Arab Health decorre de 29 de janeiro a 1 de fevereiro no Dubai
O Health Cluster Portugal (HCP), através da marca Health Portugal, vai participar na missão empresarial da AICEP aos Emirados...

O Médio Oriente tem atualmente um crescimento no setor da saúde de cerca de 12% ao ano e apresenta uma localização estratégica que potencia o acesso aos mercados da Ásia e África, sendo uma excelente aposta para as empresas portuguesas interessadas em expandir o seu negócio para a região.

Do programa da missão constam encontros com prestadores locais e autoridades de saúde do Dubai, Abu Dhabi e Sharja, com o objetivo de  compreender a sua organização, tecnologias e equipamentos, assim como as suas necessidades.

Para o Diretor Executivo do Health Cluster Portugal, Joaquim Cunha, “a participação na missão da AICEP aos EAU, reflete a aposta na abertura de novos e promissores mercados em paralelo à consolidação do mercado europeu. Portugal tem um nível de maturidade em soluções de Saúde que responde eficazmente às necessidades do mercado dos EAU. A maior dificuldade das nossas empresas prende-se com o nível de investimento, networking e o know-how de mercado necessário para ultrapassar os obstáculos à entrada”.

O HCP integra esta missão empresarial juntamente com os seus Associados,  ByMe, Lean Health, BIQ,  Evollu, IPN e Laboratórios Azevedos. 

 
De 1 a 4 de fevereiro
A Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) realiza, entre 1 e 4 de fevereiro, o Congresso...

Este congresso, que representa a 75.ª reunião da SPEDM, é o maior evento de endocrinologia a nível nacional, com mais de 200 comunicações e de 700 inscritos, entre especialistas nesta área e também em medicina geral e familiar, medicina interna, cirurgia, enfermagem, nutrição, psicologia, entre outros.

Durante quatro dias, serão apresentadas novidades científicas, entre as quais as terapêuticas para o combate à obesidade, abordadas questões relacionadas com a prevenção, rastreio e tratamento da diabetes tipo 1, diabetes gestacional, infertilidade e, pelo segundo ano consecutivo, a medicina transgénero.  Na edição deste ano, serão também apresentadas as novas orientações europeias para abordagem ao nódulo da tiroide. Quanto aos tumores da suprarrenal serão também conhecidas as novas guidelines da Sociedade Europeia de Endocrinologia para esta doença que tem uma prevalência de 1 a 7%, sendo esta incidência maior na faixa etária dos 60 aos 80 anos.

“O congresso é o momento alto de partilha da endocrinologia em Portugal e, mais uma vez, a SPEDM prova ser o farol para o tratamento e a investigação das doenças endócrino-metabólicas no País”, salienta João Jácome de Castro, presidente da SPEDM, acrescentando ainda que, “do ponto de vista internacional, é um claro momento de afirmação da endocrinologia portuguesa”, enaltecendo a colaboração com outros sociedades científicas nacionais (como a Sociedade Portuguesa de Diabetologia, a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, a Sociedade Portuguesa da Osteoporose e Doenças Ósseas Metabólicas ou a Sociedade Portuguesa de Aterosclerose) e a presença de sociedades científicas internacionais como as congéneres espanhola (SEEN) e brasileira (SBEM), Associação Europeia de Neuroendócrinos (ENEA) e a Sociedade Europeia de Endocrinologia (ESE).

Servindo como um espaço de partilha de conhecimento, Mafalda Marcelino, presidente do congresso, destaca “a importância da oferta formativa, o programa diversificado, com uma abordagem às novidades do ponto de vista científico das principais áreas endócrinas, além das Conferências ‘Fora da Caixa', uma vez que é muito importante ir além da Endocrinologia”. Exemplo disso são as palestras do Professor José Fragata, sobre o Futuro da Saúde, e do Professor Miguel Mascarenhas, sobre O Papel da Inteligência Artificial na Medicina.

O programa completo está disponível no site do congresso https://www.spedm2024.pt/

 
 
 
"Radiologia ao Centro - knowledge transforms lives"
Coimbra vai acolher no próximo dia 3 de fevereiro, no Seminário Maior de Coimbra, o evento científico "Radiologia ao...

Trata-se de uma iniciativa de um grupo de licenciados em radiologia para que profissionais da área, pesquisadores, docentes e estudantes que combina o conceito de jornadas com cursos, um conceito híbrido, que pretende proporcionar períodos de aquisição de habilidades práticas ao mesmo tempo que se adquirem conhecimentos teóricos. 

O evento é uma coorganização da ULS Coimbra, Seminário Maior de Coimbra e Associação Hemisférios Disciplinado, com palestrantes de várias áreas e instituições nacionais ligadas à saúde, ao ensino e à investigação.

O programa está disponível para consulta em: https://www.chuc.min-saude.pt/eventos/ ou https://radiologiaaocentro.com/

 
Fator de risco
Entre muitas doenças associadas à obesidade está a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).

A doença de refluxo gastroesofágico caracteriza-se pelo refluxo de ácido do estômago para o esófago podendo causar sintomas muito incomodativos, tais como azia, sensação de ardência retroesternal (no “peito”) e regurgitação de alimentos. Esta condição médica pode atingir 25-30% da população e ser causadora de outras complicações como o esófago de Barrett e até o cancro do esófago. Um dos fatores de risco mais importantes para a doença de refluxo gastroesofágico é a obesidade (e em particular a obesidade visceral).

Vários estudos têm concluído que a obesidade aumenta o risco de DRGE através de vários mecanismos, tais como aumento da pressão abdominal, entre outros mais ou menos bem estudados. Em 2010, apresentamos um estudo no American College of Gastroenterology em que mostrámos que a obesidade visceral (chamada também de “gordura abdominal”) era um fator de risco para doença de refluxo gastroesofágico.

Como a obesidade visceral (ou “abdominal”) agrava a DRGE?

Não há uma resposta clara para esta pergunta. Porém, estudos preliminares sugerem que a obesidade abdominal pode resultar no aumento da pressão mecânica no estômago, promovendo refluxo. Um estudo recente utilizando manometria de alta resolução descobriu que indivíduos obesos são mais propensos a ter disrupção da junção esofagogástrica levando a hérnia hiatal e um gradiente de pressão gastroesofágico aumentado, fornecendo um cenário perfeito para o refluxo ocorrer. 

Qual o tratamento ideal para a DRGE?

Os medicamentos chamados inibidores da bomba de protões (como o omeprazol) são muito eficazes a reduzir a exposição de ácido do esófago, contudo cada vez mais têm sido emitidos alertas sobre os efeitos a longo prazo do uso destes medicamentos. Não vamos ser uma sociedade que prefere comer qualquer coisa, desde que possamos tomar um medicamento para reduzir os sintomas de refluxo. 

