Cirurgião explica
As varizes são um problema de saúde muito comum. Surgem nas pernas entre a virilha e o tornozelo.

Muitas pessoas já ouviram falar de varizes, mas poucas entendem a sua causa e o potencial que têm para se tornar num grave problema médico – que é possível tratar sem dor.

As varizes afetam cerca de 40% da população feminina e 25% da masculina.

Quais são os principais fatores que levam ao aparecimento de varizes?

Os principais fatores que levam ao seu desenvolvimento são:

  • O sexo (o feminino é o mais propenso);
  • A gravidez;
  • A idade;
  • A hereditariedade.

Existem outros fatores que podem acelerar o desenvolvimento das varizes, incluindo:

  • A posição prolongada de pé;
  • A obesidade;
  • O trauma físico;
  • Os níveis hormonais.

Quais os sintomas das varizes?

Os doentes podem ter um ou mais dos sintomas abaixo indicados:

  • Dor;
  • Cãibras;
  • Sensação de peso;
  • Cansaço;
  • Sensação de formigueiro;
  • Inchaço.

Alguns destes sintomas podem evoluir para complicações mais graves, tais como:

  • Inflamação (flebite);
  • Formação de trombos (trombose venosa profunda);
  • Úlceras de perna;
  • Hemorragia.

As varizes podem, contudo, evoluir sem sintomas e o seu tratamento ser necessário, puramente por razões cosméticas.

Como surgem as varizes?

As varizes ocorrem quando as válvulas das veias são incapazes de fechar. Assim, permitem que o sangue que deve ser movido em direção ao coração, volte para trás (chamado refluxo venoso) e se acumule nessas mesmas veias, tornando-as progressivamente mais dilatadas e tortuosas.

Quais são as formas de tratamento das varizes?

A pergunta que muitos doentes colocam é como tratar as varizes. Existem 2 formas:

  • Tratamento médico:

Usando diariamente meias elásticas e medicamentos (flebotónicos).

  • Tratamento cirúrgico:
  1. Cirurgia clássica – com laqueação e excisão (stripping) das veias safenas;
  2. Tratamento minimamente invasivo – por ablação endovenosa, utilizando energia por exemplo de laser.

No caso da ablação endovenosa, o acesso é feito através da pele, usando a ecografia para visualizar a veia doente (com refluxo) e inserir nela uma fibra de laser ou um cateter, com um elétrodo de radiofrequência.

Isto permite aplicar a energia respetiva e levar ao colapso/oclusão da variz, sendo esta, posteriormente, absorvida.

Este procedimento é habitualmente realizado sob anestesia local e em regime de ambulatório, pois é apenas necessária uma incisão milimétrica na pele que não requer sutura.

Quando comparada com os métodos clássicos, a ablação endovenosa:

  • É igualmente segura e efetiva;
  • Tem menos complicações;
  • Está associada a muito menos dor e equimoses durante a recuperação;
  • Tem um resultado estético muito superior;
  • Não deixa cicatrizes.

A maioria das pessoas refere um alívio imediato dos sintomas e são capazes de retomar as suas atividades diárias e profissionais no dia seguinte ao procedimento cirúrgico.

Saiba que:

  • As mulheres são mais propensas a ter varizes (40% da população feminina);
  • As varizes podem evoluir sem sintomas;
  • Nos casos mais graves, a cirurgia é recomendável;
  • No dia seguinte à cirurgia por ablação endovenosa é possível retomar a atividade normal.
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia 23 de março
A festa oficial da Hora do Planeta vai decorrer já no próximo dia 23 de março, no Mercado de Alvalade, em Lisboa e, pela...

O programa do Arraial da Hora do Planeta, transversal a todas as idades, começa às 16h00 e integra animação permanente — com danças e música de DJ e de percussionistas — contando ainda com: leitura de contos, jogos, ioga e oficinas (construção de ninhos, reutilização de objetos, showcooking, aulas de culinária…). Pelas 20h30, está agendado um concerto semiacústico e intimista, de cerca de 30 minutos, da cantora Selma Uamusse, cujo repertório inclui influências de jazz, soul, rock e diferentes ritmos africanos.

O evento ficará ainda marcado pela inauguração de uma obra de arte oferecida pelos artistas urbanos Edis One e Pariz One à cidade. Trata-se de um mural gigante que será pintado no exterior do edifício dos bombeiros contíguo ao mercado. O tema abordado será como a exploração exaustiva dos recursos a nível alimentar está a matar o Planeta. Adultos e crianças são convidados a ajudar a finalizar este projeto no próprio dia.

Pela primeira vez, o formato escolhido foi o arraial, pois, como defende a diretora-executiva da ANP|WWF, Ângela Morgado, “com esta diversidade de atividades provamos que pequenas ações podem ter grande impacto”. E acrescenta: “Só conseguimos combater os efeitos das alterações climáticas, se alterarmos os nossos hábitos. Mas a mudança de comportamentos, para ser efetiva, não deve ser radical nem uma obrigação. Deve ser exequível no dia a dia de cada um, fazendo o que mais gostamos.”

No Mercado de Alvalade vai ainda ter lugar o célebre apagão, que em mais de 190 países e territórios acontecerá entre as 20h30 e as 21h30 (hora local). Este momento será, à partida, protagonizado pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e pelo Presidente da Junta de Freguesia de Alvalade, José Amaral Lopes, que, com a ajuda da mascote da WWF (o panda), irão desligar um enorme e simbólico interruptor.

Neste ano, a Hora do Planeta conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia de Alvalade. Até ao momento já estão inscritos 54 municípios, 7 organizações e 8 empresas — tais como El Corte Inglés, REN, Vulcano, Auchan, Zoo Santo Inácio e Corpo Nacional de Escutas — que, um pouco por todo o país, também ajudam a divulgar e a organizar iniciativas de consciencialização e conservação da natureza.

Apesar de a festa oficial da Hora do Planeta estar agendada para dia 23, durante quase toda a semana anterior Lisboa será palco de eventos paralelos e gratuitos dedicados ao ambiente, assinalando, por exemplo, o Dia Internacional da Floresta com uma caminhada e o Dia Mundial da Água com uma oficina de águas aromatizadas, ambas em Monsanto.

Recorde-se que a Hora do Planeta surgiu a 31 de março de 2007, em Sydney, quando 2,2 milhões de pessoas e mais de 2 mil empresas apagaram as luzes durante 60 minutos como alerta para os efeitos das alterações climáticas. Hoje, trata-se do maior movimento global pela defesa do ambiente, contando todos os anos com luzes desligadas em conhecidos monumentos como Torre Eiffel em Paris, Coliseu em Roma, Big Ben em Londres e Castelo de S. Jorge em Lisboa. 

Parentalidade
Ter filhos é uma tarefa muito recompensadora, mas também desafiante.

O que é a adolescência?

É a fase de transição entre a infância e o jovem-adulto em que ocorrem várias transformações físicas, intelectuais, emocionais, comportamentais e sociais. Normalmente acontece entre os 10 e os 16 anos. É caracterizada normalmente como sendo um período conturbado e onde o papel dos pais e também restante família, professores e amigos é fundamental.

Principais mudanças na adolescência

As mudanças físicas são as mais características porque se ‘conseguem ver’, mas todas as mudanças têm a sua importância e propósito. No entanto, a puberdade é a alteração mais vincada nesta fase de crescimento. O corpo começa a desenvolver-se, os órgãos sexuais definem a sua forma mais adulta, nas meninas cresce o peito e surge a menstruação, nos meninos aparecem os primeiros pêlos da barba, o odor é mais forte e também acontece a mudança da voz. Em ambos começam a crescer em maior abundância os pêlos em diversas partes do corpo, como pernas e axilas, surge o acne no rosto e também os traços faciais começam a definir-se para o mais próximo da fase adulta.

