Sarampo
Uma irmã da jovem de 17 anos que morreu na quarta-feira com sarampo em Lisboa está internada no Hospital D. Estefânia, mas só...

Segundo a fonte do Centro Hospitalar Lisboa Central, a que pertence o Hospital D. Estefânia, o estado de saúde da jovem é estável.

Na segunda-feira serão conhecidos exames para averiguar a presença ou não do vírus do sarampo, doença que causou um surto epidémico em Portugal. Vinte e uma pessoas foram já infetadas em Portugal, entre as quais a jovem de 17 anos que morreu.

Segundo o ‘site’ do jornal Expresso, a menina tem 12 anos e foi internada com “uma infeção que terá sido transmitida pela irmã que morreu na quarta-feira”.

De acordo com informação divulgada na quarta-feira pelo Centro Hospitalar de Lisboa Central, a jovem morreu “na sequência de uma situação clínica infeciosa com pneumonia bilateral – sarampo”.

Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.

Com a vacinação gratuita das crianças, a partir de 1974, e sobretudo com a introdução de uma segunda dose de vacina em 1990, o sarampo acabou por se tornar quase uma doença esquecida ou invisível.

Mas entre 1987 e 1989 tinham sido notificados em Portugal 12 mil casos, contabilizando-se 30 mortes.

O sarampo é uma das infeções virais mais contagiosas e, apesar de habitualmente ser benigna, pode ser grave e até levar à morte, avisa a Direção-geral da Saúde (DGS).

A doença manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

Balanço
Dezoito países europeus foram incluídos numa lista de regiões com transmissão endémica de sarampo, divulgou hoje a Direção...

Na informação anterior, divulgada no passado domingo, o registo era de 14 países com surto da doença, com a Roménia a liderar, ao indicar mais quatro mil doentes em seis meses, desde meados do ano passado.

Continuando a ter a Roménia como líder, a lista mais recente inclui ainda Alemanha, França, Itália, Áustria, Bélgica, Polónia, Roménia, Suíça, Rússia, Turquia, Ucrânia, Irlanda, Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Sérvia e Macedónia.

Na lista divulgada hoje, a Roménia continua a protagonizar o maior surto na Europa, com 4.793 casos confirmados e 21 mortes, sendo a faixa dos 0-14 anos a mais atingida (82,1%). Dos casos registados entre janeiro de 2016 e abril de 2017 reportavam a 96% pessoas não vacinadas.

Em Portugal, até quarta-feira, foram notificados “46 casos de sarampo, dos quais 21 confirmados e 15 em investigação”, tendo a dez casos sido excluído o diagnóstico de sarampo, segundo a DGS.

Nos primeiros quatro meses do ano houve mais casos de sarampo em Portugal do que na última década anterior.

De acordo com os vários relatórios sobre doenças de declaração obrigatória, entre elas o sarampo, entre 2006 e 2014 Portugal registou 19 casos de sarampo – quase todos importados - quando desde janeiro deste ano até hoje já houve 23 casos notificados.

Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.

O sarampo é uma das infeções virais mais contagiosas, habitualmente é benigna mas pode ser grave e até levar à morte.

A vacinação é a principal medida de prevenção contra o sarampo e a vacina é gratuita e está incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV). As crianças devem ser vacinadas aos 12 meses e repetir a vacina aos cinco anos.

Atendimento
Mais de 2,5 milhões de portugueses foram atendidos pela Linha Saúde 24 nos seus dez anos de funcionamento, representando cerca...

Este é um balanço genérico feito pelo coordenador da Linha Saúde 24, o enfermeiro Sérgio Gomes, que recorda que na génese desta linha esteve o Dói Dói Trim Trim, uma serviço telefónico que começou em 1998 e era destinado a pais e cuidadores de crianças.

Em 2002 surgiu depois a linha de saúde pública, essencialmente para informar, ajudar e esclarecer a população sobre questões de saúde pública. E foi a conjugação destes dois serviços que acabou por estar na origem da atual Linha Saúde 24.

“Com o Saúde 24, no dia 25 de abril de 2007 inicia-se uma nova era na resposta de oferta de cuidados de saúde. Primeiro porque é realizada por telefone e depois porque permite articulação com os serviços de saúde”, declarou Sérgio Gomes, em entrevista à agência Lusa.

O responsável da Direção-geral da Saúde (DGS) refere que a satisfação dos utentes com o atendimento se tem mantido, enquanto ao longo dos anos se verifica um “aumento sustentado” de cerca de 150 mil contactos por ano para o 808 24 24 24.

O tempo médio de atendimento situa-se nos 11 minutos e tem vindo a descer, uma diminuição atribuída à experiência da equipa de 450 enfermeiros desta Linha, até porque 30% está na equipa desde o início de atividade, há dez anos.

Sobre o papel da Linha Saúde 24 como uma triagem que evite idas desnecessárias às urgências, Sérgio Gomes não tem dúvidas de que tem tido um efeito positivo, que podia ser superior se o volume de telefonemas aumentasse.

“Nós fazemos estudos e, no ano passado de julho a setembro, mostram que 76% das pessoas que não tiveram indicação para ir à urgência mas tinham essa intenção antes do contacto não foram mesmo ao serviço de urgência”, indicou.

Da mesma forma, o enfermeiro adianta que, de todos os contactos efetuados, apenas 22% representam situações que são encaminhadas para as urgências. Em 37% dos casos há indicação para se dirigir a um centro de saúde e noutros 30% para cuidados em casa ou situações para enfermagem.

Há depois um número residual de chamadas que é passada diretamente ao Instituto Nacional de Emergência Médica e outras que são apenas para dar informações genéricas sobre prestadores de cuidados de saúde ou sobre farmácias.