O ideal é alterar hábitos alimentares e estilos de vida para comer menos, fazer exercícios e perder peso. Portanto, quando se trata de obesidade e DRGE, exige-se um compromisso de todos nós com uma grande mudança no estilo de vida. Em alguns casos poderá ser necessário uma intervenção endoscópica de modo a tratar concomitantemente o problema da obesidade e DRGE.

Qual a ligação entre cirurgia bariátrica e DRGE?

A gastrectomia vertical por via laparoscópica (“sleeve gástrico”) tem sido uma cirurgia bastante em voga nos últimos anos. Contudo vários estudos têm mostrado que esta cirurgia é refluxo génica, tendo sido causa de doença de refluxo gastroesofágico em cerca de 30% dos pacientes e com necessidade de uma nova cirurgia (de conversão em bypass gástrico) em 6%.

Que tratamentos endoscópicos existem para a DRGE?

Existem tratamentos como a gastroplastia endoscópica que são preferidos em pacientes com obesidade e DRGE uma vez que podem ter o potencial de melhorar concomitantemente a obesidade e DRGE. Além do mais, através de endoscopia é possível tratar alguns casos de DRGE em pacientes que já foram submetidos a cirurgia bariátrica evitando uma cirurgia de conversão com riscos muito maiores.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Da endometriose à infertilidade masculina
Durante cinco sessões, que irão decorrer na FNAC de Alfragide entre fevereiro e junho, serão debatidos temas como o Síndrome do...

Miguel Raimundo vai estar presente nas FNAC Talks, ao longo dos próximos meses, para partilhar o seu vasto conhecimento em Ginecologia, Obstetrícia e Medicina de Reprodução. Em conjunto com especialistas de renome na área, serão debatidas questões cruciais relacionadas com a saúde feminina, a infertilidade e ética. 

Todas as sessões vão acontecer na FNAC de Alfragide. No dia 9 de fevereiro, será abordado o tema da Síndrome do Ovário Poliquístico e Miomas, contando com a presença do Médico Endocrinologista Carlos Bello e da Nutricionista Rafaela Teixeira. Na sessão de dia 8 de março, Miguel Raimundo irá explorar a Abordagem ao Casal Infértil. 

Já no dia 5 de abril, o tema será Infertilidade Masculina e a sessão contará com a presença do Médico Urologista Pedro Oliveira e do Médico Endocrinologista Carlos Bello. As últimas duas sessões, agendadas para dia 3 de maio e dia 14 de junho, serão dedicadas, respetivamente, ao tema da Menopausa Precoce e da Questão Ética e Fertilidade. 

“Estas sessões são uma oportunidade única para explorar coletivamente questões vitais e capacitar cada pessoa com o conhecimento necessário para tomar decisões conscientes em prol da sua própria saúde. Além disso, será possível aprofundar o entendimento sobre questões cruciais relacionadas com a saúde feminina, infertilidade e questões éticas na fertilidade”, afirma Miguel Raimundo. 

 
Empresa com soluções de IA
A GE HealthCare celebrou um acordo para adquirir a MIM.Software, um fornecedor global de soluções de análise de imagens médicas...

Reconhecendo que a inovação digital está a remodelar a experiência de doentes e fornecedores, a GE HealthCare, líder mundial em tecnologia médica, diagnóstico farmacêutico e inovação digital, aposta no desenvolvimento de dispositivos inteligentes, esforços que se refletem na missão de tornar os hospitais mais eficientes, os médicos mais eficazes, as terapias mais precisas e os doentes mais saudáveis e felizes.

A carteira de soluções inovadoras de imagiologia da MIM Software oferece, entre outras, a integração de imagens de diagnóstico de múltiplas modalidades em planos de tratamento, automatização para ajudar a reduzir tarefas repetitivas e intervenções manuais, quantificação e processamento avançado em imagiologia de diagnóstico e medicina nuclear para ajudar a determinar a resposta à terapia, assim como uma plataforma para ajudar na imagiologia e dosimetria Theranostics.

"Estamos empenhados em fornecer dispositivos abrangentes e conectados e soluções digitais que permitam aos prestadores de serviços melhorar os cuidados aos doentes em várias especialidades", afirma Rui Costa, Diretor Geral da GE HealthCare em Portugal. "Esperamos que os nossos esforços para juntar estas duas organizações complementares e portfólios de produtos inovadores reforcem as nossas capacidades como fornecedor líder de sistemas de imagiologia integrados, análises e fluxos de trabalho digitais avançados em várias áreas e vias de cuidados, incluindo teranóstica, oncologia por radiação, urologia, neurologia e cardiologia. Agora e no futuro, estamos a trabalhar para transformar os cuidados dos doentes."

Andrew Nelson, CEO da MIM Software, acrescenta: "Estamos entusiasmados com a perspetiva de nos juntarmos à GE HealthCare. Nas últimas duas décadas, trabalhámos para desenvolver produtos inovadores e independentes de fornecedores e oferecer serviços de qualidade para ganhar a confiança dos nossos clientes e isso não vai mudar. Enquanto parte da GE HealthCare, antecipamos o desenvolvimento de soluções digitais novas e cada vez mais integradas para dar resposta às necessidades mais complexas e urgentes dos nossos clientes, hoje e no futuro. Juntos, iremos desenvolver os nossos legados partilhados de melhoria dos cuidados de saúde dos doentes."

Com o acordo para a aquisição da MIM Software, a GE HealthCare está a trabalhar no sentido de reforçar as suas ofertas no apoio da prática alargada de cuidados de precisão em várias fases da doença e práticas de imagiologia, incluindo teranóstica em oncologia para o tratamento do cancro da próstata avançado, soluções de fluxo de trabalho racionalizadas em oncologia de radiação para ajudar a simplificar planos complexos de tratamento do cancro, imagiologia beta amiloide em neurologia para o diagnóstico e monitorização de doentes de Alzheimer e perfusão miocárdica para diagnosticar a doença arterial coronária.

"A nossa aquisição antecipada da MIM Software marcará um momento chave na evolução da nossa tecnologia. Ao integrar a análise de imagem de ponta da MIM Software e as soluções orientadas para a IA com a tecnologia médica avançada da GE HealthCare, não estamos apenas a expandir as nossas capacidades, mas a unir-nos para abraçar as possibilidades dos cuidados de precisão. Esta fusão pretendida é uma fusão de visões inovadoras, com o objetivo de fazer evoluir a forma como detetamos, tratamos e gerimos as doenças", partilha ainda Rui Costa. "A GE HealthCare está empenhada em desenvolver dispositivos inteligentes e alimentados por IA que respondam a estados de doença específicos, permitindo assim que os médicos ofereçam cuidados mais personalizados. Esperamos que a integração do software MIM faça também avançar os nossos esforços para conectar dados entre as vias de atendimento. É um salto em direção a um futuro onde os cuidados de saúde são mais precisos, conectados e eficientes, com o objetivo de beneficiar prestadores e doentes em todo o mundo.”

