentou.

O presidente da LPCC defendeu, por isso, “a necessidade de alterar a legislação que, atualmente, só consagra determinados tipos de fumo”.

Nas declarações que prestou à Lusa, Vítor Veloso lembrou que “o tabaco é responsável por 90% dos cancros de pulmão e é responsável também por 20 a 30% de todos os cancros nas diferentes localizações”.

Um novo estudo da Organização Mundial de Saúde alerta para o impacto “sem paralelo” do tabagismo na saúde pública e os investigadores avisam que as doenças associadas ao tabaco são responsáveis por quase 6% dos gastos mundiais em saúde, num total de 400 mil milhões de euros.

O objetivo desta conferência é mobilizar os cidadãos, tornando‐os mais conscientes e capazes de melhorar a sua saúde, promovendo e apoiando políticas de controlo do tabagismo na Europa e no Mundo.

“Como o impacto do tabaco na Europa e no mundo ainda é devastador, é de extrema importância que o controle do tabagismo seja atualmente uma prioridade de agenda”, considerou o presidente da LPCC.

Tabagismo
O comissário europeu da Saúde e Segurança Alimentar afirmou hoje serem necessárias mudanças reais no terreno para combater o...

“Precisamos de mais implementação e aplicação das leis existentes, uma mudança real no terreno”, afirmou Vytenis Andriukaitis hoje de manhã, na sessão de abertura da 7.ª Conferência Europeia do Tabaco e Saúde, a decorrer num hotel do Porto.

Para o comissário, é preciso um “sistema sólido” que permita acompanhar/rastrear todos os produtos de tabaco em toda a Europa, para assim combater o comércio ilícito e garantir que todos os produtos no mercado interno cumprem a legislação da União Europeia (UE), sendo que “a Comissão Europeia (CE) está já a preparar implementar legislação neste sentido”.

Vytenis Andriukaitis alertou também ser necessário seguir com atenção o mercado dos cigarros eletrónicos, vistos como uma alternativa para deixar de fumar, afirmando que estes “não se podem tornar numa porta de entrada para novos fumadores”.

“Se os cigarros eletrónicos são considerados como uma ferramenta que permite deixar de fumar, então devem ser autorizados como produtos farmacêuticos e vendidos em farmácias”, sublinhou.

O comissário europeu defendeu a implementação de uma série de medidas “de controlo do tabaco” para que seja possível reduzir o consumo, designadamente “tornar todos os espaços públicos livres de fumo”, como praias, “aplicar regras de idade mínima para fumar”, “aumentar a consciencialização sobre o tabaco nas escolas e outros ambientes”, “regular os postos de venda, incluindo máquinas”, “reduzir a exposição à publicidade”, “usar preços e impostos”, “promover comportamentos responsáveis” e, entre outras, “ajudar os fumadores a deixar de fumar”.

“Incito os estados-membros da UE a utilizarem todos os instrumentos à sua disposição para o efeito”, vincou, congratulando-se com o facto de Portugal ter sido um dos primeiros países a aplicar a diretiva comunitária sobre o tabaco (de 2014), que proíbe produtos de tabaco “atrativos, coloridos e com sabor”.

Para o responsável, “o tabaco deve parecer e saber a tabaco, não deve parecer um perfume ou um bâton”, sendo que “tudo isto torna [o tabaco] atraente para as crianças começarem a fumar”.

Vytenis Andriukaitis referiu que “as evidências mostram que as pessoas têm menos probabilidade de fumar” se os maços exibirem mensagens e imagens que alertam para os riscos do tabaco, bem como se não tiverem marcas, logotipos e design de marketing”.

“Este é o motivo pelo qual cinco estados-membros decidiram tornar obrigatória a embalagem ‘limpa’ nos respetivos países, e é um excelente exemplo para o resto da Europa”, disse.

Para o comissário europeu, ainda há um longo caminho a percorrer no combate ao tabagismo e é necessário que os estados-membros “juntem forças e trabalhem em conjunto” para tornar a Europa numa zona livre de tabaco.

Perante as “consequências devastadoras” do ato de fumar, quer de saúde quer económicas, o comissário desejou ainda que a legislação comunitária ajude os adolescentes “a fazerem a escolha certa de dizer não ao primeiro cigarro”.

Esta conferência é organizada pela Liga Portuguesa Contra o Cancro, em parceria com a associação europeia das ligas contra o cancro, com o Alto Patrocínio da Presidência da República.

No evento, cuja sessão de abertura contou com a rainha de Espanha, estarão presentes até sábado médicos e peritos de Portugal, Espanha e outros países europeus, bem como delegados de toda a União Europeia.