Ao longo de uma década de funcionamento, foi mudando o perfil de quem mais procura este tipo de atendimento telefónico. No princípio a maioria de atendimentos era na faixa etária pediátrica, mas foi havendo um desvio para o adulto e para os mais idosos.

No primeiro ano de funcionamento da linha, 65% das chamadas eram para as crianças, quando atualmente representam cerca de 35%. Já os idosos passaram de 9% para 13% dos contactos nos últimos três anos.

A Saúde 24 chegou a ter um atendimento mais específico para os idosos, que depois foi abandonado, mas que vai ser recuperado no futuro contrato deste centro de atendimento do Serviço Nacional de Saúde.

Este novo formato do centro de atendimento vai ter outros canais de comunicação, mas mantendo sempre a Linha Saúde 24, que passará por exemplo a poder marcar consultas e meios complementares de diagnóstico, numa articulação com os centros de saúde.

O acompanhamento mais próximo aos idosos vai fazer parte dos telecuidados que serão criados, que servirão também para acompanhar pessoas submetidas a cirurgia ambulatória, mas sempre sob orientação dos serviços hospitalares.

Segundo Sérgio Gomes, o concurso público para esta nova linha (que manterá sempre o mesmo número telefónico) está concluído e a partir de junho prevê-se que seja possível começar a implementar o novo centro de contacto.

A dispensa de taxa moderadora a quem antes liga para a Saúde 24 e é encaminhado para uma urgência, bem como a possibilidade de passar à frente dos que têm a mesma cor de prioridade, são medidas que vieram reforçar o papel da Linha, mas não terão tido um impacto muito significativo no aumento de chamadas.

“Estávamos a atender em média por dia 2.000 chamadas, passámos para 2.150/2.200. Depois este aumento foi estabilizando em 2.300 ou 2.400. Creio que não houve um impacto tão grande quanto eventualmente se pudesse estimar”, afirmou Sérgio Gomes.

Para a história da Linha Saúde 24 entraram casos como a Gripe A, que correspondeu ao período de tempo em que mais chamadas houve, com 1,5 milhões de telefonemas só para a situação da pandemia em 2009.

Do passado mais recente, outros casos corresponderam a picos de contactos, como o vírus Ébola, o dengue na Madeira ou o caso de ‘legionella’ em Vila Franca de Xira.

Medicamentos
O Infarmed, a Direção-Geral de Saúde (DGS) e o Instituto Ricardo Jorge (INSA) vão avançar com uma avaliação "firme e...

"Dados recolhidos pelo Infarmed mostram uma duplicação dos encargos entre 2015 e 2016, valor esse que quintuplica em dois anos, passando de 1,1 milhões de euros para 5,7 milhões [de euros], incluindo medicamentos com e sem comparticipação", revelou hoje em comunicado a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

Já o financiamento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) aumentou de 779 mil euros para 2,1 milhões num ano, segundo a mesma entidade.

"Estes valores, só por si, não permitem concluir que há um sobretratamento do défice de Vitamina D", sublinhou o Infarmed, acrescentando que "a discrepância de valores nos resultados publicados em dois estudos diferentes justifica uma avaliação profunda e esclarecedora nesta área".

Assim, o Infarmed, em colaboração com a DGS e o INSA, está a averiguar quais as razões que justificam este "aumento anormal" da utilização de medicamentos contendo vitamina D.

Segundo o Infarmed, esta investigação está a ser efectuada em diversas vertentes, desde logo, relativamente às metodologias utilizadas na determinação dos níveis sanguíneos de vitamina D, à racionalidade clínica na prescrição de medicamentos com vitamina D, e às práticas promocionais daqueles medicamentos por parte das empresas farmacêuticas.

O Infarmed alerta que os medicamentos com vitamina D, como qualquer medicamento, não são isentos de efeitos adversos e devem ser utilizados apenas quando existe clara indicação clínica.

Investigação
O Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentável do Produto (CDRSP), do Instituto Politécnico de Leiria, é um dos parceiros...

Integrado no projeto HydroZONES, um dos maiores projetos europeus na área da engenharia de tecidos, o CDRSP contribuiu, através de impressoras, para o desenvolvimento de substitutos inteligentes de cartilagem, que imitam a complexidade do tecido natural com base na compreensão da distribuição zonal da cartilagem natural.

Um dos investigadores, Pedro Morouço, explicou à agência Lusa que, por vezes, as cartilagens têm determinado defeito. Como têm diferentes espessuras e especificidades de pessoa para pessoa, "tenta-se compreender a cartilagem daquela pessoa para conseguir mimetizá-la na impressora".

"Essa mimetização leva um polímero, que é uma estrutura para dar suporte. Depois, fazemos diferentes camadas, com diferentes hidrogéis, que têm a capacidade de levar diferentes tipos de células. A ideia é tentar mimetizar a cartilagem daquela pessoa para depois voltar a implantar", acrescentou Pedro Morouço.

Este projeto surgiu em 2013, no âmbito de um consórcio de várias instituições europeias, que "tiveram a ideia de avançar com um projeto que pretendia mimetizar a cartilagem humana e as suas diferentes camadas que têm de ser distintas a nível do biomaterial".

"Precisavam para isso de uma impressora costumizada, que conseguissem fazer essa mimetização da cartilagem, uma vez que ela é muito complexa. A ideia era tentar perceber se se conseguia desenvolver um sistema que conseguisse imprimir um polímero e vários hidrogéis no mesmo 'scaffold' [estrutura que permite vários encaixes]", explicou o investigador.