Para além disso, acontecem ainda outras mudanças e, de todas, destaca-se a construção da personalidade. Esta é uma fase fundamental nesta transição, onde o jovem vai construir aquilo que é, ou seja, a sua identidade, baseando-se em vários aspectos, como valores, identidade e orientação sexual, vocação, autonomia, perspectivas, etc.

Nesta fase o grupo de pares, dos amigos e colegas da escola tem especial importância para os adolescentes. São o seu grupo de pertença e, como tal, há uma tendência para seguirem os mesmos ideais, gostos, maneira de vestir, corte de cabelo, entre outros. É também com os amigos e colegas que os jovens iniciam experiências, e é muitas vezes este o aspecto que deixa os pais mais preocupados. Isto porque, dependendo dos interesses, humor, vivências e circunstâncias de cada um, o adolescente poderá, muitas vezes até como resposta à revolta e confusão que sente, colocar-se em situações de risco. Falo especialmente em beber, fumar, relações sexuais desprotegidas, experiências com drogas leves até às mais pesadas, fuga de casa, entre outros.

A conturbada relação com os pais

Todos os aspectos referidos acima, e mais alguns, acabam por levar a uma relação conturbada com os pais. É complicado para estes verem o seu filho a crescer, a querer ser ele a fazer as coisas, a ter opinião, a já não concordar com tudo o que os pais dizem, a resistir frequentemente a ordens, a já não desabafar tanto com eles, a ter segredos, a já não aceitar a roupa que lhes escolhem, a ‘dar mais ouvidos’ ao grupo de amigos do que aos pais, etc.

Em suma, não é de facto uma fase fácil, mas devemos aprender a lidar com ela. E sobretudo os pais devem ter o papel crucial de irem falando com os seus filhos sobre estas mudanças, para os preparar para o que aí vem. É também fundamental que sejam compreensivos, pacientes e que se tornem em aliados dos adolescentes em vez de representarem mais um problema e um obstáculo. Claro que isto não significa que as regras devem deixar de existir, mas devem ser ajustadas. Não resolve, e ainda piora a situação, se tratarem o adolescente como uma criança. Ele está a crescer, assim como os pais cresceram, e deve ser dada maior abertura para que possa viver esta fase da forma mais normal possível.

E, claro, cada caso é um caso e há situações de crianças calmas que se tornaram adolescentes irreconhecíveis. Mas é importante não esquecer que se trata de uma fase de muita confusão, muitas mudanças, muitas questões em que o jovem precisa de apoio e também de quem o ajude a compreender o que está a acontecer.

Nestas fases, quando os pais já não sabem mais o que fazer, é importante que se procure ajuda especializada, nomeadamente apoio psicológico.

Dra. Marisa Pinto - Psicóloga, nossa parceira Psieducare e Sócia da www.girohc.pt
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
No âmbito do Dia Mundial da Tuberculose
“A tuberculose ainda existe em Portugal. Junte-se à luta pela erradicação. Faça a diferença!” é este o desafio lançado pela...

Com este mote, a SPP quer “aumentar o conhecimento sobre tuberculose na população, relembrar que é uma doença que ainda está presente na nossa realidade, sobretudo com uma nova dinâmica associada aos movimentos migratórios atuais. Pretende-se também desmistificar o estigma associado à doença e enfatizar a importância do rastreio e adesão ao tratamento”, afirmam Maria da Conceição Gomes e Joana Carvalho, da Comissão de Trabalho da Tuberculose da SPP.

A tuberculose continua a ser uma das doenças infeciosas mais relevantes no panorama mundial. Em Portugal, os dados mais recentes do Programa Nacional para a Tuberculose referem uma taxa de notificação da doença de 14,5 casos por 100 mil habitantes em 2022. Os mesmos dados registam uma redução anual de casos em 5,1% nos últimos cinco anos (2018-2022), no entanto, a mortalidade pela doença teve um acréscimo, sendo de 8,6% em 2022 e de 6,0% em 2021. Porto e Lisboa são os dois distritos com uma taxa mais elevada de notificação entre 2018 e 2022: 23,0 e 22,6 casos por 100 mil habitantes, respetivamente.

Neste Dia Mundial da Tuberculose a SPP vai desenvolver algumas iniciativas, entre as quais se incluem a divulgação nas redes sociais de conteúdo informativo e que pretende aumentar a literacia em tuberculose da população. O que é a doença, como se transmite, principais sintomas e tratamento são alguns dos temas abordados.

Além disso, vão realizar-se três sessões comemorativas. A primeira, no dia  14 de março, consiste numa exposição exposição relativa à história da tuberculose em Portugal. A iniciativa decorre no Salão Nobre da Clínica de São Cristóvão, em Lisboa, pelas 15 horas. 

Dia 15, o mesmo espaço acolhe a sessão “A tuberculose ontem, hoje, amanhã?”, com intervenção do Dr. José Miguel Carvalho; “Um olhar para o futuro - Testemunhos da experiência  da doença reportados por doentes“  e moderação da Dr.ª Nadine Ribeiro.

Dia 8 de abril, decorre no MAAT, em Lisboa, a sessão “Tuberculose: onde estamos e para onde vamos?”. Com intervenção da Dr.ª Isabel Carvalho “Tuberculose e arte” e visita gratuita à exposição da Joana Vasconcelos. 

Para a criação da imagem da campanha deste ano a SPP inspirou-se na ligação antiga existente entre a tuberculose, o tango e o fado, sendo esta doença muitas vezes inspiração nestes estilos musicais.

Opinião
A Mulher como ser humano. Mulher mãe, criadora de vida. A Mulher e a profissão.

Por vários séculos, a mulher viveu numa cultura patriarcal, onde o seu papel na sociedade era voltado unicamente para a família. A mulher era responsável por todo o serviço doméstico e educação dos filhos.

A revolução industrial modificou, radicalmente, o trabalho não só para os homens, mas para toda a família. Houve a redução do salário dos homens, e crescente necessidade de mão de obra nas fábricas. Desta forma o homem não conseguia manter uma remuneração adequada e assim, todos os integrantes da família tiveram que sair para trabalhar.

Ao longo dos séculos, a mulher tem vindo a evoluir na sua estrutura enquanto ser humano, mãe e trabalhadora.

Foram séculos de lutas e persistência para chegarmos ao patamar de hoje. Apesar de serem grandes mudanças, ainda é preciso lutar muito para conquistar os mesmos privilégios que os homens.

É inegável que mulheres líderes têm habilidade e competências que favorecem o seu alto desempenho em cargos de poder. Apesar de características como objetividade, independência e ambição serem atribuídas ao universo masculino, aos poucos, as mulheres provam que também podem ocupar posições estratégicas e de liderança. Isto porque têm, principalmente, a capacidade de adaptabilidade e resiliência.

A guerra criou um legado duradouro para as mulheres, marcado por novos direitos políticos em muitos países e marcado também por uma ansiedade generalizada e duradoura sobre o crescente poder feminino.

“Boris Johnson, tinha razão quando disse que não haveria guerra se Putin fosse mulher?” Irene Fellin disse que nunca se saberia o que poderia acontecer, porque não temos mulheres suficientes no poder. Mas acrescenta “O ponto é que as mulheres são mais pacíficas e que com mais mulheres no poder teríamos menos guerra”.

O Dia Internacional da Mulher, instituído em 1975 é hoje comemorado em mais de 100 países, como um dia que celebra o papel e contributo da mulher na sociedade, as suas conquistas e ainda a necessária luta pelos seus direitos, onde continuam a ser discutidos temas como a igualdade de tratamento entre mulheres e homens, e a igualdade de oportunidades e de condições perante o trabalho.

