Apifarma
A dívida dos hospitais públicos à indústria farmacêutica continua a aumentar, atingindo os 892 milhões de euros em março, tendo...

João Almeida Lopes falava aos deputados da Comissão parlamentar da Saúde, onde hoje são ouvidos vários representantes do setor sobre as dívidas do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

De acordo com a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), em março deste ano a dívida dos hospitais públicos a estas empresas ascendia a 891,5 milhões de euros.

Este valor representa um aumento de 46,9 milhões de euros em relação ao mês anterior, crescendo assim a dívida a um ritmo de 1,5 milhões de euros por dia.

Os mesmos dados hoje entregues aos deputados apontam para um valor que é o maior desde pelo menos dezembro de 2014, quando o mesmo era de 783,2 milhões de euros.

Na sua exposição, o presidente da Apifarma recordou que, “durante o período de assistência financeira, as empresas farmacêuticas foram reconhecidas como principais contribuintes para o ajustamento realizado ao nível da saúde”.

Entre 2011 e 2014, a despesa com medicamentos caiu 629 milhões de euros, uma descida que se terá devido a “um conjunto alargado de medidas com o objetivo de reduzir o défice público e de reduzir a despesa do setor da saúde, centrando-se sobretudo na afetação da cadeia de valor do medicamento”.

Segundo a Apifarma, que cita dados do organismo que regula o setor do medicamento (Infarmed), as revisões de preços entre 2012 e 2016 permitiram uma poupança ao Estado de 300 milhões de euros.

“Em consequência destas medidas, foram manifestos os problemas de abastecimento do mercado, com 46% dos utentes a reportar falhas no acesso ao medicamento”, prossegue a Apifarma.

Sarampo
Mais de 10.500 pessoas assinaram a petição pública que defende a vacinação obrigatória no caso das vacinas do Programa Nacional...

Segundo texto da petição, divulgado no 'site' Petição Pública, os signatários, entre os quais médicos e outros profissionais de saúde, defendem que "é cada vez mais importante alertar as pessoas para a necessidade de vacinar as crianças”, depois de na semana passada ter sido conhecida em Portugal a primeira morte por sarampo, de uma jovem de 17 anos que não estava vacinada.

“Por uma questão de saúde pública, não queremos que exista um retrocesso civilizacional no que à evolução médica diz respeito”, recordam os signatários da petição, que até às 08:45 de hoje tinha recolhido 10.515 assinaturas, algumas de médicos e outros profissionais de saúde.

Para defender a obrigatoriedade das vacinas incluídas no Programa Nacional de Vacinação (PNV), os signatários da petição, lançada há uma semana, lembram que “estas mesmas crianças não vacinadas (…) podem ser foco de infeção para quem tem um sistema imunitário fraco ou para quem não pode ser, de todo, vacinado”, mas reconhecem que “muitos dos casos que agora surgem de doenças para as quais já há vacinas não se prendem, diretamente, com os movimentos antivacinação”.

“Porque não queremos voltar a temer doenças como a tuberculose, o sarampo, a escarlatina ou a tosse convulsa (…), vimos pedir que seja pensada a obrigatoriedade da vacinação de todas as crianças – e apenas das vacinas que constam do Plano Nacional de Vacinação, que sabemos ser um dos mais robustos da Europa”, defende a petição.

Depois de ter sido conhecida a morte de uma jovem de 17 anos infetada com sarampo, a Direção-Geral da Saúde (DGS) aconselhou as escolas a afastarem dos estabelecimentos de ensino por um período de 21 dias qualquer membro da comunidade escolar que, depois de exposto ao vírus do sarampo, recuse ser vacinado.

“Os delegados de saúde verificam a existência de contacto com um doente em fase de contágio e sugerem, quando indicada, a vacinação. Nestes casos, e perante a recusa da vacinação de qualquer membro da comunidade escolar, em situação de pós-exposição, aconselha-se a não frequência da instituição durante 21 dias após o contacto”, refere a orientação da DGS.

Referindo que a imunidade de grupo protege toda a comunidade, incluindo “as poucas crianças que, por circunstâncias específicas, não estão vacinadas”, a orientação às escolas sublinha, ainda assim, que é “importante que todas as crianças sejam vacinadas, para benefício próprio e da população em geral”.

Na segunda-feira começou a Semana Europeia da Imunização, sob o lema "Vaciones Work" (vacinas funcionam) e, no seguimento desta campanha, a Associação Respira aliou-se à Fundação Portuguesa do Pulmão e ao Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar para lançar hoje o Movimento de Doentes pela Vacinação.

O comissário europeu para a Saúde, Vytenis Andriukaitis, reiterou na segunda-feira que as vacinas são uma das vias mais seguras para prevenir doenças e que a descrença na imunização é “uma ameaça que não pode ser ignorada”.

“As vacinas são uma das formas mais seguras e economicamente mais eficazes de assegurar a saúde pública e de prevenir doenças evitáveis”, disse Andriukaitis, num comunicado divulgado no âmbito da Semana Europeia da Imunização.

A declaração, assinada conjuntamente com a diretora para a Europa da Organização Mundial de Saúde (OMS), Zsuzsanna Jakab, sublinha que “os mitos antivacinação e a falta de conhecimento podem levar as pessoas a recusar as vacinas, o que, por sua vez, pode abrir a porta para surtos de doenças”, sustentando que “a diminuição da confiança pública na imunização é uma ameaça séria que não pode ser ignorada”.

Um dos exemplos apresentados é o do sarampo, que matou cerca de 2,6 milhões de pessoas por ano até à larga difusão da vacinação, em 1980.

Segundo uma informação divulgada na segunda-feira pela DGS, em Portugal foram notificados este ano 87 casos de sarampo, dos quais 24 confirmados e outros 12 estão ainda em investigação.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal. Pode ser prevenida pela vacinação, que em Portugal é gratuita.

Dezoito países europeus foram incluídos numa lista de regiões com transmissão endémica de sarampo, segundo os dados do Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças.

Opinião
Todos os anos são registados mais de 12 mil casos de cancro digestivo.

Com uma incidência de mais de 12 mil novos casos anuais e uma mortalidade que ronda os 1.700 óbitos em Portugal, o cancro digestivo continua subdiagnosticado. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados em 2015, morreram aproximadamente 4.000 portugueses com cancro colorretal, 2.300 com cancro do estômago e 1.400 com cancro do pâncreas.

São números preocupantes e que, no nosso entender, continuam sem solução à vista.

Em 2016 foi anunciado que o rastreio de base populacional iria arrancar nesse mesmo ano. Depois disso, foi ainda publicado um despacho que determinava que as ARS deveriam desenvolver iniciativas que visassem melhorar a taxa de adesão aos rastreios, garantir a sustentabilidade da sua execução, bem como informar os cidadãos da importância dos mesmos para a deteção precoce da doença.

