Governo
A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa reconheceu hoje que os dados de saúde “são muito pretendidos” e que,...

Maria Manuel Leitão Marques falava à margem da conferência Portugal eHealth Summit, que decorre entre hoje e quinta-feira em Lisboa e que contará com a participação de mais de 8.000 pessoas.

“Com certeza que há muitos problemas que temos de resolver e em primeiro lugar os problemas de segurança”, disse, acrescentando: “Os dados de saúde são muito pretendidos, mas muito caros a cada um de nós”.

Para a ministra, “a ciência de dados vai ser provavelmente um desafio em muitos domínios para a administração pública, mas provavelmente aquele onde será mais importante é na saúde”, adiantou.

Maria Manuel Leitão Marques sublinhou o benefício que é possível obter do tratamento da informação, nomeadamente para o desenvolvimento da ciência, ressalvando que esta não deve ter o nome das pessoas nem permitir que identifique o titular.

Presente na cerimónia de abertura do Portugal eHealth Summit, o ministro da Saúde confirmou a aposta deste Governo na transformação digital e disse que este país é hoje um exemplo nesta matéria para outros países.

Entre os vários benefícios desta digitalização está o combate à fraude na saúde, referiu.

Sem contabilizar os ganhos obtidos com estas medidas, Adalberto Campos Fernandes frisou que estes são visíveis através de indicadores indiretos, nomeadamente as detenções e as mudanças de comportamento.

Ainda assim, o ministro disse que os ganhos são sempre na ordem das dezenas largas de milhares de euros.

“Temos hoje um sistema mais seguro, menos favorável a comportamentos inapropriados e posso dizer que a fraude de utilização abusiva da receita para a dispensa de medicamentos tem vindo a diminuir porque, por um lado, os agentes sabem que o controlo é poderoso e porque nós temos instrumentos de deteção precoce que permite evitar esse tipo de comportamentos”, adiantou.

Durante três dias, o Portugal eHealth Summit vai reunir especialistas nacionais e internacionais, envolvendo a academia, empresas empreendedoras, ‘startups’, ordens profissionais, sociedades científicas, associações de doentes, outras entidades da administração pública e representantes da área da investigação e financiamento em saúde.

A partir deste mês
A Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano vai disponibilizar consultas de reumatologia, a partir deste mês, após ter...

Em termos práticos, segundo a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), o novo protocolo "permite a mais de 200 utentes do Alentejo Litoral evitar deslocações a Lisboa ou Almada para receberem cuidados nesta especialidade".

A colaboração entre a ULSLA e o Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN) começou em junho de 2015, altura em que foi celebrado uma parceria na área de imuno-hemoterapia.

Desde de novembro de 2016 foram estabelecidas mais parcerias, nas áreas de pneumologia, otorrinolaringologia, patologia clínica e anatomia patológica.

Para este mês está previsto o início das consultas de reumatologia, indicou a ULSLA, cujo conselho de administração passou a ser presidido por Luís Manuel de Sousa Matias, que substituiu no cargo Paulo Espiga.

Em jeito de balanço de cerca de um ano à frente da administração da ULSLA, Paulo Espiga destacou a criação e recuperação de valências no litoral alentejano, através de protocolos com outros centros hospitalares, como a neurologia e a psiquiatria.

A descentralização de consultas de especialidade, com atendimentos em alguns dos centros de saúde, foi também indicada por Paulo Espiga, assinalando ter passado a haver consulta de psiquiatria "em todos os centros de saúde" dos cinco concelhos abrangidos pela ULSLA, além de estar também previsto iniciar-se este mês consultas de "pneumologia em Alcácer do Sal e Odemira".

Paulo Espiga reconheceu, no entanto, algumas "áreas problemáticas" que ficam por resolver, como a urologia e a gastrenterologia, em que continuam a "faltar médicos".

O mesmo acontece com a "medicina interna", em que, dos 24 especialistas necessários, o Hospital do Litoral Alentejano (HLA) apenas tem 15.

Nos cuidados de saúde primários, Paulo Espiga lembrou a redução do número de utentes sem médico de família, que passou de "30 mil no início de 2016" para "7.500 no final do passado mês de março" (cerca de 3 mil em Santiago do Cacém e 4 mil em Odemira).

Criada em 2012, a ULSLA integra, além do HLA, em Santiago do Cacém, e da Unidade de Saúde Pública do Alentejo Litoral, o Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Litoral, com cinco unidades nos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira e respetivas extensões, dando resposta a uma população de cerca de cem mil habitantes.

Ciências da saúde
A Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria é o novo membro efetivo da Rede Académica das Ciências da Saúde...

Em nota de imprensa, a Escola Superior de Saúde de Leiria (ESSLei) explica que, após um processo de candidatura, a escola foi afiliada nesta rede de saúde internacional, e recebeu a insígnia de membro efetivo na Reunião Internacional da Rede Académica das Ciências da Saúde, em Lisboa, que decorreu no dia 31 de março.

A subdiretora da ESSLei, Carolina Henriques, citada na nota de imprensa, adiantou que "esta afiliação internacional é o reconhecimento da excelência da formação ministrada, possibilitando cooperar com outros países, como Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Moçambique, Angola e Brasil, na formação e investigação na área da saúde".

Com esta integração, a escola "passará a integrar núcleos académicos e de investigação com estes países, de acordo com as áreas de estudo e académicas no domínio da saúde".

A Rede Académica das Ciências da Saúde (RACS) da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) tem como missão promover a formação e cooperação científica na área das ciências da saúde entre instituições do ensino superior e centros de investigação de países da CPLP, o intercâmbio e o desenvolvimento da cooperação no âmbito do ensino, da investigação e da inovação das ciências da saúde, e a mobilidade académica no âmbito das ciências da saúde entre os países da CPLP, refere a nota de imprensa.

A RACS promove e facilita também as relações bilaterais e multilaterais entre instituições de ensino superior e a formação ao longo da vida no âmbito das ciências da saúde.