Fundada em 2003, a MIM Software está sediada em Cleveland, Ohio, nos EUA, com escritórios na China e na Bélgica.  A finalização da transação está sujeita às condições habituais de fecho, incluindo aprovações regulamentares. Os pormenores financeiros da transação não foram divulgados publicamente. A GE HealthCare pretende financiar esta transação com dinheiro em caixa. A empresa espera que esta transação seja neutra em termos de EBIT ajustado[i] no primeiro ano e que, posteriormente, seja positiva.

 
Debate a gestão das doenças crónicas
A ULS Almada-Seixal organiza o NEXT Health Summit 2024 | Juntos na Gestão das Doenças Crónicas, nos próximos dias 2 e 3 de...

No cuidar do doente crónico existem necessidades convergentes e comuns às várias subespecialidades e que podem ser satisfeitas de forma mais efetiva, com uma abordagem transversal e multidisciplinar, por contraponto com o modelo clássico de gestão setorial da doença. É sobre isto, bem como sobre os desafios e o papel de cada um dos atores da Saúde nesta gestão, que estaremos a discutir no NEXT Health Summit 2024. 

Neste congresso vão estar presentes diversos intervenientes, dos cuidados de saúde primários aos cuidados hospitalares, dos setores público e privado, passando pela Academia e pela Indústria Farmacêutica, sem esquecer de dar voz aos doentes.

O Secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, estará presente na sessão de abertura do evento e o encerramento ficará a cargo da Presidente do Conselho de Administração da ULS Almada-Seixal, Teresa Machado Luciano.

 
Perturbação comportamental do sono REM e doença neurodegenerativa
Certa manhã, enquanto examinava um paciente adormecido no Centro de Medicina do Sono da Mayo Clinic,

Mais tarde, quando estava no consultório com a paciente, o médico perguntou-lhe o que tinha acontecido. "Bem, às vezes tenho uns sonhos malucos", respondeu ela. "Estava a sonhar que havia dois homens a perseguir-me. Consegui ver um carro que me podia ajudar a fugir.  Vi os faróis traseiros, mas ele começou a afastar-se lentamente. Foi por isso que comecei a correr mais depressa. Finalmente, quando estava prestes a entrar no carro, acordei".

Louis, neurologista e especialista em medicina do sono na Mayo Clinic, em Rochester, Minnesota, já ouviu versões diferentes da mesma história inúmeras vezes. Realizar ações durante o sono é a principal manifestação da perturbação comportamental do sono REM (movimento rápido dos olhos) ou RBD, uma parassónia que ele e os seus colegas tratam há décadas na clínica. 

Descobriram que, para além do potencial de lesão dos doentes e dos parceiros com quem partilham a cama, os RBD podem ser um sinal precoce de doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson.

Acredita-se que o distúrbio afete apenas cerca de 1% da população em geral, mas as manifestações de RBD ocorrem em número suficiente para que o especialista possa fazer a identificação ocasional ao avaliar um paciente com outra doença do sono mais comum.

"O distúrbio pode ser completamente inesperado e surpreender tanto o paciente como o médico", diz ele.

Uma equipa de investigadores do sono da Mayo Clinic está a ajudar a liderar um esforço ambicioso para obter o máximo de dados possível sobre RBD.

"O aspeto fundamental é compreender suficientemente a história natural da doença para que possamos fazer um rastreio neuroprotetor de um medicamento ou intervenção que possa prevenir a doença de Parkinson ou o desenvolvimento de demência no futuro", explica. 

Na perturbação comportamental do sono REM, o cérebro passa por ciclos de sono REM muitas vezes durante a noite e cada ciclo torna-se cada vez mais longo, até que de manhã totaliza cerca de um quarto de uma noite de sono. Durante o sono REM, os olhos da pessoa movem-se rapidamente sob as pálpebras, os sonhos tornam-se cada vez mais vívidos e intensos e a maioria dos músculos fica paralisada.

"Num sentido evolutivo, a paralisia é uma coisa boa. Caso contrário, sempre que sonhássemos que estávamos a ser perseguidos por um tigre, saltaríamos da cama e correríamos pelo corredor, o que não seria certamente saudável", explica Michael Silber, neurologista e especialista em medicina do sono. 

Os doentes com perturbação comportamental do sono REM, no entanto, perdem a paralisia e, por isso, parecem representar as ações dos seus sonhos. Consequentemente, podem passar a noite a cantar, a gritar, a berrar, a dar murros, a saltar, a pontapear e a agitar os braços, magoando-se a si próprios e a outras pessoas, muitas vezes com gravidade.

Estes episódios bizarros de encenação de sonhos não foram reconhecidos como uma doença médica até 1986.

Mais de uma década depois, Michael Silber, juntamente com Bradley Boeve, um neurologista da Mayo Clinic em Rochester, no Minnesota, Tanis Ferman, um neuropsicólogo da  Mayo Clinic em Jacksonville, na Florida, e outros colegas, publicaram uma série de estudos que demonstram que o RBD pode ser mais do que um incómodo noturno. A equipa descobriu que cerca de 50 a 80% das pessoas com RBD tendem a desenvolver uma doença degenerativa, especificamente, doenças com depósitos anormais de uma proteína chamada alfa-sinucleína que se acumulam no cérebro.

As sinucleinopatias, como são conhecidas estas doenças, incluem a doença de Parkinson, a demência com corpos de Lewy e a atrofia de múltiplos sistemas (AMS). A acumulação tóxica de alfa-sinucleína parece danificar partes do tronco cerebral responsáveis pela imobilização dos nossos músculos durante o sono, antes de passar para outras regiões que controlam atividades diurnas mais óbvias.

"O nosso trabalho demonstrou que o RBD se desenvolve anos e, muitas vezes, décadas antes do desenvolvimento da doença de Parkinson ou do défice cognitivo", explica Ferman. "O RBD oferece uma janela potencial para a deteção precoce das sinucleinopatias, bem como para futuras terapias que visem especificamente as proteínas responsáveis pela neurodegeneração."

Infelizmente, os investigadores ainda não descobriram uma intervenção que possa alterar completamente a trajetória dos doentes que irão desenvolver Parkinson ou outra doença degenerativa semelhante. De acordo com Michael Silber, isto representa um enigma ético.

"Será que devemos dizer aos nossos doentes o que pode acontecer no futuro quando não podemos fazer nada para o evitar?", questiona.

Recentemente, a equipa de investigação da Mayo Clinic realizou um inquérito a 113 doentes com RBD para saber a sua opinião. Mais de 90 % dos inquiridos disseram que gostariam de saber que estavam em risco. Os doentes consideraram que era importante discutir esta informação sobre o prognóstico com a família e os amigos e que isso os poderia ajudar a planear o futuro.

No entanto, quando os investigadores perguntaram como é que a informação os fazia sentir, uma elevada percentagem de doentes disse que lhes causava sofrimento e ansiedade.