Um ano depois, o Plano Estratégico para a implementação dos rastreios oncológicos de base populacional do Cancro do Intestino continua por aplicar.

Aquilo que sabemos é que apenas a ARS Norte implementou um projeto Piloto do cancro colorretal, abrangendo 3.000 pessoas, entre algumas faixas etárias dos 50 e 75 anos, em alguns centros de saúde das regiões de Valongo, Maia, Póvoa de Varzim e Vila do Conde, com a aplicação de dois métodos diferentes.

Esse mesmo projeto, após alguma reflexão, faz-nos levantar três grandes questões:

1º Continuamos preocupados a testar o melhor método para a aplicação dos rastreios de base populacional, quando o mesmo já foi encontrado à custa de várias iniciativas privadas promovidas pelas Associações de doentes e instituições como a Europacolon e as Farmácias Holon, por exemplo,  bem como na generalidades dos países europeus, respetivamente. O desafio que se impõe é tão simples como a sua aplicação a nível nacional;

2º Um dos modelos de captação que está a ser utilizado – é o envio de carta convite e kit de captação de amostras de fezes para casa dos utentes. Este modelo assume-se, segundo o nosso ponto de vista, como impessoal, redutor  e pouco incisivo. Dever-se-ia, pelo contrário, apostar numa maior abordagem e aproximação por parte dos profissionais de saúde nos cuidados de saúde primários, por forma a aumentar o diagnóstico precoce e a sensibilização para a importância da prevenção;

3º O projeto piloto esta a ser aplicado no norte do país, contudo o cancro do colon apresenta-se com maior incidência (2.563) nas regiões de Lisboa, Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, segundo dados do Registo Oncológico Regional – Sul, e este tipo de rastreio tem de abranger toda a área geográfica do nosso país.

Concluímos que, infelizmente, em Portugal continuamos a privilegiar a vertente curativa em detrimento de políticas de prevenção e a fomentar a iniquidade que se regista ao nível da acessibilidade ao rastreio e tratamentos!

Por outro lado, e não menos preocupante, temos a questão da realização das colonoscopias de seguimento ou diagnóstico sobretudo  na Grande Lisboa. Após vários anos de alerta continua a situação, com algumas melhorias, mas a ser insuficiente a resposta à concretização daqueles exames dado que, com a implementação do rastreio de base populacional a procura aumentará significativamente. Pesquisa de sangue nas fezes positiva exige que se faça colonoscopia de imediato….

Ao contrário do que acontece na maioria dos demais países europeus, em Portugal ainda não se encontra implementado um rastreio de base populacional tendo como alvo o cancro colorretal (CCR) que é, de entre as doenças oncológicas, a mais rastreável, aquela em que o rastreio apresenta a melhor relação custo/benefício.

Esta lacuna coloca o nosso país na cauda da Europa no que toca, quer à incidência, quer à mortalidade.

Recordamos que o cancro colorretal é o tipo de cancro em que o custo/benefício na implementação de medidas preventivas é mais positivo, o que implica que qualquer investimento nesta área trará uma poupança exponencial nos custos em saúde na área oncológica, para o tratamento de casos de estadios mais avançados e que requerem tratamento muito dispendioso.

A Europacolon foi fundada há uma década, ao longo da qual já morreram mais de 40 mil pessoas por cancro do intestino e outras tantas foram afetadas por tratamentos muito duros e com elevados custos sociais. Desenvolve atividades de sensibilização, junto da população, tentando aumentar a literacia em saúde em Portugal de forma a podermos dotar as pessoas de ferramentas que permitam ter atitudes que permitam  aumentar os níveis de prevenção e de diagnóstico precoce, e assim reduzir drasticamente os números da incidência e mortalidade através do conhecimento dos sintomas, da necessidade de rastreio, entre outras.

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No Algarve
Cerca de 2.500 especialistas reuniram-se este fim de semana no Algarve, na 38.ª edição do Congresso Português e Cardiologia,...

Em declarações, o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, João Morais considerou que este foi um congresso "muito abrangente do ponto de vista temático”, que passou “em revista múltiplas áreas".

O presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia adiantou ainda que "Portugal acompanha o que se passa um pouco pelo mundo" e destacou os "500 trabalhos originais", que foram apresentados por jovens, "a maior parte deles internos, que vêm de vários serviços de diferentes pontos do país".

"Tivemos sessões só a debater e a discutir casos clínicos, sessões práticas e sessões com médicos de família, que trouxeram os seus casos clínicos mais complexos para debater. É um congresso muito rico do ponto de vista científico muito variado e diversificado", revelou.

O cardiologista destacou ainda a intervenção de Petter Libby, na sessão de abertura, "um cientista de nível mundial que se deslocou a Portugal para o congresso" e informou que se registaram também "momentos de medicina pura e dura", onde o 'chefe' Henrique Sá Pessoa falou sobre a dieta mediterrânea.

Durante o congresso – que decorreu sob o tema "Olhar o Coração: Conhecimento, Inovação e Arte" - foram ainda apresentadas novas tecnologias e produtos que estão a ser testados. "O congresso é afirmação da cardiologia como a grande especialidade médica em Portugal e evidencia a sua vitalidade. Gostamos de mostrar à tutela a força da Sociedade Portuguesa de Cardiologia", rematou.

Proteção contra a Radiação
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra é, quinta-feira, designada Centro Colaborador da OMS para a Proteção contra...

A designação faz com que a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC) seja “a primeira escola de tecnologia de saúde do mundo a ser nomeada centro colaborador da OMS [Organização Mundial de Saúde] e também o único centro colaborador na área da radiação médica num país de língua oficial portuguesa”, afirma uma nota do estabelecimento.

Para Jorge Conde, presidente da ESTeSC, a nomeação pela OMS representa o corolário do trabalho de ligação internacional feito pela Escola nos últimos anos, com a integração em várias redes internacionais e com o estabelecimento de parcerias de investigação com instituições de todo o mundo.

“A ESTeSC apostou em ser uma instituição global, que cria valor e que se movimenta de forma a poder ter uma intervenção que se constitua como um parceiro inquestionável nas mais diversas questões ligadas à saúde”, afirma o responsável.

O novo centro, liderado por Graciano Paulo e Joana Santos, do Departamento de Imagem Médica e Radioterapia (DIMR) da ESTeSC, tem como missão providenciar aconselhamento técnico à OMS, para a identificação de prioridades na pesquisa científica na área da proteção contra a radiação, e apoiar no desenvolvimento e revisão de ferramentas de comunicação sobre os riscos da radiação.

O Centro Colaborador deve também desenvolver metodologias de trabalho, traduzidas em normas orientadoras, manuais e plataformas online, sobretudo para países de expressão portuguesa, com vista à harmonização de procedimentos em imagem médica e radioterapia.