Triénio 2017-2019
José Manuel Boavida foi eleito presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, para o triénio 2017-2019....

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) é a Associação de pessoas com diabetes mais antiga do mundo e, para além da sua vertente associativa, é nacional e internacionalmente reconhecida na prestação de cuidados de saúde e nas áreas da formação e investigação. Manter um nível de excelência e alcançar sempre mais e melhor é obrigatório, por isso, o programa da atual direção assenta em 6 pilares estratégicos: Sustentabilidade, Assistência à pessoa com diabetes, Formação, Investigação, Defesa das Pessoas com Diabetes e Relação com os Associados.

A prestação de cuidados de saúde que permitem aumentar a qualidade de vida das pessoas com diabetes sempre foi um dos principais objetivos da associação e manter-se-á com esta direção, mas há outros objetivos a cumprir durante este mandato, nomeadamente:

  • Tornar a diabetes cada mais visível: fazer compreender a dimensão humana, social, económica e política da diabetes;
  • Consolidar o projeto da APDP numa visão integrada e humanista do tratamento da pessoa com diabetes;
  • Expandir os serviços da APDP através de acordos de cooperação com outras associações e a criação das casas da diabetes em zonas estratégicas do país;
  • Aumentar o investimento na investigação com vista à cura da diabetes e à melhoria da qualidade de vida da pessoa com diabetes.

“Esta direção tem uma vontade muito forte em dar continuidade ao trabalho que tem sido desenvolvido na sustentabilidade da associação, na excelência das suas atividades, no alargamento da oferta dos serviços prestados e na defesa intransigente dos direitos das pessoas com diabetes. Mas temos outras lutas a travar como por exemplo, melhorar a acessibilidade dos doentes à associação e, para que isso aconteça é fundamental dar continuidade ao processo já iniciado com a petição pública e subsequente Recomendação da Assembleia da República ao Governo sobre a integração da APDP no Serviço Nacional de Saúde”, afirma o presidente da APDP.

Direção da APDP para o Triénio 2017-2019
José Manuel Boavida | João Filipe Raposo | Maria Antónia Almeida Santos | Horácio da Silva Marreiros Negrão | Ana Maria Escoval | Maria Lurdes Serrabulho Andrade | Maria Paula Borges Lemos Macedo

Suplementação na prática desportiva
Essencial para a manutenção dos ossos, músculos e tecidos, o magnésio tem um papel importante na pre

Contribuindo para o normal funcionamento dos ossos e músculos, o magnésio é responsável pela capacidade funcional dos tecidos tornando-se a peça chave da recuperação após prática desportiva.

“Ao intervir em muitas reações enzimáticas, tanto no metabolismo dos alimentos como na síntese de inúmeros produtos orgânicos, assim como no funcionamento do sistema ósseo ou no processo de divisão celular, este é um mineral básico para o desportista”, começa por dizer a dietista Ana Maria Lajusticia.

O magnésio é, de acordo com a especialista, “o sétimo elemento em abundância, constituindo cerca de 2% da crosta terrestre e o terceiro mais abundante dissolvido na água do mar”, sendo essencial para todas as células vivas.

“No nosso organismo, ocupa o quinto lugar, depois do cálcio, do fósforo, do potássio e do sódio, e mais de metade encontra-se nos ossos e nos dentes, quase uma terceira parte nos músculos e noutros tecidos. O resto encontra-se no sangue e outros fluídos”, explica Ana Maria Lajusticia.

Entre os principais benefícios, destaca-se o seu contributo para o normal funcionamento do sistema nervoso e da função psicológica, dos músculos e síntese proteica e manutenção dos ossos e dentes.

Por outro lado, o magnésio contribui para o equilíbrio eletrolítico e metabolismo energético normal e ajuda a diminuir o cansaço.

Sendo que as doses diárias recomendadas deste mineral variam entre 400 e 310 mg (valores referência para homens e mulheres entre os 19 e 30 anos), o magnésio encontra-se “em maior proporção em frutos secos, sementes, cereais integrais, legumes, hortaliças de folha verde e nas frutas”.  Leite ou produtos lácteos e soja são também importantes fontes de magnésio.

Insónia, irritabilidade, fadiga, contraturas musculares, cãibras, alterações cardíacas, distúrbios na memória, confusão ou anorexia são alguns dos sintomas causados por um aporte deficiente deste mineral.

“A deficiência de magnésio pode ocorrer em pessoas que consomem álcool em excesso ou naquelas que absorvem menos magnésio devido a queimadura, certos medicamentos – como os diuréticos -, níveis baixos de cálcio no sangue, problemas de má absorção – como a doença de Crohn -, ou devido a cirurgia”, revela a dietista espanhola.

Pelo contrário, o excesso deste mineral no organismo pode provocar problemas graves de saúde. “A insuficiência renal é a causa mais comum do excesso de magnésio já que os rins não podem excretar o mineral de forma normal”, explica Ana Maria Lajusticia acrescentando que a justificação para a apresentação de doses excessivas de magnésio no organismo pode estar no uso incorreto de algumas substâncias. “É possível que se esteja a tomar muito magnésio através da alimentação, geralmente em forma de laxantes (como leite de magnésio) ou antiácidos”, revela.

Relativamente ao seu papel na prevenção de lesões desportivas, este mineral revela-se extramente importante na recuperação muscular.

“Quando o desportista se vê submetido a stress físico, mas também mental, perde magnésio. Nesse momento, o magnésio que se encontra nas células é libertado para a corrente sanguínea e, posteriormente, é eliminado pela urina e/ou pelas fezes”, começa por explicar a especialista.

Como consequência, a redução dos níveis de magnésio a que está sujeito leva a perda de resistência e de capacidade de adaptação ao esforço, que se traduz no aparecimento de cãibras, contraturas, tiques ou fadiga.

