Entrevista
O Atlas da Saúde conversou com Rita Gerardo, secretária da Comissão de Trabalho de Alergologia Repir

Atlas da Saúde – O que é a Asma e qual a sua incidência?

Dra. Rita Gerardo – A asma é uma doença comum caracterizada por inflamação crónica e obstrução transitória e potencialmente reversível das vias aéreas. A obstrução é variável e frequentemente reversível, quer espontaneamente quer após recurso a medicação. Manifesta-se geralmente por sinais e sintomas respiratórios típicos: sensação de falta de ar (dispneia), pieira (chamado pelos doentes como “gatinhos”), tosse, geralmente seca e sensação de aperto no peito (opressão torácica) que podem variar na frequência e em intensidade ao longo do tempo.

Os sintomas estão relacionados com a limitação variável do fluxo aéreo expiratório, isto é, com a capacidade de os pulmões libertarem o ar, devido a broncoconstrição (estreitamento das vias aéreas), espessamento da parede das vias aéreas e aumento da produção de muco.

Um dado importante é que as crises de asma (ou exacerbações) são episódicas apesar da inflamação permanecer (é crónica).

Estima-se que a asma atinja cerca de 300 milhões de indivíduos a nível mundial e é calculada em 1 milhão na população portuguesa de acordo com o Inquérito Nacional de Doenças Respiratórias.

A.S – Qual a causa da Asma?

Dra. Rita Gerardo – A causa da asma não é totalmente conhecida. Os dados disponíveis atualmente permitem saber que a asma resulta de mecanismos de hiperreatividade brônquica (isto é, exagero na resposta das vias aéreas – brônquicos) quando os doentes são expostos a certos estímulos.

A.S. – O que pode desencadear, ou agravar, uma crise?

Dra. Rita Gerardo - Os fatores desencadeantes mais comuns da asma e suas crises incluem as infeções respiratórias virais; exposição a alergénios ambientais tais como o pó das casas, pólenes, pelos de animais, penas, baratas, fungos; exposição a fatores ocupacionais como irritantes químicos; fumo de tabaco; poluição atmosférica e fumos; prática de exercício físico; emoções fortes; alguns medicamentos (como a aspirina ®).

A.S – Quais os sintomas e suas principais complicações?

Dra. Rita Gerardo - Os principais sintomas de asma incluem a sensação de falta de ar (dispneia), pieira (chamado pelos doentes como “gatinhos”), tosse, geralmente seca e sensação de aperto no peito (opressão torácica). Não é obrigatório que todos os sintomas estejam presentes ao mesmo tempo. Os sintomas podem variar ao longo do tempo e em intensidade. São mais frequentes no período noturno e no início da manhã. Também podem variar ao longo do ano sendo mais frequentes nas mudanças de estação.

Apesar de se tratar maioritariamente de uma doença inócua, as crises de asma podem ser muito graves e até fatais, pelo que é necessário o correto cumprimento do plano terapêutico e evicção de fatores desencadeantes, quando possível.

É importante não esquecer que os sintomas de asma podem ter intensidade diferente ao longo do tempo e no mesmo indivíduo para além de poderem variar de indivíduo para indivíduo.  

Os sintomas podem ser controlados e reversíveis com o tratamento adequado.

A.S – Quais as faixas etárias mais atingidas? Sabe-se as crianças são um dos grupos mais afetados pela doença, porquê?

Dra. Rita Gerardo - A asma pode surgir em qualquer idade, no entanto, cerca de metade dos doentes com asma iniciaram os sintomas na infância. A asma é a doença crónica mais frequente na infância e é a principal causa de morbilidade nesta faixa etária, avaliada pelo absentismo escolar, idas ao serviço de urgência e internamentos.

A maioria das crianças com mais de 3 anos de idade com asma apresentam atopia, isto é, predisposição para alergias, no entanto e até ao momento atual, ainda não foram identificados os fatores de risco para o desenvolvimento de asma.


A Asma é doença crónica mais prevalente na idade pediátrica

A.S. –  Por falar em alergias, o que as distingue da asma? Existe alguma relação entre asma e alergia?

Dra. Rita Gerardo - Asma e Alergia são duas entidades clínicas distintas. Verifica-se que muitos indivíduos com historial alérgico não têm asma e muitos doentes com asma não apresentam qualquer doença do foro alérgico. Verifica-se, no entanto, que há um grupo de doentes com asma que também apresenta perfil alérgico como rinite alérgica ou eczema ou até com história familiar de alergia. Geralmente estes doentes apresentam o início dos sintomas respiratórios na infância.

A presença de atopia (predisposição para alergias) aumenta a probabilidade de os sintomas respiratórios serem devido a asma, mas esta situação não é específica da asma nem está presente em todos os doentes com asma. O diagnóstico de atopia pode ser feito através de testes de sensibilidade cutânea os quais avaliam os alergénios que mais frequentemente condicionam alergias. A presença de atopia num doente com asma poderá implicar a administração de um tratamento adicional: a imunoterapia específica. Este tratamento consiste em dessensibilizar o doente em relação ao alergénio que prova alergia (também é conhecido como “vacina de alergias”).

O controlo das alergias e patologias alérgicas contribui para o melhor controlo da asma.

A.S. – Como controlar a doença? Qual o seu tratamento?

Dra. Rita Gerardo - Atualmente consideram-se 3 níveis de controlo da asma: controlada, parcialmente controlada e não controlada e a agudização (crise).  Os objetivos do tratamento são manter a asma controlada e evitar o aparecimento de agudizações.

Existem, na asma, 2 tipos de tratamento: alívio e manutenção. O tratamento de alívio serve para controlar os sintomas no momento em que surgem, aliviando, assim, as queixas. Inclui medicação broncodilatadora de curta duração de ação e ainda os corticosteroides administrados de forma oral ou intravenosa.

O tratamento de manutenção tem como objetivo controlar os sintomas através da sua toma diária e regular mantendo, assim, os níveis de inflamação (a base da doença) no seu mínimo, diminuir o grau de obstrução das vias aéreas e reduzir ao mínimo o risco de ocorrência de agudizações. Inclui medicação de longa duração de ação da qual fazem parte os corticosteróides na forma inalada. Os corticosteróides constituem a base da terapêutica de controlo da asma devido à sua ação anti-inflamatória, sendo a terapêutica mais eficaz. Fazem ainda parte da principal terapêutica de controlo, os broncodilatadores de longa duração de ação.

Relativamente ao tratamento da agudização, dependendo da gravidade da mesma, este poderá ser feito pelo próprio ou poderá implicar recorrer a serviços de saúde, nomeadamente ao serviço de urgência hospitalar. O plano de ação na agudização deverá ser discutido com o médico assistente na consulta.

A.S. – Quais os principais mitos relacionados com a asma?

Dra. Rita Gerardo - Infelizmente existem vários mitos relacionados com a asma, não só a nível nacional como internacional e que têm influenciado de sobremaneira o tratamento desta doença.

Entre os mais frequentes, destaco os seguintes:

- A asma tem cura: FALSO. A asma é uma doença inflamatória crónica. Apesar de não ter cura, tem tratamento o que permite o controlo da doença por períodos de tempo que poderão ser muito longos. O facto de um doente com asma poder passar longos períodos (dias a meses) sem qualquer sintoma poderá induzir alguns doentes em erro. A inflamação permanece mesmo que as queixas não surjam.

- Só é necessário tratar as crises de asma: FALSO. Tal como explicado previamente a asma é uma doença inflamatória crónica. Quer isto dizer que a inflamação persiste sempre podendo os seus níveis ser controlados. O tratamento apenas no momento da crise (agudização) da asma permite apenas reverter os sintomas no momento, mas não tem influência a médio ou longo prazo no nível de inflamação das vias aéreas o que implica muito maior probabilidade de desencadear outra crise em pouco tempo e/ou com maior gravidade e mais difícil de tratar.

