Dia Mundial da Doença de Parkinson assinala-se a 11 de abril
A Doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crónica e progressiva.

A Doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais comum, estimando-se que em Portugal existam cerca de 18 mil doentes.

A causa da doença ainda não é conhecida, mas admite-se que resulta de uma combinação de fatores ambientais e genéticos. Embora já sejam conhecidos alguns genes que favorecem o aparecimento da DP, ela não é por regra uma doença hereditária. O maior fator de risco para o aparecimento da DP é o envelhecimento. A DP costuma desenvolver-se de forma lenta e progressiva geralmente a partir dos 55 anos de idade, embora em 10% dos casos surja antes dos 40 anos. Afeta ambos os sexos e é mais frequente nos europeus e norte-americanos do que nos asiáticos ou africanos.

O diagnóstico é clínico, pela história e exame médico do doente, não existindo nenhum exame complementar definitivo. É importante que o despiste da doença seja por isso realizado por um médico neurologista especialista em doenças do movimento.

Entre os principais sinais de alerta desta doença destacam-se sintomas como o tremor em repouso (mais frequentemente num dos braços), a lentidão de movimentos, a rigidez muscular, o andar com passos curtos, a diminuição do tamanho da letra, e a dificuldade na articulação da fala. Apesar dos sintomas mais conhecidos da doença serem motores, a DP manifesta-se também através de sinais como a depressão, ansiedade e alterações no sono.

Apesar de ser uma doença sem cura, existem várias opções de tratamento que são muito potentes a melhorar as queixas dos doentes. Estes tratamentos incluem a toma de comprimidos, injecção contínua de medicamentos através de uma bomba infusora, medicamentos administrados por um penso na pele, fisioterapia e tratamento neurocirúrgico. Relativamente a esta última opção, nem todos os doentes podem ser submetidos a este tratamento. Os especialistas consideram que esta opção é adequada para os doentes que, apesar de terem uma terapêutica farmacológica optimizada, apresentam períodos do dia em que alternam entre ter o efeito da medicação (período on) e outros sem o efeito da medicação (períodos off), e em que estes os sintomas motores interferem de forma significativa com as actividades do dia-a-dia. O tratamento neurocirúrgico consiste numa cirurgia designada por estimulação cerebral profunda, que começou a ser realizada em Portugal em 2002 e que actualmente é feita em vários hospitais do país. Esta abordagem cirúrgica consiste no implante de 2 eléctrodos cerebrais ligados a um neuroestimulador, um dispositivo médico semelhante a um pacemaker. Este dispositivo envia pequenos impulsos eléctricos para as áreas do cérebro responsáveis pelo controlo do movimento. Após o procedimento, os doentes registam melhorias na ordem dos 50 a 75 por cento, o que resulta numa melhoria na qualidade de vida significativa, maior autonomia e autoestima dos doentes.

A DP é uma doença que traz grandes alterações à vida dos doentes, mas também à dos familiares e cuidadores. É fundamental procurar ajuda especializada através de uma abordagem multidisciplinar que inclua a implementação de um programa de reabilitação especializado.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Investigadores na Alemanha criaram um rato transgénico que poderá ajudar a identificar novas estirpes do vírus da gripe capazes...

No artigo do Journal of Experimental Medicine, os cientistas criaram através de manipulação genética um rato com uma proteína encontrada no sistema imunitário humano, a MxA.

Esta proteína é um dos obstáculos às infeções pelo vírus da gripe, e é capaz de proteger culturas de células do vírus da gripe aviária mas é ineficaz contra mutações que conseguem infetar humanos.

Os cientistas esperam que os ratos transgénicos consigam ser como uma espécie de alarme. Se algum vírus os infetar, sabe-se que se trata de um vírus com uma mutação que é capaz de vencer o sistema imunitário humano.

"O nosso rato transgénico com MxA consegue distinguir entre estirpes do vírus sensíveis à proteína e estirpes que conseguem fugir-lhe e, em consequência, têm potencial de provocar pandemias em humanos", afirmou o investigador Peter Staeheli, do Instituto de Virologia do Centro Médico da Universidade de Freiburgo.

Ministério da Saúde
Portugal vai ter o primeiro rastreio nacional de voz dirigido a artistas e outros profissionais da voz, que será promovido pelo...

O rastreio gratuito começa esta semana no Hospital Egas Moniz, em Lisboa, e a partir de maio vai estender-se pelo país e pelas regiões autónomas. A ideia é que seja feito pelo menos uma vez por ano em todos os distritos.

Através deste rastreio é possível fazer o diagnóstico precoce de várias doenças típicas dos profissionais da voz, como cantores ou atores, segundo explicou a médica Clara Capucho, fundadora da Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz.

“O rastreio é uma forma de chamar a atenção dos cantores e dos atores portugueses para os cuidados regulares que devem ter com o seu aparelho vocal: a exigência permanente a que a voz profissional está sujeita desenvolve algumas patologias que, se não forem detetadas cedo e corrigidas, podem comprometer a prazo a qualidade do desempenho artístico”, referiu a cirurgiã otorrinolaringologista.

Clara Capucho vai deslocar-se em cada mês a duas capitais de distrito para realizar ações de rastreio a profissionais da voz mas que também serão abertos à população geral.

A nível local as autoridades regionais vão depois anunciar previamente as unidades de saúde onde serão realizados os rastreios, dando oportunidade às pessoas para se inscreverem.

Segundo Clara Capucho, a laringite crónica de refluxo é uma das doenças mais comuns entre os profissionais da voz, em quem também são frequentes as lesões que surgem por má colocação da voz.

Este primeiro rastreio da voz artística resulta de uma iniciativa da GDA (entidade que em Portugal gere os direitos de propriedade intelectual de músicos, atores e bailarinos), em parceria com o Ministério da Saúde e o Hospital Egas Moniz.

No sábado, véspera do Dia Mundial da Voz, será apresentado publicamente em Lisboa, no Teatro Nacional D. Maria II, este rastreio nacional de voz.

Esta semana haverá já rastreios gratuitos no Hospital Egas Moniz. Hoje e terça-feira os dias são dedicados a guias, intérpretes e tradutores, na quarta-feira será a vez dos fumadores e na quarta-feira será dedicado aos profissionais da voz como atores e cantores. Os rastreios repetem-se no Egas Moniz na semana seguinte.

Instituto Português do Sangue e da Transplantação
“Dê sangue. Fica-lhe bem.” Esta é a mensagem solidária da campanha de dádivas de sangue que o MAR Shopping Matosinhos e o...

Estacionada no parque exterior, junto à entrada MAR (porta giratória) estará a Unidade Móvel do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), pronta a receber novas dádivas de sangue, que se destinam às reservas dos bancos de sangue hospitalares, que lutam por manter níveis autossustentáveis.