“Sem este mineral, podemos reduzir a capacidade funcional do tecido e piorar a sua recuperação. Daí a necessidade de suplementar com mais 10 a 20% do que no caso de uma pessoa sedentária”, afirma Ana Maria.

A suplementação de magnésio está, deste modo, indicada para a melhoria do rendimento físico e mental, para atrasar a fadiga e melhorar sintomas como contraturas, tiques ou cãibras.

“É importante sublinhar que o magnésio deve ser complemento a uma alimentação variada e equilibrada e com uns hábitos de vida saudáveis, como a prática de exercício físico e a redução de stress”, acrescenta.

De acordo com esta especialista, como suplemento, o magnésio pode ser encontrado em várias formas de sais “tal como carbonato, cloreto ou lactato”.

A única advertência à sua utilização prende-se com o seus efeitos adversos. “Alguns sais de magnésio como cloreto ou carbonaro estão contraindicados para pessoas com diarreira, já que podem ter um ligeiro efeito laxante”, justifica.

Por outro lado, “também não é recomendável para pessoas com alguma doença renal, nem para pessoas que estejam a tomar antibióticos, já que reduz a absorção dos mesmos”. 

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
7 de Abril - Dia Mundial da Saúde
Por ocasião do Dia Mundial da Saúde, data que visa alertar a população para a promoção de comportamentos e hábitos que em...

Susana Sampaio, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), sublinha que “o doente transplantado tem risco de doença e morte cardiovascular aumentados, pelo que constituem elementos promotores de saúde, o controlo de todos os fatores que possam aumentar a probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares.”

Assim, a SPT aconselha a todos os doentes transplantados os, “10 mandamentos” para a saúde:

1) Combate à obesidade com prática de exercício físico frequente, nomeadamente com caminhadas ou outro tipo de desporto;

2) Alimentação saudável  e equilibrada com ingestão de alimentos pobres em gorduras e açúcar e em quantidades adequadas;

3) O consumo de bebidas alcoólicas deve ser excecional;

4) Abstenção tabágica;

5) Controlo dos valores de tensão arterial;

6) No caso de doentes diabéticos, vigilância e controlo dos valores de açúcar no sangue;

7) Controlo dos valores de gordura no sangue (colesterol e triglicerídeos);

8) Cumprimento dos esquemas de medicação, nomeadamente os medicamentos imunossupressores que evitam a rejeição do órgão, nas quantidades e horários prescritos;

9) Manter vigilância e cumprir os rastreios aconselhados pelo médico assistente;

10) Não faltar às consultas de pós-transplante.

A SPT aconselha ainda a população geral e em particular os doentes transplantados a seguirem os conselhos dos profissionais de saúde para a promoção de uma vida com saúde.

Em dois meses
Nos dois primeiros meses deste ano oito mil grávidas foram vacinadas contra a tosse convulsa. O que ultrapassou as expectativas...

Estes dados, conhecidos numa altura em que se volta a falar da importância da vacinação com o aparecimento de dois casos de sarampo em Portugal e a notificação de mais de 500 na Europa e o registo de 126 pessoas com hepatite A no país desde o início do ano, são considerados positivos pelos responsáveis da Direção-Geral da Saúde (DGS).

"O Programa Nacional de Vacinação (PNV) 2017 está a decorrer conforme o previsto: elevada adesão da população, como se tem verificado ao longo dos seus 51 anos de existência", destacou Teresa Fernandes, da equipa de coordenação do PNV da DGS, lembrando que Portugal tem "dos melhores resultados a nível mundial" (taxa de cobertura superior a 95%). Com uma aposta "na vacinação mais precoce na vida (ex: durante a gestação), em maior simplicidade dos esquemas de vacinação e em maior imunogenicidade (mais antigénios de HPV)", a expectativa é de que "a adesão possa ainda melhorar".

No que diz respeito à vacinação das grávidas contra a tosse convulsa, Teresa Fernandes adianta que "tem estado a correr muito bem, com elevada procura". No final de fevereiro "já se tinham vacinado cerca de oito mil grávidas no Serviço Nacional de Saúde, número acima do esperado". Este é um grupo que "normalmente não aceita facilmente a vacinação, mas até agora a vacinação da grávida está a ter muita procura, dado que se trata de uma vacina que é segura e tem o objetivo de proteger os seus filhos nas primeiras semanas de vida". Um dos problemas, adianta a responsável, é que "esta vacina tem sido fornecida com algumas limitações, determinadas por limitações de produção a nível mundial". Por isso, "está a ser dada prioridade à vacinação das grávidas com 30 ou mais semanas de gestação, sendo as restantes marcadas para essa data".

Outra novidade do PNV é a administração da vacina contra o vírus do papiloma humano aos 10 anos. "Não temos ainda números sobre a vacinação com esta vacina, mas a HPV9 veio substituir a HPV4, que tem tido uma excelente adesão, pelo que se espera resultados semelhantes, ou até melhores, uma vez que se recomenda agora a vacinação mais cedo. Esta vacina protege contra cerca de 90% dos tipos de HPV associados a cancro do colo do útero", frisou ao Diário de Notícias a técnica superior da DGS.

Desde 2004 sem sarampo
Neste ano foi notificado um caso de sarampo importado da Venezuela, que "não originou casos secundários", e recentemente foi conhecido outro, "que está em investigação". Mas, ressalva Teresa Fernandes, desde 2014 que não ocorriam casos em Portugal. "O impacto das elevadas coberturas vacinais, mantidas ao longo de décadas, pela aplicação do PNV e de campanhas de vacinação, é a eliminação do sarampo e da rubéola, certificados pela OMS Europa desde 2014."

Apesar dos bons resultados, a técnica da equipa de coordenação do PNV refere que há "assimetrias a nível local em que as coberturas para a vacina VASPR são mais baixas, em algumas comunidades de difícil alcance ou com menor acesso aos serviços de saúde, pelo que têm sido tomadas medidas extraordinárias em algumas zonas do país para corrigir essas assimetrias", entre as quais a convocação para a vacinação dos menores de 18 anos que não estão imunizados. "Ou mesmo a deslocação de equipas de vacinação a determinadas comunidades com menor acesso aos serviços de saúde."