O impacto negativo da utilização da radiação para fins médicos em pacientes e profissionais de saúde é um tema que, de acordo com a ESTeSC, tem motivado cada vez mais interesse junto da comunidade científica.

“Estudos internacionais em utentes e profissionais de saúde, expostos sucessivamente a radiação para fins médicos, demonstram maior incidência de patologia radioinduzida em relação a indivíduos que não sofrem essa exposição”, sublinha a Escola.

Perante estes resultados, “assiste-se a um grande investimento a nível mundial na investigação do tema, tendo inclusivamente a Comissão Europeia aberto uma linha de investigação para financiar um projeto de dez milhões de euros”, integrando o DIMR da ESTeSC um dos consórcios concorrentes a este financiamento.

A cerimónia de designação do DIMR da ESTeSC como Centro Colaborador da OMS para a Proteção contra as Radiações e Saúde vai realizar-se, com a presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, quinta-feira, 27 de abril, às 16:00, no Auditório António Arnaut, na Escola, em Coimbra.

A sessão é precedida por uma conferência sobre “Desafios atuais da proteção contra as radiações em saúde”, com início agendado para as 14:00, com a participação de responsáveis de entidades governamentais do Reino Unido, Alemanha, França e Suíça, ligadas a esta temática.

Estudo
Investigadores criaram, nos Estados Unidos, um dispositivo tecnológico que recria o ambiente uterino, permitindo reduzir a...

O dispositivo, criado por uma equipa do Hospital Pediátrico de Filadélfia, foi testado em fetos de cordeiros, cujo desenvolvimento do pulmão, na fase fetal, é muito semelhante ao dos humanos.

O sistema, alternativo às atuais incubadoras, utiliza um recipiente com líquido amniótico que está ligado a máquinas que fornecem suporte básico de vida.

Os fetos de cordeiro crescem num ambiente quase estéril, controlado pela temperatura, respirando o líquido amniótico - produzido em laboratório - como fazem normalmente no útero materno.

Os corações dos fetos bombeiam o sangue através do cordão umbilical para uma máquina que substitui a placenta materna na troca de oxigénio e dióxido de carbono. Monitores eletrónicos medem sinais vitais, fluxo sanguíneo e outras funções cruciais.

A ideia dos cientistas é aplicar o dispositivo extrauterino a humanos, no suporte vital de bebés prematuros, com 23 a 28 semanas de gestação.

"Se desenvolvermos um sistema extrauterino para apoiar o crescimento e a maturação de órgãos por apenas algumas semanas, poderemos melhorar drasticamente os resultados para bebés extremamente prematuros", sustentou o autor principal do estudo, Alan W. Flake, citado num comunicado do Hospital Pediátrico de Filadélfia.

No estudo, os investigadores descrevem a evolução do dispositivo ao longo de mais de três anos, a partir de uma série de quatro protótipos, começando com uma incubadora de vidro até chegar ao sistema atual.

Os seis cordeiros prematuros testados com o mais recente protótipo eram fisiologicamente equivalentes a um feto humano de 23 ou 24 semanas de gestação.

"Os pulmões dos fetos são gerados para funcionar em fluidos, e nós simulamos esse ambiente aqui [no dispositivo tecnológico], permitindo que os pulmões e outros órgãos se desenvolvam", assinalou outro dos autores do estudo, Marcus G. Davey.

Cientistas estudaram anteriormente a aplicação de várias versões de uma placenta artificial em modelos animais, mas os sistemas para bombear o sangue duravam o máximo de 60 horas e os animais acabavam por ter lesões no cérebro.

O novo dispositivo funcionou durante 28 dias com alguns animais, que se mantiveram saudáveis. Os cordeiros apresentaram respiração normal, deglutição, abriram os olhos, tornaram-se mais ativos, tiveram função neurológica e os órgãos cresceram.

A equipa do Hospital Pediátrico de Filadélfia pretende aperfeiçoar o dispositivo e adaptá-lo a bebés, que têm um terço do tamanho dos cordeiros usados no estudo.

Operação da Interpol
Mais de 300 mil latas de conserva de peixe foram apreendidas em Portugal numa operação da Interpol e Europol que visou comida e...

A operação conjunta da Interpol e da Europol a nível global permitiu encontrar 230 milhões de euros de alimentos e bebidas contrafeitos, anunciou a organização internacional de polícia criminal.

Em Portugal, foram apreendidas 311 mil latas de conserva de peixe que foram introduzidas numa fábrica de transformação que tinha a sua licença revogada por recondicionamento fraudulento das suas embalagens, refere a agência France Presse.

Esta operação da Interpol e Europol desenvolveu-se em 61 países, de dezembro de 2016 a março de 2917. Levou à apreensão de perto de 26 milhões de litros de álcool adulterado, mais de 9.800 toneladas de alimentos e 26,4 milhões de litros de produtos perigosos.

A operação implicou o envolvimento de polícia, alfândegas e serviços inspetivos e foi conduzida em lojas, mercados, aeroportos, portos e zonas industriais.

Associação Zero
Apenas cinco municípios portugueses têm planos de redução de ruído, apesar de ser uma exigência legal, segundo a associação...

Na véspera do Dia Internacional da Sensibilização para o Ruído, que se assinala hoje, a associação Zero disse que ainda há 140 municípios em Portugal Continental sem mapas de ruído respeitando os requisitos necessários.

Além disso, só quatro municípios têm planos de redução de ruído: Alvaiázere, Póvoa do Varzim, Sernancelhe e Vila Franca de Xira. A estes junta-se Lisboa, que estando abrangida por legislação europeia, tem mesmo um plano de ação de ruído.

Segundo Francisco Ferreira, da Zero, há seis municípios que deviam ter um plano de ação por exigência das leis europeias, estando assim em falta Amadora, Odivelas, Oeiras, Matosinhos e Porto.

Para este levantamento, a Zero consultou os dados disponibilizados pela Agência Portuguesa do Ambiente.

“A Zero considera que é fundamental ultrapassar as dificuldades legais que aparentemente não permitem penalizar fortemente os autarcas e as empresas, públicas ou privadas, responsáveis pelas infraestruturas rodoviárias, ferroviárias ou aeroportuárias, que não efetuaram o diagnóstico ou identificaram ações para reduzir o ruído excessivo”, referiu a associação.

O ruído é considerado um grande problema ambiental na Europa. O tráfego rodoviário é a fonte dominante de problemas de ruído, afetando cerca de 100 milhões de pessoas.

Na Europa, 32 milhões de pessoas são expostos a níveis muito elevados todos os anos e registam-se cerca de 10 mil mortes prematuras (decorrentes de stresse devido a exposição a ruído, que desencadeia problemas de hipertensão e cardiovasculares), segundo dados da Organização Mundial da Saúde e da Agência Europeia de Ambiente.