Comissário europeu da Saúde
O comissário europeu da Saúde e da Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, garantiu hoje no Porto que os consumidores...

“Gostaria de dizer que os consumidores europeus estão absolutamente protegidos. O nosso controle é muito restrito”, afirmou Vytenis Andriukaitis.

O comissário europeu da Saúde e da Segurança Alimentar falava aos jornalistas à margem da sétima conferência sobre tabaco e saúde, que contou também, na cerimónia de abertura, com o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e com a rainha Letícia, de Espanha.

Segundo o comissário europeu, logo que a crise da carne no Brasil foi conhecida “os mecanismos de alerta de todos os países reagiram imediatamente”.

“Aumentámos o controlo e imediatamente enviámos para o Brasil uma mensagem clara de que tem de parar de emitir certificados até se perceber o que está em causa”, acrescentou.

Vytenis Andriukaitis disse ainda que, este domingo, irá ao Brasil para “reunir com o Governo brasileiro, com o ministro da Agricultura e com as autoridades oficiais de controlo para discutir o problema”.

Segundo um porta-voz da Comissão Europeia, foi exigido às autoridades brasileiras a suspensão da licença de quatro estabelecimentos autorizados a exportar para a União Europeia (UE), entre as 21 empresas suspeitas de terem cometido irregularidades, acrescentou a mesma fonte. O pedido dos europeus foi aceite pelas autoridades brasileiras.

Contrariamente a Hong Kong, México, China, Chile e Japão, a UE não suspendeu na totalidade as suas importações de carne do Brasil.

Em 2016, a UE importou 450 milhões de euros de carne bovina do Brasil e 153 milhões de euros de aves.

Os principais clientes europeus são a Itália, que importou 155 milhões de carne bovina brasileira, e a Holanda, que importou 144,5 milhões de euros de carne bovina e 79 milhões de aves.

Na sexta-feira, os responsáveis das autoridades veterinárias dos 28 Estados-membros vão reunir-se em Bruxelas para fazer um ponto da situação sobre os desenvolvimentos e os controlos realizados desde a revelação do escândalo.

O ministro da Agricultura do Brasil, Blairo Maggi, expressou na segunda-feira passada a vontade de dialogar com todos os países que anunciaram restrições à importação da carne brasileira para oferecer explicações.

Um grande escândalo envolvendo empresas brasileiras veio a público na última sexta-feira após a polícia local ter realizado uma grande operação contra companhias que supostamente subornavam funcionários públicos para vender carne ilegal e até mesmo produtos estragados.

Pelo menos 30 pessoas foram detidas na sexta-feira, quando a polícia brasileira acabou por invadir mais de uma dúzia de unidades de processamento de carne.

Uma fábrica de processamento de aves do grupo multinacional BRF e duas fábricas de processamento de carne operadas pela empresa local Peccin foram fechadas.

A carne brasileira é exportada para mais de 150 países, com mercados principais como Arábia Saudita, China, Singapura, Japão, Rússia, Holanda e Itália.

As vendas de carne de aves em 2016 atingiram 5,9 mil milhões de dólares (5,4 mil milhões de euros na cotação de hoje) e de carne bovina 4,3 mil milhões de dólares (4 mil milhões de euros), segundo dados do Governo brasileiro.

Administradores
O hospital do futuro é desenhado e oferece os seus serviços em função das necessidades dos doentes, mas, para isso, as...

Alexandre Lourenço falava a propósito do estudo “Hospital do Futuro” que será apresentado a partir de sexta-feira, durante a primeira Conferência de Valor da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), que terá como tema os modelos de negócio e contratação em saúde – oportunidades e desafios.

O estudo - realizado por elementos da IESE Business School, da Accenture, da Karolinska University e do Hospital Clínic de Barcelona – propõe “a transformação da paisagem dos cuidados de saúde, recomendando que os principais hospitais públicos se tornem centros multidisciplinares de excelência, recebendo referências de casos complexos e coordenando a prestação de cuidados de saúde em toda a comunidade afastando-se da prestação de cuidados de rotina”.

Para Alexandre Lourenço, o hospital do futuro é desenhado, oferece os seus serviços e os profissionais e toda a organização funcionam em função das necessidades dos doentes, “seja ao nível de instalações como as conhecemos hoje, seja em outro tipo de instalações mais próximas do quotidiano do doente”.

O presidente da APAH considera que os serviços que os hospitais apresentam atualmente “são sempre necessários”, embora possam ser prestados “de forma diferente”.

Alexandre Lourenço aponta alguns “exemplos de sucesso” em Portugal, como a cirurgia de ambulatório ou a monitorização domiciliária de portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) ou com insuficiência cardíaca, que impede que os doentes sejam internados.