Teresa Fernandes alerta para o "risco de importação de casos de outros países, incluindo da Europa", pois trata-se de "uma doença muito contagiosa", o que levou mesmo à emissão de um alerta pela OMS. "Continuam a ocorrer mortes por sarampo na Europa."

Reativar memória das doenças
Para Mário Freitas, médico de saúde pública, "é muito preocupante" o que está a acontecer com o sarampo. Tal como o Diário de Notícias noticiou em janeiro, todos os anos há cerca de quatro mil crianças que não são vacinadas em Portugal. Em alguns casos, a decisão de não vacinar está relacionada com "práticas religiosas e crenças", mas, como se trata de uma doença que carece de imunidade de grupo, "se há jovens que não estão vacinados, chega a uma altura em que se colocam em risco a eles e à comunidade". Na opinião do médico, não faz sentido tornar o PNV obrigatório, "mas sim explicar às pessoas os riscos de não vacinar, que são muitos".

Nas últimas décadas perdeu-se a memória sobre doenças como o sarampo. "As pessoas deixaram de entender o risco porque não têm contacto com a doença. A geração dos nossos avós sabe bem os riscos do sarampo." Segundo o consultor de saúde pública, "a memória tem de ser reativada", pois "são doenças que num passado muito recente matavam". Mário Freitas diz que "o PNV salvou muita gente", mas o problema é que "as pessoas que foram salvas não sabem que foram salvas". E ainda existem mitos em relação à vacinação. "As redes sociais são perigosíssimas. As mentiras propagam-se à velocidade da luz".

Serviços Partilhados do Ministério da Saúde
E se um dia a televisão lhe enviar uma mensagem a perguntar-lhe se já tomou os medicamentos ou a pedir-lhe para medir a tensão?...

Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde querem avançar com as primeiras experiências no próximo ano e acompanhar com proximidade os utentes que estão mais sozinhos. Esta e outras inovações tecnológicas na saúde vão estar em debate a partir de hoje, na eHealth Summit, encontro em que são esperadas mais de oito mil pessoas.

"A televisão é muito abrangente e mais indutora de comportamentos. E sabe quando as pessoas estão a olhar para ela, porque ou mudam o canal ou sobem o som. Nós temos muitas pessoas sozinhas em casa e o nosso objetivo é levar a rede de saúde a casa das pessoas e potenciar soluções digitais para que possam estar mais acompanhadas. O concurso é complexo, demorará seis a nove meses, porque são empresas de grande volume. O queremos é que as três operadoras de televisão concorram todas para terem este serviço: ligar a box da TV aos serviços de saúde e mais tarde ter um canal do Serviço Nacional de Saúde [SNS]", explica ao Diário de Notícias Henrique Martins, presidente da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

A aposta na telemedicina está a crescer, com cada vez mais teleconsultas entre hospitais e centros de saúde. Aqui o foco são os utentes que não usam internet no computador ou nos telemóveis. "Temos dois a três milhões de pessoas de maior idade que não usam internet e têm telefones antigos. Mas usam a televisão e com alguma capacidade. A nossa ideia é ter transações simples, como marcar consultas fazendo uma ligação com o Portal da Saúde, e depois evoluir para soluções mais interessantes, em que a TV está linkada ao número de utentes. Aí podemos enviar mensagens a perguntar se tomaram ou não os medicamentos, se mediram a tensão, registar sinais vitais em que as pessoas podem responder com o comando. Pequenas perguntas com grande valor clínico", explica o responsável.

O primeiro passo é a substituição da rede nos centros de saúde e nos hospitais para aumentar a capacidade de transmissão de informação e a seguir testar estas novas funcionalidades em casa dos utentes. "Queremos começar os primeiros projetos-piloto em algumas casas e com alguns serviços até ao final do primeiro semestre do próximo ano. Iremos fazer questionários para saber o que as pessoas mais valorizam ter na TV e com as operadoras para perceber o que é mais fácil colocar no sistema", diz.

Feira de tecnologia da saúde
Mais inovações tecnológicas na área da saúde irão prender a atenção das oito mil pessoas inscritas na eHealth Summit, cimeira que começa hoje e termina na quinta-feira, no Parque das Nações, em Lisboa. A abertura cabe ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e à ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques.

"Neste encontro estão todos envolvidos: saúde, educação, economia e vários países. Temos vários painéis em que iremos discutir a questão do financiamento, o valor dos dados em saúde, a informação científica, o uso de dados na investigação, o papel que os jovens médicos estão a desenvolver nas tecnologias. Teremos pelo menos 20 startups e uma área dedicada às questões relacionadas com a Europa e projetos internacionais em que participamos, como o resumo clínico, que é um trabalho que estamos a desenvolver com outros países europeus e os EUA."

O SNS não ficará esquecido, nem os vários projetos que estão a crescer nos últimos anos, como a receita e a prescrição de exames sem papel - este último a ser implementado até ao final do ano -, além de uma parceria com o Infarmed relacionada com a evolução digital de processos de autorização de medicamentos e dispositivos médicos. A cibersegurança e o papel dos utentes também não ficou esquecido. "Ser ele a reportar se se sente melhor ou não com a medicação. No nosso caso é informação que pode ser recolhida pelo Portal do Cidadão", adianta Henrique Martins.

“O joelho dói? ojoelhodoi.pt”
O seu joelho ressente-se com a mudança de tempo? Fazer uma caminhada exige muito esforço? Sente dor quando sobe uns simples...