Este é o sexto ano consecutivo em que MAR Shopping Matosinhos e IPST se unem nesta missão, tendo, até ao final do ano passado, angariado 500 inscritos para dádivas de sangue.

Recentemente o presidente do IPST, João Paulo Almeida e Sousa, apelou às dádivas de sangue por parte da população mais jovem. Atualmente, na zona norte do país, os menores de 25 anos representam 18% dos dadores e 25% correspondem aos que possuem entre 25 e 34 anos.

“Sendo os jovens a nossa esperança futura e uma geração solidária e atenta aos problemas sociais, vão abraçar esta causa com todo o seu empenho para possibilitar que, no futuro, os avanços da medicina e da cirurgia possam ser sustentados pelas dádivas de sangue”, acredita Ofélia Alves, responsável de programação e colheitas do Centro de Sangue e Transplantação do Porto.

Direção-Geral da Saúde
Pessoas que vivem ou têm contacto sexual com doentes com hepatite A devem ser vacinadas até duas semanas após o último contacto...

As vacinas da hepatite A administradas no âmbito deste surto passam a ser gratuitas e com isenção de taxas moderadoras.

“São elegíveis para vacinação os contactos de pessoas com hepatite A (coabitantes e contatos sexuais) que deverão ser vacinados até duas semanas após a última exposição”, recomenda a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Também são elegíveis para vacinação homens que praticam sexo anal ou oro-anal com outros homens e que se deslocam ou vivem em locais afetados pelo atual surto.

Quanto aos viajantes com destino a países endémicos para a hepatite A só são elegíveis para vacinação a título excecional, devendo o médico prescritor da vacina contactar previamente a DGS.

No caso dos homens que têm sexo anal e oro-anal com outros homens deve ser administrada uma dose única de vacina em formulação pediátrica. Mesmo quem tenham prescrição médica para a vacina de adulto devem ser vacinados com dose única da vacina pediátrica, sem necessidade de nova receita.

Em relação aos contactos próximos (que habitam ou têm relações sexuais) com doentes com hepatite A, deve ser dada dose única da vacina em formulação adequada à idade de cada pessoa.

No caso de ter sido ultrapassado o limite de duas semanas a seguir à exposição ou ao contacto com a pessoa com hepatite A, a vacina não está indicada. A DGS aconselha então os utentes a estarem vigilantes relativamente a eventuais sintomas e a reforçar medida para evitar a transmissão.

Cabe preferencialmente ao médico que identificou a infeção identificar os contactos e prescrever a vacina.

A DGS frisa que não são administradas a ninguém segundas doses de vacinas: “os cidadãos a quem tiver sido administrada uma dose da vacina contra a hepatite A no decurso da sua vida devem ser tranquilizados e informados que uma dose permite a eficácia desejada”.

É ainda recomendado aos médicos que avaliem criteriosamente a decisão de vacinar pessoas com mais de 55 anos, exceto se forem portadores de doença hepática.

Caberá a cada Administração Regional de Saúde e às secretarias regionais das Regiões Autónomas informar sobre os locais de vacinação em cada região. Os sites destas instituições e da DGS devem também divulgar esta informação.

Em Portugal, do início do ano até agora foram notificados 160 casos de hepatite A, cerca de metade dos quais foram internados. Do total de doentes, 93% são adultos jovens do sexo masculino e principalmente residentes na área de Lisboa e Vale do Tejo.

Estudo
Um estudo da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, conclui que o consumo de adoçante pode promover a formação de...

Para o estudo, a equipa liderada por Sabyasachi Sen analisou os efeitos do adoçante artificial sucralose em células estaminais do tecido adiposo. Segundo a investigação, este tipo de adoçante é usado numa variedade ampla de alimentos, como cereais de pequeno-almoço, refrigerantes e bolos.

Em laboratório, segundo o Sapo, as células estaminais foram expostas a esta classe de adoçante durante 12 dias, numa dose equivalente à de quem consome quatro latas diárias de refrigerantes "light".

O estudo concluiu que as células estaminais expostas ao adoçante demonstravam um maior expressão dos genes indicadores de produção de gordura e inflamação.

Depois disso, foram efetuadas biópsias à gordura abdominal de oito adultos, consumires de adoçante, quatro dos quais obesos e quatro saudáveis. Os resultados foram comparados com material genético de adultos que não consumiam adoçante.

Os investigadores aperceberam-se que os adultos que consumiam adoçante evidenciavam um aumento no transporte da glicose para as células e uma expressão exagerada de genes associados à produção de gordura, sobretudo nos voluntários obesos.

Segundo os investigadores, este aumento no transporte da glicose para as células poderá ser particularmente preocupante para os adultos com pré-diabetes e diabetes. "Achamos que os adoçantes de baixas calorias promovem a formação adicional de gordura permitindo que entre mais glicose nas células, causando um processo de inflamação, o que pode ser mais nocivo para os indivíduos obesos", lê-se numa nota da Universidade George Washington.

Lançado em Matosinhos
Um projeto iniciado em 2014 no município de Matosinhos pelo Conselho Português de Ressuscitação para ensino das técnicas de...

Instituição particular de solidariedade social com sede no Porto, o Conselho Português de Ressuscitação (CPR) está a comemorar o 20.º aniversário e conta "milhares de pessoas formadas em Portugal e no estrangeiro nas áreas da reanimação".

Adelina Pereira, médica e presidente do CPR, disse que o projeto de levar o ensino de reanimação às escolas surgiu depois de em 2010 responsáveis pela instituição terem "reunido com alguns partidos com assento parlamentar e tentado sensibilizá-los, sem êxito, para que o projeto integrasse o currículo escolar".

Já em 2013/14, um projeto-piloto e autossustentável em Matosinhos, com o apoio da Câmara Municipal, Agrupamento Vertical de Escolas e dos enfermeiros de saúde escolar avançou com a formação de professores, relatou a responsável.

"A ideia, disse a responsável, “era que os professores, uma vez formados, pudessem replicar e, assim, essa prática chegar a cada vez mais pessoas, alunos incluídos, permitindo que o levassem até às próprias famílias".

Depois de Matosinhos, "seguiu-se Beja e Valongo tendo, ao todo, chegado a 113 professores, 10 enfermeiros de saúde escolar, num universo de mais de 2.000 alunos", elencou Adelina Pereira.

Este projeto decorre de outro, denominado "Salvar vidas" em cuja participação de "figuras públicas e a divulgação nas redes sociais proporcionou uma grande visibilidade daquela que é a ação do CPR", congratulou-se.

"Hoje fala-se muito mais em Portugal do Suporte Básico de Vida e de reanimação do que há seis anos", disse Adelina Pereira, sublinhando um "aumento da consciência social e cívica que permite consolidar a cadeia de sobrevivência".