"Temos de lidar com esta ansiedade", explica Silber. "Invisto muito do meu tempo a aconselhar os doentes, dizendo-lhes para não deixarem que isso domine as suas vidas."

Pode demorar muitos anos ou mesmo décadas até que uma doença neurodegenerativa se manifeste, e nem todos os doentes com RBD irão desenvolver uma doença durante a sua vida. O especilista também refere que, se os doentes souberem que estão em risco, podem participar na investigação médica, uma opção que poderia não estar disponível se não soubessem.

Os investigadores da Mayo Clinic esperam desenvolver mais opções para oferecer aos doentes no futuro, a fim de evitar a progressão da neurodegeneração. Uma das vias que estão a explorar envolve dispositivos bioelectrónicos, um tipo de dispositivo médico que utiliza sinais electrónicos para tratar ou diagnosticar doenças. Por exemplo, a estimulação magnética transcraniana (EMT), um tratamento não invasivo de estimulação cerebral que utiliza impulsos magnéticos para estimular as células nervosas do cérebro, é atualmente um tratamento padrão para a depressão.

Maria Lapid, psiquiatra da Mayo Clinic em Rochester, no Minnesota, está a realizar testes para verificar se a estimulação magnética transcraniana pode aliviar o défice cognitivo ligeiro. Bradley Boeve acredita que uma abordagem semelhante poderia ser aplicada às sinucleinopatias.

Da mesma forma, o neurologista gostaria de ver dispositivos bioelectrónicos que pudessem monitorizar e diagnosticar RBD enquanto os doentes representam os seus sonhos no conforto das suas casas.

"É um desafio chegar ao diagnóstico da doença", explica. "Porque se não tivermos uma noção do que estamos à procura, não vamos conseguir encontrar o que queremos."

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Com o desenvolvimento de dispositivo não invasivo para a monitorização contínua de doentes oncológicos
RUBYnanomed venceu o Net Zero Health Systems – Accelerating the Descarbonization of Patient Care, um programa de aceleração...

Monitorizar os doentes oncológicos de forma contínua é o grande objetivo da RUBYnanomed, start-up que desenvolveu um dispositivo não invasivo para a monitorização contínua de pacientes oncológicos, através do isolamento e da análise de células tumorais circulantes (CTCs) em amostras de sangue.

A entrega do Prémio aconteceu no Demo Day, que teve lugar no Hospital da Luz, e onde as 8 startups apresentaram o resultado final das suas jornadas de inovação. Um júri de especialistas em saúde e tecnologia reconheceu a RUBYnanomed como o projeto mais promissor, destacando o seu potencial para impactar positivamente a saúde global. O projeto recebeu um prémio de 10.000€ e acesso direto e gratuito à incubação na Startup Lisboa, durante seis meses.

O desafio lançado para impulsionar a inovação em áreas como a Eficiência Energética Hospitalar, Mobilidade Sustentável na Saúde e Digitalização e Saúde Conectada, Diagnóstico Precoce, atraiu uma diversidade de propostas inovadoras, refletindo o compromisso da AstraZeneca em impulsionar avanços significativos na área da saúde.

“A sustentabilidade nos sistemas de saúde é uma exigência que se tornou já uma urgência e este programa de aceleração confirma que há muita coisa que pode ser feita, seja na área da eficiência energética hospitalar, da mobilidade sustentável ou da digitalização. Ideias não faltam para melhorar, a este nível, os cuidados de saúde”, refere Rosário Trindade, Corporate Affairs & Market Access Director da AstraZeneca Portugal. “Sabemos que o nosso futuro depende de pessoas saudáveis e de uma sociedade saudável, mas isso não se consegue atingir sem um planeta saudável. É, por isso, essencial apoiar os projetos que podem fazer a diferença e contribuir para este objetivo.”

 
Tecnologia e Saúde
Os hologramas e os dispositivos de realidade virtual (RV) podem fazer parte de uma experiência de jo

A cirurgia de substituição do ombro, ou artroplastia do ombro, é um procedimento complexo em que os cirurgiões substituem uma articulação danificada por implantes de metal e plástico. O software ajuda os médicos a criar um plano cirúrgico para mostrar onde os implantes devem ser colocados.

"Não existia uma maneira fácil de levar este plano, que é muito preciso, para a sala de operações", diz . Joaquin Sanchez-Sotelo, presidente da Divisão de Cirurgia do Ombro e Cotovelo da Mayo Clinic.

Esse era o caso até agora. Recentemente, Sanchez-Sotelo realizou a primeira artroplastia do ombro com navegação mista de realidade virtual. Utilizou ferramentas e óculos especialmente concebidos para criar um holograma altamente preciso da articulação. O holograma e os widgets e ferramentas de realidade mista tornam possível colocar implantes com uma precisão de 1 a 2 milímetros e 1 a 2 graus.

"Esta tecnologia aumenta a precisão, especialmente nos casos mais complicados de ombros com deformidade grave e perda óssea", afirma o especialista.

De acordo com o cirurgião, isto é importante porque "a colocação do implante no local correto tem um impacto direto nas complicações, nos resultados e na longevidade".

Se um implante de artroplastia do ombro não for colocado no sítio certo, o doente pode não recuperar bem o movimento após a cirurgia. O doente pode também ter complicações a curto e longo prazo, como uma deslocação, um problema na coifa dos rotadores ou o implante pode ficar solto no osso.

Qualquer doente que seja candidato a artroplastia do ombro é candidato à utilização da navegação em realidade mista, afirma Sanchez-Sotelo.

O especialista já assistiu a muitas mudanças durante a sua carreira como cirurgião ortopédico. Mas, diz que esta pode ser a mais emocionante de todas.

"Esta tecnologia permitir-nos-á fazer o inimaginável", conclui

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Número de reclamações contra setor desceu 7% em 2023
Em 2023, o número de reclamações relacionadas com o setor da saúde registou um decréscimo na ordem dos 7%, em relação a 2022. A...

Ao contrário da tendência verificada em outros setores, em 2023, o setor da Saúde registou uma redução do número de reclamações dos utentes no Portal da Queixa.

No ano passado, foram publicadas no Portal da Queixa 3.736 reclamações dirigidas aos prestadores de cuidados de saúde públicos e privados, um decréscimo na ordem dos 7%, comparativamente com o período homólogo de 2022, onde se observaram 4.003 queixas, já que este foi um ano em que o motivo COVID-19 teve ainda grande expressão nas queixas. 

De acordo com a análise do Portal da Queixa, entre os principais motivos de reclamação dos utentes dirigidos às entidades de saúde do sistema público e privado estão: a demora no atendimento, a gerar 21.5% das queixas, com casos de utentes a reclamarem da demora para realização do atendimento, quer consultas, exames ou tratamentos. O tratamento indevido é o segundo tema mais reportado e absorve 17.5% das reclamações. São denúncias de utentes dirigidas a médicos, enfermeiros e auxiliares sobre mau atendimento, negligência, descaso, etc. 