Para incentivar e sensibilizar a população portuguesa para a importância do diagnóstico precoce, a Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas (LPCDR), em parceria com a SANOFI, desenvolveu uma plataforma única, simples e diferenciadora que pretende responder à generalidade das questões: www.ojoelhodoi.pt

Para Elsa Frazão Mateus, Presidente da LPCDR, “nem sempre valorizamos a dor, a ponto de procurar ajuda médica para diagnóstico e tratamento adequados. Enquanto não o fazemos, um pequeno desconforto pode rapidamente passar a um problema mais grave, muitas vezes, incapacitante. Não podemos menosprezar a dor que sentimos.”

Na plataforma ojoelhodoi.pt é possível encontrar informação genérica sobre a dor no joelho (tipos de dor, sintomas comuns, doenças mais prevalentes e especialidades médicas associadas), bem como a rubrica “Pergunte ao Médico”, desenvolvida em parceria com profissionais médicos de referência, através da qual os utilizadores podem colocar dúvidas relacionadas com a dor no joelho. A plataforma dispõe, ainda, de uma área editorial – “Viver com Dor no Joelho” – onde são partilhados conteúdos relevantes sobre a temática, como estudos, artigos, dicas, receitas, exercícios, que promovam a prevenção e facilitem o dia-a-dia de quem vive com dor no joelho. 

7 de abril - Dia Mundial da Saúde
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, em parceria com o Sindicato de Jornalistas, organiza uma Sessão de Trabalho...

A Sessão de Trabalho terá lugar no Dia Mundial da Saúde, que se assinala a 7 de abril, pelas 14h00, e tem como objetivo promover a literacia em saúde, nomeadamente na área dos cuidados paliativos, junto da comunicação social.

O programa conta com a realização de um fórum dirigido por alguns membros da Associação, como a Dra. Ana Bernardo, Prof.ª Patrícia Coelho, Dra. Cristina Pinto e a Enfermeira Margarida Alvarenga, e ainda com a Isabel Nery, jornalista e representante do Sindicato de Jornalistas.

A APCP pretende com esta iniciativa contribuir para uma maior aproximação entre os profissionais de saúde e os jornalistas com o intuito de desmistificar estes cuidados e debater os atuais desafios da comunicação social.

A participação é gratuita, mas está sujeita a inscrição através do site: http://www.jornalistas.eu/?n=9709.

Saúde
InovUBI - Concurso de Ideias 2017 tem como tema “saúde” e destina-se a selecionar projetos com potencial para chegarem ao...

A Universidade da Beira Interior (UBI) está a promover o InovUBI - Concurso de Ideias 2017, que pretende incentivar o empreendedorismo e o desenvolvimento de projetos inovadores que originem novas empresas com potencial de crescimento. Aquela que é a primeira edição da competição tem como tema “Saúde”.

As candidaturas estão abertas até 5 de maio e destinam-se a toda a comunidade da UBI: investigadores, bolseiros, estudantes e diplomados, desde que tenham concluído a formação nos dois anos anteriores à edição do concurso.

As ideias/projetos podem ser novos produtos, processos, serviços ou novas aplicações de produtos existentes, com capacidade de desenvolvimento e valorização económica. Têm obrigatoriamente de ser originais.

Com esta competição, a UBI quer estimular a cultura empreendedora e o desenvolvimento de ideias e projetos inovadores, com potencial para resultarem em novas empresas com capacidade de crescimento e viabilidade comercial.

O InovUBI vai selecionar os melhores, mas também facilitar o acesso a mecanismos de financiamento adequados, assim como a parcerias de negócio estratégicas. Neste aspeto, destaca-se a presença no júri de elementos dos espaços de incubação da Covilhã, como o Parkurbis e o UBIMEDICAL, e ainda de entidades como o IAPMEI e um representante de Business Angels.

Os três primeiros classificados terão direito a prémios monetários (1.º: 2.000€, 2.º: 1.500€ e 3.º: 1.000€) para a realização do capital social da nova sociedade e consultoria para deteção de parceiros, investidores e assuntos em matéria de propriedade industrial. Nesta edição, o UBIMEDICAL premeia os três primeiros lugares com isenção de pagamento da incubação durante um ano.

Estudo
As lentes de contacto poderão no futuro ter sensores que permitem fazer análises ao sangue, detetar doenças e fazer testes de...

"Estes biossensores não vão levar os laboratórios de análises à falência mas creio que podemos fazer muitos diagnósticos com informação que pode ser extraída das lágrimas", afirmou um dos investigadores, Gregory S. Herman.

O trabalho vai ser hoje apresentado na reunião da Sociedade de Química Americana, a maior sociedade científica do mundo.

O controlo permanente dos níveis de glucose no sangue, em vez das picadas para extrair uma gota de sangue a que os diabéticos estão habituados, ajuda a reduzir os problemas provocados por aquela doença.

A maior parte dos dispositivos usados atualmente para isso depende da colocação de elétrodos em vários locais do corpo debaixo da pele, o que pode ser doloroso e provoca irritações cutâneas ou infeções.

Herman indicou que o sistema de biossensores nas lentes de contacto pode eliminar muitos destes problemas, para além de ser invisível.

Em teoria, mais de 2.500 sensores, cada um dedicado a uma função diferente, podem ser embutidos num milímetro quadrado de uma lente de contacto. Quando o sistema estiver afinado, poderão transmitir leituras para telemóveis ou outros dispositivos que usam tecnologia sem fios.

Gregory Herman indicou que os sensores já foram usados em cateteres para medir os níveis de ácido úrico e que poderá demorar mais de um ano para completar um protótipo que possa ser testado em animais.

"Depression: let's talk"
A depressão, que afeta anualmente cerca de 400 mil portugueses, pode ser prevenida desde criança até à velhice com programas de...

"Portugal é um dos países que mais prescreve psicofármacos, quando a prevenção da depressão é importante em todas as fases da vida, assumindo na adolescência um papel de maior relevo", disse o psicólogo, um dos coordenadores do seminário nacional "Depression: let's talk", que vai decorrer na sexta-feira, em Coimbra.