- Os corticosteroides inalados engordam: FALSO. A dose de corticoterapia administrada em cada inalação é muito pequena sendo a sua absorção para a corrente sanguínea muito reduzida. Assim a probabilidade de se observarem os efeitos adversos desta medicação quando administrada por via oral ou intravenosa (em doses muito mais altas) é muito baixa ou praticamente inexistente. Existem raras exceções as quais estão relacionadas com a presença de outras doenças que podem influenciar a absorção dos corticosteróides ou com a interação com alguns fármacos. Em qualquer dos casos esta situação deverá ser discutida com o médico assistente.

- A medicação de alívio faz mal ao coração: FALSO. A medicação administrada para alívio dos sintomas de asma, desde que tomada nas doses recomendadas pelo médico, é segura mesmo para o coração. Alguns dos medicamentos que promovem dilatação das vias aéreas podem provocar, como efeito adverso, taquicardia (isto é, aumento da frequência cardíaca). Este efeito é conhecido e maioritariamente inócuo. De qualquer forma e, na presença de patologia cardíaca concomitante, a comunicação com o médico assistente é essencial para tirar dúvidas ou incertezas. Em casos raros, esta medicação não é administrada ou é desaconselhada.

- Fazer exercício físico está contra-indicado: FALSO. O doente com asma pode e deve praticar exercício físico. Muitos atletas olímpicos sofrem de asma e foram/ são campeões.

A.S. – Pegando neste último mito que dá, aliás, mote à iniciativa “Corra com a Asma” organizada pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia, qual a relação entre a doença e a prática de atividade física?

Dra. Rita Gerardo - O doente com asma pode e deve praticar exercício físico. A presença de asma não é uma contra-indicação para a prática de desporto. O que se verifica em vários doentes com asma, é que o exercício físico constitui um dos fatores desencadeantes de sintomas respiratórios. Geralmente as queixas surgem no final da prática do exercício e estão relacionados com o tipo e frequência do desporto realizado.

A presença de sintomas respiratórios durante a prática de exercício físico pode dever-se não só ao exercício enquanto fator desencadeante, mas também pode estar relacionado com a obesidade, falta de treino físico ou a presença de outras doenças que podem influenciar este mecanismo.

A.S. – Quais as atividades mais indicadas? Há desportos “proibidos”?

Dra. Rita Gerardo – Os treinos ao ar livre, prolongados e de longa distância assim como a exposição a ambiente frio e seco (como no atletismo, ciclismo e em desportos de inverno) torna mais provável o surgimento dos sintomas. A exposição a fatores irritantes como pólenes, pó, poluição ou cloro (presente nas piscinas) também pode desencadear crises. Existem atletas e campeões olímpicos com asma em quase todas as modalidades desportivas, sendo que os que praticam atletismo, ciclismo, natação e desportos de inverno (esqui de fundo, por exemplo) constituem o maior número. Não existem desportos proibidos, apenas alguns para os quais são necessárias mais medidas preventivas.

A.S – Que comportamento se deve adotar quando a asma é induzida pelo desporto, provocando uma crise?

Dra. Rita Gerardo – O seguimento médico adequado e rotineiro é essencial na adaptação ao desporto do doente com asma. Para além das medidas farmacológicas, que incluem o cumprimento da terapêutica de manutenção e outras adicionais, também medidas não farmacológicas são muito importantes na prevenção da agudização ou surgimento de sintomas respiratórios. A realização de exercícios de aquecimento prévios, os alongamentos no final, respiração nasal e a evicção dos fatores irritantes para além da manutenção da prática de exercício físico regular são essenciais na prevenção dos sintomas de asma. Outras medidas farmacológicas incluem a administração de medicação broncodilatadora de curta duração de ação (permite a dilatação das vias aéreas) prévia ao início do exercício e a administração de fármacos com efeitos comprovados em quem tem asma exacerbada pelo exercício.


O exercício físico pode ser um fator desencadeante de sintomas respiratórios, em alguns doentes

A.S. – Quais as principais recomendações?

Dra. Rita Gerardo – A prática de exercício físico é recomendada no doente com asma apesar de poder constituir um fator desencadeante de sintomas respiratórios. As medidas não farmacológicas são essenciais para prevenir as agudizações fazendo, muitas vezes, a diferença entre a presença ou não de sintomas: pré-aquecimento, alongamentos no final, respiração nasal e evicção dos fatores irritantes. Relativamente à terapêutica medicamentosa, esta depende das características dos sintomas. Se estes apenas surgem após o exercício físico não surgindo em qualquer outra situação da vida do doente, a pré-medicação é muitas vezes suficiente. Se o doente apresenta queixas asmatiformes noutras situações e alturas do seu dia a dia é necessária a terapêutica de manutenção, semelhante à dos restantes doentes com asma. Em todos os casos é necessário o seguimento adequado em consulta da especialidade.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ministro da Saúde
O ministro da Saúde considerou hoje, em Sintra, que a candidatura para receber a Agência Europeia do Medicamento "não é...

"Neste momento nós estamos numa luta, que é uma luta intensa, e em que todos os contributos são importantes, não é apenas uma ação de natureza política. É importante que a Europa perceba que Portugal é um país hoje competitivo do ponto de vista da inteligência, do ponto de vista da inovação, do ponto de vista industrial", afirmou Adalberto Campos Fernandes.

O governante, que falava após inaugurar uma nova linha de produção de medicamentos estéreis liofilizados da Sofarimex, do grupo Azevedos, acrescentou que, na sequência da candidatura apresentada pelo primeiro-ministro em Bruxelas, "o Governo tem que se aliar com os diferentes ‘stakeholders' empresariais, socioprofissionais, [e] com as universidades".

A sede da Agência Europeia do Medicamento terá se ser relocalizada, com base numa decisão que será tomada em dezembro, em consequência da saída do Reino Unido da União Europeia.

O ministro salientou, após visitar a nova linha de produção de medicamentos, que a saúde "é também a criação de valor, é também o dinamismo da economia" e reconheceu o papel do grupo farmacêutico enquanto principal exportador e proprietário da mais fábrica portuguesa.

"Somos um país com elevado nível de independência industrial, não estamos comprometidos com nenhuma das grandes multinacionais que estão no setor", notou Adalberto Campos Fernandes, embora admitindo "uma luta muito dura" para conseguir a instalação da sede da EMA (European Medecines Agency), que supervisiona a segurança dos medicamentos no espaço europeu.

O ministro reconheceu que "a austeridade estrangula a criatividade e estrangula o crescimento", mas argumentou que o executivo está "a fazer o caminho inverso e a procurar que o país com segurança, com rigor, com equilíbrio, veja cada vez mais pelas costas os tempos difíceis" mais recentes, para que "a economia crie emprego".

A nova linha de produção de medicamentos estéreis liofilizados da Sofarimex, empresa do grupo Azevedos, instalada no Alto de Colaride, em Agualva-Cacém, representou um investimento de cerca de nove milhões de euros, criou cerca de 30 novos postos de trabalho e possui uma capacidade de produção de 12 milhões de unidades por ano.

"Em Portugal todos passámos períodos particularmente difíceis, ainda não saímos, ainda estamos com dificuldades, e houve uma retração muito grande a nível de mercado de medicamentos, originado pelas políticas de contenção na saúde", afirmou, por seu lado, Thebar Miranda.

O presidente executivo do grupo Azevedos explicou que a crise "afetou a capacidade de gerar recursos próprios para investir", mas a empresa prevê aumentar a capacidade de produção através de mais investimento.

A unidade da Sofarimex, que emprega cerca de 200 trabalhadores, possui uma carteira de mais de 650 produtos, com uma capacidade de produção superior a 90 milhões de unidades por ano, da qual cerca de 75% para exportação.