A decisão de deixar de formar apenas técnicos de saúde para o levar também ao cidadão anónimo faz com que, nas escolas de formação associadas ao CPR "qualquer um possa aceder aos cursos", garantiu Adelina Pereira.

Portugal foi um dos "primeiros países a integrar o Conselho Europeu de Ressuscitação (ERC, sigla em inglês), que hoje integra 32 nações". Foi também dos países da Europa que "mais cedo criou escolas e um Conselho Nacional de Reanimação", frisou a responsável.

Seguindo "à risca e em permanência" as "linhas orientadoras e recomendações de reanimação, desde o suporte básico de vida, que querem seja uma questão de cidadania, até à reanimação para adultos em suporte avançado de vida e neonatal" emanadas da ERC, os cursos do CPR certificam a nível internacional.

"Temos a obrigação de nos mantermos atualizados e de transmitirmos às nossas escolas as novas linhas orientadoras", sublinhou Adelina Pereira dando conta de cursos de instrutores formados em Portugal ministrados "entre outros países, na Inglaterra, Bélgica, Egito, Itália e Suíça".

Auditados a cada três anos pela ERC, ao todo, em Portugal o CPR "formou 400 instrutores em Suporte Básico de Vida e mais 250 em Suporte Avançado de Vida de adultos".

"Dada a qualidade do método formativo que segue o CPR - revelou Adelina Pereira - o INEM, ainda que de modo informal, já está a adotar os mesmos modelos formativos, sendo que, formalmente, isso passará a verificar-se ainda no decorrer deste ano".

Mais justa
A Associação Nacional de Estudantes de Medicina congratulou-se com a alteração prevista na prova que os médicos fazem para...

“Queremos uma prova justa e adequada ao seu propósito: seriar os estudantes com base nos critérios mais adequados para o acesso a uma especialidade”, considera a presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), citada num comunicado, sublinhando que “a realização de uma prova-piloto é fundamental para o sucesso da implementação do novo modelo de prova”.

No fim de semana, o jornal Público noticiou que a comissão nomeada pelo Ministério da Saúde já apresentou a proposta da nova prova, que substituirá o exame que os médicos fazem para aceder a uma especialidade, conhecido por Harrison.

A ANEM lembra a discussão pública do documento, que arranca esta semana, e diz que, em reunião com a tutela, solicitou “uma célere promoção da apresentação pública, aliada a sessões independentes em cada Escola Médica, para partilha das conclusões tecidas pela Comissão Nacional e informação da decisão tomada acerca da sua aplicação”.

O novo modelo de prova deverá ser trabalhado para que em 2018 haja um primeiro teste-piloto, mas será apenas em 2019 que o Harrison será definitivamente substituído pelo novo modelo de exame.

A ANEM recorda ainda que o Decreto de Lei n.º 86/2015 de 21 de maio indicava a aplicação de um novo modelo de prova ainda em 2018.

“É fundamental que não se deixe cair no esquecimento o trabalho desenvolvido pela Comissão Nacional responsável pela proposta do novo modelo de prova e que seja incitado o seguimento das recomendações tecidas para que o novo prazo de implementação seja cumprido”, afirma a presidente das ANEM, Ana Rita Ramalho.

“Se as conclusões apresentadas pela Comissão Nacional forem salvaguardas teremos certamente uma prova mais justa e adequada para todos os estudantes de Medicina portugueses”, acrescenta.

Segundo o Público, se a proposta que vai a discussão pública não sofrer grandes alterações, a prova passará a ter 150 perguntas com resposta de escolha múltipla, quando o Harrison contava com 100. O exame, que durava 150 minutos, passará a ser mais longo.

O Harrison focava-se apenas nas áreas da medicina interna e era um exame assente na capacidade de memorização.

A ANEM, fundada em 1983, é a representante legal dos cerca de 12.000 estudantes de medicina em Portugal.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Quatro regiões da Madeira e do continente apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta enquanto o...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as regiões do Porto Santo (Madeira), Vila Real, Bragança e Guarda estão em risco ‘Muito Elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

As regiões de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Santarém, Lisboa, Portalegre, Setúbal, Évora, Beja, Faro, Funchal (Madeira), Horta (ilha do Faial, Açores) apresentam risco ‘elevado’.

A exceção vai para Ponta Delgada (ilha de S. Miguel), Angra do Heroísmo (ilha Terceira) e Santa Cruz das Flores (ilha das Flores), nos Açores com risco ‘moderado’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu geralmente pouco nublado, apresentando períodos de maior nebulosidade na faixa costeira a sul do Cabo Espichel até meio da tarde.

Está também previsto vento em geral fraco do quadrante leste, temporariamente de noroeste na faixa costeira ocidental durante a tarde, soprando moderado a forte nas terras altas das regiões Centro e Sul, em especial até ao final da manhã, e no Algarve.

A previsão aponta ainda para uma pequena subida da temperatura.

Para a Madeira prevê-se céu geralmente muito nublado, períodos de chuva ou aguaceiros a partir do início da manhã e vento fraco a moderado predominando de sudoeste, soprando temporariamente moderado a forte nas terras altas.

O IPMA prevê para hoje no grupo ocidental (Flores e corvo) períodos de céu muito nublado, aguaceiros e vento norte muito fresco a forte com rajadas até 80 quilómetros por hora, tornando-se fresco.

No grupo central (Pico, Faial, Terceira, São Jorge e Graciosa) prevê-se períodos de céu muito nublado com abertas, tornando-se encoberto, chuva e aguaceiros, possibilidade de trovoadas e vento norte forte a muito forte com rajadas da ordem 110 quilómetros por hora durante a madrugada, rodando para nordeste e tornando-se moderado.

Para o grupo oriental (São Miguel e Santa Maria) prevê-se céu muito nublado, com abertas a partir da manhã, chuva durante a madrugada, passando a aguaceiros, possibilidade de trovoadas e vento noroeste moderado a fresco com rajadas até 50 quilómetros por hora rodando para nordeste e tornando-se bonançoso.

Quanto às temperaturas, em Lisboa as temperaturas vão oscilar entre 13 e 27 graus Celsius, no Porto entre 15 e 26, em Braga entre 08 e 30, em Viana do Castelo entre 11 e 29, em Viseu entre 14 e 27, em Vila Real entre 11 e 28, em Bragança entre 09 e 27, na Guarda entre 12 e 22, em Coimbra entre 12 e 29, em Castelo Branco entre 12 e 27, em Leiria entre 11 e 29, em Portalegre entre 15 e 26, em Évora entre 10 e 28, em Beja entre 11 e 27, em Santarém entre 12 e 31 e em Faro entre 14 e 24.