Segundo Vítor Anjos, Portugal é o país da Europa com a taxa de depressão mais elevada e "foca-se na medicação, quando é preciso perceber que a terapia e prevenção podem levar a um estado de saúde mental saudável".

O seminário "Depression: let's talk" destina-se a assinalar o Dia Mundial da Saúde, que este ano a Organização Mundial de Saúde dedicou à depressão, e é organizado em conjunto pela Escola Superior de Tecnologia de Saúde de Coimbra, a Associação Portuguesa de Conversas em Psicologia e Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

"Juntámos sinergias, porque pensamos que a depressão pode ser trabalhada de outra forma", frisou Vítor Anjos, salientando que 20% da população é negligenciada na doença e que 70% dos suicídios são causados por depressão.

De acordo com o presidente da Associação Portuguesa Conversas em Psicologia, estima-se que "400 mil portugueses entre os 18 e os 65 anos sofrem anualmente um grau de depressão muito alto".

Ana Paula Amaral, também da comissão organizadora do seminário, considera que em Portugal "pouco se tem feito na prevenção", embora reconheça que existem programas eficazes.

De acordo com a docente de psicologia clínica, o estigma associado à doença ainda constitui uma barreira importante ao diagnóstico atempado e prevenção.

"Se conseguirmos minimizar os fatores de risco e promover fatores de proteção conseguimos melhorar a doença na população", sublinhou Ana Paula Amaral, que defende também uma aposta maior na prevenção para combater o "normal foco no tratamento".

Durante o seminário, que terá dois painéis, serão abordados e divulgados vários programas que estão já no terreno e que visam a prevenção da depressão nos adolescentes, perinatal e do suicídio em cuidados primários.

Este ano
A administração de Donald Trump anunciou na segunda-feira que vai cortar o financiamento à agência da ONU para a saúde...

Ao suspender a assistência dos Estados Unidos ao Fundo da População da ONU, a administração de Trump está a cumprir a sua promessa de deixar as políticas conservadoras determinarem a forma como o país se posiciona no mundo, escreve a Associated Press.

Apesar de a decisão estar justificada com questões relacionadas com o aborto forçado, a invocação da emenda “Kemp-Kasten” será certamente entendida como sinal positivo por ativistas antiaborto e outros conservadores.

O Fundo da ONU vai perder 32,5 milhões em financiamento do orçamento de 2017, informou o Departamento de Estado, com os fundos desviados para programas semelhantes da Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos.

Ao abrigo de uma lei com 30 anos, os Estados Unidos são impedidos de financiar organizações que apoiem ou participem em abortos forçados por esterilização involuntária. Fica ao critério de cada Administração determinar que organizações o realizam. O Fundo da População da ONU recebe tipicamente cortes durante governos republicanos e volta a ser financiado quando os democratas controlam a Casa Branca.

O Comité do Senado para as Relações Exteriores foi notificado da decisão pelo Departamento de Estado numa carta recebida na segunda-feira. A carta seguiu uma designação formal de que o fundo “apoia ou participa na gestão de um programa de abortos coercivos ou esterilizações involuntárias”.

Num memorando obtido pela agência Associated Press, o Departamento de Estado afirma que o fundo da ONU faz parceria com a Comissão Nacional para a Saúde e Planeamento Familiar da China, responsável por monitorizar a política que fixa o limite de dois filhos por casal, que se seguiu à política do filho único (1979 – 2015).

No entanto, o documento reconhece que não há provas de que a ONU apoie abortos forçados ou esterilizações na China.

O Fundo da População da ONU, conhecido como UNFPA, lamenta a decisão dos Estados Unidos, considerando ser “erróneo” sugerir que era cúmplice das políticas da China.

“O UNFPA rejeita esta afirmação, já que todo o seu trabalho promove os direitos humanos dos indivíduos e casais que queiram tomar as suas próprias decisões, livres de coerção ou discriminação”, afirmou a agência em comunicado.

Estados Unidos da América
Representantes da Casa Branca apresentaram, na segunda-feira, sugestões de alterações à sua proposta de lei sobre o sistema de...

O vice-presidente Mike Pence e dois funcionários da Casa Branca encontraram-se na segunda-feira à noite com os membros do conservador House Freedom Caucus, num encontro onde esteve também o chefe de gabinete da Administração norte-americana, Reince Priebus, e o diretor do Gabinete de Orçamento, Mick Mulvaney.

Um dos participantes nesta reunião descreveu, sob condição de anonimato, que os representantes da Casa Branca ofereceram a possibilidade de deixar os estados candidatarem-se, junto do Governo federal, a isenções aos requisitos para a cobertura do seguro de saúde, impostos pelo programa de Barack Obama em 2010.

Entre os requisitos está a proibição de as seguradoras recusarem pessoas doentes. Os conservadores queixam-se que estes requisitos fazem os custos aumentar.

O projeto de lei republicano para acabar com o "Obamacare" e substitui-lo por outro sistema de saúde foi retirado no dia 24 de março, antes de ser votado na Câmara de Representantes, devido à falta de apoios de certas fações republicanas.

Trump assegurou, nessa data, que estava "aberto" a tentar outra reforma da Saúde no futuro e prognosticou que este ano haverá uma "explosão" no sistema estabelecido pela reforma de Obama, com uma fuga das seguradoras ou um aumento dos preços das franquias dos seguros médicos.

Ordem dos Psicólogos
O bastonário da Ordem dos Psicólogos defende que na área da saúde era preciso triplicar os cerca de 600 profissionais...

Em declarações, Francisco Miranda Rodrigues garante que nestas duas áreas “o mínimo dos serviços não está garantido”.

Na área da Educação, segundo o bastonário, está prevista a contratação de 200 psicólogos este ano para as escolas, ao abrigo do Plano Operacional de Capital Humano (POCH), no fim do qual o rácio de psicólogos nas escolas deverá passar dos atuais 1/1.700 para um psicólogo para cada 1.100 alunos.