Aliás, 900 mil casos de hipertensão por ano são provocados por ruído ambiental. A poluição sonora causa ainda cerca de 43 mil admissões hospitalares por ano na Europa.

Estudo
Cientistas dos Institutos Gladstone, nos Estados Unidos, criaram, a partir de células estaminais, um tipo especial de neurónio...

Estas células, interneurónios (que se ligam a outro neurónios) 'V2a', transmitem sinais na espinal medula para ajudar a controlar os movimentos. Quando os investigadores transplantaram essas células na espinal medula de ratos os interneurónios integraram-se nas células existentes.

Os interneurónios 'V2a' retransmitem sinais do cérebro para a espinal medula, onde se ligam a neurónios motores que se projetam para os braços e pernas. Assim, dizem os responsáveis do estudo, publicado hoje na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, os interneurónios percorrem longas distancias, subindo e descendo a espinal medula para iniciar e coordenar movimentos musculares, bem como a respiração.

Danos nos interneurónios 'V2a' podem interromper as ligações entre o cérebro e os membros, o que contribui para a paralisia após lesões na espinal medula.

“Os interneurónios podem redirecionar-se após lesões na espinal medula, o que os torna um alvo terapêutico promissor”, disse um dos autores da investigação, Todd McDevitt.

“O nosso objetivo é reformular os circuitos afetados, substituindo interneurónios danificados para criar novos caminhos para a transmissão do sinal em torno do local da lesão”, adiantou o investigador.

Segundo o estudo agora publicado os investigadores produziram pela primeira vez interneurónios 'V2a' a partir de células estaminais humanas, criando substâncias químicas, e mais tarde ajustando-as, que gradualmente levavam as células base a desenvolverem os interneurónios.

Jessica Butts, primeira autora do estudo, explicou que o objetivo foi encontrar a forma de levar à produção de interneurónios 'V2a' em vez de outro tipo de células neuronais, como neurónios motores.

Nas suas experiências, os cientistas implantaram interneurónios na espinal medula de ratos saudáveis e verificaram que estes se integraram com as outras células. O próximo passo é, segundo os cientistas, transplantar células em ratos com lesões na espinal medula, para ver se os interneurónios V2a se ajustam para restaurar os movimentos afetados pela lesão.

Os Institutos Gladstone são uma organização não-governamental dos Estados Unidos dedicada à investigação na área da saúde e ligada especialmente a doenças cardiovasculares, virais e neurológicas.

Estudo
Investigadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, desenvolveram uma nanovacina (vacina administrada através de...

As nanovacinas consistem em proteínas do tumor que podem ser reconhecidas pelo sistema imunitário e que estão no interior de uma nanopartícula de polímero sintético.

As minúsculas partículas são direcionadas para o alvo, estimulando o sistema imunitário a desencadear uma resposta contra agentes agressores como tumores. A ideia é ajudar o organismo a combater o cancro com a suas próprias defesas.

No estudo, publicado na edição digital da revista Nature Nanotechnology, e divulgado num comunicado da universidade norte-americana, os cientistas examinaram uma variedade de tumores associados aos cancros da pele, do cólon, do reto, do útero, da cabeça e do pescoço.

Na maioria dos casos, a nanovacina abrandou o crescimento do tumor e prolongou a vida dos animais.

A nanovacina experimental ativou a proteína adaptadora STING, permitindo a estimulação da defesa imunitária do organismo dos roedores contra o cancro.

Outras tecnologias de produção de vacinas têm sido usadas na imunoterapia contra cancros, mas têm custos de produção mais elevados e são mais complexas, por implicarem bactérias vivas ou múltiplos estimulantes biológicos, assinala a Universidade do Texas.

A equipa de cientistas está a trabalhar com médicos para administrar a nanovacina a doentes oncológicos.

Segundo os investigadores, a combinação de nanovacinas com radioterapia ou outras imunoterapias pode aumentar, no futuro, a eficácia dos tratamentos contra o cancro.

Metade da população do planeta em risco de contrair a doença
Comemorar o Dia Mundial da Malária pretende sensibilizar-nos para a importância de uma doença devast

O dia mundial pretende assim contribuir para eliminar a malária nos locais onde ela ainda existe, prevenir a sua reaparição em locais onde ela já foi eliminada e diminuir as taxas de mortalidade pela doença, reduzindo o número de pessoas em risco e tratando melhor as pessoas afectadas pela doença.

Mas o que é a Malária?

A malária e uma doença muito grave provocada por um grupo de parasitas do género Plasmodium que infectam alguns tipos de mosquitos e podem, através da picada destes insectos, ser transmitidos aos humanos, causando doença.

A forma mais grave é provocada pelo Plasmodium falciparum que pode rapidamente levar à morte e afectar múltiplos orgãos e sistemas.

A maior parte destes casos acontece em África.

Em Portugal os casos registados estão habitualmente associados a pessoas que viajam para destinos onde a doença é frequente, por exemplo alguns dos países africanos onde se fala português, ou a imigrantes vindos das regiões do mundo mais afectadas.

Qual a importância da malária no mundo?

De acordo com as estimativas da OMS, cerca de metade da população do planeta está em risco de contrair a doença, existindo cerca de 200 milhões de casos de malária por ano.  

O número de mortes está perto das 500 000 por ano, a esmagadora maioria em África.

A malária pode ocorrer em cerca de 100 países que envolvem, entre outras, regiões importantes de África, especialmente Subsaariana, regiões do sul e sudeste da Ásia, Oceânia / Pacífico Sul, Médio Oriente e partes significativas da América Central e do Sul.

A malária aproveita as condições de pobreza e a inexistêcia de sistemas de saúde consistentes para criar uma espiral negativa, de doença e de pobreza, que comprometem o desenvolvimento económico dos países onde é mais comum.


Dados OMS - zonas endémicas

Como se transmite a doença?

Qualquer pessoa pode ter malária desde que viva em países afectados pela doença ou viaje para esses locais.

A malária é habitualmente trasmitida através da picada de um mosquito, a fêmea do mosquito Anopheles, que tem uma certa predilecção por picar no período noturno, entre o pôr do sol e  o nascer do dia.

Como o parasita se instala nos glóbulos rubros das pessoas afectadas a doença pode também ser transmitida pelas transfusões de sangue, pela partilha de seringas, pela transplantação de orgãos ou mesmo ser transmitida aos bebés durante a gravidez ou durante o parto.

A malária não se transmite por via respiratória ou nos contactos sociais entre pessoas.

Quais são as pessoas com maior risco de doença e das suas complicações?

Os grupos de maior risco incluem os lactentes e as crianças com menos de 5 anos, as grávidas, os imunodeprimidos e as pessoas que regressam a locais com risco elevado de infeção após um período prolongado de ausência.

A complicação mais devastadora é a morte.