A motivar 9,3% das ocorrências está a falta de informação, onde é apontada a dificuldade em obter de informações, resultados de exames e relatórios médicos que deveriam ser fornecidos pela entidade.

As dificuldades de contacto com as entidades de saúde via telefone, e-mail e outros canais, geraram 7.4% das queixas apresentadas em 2023. O motivo cobrança indevida – reclamações no âmbito de erros com pagamentos e cobranças – também acolheu uma fatia de 7.4%. 

Setor privado lidera volume de queixas

A manter a tendência verificada em 2022, os prestadores de cuidados de saúde do setor privado continuaram, no ano passado, a liderar o volume de queixas registado (54%), tendo o sistema público absorvido uma fatia de 46% das ocorrências.

Uma análise detalhada ao setor privado, revela que 49.8% das reclamações recebidas foram dirigidas à categoria Grupos de Saúde Privados. 

No que se refere aos prestadores públicos, segundo aferiram os dados analisados, o pódio pertence à categoria Hospitais e Maternidades, a recolher 56.1% das queixas dos utentes. 

SNS é a entidade mais reclamada

No que se refere ao Top 5 das entidades que geraram mais reclamações, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi o mais visado. Em 2023, foi alvo de 17,7% das denúncias dos utentes. Em segundo, e a recolher uma fatia de 12%, está a rede privada de clínicas Swiss Dental Services. Segue-se a Saúde CUF, que acolheu 9.2% das queixas; o grupo privado Lusíadas Saúde (6.6%) e o Hospital da Luz (5.8%).

De referir que, este ano (até ao dia 23 de janeiro), os utentes já publicaram 293 reclamações na plataforma, verificando-se um crescimento de 3.5% no número de queixas, comparativamente com o período homólogo de 2023, onde foram registadas 283. 

Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa, destaca: “O Portal da Queixa enquanto plataforma social, exerce o seu papel informativo dos indicadores de qualidade, posicionando-se como o principal barómetro público de satisfação dos utentes, face às experiências que estes obtêm nos vários setores da saúde em Portugal. Não obstante o registo de menos reclamações em 2023, facto atribuído à atenuação da pandemia, infelizmente, temos vindo a assistir a uma degradação recorrente na qualidade da prestação de serviços de saúde. Seguida pelas finanças pessoais e o bem-estar familiar, a saúde representará, com toda a certeza, o principal motivo de preocupação de todos os cidadãos. Por esse motivo, é fundamental que os serviços prestados em matéria de saúde, desde o público ao privado, estejam de acordo com as expectativas criadas, tendo em conta o impacto que têm na vida das pessoas. O serviço privado lidera as reclamações dirigidas ao setor, revelando não conseguir ser a alternativa competente para prestar um serviço de qualidade, humanizado e de acordo com o investimento efetuado por cada cliente que captam ao serviço público.”

 
Consultas gratuitas através do Fundo de Apoio Social
Foi ontem inaugurada a Clínica do Gil, o mais recente projeto da Fundação do Gil, que procura dar resposta às necessidades...

A abertura da cerimónia de inauguração da Clínica do Gil ficou marcada por um momento musical protagonizado por Luísa Sobral, com o tema “Cá Dentro Vive Alguém”, seguido do discurso de abertura da Presidente Executiva da Fundação do Gil, onde agradeceu “o apoio incansável e desde a primeira hora” dos mecenas principais, Zippy e Jerónimo Martins para a construção da Clínica.

Patrícia Boura, Presidente Executiva da Fundação do Gil, afirma ainda que “a Clínica do Gil pretende ser um espaço inclusivo, aberto a toda a comunidade, onde todos são bem-vindos. O Fundo de Apoio Social servirá precisamente para garantir que mesmo as famílias mais carenciadas não ficam de fora. Teremos que apoiar também as famílias da classe média que se debatem hoje para conseguir dar o melhor apoio aos seus filhos. É uma realidade a que estamos atentos.”

A cerimónia de inauguração terminou com intervenção do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Engenheiro Carlos Moedas, seguida da primeira visita oficial à Clínica.

Focada na promoção da saúde mental de crianças, adolescentes e famílias, a clínica oferece uma abordagem integrada e multidisciplinar e disponibiliza terapias diversas. Com consultas disponíveis a partir de fevereiro, os agendamentos podem ser feitos através do seguinte email: [email protected].

 
E deixam recomendações
A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), a Sociedade Portuguesa de...

Partindo de evidências científicas, neste consenso, as seis sociedades médicas discutem quais as melhores práticas para promover o aumento da vacinação em determinados grupos, como as pessoas entre os 60 e 65 anos, as pessoas com comorbilidades, as mulheres grávidas e os profissionais de saúde. Além disto, elaboraram também algumas recomendações para mitigar o impacto que a gripe tem, anualmente, em Portugal e que tanto se tem discutido nos últimos dias.

Contextualizando, a gripe é uma das principais causas de mortalidade a nível mundial. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima entre três a cinco milhões de casos anuais de doença grave, tendo uma especial incidência nas pessoas mais vulneráveis, como os idosos, as crianças com menos de cinco anos, as mulheres grávidas e os doentes crónicos. A gripe pode resultar em complicações sérias para a saúde, levando a hospitalizações e causando custos elevados para o nosso Serviço Nacional de Saúde.

A vacinação anual é considerada a medida mais eficaz na prevenção da gripe e das suas complicações, sendo a sua eficácia e segurança reforçada nesta posição conjunta das sociedades. No nosso país a cobertura da vacinação tem aumentado, tendo sido alcançada uma taxa de 76% nos adultos com 65 anos ou mais anos em 2019-2020 (meta da EU é de 75%), reflexo da eficácia das políticas do país para apoiar e facilitar o acesso à vacinação.  De acordo com os dados do Vacinómetro (projeto que permite monitorizar em tempo real a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela DGS), este sucesso deve-se a três pilares: fácil acesso à vacinação, recomendação pelos profissionais de saúde e aumento da literacia e consciencialização da população através de campanhas desenvolvidas por entidades governamentais e sociedades médicas.  De acordo com os mais recentes dados do Vacinómetro, divulgados a 23 de janeiro de 2024, no nosso país, 77,7% dos indivíduos com 65 anos ou mais já foram vacinados contra a gripe na época gripal de 2023/2024, ultrapassando, mais uma vez, a meta de 75% proposta pela OMS.  Apesar de Portugal ter uma boa taxa de cobertura de vacinação, é necessário continuar a promover este aumento.

Neste consenso, os profissionais de saúde das diferentes especialidades fazem também referência às implicações que a infeção pelo vírus influenza tem nos doentes com diferentes comorbilidades, como na Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) - sendo as infeções por vírus respiratórios a causa de muitas exacerbações nesta patologia -, nas doenças cardíacas – causando um aumento do risco de enfarte do miocárdio e na diabetes - com os doentes diabéticos a apresentarem taxas mais altas de hospitalização, admissão em urgências e mortes relacionadas à gripe. 