Quatro anos depois, essa mimetização já foi realizada em ratos e porcos pequeninos. "Fomos selecionando os resultados mais satisfatórios até chegarmos agora aos cavalos. Três impressoras do CDRSP estão agora em duas instituições europeias do consórcio, e uma na Austrália".

Pedro Morouço adiantou que a intervenção em humanos ainda não é possível. "Teríamos de falar em ensaios clínicos e todas as regras que daí advêm. Estamos numa série de projetos a nível de regeneração e este é muito promissor para chegar a um ensaio pré-clínico".

Por acreditar no futuro deste projeto, que teve um investimento de 13,2 milhões de euros e um financiamento de 9,7 milhões de euros, a auditora da Comissão Europeia "disse que poderia haver um Hydrozone 2.0" e aí "estariam reunidas todas as condições para entrar num ensaio pré-clínico".

Pedro Morouço salientou que, segundo os últimos dados, os problemas de cartilagem afetam cerca de 250 milhões de pessoas em todo o mundo e estão fortemente associados à obesidade. "Como estamos numa sociedade mais obesa e mais envelhecida, temos todos os fatores a favor para aumentarem o número de problemas crónicos de osteoartrose".

Por isso, o investigador submeteu, em janeiro, outro projeto no âmbito do H2020 na área da regeneração dos tecidos. "Há fatores de prevenção que podem ser trabalhados e o projeto, a que chamei ‘4D bioprinting’, tem como objetivo chegar à bioimpressão 4D. Conto com um consórcio de dez instituições europeias, mais seis parceiros, em que pretendemos desenvolver desde os biomateriais às máquinas/equipamentos, aos testes in vitro e in vivo para diferentes tipos de tecido", revelou.

Neste projeto, Pedro Morouço propôs que fosse o IPLeiria a liderar a candidatura, cujo resultado só será conhecido no verão.

O investigador foi também desafiado recentemente por uma médica italiana para um projeto de regeneração do osso em 4D. A neuropediatra pretende um tipo de implante que tenha "capacidade de resposta a estímulos e que permita crescer ao mesmo tempo".

"O desafio é colocar essa plasticidade na 'scaffold', permitindo que tenha a capacidade de crescer com o crescimento do crânio da criança e ao mesmo tempo não perca a robustez. A ideia é avançar ao nível dos biocerâmicos na própria 'scaffold', com uma que já tenha condutividade elétrica. Se conseguir ter o biocerâmico e ter a propriedade elétrica consigo dar-lhe estímulo para ela ter capacidade plástica de expansão", informou.

Papa Francisco
Dez hospitais têm atualmente uma reserva de sangue para sete dias, capaz de responder a eventuais necessidades com origem nas...

Em entrevista à agência Lusa, a diretora técnica do Centro de Sangue e Transplantação de Lisboa, Ana Paula Sousa, afirmou que os hospitais envolvidos têm de assegurar uma reserva de sangue para sete dias, o que está a acontecer.

De acordo com o Plano de Contingência do Ministério da Saúde para as Comemorações do Centenário das Aparições de Fátima, a emergência pré-hospitalar irá garantir um primeiro eixo de resposta.

Um segundo eixo hospitalar (em maior proximidade geográfica e para situações de menor gravidade) será composto pelo Hospital Distrital de Santarém, Centro Hospitalar do Médio Tejo, Centro Hospitalar do Oeste e o Centro Hospitalar de Leiria.

Existirá ainda um terceiro eixo constituído por unidades hospitalares com serviços de urgência polivalentes e maior capacidade para doentes críticos: Centro Hospitalar do Porto, Centro Hospitalar São João, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Os hospitais do segundo e terceiro eixo são os que têm de assegurar esta reserva de sangue para sete dias, segundo Ana Paula Sousa, que representa o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) na Comissão de Gestão do Plano de Contingência do Ministério da Saúde para as Comemorações do Centenário das Aparições de Fátima, a 12 e 13 de maio.

Desde fevereiro que o IPST tem trabalhado no sentido das unidades hospitalares de segundo e terceiro eixo terem constituído as reservas de sangue adequadas face ao potencial do evento.

“Os hospitais têm de ter a reserva adequada todos os dias. É evidente que vai haver uma atenção mais especial face ao evento de 12 e 13 de maio, mas os hospitais - e dando cumprimento aquilo que é também a missão do IPST, que é garantir a regularidade da dádiva mas também que os hospitais tenham uma reserva adequada de sangue - devem ter essa prática diária”, disse.

Segundo Ana Paula Sousa, “é fundamental que os hospitais tenham desde sempre uma reserva entre cinco a sete dias, de forma a que, face um evento, seja ele o que se aproxima, que é um evento previsível, ou um imprevisível, que não tem data marcada, os hospitais tenham capacidade de resposta”.

Em relação ao centenário das "aparições" de Fátima, com o papa Francisco, a 12 e 13 de maio, a especialista disse que, da experiência em outros países, o consumo de sangue não deve ultrapassar as reservas que existem nas instituições.

Lembrando o que disse o presidente da Comissão, António Marques da Silva, na apresentação do Plano de Contingência, “as reservas têm de ser vistas de uma forma séria e adequada”.

Segundo Ana Paula Sousa, “este evento terá de ter uma tradução muito mais além de Fátima, que é a constituição de uma reserva nacional capaz de dar resposta a qualquer evento, seja ele previsível ou imprevisível”.

“Esta vinda do papa é de extrema importância, mas o que está previsto em termos de planeamento de sessões de colheita e aquilo que os hospitais envolvidos no segundo e terceiro eixo têm em termos de planeamento de colheitas é o adequado”, disse.