Contudo, é preciso lembrar que, no resto do mundo, o modelo patriarcal e social ainda é uma norma bem ancorada, privando a mulher de acesso aos estudos, ao trabalho e, dessa maneira, à emancipação.  

 
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Dia Internacional da Mulher assinala-se a 8 de março
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) volta a consciencializar para o enfarte agudo do miocárdio. Sob o...

“Todos os anos mais de 10.000 portugueses sofrem um enfarte agudo do miocárdio, uma doença cuja incidência continua a ser elevada. Com esta iniciativa pretendemos reforçar a consciencialização para a prevenção e o tratamento das doenças cardiovasculares, com ênfase no enfarte agudo do miocárdio. Dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade são sintomas de alarme para o enfarte agudo do miocárdio, e não devem ser ignorados. Na presença destes sintomas, é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 – e esperar pela ambulância”, explica Rita Calé Theotónio, presidente da APIC.

Segundo os dados do Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção (RNCI), em 2022, foram realizadas 4.361 angioplastias primárias, para o tratamento de enfarte agudo de miocárdio, em Portugal. Cerca de um quarto dos doentes tratados foram mulheres com uma média de idade de 69 anos, 25 por cento das quais fumadoras ou ex-fumadoras, e com um índice de massa corporal médio de 28 (excesso de peso).

De acordo com João Brum Silveira, Coordenador Nacional da iniciativa Stent Save a Life e da Campanha Cada Segundo Conta (APIC), “em Portugal, a incidência do enfarte agudo do miocárdio continua a ser muito elevada. Esta realidade deve-se, essencialmente, ao estilo de vida que as pessoas levam. Os fatores de risco como hipertensão arterial, a dislipidemia, a diabetes, a menopausa, o tabagismo, o excesso de peso e o sedentarismo contribuem para o aumento do risco de desenvolver a doença. Além disso, também estamos constantemente sujeitos a elevados níveis de stress e de ansiedade, e as mulheres não são exceção”.

O enfarte agudo do miocárdio ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída, o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes.

Para evitar um enfarte é importante adotar um estilo de vida saudável: não fumar; reduzir o colesterol; controlar a tensão arterial e a diabetes; fazer uma alimentação saudável; praticar exercício físico; vigiar o peso e evitar o stress.

Assista ao vídeo completo aqui: https://www.youtube.com/watch?v=hGu1rfylLgk

A ação “O enfarte também é feminino” está inserida na Campanha “Cada Segundo Conta”, promovida pela APIC, que tem como objetivos promover o conhecimento e a compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce. Para mais informações sobre esta campanha consulte www.cadasegundoconta.pt.

Apelo publicado na “Revista Clínica Española” e na revista “Medicina Interna” da SPMI
32 sociedades médicas, colégios e associações da especialidade de Medicina Interna de 29 países de língua espanhola e...

Chamando a atenção para o impacto negativo na saúde das alterações climáticas e da degradação ambiental, estes médicos apelam à cooperação das organizações de saúde para intervir conjuntamente nestas questões, à implementação de boas práticas de sustentabilidade ambiental no exercício das atividades de saúde, à sensibilização dos profissionais de saúde e da população, à promoção da educação e da investigação nesta área, à resiliência dos sistemas de saúde para responder à transição epidemiológica em curso e ao maior risco de eventos inesperados, ao combate às desigualdades, à proteção das populações mais vulneráveis e à adoção de comportamentos que protejam o ambiente.

As organizações subscritoras apelam ainda ao reforço da capacidade dos serviços de Medicina Interna, que consideram “uma especialidade nuclear para capacitar o sistema de saúde para responder a estes desafios”.

O Documento de Consenso intitula-se “Recomendações dos Serviços de Medicina Interna Luso-Espanhóis no Combate às Alterações Climáticas e à Degradação Ambiental”, foi publicado em simultâneo na “Revista Clínica Española” da Sociedad Española de Medicina Interna (SEMI) e na revista “Medicina Interna”, órgão oficial da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), e tem como primeiro autor o médico internista português Luís Campos, presidente do Conselho Português para a Saúde e Ambiente (CPSA) e presidente da Comissão de Qualidade e Assuntos Profissionais da Federação Europeia de Medicina Interna. Luís Campos já anteriormente liderou um apelo semelhante, publicado em outubro de 2022, no European Journal of Internal Medicine, que reuniu as 32 sociedades de Medicina Interna da Europa, Médio Oriente e Norte de África, que integram a Federação Europeia de Medicina Interna.

O artigo considera que as consequências da superpopulação, das alterações climáticas, da degradação dos ecossistemas, a perda da biodiversidade, e o esgotamento dos recursos naturais têm “um impacto devastador na saúde das populações”. Os fatores ambientais são atualmente responsáveis pela morte de 13 milhões de pessoas por ano - cerca de 20% do total de mortes em todo o mundo, contribuindo para o aumento das doenças cardio- e cerebrovasculares, da doença pulmonar obstrutiva crónica, do cancro, asma e alergias, das doenças transmitidas por vetores, das zoonoses (doenças transmitidas por animais, como a pandemia de COVID-19), das doenças relacionadas com a qualidade da água e dos alimentos, dos efeitos das temperaturas extremas e das doenças mentais. Os autores do artigo chamam a atenção para o facto de estes problemas afetarem particularmente as populações mais vulneráveis.

Os autores consideram que este é o desafio mais complexo que a humanidade enfrenta, exigindo uma nova governação à escala global mas também a colaboração de todos, a todos os níveis, enquadrados pelo conceito de One Health, em que a saúde humana, dos animais e das plantas é interdependente. Os profissionais de saúde, como defensores dos doentes– mas também como cidadãos –, têm a obrigação ética de se envolver nesta luta global, da qual depende o futuro das próximas gerações.

 
amenopausa.pt
O termo Menopausa pode antever muitas dúvidas e complicações. Por essa razão, juntaram-se especialistas em diferentes áreas e...

“A missão desta plataforma passa por sensibilizar e informar as mulheres para o impacto e os sintomas que a Menopausa provoca ao longo desta fase de vida. É também uma questão de empoderamento feminino ao contribuir para o aumento da literacia das mulheres. Informações sobre como atuar, que tipo de ajuda e apoio podem procurar, para encarar esta fase de vida de uma forma mais otimista e saudável, são alguns dos objetivos desta plataforma”, explica Maria Geraldina Castro, ginecologista e diretora médica da Gedeon Richter Portugal.

A Menopausa representa uma fase multifatorial na vida da mulher. Ocorre quando os ovários deixam de ser capazes de desenvolver folículos e tem como consequência mais marcante a perda definitiva da capacidade reprodutiva. Consequentemente a mulher deixa de menstruar. O seu diagnóstico é clínico e faz-se após um ano de ausência de menstruação (amenorreia) na mulher, entre os 45 – 55 anos, desde que não haja outra causa patológica para este fenómeno.

Apesar de ser um processo fisiológico normal da vida da mulher, pode ter consequências com forte impacto na qualidade de vida: calores, afrontamentos, insónias, irritabilidade, alterações do humor, dificuldades de concentração e dores osteoarticulares, por exemplo. A expressão destes sintomas e perturbações é variável de mulher para mulher.

Numa fase mais tardia, poderá ter como consequências a osteoporose, as doenças cardiovasculares e as doenças cerebrais. Estas perturbações não se devem apenas à falta de estrogénios, que caracteriza a menopausa, mas estão associadas também a hábitos alimentares, comportamentais e ao envelhecimento.