Na população com mais de 70 anos, que está, neste momento, a sofrer um maior impacto em termos de hospitalização e mortalidade por gripe, a vacina de dose elevada assegura uma maior proteção, tendo em conta que gera a produção de mais anticorpos. Para os doentes institucionalizados em estruturas residenciais para pessoas idosas, esta vacina é administrada gratuitamente. No sentido de mitigar desigualdades, é importante que a vacina de dose elevada esteja igualmente acessível às pessoas idosas não institucionalizadas.

Assim, considerando todas as evidências científicas recolhidas, as sociedades médicas apresentam as seguintes recomendações e conclusões:

  • A vacinação contra a gripe é a base do esforço para reduzir o impacto da gripe e suas complicações, especialmente em grupos de alto risco, como idosos, crianças pequenas, mulheres grávidas e doentes crónicos.

  • As vacinas são seguras e eficazes. Para as pessoas com 65 anos ou mais é recomendada uma vacina com uma dose mais elevada de vírus inativado.

  • Existem estudos que demonstraram que a vacinação contra a gripe reduz significativamente as hospitalizações e a mortalidade em doentes imunocomprometidos e em doentes com doenças respiratórias, como a DPOC, doenças cardiovasculares e diabetes. Estes grupos de alto risco devem ser vacinados anualmente e os profissionais de saúde devem garantir a prescrição oportuna.

  • Estes grupos de alto risco devem ser vacinados anualmente e os profissionais de saúde devem garantir a prescrição atempada, inclusive, no momento da alta hospitalar

  • A vacinação dos profissionais de saúde contra a gripe é fundamental dada a sua maior exposição ao vírus (risco de infeção) e a doentes de alto risco (risco de transmissão). A vacinação destes profissionais confere múltiplos benefícios, tais como o controlo de infeções em ambientes de saúde, menor absentismo, redução da mortalidade e a promoção da vacinação pelo exemplo que representa.

  • A meta da UE de uma taxa de cobertura vacinal de 75% para indivíduos com idade superior a 65 anos foi alcançada em Portugal devido à vacinação gratuita e de fácil acesso, às recomendações dos profissionais de saúde, à vigilância epidemiológica e às campanhas nacionais de sensibilização

  • Para aumentar as taxas de cobertura vacinal são necessárias estratégias como uma maior literacia em saúde e uma maior acessibilidade e gratuidade das vacinas. 

16 de março
A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) vai realizar uma reunião no âmbito do Programa de Educação e...

“A dinâmica da coluna vertebral não pode ser dissociada da dinâmica de outras articulações, como a anca e o ombro. Não são raros os casos em que patologias da anca e do ombro podem ser confundidas com patologias da coluna vertebral ou vice-versa. Por outro lado, a patologia da coluna e o seu tratamento pode ter impacto na normal dinâmica dos membros superior e inferior, e o tratamento de patologia nos membros pode condicionar a patologia e futuros tratamentos da coluna” refere Ricardo Rodrigues-Pinto, membro da direção da SPPCV e Coordenador da iniciativa.

Neste Programa de Atualização em Patologia da Coluna, dirigido a médicos, serão abordados temas tais como o normal equilíbrio e a dinâmica da coluna na sua relação com as articulações vizinhas, o diagnóstico diferencial de patologias que se confundam com patologia da coluna e a evidência atual sobre a forma, a sequência e as considerações técnicas no tratamento destas patologias.

O evento culminará com a realização da Assembleia Geral, seguida de um convívio de almoço para promover a interação entre os participantes.

Para inscrições consulte: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdYb_dVa6-ysFmskqCN7WnSrJDOjskug1CEEH2ZeIztu7EiKA/viewform

Investigação da Mayo Clinic
Os investigadores da Mayo Clinic que estudam a genética de pessoas que desenvolveram recentemente cardiomiopatia dilatada (uma...

"Encontrámos uma variação genética no gene CDCP1 (um gene de que nunca se tinha ouvido falar na área da cardiologia) e a sua ligação à melhoria da função cardíaca nestes doentes", explica o autor principal do estudo, Naveen Pereira, um cardiologista da  Mayo Clinic que estuda a variação genética e as suas implicações no diagnóstico e tratamento das doenças cardiovasculares, especificamente a insuficiência cardíaca.

A variação genética no gene CDCP1 pode levar a diferenças na estrutura da proteína, influenciando possivelmente a suscetibilidade de uma pessoa a várias doenças ou a sua resposta a terapias específicas.

Os investigadores identificaram e examinaram a função do gene CDCP1 devido à sua ligação com a melhoria da capacidade do ventrículo esquerdo do coração para bombear sangue eficazmente em pessoas com cardiomiopatia dilatada. O gene CDCP1 é frequentemente expresso de forma variável nos fibroblastos (tecido conjuntivo) das pessoas com esta doença. Além disso, a fibrose (excesso de tecido conjuntivo fibroso no coração) desempenha um papel fundamental no prognóstico da doença.

O investigador refere, de forma interessante, que também descobriram que uma variação genética no CDCP1 ou próximo deste estava significativamente associada à morte por insuficiência cardíaca.

Observaram também que a diminuição da expressão deste gene no tecido conjuntivo do coração reduzia significativamente a proliferação de fibroblastos cardíacos e regulava negativamente o gene IL1RL1. Este gene codifica um dos mais importantes biomarcadores da insuficiência cardíaca, o sST2. Níveis elevados deste biomarcador estão associados a fibrose e morte; uma diminuição do CDCP1 diminui a expressão desta proteína. A compreensão da regulação da sST2 e da sua relação com o gene CDCP1 e a fibrose é essencial para o desenvolvimento de estratégias que reduzam os efeitos adversos da insuficiência cardíaca.

Naveen Pereira explica que estes resultados levantam a possibilidade de se atuar sobre o gene CDCP1 para diminuir a fibrose cardíaca, o que poderia melhorar a função cardíaca. O estudo tem, portanto, implicações para o desenvolvimento de novas terapias medicamentosas para a cardiomiopatia dilatada e outras condições possivelmente afetadas pela fibrose.

De acordo com um relatório da American Heart Association, a insuficiência cardíaca é um diagnóstico comum que está a aumentar nos Estados Unidos. Prevê-se que mais de 8 milhões de pessoas sejam afetadas até 2030, o que representa um aumento de 46% em relação à situação atual.

Entre 30 e 40% dos casos de insuficiência cardíaca ocorrem como resultado de cardiomiopatia dilatada.

"É a causa mais comum da necessidade de um transplante de coração", explica o investigador. "Um indicador-chave da recuperação dos doentes com cardiomiopatia dilatada é o facto de terem ou não fibrose cardíaca."

Com base nestes resultados preliminares, os investigadores da Mayo Clinic estão a realizar mais estudos em animais para compreender o efeito do CDCP1 na insuficiência cardíaca. Estão a desenvolver moléculas para avaliar o potencial terapêutico da cardiomiopatia dilatada e da insuficiência cardíaca.