Para Ana Paula Sousa, “não há necessidade de qualquer alarme, pois é a colheita adequada para que esta reserva a sete dias seja constituída”.

O papa Francisco estará em Fátima para assinalar o centenário das “aparições” a 12 e 13 de maio e canonizar os dois pastorinhos Jacinta e Francisco.

Encontro Nacional
No próximo dia 24 de abril, segunda feira, a partir das 10h00, o Auditório da Biblioteca Almeida Garrett (Jardins do Palácio de...

Consideradas cada vez mais importantes no âmbito da saúde pública, as farmácias comunitárias podem representar espaços de prestação de cuidados de saúde na área da prevenção e da terapêutica, onde os nutricionistas poderão ter um importante papel a desempenhar. Este Encontro Nacional vem refletir as preocupações da Ordem dos Nutricionistas quanto ao exercício da profissão de nutricionista nestes espaços pela falta de regulamentação, o que motivou a Ordem na produção de normas orientadoras para os nutricionistas.

O programa promove um alargado debate em torno da atuação dos nutricionistas nas farmácias. O ponto de partida é uma conferência que pretende explicar o porquê da existência dos serviços de promoção de saúde nas farmácias, proferida pelo Professor Doutor Constantino Sakellarides.

As questões legais, éticas e deontológicas também fazem parte do programa, com a análise ao regime jurídico das farmácias e aos desafios deontológicos que se colocam aos profissionais. O serviço de nutrição nas farmácias vai estar em análise no segundo painel: quais os ganhos em saúde e qual a importância da existência de normas de atuação são as questões a desenvolver. A última discussão do dia comenta, em diferentes perspetivas, o exercício da profissão de nutricionista na farmácia.

O Encontro Nacional dos Nutricionistas irá decorrer ao longo de todo o dia 24 de abril, entre as 10h00 e as 18h00, reunindo nutricionistas de todo o país.

Daiichi Sankyo
“Anticoagulação 360º” é um espaço de partilha de informação sobre anticoagulação, apoiado pela Daiichi Sankyo Portugal, alojado...

Trata-se de uma plataforma de comunicação ao serviço dos médicos portugueses de todas as especialidades, nos moldes de uma rede social, que conta já com mais de 6000 utilizadores. Conforme explica o Prof. Doutor Carlos Martins, responsável pelo projeto, “neste espaço os colegas podem efetuar vários tipos de partilhas: um simples pensamento, artigos e documentos, um link interessante ou mesmo um vídeo. Além das partilhas, no Dr. Share desenvolvemos múltiplas atividades de formação médica contínua, sempre com um elevado sentido prático e orientadas para as necessidades reais dos colegas”, acrescenta.

O especialista de Medicina Geral e Familiar esclarece que os canais na secção “InfoShare” são desenvolvidos em parceria com outras entidades que possam contribuir com informação útil para os utilizadores da plataforma. Neste caso, os conteúdos carregados são da responsabilidade da entidade parceira, havendo uma separação entre estes conteúdos e as partilhas efetuadas por médicos na timeline do Dr. Share. “Os canais InfoShare constituem uma excelente oportunidade de comunicação para os nossos parceiros num ambiente de acesso restrito a médicos. Essa comunicação pode envolver a transmissão de conteúdos de desenvolvimento profissional contínuo, com relevância para os médicos de todas as especialidades”, considera o Prof. Doutor Carlos Martins.

Relativamente ao tema escolhido para este canal, Bruno Fidalgo Dias, Medical Manager da Daiichi Sankyo Portugal, explica que “dada a importância crescente desta área terapêutica e a constante atualização da evidência científica, um canal apenas dedicado à anticoagulação será uma excelente ferramenta de suporte à formação médica continuada”. O Medical Manager recorda que “a anticoagulação oral tem permitido uma prevenção primária e secundária efetiva do tromboembolismo arterial e venoso e os anticoagulantes orais diretos têm demonstrado ser bastante equilibrados entre o benefício da prevenção de eventos tromboembólicos e o risco de complicações hemorrágicas, o qual representa o maior desafio da anticoagulação. Para isso, tem existido um grande investimento em investigação nesta área terapêutica, de forma a melhor estudar este benefício/risco em diferentes entidades clínicas e subpopulações de risco”, acrescenta.

Ativo desde finais de março, o canal “Anticoagulação 360º” conta já com conteúdos de natureza diversificada, atualizados semanalmente: vídeos com opiniões de especialistas enquadradas em sessões relacionadas com anticoagulação em congressos nacionais e internacionais das diferentes especialidades implicadas, anúncios-convites para eventos da área terapêutica, bem como hiperligações diretas para facilitar a consulta de plataformas ou documentos de apoio, com informação adicional de eventual interesse para os visitantes do “Infoshare”.

Na semana em que começa o Congresso Português de Cardiologia – CPC2017 – agendado para os dias 22 a 25 de abril, no Algarve, os profissionais de saúde podem encontrar no canal alguns destaques do programa científico com sessões, simpósios e momentos de debate sobre as mais recentes atualizações na terapêutica anticoagulante. Para aceder a estes conteúdos basta entrar na secção “Infoshare” da rede social para profissionais de saúde “Dr. Share” (ou registar-se, caso ainda não possua conta de utilizador), e consultar o canal “Anticoagulação 360º”.

O Prof. Doutor Carlos Martins deixa um último apelo para registo de novos utilizadores nesta plataforma, salientando que “o objetivo é fomentar o diálogo entre médicos, o espírito de solidariedade e entreajuda, contribuindo para uma cultura de melhoria contínua da qualidade da Medicina em Portugal”.

ESEnfC
Inscrições abertas até dia 26 de abril, data do início das sessões.