Segundo Thebar Miranda, a unidade tem capacidade para, com uma ampliação que já está a ser projetada, "produzir sensivelmente duas vezes e meio" mais da produção atual.

Um aumento de produção que será possível principalmente através da instalação de equipamento mais produtivo, com um aumento de cerca de 30% dos atuais postos de trabalho.

O vereador da Solidariedade e Inovação Social na Câmara de Sintra, Eduardo Quinta Nova (PS), assegurou que o município está disponível para apoiar as empresas que apostam na criação de emprego, nomeadamente a ampliação da capacidade produtiva da Sofarimex.

“Maio, Mês do Coração”
No âmbito das comemorações de “Maio, Mês do Coração”, dedicado este ano ao “Coração no desporto”, a Fundação Portuguesa de...

Os torneios iniciais, agendados para dia 6 de maio, sábado, serão os de padel e golfe, decorrendo o primeiro no Padel Campo Grande, e o segundo no campo de golf da Aldeia dos Capuchos.  Como complemento e ainda no mesmo âmbito, decorrerá durante o mês de maio um Torneio Solidário de Futebol dirigido a empresas, no Parque de Jogos 1º de Maio, em Lisboa, estando prevista a jornada final para o dia 28, domingo.

Um estudo* apresentado pela FPC na Sessão de Abertura do Mês do Coração 2017, revela que dois em cada três portugueses são sedentários, e que 67% da população pratica menos de uma hora e meia de atividade física ao longo da semana. Entre a população menos adepta do exercício físico, quase metade afirma que "fazer exercício não é muito importante nem interessante" e 33% admite ter pensado em mexer-se mais mas "o dia a dia acaba por falar mais alto". O estudo mostra ainda que há uma redução no número de portugueses que praticam algum desporto, de 36% em 2015 para 33% em 2017, dado mais evidente no grupo etário acima dos 45 anos.

Para mais informações sobre o programa das atividades desportivas, consulte: http://www.fpcardiologia.pt/ ou https://www.facebook.com/FPCardiologia/

*Estudo realizado pela empresa Gfk Metris. Foram entrevistadas 1216 pessoas em abril de 2017, selecionadas para ter uma amostra abrangente baseada nos critérios de idade, sexo, região e dimensão do agregado familiar.

Estudo
Uma equipa de seis investigadores das Faculdades de Ciências e Tecnologia e Farmácia da Universidade de Coimbra está a...

O objetivo deste projeto, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), é conseguir uma solução integrada, e vantajosa do ponto de vista económico, para aumentar a eficácia das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR).

No geral, os atuais métodos cumprem os limites legais “mas não são completamente eficazes no caso de alguns tipos de poluentes. As águas tratadas que são escoadas para os recursos hídricos apresentam quantidades significativas de bactérias e vírus, assim como alguns microcontaminantes químicos. As análises efetuadas no âmbito deste estudo em amostras recolhidas em várias ETAR revelaram a presença de grandes quantidades de bactérias e coliformes fecais como, por exemplo, Escherichia coli (E. coli), e alguns vírus de origem humana”, relata o coordenador do projeto, Rui Cardoso Martins.

Simultaneamente, a metodologia proposta nesta investigação pode ajudar a mitigar os impactos ecológicos provocados pela amêijoa asiática, uma espécie invasora dos nossos ecossistemas. Esta espécie de bivalve causa também danos significativos na indústria que usa captação de água como, por exemplo, estações de tratamento de água para consumo e centrais termoelétricas, uma vez que cresce e multiplica-se muito rapidamente nas tubagens e outras estruturas, provocando graves problemas de biofouling (incrustação).

No entanto, esta amêijoa pode deixar de ser um inimigo quando usada para “devorar” poluentes. Na verdade, podemos utilizar “a sua enorme capacidade de filtração e bioacumulação para remover os poluentes químicos e biológicos presentes nas águas residuais. Das várias experiências já realizadas em laboratório, em apenas oito horas, as amêijoas conseguiram eliminar todas as bactérias E. coli inicialmente adicionadas”, revela o investigador do Departamento de Engenharia Química da FCT da Universidade de Coimbra (UC).

Já na outra metodologia que integra este projeto, partindo do poder oxidante do ozono, os investigadores estudam catalisadores sólidos (substâncias que aceleram as reações químicas) fotossensíveis que aproveitam a luz solar para provocar as reações adequadas para uma descontaminação eficaz, garantindo uma tecnologia mais limpa e menos consumidora de energia.

A próxima fase do projeto passa por otimizar os dois processos porque, avança Rui Cardoso Martins, “ainda há muitos desafios pela frente. Estamos a trabalhar em águas sintéticas, ou seja, em águas onde controlamos a composição inicial, mas, no ambiente real, sabemos que as ETAR têm um grande manancial de compostos químicos e biológicos. Por isso, é necessário proceder à transposição de escala, do laboratório para a estação de tratamento, para validar estes resultados promissores”, conclui o investigador.

A fase piloto será realizada em parceria com a Adventech, uma Startup da FCTUC que desenvolve tecnologias avançadas para o tratamento de efluentes domésticos e industriais.

Jovens
O “jogo” começou na Rússia, passou para o Brasil e já chegou a Portugal. Atualmente, a maioria das notícias chegam do Brasil e...

De acordo com a especialista, “A ausência e falta de proximidade parental pode abrir um espaço para este tipo de fenómenos, pelo que é fundamental que os pais estejam especialmente atentos aos sinais. O adolescente, sendo vulnerável, tem curiosidade pela novidade e pela descoberta e, muitas vezes, não é fácil detetar. O jogo da “Baleia Azul” concretiza-se numa predisposição de uma geração cada vez mais virtual e com tendência para se isolar.” A terapeuta coordena um grupo de apoio a pais todas as terças-feiras e tem sentido essa preocupação.

Como identificar as mudanças provocadas pelo jogo?
- Isolamento, afastamento da família e dos amigos;
- Perda do interesse nas atividades que costumava fazer;
- Perda do interesse nas pessoas;
- Mudanças nos hábitos de sono (insónias ou dormir mais do que o habitual);
- Mudanças nos hábitos alimentares;
- Irritabilidade, crises de raiva;
- Recusar-se a ir à escola;
- Comportamentos autodestrutivos, como a automutilação e exposição a situações de risco
- Bulliyng;
- Publicar imagens de baixa-autoestima nas redes sociais;
- Interesse anormal por filmes de terror;
- Preocupação com a temática da morte e violência.

Sugestões da psicóloga para os pais

1- Estar atento aos comportamentos do seu filho e explicar os perigos associados a estes jogos virtuais a que estão sujeitos, criando um clima de confiança, abertura e disponibilidade.

2- Caso detete alguma mudança de comportamento, como a ansiedade, o medo, o isolamento, ter pesadelos, esconder o telemóvel, cansaço, andar sempre de mangas compridas, entre outros, fale abertamente com o seu filho e mostre-lhe que, pode e deve contar e confiar em si.

3- Tente perceber junto do seu filho se já ouviu falar no jogo, ou se tem algum conhecimento acerca do mesmo. Em caso afirmativo, sensibilize-o quanto à importância de relatar todas as suspeitas, nomeadamente se receber alguma mensagem, ou souber de alguém que a tenha recebido.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Doze distritos de Portugal continental bem como o arquipélago da Madeira apresentam hoje um risco ‘muito elevado’ de exposição...

No continente, os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra e Leiria têm um risco inferior, o de ‘elevado’, à semelhança do que acontece nas ilhas de S. Miguel e das Flores, no arquipélago dos Açores.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda o uso de óculos de sol com filtro de radiação ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

As restantes ilhas dos Açores apresentam um risco ‘moderado’.

Para hoje, o IPMA prevê para Portugal continental céu pouco nublado ou limpo, subida da temperatura mínima, em especial nas regiões do interior, e subida da temperatura máxima.