"Ao continuar esta investigação, que começou com uma população humana que levámos para o laboratório molecular e agora com animais, esperamos encontrar novas vias para tratamentos que possam ser levados à população humana que estudamos, para melhorar a sobrevivência e a qualidade de vida dos doentes", explica Naveen Pereira.

 
UE atribui 6,5 milhões a consórcio que inclui a Fundação Champalimaud
A União Europeia (UE) atribuiu mais de 6,5 milhões de euros a um consórcio com 19 parceiros, que inclui a Fundação Champalimaud...

A previsão é de que este estudo, denominado de PsyPal, comece a recrutar doentes em 2025, representando um passo significativo na exploração de tratamentos inovadores para o sofrimento psicológico e existencial profundo em pessoas com doenças avançadas. A FC, juntamente com três outros centros clínicos europeus, tratará mais de cem doentes, sendo que cada centro irá focar-se numa condição diferente. Enquanto que a FC dedicar-se-á a doentes com perturbações do movimento em fase avançada, incluindo síndromes parkinsonianos atípicos, outros centros nos Países Baixos, na República Checa e na Dinamarca abordarão a doença pulmonar obstrutiva crónica, a esclerose múltipla e a esclerose lateral amiotrófica, respetivamente.

Estas condições, todas incuráveis, têm um grande impacto na vida dos doentes, muitas vezes levando a um pesado sofrimento psicológico. Com a depressão e a ansiedade prevalecendo em 34% a 80% destes doentes, a necessidade de tratamentos inovadores é crítica. Albino OliveiraMaia, Diretor da Unidade de Neuropsiquiatria da FC, explica: “Inicialmente, os psicadélicos mostraram-se promissores no tratamento da depressão e da ansiedade em doentes com cancro terminal. No entanto, os resultados foram mais variáveis em doentes com transtornos psiquiátricos na ausência de um diagnóstico de risco de vida, o que nos levou a focar-nos novamente em condições incuráveis. Na FC, exploraremos a eficácia e segurança da psilocibina em pacientes com parkinsonismo em estado avançado”.

Carolina Seybert, psicóloga clínica e investigadora da FC, sublinha a urgência de encontrar alívio psicológico ou emocional imediato para doentes paliativos. “O nosso objetivo é oferecer alívio rápido e eficaz a estes doentes, para os quais as intervenções convencionais muitas vezes são insuficientes”. Seybert acrescenta: “Atualmente, na FC, ainda não estamos a administrar psilocibina para tratamentos de depressão e ansiedade. O próximo ensaio avaliará primeiro a sua segurança e eficácia em cuidados paliativos. Estamos especialmente interessados na eficácia do tratamento a longo prazo, um aspeto crucial que é frequentemente subvalorizado.

Ao estudo, concebido para durar três meses, seguir-se-á um acompanhamento abrangente de seis meses para avaliar resultados duradouros”. 

O estudo baseia-se num ensaio multicêntrico randomizado e controlado, permitindo aos investigadores recolher dados de uma gama diversificada de participantes em diferentes locais da Europa por forma a aumentar a validade e aplicabilidade das suas descobertas. Os doentes na FC serão submetidos a três sessões preparatórias, seguidas de duas sessões de tratamento recebendo psilocibina ou placebo.

Os participantes que receberem psilocibina começarão com uma dose mais baixa para avaliar a sua resposta, seguida de uma dose mais alta. Aqueles designados aleatoriamente para o grupo placebo também terão a oportunidade de realizar uma sessão de tratamento com psilocibina.

Seguir-se-ão três sessões adicionais de integração, onde será realizado apoio psicológico contínuo. Seybert observa: “Todos os terapeutas serão minuciosamente treinados e seguirão um manual padronizado, essencial para fornecer cuidados consistentes juntamente com a medicação”.

Marcelo Mendonça, neurologista que fará parte da equipa deste estudo, destaca: “Os cuidados paliativos são muitas vezes confundidos com cuidados de fim de vida, mas aqui estamos a considerar a gestão de sintomas complexos. Isto é particularmente importante para doentes parkinsonianos atípicos, que muitas vezes sofrem de elevadas taxas de depressão. Por razões que não são totalmente compreendidas, os tratamentos atuais não combatem eficazmente a depressão nestes doentes”.

Mendonça continua: “Uma vez que os sintomas depressivos são um indicador significativo de qualidade de vida, abordar a depressão é uma prioridade para nós. O nosso foco com este estudo é melhorar o bem-estar mental dos doentes, e não as suas funções motoras. No entanto, também é importante considerar que a depressão pode afetar a forma como os doentes percebem os seus sintomas físicos. Consequentemente, iremos monitorizar de perto não só os sintomas afetivos, mas também os sintomas cognitivos e motores para avaliar como evoluem durante o tratamento”.

Oliveira-Maia acrescenta: “Se este tratamento se revelar eficaz, no futuro teremos interesse em explorar as contribuições individuais do medicamento e do apoio psicológico na ajuda a doentes com depressão. Este conhecimento será crucial para uma alocação eficiente de recursos”.

 
Unidos pelo ODS 17: Transformar o mundo com parcerias de impacto
A Associação Pais21 – Down Portugal, associação de apoio a pessoas com Trissomia 21 e respetivas famílias, inaugura hoje a...

A articulação entre estas cinco organizações de diferentes setores é um projeto que ilustra a implementação do ODS 17 (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU), que procura fortalecer parcerias para o desenvolvimento sustentável.

A associação tem atualmente 1.590 famílias registadas, 55 das quais participam em atividades regulares levadas a cabo pela organização. Com o objetivo de melhorar a qualidade do espaço e a experiência prestada aos seus utentes, a Associação Pais21 – Down Portugal tem a partir de agora com uma sede totalmente renovada, na qual foram repensados alguns dos seus espaços e funcionalidades, tendo a intervenção incidido ao nível da arquitetura das instalações e das infraestruturas existentes.

A remodelação completa da sede da associação, cuja obra decorreu entre outubro e dezembro de 2023, compreendendo uma área toral de 268 metros quadrados, contou com o apoio financeiro da Aon, SGL, Goldenergy, Lusíadas Saúde e, ainda, com o apoio da Space Up (marca do Grupo Teixeira Duarte) para o desenvolvimento do projeto e cedência de mão de obra necessária às várias intervenções e melhorias do espaço.

O objetivo das cinco empresas que se uniram nesta iniciativa é contribuir para um futuro mais promissor destas crianças e jovens, oferecendo-lhes um espaço adequado às suas necessidades, onde possam aprender, crescer e prosperar.