“Muitos dos cuidados que hoje prestamos a nível hospitalar podemos prestar de outras formas, com melhor experiência do doente”, adiantou.

Contudo, para que a mudança aconteça os hospitais precisam de mais autonomia, disse.

“Hoje em dia os hospitais atravessam algumas dificuldades em termos de autonomia. Só conseguiremos ter um hospital mais moderno e mais direcionado para as necessidades dos doentes quando as próprias organizações tiverem mais autonomia que lhe permitirá novas prestações, maior inovação e centradas nas necessidades dos doentes”, afirmou.

Para Alexandre Lourenço, esta dificuldade de autonomia dos hospitais em relação à tutela “coloca em causa o desenho da oferta do serviço”.

O estudo recomenda que “os hospitais devem reduzir a sua dimensão, com foco em serviços complexos que exigem conhecimentos e tecnologias especializadas” e a eliminação de “os limites rígidos entre os departamentos médicos”, o que permitiria que os recursos sejam “compartilhados entre eles de forma mais flexível”.

Os autores consideram mais importante os “focos nos resultados em saúde e não no volume de serviços prestados”.

Para tal, deve-se maximizar “o valor do ‘big data’ existente desempenhando um papel importante na análise dos resultados, não só em termos do impacto das intervenções de cuidados de saúde, mas também de forma mais ampla sobre os resultados sociais e económicos”.

“Construir em conjunto parcerias mais fortes com os fornecedores onde a componente de partilha de risco e de resultados seja a adequada para o desenvolvimento de padrões globais de saúde mais elevados” é outra das propostas do estudo.

Morte súbita
No dia 28 de Março a Fundação Portuguesa de Cardiologia, em parceria com a Senilife e os hipermercados Jumbo, irá lançar o...

A mecânica é simples: nas parafarmácias dos hipermercados Jumbo poderão ser adquiridas Pulseiras Salva-vidas, pelo valor simbólico de 2€. Por cada grupo de 1500 vendidas as entidades promotoras do projeto oferecem um kit salva-vidas, composto por um desfibrilhador ZOLL com reanimação de alta qualidade e respetiva formação em Suporte Básico de Vida com Desfibrilhação Automática Externa e primeiros-socorros, a uma entidade identificada desde o início das vendas das referidas pulseiras. A primeira entidade a receber este Kit será a Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, em Lisboa, seguindo-se outras em diferentes locais do país. O apresentador João Baião dá a cara por esta iniciativa.

Atualmente a morte súbita mata cerca de 10 mil pessoas em Portugal todos os anos e, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 20 mil pessoas por dia em todo o Mundo. Em Portugal o número de desfibrilhadores, um dos instrumentos mais eficazes de combate a esta problemática de saúde pública, é de cerca de um para cada 10 mil habitantes.

Para o Prof. Doutor Manuel Carrageta, Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, “esta iniciativa pretende realmente salvar vidas. O objetivo é dotar escolas e instituições dos conhecimentos e meios necessários, porque nos casos de paragem cardiorrespiratória cada minuto conta para a possibilidade de sobrevivência da pessoa”.

Após este evento, a vítima perde 10% de hipóteses de sobrevivência a cada minuto que passa. Ou seja, ao final de cinco minutos sem assistência, a vítima tem apenas 50% de probabilidade em sobreviver. O cérebro apenas sobrevive 3-5 minutos sem oxigénio. Desta forma, esta iniciativa visa despertar consciências e sublinhar a importância das técnicas de Suporte Básico de Vida (SBV), uma vez que uma reanimação cardiorrespiratória de alta qualidade aumenta em 2.72 vezes a probabilidade de sobrevivência do doente sem sequelas.

No dia 30 de março a Fundação Portuguesa estará no Jumbo das Amoreiras, onde se fará acompanhar pelo apresentador João Baião, de forma a marcar o arranque deste projeto.

Dia 5 de abril
Professor de Porto Rico, Hiram Arroyo, estará na conferência “Participação, estilos de vida e bem-estar no ensino superior”,...

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) organiza, no próximo dia 5 de abril, a conferência “Participação, estilos de vida e bem-estar no ensino superior”, uma iniciativa no âmbito do projeto internacional Peer-education Engagement and Evaluation Research (PEER), que é também liderado pela instituição de Coimbra.

O encontro, a realizar nas instalações da ESEnfC - Polo A (Avenida Bissaya Barreto, em Celas), entre as 14h00 e as 20h00, contará com a presença do coordenador da Rede Ibero-americana de Universidades Promotoras de Saúde (RIUPS), Hiram Arroyo, professor na Universidade de Porto Rico.