Para os Açores aguardam-se períodos de céu muito nublado com abertas, descida acentuada da temperatura do ar, aguaceiros no grupo Ocidental e períodos de chuva que pode ser forte nos restantes grupos. O vento pode também soprar forte.

Na Madeira são também esperados períodos de céu muito nublado, diminuindo de nebulosidade durante a tarde, vento fraco a moderado e pequena subida da temperatura mínima.

Cancro de pele
Meia centena de serviços de dermatologia vão participar este ano no rastreio gratuito que decorre no âmbito do Dia do...

O rastreio gratuito é uma das iniciativas da campanha que decorrerá no dia 17 em Portugal e que será apresentada na próxima quarta-feira, em Lisboa.

Neste encontro serão ainda divulgados pela Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo (APCC) os dados mais recentes do cancro de pele, assim como os resultados do rastreio feito nos Açores, onde a taxa de incidência de cancros de pele é das mais elevadas do país.

Serão igualmente divulgados dados relativos à incidência dos cancros de pele nos jovens adolescentes, que se estão a tornar mais frequentes e que se prevê continuem a aumentar nos próximos anos.

“Apesar da sensibilidade e nível de conhecimento da população para os cuidados a ter com os exageros de exposição ao sol continuamos a assistir a um aumento progressivo do número de cancros da pele, não só de melanomas, mas também dos cancros da pele não melanoma, em particular dos carcinomas basocelulares, carcinomas espinocelulares e seus precursores, as queratoses actínicas, inclusive em idades mais jovens”, recorda a APCC em comunicado.

O rastreio gratuito anual em 2015 detetou 77 suspeitas de cancro e 112 sinais potencialmente cancerígenos.

Desde há 17 anos que Portugal participa na Campanha Europeia do Dia do Euromelanoma.

União Europeia
Mais de 670 casos de hepatite A estão confirmados em onze países da União Europeia desde o verão do ano passado até ao momento,...

O último balanço feito pela Direção-Geral da Saúde em Portugal, em 18 de abril, dava conta de 199 casos notificados de hepatite A desde o início do ano.

O atual surto de hepatite A afeta, sobretudo, homens que têm sexo com homens de forma desprotegida, refere o próprio Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), destacando que 95% dos casos da doença são detetados em homens e que 80% são em homens que têm sexo com homens.

Além de Portugal, têm reportado casos de hepatite A os seguintes países da União: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia e Reino Unido.

Num balanço publicado na sexta-feira, o ECDC dá conta de, pelo menos, 674 casos confirmados ligados ao mesmo surto desde 01 de junho do ano passado.

A hepatite A é, geralmente, benigna e a letalidade é inferior 0,6% dos casos. Existe vacina para a doença.

A gravidade da doença aumenta com a idade, a infeção não provoca cronicidade e dá imunidade para o resto da vida.

Calcula-se que em Portugal mais de 95% da população com mais de 55 anos esteja imune, dado que a doença chegou a ser frequente e começou a decair com a melhoria das condições sanitárias e socioeconómicas.

Governo
As escolas devem comunicar aos delegados de saúde os casos de alunos que não têm as vacinas em dia de acordo com o Programa...

O diploma, publicado sexta-feira em Diário da República, indica que é necessário “reforçar os mecanismos de articulação dos estabelecimentos escolares com as autoridades de saúde” no que à vacinação diz respeito.

Assim, os estabelecimentos de educação pré-escolar, do básico e do secundário devem comunicar aos delegados de saúde coordenadores do respetivo agrupamento de centros de saúde da área de cada escola “os alunos que não se encontrem com a vacinação recomendada atualizada”.

O objetivo de as escolas transmitirem esta informação aos delegados de saúde é, segundo o despacho, “promover o aconselhamento e esclarecimento adequados”, bem como sensibilizar as famílias para os benefícios da vacinação.

As vacinas do Programa Nacional de Vacinação (PNV), que são gratuitas, não são obrigatórias, mas geralmente as escolas, públicas e privadas, pedem o boletim vacinal dos alunos no ato da matrícula ou da inscrição.

A importância de se cumprir o esquema vacinal segundo o PNV tem sido evidenciada pelas autoridades de saúde no atual surto de sarampo em Portugal, que até ao momento já afetou 25 pessoas e levou à morte de uma jovem de 17 anos.

A vacinação é o meio de prevenção mais eficaz contra o sarampo, uma doença altamente contagiosa e que, ainda que geralmente tenha evolução benigna, pode gerar complicações graves e até levar à morte.

Em Coimbra
A Agência para a Prevenção do Trauma e da Violação dos Direitos Humanos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra disse...

Segundo o psiquiatra João Redondo, coordenador executivo da estrutura, foi realizado um estudo que incluiu alunos do ensino básico e secundário, de duas turmas de nove escolas públicas e privadas, que vai aferir o "grau de desregulação emocional e comportamental".

"Esta é a área em que estamos mais avançados. Nesta fase, estamos a proceder à análise dos resultados do estudo, que foi realizado por uma equipa multidisciplinar e multissetorial", disse o psiquiatra, após o encerramento do segundo encontro sobre "Trauma, medo e violência. Direitos Humanos, hoje!", que decorreu no auditório da Fundação Bissaya Barreto, em Coimbra.

A Agência para a Prevenção do Trauma e da Violação dos Direitos Humanos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), criada em 2014, constituiu ainda grupos de trabalho para analisar a violência no namoro, com idosos, em contexto de serviços de saúde e em centros de privação da liberdade, com o objetivo, em todas as áreas trabalhadas, de propor medidas preventivas.

João Redondo disse ainda que estão criados os instrumentos para se avançar com o estudo da violência no namoro e com os idosos.

Neste momento, adiantou, a agência já está a trabalhar em projetos apoiados pela União Europeia para a prevenção da radicalização e formação dos profissionais e técnicos que trabalham com refugiados.

Está ainda a ser preparado um curso de pós-graduação em violência, em colaboração com várias faculdades da Universidade de Coimbra, para proporcionar formação aos profissionais e cidadãos que se queiram envolver nestas áreas.

"Desde o final da década de 1990 que a violência nos preocupa e, por isso, quisemos criar uma rede de suporte para as pessoas mais vulneráveis", que abrange um conjunto de saberes multissetorial de diversas entidades, referiu João Redondo.

Segundo o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, José Martins Nunes, a agência surgiu "porque se percebeu que era possível gerar conhecimento nestas áreas e aplicá-lo, num mundo que está em mudança, em que tudo é diferente".

"É uma agência que vai responder a grandes desafios da sociedade, em que o CHUC rompe com a sua fronteira de influência e da ciência", sublinhou.

Associação Nacional de Municípios Portugueses
A descentralização de competências da saúde para as autarquias deve realizar-se através de auto de transferência até 2021, mas...

O auto de transferência entre o Ministério da Saúde, as Administrações Regionais de Saúde (ARS) e os municípios contemplará a “identificação dos recursos humanos, patrimoniais e financeiros associados ao desempenho das competências”, os “instrumentos financeiros” e “níveis de prestação dos serviços”, estabelece uma proposta de decreto-lei.

“Os autos de transferência devem efetivar-se até ao ano 2021”, prevê a proposta de diploma, que visa concretizar a descentralização de “competências para os municípios e entidades intermunicipais no domínio da saúde”, com base na lei-quadro em discussão no parlamento.

Os municípios devem participar “no planeamento, na gestão e na realização de investimentos relativos a novas unidades de prestação de cuidados de saúde primários, nomeadamente na sua construção, equipamento e manutenção”, refere o documento.