O sono, as enxaquecas, as hormonas e a saúde cardiovascular são algumas das áreas que a menopausa pode afetar. Nesta plataforma irá encontrar a explicação para estas e outras dúvidas.

 

16 de março
O momento do parto é ainda motivo de ansiedade para muitas famílias devido à desinformação e a alguns mitos transmitidos de...

Este congresso exclusivamente online e gratuito visa proporcionar informações essenciais para a saúde da grávida e do bebé, abrangendo o período antes, durante e pós-parto. As inscrições estão disponíveis na plataforma.

O pediatra Hugo Rodrigues vai dar início ao Baby Health Summit, aprofundando o papel fundamental dos pediatras nas primeiras horas de vida do bebé. O autor do site Pediatria para Todos e dos livros “O livro do seu bebé” e “O livro mágico do avô João” vai explicar como estes profissionais têm o dever de assegurar a segurança do bebé, intervindo quando necessário.

E porque o momento do nascimento gera um misto de emoções, que oscila entre a felicidade de conhecer o bebé pela primeira vez e os receios do trabalho de parto, a Enf.ª Barbara Sousa, especialista em Saúde Materna e Obstétrica, juntamente com uma recém-mamã, vão explicar tudo sobre as decisões importantes que as grávidas enfrentam, desde o plano de parto até à colheita das células estaminais do cordão umbilical do bebé utilizadas no tratamento de mais de 90 doenças.

Outro aspeto que preocupa as grávidas em relação ao parto é a dor que podem sentir. Por isso, a especialista de MTC integrativa e fundadora do projeto Essence Prime Care, Filipa Teles, estará presente para dar a conhecer os benefícios do recurso à acupuntura para alívio da dor e auxílio na dilatação do colo do útero.

Já a psicóloga Filipa Castanhinha, especialista em gravidez e parentalidade, vai focar no bem-estar emocional da mãe, partilhando informação sobre as formas de prevenção da depressão pré e pós-parto.

Para encerrar, a enfermeira Núria Durães, especialista em Saúde Materna e Obstetrícia e mentora do projeto Babieswhaaat, vai partilhar dicas que guiem as famílias na organização das roupinhas do bebé para o nascimento e primeiros meses de vida.

Ortopedista explica
O joanete é uma das lesões crónicas mais comuns dos pés, e uma das principais razões de procura por

O que é?

O Hallux Valgus é uma alteração anatómica, que é caracterizada pelo desvio do dedo grande do pé (hallux), em direção aos outros dedos, e do primeiro metatarso (osso anterior ao hallux) para dentro. Com isto, assiste-se a um aumento ósseo na base do primeiro dedo. Normalmente, o hallux desloca-se lateralmente e a cabeça do primeiro metatarso fica medialmente saliente.

Sabe-se que o joanete é uma condição progressiva. Quer isto dizer que, se não for tratado precocemente, pode progredir, levando a deformidades mais avançadas. Geralmente, quando o desvio já se instalou por muito tempo, a articulação torna-se rígida, não permitindo o movimento.

Causas do joanete

Apesar das causas de o joanete serem pouco conhecidas, sabe-se que são resultado de alterações na articulação metatarsofalângica (articulação que une os ossos do metatarso e as falanges). Isso leva a que exista um desvio do dedo grande para cima dos outros dedos. Parecem existir alguns fatores que aumentam a probabilidade dessa deformidade se desenvolver. É muito improvável que apenas um fator leve ao aparecimento do joanete. Normalmente, aparece por uma combinação de fatores internos e externos ao doente.

Fatores internos

São os fatores que dizem respeito ao próprio indivíduo:

  • Hereditário: pessoas com familiares diretos que apresentem esta alteração têm tendência a desenvolver o desvio no hallux. A predisposição genética também está ligada a outros fatores causais, como o tipo de pé, por exemplo;
  • Pé chato (pé plano) e pronação excessiva: o pé plano e pronação excessiva do pé são fatores importantes para o desenvolvimento do joanete;
  • Idade: o joanete é uma doença progressiva. Com o envelhecimento, existe uma maior a probabilidade de o joanete se desenvolver. No fundo, o envelhecimento leva à perda muscular natural e à alteração da posição dos ossos do pé, fazendo o indivíduo perder o suporte articular, o que contribui para o desenvolvimento da doença;
  • Peso: o aumento do peso corporal eleva a quantidade de carga nos pés, fator que pode diminuir o arco e sobrecarregar no hallux. Esse detalhe, associado a outros, acentua a formação do joanete;
  • Doenças reumatológicas pré-existentes: artrite reumatoide, gota ou lúpus;
  • Fraqueza da musculatura intrínseca do pé: os músculos intrínsecos do pé ajudam na função de mola dos ossos do pé e na estabilização do arco plantar, com o intuito de amortecer a pisada. Além disso, a contração da musculatura auxilia na fixação do dedo grande;
  • Doenças neuromusculares: as doenças neuromusculares, principalmente as que atrofiam o músculo, colaboram para o desenvolvimento de deformidades, porque diminuem o suporte do tecido.

Fatores externos

São fatores relativos ao ambiente, como:

  • Calçado: trata-se do fator externo mais importante. Utilizar, constantemente, calçado que é mais apertado na região dos dedos – como saltos e calçados com ponta fina, por exemplo – favorecem o desvio do hallux, devido à compressão direta nos dedos;
  • Atividade física: atividades que aumentam a sobrecarga nos pés ou que requerem o uso de calçados mais apertados podem acelerar a formação do joanete. Os atletas de corrida ou de ballet, por exemplo, tendem a desenvolver esta doença;
  • Atinge mais as mulheres do que os homens: o joanete afeta cerca de 10 vezes mais as mulheres do que homens. Isto deve-se, principalmente, a 2 circunstâncias:
  • Os estudos mostram que as mulheres têm uma carga genética maior do que os homens;
  • Pelo uso de calçado com salto e finos na ponta – principal causa.

Principais sinais e sintomas dos joanetes

Os sinais mais comuns provocados pelos joanetes são:

  • Uma saliência óssea na base do dedo grande;
  • Edema e rubor na articulação do dedo grande;
  • A pele na região fica mais grossa;
  • O dedo grande pode começar a rodar para dentro, fazendo calos na região.

Sintomas

Quando o joanete se está a desenvolver, é comum sentir-se dores nas articulações, agravadas pela pressão dos sapatos ou atividade:

  • Dor persistente ou ocasional: na fase inicial, o joanete pode não apresentar dor ou apresentar dor ocasional. Geralmente, esse desconforto está associado à utilização de calçados apertados ou sobrecarga. Porém, com o desenvolvimento progressivo da deformidade, essa dor pode tornar-se constante, devido à inflamação e à formação do calo ósseo que limita o movimento articular;
  • Alteração da marcha e equilíbrio: o joanete pode afetar a marcha e o equilíbrio da pessoa, uma vez que altera a biomecânica da marcha, principalmente nas fases em que ocorre a impulsão.

Diagnóstico

O diagnóstico leva em conta os sintomas e a avaliação clínica das estruturas ósseas do pé comprometidas pelo joanete. Exames de raios X em carga costumam ser úteis para determinar a gravidade da lesão e para orientar a escolha do tratamento. Excecionalmente, poderá ser necessário recorrer à Tomografia Computorizada (TAC) ou à Ressonância Magnética (RMN).