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) inicia, no próximo dia 26 de abril, um programa de preparação para o parto e parentalidade que visa ajudar o casal a adaptar-se às alterações inerentes à gravidez, a preparar-se para o parto e o pós-parto e para os cuidados a ter com o recém-nascido.

Este programa (com início a partir das 28 semanas de gestação), dirigido a grávidas/casais, no âmbito do projeto “Terna Aventura”, é composto por sessões educacionais que auxiliarão os novos pais a viverem de forma mais tranquila esta experiência de vida.

Ainda há vagas para a frequência deste programa, que é gratuita, devendo os interessados inscreverem-se através do telefone (para o número 962 659 147), ou por correio eletrónico ([email protected]).

Os direitos parentais, as alterações fisiológicas na gravidez e depois do parto, a adaptação conjugal e a sexualidade, as vantagens do aleitamento materno, como amamentar, prevenir e resolver problemas durante a amamentação, extração e conservação do leite materno serão alguns dos temas a tratar.

Também a fisiologia do parto e os diferentes tipos de parto, o autocontrolo da dor durante o trabalho de parto, o plano de parto e os cuidados ao recém-nascido (incluindo banho e massagem), a adaptação conjugal, a sexualidade e contraceção pós-parto constituem matérias a debater.

O programa compreende uma parte prática composta de exercícios que promovem o relaxamento, o autocontrolo e ajudam a grávida/casal a preparar-se para o trabalho de parto e para os desafios da parentalidade.

Além da equipa de docentes da Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem de Saúde Materna, Obstétrica e Ginecológica, colaboram neste programa estudantes do curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia.

As sessões, às quartas-feiras (das 18h30 às 20h30), terão lugar no Polo B da ESEnfC (Rua 5 de Outubro, junto ao Hospital Geral do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra – Hospital dos Covões).

Para 2017
A Administração Regional de Saúde do Centro realçou hoje os “bons resultados” das teleconsultas e teleassistência na região,...

“Com uma média diária entre três a quatro teleconsultas diárias”, o programa Tele Via Verde do AVC, que reúne os hospitais da região Centro e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), “é já uma referência a nível europeu”, afirma o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS), José Tereso, num comunicado do organismo.

Numa reunião com os diretores executivos dos agrupamentos de centros de saúde (ACES) do Centro, realizada esta semana, José Tereso destacou “a satisfação de utentes e profissionais dos cuidados de saúde primários”, onde começou este ano a teleconsulta de cardiologia.

Entre outros benefícios, o médico salientou ainda “a comodidade que representa para o doente o funcionamento da teleconsulta de cardiologia” entre o Serviço de Cardiologia B do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e os centros de saúde do Baixo Mondego.

“São projetos com resultados que nos orgulham e que queremos intensificar durante 2017”, acrescentou.

Na reunião de trabalho, em que participaram os diretores e coordenadores de serviços da ARS do Centro, foram apresentados os relatórios de atividades de 2016 e os planos de ação para 2017 dos seis ACES da região.

Foram “avaliados os indicadores de eficiência e feito o ponto de situação” do Plano Nacional de Vacinação, nomeadamente ao nível da vacinação contra o sarampo e a hepatite.

Direcionado para o acompanhamento e prestação de cuidados de saúde aos peregrinos, o plano de gestão da próxima peregrinação a Fátima, no concelho de Ourém, coincidindo com a visita do papa Francisco, em maio, “e a abordagem numa perspetiva regional” do Plano de Contingência Saúde Sazonal – Módulo Verão 2017 fizeram igualmente parte da ordem de trabalhos.

“A melhoria da articulação entre especialistas de Medicina Geral e Familiar com os clínicos hospitalares, de forma a facilitar a acessibilidade dos utentes a estes cuidados, mereceu particular atenção", segundo a nota, "bem como a necessidade de intensificar a presença da saúde nas escolas, no sentido da prevenção das morbilidades e mortalidades em idades precoces através da introdução de estilos de vida saudáveis que passam pela alimentação cuidada”, prática de exercício físico, desabituação tabágica e do consumo de álcool, entre outros.

As reuniões periódicas com as equipas multidisciplinares dos ACES “têm uma importância organizacional indiscutível e são motivadoras”, segundo José Tereso.

Ministro da Saúde
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde vai iniciar uma averiguação sobre os casos de contágio de sarampo no Hospital de...

Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas à margem da cerimónia que assinala a colocação de equipamentos rádios Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) no Hospital de Santa Maria, onde disse ter falado com a inspetora-geral das Atividades em Saúde sobre o assunto.

“Sempre que acontece alguma dúvida sobre procedimentos ou comportamentos, nós atuamos de imediato. Já hoje falei com a senhora inspetora-geral das atividades em saúde, que está naturalmente interessada e que tomou o processo em mãos para também lá mais à frente esclarecer as pessoas, os cidadãos, sobre se houve ou não algum procedimento menos adequado”, afirmou o ministro quando questionado sobre os casos de sarampo no Hospital de Cascais, onde poderá ter sido contaminada a jovem de 17 anos que acabou por morrer esta semana.

“A partir do momento em que a senhora inspetora-geral se interessa pelo caso, não tem outra forma de trabalhar que não seja a abertura de um inquérito. Significa que hoje mesmo determinou a abertura de um inquérito”, acrescentou Adalberto Campos Fernandes.

Vários casos de sarampo foram registados no Hospital de Cascais, entre os quais profissionais de saúde que terão sido contaminados por uma criança doente que não estava vacinada e ali foi internada, e uma jovem que, devido ao agravamento do estado de saúde, foi mais tarde transferida para o Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, onde acabou por falecer na quarta-feira.