“Está assumido num protocolo entre a Direção-Geral da Educação e a Ordem dos Psicólogos, a coberto de fundos comunitários, a contratação de 200 profissionais para as escolas, numa primeira fase. Mas ainda faltam mais 300”, afirmou o bastonário.

Também na área da Saúde, a situação “é muito má”. O responsável defende que para Portugal ter uma cobertura aceitável teria de triplicar o número de psicólogos.

“Isto é assumido até pelo Governo, com o compromisso de contratação de 55 psicólogos para os cuidados de saúde primários. É uma gota de água relativamente ao SNS [Serviço Nacional de Saúde], mas é um primeiro passo e é importante que rapidamente se concretize”, afirmou.

Segundo explicou o bastonário, estes 55 psicólogos permitirão ter um recurso para cobrir tudo o que são cuidados de saúde primários no país.

“Há sítios ainda com zero. A situação é muito má”, disse o bastonário, acrescentando: “A prevenção não dá resultados em dois ou três anos. Continuamos com respostas imediatistas, mais fáceis no curto prazo, mas, não só não são as melhores do ponto de vista das boas práticas, como também não são as que são sustentáveis para os sistemas de saúde, em particular para o SNS”.

No SNS, em 2015 existiam 553 psicólogos para 10 milhões de pessoas.

Francisco Miranda Rodrigues aponta ainda a precariedade destes profissionais, sublinhando que, neste caso, não se trata apenas de uma questão laboral.

“Não é só um problema laboral neste tipo de profissionais, os que utilizam os nossos serviços, nomeadamente na área da Educação, para que tenham acesso a intervenções que cumpram com as melhores práticas e que sejam eficazes, precisam de profissionais envolvidos desde o início no planeamento ano letivo, que conheçam os contextos de atuação, que possam estabelecer relações”, explicou.

O bastonário recordou que os psicólogos são profissionais cuja intervenção “depende das relações estabelecidas” e que a interrupção nas contratações – resultantes das mudanças de ano letivo – “é altamente lesiva” para os alunos.

“Esta interrupção é altamente lesiva para os utilizadores dos serviços. Não basta interromper e retomar como se nada fosse e com quem quer que seja. Não é assim… há muitas perdas associadas a este tipo de prática, tanto do ponto de vista do sofrimento das pessoas que precisam de ajuda, como um retrocesso nos problemas que estão a ser trabalhados”, defendeu.

Com esta prática de contratações, o bastonário diz que há perdas na rentabilização.

“Há que olhar para a especificidade da intervenção dos psicólogos e pensar que não pode continuar a haver este sistema de contratações, baseado nesta rotação permanente (…). A instabilidade para os utilizadores do serviço não permite o acesso conveniente”, defendeu.

Para ajudar a encontrar novos caminhos profissionais, não só para os psicólogos que ficaram desempregados, como também para os que estão à procura do primeiro emprego, a Ordem desenvolve um “projeto inovador” na área da empregabilidade, tentando trabalhar em áreas emergentes.

“Muitas vezes tentamos explorar áreas emergentes dentro da psicologia, que nalguns países já não são tão emergentes assim (…), que respondem a alterações sociodemográficas, como por exemplo a psicogerontologia”, contou o bastonário, lembrando que as áreas ligadas aos processos de envelhecimento têm cada vez mais procura.

Maioria psicólogos
Um em cada 10 diplomados que terminaram o curso em 2015 estavam desempregados um ano depois, a maioria das áreas das Ciências...

De acordo com dados da Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), dos 81.953 alunos diplomados no ano letivo 2014/2015, mais de 7.000 estavam inscritos em junho do ano passado no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Dos 7.199 desempregados inscritos no IEFP, 9,7% eram da área das Ciências Sociais e do Comportamento (704 casos), sobretudo em cursos de Psicologia, 9,4% de Engenharia e Técnicas Afins (683) e 6,8% de Arquitetura e Construção (521).

Em declarações, o bastonário dos Psicólogos reconhece que a situação de desemprego destes profissionais não é nova, mas lembra que o país continua a não ter um aproveitamento dos recursos existentes em áreas necessitadas como a educação e a saúde, onde “não há nem de perto nem de longe os mínimos assegurados”.

“Se estivéssemos a ter aproveitamento dos recursos existentes em áreas necessitadas, estaríamos noutro cenário”, disse Francisco Miranda Rodrigues, lembrando a proposta da Ordem de alterar a legislação para, à semelhança do médico do trabalho, criar a figura do psicólogo do trabalho.

“Com isto já daríamos passos significativos para resolver problemas que são reconhecidos por responsáveis políticos e decisores nas organizações a nível nacional e europeu”, considerou o bastonário, sublinhando os problemas de competitividade nas organizações causados, por exemplo, pelo stress ou burnout, que levam ao absentismo laboral.

Francisco Miranda Rodrigues reconhece o número muito significativo de oferta de formação superior todos os anos, mas lembra que é menor do que há alguns anos atrás.

Segundo o bastonário da Ordem dos Psicólogos, quando esta estrutura foi criada estavam a funcionar 38 cursos de Psicologia e hoje em dia são 31 (dois terços são privados).

“Há ainda uma tendência para que esta queda no número de curso possa ter continuidade”, afirmou, frisando que o número de formados todos os anos (1.300) não é excessivo para as necessidades do país e que é preciso uma aposta na prevenção para que estes recursos possam ser utilizados, pois no futuro acabam por gerar poupança.

“Estamos a falar de profissionais que, está mais do que provado que, do ponto de vista da sua intervenção, geram retornos por via da prevenção em áreas onde há um consumo de recursos muito grande, como por exemplo na medicação”, disse.

Uma estimativa apresentada no ano passado pela Ordem dos Psicólogos indica que, na área da saúde, por cada 75 cêntimos investidos existe um retorno de 3,74 euros.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2016 estavam desempregadas 109 mil pessoas com ensino superior completo (menos 5,5% do que em 2015).