O tratamento: conservador e cirúrgico

Não existe um tratamento padrão para todos os casos de joanete. Primeiro do que tudo, são avaliadas as condições e necessidades de cada doente – faixa de idade, estilo de vida, estado geral da saúde e intensidade dos sintomas, por exemplo – antes de propor um tratamento conservador ou cirúrgico. No início do tratamento é preciso reeducar o paciente e modificar os seus calçados. Em casos leves, o tratamento não cirúrgico costuma resolver o problema. O tratamento conservador não visa à correção da deformidade – o hallux valgus é um problema permanente, que só deixará de existir se houver a cirurgia. Se o tratamento conservador não trouxer resultados ao paciente, a cirurgia passa a ser indicada. Em pacientes que apresentam hallux valgus sem sintomas, não é necessário realizar tratamento.

Tratamento conservador

A proposta é aliviar os sintomas e impedir a progressão do desvio. Para atingir esses objetivos, a primeira medida é trocar os sapatos apertados e duros por outros mais folgados e macios, sem salto ou com salto baixo. A ponta deve ser arredondada ou quadrada, para acomodar melhor os dedos e diminuir a pressão nas zonas inflamadas.

Outros recursos terapêuticos: utilização de protetores ortopédicos sobre a área deformada da articulação e de separadores, entre os dedos, de forma a manter o dedo grande afastado do segundo dedo. Em geral, não há evidências de que estas alternativas melhorem o joanete, mas podem ajudar a melhorar os sintomas. Pode ser também receitada medicação à base de anti-inflamatórios e analgésicos.

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico é o único que consegue corrigir a deformidade e, quando as medidas conservadoras falham no controlo das queixas, é a melhor opção. Existem mais de cem técnicas diferentes que permitem corrigir a deformidade, a fim de restaurar as funções perdidas e eliminar os sintomas dolorosos. A técnica percutânea, por exemplo, permite que o procedimento seja realizado através de pequenos orifícios, por onde são introduzidos os instrumentos para corrigir a deformidade. Com as técnicas atuais, geralmente o paciente pode apoiar o calcanhar para caminhar já no dia seguinte. Contudo, deve andar somente o absolutamente necessário, para evitar inflamações.

O que fazer quando o joanete está inflamado?
  • Massagem com cubos de gelo: o gelo aplicado sobre a região diminui o fluxo sanguíneo e desacelera a resposta inflamatória no local. Embora não resolva o problema em si, a sua aplicação, por 10 minutos, gera o alívio imediato da dor. Pode ser realizada de uma a três vezes por dia;
  • Exercícios de fortalecimento: fortalecer os músculos do pé é essencial, pois a musculatura garantirá a estabilidade e alinhamento dos ossos, caso haja alguma sobrecarga.

Como evitar o agravamento desta patologia

Para que não se assista à piora dos sintomas, é necessário ter em conta um conjunto de atitudes:

  • Redobre a atenção e cuidados na hora de comprar sapatos. No caso, estes precisam de acomodar os pés com conforto, para não interferir na distribuição equilibrada do peso do corpo;
  • Dê preferência a calçados de ponta arredondada ou quadrada; evitar a ponta fina;
  • Lembre-se, na hora de comprar calçados, que os pés aumentam um pouco de tamanho no fim do dia ou quando envelhecemos. Por isso, é sempre melhor que a ponta dos dedos não encoste na ponta do sapato;
  • Evite sapatos com saltos maiores do que 3 cm;
  • Não use o mesmo par de sapatos ou de sapatilhas durante dias seguidos, para evitar o atrito sempre no mesmo ponto dos pés;
  • Ande descalço, sempre que possível, especialmente em terrenos irregulares ou na areia, para fortalecer os dedos e articulações dos pés;
  • Procure um ortopedista de pé e tornozelo, se os seus pés estiverem doloridos ou se notar alguma alteração no seu formato e aparência.
Quem tem joanetes pode praticar desporto?

As pessoas que sofrem deste problema, antes de se começarem a praticar algum desporto, devem consultar um ortopedista. A seleção do calçado adequado é essencial e cada modalidade apresenta o seu calçado específico.

Conclusão

Os joanetes surgem associados à utilização de sapatos muito apertados e de salto alto, com maior prevalência nas mulheres. É sobre os pés que todo o corpo se suporta na locomoção. E, muitas vezes, não lhes damos a devida importância e cuidados, para que estes se mantenham saudáveis. A utilização de sapatos confortáveis é essencial. Os saltos não devem exceder os 5 cm de altura. Atualmente, a cirurgia é um procedimento simples. Ainda assim, esta deve ser vista como uma última opção – caso todos os outros tratamentos não tenham resultado.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
VI Semana de Psicologia e Educação arranca dia 11 de março
A Universidade Portucalense (UPT) vai ser palco da VI Semana de Psicologia e Educação, entre os dias 11 e 14 de março, que irá...

Organizado pelo Departamento de Psicologia e Educação da UPT, este ciclo irá explorar as interseções entre a psicologia, a educação e as tecnologias, através do contributo de vários especialistas nestas áreas que procurarão contribuir para o aprofundamento e enriquecimento da comunidade científica e académica.

Este ciclo de eventos arranca a 11 de março, com uma mesa-redonda composta por especialistas em psicologia e educação, os quais irão debater o papel das tecnologias no contexto social e educativo atual. O encontro vai promover uma reflexão sobre o impacto das novas tecnologias no comportamento humano e na educação, com particular foco na inteligência artificial, na preparação para o mundo digital e na cibersegurança.

No segundo dia, 12 de março, serão realizados doze workshops conduzidos por especialistas e ex-alunos da UPT, que irão abordar uma variedade de temas, como o impacto das redes sociais nos jovens, conflitos escolares e até estratégias de intervenção em contexto de crise.

No terceiro dia, 13 de março, destacam-se as conferências "UPT Talks", com convidados de centros de investigação nacionais e internacionais, onde serão explorados o envelhecimento, a saúde mental e a tecnologia.

O último dia, 14 de março, será marcado pelo XV Encontro Científico "Troca de Ideias entre Mestres a Meio Caminho do Mestrado", onde os estudantes finalistas do mestrado em psicologia clínica e da saúde apresentarão os seus trabalhos de dissertação a catorze especialistas nacionais e internacionais de diferentes instituições de investigação. Paralelamente, haverá uma discussão sobre os percursos de formação e preparação para o mercado de trabalho por parte dos estudantes e docentes da licenciatura em educação social, contando com a participação de especialistas desta área.

 
 
De 6 a 9 de novembro
A Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) vai organizar o seu 43º Congresso Nacional de Ortopedia e...

“Estamos a preparar um programa científico abrangente, global e de elevado nível científico de forma a tornar o nosso congresso cada vez mais forte e reconhecido. Para esta edição, e pela primeira vez na história da SPOT, vamos ter como sociedade convidada a American Academy of Orthopaedic Surgeons (AAOS), a maior sociedade científica de ortopedia do mundo” afirma João Gamelas, Presidente da SPOT.

A 43º edição do CNOT terá como tema central “Sustentabilidade dos seguros de saúde: o desafio dos custos crescentes”. A nível científico destacam-se no programa áreas como anca, biomecânica, coluna, joelho, novas terapias e tecnologias em ortopedia, ombro e cotovelo, ortopedia geriátrica, ortopedia infantil e traumatologia desportiva e tumores do aparelho locomotor, entre outras.

As inscrições e submissão de resumos abrem dia 15 de março.

 
De 10 a 16 de março assinala-se a Semana Mundial do Glaucoma
A propósito da Semana Mundial do Glaucoma, e com o mote ‘No glaucoma, tempo é visão’, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia ...

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 90% da  cegueira relacionada com o glaucoma pode ser evitável com um diagnóstico e tratamento precoces.[2] No entanto, o glaucoma é uma doença ocular silenciosa, muitas vezes sem sintomas óbvios nas suas fases iniciais. Por esse motivo, as consultas regulares com um médico oftalmologista são fundamentais para ajudar a detetar precocemente esta patologia.