Até ao momento foram registados 21 casos de sarampo no surto epidémico que afeta Portugal.

OMS
Cerca de 325 milhões de pessoas sofrem de uma infeção crónica pelo vírus da hepatite B ou C, segundo os dados mais recentes da...

A informação global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre as hepatites revela que a grande maioria dos doentes carece de acesso a exames de deteção e aos tratamentos que poderiam salvar-lhes a vida.

Tal significa que milhões de pessoas correm o risco da infeção de que padecem evoluir lentamente até à insuficiência hepática crónica, cancro e morte.

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, recorda que “hoje em dia as hepatites víricas são consideradas um problema grave de saúde pública que exige uma resposta urgente. Há vacinas e medicamentos para combate-las e a OMS comprometeu-se a assegurar que todas as pessoas que necessitem destas ferramentas tenham acesso a elas”.

Em 2015, as hepatites víricas causaram 1,34 milhões de mortes, um número semelhante ao da tuberculose e da infeção pelo VIH. A diferença é que, enquanto a mortalidade por tuberculose e pelo VIH está a diminuir, a causada pelas hepatites está a aumentar.

No mesmo ano, o número de novos infetados por hepatite C atingiu os 1,75 milhões. Ao todo, no mundo existem 71 milhões de pessoas que sofrem de hepatite C.

As novas infeções por hepatite B estão a baixar, graças ao aumento da cobertura da vacinação infantil: 84% das crianças nascidas em 2015 receberam as três doses recomendadas da vacina contra a hepatite B.

Contudo, perto de 257 milhões de pessoas, na sua maioria adultos nascidos antes do início da vacinação, sofriam em 2015 de uma infeção crónica por hepatite B.

Dia da Reabilitação Respiratória
Respirarmelhor.pt é o nome da primeira plataforma nacional dedicada às principais doenças respiratórias crónicas. Em...

Foi lançada hoje no âmbito do Dia da Reabilitação Respiratória, a primeira plataforma online dedicada às doenças respiratórias crónicas, a respirarmelhor.pt. Esta plataforma pretende disponibilizar o acesso a informação útil que permita melhorar a saúde respiratória em Portugal.

Doentes, familiares, profissionais de saúde e todos os interessados em saber mais sobre as doenças respiratórias que, em Portugal, já constituem a terceira principal causa de morte e atingem mais de 40% da população, têm agora uma plataforma que compila toda a informação relevante.

Na plataforma é possível encontrar informação sobre formas de prevenção, causas e ainda as opções de tratamento disponíveis. Os visitantes podem ainda encontrar uma área da plataforma dedicada ao esclarecimento de dúvidas, onde através do preenchimento de um formulário e de um questionário de autoavaliação, recebem aconselhamentos dos profissionais de saúde. Também os profissionais de saúde podem encontrar informação sobre as principais notícias da área bem como os eventos onde a saúde respiratória terá destaque.

A plataforma foi desenvolvida pela Linde Saúde, empresa líder de mercado mundial nos cuidados respiratórios domiciliários, e conta com o apoio científico de várias associações de doentes e sociedades da área.

Oeiras
A Câmara Municipal de Oeiras (distrito de Lisboa) inaugura na terça-feira o novo centro de saúde de Algés, um equipamento...

A cerimónia de inauguração deste equipamento coincide com o feriado do 25 de Abril e contará com a presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

Em declarações, o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Paulo Vistas (independente), afirmou que se trata de uma obra que “era essencial” para a localidade de Algés, uma vez que “o antigo não tinha as condições necessárias”.

“O centro de saúde de Algés tem funcionado em instalações que não têm as mínimas condições quer para os utentes quer para os profissionais de saúde. Por esse motivo decidiu-se avançar para a construção de um novo equipamento que assegurasse essas condições”, justificou o autarca.

Paulo Vistas referiu que o novo equipamento vai dispor de uma Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) e uma Unidade de Saúde Familiar (USF), pelas quais deverão ser distribuídos 12 médicos, 12 enfermeiros, nove assistentes técnicos e dois assistentes operacionais.

O edifício vai dispor, igualmente, de um parque de estacionamento subterrâneo com capacidade para 60 lugares.

“Dada a carência de estacionamento na zona não quisemos sobrecarregar o estacionamento existente. Além disso estes 60 lugares ainda poderão ser utilizados para outros fins fora do período de funcionamento do centro de saúde”, apontou.

Paulo Vistas sublinhou ainda que o facto de o centro de saúde se localizar no núcleo mais antigo de Algés “vai facilitar o seu acesso por parte da população mais idosa”.

O novo centro de saúde de Algés representou um investimento municipal de 3,6 milhões de euros, tendo a autarquia sido responsável pela cedência do terreno e pelos encargos com os projeto e execução da obra.

DGS não diz quantos são
Dois dos profissionais de saúde já infetados com sarampo não estavam vacinados. Como é possível? Ausência da doença nos anos...

Dos 21 casos confirmados de sarampo no surto de que resultou já uma morte, nove eram profissionais de saúde e, destes, dois não tinham registo de vacinação, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS). Como é possível que haja profissionais de saúde não vacinados, quando o Programa Nacional de Eliminação do Sarampo especificava já em 2013 que a este grupo deveriam ser administradas duas doses da vacina, atendendo ao risco acrescido de contacto com casos importados e tendo em conta a elevada contagiosidade da doença?

“São questões individuais, são erros das pessoas, a vacinação contra o sarampo não é obrigatória”, respondeu o diretor-geral da Saúde, Francisco George, para quem esta é “uma missão dos serviços de medicina do trabalho”. Sublinha, de resto, que não sabe quantos profissionais de saúde estão nessa situação.