Além de gerirem e manterem outros equipamentos afetos aos cuidados de saúde primários, os municípios também devem assegurar a “gestão dos trabalhadores, inseridos na carreira de assistente operacional, das unidades funcionais dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) que integram o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

Os conselhos das comunidades intermunicipais e das áreas metropolitanas terão a competência de “definir a rede de unidades de cuidados de saúde primários e de unidades de cuidados continuados de âmbito intermunicipal”, bem como emitir parecer sobre acordos nestes domínios.

No processo de transferência e exercício de competências “é assegurada a autonomia técnica dos ACES, na qualidade de serviços desconcentrados” das ARS, determina o projeto de diploma.

As câmaras deverão, no prazo de um ano da entrada em vigor do decreto-lei, após ouvir o conselho da comunidade do ACES, elaborar ou atualizar a Estratégia Municipal de Saúde, enquadrada com os planos nacionais, regionais e locais de saúde, a aprovar pela assembleia municipal.

O investimento na construção, manutenção e equipamento de novas unidades deve estar “alinhado com a política definida pelo Ministério da Saúde”, prevendo-se ainda que os municípios assegurem a gestão de unidades da Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências das ARS.

Os municípios recebem anualmente uma verba para o Fundo Social Municipal, destinada a despesas de manutenção e conservação das instalações.

Os funcionários serão transferidos para os municípios, “sem prejuízo da situação jurídico-funcional que detém à data da transferência, designadamente em matéria de vínculo, carreira e remuneração”, assumindo a câmara competências nomeadamente na “gestão de carreiras, remunerações e poder disciplinar”.

“Os trabalhadores mantêm, igualmente, o direito à mobilidade para quaisquer serviços ou organismos da administração central ou local”, consagra a proposta, acrescentando que o número de profissionais “é definido em função dos existentes à data da transferência e das necessidades para o adequado funcionamento das unidades”.

Na proposta estipula-se que “são transferidas para os municípios as dotações inscritas no orçamento do Ministério da Saúde para pagamento das despesas com o pessoal”, acrescidas dos encargos adicionais com “transferência dos trabalhadores da administração central para a administração local”, incluindo com ADSE e SNS.

A proposta de decreto-lei foi enviada para análise da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que na quarta-feira reuniu o conselho diretivo e apontou a necessidade de um levantamento rigoroso das transferências de competências para evitar uma resposta insuficiente na prestação de serviços públicos.

Segundo um documento de trabalho dos municípios, o Ministério da Saúde deverá ainda prestar informação sobre a lista de unidades de saúde a transferir, por município, o estado de conservação, a situação dos equipamentos médicos ou o número de viaturas e de pessoal de cada unidade.

O presidente da ANMP, Manuel Machado, afirmou na quinta-feira, no grupo de trabalho parlamentar da descentralização, que a associação apenas recebeu propostas setoriais relativas às freguesias, promoção turística, segurança contra incêndios e saúde.

Incêndios
O INEM terá quatro helicópteros exclusivamente para a atividade de emergência médica pré-hospitalar, sediados em Macedo de...

Numa informação enviada à comunicação social, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) adianta que está previsto o pleno funcionamento dos helicópteros de Macedo de Cavaleiros e de Évora, a deslocalização do helicóptero de Lisboa para Loulé, para cobrir eficazmente toda a região sul do país, e a colocação de um quarto aparelho operado diretamente pelo INEM em Santa Comba Dão.

Em maio verifica-se uma alteração no funcionamento do serviço de helicópteros de emergência médica do INEM, devido à indisponibilidade dos helicópteros Kamov, baseados em Santa Comba Dão e Loulé, para a Emergência Médica, mas o instituto garante que terá quatro helicópteros para a atividade de emergência médica pré-hospitalar.

Nas fases mais críticas de combate aos incêndios florestais – 15 de maio a 30 de setembro - está previsto que os helicópteros Kamov façam exclusivamente missões no âmbito das atribuições da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Contudo, o INEM garante que “as necessidades do país em matéria de helitransporte de emergência estão totalmente asseguradas durante as fases mais críticas dos incêndios florestais”.

Os helicópteros de emergência médica do INEM são utilizados no transporte de doentes graves entre unidades de saúde (transporte secundário) ou entre o local da ocorrência e a unidade de saúde (transporte primário).

Estão equipados com material de Suporte Avançado de Vida, sendo a sua tripulação composta por um médico, um enfermeiro e dois pilotos.

Asma em Portugal
A asma é uma doença inflamatória crónica dos brônquios que se inicia, habitualmente, na infância, ma

A asma é uma doença inflamatória crónica dos brônquios que se inicia, habitualmente, na infância, mas que é transversal a todas a faixas etárias sendo a doença crónica mais prevalente na idade pediátrica.

Trata-se de uma patologia cada vez mais frequente em todos os países, acompanhando em simultâneo os padrões de desenvolvimento das sociedades. Estima-se que a asma brônquica afecte cerca de 300 milhões de pessoas no Mundo.

Em Portugal a asma afecta 6,8% da população (Inquérito Nacional de Prevalência da Asma). Estima-se que apenas 57% dos asmáticos tenham a sua doença controlada ou seja, cerca de 300.000 portugueses necessitam de melhor intervenção para controlo da doença.

Contudo, Portugal é apontado como o país da UE com menor taxa de internamentos por asma, em jovens com idade superior a 15 anos e adultos e globalmente o número de óbitos decresceu, com uma quase inexistente mortalidade na idade pediátrica!

Apresentação clínica

A asma apresenta-se habitualmente por episódios recorrentes de pieira (chiadeira no peito), dificuldade em respirar, tosse ou opressão torácica (aperto no peito) no intervalo dos quais o doente pode ou não ficar totalmente assintomático. Os sintomas variam podendo, por vezes, estar apenas presente um único sintoma como a tosse quando de predomínio nocturno ou relacionada com esforço físico. Também a sensação de opressão torácica com o esforço pode ser a única manifestação.

Factores desencadeantes

Muitos são os factores que podem desencadear/agravar a asma nomeadamente:

1. Exposição a alergénios ambientais do exterior como pólens e fun­gos ou do ambiente interior, tais como áca­ros, fungos e animais domésticos.

2. Exposição a alergénios ocupacionais - são as substâncias presentes no ambiente profissional que constituem os desencadeantes para os sintomas.

3. Exposição ambiental a fumo de tabaco e a poluentes.

4. Infecções respiratórias virais - como a gripe ou os catarros respiratórios são potentes desencadeantes de asma brônquica.

5. Exercício físico - em alguns doentes, particularmente em crianças, pode desencadear agudizações.

6. Factores psicológicos e emocionais como stress, ansiedade e/ou depressão.

7. Doenças associadas nomeadamente rinite/sinusite, obesidade, refluxo gastro-esofágico, patologia cardíaca.

Diagnóstico

O diagnóstico da asma é clínico, não exis­tindo nenhuma análise que permita um diagnóstico precoce. Para além da história clínica, os testes de sensibilização realizados no estudo da doença alérgica, as provas de função respiratória, os exames radiológicos e análises de sangue são suficientes na maioria das ve­zes para a caracterização do doente com asma.

Tratamento

O controlo da asma passa por diversas medidas sendo importante, numa primeira fase, o controlo/ prevenção de factores desencadeantes inespecíficos como as infecções virais (por exemplo, através da vacinação) ou o fumo de tabaco. Nos doentes alérgicos é importante aplicar medidas anti-alérgicas de acordo com as sensibilizações demonstradas.

Em seguida privilegiar a educação do doente promovendo a cooperação do doente, re­conhecimento dos factores de alerta e adequação da terapêutica.

Finalmente a terapêutica farmacológica que actua a dois níveis no controlo a longo prazo da inflamação das vias respiratórias e  no controlo das cri­ses e dos sintomas.

A maioria dos fármacos utilizados são admi­nistrados por via inalatória para permi­tir uma eficácia de actuação dos mesmos e reduzir os efeitos secundários.