Desde 2002
Várias centenas de doentes de Parkinson recuperaram autonomia e mobilidade através da cirurgia de estimulação cerebral profunda...

A terapêutica consiste no implante de um dispositivo colocado a poucos centímetros do cérebro, numa intervenção em que o doente apenas recebe anestesia local para poder colaborar no procedimento e assegurar a eficácia do tratamento.

"Tinha muitas dificuldades de locomoção e cheguei a deslocar-me de cadeira de rodas, mas depois da cirurgia tive uma melhoria muito significativa e um aumento de qualidade de vida substancial", disse o médico obstetra João Wadhoomall, de 75 anos, operado em outubro de 2012 no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

O especialista, que exercia funções no Hospital de Castelo Branco, onde foi diretor de serviço, tinha pouco mais de 50 anos quando lhe foi diagnosticada a doença, que é caracterizada por movimentos involuntários, músculos rígidos e elevadas dosagens de medicação.

Já com o diagnóstico confirmado, ainda participou em cirurgias de cesariana, mas as limitações físicas levaram-no a aposentar-se antes dos 60 anos, quando estava no topo da carreira médica.

"É preciso aceitar a doença e lutar contra ela, não nos podemos isolar, porque o isolamento é a pior arma", sublinha João Wadhoomall, que faz fisioterapia uma vez por semana e aproveita para sair de casa e caminhar.

O médico, natural de Timor-Leste, de onde saiu aos 17 anos para estudar em Coimbra, onde se licenciou, considera a socialização do doente e o envolvimento com a família muito importante e lamentou que muitos pacientes "não saiam de casa com vergonha de se mostrar".

Manuel Felizardo, engenheiro civil, de Pombal, recebeu o diagnóstico aos 41 anos, numa consulta de medicina do trabalho, que confirmou a causa dos tremores que registava nos membros superiores.

Foi reformado por invalidez em 2010 e, em 2013, com 54 anos, foi submetido à cirurgia, no CHUC, que lhe devolveu a autonomia e a possibilidade de voltar à sua atividade, como voluntário, no município de Pombal.

"Depois da intervenção, a minha qualidade de vida alterou-se significativamente. Quase que não me conseguia mexer e depois fiquei muito melhor", relata Manuel Felizardo, atualmente com 58 anos.

O doente considera que a "intervenção foi de tal maneira eficaz” que voltou a trabalhar na sua área.

"Nesta doença, é fundamental estar ativo", frisou.

Manuel Felizardo explicou ainda que tem uma grande margem de progressão na estimulação cerebral, uma vez que a voltagem elétrica do dispositivo ainda se encontra distante do máximo permitido.

Segundo o neurologista Fradique Moreira, da consulta de estimulação cerebral profunda nos CHUC, "a eficácia desta intervenção depende muito da seleção dos doentes, porque nem todos podem ser sujeitos à cirurgia e nem todos têm eficácia com esse tratamento".

A cirurgia é normalmente feita a doentes com estádios avançados da doença, mas que tenham uma boa resposta à levodopa, fármaco que substitui o défice de dopamina, um neurotransmissor que deixa de ser fabricado na doença de Parkinson.

O objetivo é restabelecer o funcionamento normal de um circuito cerebral anómalo, através da aplicação de um estímulo elétrico num núcleo específico que faz parte desse circuito, que servirá de marca-passo para o funcionamento celular", explicou Fradique Moreira, salientando que é necessário ajustar e regular o aumento da estimulação e o decréscimo da medicação.

"Conseguimos dar uma boa qualidade de vida e melhorar os sintomas que já não estavam a ser controlados pela medicação. O doente fica com uma boa capacidade motora, mas a doença continua a progredir, pois é degenerativa e ainda não conseguimos travar o seu curso", observou a neurologista Cristina Januário, da consulta do movimento no CHUC.

Especialista
A doença de Parkinson, a patologia neurodegenerativa mais prevalente a seguir à de Alzheimer e que já afeta quase 20 mil...

"A prevalência da doença é grande e temos dificuldade em ter estudos epidemiológicos em Portugal, mas fizemos um com o apoio da Associação de Doentes de Parkinson e a prevalência estimada é de 180 por 100 mil habitantes", adiantou a especialista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Na terça-feira, 11 de abril, assinala-se o Dia Mundial da doença, que atinge mais de uma em cada mil pessoas na Europa. É a data de nascimento do médico James Parkinson, o primeiro a descrever a doença faz precisamente 200 anos.

Salientando que a doença de Parkinson é "também uma patologia do envelhecimento", a médica Cristina Januário alerta que a população portuguesa está a envelhecer, o que aumenta a sua prevalência.

Apesar de a doença ser progressiva e de ainda não se poder travar o seu curso, alguns doentes conseguem reunir os requisitos para se submeterem a uma terapêutica disponível desde 2002 em Portugal, que consiste no implante de um dispositivo que estimula núcleos específicos no cérebro.

Nos últimos anos, várias centenas de doentes em Portugal recuperaram autonomia e mobilidade através daquela cirurgia inovadora, que trouxe melhorias significativas na qualidade de vida dos pacientes ao baixar as dosagens de medicação e ao reduzir os sintomas motores.

"A eficácia desta intervenção depende muito da seleção dos doentes, porque nem todos podem ser submetidos à cirurgia, nem todos têm eficácia com esse tratamento. E depois há um acompanhamento no pós-operatório que é fundamental", considerou o neurologista Fradique Moreira, da consulta de estimulação cerebral profunda nos CHUC.

A cirurgia é normalmente feita a doentes com estádios mais avançados da doença, mas que tenham uma boa resposta à levodopa, fármaco que substitui o défice de dopamina, um neurotransmissor que deixa de ser fabricado com a doença de Parkinson.

De acordo com o especialista, existem três etapas fundamentais para o sucesso da cirurgia.

"A seleção criteriosa, saber o doente que temos à frente e gerir as suas expectativas, e o acompanhamento pós-operatório".

Para Cristina Januário, o grande objetivo da intervenção passa por baixar a dose de medicamentos que o doente toma, porque tem efeitos secundários, e reduzir os sintomas motores.

"Conseguimos dar uma boa qualidade de vida e melhorar os sintomas que já não estavam a ser controlados pela medicação. O doente fica com uma boa capacidade motora, mas a doença continua a progredir, pois é degenerativa e ainda não conseguimos travar o seu curso", observou.

Segundo Fradique Moreira, no acompanhamento pós-operatório é feita uma gestão entre a estimulação que é fornecida ao doente e a gestão também da medicação.

"Não se opera o doente e o processo está terminado. O objetivo é restabelecer o funcionamento normal de um circuito cerebral anómalo, através da aplicação de um estímulo elétrico num núcleo específico que faz parte desse circuito, que servirá de marca-passo para o funcionamento celular", explicou o neurologista, salientando que é necessário ajustar e regular o aumento da estimulação e o decréscimo da medicação.