Teresa Gomes, médica oftalmologista e coordenadora do Grupo Português de Glaucoma da SPO, enfatiza que o glaucoma “é a doença que avança silenciosamente, quase sem sintomas. O diagnóstico precoce é determinante e há fatores de risco, como a história familiar, que devem alertar para a doença. O glaucoma pode ser dez vezes mais frequente quando existe um familiar direto (mãe, pai, irmão ou irmã) portador da doença. Neste caso, sempre que haja alguém na família com glaucoma, a avaliação por um médico oftalmologista é fundamental.”

Paralelamente, o rastreio do glaucoma é recomendado a partir dos 40 anos de idade, ou mais cedo, caso existam outros fatores de risco, como hipertensão ocular, alta miopia ou uso prolongado de corticoides. A população afrodescendente também está em maior risco. Neste sentido, consultas regulares com um oftalmologista para avaliação ocular completa, incluindo medição da pressão ocular e avaliação do nervo ótico, são essenciais para o diagnóstico precoce e prevenção do glaucoma.

Durante a Semana Mundial do Glaucoma, que ocorre de 10 a 16 de março, a SPO vai promover diversas atividades educacionais e informativas, destacando-se:

Webinar ‘Prescrição de fármacos e glaucoma: receios e a realidade’, no dia 11 de março, às 21h30, direcionado a profissionais de Oftalmologia, Medicina Geral e Familiar, Psiquiatria, Neurologia e Farmacologia Clínica;

Sessão informativa para doentes e cuidadores – ‘Glaucoma: O ladrão silenciosa da visão’ – no dia 12 de março, no hotel Mouco no Porto, entre as 14h00 e as 17h30;

Masterclass em Cirurgia de Glaucoma, nos dias 14 e 15 de março, em Óbidos, destinada a internos da especialidade de oftalmologia e recém especialistas com interesse na área;

Reunião Anual do Grupo Português de Glaucoma, nos dias 15 e 16 de março, onde serão discutidas as mais recentes novidades sobre esta doença.

 
Dados do relatório "Closing the Gap in Women's Health: Economic Implications and Opportunities"
A redução das disparidades na saúde das mulheres poderia não só melhorar a qualidade de vida de milhares de milhões de mulheres...

De acordo com o estudo, este valor poderia ser reduzido em quase dois terços com investimentos direcionados para colmatar as lacunas nas condições de saúde das mulheres, o que levaria também a um aumento da economia global em cerca de mil milhões de dólares por ano até 2040. O relatório quantificou o fosso na saúde em termos de anos de vida limitados pela incapacidade - o número de anos perdidos devido a doença, incapacidade ou morte prematura - e em que medida esta diferença resulta das barreiras estruturais e sistémicas que as mulheres enfrentam.

De acordo com a McKinsey, cada dólar investido na melhoria das condições de saúde das mulheres pode gerar três dólares para a economia, uma vez que ao proporcionar uma maior qualidade de vida as mulheres têm a oportunidade de poder participar mais ativamente no mercado de trabalho. Por outro lado, este cenário significa acrescentar sete dias de saúde por ano a cada mulher, ou mais de 500 dias ao longo da sua vida, que poderia beneficiar mais de 3,9 mil milhões de mulheres em todo o mundo.

O relatório centra-se nas lacunas e deficiências, especificamente na forma como a melhoria da saúde das mulheres não só beneficia as próprias mulheres, mas também tem um impacto positivo na economia global, impulsionando a produtividade e o crescimento. Os governos, as organizações de saúde e outros stakeholders relevantes devem colocar a saúde das mulheres no centro do debate para criar um futuro mais saudável e mais equitativo para todos.

Diagnóstico tardio e falta de dados

Estudos realizados na Dinamarca demonstram que as mulheres são diagnosticadas mais tarde do que os homens relativamente a um conjunto de doenças, por exemplo até 2,5 anos mais tarde no caso do cancro. Se olharmos para as doenças metabólicas, como a diabetes, estas foram diagnosticadas, em média cerca de 4 anos e meio mais tarde.

O relatório conclui também que a saúde das mulheres é frequentemente simplificada para incluir apenas a saúde sexual e reprodutiva, o que sub-representa os encargos com a saúde das mulheres. Mostra também que os dados sobre o seu estado de saúde são frequentemente inexistentes ou incorretos e que o financiamento da investigação sobre doenças específicas é escasso.

Para dar resposta a estas disparidades entre homens e mulheres em termos de saúde, o estudo sugere uma abordagem holística que envolva várias partes interessadas. Em particular, é essencial agir em quatro áreas principais para avançar na direção certa: ciência, dados, prestação de cuidados e investimento.

O estudo analisa as condições de saúde que afetam de forma única ou desproporcional as mulheres, observando que a comunidade científica tem, historicamente, abordado as mulheres como se fossem homens. O relatório vem salientar a necessidade de desenvolver a compreensão da saúde das mulheres de uma forma muito mais específica para colmatar o fosso existente. A publicação do relatório coincidiu com o lançamento da Global Alliance for Women’s Health do World Economic Forum, uma plataforma global multissectorial destinada a melhorar o investimento na saúde das mulheres. Pelo menos 42 organizações inscreveram-se para apoiar a aliança, prometendo um investimento de 55 milhões de dólares.

 
Grupo Lusíadas Saúde reforça aposta em sistema de última geração
O Hospital Lusíadas Porto acaba de realizar a primeira cirurgia robótica ao cancro da próstata em Portugal com recurso à...

A intervenção foi dirigida pelo cirurgião Luís Osório, coordenador da especialidade de Urologia do Hospital Lusíadas Porto, com o apoio do médico urologista Frederico Branco, e consistiu numa prostatectomia radical, técnica cirúrgica utilizada para a remoção total da próstata.

O Hospital Lusíadas Porto é o primeiro hospital em Portugal a disponibilizar o robot cirúrgico Versius® do fabricante CMR, o qual será utilizado em vários campos de aplicação, sobretudo nas especialidades de Urologia, Cirurgia Geral, Ginecologia e Cirurgia Torácica. Uma aposta que vem reforçar, uma vez mais, o compromisso da Lusíadas Saúde com a inovação, através do investimento contínuo nas mais recentes tecnologias e procedimentos clínicos, em linha com os mais elevados padrões de qualidade internacionais.

Para a Equipa clínica, os benefícios desta tecnologia de última geração centram-se na possibilidade do sistema Versius® reproduzir em tempo real os movimentos da mão do cirurgião, permitindo-lhe realizar todo o procedimento com maior detalhe cirúrgico e maior segurança.

Este equipamento proporciona uma experiência mais humanizada no decurso da intervenção, facilitando ao cirurgião o contacto visual com toda a Equipa graças ao novo conceito de consola aberta, e caracteriza-se ainda por ser mais compacto, flexível e manobrável.

“Faz parte nossa missão, enquanto Grupo que contribuiu há 26 anos para o sistema nacional de saúde, garantir a disponibilização das mais inovadoras tecnologias, bem como cuidados de saúde de excelência, que permitam dar continuidade à abordagem personalizada que adotamos com quem nos procura.

O sistema Versius® é um passo importante que damos nesse sentido e que coloca o Hospital Lusíadas Porto – e o Centro de Cirurgia Robótica – na vanguarda da inovação do País. Os nossos especialistas têm agora nas suas mãos um sistema pioneiro para cuidar ainda melhor dos nossos Clientes”, refere Joana Menezes, Administradora do Hospital Lusíadas Porto.

 
Condição impacta negativamente a vida dos doentes
A incontinência urinária é uma condição que afeta cerca de 600 mil pessoas em Portugal e acarreta consequências físicas,...