Existem múltiplos dispositivos de inalação de fár­macos que deverão adequar-se a cada do­ente.

Os principais grupos de fármacos utilizados na terapêutica da asma são os broncodilatadores (utilizados como medicamentos de alí­vio permitindo dilatar o mús­culo brônquico que compromete a passagem de ar) e os corticosteróides (os medicamentos mais eficazes na inflamação da asma. São seguros nas doses recomendadas e praticamente sem efeitos secundários, mesmo em crianças e grávidas.)

Os fármacos de controlo terapêutico deverão ser utilizados diariamente e de forma continuada. Só assim se poderá obter o desejado controlo da doença que passa pela ausência de crises com sintomas mínimos ou inexistentes, recurso diminuto à terapêutica de alívio rápido, ausência de idas ao SU ou consultas não programadas e finalmente sem interferência nas actividades da vida diárias.

Felizmente a asma pode ser tratada e a maioria dos doentes pode atingir controlo da sua doença!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Instituto de Investigação e Inovação em Saúde
A especialista do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Margarida Saraiva, disse, durante as comemorações do Dia...

"Como investigadora na área da Imunologia e como mãe acho uma patetice completa", acrescentou a especialista, que é também membro da direção da Sociedade Portuguesa de Imunologia (SPI), entidade responsável pela organização desta iniciativa nacional, que engloba seis centros de investigação.

Nuno Alves, também investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) e membro da direção da SPI, afirmou, durante o mesmo evento, que "a vacinação salva vidas" e que "não se pode esquecer que na era da pré-vacinação as doenças mais mortíferas eram as infeciosas".

"A grande batalha quanto a essas doenças foi ganha devido à vacinação e aos antibióticos, quando a infeção é bacteriana", afirmou.

Com esta iniciativa, que no Porto decorreu no i3S, os responsáveis pretenderam dar a conhecer aos alunos do ensino secundário o dia-a-dia dos laboratórios onde as investigações decorrem, tendo estes assistido a palestras e participado de atividades.

Nos seminários, os investigadores abordaram temas como a resposta imunitária e a prevenção, a formação de células imunes na medula óssea, o desenvolvimento de vacinas, a Tuberculose e as respostas imunológicas às infeções fúngicas.

Na primeira das quatro atividades, os alunos estiveram em contacto com uma técnica denominada citometria de fluxo, muito utilizada na imunologia, quer em investigação quer nos diagnósticos de doenças do sistema imunitário.

Esta técnica possibilita também purificar células em terapias tumorais, modificando-as e voltando a injetá-las nos pacientes, referiu Nuno Alves.

Num segundo momento, os participantes puderam visualizar, com recurso a lupas e microscópios, pulmões e fígados de ratos, normais ou infetados por bactérias.

Já nos laboratórios de biossegurança, a terceira etapa das atividades, tiveram acesso a um conjunto de equipamentos de proteção pessoal, como batas, máscaras, toucas e luvas, utilizadas pelos investigadores em contexto laboratorial.

Por último, os alunos visitaram o Serviço de Histologia e Microscópia Eletrónica, onde são preparadas os pulmões e os fígados que viram na segunda etapa.

De acordo com Nuno Alves, uma das missões do SPI passa por educar a população em geral, tendo, para isso, projetos em infantários, escolas e universidades, com o intuito de promover a literacia científica, "algo que está muito em falta, como se tem visto nos últimos dias com a história das vacinas".

Para além disso, a SPI apoia iniciativas científicas, discutidas na reunião anual da direção, onde participam especialistas portugueses e estrangeiros da área da Imunologia, auxiliando, ainda, jovens investigadores, através de 'workshops' e financiamento.

"A ciência é a melhor vacina para a ignorância" e só através da disseminação de conhecimento se pode promover uma "melhor convergência" por parte de "toda a população", evitando assim "estados de alerta e de pânico como os que se têm visto", reforçou Nuno Alves.

O Instituto de Medicina Molecular (iMM), de Lisboa, o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras, o Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra, a Universidade de Aveiro e o Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho são as outras cinco entidades envolvidas nas comemorações do Dia Internacional da Imunologia.

Astenopia Digital resulta de utilização prolongada
Visão turva para perto e lentidão a focar para longe, ardor ocular, comichão ou intolerância à luz s

A fadiga visual é um problema que se estima que afeta sete em cada 10 portugueses. O alerta é dado pelo Grupo Português da Ergoftalmologia da Sociedade Portuguesa de Oftlamologia, que indica a utilização de dispositivos digitais como a principal causa.

“A utilização crescente de dispositivos electrónicos – computadores, tablets, smartphones e videojogos – está associado a um maior esforço de visão para perto, acarretando um aumento das exigências de focagem para essa distância, uma perpetuada convergência dos olhos e uma maior atenção visual com consequente diminuição do pestanejo”, começa por explicar Fernando Trancoso Vaz, coordenador do Grupo Português da Ergoftalmologia da SPO.

De acordo com este especialista, quando este esforço é mantido por mais de três horas pode surgir “a falência dos mecanismos de adaptação, com exaustão dos músculos oculares (intrínsecos e extrínsecos) e, subsequentemente, a fadiga ocular”.

Os principais sintomas desta síndrome encontram-se dividos em três grupos: sintomas visuais, sintomas musculares (que surgem por má postura ou sobrecarga do músculo ciliar) e sintomas relacionados com olho seco evaporativo. 

Visão turva para perto e lentidão a focar para longe, dor de cabeça, peso nos olhos e nas pálpebras, dores nos músculos do pescoço e costas, olho vermelho, secura ou ardor ocular, irritação ou intolerância à luz são descritos como sintomas mais comuns da fadiga ocular.

Regra geral, porém, não existe patologia sistémica associada a este quadro. A sua origem é multifatorial, podendo ser causado por perturbações do utilizador, “por maior exigência da tarefa a realizar e condições ambientais irregulares”.

Entre as causas relacionadas com o utilizador destacam-se “os erros refrativos por corrigir, alterações da acomodação ou do equilíbrio oculomotor latentes” e que exigem observação em consulta de oftalmologia.

Tarefas realizadas a distâncias muito próximas e durante um período longo de tempo são igualmente prejudiciais.

Por outro lado, tal como explica o especialista, o uso constante de ventoinhas ou ar condicionado, a pouca ou incorreta iluminação bem como “posição incorreta do utente e/ou do dispositivo electrónico” contribuirá para o agravamento dos sintomas.

90% dos utilizadores apresentam queixas

Apesar de não existiram dados nacionais que demonstrem a sua incidência, sabe-se, com base nos dados do National Institute for Occupational Safety and Healh”, que 90% dos utilizadores com queixas desta síndrome utilizam dispositivos eletrónicos mais do que três horas por dia”, podendo afetar qualquer grupo etário. “Sendo talvez mais frequente no utilizadores que estão no ativo do ponto de vista profissional”, refere o especialista

De acordo com Fernando Trancoso Vaz, “está em curso um estudo da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, emparceria com a Théa e uma empresa de teleperformance Konecta, para avaliar essa realidade, e se as medidas descritas como preventivas/corretoras são realmente eficazes como acreditamos que sejam”.

Pausas regulares, o uso de lágrimas artificiais, a correção do erro refrativo ou outras alterações oftalmológicas são apontadas como medidas essenciais para evitar este quadro. No entanto não são as únicas a ter em conta para manter a saúde ocular.

Segundo o especialista, o utilizador deve “a cada 20 minutos deviar o olhar 20 segundos para uma distância de 20 pés (6 metros)” o que lhe permite, não só, relaxar o músculo ciliar, como aumentar o pestanejo e fornecimento de lágrimas.