Universidades Promotoras de Saúde
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra integrou hoje a Rede Ibero-Americana de Universidades Promotoras de Saúde,...

A formalização da integração da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC) na rede decorreu hoje, durante a sessão de abertura da 4.ª edição do Annual Meeting Coimbra Health School, que se realiza entre hoje e sábado.

A Escola de Tecnologia da Saúde de Coimbra é "a primeira [em Portugal] na área específica de escola de saúde" a aderir à rede, explanou o presidente da instituição, Jorge Conde.

“A Rede Ibero-Americana de Universidades Promotoras de Saúde (RIUPS) vê como possibilidade sermos um polo aglutinador no mundo das escolas de saúde" do país, acrescentou.

Para Jorge Conde, a entrada na rede permite à escola que lidera ganhar "conhecimento e passar o conhecimento" para a ação no terreno, com os alunos, através do acesso a outros exemplos e experiências de uma rede que já tem 14 anos de existência.

"A escola pretende ter um ambiente saudável, pretende educar para a promoção da saúde no sentido de os estudantes terem hábitos e comportamentos saudáveis", sublinhou o responsável da ESTeSC, considerando que os alunos quando chegam ao ensino superior não estão, muitas vezes, "preparados" para o grau de autonomia e de liberdade que lhes é dado.

Nesse sentido, a Escola de Tecnologia da Saúde procurou sempre ser "proativa nessa promoção", educando os estudantes a "terem hábitos saudáveis, serem promotores da sua saúde", para depois também levarem esse conceito, quando "forem para o terreno, nas empresas ou instituições onde vão trabalhar".

Federação Portuguesa de Agricultura Biológica
A Federação Portuguesa de Agricultura Biológica, hoje apresentada formalmente, quer assumir um “papel político determinante” na...

“Queremos ter voz nesta discussão da futura política agrícola”, o presidente da federação, Jaime Ferreira, salientando que, juntas, as sete organizações que constituem a Federação Portuguesa de Agricultura Biológica (Fpbio) têm “mais força para fazer valer” a política que defendem para a agricultura biológica portuguesa e europeia.

Constituída em janeiro, mas apresentada formalmente hoje, em Lisboa, a federação integra a Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (Agrobio), a Cooperativa de Produtores Biológicos (Bio Azórica - Açores), a Associação Nacional dos Engenheiros de Agricultura Biológica (Bioprotec), a CopadoNordeste-Cooperativa de Produtos Agrícolas (Macedo de Cavaleiros), a Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), a Associação de Consumidores da Madeira (OrganicA) e a Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus).

Salientando que a porta está aberta à entrada de novos membros, o presidente da Fpbio e da Agrobio, Jaime Ferreira, destacou o facto de, contrariamente ao que é normal no setor agrícola, a federação incluir organizações “além das ditas só de agricultura”, como é o caso da associação ambiental Quercus, a que se deverá juntar no futuro uma outra organização “ligada à saúde".

“Com isto estamos a introduzir nesta organização de cúpula outros lados que consideramos absolutamente importantes”, afirmou, apontando como “missão principal” da nova organização “representar politicamente as organizações federadas junto dos poderes políticos nacionais, instâncias comunitárias e outras organizações”.

É que, explicou, por exemplo no âmbito da revisão em curso da política agrícola europeia, a Agrobio “não tem sido envolvida, nem chamada para nada”, esperando agora as organizações setoriais que, juntas, tenham mais representatividade e peso político.

Neste sentido, a federação pretende apresentar “no imediato” um pedido de reunião ao ministro da Agricultura e ao Governo, assim como um plano de atividades “com ações concretas já para este ano”, entre as quais estará “a questão de estar representada efetivamente em Portugal e internacionalmente”.

“Sentimos que existe um défice em fazermos valer do ponto de vista político os nossos objetivos para a agricultura biológica em Portugal e sentimos que teríamos mais força se nos juntássemos à partida, para nos apresentarmos junto do Governo e de outras instâncias, nomeadamente comunitárias, como uma organização portuguesa para a agricultura biológica”, sustentou Jaime Ferreira, acrescentando: “Era uma falta que sentíamos há vários anos e que vai ao encontro do que o Governo também nos apontava, que não estávamos organizados”.

Estudo
O cancro da próstata, um dos mais comuns nos homens, poderá vir ser detetado com equipamento que "cheira" os...

No âmbito de um encontro da Sociedade Americana de Química, que decorre até quinta-feira, o investigador principal do projeto, Mangilal Agarwal, explicou que o estudo surgiu na sequência de outro publicado em 2014 e que indicava que os cães poderiam detetar o cancro da próstata com mais de 97% de precisão.

A equipa de Agarwal já estava a trabalhar num projeto para detetar hipoglicémia (baixa de açúcar no sangue) através da respiração, usando cães treinados para o efeito, e começou a investigar que moléculas os cães poderiam detetar no cancro da próstata.

Uma forma de se saber se um paciente sofre de cancro da próstata é através de uma biópsia, um procedimento doloroso ao qual milhares de homens se submetem todos os anos, sendo que a maioria não tem a doença. Segundo os cientistas foram feitos progressos para minimizar biópsias desnecessárias identificando moléculas associadas ao cancro da próstata, que poderão ser detetadas ao “cheirar” a urina com sensores químicos.

“Se os cães podem cheirar o cancro da próstata, nós também seremos capazes de o fazer”, disse Amanda Siegel, que como Agarwal pertence ao Instituto Integrado de Desenvolvimento de Nano-sistemas da Universidade de Indiana, Estados Unidos.

Para detetar que moléculas presentes na urina poderão indicar cancro da próstata os investigadores colheram amostras de urina de 100 homens submetidos a biópsias à próstata e identificaram um pequeno grupo de moléculas que aparecem em 90% das amostras de urina de pacientes com cancro, mas que não estavam presentes nas amostras das pessoas sem a doença.

A equipa quer agora fazer testes em larga escala em centros de saúde.

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