No CHUC, unidade que realiza esta intervenção desde final de 2012, já foram operadas cerca de 40 doentes, numa média de cerca de um por mês, mas o objetivo é continuar a crescer.

Anualmente, a especialidade de doenças do movimento naquela unidade hospitalar realiza cerca de 2.600 consultas, sendo maioritariamente referentes à doença de Parkinson.

O grande desafio da doença, que afeta quase 20 mil portugueses, é descobrir o mecanismo que leva um grupo de neurónios a deixar de produzir a substância dopamina, considerou a neurologista Cristina Januário.

"O grande desafio passa, sobretudo, por entender qual o mecanismo que leva a que aqueles neurónios deixem de produzir a substância que deviam produzir, aí é que será a forma mais interessante de atuar", frisou a especialista do CHUC.

Vila Nova de Gaia
Paula Leite e António Oliveira deram um exemplo de superação após terem sido amputados e criaram uma associação em Vila Nova de...

A Associação Nacional de Amputados (ANAMP) nasceu em dezembro de 2014, sete anos depois de um acidente de viação ter levado meia perna esquerda a Paula Leite, presidente e principal dinamizadora da instituição.

Amputada em janeiro de 2007, Paula Leite viveu os seis anos seguintes em reabilitação, período em que se deparou "com muitas falhas ao nível de apoio à pessoa amputada".

Ao mesmo tempo, apercebeu-se que manter a perna amputada ao nível do joelho retirava-lhe "qualidade de vida", obrigando-a a "deslocar-se exclusivamente com o apoio de canadianas".

"Decidi fazer uma segunda amputação, compatível com o uso de uma prótese, e hoje não só sou autónoma como vivo sem dor. Estou novamente dentro da vida", explicou Paula Leite.

Nesse tempo conheceu o que seria o seu marido e atual vice-presidente da ANAMP, António Oliveira, também ele amputado da mão direita. E, desde então, na casa de família transformada em sede exercem "uma atividade ininterrupta de apoio a centenas de pessoas".

Com quase dois anos e meio de existência, a associação sofre ainda de um problema estrutural, faltando-lhe uma sede, carência que a Câmara Municipal de Gaia "prometeu resolver até agosto", revelou o dirigente.

Reclamando uma "forma diferente de pensar", Paula Leite e António Oliveira apostam na inclusão dos amputados "através da prática desportiva". E, da sua intervenção, nasceram projetos de escalada adaptada, voleibol e ciclismo para amputados.

"Queremos que as pessoas vivam, que não fiquem confinadas à sua deficiência", frisou António Oliveira, exemplificando com o exemplo de uma amiga de Braga, também ela amputada, e que "há 15 anos não saía de casa para conviver".

A inscrição de nove deles no 1.º Campeonato Nacional de Escalada Adaptada, em Braga, revelou que a aposta "foi ganha" e ela "foi a primeira dos participantes pela ANAMP a completar os 15 metros da escalada", congratulou-se Paula Leite.

"A limitação está na nossa cabeça, essa é a nossa única amputação", salientou a presidente da ANAMP, para quem "só a falta de ferramentas é limitadora para os amputados".

Prestando apoio em várias áreas, é na "falta de informação sobre os seus direitos" de quem sai de um hospital amputado que os próprios encontram as maiores barreiras para continuarem a viver.

Ainda a aguardar pelo estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), a ANAMP ocupa uma "parte substancial do seu tempo a auxiliar em termos jurídicos e técnicos as pessoas", disse Paula Leite.

"Não temos recursos, mas temos conhecimentos e já conseguimos arranjar próteses para amputados, quer a preços mais vantajosos, quer recolhendo-as de familiares dos anteriores proprietários, entretanto falecidos", acrescentou.

Com a chegada da sede, os dois responsáveis esperam conseguir "redimensionar o papel da associação e, por exemplo, começar a trabalhar nos hospitais, ajudando as pessoas amputadas em termos jurídicos e técnicos enquanto estas ainda estiverem internadas".

"Em Portugal, entre o pedido de uma prótese e sua chegada passa, em média 1,5 anos, pelo que se pudermos começar esse processo ainda no hospital, será um tempo que essas pessoas vão ganhar para recuperarem as suas vidas", frisou a presidente.

Direção-Geral da Saúde
O número de casos de hepatite A notificados desde o início do ano, em Portugal, subiu para 160, revelou o diretor-geral da Saúde.

Em declarações aos jornalistas, Francisco George adiantou ainda que a vacinação para a hepatite A vai ser alargada, deixando de ser exclusivamente feita num único centro em Lisboa.

Haverá cinco pontos de vacinação, abrangendo as várias regiões de Portugal continental, e um ponto na Região Autónoma dos Açores e outro na Região Autónoma da Madeira.

O diretor-geral da Saúde lembrou que a vacinação é feita mediante prescrição médica e através de critérios que estão definidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

As autoridades estão a finalizar uma nova norma sobre o surto de hepatite A, que definirá nomeadamente os locais de vacinação e a quem deve ser administrada a vacina.

Sobre os casos de sarampo que têm sido recentemente detetados em Portugal, Francisco George confirmou que há seis casos da doença confirmados e que está a ser ainda investigado de que forma estas seis pessoas apanharam a doença.

O sarampo é uma das doenças infeciosas mais contagiosas, podendo provocar doença grave ou mesmo a morte. É evitável pela vacinação e está, há vários anos, controlada em Portugal.

O diretor-geral da Saúde recordou que as autoridades receberam recentemente informação da Organização Mundial da Saúde sobre surtos de sarampo na Europa, muito devido a “bolsas de pais e de mães” que decidem não vacinar os seus filhos.

Os seis casos para já existentes em Portugal ainda estão sob investigação, no sentido de se perceber se o vírus foi adquirido no estrangeiro ou por contactos com estrangeiros. A maioria dos casos é em crianças não vacinadas que ainda não tinham idade para ser vacinadas ou já teriam mas não tinham ainda levado a vacina.

A vacina do sarampo é, de acordo com o Programa Nacional de Vacinação, administrada pela primeira vez aos 12 meses.

Francisco George considera que os portugueses não têm motivo para se preocupar com o sarampo, uma vez que existe uma grande cobertura vacinal na população.

Consideram-se já protegidas contra o sarampo as pessoas que tiveram a doença ou que têm duas doses da vacina, no caso dos menores de 18, e uma dose quando se trata de adultos.

A DGS tem aconselhado a vacina a todas as pessoas que vão viajar ou participar em eventos internacionais. As vacinas são dadas gratuitamente no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 500 casos de sarampo foram reportados só este ano na Europa, afetando pelo menos sete países.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde, distinguiu, hoje, a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra com a Medalha de Serviços Distintos Grau ...