O facto de se utilizarem os meios disponíveis de proteção (repelentes, ar condicionado, redes mosquiteiras) ou de prevenção (como as “profilaxias medicamentosas”) diminuem significativamente o grau de risco.

A existência de meios de diagnóstico e de tratamento nos locais afetados são fatores que também diminuem o risco de complicações graves e / ou a possibilidade de morte.

Quais são os principais sintomas de doença?

Malária a grande simuladora!

Ao contrário do que todos gostaríamos que acontecesse não há nenhum sinal ou sintoma de doença que permita, de forma categórica, fazer o diagnóstico imediato de malária.

Para além disso a febre que classicamente se associa à malária pode não existir, ser variável ou ser apenas tardia.

Na verdade os sintomas que caracterizam a fase inicial da doença são comuns a muitas outras doenças e semelhantes aos que ocorrem, por exemplo,  numa gripe vulgar: mal estar geral, fadiga, dores musculares, cefaleias... Podem também estar presentes outros sintomas inespecíficos como a naúsea, vómitos ou diarreia.

Ignorar a doença nesta fase é perder a possibilidade de a controlar e abrir a porta a múltiplas complicações, que podem instalar-se de forma rápida e súbita.

Por isso há uma “regra de ouro” que obriga - ao contrário do que acontece em países sem malária - a valorizar de forma imediata qualquer sintoma ou alteração do estado de saúde e fazer o teste rápido de despiste da malária. Este teste deverá repetir-se, mesmo que o teste inicial seja negativo, se os sintomas se mantiverem ou agravarem.

A malária ou a suspeita de malária são uma emergência médica.

Quando aparecem os sintomas?

Os sintomas de malária aparecem depois de um período mínimo de “incubação” de 7 dias mas podem aparecer até anos depois da picada/infeção.

Deve manter-se um elevado índice de suspeição pelo menos nos primeiros 3 meses após a saída da zona de risco pois é neste período que os casos mais graves geralmente se manifestam.

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico de malária pode ser feito através de testes rápidos que detetam a infeção ou da observação de uma “gota espessa” de sangue que permite, através do microscópio, a identificação direta dos parasitas, bem como quantificar a gravidade da infeção.

A malária é tratável? 

Sim, a malária é facilmente tratável se o diagnóstico for precoce e o tratamento for pronto e adequado. Os tratamentos tardios ou com fármacos / doses inadequados podem não evitar as complicações da doença ou prevenir a morte.

A malária pode também ser prevenida. Como fazer?

- Minimizar o contacto com os mosquitos e tomar precauções (roupa, uso de repelentes) que evitem as picadas, nomeadamente nos períodos de maior risco (durante a noite, do “por do sol” ao “nascer do dia”);

- Dormir em ambientes controladas, com ar condicionado ou redes mosquiteiras (de preferência impregnadas com inseticidas de longa duração)

- Efetuar a medicação preventiva que evita o aparecimento da doença;

- Utilizar inseticidas residuais nas habitações para reduzir o risco de transmissão da doença.

Ao contrário de outras doenças as vacinas não são ainda eficazes na prevenção da malária. O parasita que provoca a doença tem um ciclo de vida muito complexo, pelo que o nosso organismo tem dificuldade em montar uma resposta imunológica eficaz e duradoura. 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Terapia complementar
A cura reconectiva, uma terapia complementar que utiliza a energia como tratamento, pode ser implementada no Serviço Nacional...

De acordo com esta médica, que integra também a Unidade de Imunologia Clínica desse hospital, caso esta terapêutica ajude o paciente a obter uma melhoria mais rápida, seria "ótimo" que fosse utilizada em áreas como a oncologia e a neurologia e no tratamento da dor crónica e das doenças autoimunes.

"Sei que este tipo de terapia já está presente noutros hospitais da Europa", existindo, em Portugal, o caso do IPO-Porto, que utiliza o Reiki como terapêutica complementar aos tratamentos tradicionais, acrescentou.

Estas declarações foram prestadas à Lusa durante a apresentação do livro "A Reconexão", de Eric Pearl, que decorreu hoje no auditório do Hospital de Santo António, num evento organizado pela sua Unidade de Imunologia Clínica e pelo Centro de Reconectividade do Porto.

Eric Pearl trabalha na área da Cura Reconectiva, uma terapia que, segundo o próprio, é reconhecida e apoiada pela ciência e não tem a intenção de diagnosticar nem substituir os tratamentos tradicionais, sendo sim um suporte para que estes se tornem mais poderosos, englobando energia, informação e luz.

"A cura é o regresso ao equilíbrio", defendeu o criador desta medicina complementar durante o evento, explicando que ela ajuda os pacientes a desbloquear os seus problemas, promovendo assim um "regresso ao seu equilíbrio e à sua essência".

Segundo um documento do Centro de Reconectividade entregue aos presentes durante a apresentação, o Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia publicou um estudo no qual foi comparada esta terapia com o Reiki, com a cura xamânica e com a fisioterapia, em pacientes com dor no ombro.

Os resultados mostraram que uma sessão de dez minutos de Cura Reconectiva foi duas vezes mais eficaz do que a fisioterapia, aumentando a amplitude do movimento em 26 graus, enquanto esta última conduziu a uma melhoria de 12 graus e o Reiki de 20 graus.

Essa restauração da mobilidade "vai além do efeito placebo", refere o texto, visto que os pacientes que se submeteram à cura xamânica, embora não tenham relatado melhoria na amplitude do movimento, sentiram uma redução da dor, quando comparados aos que não receberam nenhum tratamento.

"Isto sugere que, embora a redução da dor possa ser atribuída a um efeito placebo, o aumento da amplitude de movimentos não pode, ou os pacientes tratados com cura xamânica teriam apresentado resultados semelhantes", lê-se ainda documento.

Universidade de Boston
Bebidas adocicadas artificialmente, como o refrigerante diet, podem aumentar o risco de acidente vascular cerebral e demência,...

Tomar pelo menos uma lata de refrigerante diet por dia aumenta três vezes o risco de sofrer um acidente vascular cerebral ou desenvolver demência.

O estudo ressalta ainda que a versão "normal" das bebidas, adoçadas com açúcar, não está associada ao risco de desenvolver nenhuma das duas condições, contrariando estudos preliminares.

"Não foi uma surpresa descobrir que a ingestão de refrigerante diet está associada a um maior risco de acidente vascular cerebral e demência. O que me surpreendeu foi que a ingestão de bebidas adocicadas com açúcar não está associada a esses riscos, porque as bebidas com açúcar são conhecidas por não serem saudáveis", disse Matthew Pase, coordenador do estudo em entrevista à CNN.

Os investigadores admitem, no entanto, que não conseguiram provar uma relação direta de causa e efeito entre a ingestão de bebidas com adoçante artificial e o aumento do risco de AVC e demência. Segundo eles, trata-se apenas de uma associação, já que o estudo está baseado em observações e dados recolhidos através de um questionário sobre hábitos alimentares.