Por outro lado, de modo a minimizar ou atenuar os sintomas, “e assim não restringir o número de horas diárias de utilização de dispositivos eletrónicos”, deve “utilizar com maior distância os smartphones e tablets, reposicionar o computador (olhos ao nível do topo do ecrã) e alterar o brilho e contraste do ecrã, para se tornar confortável e para que a luz nunca esteja de frente para os olhos”

O coordenador do Grupo Português de Ergoftalmologia aconselha ainda a reduzir o ar condicionado “para aumentar a humidade no ambiente”.

“Todas estas medidas permitem minimizar ou anular a sintomatologia. Se, contudo, o utilizador deixar de as cumprir, voltará a surgir o incomodo inicial”, adverte acrescentando que estas queixas são habitualmente transitórias não dando origem a outras complicações.

“Esta síndrome não é causa de erro refrativos (necessidade de óculos), mas se eles existirem e não forem corrigidos, a sintomatologia será mais exuberante”, reforça.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Programa Alimentar Mundial
A ONU consegue ajudar apenas 28% dos 30 milhões de pessoas atingidas por insegurança alimentar grave no Sudão do Sul, na...

O diretor-executivo do Programa Alimentar Mundial (PAM), David Beasley, disse que só têm condições financeiras para auxiliar 8,4 milhões das pessoas que correm risco de fome naqueles quatro países, onde se assiste à “pior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial”, acrescentou.

Durante uma reunião em Roma, David Beasley pediu, por videoconferência, mais dinheiro, sublinhando que o PAM ainda só recebeu 20% dos 2.500 milhões de euros necessários para alimentar a população em risco e prevenir mortes por fome.

“A cada seis ou 10 minutos morre uma criança porque não estamos a cumprir o nosso trabalho nestes conflitos criados pelo homem (…) são precisos recursos”, alertou o diretor-executivo da agência humanitária.

Segundo o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, a fome já foi declarada em várias áreas do Sudão do Sul e o mesmo pode acontecer na Somália, na Nigéria e no Iémen “se nada for feito nas próximas semanas”.

Esta situação contrasta com o compromisso de erradicar a fome no mundo, demonstrado pelos países que assinaram a agenda para o desenvolvimento sustentável para 2030.

O chefe da FAO disse que, mesmo em contextos de violência, se pode fornecer às pessoas “comida e proteção, restaurando os seus meios de subsistência”, para evitar as migrações.

José Graziano da Silva deu o exemplo do ‘kit’ de sementes e fertilizantes que a organização está a vender por 10 dólares (nove euros) ao largo do Lago Chade, que permite às famílias cultivar o seu próprio alimento e vender o que não consomem, de forma a angariar dinheiro.

Ambulâncias de Emergência Médica
O INEM garantiu hoje que não irá encerrar “qualquer meio de emergência do instituto” na sequência do plano de reorganização do...

O esclarecimento do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) surge após notícias sobre o alegado encerramento de ambulâncias deste organismo, durante a noite, em vários concelhos.

O Jornal de Notícias escreve hoje que as ambulâncias do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) vão deixar de funcionar entre as 00:00 e as 8:00 nos concelhos da Maia, Guimarães, Chaves, Espinho, Covilhã, Aveiro, Anadia e Amadora e detalha que a medida entra em vigor na próxima segunda-feira para durar até ao final do ano.

Uma nota do INEM refere que “o plano de ajustamento de horários noturnos das ambulâncias do INEM que tem vindo a ser analisado tem como objetivo aumentar a eficácia na gestão da emergência médica pré-hospitalar”, responsabilidade deste organismo.

“Tratou-se sempre de equacionar medidas temporárias que permitissem racionalizar a complementaridade existente entre as ambulâncias do INEM e dos seus parceiros – sobretudo corporações de bombeiros mas também delegações da Cruz Vermelha Portuguesa - no Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), entidades com as quais o INEM tem estabelecidos protocolos de colaboração e de entreajuda e que constituem um recurso valioso na prestação de cuidados de emergência médica à população, assegurando atualmente a maior parte da resposta do SIEM”, lê-se no comunicado.

De acordo com este instituto, o SIEM, que é “o sistema que dá resposta às necessidades do cidadão em casos de acidente ou doença súbita, é composto por um conjunto muito alargado de meios de emergência, encontrando-se ao serviço das populações, atualmente, um total de 622 meios de emergência”.

A mesma nota indica que “os reajustamentos equacionados inicialmente seriam apenas aplicados a 15 das 56 AEM do INEM, meios de emergência tripulados por Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH), e em locais onde a resposta a situações de emergência médica pré-hospitalar seria garantida, de forma eficiente, pelos parceiros do INEM”.

“Os parceiros do INEM, designadamente as Corporações de Bombeiros e as delegações da CVP, asseguram já, com elevada qualidade e competência, mais de 80% dos serviços de emergência médica em todo o território de Portugal continental”.

Além de garantir que “não se verificará o encerramento de qualquer meio de emergência do instituto”, o INEM recorda que anunciou recentemente a abertura, até ao final de 2017, de mais 20 ambulâncias em corporações de bombeiros, completando assim a cobertura de todos os concelhos do país com uma ambulância do INEM, e a abertura de mais quatro ambulâncias em concelhos onde já existe ambulância INEM.

“O INEM anunciou ainda um plano para renovação da sua frota a cinco anos que prevê a renovação, ainda em 2017, de 41 ambulâncias”, lê-se na nota.

O PSD anunciou entretanto que requereu à Comissão de Saúde que delibere ouvir o ministro da Saúde, “com caráter de urgência, a propósito do anunciado fecho dos meios de emergência do INEM”.

“A referida reorganização consiste num verdadeiro racionamento dos meios de emergência do INEM, na medida em que o governo pretende que deixem de funcionar no horário noturno um total de 13 ambulâncias a nível nacional”, lê-se na nota do grupo parlamentar do PSD.

Segundo os sociais-democratas, “está em causa o fecho do horário noturno das ambulâncias sedeadas, designadamente dos municípios de Amadora, Anadia, Aveiro, Chaves, Covilhã, Espinho, Guimarães, Maia e Ovar”.

“Será igualmente reduzido o funcionamento desses meios de emergência nos municípios de Lisboa e do Porto e, bem assim, alterados os horários de funcionamento das ambulâncias de emergência médica de Sacavém, do Seixal e de Almada para turnos intermédios”.

O PSD repudia esta intenção do Governo e opõe-se “frontal e totalmente, para mais quanto é certo que, na anterior legislatura, o INEM teve a sua capacidade e disponibilidade no transporte de doentes urgentes significativamente reforçadas”.

Dia 7 de maio em Lisboa
O Síndrome de Dravet é uma doença rara, de origem genética que se manifesta como uma epilepsia grave, progressiva e incapacitante.

A Corrida Saúde + Solidária, a maior corrida universitária do país, que se realiza no próximo dia 7 de maio, a partir das 17h00 em Lisboa (Alameda da Cidade Universitária) vai apoiar a Dravet Portugal, contribuindo para a investigação na área do Síndrome de Dravet. As inscrições estão a decorrer até dia 3 de maio. Para apoiar o Síndrome de Dravet no ato da inscrição deverá ser escolhida a Dravet Portugal como a instituição a apoiar (http://dravet.pt/).

Patrícia Fonseca, presidente da Dravet Portugal explica: “o Síndrome de Dravet é uma doença rara identificada apenas em 1978. Ainda há muito para investigar e muito trabalho a fazer para a divulgação da doença e das suas características. A parceria com entidades que, através de iniciativas solidárias, apoiam a Dravet Portugal e, consequentemente, a divulgação e a investigação nesta área é, sem dúvida, um contributo muito importante porque, quanto mais conhecimento houver, maior será o número de pessoas que poderemos ajudar.”

Organizada pela Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa, no âmbito do seu Departamento Desporto e Bem-Estar, a Corrida Saúde + Solidária é uma iniciativa sem fins lucrativos que alia a promoção da saúde com a vertente solidária, nomeadamente através do apoio a instituições ligadas à área da saúde. De entre as quatro instituições apoiadas pela IV edição da Corrida, cabe ao participante escolher qual a que pretende apoiar, selecionando-a no momento da sua inscrição.