A entrega do galardão decorreu no Teatro Thalia, em Lisboa, no âmbito da celebração do Dia Mundial da Saúde, cujas comemorações, em 2017, se subordinaram ao tema “Depressão. Vamos falar!” (Depression: Let’s talk).

Para receber a medalha, das mãos do ministro Adalberto Campos Fernandes, que se fez acompanhar pelos secretários de Estado Fernando Araújo e Manuel Delgado, esteve a vice-presidente da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), professora doutora Aida Cruz Mendes.

Na fundamentação apresentada pela Administração Regional de Saúde do Centro para a proposta de atribuição da medalha de ouro à ESEnfC, é referido que a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, cuja tradição formativa remonta a 1881 (ano da criação da Escola de Enfermeiros de Coimbra, primeira escola para enfermeiros em Portugal), “realiza a formação em parceria com instituições de saúde e de ensino superior nacionais e internacionais de referência”, estando “orientada para as novas necessidades sociodemográficas, as exigências do mercado global de trabalho e a formação ao longo da vida”.

Instituto Nacional de Estatística
A oferta de carne de aves ultrapassou pela primeira vez a dos suínos, segundo a Balança Alimentar Portuguesa, hoje divulgada...

Neste período, verificou-se “um aumento sustentado das disponibilidades de carne de animais de capoeira (16,1%), assim como das disponibilidades de carne de bovino (8,6%)”, refere o documento do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em 2016, a oferta de carne de aves fixou-se em 85,2 gramas diárias por habitante (31,1 quilogramas por pessoa por ano), o que se traduziu em mais 11,8 gramas por dia face a 2012, equivalente a mais 4,3 quilogramas por ano.

O consumo de carne de bovino para o mesmo ano foi 47,9 gramas diários por habitante, mais 3,8 gramas face a 2012.

Já a quantidade disponível de carne de suíno em 2016 foi a menor desde 1998, abaixo do valor registado em 2012, salienta o INE.

A Balança Alimentar Portuguesa (BAP) comparou o período 2012-2016 com o período 2008-2011, tendo verificado que a “carne de animais de capoeira” passou “da segunda mais importante”, com 32,6% das disponibilidades médias em 2008-2011, para primeiro lugar no quinquénio seguinte, com 36,7% (mais 4,1 pontos percentuais).

A oferta desta carne ultrapassou a de suíno que, no período 2012-2016, representou 31,5% das disponibilidades médias totais - menos 1,4 pontos percentuais (pp) face ao período anterior.

A perda de importância face ao total das disponibilidades médias entre estes períodos estendeu-se às restantes espécies, tendo a carne de bovino, que manteve a terceira posição, perdido 1,2 pp.

Quanto à oferta de pescado, os dados indicam que recuperou, entre 2014 e 2016, tendo aumentado 11,8% neste período.

Relativamente ao consumo de bebidas em Portugal, o INE refere que, em 2016, cada residente tinha disponível 580,3 mililitros (ml) por dia de bebidas não alcoólicas (em média, 547,7 ml/hab/dia no período 2012-2016).

Já as quantidades diárias disponíveis de bebidas alcoólicas por habitante situaram-se, no ano passado, em 276,1 mililitros.

O estudo verificou uma redução das disponibilidades de todas as bebidas alcoólicas entre 2012 e 2016 relativamente à média das disponibilidades do período 2008-2011.

A cerveja continuou a ser a bebida alcoólica com maior quantidade disponível para consumo, correspondendo a 50,5% das quantidades totais disponíveis para consumo das bebidas alcoólicas em 2016 (139,5 ml/hab/dia).

A BAP destaca ainda que o Índice Adesão à Dieta Mediterrânica decresceu 4% entre 2012 e 2014.

A partir de 2014 e até 2016, o índice aumentou 2,8%, revelando uma recuperação face ao padrão desta dieta.

Entrevista
À margem do Congresso Português de Hepatologia, organizado pela Associação Portuguesa para o Estudo

Atlas da Saúde – O que é a Colangite Biliar Primária e qual a sua incidência?

Prof. Albert Parés – A Colangite Biliar Primária é uma doença do fígado que afeta geralmente mulheres de meia idade e que produz uma inflamação das vias biliares microscópicas.

Quando a doença progride pode dar origem a uma cirrose, se bem que esta situação é, atualmente, pouco frequente. Este foi, aliás, o motivo pelo qual se trocou o nome da doença substituindo cirrose por colangite.

Não há dados exatos sobre a sua incidência mas sabe-se que é pouco frequente, sendo considerada como uma doença rara. Em Espanha, estimava-se que a prevalência seria de 30 casos em 1 milhão de habitantes mas, provavelmente, esta seria uma estimativa baixa, uma vez que atualmente se conhece melhor a doença e se diagnosticam mais casos.

A.S – Sabe-se que a doença afeta principalmente o sexo feminino? Existe alguma explicação?

Prof. Albert Parés - Este é um dado muito curioso e desconhecemos a razão. Em todos os países a doença é predominante no sexo feminino, rondando 90% dos casos. Tem-se especulado que este aspecto se deve a diferenças hormonais entre homens e mulheres, no entanto não foi possível estabeler nenhuma associação. Na verdade, os doentes do sexo masculino não apresentam nenhum transtorno hormonal.

A.S. – Quais são os principais sintomas da Colangite Biliar Primária?

Prof. Albert Parés - Hoje em dia, mais de 60% dos casos são assintomáticos. A doença é diagnosticada mediante alterações em análises laboratoriais que são realizadas por outras razões, incluindo em check-up de rotina.

Quando há sintomas, o mais frequente é o prurido, uma sensação de pele a picar. No entanto, também se tem considerado o cansaço como um sintoma próprio da doença. Se a Colangite Biliar Primária for diagnosticada numa fase mais avançada, o doente pode apresentar sintomas como icterícia ou urina escura.

A.S – A partir de que idade pode surgir?

Prof. Albert Parés - É frequente surgir entre os 40 e os 60 anos dia idade, no entanto, pode aparecer em pessoas mais novas ou diagnosticar-se em idosos. Um aspeto curioso é que a Colangite Biliar Primária nunca surge na infância.

A.S – Quais são as causas desta doença?

Prof. Albert Parés - As causas não são conhecidas. A Colangite Biliar Primária está incluída no grupo de doenças autoimunes. Ou seja, supõe-se que exista algum fator que modifique o sistema imunitário do doente afetando as células dos pequenos ductos biliares.

Entre os fatores desencadeantes pensa-se que estarão alguns agentes bacterianos ou víricos, no entanto, ainda não foi possível estabelecer esta relação.