Segundo a BBC, o estudo teve como fonte dados de 4 mil pessoas que participaram no estudo "Framingham Heart Study", um projeto da Universidade de Boston.

Contracetivos orais
Um novo estudo publicado na revista “Fertility and Sterility” demonstrou que os contracetivos orais exercem um impacto negativo...

O estudo liderado por Angelica Lindén Hirschberg e Niklas Zethraeus, do Instituto Karolinska, Anna Dreber Almenberg, da Escola de Economia de Estocolmo, ambos na Suécia, e Eva Ranehill da Universidade de Zurique, na Suíça, concluiu também que apesar destes efeitos negativos, os contracetivos orais combinados - de levonorgestrel e etinilestradiol - não provocam sintomas depressivos.

Para o estudo, os investigadores contaram com a participação de 340 mulheres saudáveis, com idades entre os 18 e os 35 anos, que foram divididas em dois grupos aleatoriamente.

Um grupo foi tratado, durante um período de três meses, com uma pílula composta por levonorgestrel e etinilestradiol, um fármaco prescrito em muitos países por ser considerado mais seguro por oferecer menos riscos de trombose. O outro grupo recebeu um placebo. Nenhum dos autores principais do estudo sabia que tratamento tinha recebido cada mulher.

Os resultados revelaram que as mulheres que tinham recebido as pílulas contracetivas consideravam ter uma qualidade de vida significativamente inferior às que tinham tomado os placebos. Segundo o estudo, a qualidade de vida em geral, os níveis de energia, o estado de humor, a sensação de bem-estar e o autocontrolo tinham sido afetados negativamente devido à toma dos contracetivos orais.

"Apesar de 100 milhões de mulheres em todo o mundo tomarem pílulas contracetivas, notavelmente sabemos muito pouco sobre o efeito desta na saúde da mulher", comentou Angelica Lindén Hirschberg, numa nota emitida pelo consórcio de investigadores.

Ciência
Investigadores portugueses demonstraram a forma de evoluir do gene que permite às bactérias resistirem aos medicamentos,...

O trabalho, do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, da Universidade Nova, mostra como o gene evoluiu, os mecanismos envolvidos e o número de vezes que a resistência emergiu de forma independente, explica o organismo em comunicado.

O Instituto lembra a capacidade de as bactérias se tornarem resistentes aos antibióticos, o que acontece pela aquisição de um gene, o mecA, que evoluiu de um gene inofensivo e “cuja presença permite às bactérias continuarem a multiplicar-se mesmo na presença deste antibiótico”.

O trabalho “demonstra que o uso de antibióticos no tratamento de infeções e como aditivos na alimentação de animais de produção para consumo humano” foi o que mais contribuiu “para a evolução do gene inofensivo para a versão que permite resistir aos antibióticos”.

“O objetivo deste estudo foi o de identificar os passos do processo de evolução que permitiram que um gene inofensivo em bactérias as tornasse resistentes aos antibióticos da família das penicilinas”, disse Maria Miragaia, a investigadora responsável pelo projeto e que, citada no comunicado, sublinha a importância do controlo no uso de antibióticos para limitar e prevenir novos genes de resistência.

O trabalho foi feito em colaboração entre a Nova e instituições suíças, dinamarquesas, inglesas e norte-americanas.

Malária
A Organização Mundial de Saúde (OMS) desafiou hoje os países a acelerarem e a ampliarem os esforços para prevenir a malária e...

"Hoje instamos os países e os parceiros para acelerarem o ritmo das suas ações, especialmente nos países de baixos rendimentos com grande carga da malária", afirmou o diretor do Programa Global contra a Malária da OMS, Pedro Alonso, numa cerimónia em Nairobi, na véspera do Dia Mundial da Malária.

Na África subsaariana, que suporta 90% da carga global da malária, foram evitados mais de 663 milhões de casos desde 2001, um facto atribuído principalmente ao uso de mosquiteiros tratados com inseticidas, refere a OMS em comunicado.

Além do diagnóstico e tratamento, a OMS recomenda uma série de intervenções preventivas, entre as quais se encontram os mosquiteiros tratados com inseticida, a pulverização das paredes internas das casas com inseticida e o tratamento profilático dos grupos mais vulneráveis: grávidas, lactentes e menores de cinco anos.

"Os instrumentos recomendados pela OMS têm sido um grande avanço na luta mundial contra o paludismo", afirma a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, no comunicado.

Contudo, salientou Margaret Chan, “a prevenção requer um impulso muito maior, especialmente em África, que suporta a maior parte da carga de doença”.

O último relatório da OMS destaca as deficiências cruciais na cobertura de prevenção, especialmente na África subsaariana.

Segundo as estimativas, 43% das pessoas em risco de contrair malária nesta região ainda não estavam protegidas em 2015 por medidas preventivas, como os mosquiteiros, e cerca de 69% das grávidas de 20 países africanos nem tiveram acesso a três ou mais doses de tratamento profilático.

Apesar de alguns países terem incorporado nas suas políticas estas medidas preventivas, “a sua aplicação tem sido lenta”, refere a OMS.

Por exemplo, os tratamentos profilático para os recém-nascidos, “que são seguros, eficazes e bem aceites pelos profissionais de saúde e pela população”, apenas são aplicados atualmente na Serra Leoa, sublinha

No Sahel, onde a maioria dos casos de paludismo e mortes de crianças por esta causa ocorre durante a estação chuvosa, a OMS recomenda quimioprofilaxia sazonal, um tratamento preventivo que reduz em cerca de 75% os novos casos de malária grave em crianças pequenas.

Segundo o Relatório Mundial da Malária 2016, a taxa de novos casos de malária no mundo diminuiu 21% entre 2010 e 2015, enquanto a taxa de mortalidade diminuiu 29%.

No mesmo período, os novos casos de malária na África Subsaariana baixaram 21% e a mortalidade diminuiu 31%-

Outras regiões têm feito progressos consideráveis ​​na luta contra a malária, mas a doença continua a constituir uma grande ameaça para a saúde pública.

Em 2015 registaram-se 429.000 mortes por paludismo e 212 milhões de novos casos, sendo que a cada dois minutos uma criança morre devido a esta doença transmitida por mosquitos.

"Toda a morte por malária é simplesmente inaceitável, uma vez que é uma doença evitável e tratável", salienta Pedro Alonso.

Noventa e um países informaram que, em 2015, ainda tinham a transmissão da malária, estando todos a trabalhar para reduzir a sua carga através da distribuição e utilização de ferramentas preventivas, diagnósticos e terapêuticas recomendadas pela OMS.