“Podermos desenvolver diariamente o nosso trabalho com as crianças e jovens com trissomia 21 e respetivas famílias neste espaço renovado e desenhado às nossas necessidades é uma grande alegria. Perceber que as pessoas que apoiamos se sentem em casa, deixa-nos profundamente gratos, pois sem o apoio dos nossos mecenas não teria sido possível”, sublinha Marcelina Souschek, Presidente da Direção da Pais21.

“É com enorme orgulho e carinho que decidimos abraçar esta causa e ajudar a Associação Pais21 - Down Portugal a ter um espaço adequado e pensado para o bem-estar de todos os seus utentes. Desde o primeiro momento que a Lusíadas Saúde se mostrou sensível às necessidades da Associação e, em conjunto com os restantes parceiros, criámos uma nova sede que, acreditamos, vai fazer a diferença na vida das crianças e jovens que dela usufruem”, afirma Vasco Antunes Pereira, CEO da Lusíadas Saúde.

 
Opinião
Todas as formas de sofrimento pessoal podem traduzir um problema a necessitar de avaliação e tratame

Se o preconceito de frequentar um psicólogo existe, tudo é pior quando se fala do psiquiatra. O psicólogo pode fazer “terapia” e ajudar a melhorar o nosso bem-estar.

Não implica doença. Pode até “ficar bem” ter um psicólogo. A psiquiatria ainda é muito associada aos hospícios e à doença mental grave. A cronicidade, a ausência de retorno. E depois há a medicação. Os psiquiatras “só” receitam medicação. O doente entra, o Psiquiatra tira um papel cheio de linhas e preenche-o até abaixo. Volte cá se não melhorar. O psiquiatra só serve para receitar muitos remédios, não há um diagnóstico, não há interesse da parte dele em perceber o que se passa, encaminhando para psicólogos logo de seguida. Os medicamentos são químicos e provocam dependência. Esses medicamentos provocam demência, engordam, emagrecem, dão sono, tiram a líbido. Mas hoje venho contar-vos a minha perspetiva.

A doença mental é comum. A doença mental não é uma doença do outro. A doença mental não é falta de vontade. A doença mental tem diagnóstico. A doença mental tem tratamento. O tratamento é eficaz, não dá dependência, não tem efeitos secundários enormes e irreversíveis. E o Psiquiatra. O Psiquiatra não é estranho nem esquisito. O Psiquiatra é um médico. Não usa uma bola de cristal, usa livros, muitos livros. Precisa de colher uma história clínica detalhada como qualquer outro médico.

Não usa o estetoscópio mas faz um exame do estado mental por meio da observação cuidadosa de aspectos do comportamento, discurso, humor, atenção e outros. E às vezes precisa de pedir exames complementares de diagnóstico para tirar dúvidas. Não medica sempre, medica às vezes. Qualquer tratamento é sempre discutido com o doente. Trabalha em conjunto com o Psicólogo. Mostra interesse.

O estigma é um lugar-comum. É de alguém que não eu, é sempre do outro, distante, de fora mas persiste. O principal motivo para o estigma é a falta de conhecimento. As pessoas tendem a evitar o que não conhecem. O principal antídoto para o combate ao estigma é a informação. Temos que ter a coragem de procurarmos ajuda e nos informarmos.

A Psiquiatria é a especialidade que se dedica à prevenção, diagnóstico e tratamento das perturbações mentais, emocionais ou comportamentais, como por exemplo:

  • Depressão e/ou Ansiedade
  • Ataques de Pânico
  • Perturbação obsessiva-compulsiva
  • Alterações do sono e/ou do apetite
  • Depressão Pós-Parto
  • Doença bipolar
  • Esquizofrenia
  • Demência
  • Dependência de substâncias
  • Hiperatividade e Défice de atenção
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
No âmbito de queixas apresentadas
A Best Medical Opinion tem recebido relatos de cidadãos, alegadamente, da ocorrência de situações pouco claras, "algumas...

Pedro Meira e Cruz, diretor da Best Medical Opinion revela que “tem chegado ao nosso conhecimento, por via dos Clientes da empresa, relatos de práticas periciais ‘muito estranhas’ no âmbito da avaliação do dano, tais como peritagens sem a presença do cidadão, ou seja, sem exame físico presencial, relatórios periciais sem data do exame médico e relatórios periciais pouco cuidados.” 

A empresa especializada em serviços periciais em Saúde, no âmbito das suas atividades técnico-científicas, defende independência, isenção, rigor, honestidade e seriedade nas atividades periciais, ocorram estas em domínio público ou em âmbito privado, salientando Pedro Meira e Cruz que “o ato pericial de avaliação de alterações na integridade psico-física, não só exige competência, isenção, honestidade e seriedade, como exige rigor”, concluindo o responsável que “o rigor em contexto de avaliação do dano obriga à presença física do cidadão (examinando), sob pena de eventuais irregularidades poderem comprometer seriamente o Sistema de Justiça, o que justifica o alerta aos cidadãos e a denúncia destas práticas pela nossa instituição, que deveria, aliás, partir também de outras entidades, nomeadamente organizações e profissionais de Saúde”. 

Num momento de grande agitação social na Saúde e na Justiça, a empresa sublinha que "é indispensável que a população não perca a confiança nas estruturas cuja atividade se mantém fiel aos princípios enunciados".

Implementada em 2010, a Best Medical Opinion foi, em Portugal, a primeira instituição privada a disponibilizar Pareceres Médicos emitidos, exclusivamente, com base na documentação clínica fornecida com o objetivo de ajudar a esclarecer dúvidas sobre a saúde individual. 

Entre os serviços destacam-se "os pareceres médicos, pareceres médico-legais e outros pareceres técnicos, as actividades periciais médicas e psicológicas, incluindo diligências - juntas médicas, perícias colegiais e outras intervenções periciais - em Tribunais, Caixa Geral de Aposentações (CGA) e Instituto da Segurança Social (ISS), e ainda verificação da situação de doença, nomeadamente, nos termos do Art. 18.º da Lei n.º 105/2009, de 14 de Setembro e traduções médicas". 

 
Tendências e desafios no mundo dos laboratórios
O Grupo ISQ integra o consórcio internacional que irá organizar de 16 a 18 de Maio, em Coimbra, o maior encontro de...

Este encontro será uma excelente oportunidade para a atualização das últimas pesquisas tecnologias e métodos de trabalho nos laboratórios, assim como troca de experiências entre profissionais do setor.

O evento de três dias abordará uma variedade de temas, tais como inovações em equipamentos de laboratório, novas técnicas de análise e testes, regulamentação e normas do setor e ainda questões relacionadas com a gestão de laboratórios.

De forma a antecipar o evento, vai ser realizado um roadshow em Lisboa e outro no Porto. O roadshow de Lisboa terá lugar a 25 de Janeiro, às 14h30, no campus ISQ, Tagus Park (Avª. Mário Soares, nº. 35) e o roadshow do Porto no dia 1 de fevereiro, nas instalações do ISQ em Grijó (Vila Nova de Gaia - R. Mirante 258, 4415-491 Grijó).

 

Páginas