Por outro lado, há uma teoria que supõe a ação de algum agente químico ambiental. Esta hipótese tem-se baseado em estudos epidemológicos que têm relacionado o verniz das unhas ou a coloração para cabelo com a doença.

De qualquer forma, o que sabemos é que desconhecemos a verdadeira causa da Colangite Biliar Primária, tal como acontece com a maioria das doenças de origem autoimune.

A.S. – Como é feito o seu diagnóstico? São necessários exames laboratoriais específicos?

Prof. Albert Parés - O diagnóstico é feito mediante a presença de uma alteração analítica que revela  dificuldade na eliminação da bilis, desde que se tenha confirmado, por meio de ecografia, que não existem anomalias nos grandes ductos, e pela presença de anticorpos antimitocondriais.

Quando estes dois elementos estão presentes, é possível confirmar-se o diagnóstico. No entanto, se faltar algum destes indicadores é necessário recorrer a uma biópsia hepática que mostre as lesões próprias da doença.

A.S. – Tendo em conta que nem sempre é fácil chegar a este diagnóstico, a que sintomas devemos estar atentos?

Prof. Albert Parés - O diagnóstico não é difícil se o médico estiver atento à possibilidade do doente poder sofrer de Colangite Biliar Primária, e, como referi anteriormente, a maioria dos doentes não apresenta sintomas.

Nos pacientes sintomáticos, a presença de prurido, sobretudo nos braços e pernas, mas também de modo generalizado e intenso, ao ponto de impedir o doente de dormir, é um aspeto a ter em atenção.

É muito comum o doente consultar primeiro um dermatologista por achar que a causa do prurido será uma doença de pele.

A.S. – Qual o prognóstico da doença?

Prof. Albert Parés - Hoje em dia, a maioria dos doentes apresenta um bom prognóstico uma vez que raramente a doença evolui para cirrose. Este foi, aliás, o motivo que levou a mudar o nome da patologia.

No entanto, existe um número considerável de doentes para o quem o tratamento standard não é suficiente e estes são os casos que apresentam pior prognóstico uma vez que a doença é progressiva.

A.S. – Qual é o tratamento mais utilizado? Que opções terapêuticas existem?

Prof. Albert Parés - Há mais de 30 anos que se utiliza o ácido ursodeoxicólico. Este tratamento é muito eficaz e deve ser prescrito em todos os casos, já que é expectável que seja eficaz em 60% dos doentes.

Quando o doente responde ao tratamento tem grande probabilidade de viver com se não tivesse a doença.

O que problema é que há doentes que não respondem adequadamente ao ácido ursodeoxicólico.

Para estes casos estão a ser testados diferentes medicamentos, alguns com eficácia demonstrada como é o caso do ácido obeticólico que está indicado a pacientes com resposta insuficiente ao tratamento standard.

O ácido obeticólico é administrado em associação ao ácido ursodeoxicólico, embora tenha demonstrado eficácia quando tomado isoladamente.

A.S. – O tratamento promove a cura ou é utilizado para impedir a progressão da doença?

Prof. Albert Parés – Os fármacos impedem que a doença progrida. Não proporcionam a cura uma vez que não atuam sobre a causa da doença que desconhecemos.

De qualquer forma, se o doente responde ao tratamento deve fazê-lo de forma continuada. Caso contrário, voltará  a apresentar alterações analíticas próprias da doença e, como consequência, ela irá progredir.

A.S – Quais são as principais complicações da doença?

Prof. Albert Parés – Se a doença estiver controlada, com o tratamento habitual ou com os novos fármacos, não devem existir complicações secundárias. No entanto, quando a dificuldade em eliminar a bílis é muito intensa e persistente pode ocorrer um défice vitamínico ou desenvolvimento de osteoporose, que é uma doença que se caracteriza por debilidade dos ossos e que favorece o aparecimento de fraturas.

Secura nos olhos, diminuição da produção de saliva e mau funcionamento da glândula tiroideia são alguns dos efeitos frequentes.

A.S. – Nas últimas décadas não têm existido qualquer inovação no tratamento farmacológico desta doença. O que representa a introdução do ácido obeticólico e quais as suas vantagens em relação a outros fármacos?

Prof. Albert Parés – Este novo fármaco representa a possibilidade de melhorar e impedir a progressão da Colangite Biliar Primária no doente que apresenta uma resposta inadequada ao tratamento convencional.

No que respeita às suas vantagens, apenas posso dizer não temos evidências suficientemente claras sobre a eficácia e segurança em relação a outros farmácos que estão a ser desenvolvidos. 

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Instituto Nacional de Estatística
A quantidade de alimentos disponíveis para cada adulto em Portugal é quase duas vezes o consumo recomendado, uma oferta...

“As disponibilidades alimentares para consumo no período 2012-2016, continuam a evidenciar uma oferta alimentar excessiva e desequilibrada que tem vindo a afastar-se progressivamente do padrão alimentar mediterrânico, ainda que na última década se tenham observado algumas melhorias”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Neste período, que “ficou marcado pelo último ciclo recessivo, com epicentro em 2012”, o que levou a que a generalidade dos grupos alimentares apresentasse disponibilidades inferiores às do período 2008-2011, estavam disponíveis para consumo 8,6 milhões de toneladas de alimentos brutos, exceto bebidas.

“A sua conversão em calorias revela um aporte calórico médio de 3.834 kcal (3.938 kcal no período 2008-2011), com um mínimo de 3.811 Kcal em 2012 (o nível mais baixo desde 2005) e um máximo de 3.895 kcal em 2016”, refere a Balança Alimentar Portuguesa (BAP).

O valor recomendado por cada adulto é de cerca de duas mil calorias diárias.

Em média, cada português tinha disponível diariamente para consumo 213,3 gramas de carne, 54,3 gramas de pescado, meio ovo, 332,7 gramas de leite e produtos lácteos, 338,7 gramas de cereais, 217,1 gramas de batata, 288,2 gramas de hortícolas, 222,2 gramas de frutos, 8,0 gramas de leguminosas secas, 102,9 gramas de óleos e gorduras, 73,6 gramas de açúcar, 23,7 gramas de produtos estimulantes, 547,7 mililitros de bebidas não alcoólicas e 266,7 mililitros de bebidas alcoólicas.

Quando comparada com o padrão alimentar recomendado pela Roda dos Alimentos, há “excesso de oferta de produtos alimentares dos grupos da “carne, pescado e ovos”, com 11,5 p.p. acima do consumo recomendado, e dos “óleos e Gorduras”, resultados que já se verificavam em edições anteriores da BAP.

Já a oferta disponível para os grupos de hortícolas, frutos e leguminosas secas é deficitária, com disponibilidades de -7,3 pontos percentuais e -6,8 pontos percentuais, respetivamente, adianta a BAP, que analisa a oferta de alimentos, enquadrando as disponibilidades alimentares e a respetiva evolução em Portugal, em termos de produtos, nutrientes e calorias.