“A verificar-se [a não vacinação de profissionais de saúde], é lamentável. A adesão dos profissionais de saúde a uma vacina como a VASPR [vacina trivalente contra sarampo, papeira e rubéola] deveria ser exemplar, para sua própria segurança, como este surto o comprova”, defende Manuel Carmo Gomes, professor de Epidemiologia de Doenças Transmissíveis na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e membro da Comissão Técnica de Vacinação da DGS, que destaca a importância da prevenção. A prevenção, enfatiza, “é prova de inteligência”.

São vários os especialistas que sublinham a necessidade da vacinação dos profissionais de saúde. Estão indicadas duas doses, "qualquer que seja a idade”, até porque a possibilidade de contágio é muito superior porque a exposição é maior, explica a médica e consultora da DGS Paula Valente, que lembra que o mesmo está previsto nos casos das pessoas que viajam para zonas onde o sarampo é endémico.

Como o sarampo tem sido nos últimos anos “uma doença ausente, poderá ter havido algum descanso e tranquilidade, algum facilitismo em relação a esta situação", afirma, em jeito de explicação, o presidente da Associação Nacional de Medicina Geral e Familiar, Rui Nogueira, ao mesmo tempo que admite que "os piores doentes são os médicos“.

O jornal Público tentou perceber qual é a percentagem de profissionais de saúde não vacinados ou inoculados com apenas uma dose (a vacinação contra o sarampo foi integrada no programa nacional em 1974, mas as pessoas receberam apenas uma dose até 1990, altura em que começaram a ser dadas duas), mas não obteve respostas da DGS, nem das administrações regionais de saúde. Todas as informações sobre sarampo estiveram concentradas esta quinta-feira na DGS — que não enviou os dados solicitados.

Gripe: só 24% dos funcionários dos hospitais vacinados
O que é conhecido e tem sido objeto de debate é a falta de adesão de muitos profissionais de saúde à vacinação contra uma doença que é sazonal — a gripe — e que implica uma nova inoculação todos os anos. Sobre esta matéria os dados são conhecidos, porque todos os anos é feita uma avaliação e os resultados não são animadores: na época de 2015/2016, "a vacinação dos profissionais de saúde foi da ordem dos 45% nos centros de saúde e de 24% nos hospitais”, lê-se num comunicado divulgado no Portal da Saúde, e em que se defende ser “imperioso" aumentar a vacinação de médicos, farmacêuticos, enfermeiros e de outros profissionais que contactam diretamente com doentes não só para prevenir a doença mas também minimizar o risco de transmissão.

Um problema que também já está identificado é o da existência de bolsas mais suscetíveis na população por falta de vacinação. Há de facto, comunidades e locais em que a cobertura vacinal é bem inferior à da população em geral. O jornal Público pediu também os dados por região e por agrupamentos de centros de saúde a todas as instituições atrás citadas, mas não obteve qualquer resposta.

Mas um relatório de avaliação da contratualização dos cuidados de saúde primários da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo adianta alguns dados sintomáticos: em 2014, a taxa de cobertura com a segunda dose da vacina contra o sarampo, papeira e rubéola era de apenas 83% nos agrupamentos de centros de saúde (ACES) de Cascais, de 85% nos de Lisboa Central, de 87% nos da Amadora e de 89% nos de Sintra. Todos, portanto, abaixo da média nacional (que é de 95%).

Helena Costa, diretora do ACES de Cascais, escusou-se a fornecer qualquer explicação, frisando que a informação estava centralizada na DGS. Das cinco ARS do país, só a do Centro enviou uma avaliação regional efetuada em 2016 (sem especificar os dados dos ACES), que indica que a cobertura vacinal era então ali de 98% (primeira dose da vacina) e de 96% (segunda dose).

Gratuita e integrada no Programa Nacional de Vacinação desde 1974, a vacina contra o sarampo deve ser atualmente administrada em duas doses: aos 12 meses e aos cinco anos de idade. Face ao avolumar de pedidos de pais que pretendem inocular os filhos mais cedo do que o que está previsto nos centros de saúde, esta quinta-feira a DGS emitiu uma orientação em que sublinha que apenas nos casos de crianças com receita médica em papel será possível antecipar a vacinação, quer aos 12 meses, quer aos cinco anos.

Há meses
Desde o verão que os adolescentes a quem é receitada esta vacina têm muita dificuldade em encontrá-la. Há esperas de meses.

A vacina para a tosse convulsa, receitada por vários pediatras para jovens adolescentes, está há meses recorrentemente esgotada nas farmácias.

A situação não é, contudo, considerada preocupante pelo coordenador da comissão de vacinas da Sociedade Portuguesa de Pediatria, que explica que apesar de muito incomodativa esta doença não é grave e tem tratamento, escreve a TSF.

Luís Varandas explica que apesar de "não ser agradável estar semanas a tossir ou a dormir mal, a doença tem cura e para as grávidas (e respetivos bebés que também recebem os anticorpos da mãe) esta vacina não tem deixado de ser dada desde que em janeiro passou a estar incluída, para estas mulheres, no Plano Nacional de Vacinação.

Luís Varandas acrescenta que apenas uma minoria dos pediatras aconselha esta vacina e que a falta nas farmácias começou no último verão quando a Direção-Geral da Saúde aconselhou pela primeira vez a vacinação das grávidas.

O representante da Sociedade Portuguesa de Pediatria sublinha ainda que a vacina para a tosse convulsa tem apenas um papel de proteção individual e não de saúde pública.

Especialista
A satisfação sexual está associada à satisfação no relacionamento, defende Erick Janseen, especialista doutorado em Psicologia...