A Corrida Saúde + Solidária tem 3 provas distintas, tendo todas o mesmo local de partida - a Alameda da Cidade Universitária - e de chegada - o Estádio de Honra do Estado Universitário. Os atletas podem escolher entre a realização da caminhada (4km) ou das corridas (7km ou 10km) - que incluem controlo de tempo por chip, cada uma com o seu percurso distinto.

As inscrições estão a decorrer até dia 3 de maio através das instituições apoiadas (http://dravet.pt/) e do Hospital de Santa Maria/Faculdade de Medicina de Lisboa. O preço da caminhada 4 km é de 8€, a corrida de 7 km tem um valor de 13€ e a corrida de 10km 14€. As corridas têm partida marcada para as 17h30 e a caminhada às 17h00.

Mais informação sobre os percursos: http://www.corridasaudesolidaria.com/os-percursos

Sobre o Síndrome de Dravet
O Síndrome de Dravet (SD), também conhecido como Epilepsia Mioclónica Grave da Infância, é uma doença rara, de origem genética, que se manifesta como uma epilepsia grave, progressiva e incapacitante. Acompanhada por um importante atraso no desenvolvimento psicomotor, caracteriza-se pela ocorrência de crises epiléticas de diversos tipos, não controláveis com os fármacos disponíveis até ao momento.

O Síndrome de Dravet manifesta-se no primeiro ano de vida, é frequentemente confundido com convulsões febris ou com outras epilepsias e regista uma maior incidência de morte súbita inesperada na epilepsia - 15% das crianças com este síndrome morre antes de atingir a adolescência. Cada criança pode registar múltiplas convulsões por dia, com duração variável (de 1 minuto até várias horas ou até entrar em coma), quer acordada quer durante o sono. O acompanhamento de um paciente com Síndrome de Dravet é permanente, 24h/dia."

Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção
Estima-se que 4% da população adulta seja hiperativa.

A Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) é uma doença neuropsiquiátrica crónica que se carateriza pelo excesso de atividade motora, impulsividade e/ou desatenção, em maior frequência e gravidade do que habitual, perturbando negativamente a capacidade para estudar, trabalhar ou ter relacionamentos familiares e sociais. Estima-se que afete entre 5 a 7 por cento das crianças em idade escolar e cerca de 4 por cento dos adultos.

Usualmente a doença é identificada e tratada na infância. Contudo existem casos em que a doença persiste na idade adulta e casos em que o diagnóstico só surge nessa altura. O diagnóstico precoce ou reconhecimento da doença na vida adulta é fundamental para evitar consequências mais graves.

As pessoas com PHDA habitualmente demonstram, na vida adulta, uma atividade mental incessante, sensação de inquietação (por exemplo têm as mãos e pés inquietos quando estão sentados), dificuldade em manter a atenção na leitura ou na televisão, fraca concentração e incapacidade para se envolver em atividades calmas ou sedentárias. 

Os adultos hiperativos são irrequietos, falam excessivamente, sentem-se oprimidos, têm baixa tolerância à frustração, rápidas variações de humor, desorganização (de tempo, dinheiro, no lar, no trabalho) e procuram sensações fortes e de gratificação imediata, o que pode resultar em comportamentos “viciantes”, como abuso de drogas, álcool, jogos e internet.

De acordo com um estudo realizado em Portugal, em 2013, cerca de 75 por cento dos adultos com PHDA apresenta pelo menos uma outra perturbação psiquiátrica como depressão, ansiedade, dificuldades específicas de aprendizagem, abuso/dependência de substâncias ou perturbações do sono.

O diagnóstico, tratamento e acompanhamento adequado pode ajudar os adultos a gerir a PHDA, reduzindo o impacto negativo nas suas vidas. Infelizmente, em Portugal, a resposta do Sistema Nacional de Saúde para os adultos com PHDA é ainda muito escassa, quer pelo reconhecimento relativamente recente desta doença, quer pela própria negação da mesma por muitos psiquiatras de adultos.

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Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar
Foram detetados 774 tipos de pesticidas em 84 341 amostras. A grande preocupação da Quercus e da Deco são os chamados cocktails...

Sabe quantos pesticidas comeu hoje? Provavelmente mais do que imagina. Um estudo feito pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, que analisou mais de 84 mil amostras de alimentos em 2015, revelou que 97,2% tinham vestígios de pesticidas, embora dentro dos limites legais. Apesar de a EFSA considerar que o risco para a saúde dos consumidores continua baixo, a Quercus e a PAN-Europe estão preocupadas, sobretudo com os resíduos múltiplos, já que 28% dos alimentos apresentavam vestígios dos chamados "cocktails de pesticidas".

Entre a percentagem de comida europeia com vestígios (97,2%), 53,3% estava "livre de resíduos quantificáveis" - o que não quer dizer que estivesse isenta - e 43,9% tinham resíduos "não superiores aos limites legais". Bananas, passas e pimentos eram os alimentos com mais pesticidas, numa análise que também incluiu sumo de laranja, beringelas, brócolos, ervilhas, azeite, trigo, manteiga e ovos. Três quartos das amostras tinham origem na UE e as restantes em países terceiros, e 5,6% destas apresentavam resíduos acima dos limites europeus, uma percentagem que na UE é de 1,7%.

Para a Quercus, as conclusões da EFSA, que considera que o risco para a saúde dos consumidores permanece baixo, são "um engano para os europeus", sobretudo devido aos cocktails. "O que seria desejável é resíduo zero. Os efeitos múltiplos são mais uma preocupação, na medida em que não são totalmente conhecidos os efeito sinérgicos e/ou cumulativos, havendo no entanto indícios bastante preocupantes nos estudos existentes", diz ao Diário de Notícias Paula Silva, da Quercus, que lamenta o facto de a EFSA ter deixado de publicar os números de pesticidas por amostra.

Esta é também uma das principais preocupações da Deco, que nos últimos anos fez vários estudos sobre o tema. "Já não se encontram valores acima do limite máximo permitido e já há produtos livres de pesticidas. Mas encontramos várias misturas e não sabemos qual o efeito que têm sobre o consumidor", adianta Dulce Ricardo, do departamento de alimentação.

A longo prazo, os pesticidas podem provocar efeito nefastos no organismo. Num artigo de opinião publicado neste mês no Diário de Notícias, o médico José Miguel de Freitas alertou para alguns perigos de doses elevadas de pesticidas: "Este cocktail químico influencia-nos através de uma redução da fertilidade, de um aumento de alguns tipos de tumores, do aparecimento de diabetes mellitus e da obesidade."

Ao Diário de Notícias, a nutricionista Cláudia Cunha diz que, para fugir ao consumo de pesticidas, o ideal "é optar pelos alimentos biológicos". Embora, como revela Dulce Ricardo, já tenham sido encontrados vestígios destes produtos em alguns alimentos ditos biológicos. Em qualquer caso, destaca Cláudia Cunha, é importante que haja "uma boa lavagem com água" e que os alimentos sejam descascados. Como é na casca que está a fibra, a autora do blogue Nutrição e Companhia propõe "fazer uma mini-horta em casa".

Ressalvando que desconhece o relatório da EFSA, João Dinis, da Confederação Nacional da Agricultura, acredita que "será fidedigno". Em Portugal, sublinha o dirigente, "fizeram-se grandes melhorias neste campo nos últimos anos". "Para o bem e para o mal, os produtos de tratamento, controlo de pragas e doenças são caros, um fator que é inibidor para os pequenos e médios produtores", explica. Acredita, no entanto, que "é na agroindústria intensiva que há excessos", porque "não existem problemas económicos".

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