O INE destaca ainda o “desvio negativo” do grupo leite e produtos lácteos de menos 0,7 pontos percentuais, quando em 2012 apresentava um desvio positivo de mais 1,6 p.p. face à Roda dos Alimentos.

Tendo em conta os valores de referência diários de vitaminas e minerais para um adulto, verificou-se que “as disponibilidades diárias ‘per capita’ destes microconstituintes estão acima destes limiares”.

Analisando o quinquénio 2012-2016, o INE refere que foram “várias as ocorrências com impacto nas disponibilidades alimentares”, nomeadamente o período recessivo da economia (2011-2013), a extinção do regime de quotas leiteiras, o embargo da Rússia à carne europeia, a aplicação da Diretiva Bem-Estar Animal, as ações de sensibilização para hábitos de alimentação mais saudável.

“A alteração de hábitos alimentares e a extinção do regime de quotas leiteiras agravaram a redução do consumo aparente de leite, a situação de seca em 2012 reduziu ainda mais as disponibilidades de carne e os limites à captura de sardinha impostos no quadro das medidas de gestão adotadas para este recurso tiveram forte impacto na evolução das capturas de pescado”, sublinha a BAP.

Governo Regional
A deslocação de doentes e acompanhantes das seis ilhas sem hospital nos Açores para as três unidades hospitalares do Serviço...

“O custo registado no ano de 2016, com a deslocação de doentes e acompanhantes (…) totalizou 4,334.600,00 euros”, refere o Governo Regional em resposta ao requerimento do Bloco de Esquerda, apresentado em março, que pretendia saber quais os custos anuais relativos às deslocações de utentes do Serviço Regional de Saúde para consultas de especialidade em ilhas sem hospital.

No arquipélago apenas as ilhas de São Miguel, Terceira e Faial têm hospital.

Nas restantes seis ilhas, os utentes, quando não têm resposta pública na medicina de especialidade e na realização de exames, são encaminhados pelos respetivos médicos de família para as ilhas com hospital.

De acordo com o executivo regional socialista, o valor mencionado são “dados estimados, uma vez que ainda decorre o fecho definitivo das contas de gerência das Unidades de Saúde de Ilha” e incluem a realização de consultas, mas também meios complementares de diagnóstico.

Quanto à despesa com a deslocação de acompanhantes no último ano, o Governo Regional explica na resposta que esta “não é individualizada contabilisticamente, atendendo a que se tratam de processos de deslocação referenciados ao doente, onde a existência de acompanhantes depende de critérios clínicos ou decorre da legislação aplicável”.

Em março o secretário regional da Saúde, Rui Luís, anunciou a criação nos Açores da figura do gestor da deslocação do doente, para centralizar as marcações dos atos clínicos, e fazer o levantamento dos equipamentos do sistema de saúde, com vista à sua otimização.

Na mesma altura, o governante afirmou que “já foi efetuado o levantamento das necessidades de consultas e exames em cada uma dessas ilhas e com objetivos devidamente quantificados”.

António Costa
O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo vai criar num ano mais 300 vagas em unidades de cuidados integrados continuados...

António Costa falava após ter inaugurado uma unidade de cuidados continuados integrados de saúde mental numa residência do Restelo, em Lisboa, numa cerimónia em que também discursaram os ministros da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e da Solidariedade Social, Vieira da Silva.

Tendo a escutá-lo os diretores gerais de Saúde, Francisco George, e do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependência, João Goulão, o primeiro-ministro defendeu o modelo de cuidados continuados integrados, particularmente em termos de trabalho em rede e de parceria entre os ministérios da Saúde e da Solidariedade Social como fator de "gestão mais eficiente" ao nível do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Neste ponto, porém, António Costa citou uma frase atribuída a Jorge Sampaio, segundo a qual "há mais vida para além do défice", para sustentar que o mais importante é a qualidade do tratamento e, no caso da saúde mental, da integração e da progressiva autonomia dos doentes.

"Mais importante do que a eficiência na alocação de recursos é que esta forma de abordagem de enquadramento das pessoas que continuadamente sofrem de saúde mental permite melhores resultados no tratamento, na reinserção e autonomização dos doentes. Por isso, nos próximos 12 meses, o objetivo do Governo é criar 300 novas camas para cuidados continuados integrados na área da saúde mental", disse.

Antes, o ministro da Saúde tinha elogiado as vantagens do "casamento" entre os ministérios da Saúde e da Solidariedade Social ao nível dos cuidados continuados integrados.

No fim da cerimónia, António Costa dirigiu-se a Vieira da Silva e Adalberto Campos Fernandes e, numa nota de humor, disse-lhes: "Felicidades no vosso casamento".

Estudo
O consumo de cafeína é eficaz tanto na prevenção como no tratamento da depressão, revela um estudo internacional que contou com...

Ao longo de seis anos, uma equipa de 14 investigadores da Alemanha, Brasil, Estados Unidos da América e Portugal, coordenados por Rodrigo Cunha, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), efetuou um conjunto de estudos e experiências em modelos animais (ratinhos) para avaliar em que medida a cafeína interfere na Depressão, a doença com maiores custos socioeconómicos do mundo ocidental.

A equipa começou por sujeitar dois grupos de ratinhos a situações de Stress Crónico Imprevisível, isto é, a sucessivas situações negativas e por vezes extremas (privação de água, exposição a baixas temperaturas, etc.), durante três semanas. A um dos grupos foi administrada cafeína diariamente, escreve o Sapo.

No final da experiência observou-se que os animais que consumiam cafeína, em doses equivalentes a quatro / cinco chávenas de café por dia em humanos, "apesar de todas as situações negativas a que foram sujeitos, apresentavam menos sintomas em relação ao outro grupo, que registou as cinco alterações comportamentais típicas da depressão: imobilidade (os ratinhos deixaram de reagir), ansiedade, anedonia (perda de prazer), menos interações sociais e deterioração da memória", explica o coordenador do estudo.

A segunda fase da pesquisa consistiu em identificar o alvo molecular responsável pelas modificações observadas, tendo os investigadores concluído que os recetores A2A para a adenosina (que detetam a presença de adenosina, uma molécula que sinaliza perigo no cérebro) são os protagonistas de todo o processo.

Considerando um estudo anterior realizado nos EUA, no qual Rodrigo Cunha havia participado como consultor científico, em que doentes de Parkinson tratados com istradefilina – um novo fármaco da família da cafeína antagonista dos recetores A2A (fármaco que inibe a atuação dos A2A) - mostraram melhorias significativas, a equipa decidiu aplicar este medicamento nos ratinhos deprimidos.

Páginas