Em entrevista, Erick Janssen, doutorado em Psicologia pela Universidade de Amesterdão (Holanda) e professor do Institute for Family and Sexuality Studies da Universidade Católica de Leuven (Bélgica), avançou que depois de duas décadas de investigação se pode concluir que “a satisfação sexual está associada à satisfação no relacionamento”.

Apesar da associação que se estabelece entre os dois conceitos - satisfação sexual e satisfação no relacionamento -, o especialista holandês refere que o conhecimento sobre como os aspetos sexuais têm um impacto positivo, ou negativo, num relacionamento é “ainda limitado”.

“Nos últimos anos, assistimos a um crescente interesse, tanto de sexólogos, como de especialistas em relacionamentos, nos processos sexuais didáticos e na respetiva relevância, para explicar a ligação entre satisfação sexual e a satisfação no relacionamento”, conta o psicólogo que vai hoje apresentar novas descobertas sobre sexualidade em relacionamentos próximos.

O especialista revelou ainda que “a investigação sobre o papel das diferenças individuais e da semelhança do casal (por exemplo, no apego e resposta sexual) nas interações e padrões de comunicação entre o casal e nas motivações sexuais também vão ser discutidos”.

Os estudos mostram que a facilidade com que alguém se excita sexualmente, ou como alguém é facilmente inibido, vaticina o funcionamento e a satisfação sexual, especialmente nas mulheres, revelou o especialista.

Erick Janssen encerra hoje o seminário internacional “Investigação sobre Sexualidade Humana” com a conferência “New diretions in the study of sex and relationships” (Novas direções no estudo do sexo e dos relacionamentos, em português), marcada para as 18:00, na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto.

Erik Janssen editou recentemente a obra de referência “Psychophysiology of Sex” (Psicologia do sexo, em português), e recebeu vários prémios científicos, destacando-se os galardões Hugo Beigel Research Awards para melhor artigo publicado no Journal of Sex Research em 2000 e 2002.

Saúde 24
Onze das 29 pessoas com sintomas de sarampo que desde segunda-feira ligaram para a Linha Saúde 24 foram encaminhadas para as...

Sérgio Gomes referiu que esta linha de aconselhamento telefónico iniciou na segunda-feira um algoritmo dedicado ao sarampo.

Os profissionais da Linha Saúde 24 avaliaram 29 pessoas com “sintomatologia de sarampo”, nomeadamente febre, erupção cutânea e tosse/rinorreia, das quais 11 foram encaminhadas para as urgências hospitalares.

Depois de avaliação clínica, não se confirmou a doença em nenhuma destas pessoas.

Sérgio Gomes adiantou que a componente de informação sobre saúde pública da Linha Saúde 24 prestou esclarecimentos a 210 utentes sobre sarampo.

O enfermeiro especificou que se trata de dúvidas sobre a vacinação, nomeadamente onde é possível receber a vacina, e as formas de transmissão da doença.

O coordenador da Linha indicou que desde que se regista o surto de sarampo em Portugal – que já infetou 21 pessoas e causou uma morte – tem aumentado a procura deste serviço.

No final de março, a média de chamadas recebidas por dia situava-se nas 1.900, tendo aumentado para as 2.100 no início de abril e atingido as 2.300 atualmente.

Em França
A Agência do Medicamento de França concluiu que o fármaco para epilepsia e distúrbio bipolar Valproato provocou entre 2.150 a 4...

A conclusão, divulgada no site da agência francesa, consta de um estudo feito desde a altura em que este medicamento começou a ser disponibilizado, em 1967, até 2016. Mais conclusões serão apresentadas no segundo semestre deste ano.

Já em 2016, a Agência Portuguesa do Medicamento (Infarmed), alertava para a possibilidade de o Valproato causar malformações congénitas.

Aliás, no resumo das caraterísticas do medicamento consta o seguinte alerta: “Atenção - Valproato pode causar malformações congénitas e alterações no desenvolvimento precoce da criança se for tomado durante a gravidez. Se é uma mulher em idade fértil deve usar um método contracetivo eficaz durante o seu tratamento. Informe imediatamente o seu médico se ficar grávida ou pensa que pode estar grávida”.

Em Itália
Um tribunal italiano reconheceu a ligação entre o aparecimento de um tumor benigno no cérebro e a utilização excessiva do...

A decisão, tomada pelo tribunal de Ivrea, norte de Itália, a 11 de abril, reconhece haver relação entre o aparecimento de um neurinoma num homem de 57 anos cujo trabalho numa grande empresa o obrigava a usar o telemóvel três a quatro horas por dia durante 15 anos.

O “veredicto reconhece a relação de causalidade entre uma utilização inapropriada do telemóvel e um tumor cerebral”, anunciaram os advogados do queixoso.

“É preciso refletir sobre este problema e tomar medidas”, acrescentaram.

As partes podem recorrer da decisão.

O tumor, diagnosticado em 2010, é benigno, mas teve de ser removido cirurgicamente num procedimento que, por implicar a retirada do nervo acústico, implica surdez.

O especialista nomeado pelo tribunal determinou uma incapacidade de 23% e o coletivo condenou o Instituto Nacional de Seguro contra Acidentes de Trabalho (INAIL) a pagar uma indemnização vitalícia de 500 euros mensais.

Os estudos realizados até ao momento não permitem tirar uma conclusão definitiva sobre a eventual relação entre cancro e o uso excessivo do telemóvel.

Até ao momento, os especialistas admitem apenas que uma tal relação é possível, pelo que devem ser realizados mais estudos e, como precaução, devem preferir-se os ‘kits’ mãos-livres e as mensagens (sms).

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