A OMS anunciou hoje que a mais avançada vacina contra a malária, mas que tem eficácia limitada, vai ser testada em grande escala no Quénia, no Gana e no Malaui, sendo o objetivo vacinar pelo menos 360.000 crianças, entre 2018 e 2020.

Papel dos nutricionista
A Direção Geral de Saúde (DGS) defendeu hoje que a atuação dos nutricionistas nas farmácias deve ser feita de forma ...

“Nas farmácias, que também são locais de venda de medicamentos e suplementos, os nutricionistas terão de estar muito atentos às questões da independência e da sua capacidade ética e deontológica de prescreverem ou recomendarem, independentemente de qualquer pressão externa”, afirmou Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS.

O responsável falava em declarações à Lusa no âmbito do Encontro Nacional dos Nutricionistas que se realiza hoje no Porto para debater a atuação dos nutricionistas nas farmácias comunitárias, bem como discutir a regulamentação e normas orientadoras necessárias para a prática.

“A DGS vê com bons olhos a utilização da farmácia para promover estilos de vida saudável. Neste momento, ainda estamos em fase de discussão sobre a possibilidade de nutricionistas usarem as farmácias para ajudar a fazer educação alimentar. Consideramos que os profissionais devem situar-se nesta questão de forma independente e credível”, explicou Pedro Graça, que participou na sessão de abertura do encontro em representação do diretor-geral de Saúde, Francisco George.

Para Pedro Graça, existem duas questões a ter em conta nesta matéria: por um lado, “a oportunidade das farmácias serem veículos de promoção da saúde e mudança de estilos de vida” e, por outro lado, “a segurança que tem de haver por parte do profissional”.

Segundo o responsável, o nutricionista “tem de ser o mais independente possível e tem de ter condições para exercer essa independência”.

“A preocupação que existe, por parte da DGS, é que os profissionais de saúde que atuam nestes espaços tenham compromissos de orientação profissional, ética e deontológica que lhes permita salvaguardar a independência e a capacidade de recomendar e prescrever, independentemente do local onde estão”, vincou.

Para a DGS, deve aproveitar-se a “dispersão geográfica” das farmácias, bem como o relacionamento que conseguem ter com as pessoas, para as usar “como espaços de educação e de prestação de informação de qualidade aos cidadãos”.

“Sabemos, hoje, que a educação e a informação têm um papel muito importante na tomada de decisão dos cidadãos. Devemos incentivar a utilização das farmácias como espaços de informação de qualidade”, acrescentou Pedro Graça.

Também presente na sessão, Nuno Castro Marques, do Conselho de Administração da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), destacou que aquele organismo “não tem nada a favor nem contra a prestação de cuidados de saúde nas farmácias”, recomendando apenas que sejam estipuladas “condições mínimas” para que os mesmos possam ser prestados em segurança.

“Trata-se de uma nova realidade que nos compete regular e acompanhar”, observou.

De acordo com o responsável, a ERS tem “25 mil estabelecimentos registados como prestadores de cuidados de saúde”, dois mil dos quais com atividades “na área da nutrição”.

Destes, “775 admitem que estão a prestar esses cuidados em espaços coincidentes com as farmácias”, indicou.

Paulo Cleto Duarte, presidente da Associação Nacional de Farmácias, reconheceu que “muito foi feito nos últimos dez anos para permitir a atividade dos nutricionistas nas farmácias”, defendendo a necessidade de “limar pequenas arestas que não estão a permitir a consolidação do projeto”.

“Temos de nos preocupar, essencialmente, com o que os doentes querem de nós”, disse.

Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, destacou que “o interesse maior” de colocar o projeto em prática “é o da saúde da população portuguesa”.

De acordo com Luís Costa, da Ordem dos Farmacêuticos, “o aconselhamento não farmacológico para prevenir situações futuras de saúde vai reduzir a despesa a curto e médio prazo”.

O responsável vincou que o papel dos nutricionistas nas farmácias “é crucial”, uma vez que estes profissionais podem fazer “com maior dedicação” o acompanhamento a um doente inserido num programa nutricional.

Para Luís Costa, “era importante definir regras” para a atuação dos nutricionistas nas farmácias, de forma que o doente “encontre um profissional a atuar da melhor forma e não tenha reservas em relação à sua atuação”.

Prevenção
O comissário europeu para a Saúde, Vytenis Andriukaitis, reiterou hoje que as vacinas são uma das vias mais seguras para...

“As vacinas são uma das formas mais seguras e economicamente mais eficazes de assegurar a saúde pública e de prevenir doenças evitáveis”, disse Andriukaitis, num comunicado divulgado no âmbito da Semana Europeia da Imunização.

A declaração, assinada conjuntamente com a diretora para a Europa da Organização Mundial de Saúde (OMS), Zsuzsanna Jakab, sublinha que “os mitos antivacinação e a falta de conhecimento podem levar as pessoas a recusar as vacinas, o que, por sua vez, pode abrir a porta para surtos de doenças”, sustentando que “a diminuição da confiança pública na imunização é uma ameaça séria que não pode ser ignorada”.

Um dos exemplos apresentados é o do sarampo, que matou cerca de 2,6 milhões de pessoas por ano até à larga difusão da vacinação, em 1980.

“Após um número recorde baixo de casos de sarampo relatados na Europa em 2016, um aumento nos contágios relatados até agora, em 2017, está a afetar bebés muito jovens que são demasiado novos para serem vacinados, bem como adultos de todas as idades e trabalhadores de saúde que nunca foram imunizados”.

A Comissão Europeia e a OMS salientam ainda que “os benefícios das vacinas são uma questão de facto e não de opinião”.

“Temos que acabar com o ceticismo crescente face à imunização, que ameaça reverter os progressos alcançados na saúde pública”, sublinha o comunicado.

Dezoito países europeus foram incluídos numa lista de regiões com transmissão endémica de sarampo, divulgou hoje a Direção-Geral de Saúde (DGS), com base em informações transmitidas pelo Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças.

Na informação anterior, divulgada no passado domingo, o registo era de 14 países com surto da doença, com a Roménia a liderar, ao indicar mais quatro mil doentes em seis meses, desde meados do ano passado.

Continuando a ter a Roménia como líder, a lista mais recente inclui ainda Alemanha, França, Itália, Áustria, Bélgica, Polónia, Roménia, Suíça, Rússia, Turquia, Ucrânia, Irlanda, Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Sérvia e Macedónia.

Na lista divulgada no domingo, a Roménia continua a protagonizar o maior surto na Europa, com 4.793 casos confirmados e 21 mortes, sendo a faixa dos 0-14 anos a mais atingida (82,1%). Dos casos registados entre janeiro de 2016 e abril de 2017 reportavam a 96% pessoas não vacinadas.

Em Portugal, até quarta-feira, foram notificados “46 casos de sarampo, dos quais 21 confirmados e 15 em investigação” e uma morte, tendo a dez casos sido excluído o diagnóstico de sarampo, segundo a DGS.