Esta conferência marca o início o III Curso Internacional de Pesquisa-ação Participativa em Saúde, que terminará em dezembro deste ano e que visa a capacitação de equipas de pesquisadores para promoverem estilos de vida saudável e mais bem-estar nas instituições de ensino superior.

A conferência e o curso internacional têm o apoio do Instituto Europeu para o Estudo dos Fatores de Risco em Crianças e Adolescentes (IREFREA - Portugal) e da International Collaboration of Participatory Health Research (ICPHR).

“A pesquisa-ação participativa em saúde é uma abordagem que enfatiza a participação dos cidadãos em todos os aspetos do processo de pesquisa, incluindo-os em todas as etapas: desde a identificação de questões de pesquisa até soluções de execução/ação”, afirma a professora Irma Brito, coordenadora do projeto PEER e do curso, além de professora na ESEnfC.

Para Irma Brito, que também é membro do Comité Executivo da ICPHR, onde representa os países de língua oficial portuguesa e é responsável pela formação, “a participação das partes interessadas [na investigação em saúde] faz aumentar a capacidade de efetuar mudanças nas condições sociais mais amplas que afetam a saúde e bem-estar a longo prazo”.

O III Curso Internacional de Pesquisa-ação Participativa em Saúde constitui uma oportunidade para gestores de projetos apresentarem e desenvolverem os respetivos projetos de promoção da saúde em contexto escolar, refletindo sobre eles e imprimindo-lhes a vertente de pesquisa participativa, além da possibilidade de se juntarem em equipas internacionais criando estudos de caso multicêntricos.

6 de abril - Dia Mundial da Atividade Física
Numa altura em que aumenta a atividade física ao ar livre e se aproxima o Dia Mundial da Atividade Física, a Sociedade...

Segundo um estudo relatado na obra “Visão e Desporto” de João A. Capão Filipe, as lesões oculares que ocorrem durante a prática desportiva podem e devem ser prevenidas. Tem sido demonstrado que o uso dos protetores oculares atualmente disponíveis reduz o risco de lesão ocular em, pelo menos, 90 por cento. O principal obstáculo a um maior e mais difundido uso de protetores oculares é o desconhecimento e uma certa confusão por parte de todos os elementos ligados ao desporto – presidentes, atletas, diretores, treinadores, jogadores e corpo médicos – em saber quais os protetores que são mais eficazes.

Os olhos guiam o corpo e a sua importância é fundamental para qualquer tipo de atleta, seja profissional ou amador. No desporto, a visão desempenha um papel ainda mais importante. Uma visão reduzida não significa simplesmente não conseguir acertar numa bola ou marcar um golo, também aumenta o risco de ocorrência de lesões.

Em Portugal, por exemplo, o futebol de onze e de cinco e o traumatismo pela bola são responsáveis pela maioria das lesões oculares. Estas ocorrem geralmente em jovens amadores não federados (50 por cento) que foram atingidos pela bola enquanto jogavam futebol como passatempo de fim-de-semana. Além do futebol, o ténis e o golfe são modalidades que podem ser particularmente perigosas pela velocidade e força com que as bolas são projetadas.

A análise de lesões oculares permitiu concluir que um doente que recorra a um serviço de urgência de oftalmologia com uma lesão ocular provocada durante a prática de uma atividade desportiva, tem 75 por cento de probabilidade de apresentar uma lesão grave e mesmo que não haja hemorragia e a visão se mantenha normal, a possibilidade de ter uma lesão grave é elevada, pelo que com ou sem sintomas de alarme, qualquer traumatismo ocular que ocorra durante a prática de um desporto deve ser observada de imediato por um oftalmologista.

Mas não são só as lesões que influenciam a qualidade da visão dos desportistas. Existem fatores físicos que podem intervir negativamente na performance visual durante a prática desportiva, como a fadiga, que pode diminuir a acuidade visual e o campo visual. A aceleração, as vibrações mecânicas e sonoras e a diminuição do aporte de oxigénio são também fatores a ter em conta.

O Dr. Mário Ornelas, oftalmologista da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, refere que “com o chegar do bom tempo e durante toda a primavera e verão torna-se mais apelativa a prática de desporto e de atividade ao ar livre, pelo que a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia recomenda que todos os desportistas vigiem de forma regular a saúde dos seus olhos e que em caso de lesão ocular devem ser observados por especialista em Oftalmologia assim que possível”. Salienta ainda que “existe no mercado uma grande variedade de proteções oculares adequada a cada tipo de desporto, quer seja para atletas federados ou simplesmente amadores, mas devem estar certificadas para a modalidade a que se destinam”.

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