Esta condição pode ter origens diferentes, tendo sido identificados três tipos diferentes: a incontinência urinária de esfoço, que ocorre quando se dá um aumento abruto na pressão intra-abdominal, como por exemplo, ao tossir ou espirrar, ao dar uma risada, fazer uma flexão ou levantar peso; a incontinência urinária de urgência, que, tal como o nome indica, acontece quando a pessoa tem uma necessidade repentina e inadiável de urinar; e a incontinência urinária mista, que ocorre quando o especialista diagnostica tanto a incontinência urinária de esforço, como a de urgência.

Apesar de afetar um número significativo de indivíduos, de ambos os géneros e de todas as idades, já que se pode detetar em crianças, adultos, mas também idosos, a incontinência urinária ainda gera muita vergonha em quem a experiencia e, por isso, apenas 10% dos afetados procuram ajuda médica especializada.

Segundo Joana Oliveira, Presidente da APDPI “Queremos aproveitar este momento para promover o diálogo sobre incontinência e disfunção pélvica. É fundamental que os doentes não se sintam sozinhos e que saibam que há tratamentos que os podem ajudar a recuperar a sua qualidade de vida.”

Por se tratar de uma condição com um impacto bastante negativo na vida dos doentes e daqueles que lhe são mais próximos, mas também com elevados custos económicos e ambientais, é de extra importância a educação pública para uma maior sensibilização para o tema. Neste sentido, a cofundadora e Presidente da APDPI declara que “é necessário que se compreendam as ligações que a incontinência tem com o envelhecimento, a saúde da mulher e outras patologias como a obesidade.”

Em Portugal, qualquer pessoa afetada por incontinência pode procurar apoio junto da APDPI, uma associação que pretende ser um veículo no qual tenham confiança para abordarem o seu problema.

 
Rede europeia vai permitir reutilizar dados para investigação clínica em oftalmologia
A Rede Europeia de Centros de Investigação Clínica em Oftalmologia (EVICR.net), coordenada a partir de Coimbra pela AIBILI,...

Os datasets são constituídos essencialmente por ficheiros de imagem que irão formar uma grande base de dados que pode ser consultada por investigadores na área da oftalmologia através de uma plataforma, Eye Platform, criada para o efeito. 

“A Eye Platform  é um projeto que muito nos orgulha, tal como a obtenção dos 1.000 datasets do primeiro estudo, o que nos diz que os centros clínicos da rede percebem a importância de um projeto que permite a recolha, organização e reutilização de dados oftalmológicos anonimizados, a nível europeu”, afirma Conceição Lobo, Presidente da AIBILI. “A existência de uma base de dados estruturada com um número significativo de imagens e patologias permite a realização de mais investigação, nomeadamente no desenvolvimento e validação de modelos de inteligência artificial, com o propósito de melhorar os cuidados de saúde”, conclui. 

A rede europeia EVICR.net é composta por 95 centros de 16 países e tem como objetivo reforçar a capacidade da União Europeia para estudar doenças oftalmológicas e desenvolver e otimizar a utilização de estratégias de diagnóstico, prevenção e tratamento em oftalmologia. Para este primeiro estudo, a AIBILI, como coordenadora, recebeu dados de 25 centros. 

Um dos conceitos chave desta plataforma é a recolha e a reutilização de dados que permite evitar a duplicação de estudos e otimização de recursos ao mesmo tempo que responde aos requisitos de privacidade, segurança e regulatórios associados à partilha de dados.

 
Dicas a ter em conta na infância, idade reprodutiva, gravidez e menopausa
Tal como nos restantes âmbitos da saúde de uma mulher, também a saúde oral apresenta alterações ao l

Conscientes do impacto que a saúde oral exerce e os diferentes cuidados que cada uma das fases exige, neste Dia da Mulher, a Impress, alerta para os cuidados a ter em conta, para uma rotina diária cuidada em cada uma dessas fases:

  • Infância - De pequenina é que a dentição se ilumina: Durante o período de amamentação, é crucial iniciar os cuidados com a saúde bucal do bebé. A língua pode ser higienizada com uma escova de dentes de silicone, pois ao remover a camada de leite sob a língua, a mãe cria uma rotina de higiene oral desde cedo. O surgimento do primeiro dente, por volta dos seis meses, marca o momento ideal para a primeira consulta odontológica. Segundo a Ordem dos Médicos Dentistas, a primeira consulta deve ser realizada, no máximo, até a criança completar o primeiro ano de vida, de modo a estabelecer um programa preventivo de saúde oral e intercetar hábitos que possam ser prejudiciais. Hábitos estes que devem ser incutidos desde a infância, pois estima-se que 59% das crianças de seis anos apresentem cáries dentárias, e 47% escovam os dentes apenas uma vez por dia, destacando a necessidade de investir na prevenção e literacia em saúde infantil.
  • Idade reprodutiva - Corpo a crescer, saúde a florescer: Durante a adolescência, as raparigas podem vivenciar a erupção dos dentes permanentes e a possível necessidade de aparelho ortodôntico para corrigir dentes tortos ou desalinhados. Além disso, a adolescência, período em que o consumo de açúcar e alimentos processados pode aumentar, aumenta o risco de cáries e doenças gengivais. Durante a idade reprodutiva, as mulheres podem experimentar mudanças hormonais significativas durante a gravidez, menstruação e menopausa. Essas mudanças podem aumentar o risco de doenças periodontais, cáries e outros problemas orais. É importante manter uma rotina diária de cuidados adequados e visitar regularmente o dentista durante essas fases.
  • Gravidez - Sorriso materno, cuidado eterno: Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por diversas mudanças, tanto hormonais como físicas, que impactam o sistema complexo do organismo. O aumento da vascularização dos tecidos é comum para se adaptar ao crescimento do bebé ao longo dos nove meses. Como consequência, pode causar relaxamento muscular e mobilidade dentária devido à lassidão dos ligamentos periodontais, condição agravada por náuseas, vómitos matinais e alterações no padrão de sono, aumentando os níveis de placa bacteriana. Os vómitos frequentes podem levar à erosão dentária devido à diminuição do pH na boca, resultando na desmineralização do esmalte e da dentina. Assim, é crucial que a futura mãe preste atenção à sua dieta, pois o peso e a ingestão de alimentos ricos em açúcares desempenham papéis significativos no desenvolvimento de cáries. Além disso, manter uma higiene oral rigorosa e consultar o dentista para orientação sobre produtos adequados, como dentífrico e colutório, são passos essenciais para esta fase.
  • Menopausa - Mudanças em cascata, saúde renovada: A menopausa, fase que ocorre tipicamente entre os 45 e 55 anos, marca o fim do ciclo menstrual na vida da mulher. Aqui, a diminuição dos níveis de estrogénio, desencadeia diversas alterações na saúde oral, como ondas de calor, suores noturnos e alterações de humor. Impactos na saúde da boca, como aumento do risco de cáries devido à redução da produção de saliva e presença de bactérias, também podem ocorrer. Além disso, há um maior risco de desenvolver doença periodontal devido à diminuição da proteção das gengivas. Para minimizar esses efeitos na dentição, além de manter bons hábitos de higiene oral, as mulheres na menopausa devem adotar uma alimentação equilibrada, evitando alimentos ricos em açúcar ou ácidos e considerar a suplementação com cálcio e vitamina D, após aconselhamento médico, pode prevenir a perda óssea. Além disso, aconselhar-se com o médico ou ginecologista, quais os benefícios das terapias hormonais pode ser uma opção para reduzir o impacto da diminuição dos níveis de estrogénio.