Nos primeiros quatro meses do ano houve mais casos de sarampo em Portugal do que na última década anterior.

Semana Europeia da Vacinação
Na Semana Europeia da Vacinação nasce um alerta nacional para a prevenção em idade adulta. Médicos apoiam esta sensibilização

Foi uma viagem à Ásia que levou Rui Ribeiro, 36 anos, a tomar a vacina contra o tétano recomendada a adultos em Portugal. Julgava que era necessário tomar vacinação específica, contra a malária, mas estava enganado. "Na Consulta do Viajante, no Porto, disseram-me que não era preciso mas verificaram que tinha a vacina do tétano em atraso. E foi assim que acabei por me vacinar", contou ao DN. Rui é um caso de um adulto que se esqueceu das recomendações, apesar de confiar no sistema de vacinas.

Esta é a situação que mais se aplica aos portugueses em geral, em que a vacina do tétano e difteria é recomendada para os adultos, com a situação a atingir também os grupos de risco e as suas vacinas. Por isso, nesta Semana Europeia da Vacinação, que decorre entre hoje e sexta-feira, sob o lema "Vaccines work" (As vacinas funcionam), a Associação Respira juntou-se à Fundação Portuguesa do Pulmão e ao GRESP - Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar para lançar o Movimento Doentes pela Vacinação. O objetivo é "alertar, informar e orientar os interessados sobre o tema", sabendo que em Portugal nove em cada dez adultos com mais de 50 anos não estão vacinados contra a pneumonia.

Os dados são de um estudo de 2016 sobre a pneumonia em adultos mais velhos. Desde 2015, uma norma da Direção-Geral da Saúde recomenda a vacinação de grupos de adultos com risco acrescido de contrair doença invasiva pneumocócica mas, diz a Associação Respira, muitos doentes não têm conhecimento disso. A Respira agrupa pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e outros problemas respiratórios. São eles que agora partem para a sensibilização da população. "As pessoas não atribuem uma grande importância à prevenção que é feita com vacinas. Há certos grupos, como o nosso de doentes com problemas respiratórios, que são vulneráveis. A vacina pode fazer a diferença", explicou ao DN Isabel Saraiva, vice-presidente da Respira e fundadora do Movimento Doentes pela Vacinação.

A vacina antipneumocócica não tem custos para pessoas que o médico considere essencial que sejam imunizadas. Além dos doentes respiratórios, grupos de alto risco como portadores de HIV, pessoas com linfomas, ou que tenham retirado o baço, estão entre os que têm direito à vacinação sem custos. "Todas as pessoas podem tomar a vacina, terá custos mas é comparticipada", diz Isabel Saraiva.

Os médicos aprovam a aposta dos doentes em alertar a sociedade, mas pedem a validação pelo profissional. "A vacina previne a doença. As pessoas devem sempre dirigir-se ao médico que indicará se deve vacinar-se", afirma António Araújo, presidente da Pulmonale - Associação Portuguesa de Luta contra o Cancro do Pulmão. O médico, que preside à secção Norte da Ordem dos Médicos, aplaude a iniciativa da Respirar e considera que a vacinação dos adultos perdeu força com o desenvolvimento da medicina. "As doenças infecciosas foram diminuindo de prevalência e as pessoas acabam por descurar. Muitos adultos falham a vacina do tétano por esquecimento mas ela é importante e previne doenças fatais. Nos grupos de risco, como é o caso dos vulneráveis à pneumonia, a vacina previne internamentos e problemas graves", diz o professor no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.

António Araújo realça que "é fundamental vacinar", consciente do movimento que existe, a nível internacional, a defender a não vacinação - esta foi uma questão que ganhou relevo nas últimas semanas devido ao surto de sarampo que atingiu a Europa [em Portugal há 21 casos confirmados e 15 em investigação, e uma morte] e em que uma elevada percentagem de quem apanhou a doença não estava vacinado.

"Deve-se ao facto da diminuição de incidência de certas doenças e de se basearem em argumentos não científicos. Tomam a decisão de não se vacinar e isso tem riscos. Acabam por surgir surtos de doenças", considera, apontando que a mobilidade no mundo faz aumentar o risco.

Mobilidade gera desafios

Por isso, Ricardo Mexia, especialista em saúde pública no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, afirma que "não podemos baixar a guarda, é preciso manter um sistema de vigilância proativo" no campo da vacinação. "Os vírus e agentes patológicos não têm fronteiras. A mobilidade hoje é rápida e mais fácil, colocando desafios relevantes", aponta o médico, sem querer, por agora, entrar na discussão da obrigatoriedade da vacinação, equacionada por alguns com o surto de sarampo que causou a morte de uma jovem. "Não é o momento para discutir a obrigatoriedade. É preciso serenidade e olhar para as evidências . A Roménia tem vacinas obrigatórias e está a lidar com mais de quatro mil casos de sarampo. Em França criaram-se subsídios para mais vacinação mas veio a comprovar-se que esse sistema prejudicava as classes mais baixas", justifica.

Para o Movimento Doentes pela Vacinação, o mais importante é chegar às pessoas. "O que se pretende é levar informação às pessoas. Isto será o início, queremos juntar mais instituições e fomentar a participação dos médicos. As pessoas estão pouco informadas. Mesmo no caso de quem está recomendado e pertence aos grupos de alto risco, logo, com acesso gratuito à vacina, as taxas de vacinação são extremamente baixas", diz Isabel Saraiva.

Na Semana Europeia da Vacinação, a OMS refere que a vacinação deve ser ao longo de toda a vida, entre a infância, adolescência e idade adulta. O objetivo é afirmar que as vacinas funcionam e têm salvado milhões de vidas.

Parceria com Fundação Portuguesa de Cardiologia
A Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC), em parceria com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia e a associação...

O primeiro é da responsabilidade da Fundação Portuguesa de Cardiologia, estando já aberto o período de candidaturas à bolsa de investigação no valor de 5 mil euros até ao dia 30 de junho de 2017. Já o prémio a ser atribuído na área da morte súbita no desporto será da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

“Estamos muito orgulhosos por estarmos associados a este projeto inédito de âmbito nacional. Atualmente as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal, sendo que a educação para a prevenção se torna cada vez mais urgente” refere o Prof. Doutor Manuel Oliveira Carrageta, Presidente da Fundação. “Neste contexto, o lançamento dos Prémios de Investigação Eusébio da Silva Ferreira ganha particular importância”, conclui o especialista.

De acordo com o Dr. Miguel Mendes, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, “os prémios Eusébio da Silva Ferreira são uma mais-valia para estimular a investigação no campo da Cardiologia do Desporto e para chamar a atenção para a necessidade da avaliação prévia e acompanhamento médico dos desportistas mesmo após terminarem a fase competitiva da sua carreira”.

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