Susana Fontes, CEO da Impress em Portugal, refere que “as mulheres atravessam mudanças hormonais em cada fase da sua vida, que podem afetar a saúde dos seus dentes e gengivas. É fundamental estarem  vigilantes e adotem uma rotina diária meticulosa, incluindo escovação, uso de fio dental e consultas regulares ao dentista. Começando na infância, para um cuidado preventivo, passando pela gestação, com cuidados com o que ingerem, até à menopausa, onde a redução dos níveis de estrogénio pode levar à perda óssea e atrofia das gengivas, aumentando o risco de doenças periodontais e perda dentária. É crucial manter uma rotina diária de cuidados orais adequados.”

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação sobre a doença anti-IgLON5
Entender as alterações celulares e bioquímicas que ocorrem nos neurónios e que levam à acumulação de neurofibrilas (pequenas...

O projeto Unraveling anti-IgLON5 disease-associated tauopathy with neuroproteomics – que vai estar em curso entre junho de 2024 e dezembro de 2025 – vai estudar mais concretamente a doença anti-IgLON5, uma patologia autoimune rara, muito pouco estudada e com elevada taxa de mortalidade. Nas fases iniciais, manifesta-se como uma doença do sono e do movimento, em que, ao nível celular, ocorre acumulação de neurofibrilas, que consistem em agregados proteicos no interior dos neurónios, que levam à sua degeneração. Com este estudo, os cientistas esperam também perceber de forma mais geral como é que o cérebro é afetado em doenças caracterizadas por neuroinflamação, perturbações do sono e disfunção cognitiva.

“Até agora não foi possível entender as alterações bioquímicas e celulares iniciais que levam à neurodegeneração em tauopatias (doenças neurodegenerativas, como as doenças Alzheimer, Parkinson e anti-IgLON5)”, contextualiza o investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC (CNC-UC), Luís Ribeiro.

Neste contexto, para compreender melhor o processo destas alterações, a equipa vai criar “um modelo de doença em que vai usar autoanticorpos obtidos a partir de pacientes com a doença anti-IgLON5”, sublinha o também líder do projeto. Luís Ribeiro elucida que as pessoas portadoras desta patologia “desenvolvem autoanticorpos contra uma proteína da superfície neuronal – a IgLON5 –, que se julga levarem à formação de neurofibrilas neuronais e, consequentemente, à morte neuronal, mas, no entanto, o mecanismo não é conhecido. Estes autoanticorpos proporcionam-nos, portanto, a ferramenta ideal para estudar estes mecanismos”.

Além de entender estes mecanismos, esta investigação pode permitir identificar, de forma mais global, “princípios sobre a forma como o cérebro é afetado em geral por doenças caracterizadas por neuroinflamação, perturbações do sono, e disfunção cognitiva”, avança o investigador da UC. No caso particular das perturbações do sono, os pacientes com a doença anti-IgLON5 apresentam este tipo de problema de forma muito vincada e, como tal, “acredita-se que a proteína IgLON5 possa também ter um papel importante no controlo do sono”, refere o líder do projeto. Por isso, “identificar as proteínas que interagem com a IgLON5 vai permitir perceber as vias de sinalização que são controladas por esta proteína, que, por um lado, poderão regular o sono; e, por outro, poderão estar comprometidas nas tauopatias”, acrescenta.

A entidade financiadora, a Chan Zuckerberg Initiative, apoia investigadores de diferentes universidades e as suas equipas para que, em conjunto, explorem abordagens inovadoras e interdisciplinares para enfrentar desafios críticos nos domínios das doenças neurodegenerativas e da neurociência fundamental. A parceira da UC neste projeto é a Northwestern University, dos Estados Unidos da América, através da equipa liderada por Jeffrey Savas, que vai igualmente receber mais de 90 mil euros para conduzir a investigação.

Na UC, o projeto vai envolver também a investigadora do CNC-UC e docente do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia, Ana Luísa Carvalho; as investigadoras do CNC-UC, Beatriz Marques, Jeannette Schmidt e Maria Ester Coutinho; e a estudante de doutoramento do CNC-UC, Beatriz Ribeiro.

 
Apresentação Pública decorre dia 8 de março
O Programa Integrar+ é uma iniciativa da Unidade Local de Saúde de Coimbra (ULS Coimbra) para incentivar e implementar as...

Depois da fase de Bootcamp, que serviu para estruturar e avançar com os projetos, o Programa Integrar+, segue agora com a apresentação pública dos 12 projetos semifinalistas e com a seleção dos dois projetos vencedores que verão o seu projeto implementado no terreno. A sessão de apresentação final dos projetos do programa Integrar+ é já na próxima sexta-feira, dia 8 de Março, no Auditório dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), às 14h30.

O Júri do Integrar+ será composto por Cláudia Nazareth, Diretora Clínica para a Área dos Cuidados Hospitalares da Unidade Local de Saúde de Coimbra (ULS Coimbra); Almerinda Rodrigues, Diretora Clínica para a Área dos Cuidados de Saúde Primários da ULS Coimbra, e Áurea Andrade, Enfermeira Diretora da ULS Coimbra. Os critérios que servirão de base à avaliação dos projetos por parte do júri serão: 1) Sucesso esperado – Qual é o problema atual e o que é que esperam alcançar? 2) Como é o novo percurso proposto? – Quem será impactado pelo novo percurso e de que forma? 3) Qual a estratégia para a implementação? – O que vai ser preciso fazer para mobilizarmos as pessoas para esta mudança?

“O Programa Integrar + foi criado para ouvir, explorar e implementar as ideias mais inovadoras de quem trabalha diariamente com os doentes. Com a nova reforma das ULS, os cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares estão mais integrados e este projeto permite aos profissionais de saúde explorar novas abordagens que impulsionem a integração de cuidados centrados no doente”, explica Alexandre Lourenço, Presidente do Conselho de Administração da ULS Coimbra, acrescentando: “foi uma satisfação ver surgir tantas ideias tão boas e tão bem estruturadas, que depois de implementadas vão aportar muitas mais-valias ao percurso do utente e à integração de cuidados. As pessoas aderiram em número e em qualidade a esta iniciativa e estamos muito satisfeitos com os projetos que vamos apresentar, pelo que convidamos todos e todas a juntarem-se a nós na sua apresentação pública”.

“Como criar percursos integrados na ULS?”. Foi este o desafio lançado às equipas que se candidataram ao programa Integrar+, constituídas por elementos hospitalares e de cuidados de saúde primários. O objetivo foi “reforçar, desde o início da ULS, uma cultura de colaboração entre os vários profissionais e serviços e estimular a construção de projetos de integração na ULS, construídos pelos profissionais”, explica Alexandre Lourenço.

“Estamos no início da implementação de um novo modelo de cuidados, as ULS, que procuram facilitar a colaboração e articulação entre os diferentes níveis e tipos de cuidados. A ideia faz todo o sentido e a sua implementação na prática depende da mobilização e envolvimento de todos profissionais de saúde, de todas as unidades. É exatamente esse o objetivo do Programa Integrar+, ao procurar apoiar os profissionais a pensar, construir e implementar projetos de integração de cuidados”, destaca o cofundador da nobox e médico especialista em Saúde Pública, Diogo Silva.

No próximo dia 8 serão apresentados publicamente os doze projetos semifinalistas. Entre estes serão selecionados dois projetos vencedores, que terão acesso a um programa de apoio e consultaria com a nobox para a implementação do projeto no terreno. Através desta bolsa, a ULS Coimbra espera “criar espaço e dar apoio aos profissionais de saúde para desenvolverem e implementarem as suas ideias para uma ULS mais integrada e centrada no utente”.

 

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