Oncologista
Os cancros do pulmão e do pâncreas são os que têm menor sucesso terapêutico e são, por isso, o maior desafio para os...

A análise é do oncologista José Luís Passos Coelho, anfitrião do Congresso Clínico Internacional Leaping Forward Oncology que, entre terça-feira e sábado vai reunir em Lisboa perto de 200 especialistas em oncologia, dos quais 140 estrangeiros e alguns dos mais conceituados especialistas mundiais.

José Luís Passos Coelho, diretor do Departamento de Oncologia do Hospital da Luz, que organiza o congresso, disse que os resultados no tratamento das doenças oncológicas em Portugal são “muito bons, em comparação com os restantes países europeus”.

“Estamos claramente muito bem posicionados no sucesso terapêutico, comparados com os países mais ricos e desenvolvidos da Europa”, afirmou.

O oncologista referiu que, desde 1990, o sucesso do tratamento do cancro tem vindo a melhorar para todos os cancros em geral.

“O que vai acontecer e as expetativas e estudos demonstram é que nos próximos 10, 20, 30 anos existirão mais cancros, mas as pessoas viverão mais tempo com a doença e terão mais probabilidade de serem curadas da doença e algumas doenças têm registado saltos terapêuticos fenomenais”, disse.

Apesar das boas notícias, permanecem alguns cancros com menor sucesso terapêutico e que são verdadeiros desafios para os clínicos, como os tumores do pulmão e do pâncreas.

“São os maiores desafios, porque são tumores com tendência a apresentar-se na altura do diagnóstico em fases relativamente avançadas”, explicou.

Para José Luís Passos Coelho, a patologia oncológica é e será “uma patologia para os próximos anos, na medida em que, e isto é bom, só reflete que se vive muito mais do que há alguns anos atrás”.

“As doenças oncológicas são sobretudo doenças do envelhecimento. Quer dizer que vamos pagar o preço de viver mais com maior incidência de doenças oncológicas, embora o cancro possa afetar pessoas de todas as idades e um terço dos cancros ocorra em pessoas com menos de 65 anos”.

O médico sublinhou os avanços registados no conhecimento da doença que têm permitido “o desenvolvimento de um número cada vez maior de fármacos para tratar vários tipos de cancro”.

“Hoje em dia, conhece-se o mecanismo que está errado no funcionamento da célula, qual é a cadeia de produção que não está boa e desenha-se um fármaco para intoxicar, bloquear essa via anómala. Muitos dos fármacos que estão neste momento em estudo ou em aplicação terapêutica resultaram de um desenho específico para aquele objetivo”, disse.

“Felizmente, temos contado com enormes áreas em que esse sucesso tem sido marcadíssimo”, concluiu.

Provedor de Justiça
O provedor de Justiça, José de Faria Costa, defende a criação e implementação de um plano nacional de saúde mental para o...

Em entrevista, quando se aproxima o fim do seu mandato, o provedor de Justiça alertou que o problema da saúde mental dentro do sistema penitenciário é “verdadeiramente um problema real”, para o qual é preciso olhar de uma “forma muito firme e determinada” com vista a encontrar uma solução.

“Há uma profundíssima necessidade de fomentar um plano nacional de saúde mental no sistema penitenciário e nos sistemas de limitação de liberdade, também para os centros educativos”, defendeu, apontando que a saúde mental de um adolescente não se compara com a de um adulto ou de quem já está na fase da velhice.

José de Faria Costa frisou que o ambiente prisional é revelador de uma “grande fragilidade”, não só em relação aos reclusos, mas também aos guardas prisionais, sublinhando que um estabelecimento prisional é um microcosmos “absolutamente distinto” de tudo o que se possa imaginar.

“A isto acresce uma crise económica brutal nestes últimos tempos, que se refletiu na nossa vida comunitária do dia-a-dia e que se refletiu também dentro dos próprios estabelecimentos prisionais”, adiantou, acrescentando que isso teve consequências desde a alimentação, à educação ou à saúde.

Especificamente no que diz respeito à saúde nos sistemas prisionais, destacou o problema da saúde mental como algo “complexo” e “extremamente difícil” de resolver.

A propósito dos estabelecimentos prisionais, o provedor de Justiça adiantou que no ano passado iniciou um roteiro pelas prisões, enquadrado no seu trabalho como Instituição Nacional de Direitos Humanos, mas também como Mecanismo Nacional de Prevenção, organismo através do qual Portugal responde perante as Nações Unidas e que serve para examinar as condições a que estão sujeitas as pessoas privadas de liberdade.

Nesse sentido, visitou dez estabelecimentos prisionais em 2016 e mais três em 2017, dentro de um périplo que englobou 53 locais com espaços de detenção, desde aeroportos, hospitais psiquiátricos, centros de detenção dos tribunais ou carrinhas celulares.

Fazendo um retrato dos problemas dos estabelecimentos prisionais, José de Faria Costa escolheu a sobrelotação das prisões como um dos que o mais preocupa, apontando que os “governantes têm consciência”, mas “ainda não houve vontade política para resolver este problema”.

À parte disso destacou também a alimentação ou a reinserção social, “outra problemática muito interessante e muito complexa”, que em conjunto “faz uma amálgama de problemas de extrema complexidade, que precisa obviamente de investimento”.

Defendeu, por isso, que, se houvesse uma sociedade mais equilibrada, com uma menor diferenciação em termos sociais, o problema criminal diminuiria.

Entre os estabelecimentos prisionais que visitou, o provedor de Justiça destacou os de Ponta Delgada, de Lisboa e de Coimbra como aqueles que “mostram fragilidades brutais”.

8 de maio - Dia Mundial do Cancro do Ovário
Cerca de 30 mulheres morrem em média todos os meses em Portugal com cancro do ovário, a oitava doença oncológica mais mortal no...

Os especialistas alertam que os sintomas do cancro do ovário são silenciosos e muitos deles podem ser confundidos com alterações naturais do organismo, o que torna a deteção precoce da doença muitas vezes difícil.

Inchaço abdominal, alterações intestinais, desconforto ou dor pélvica, perda de apetite, dores lombares ou alterações urinárias estão entre os sintomas da doença, segundo uma informação de diversos peritos preparada a propósito do Dia Mundial do Cancro do Ovário, que se assinala hoje.

Entidades como a Sociedade Portuguesa de Oncologia ou a Liga Portuguesa Contra o Cancro alertam que é fundamental detetar estes tumores antes que se disseminem, uma vez que as mulheres tratadas em fase inicial têm maior probabilidade de sobrevida a longo-prazo.

Contudo, não há atualmente testes de rastreio eficazes para o cancro do ovário, embora decorram vários estudos científicos para ajudar a determinar o tumor na sua fase inicial.

Assim, o diagnóstico só pode ser obtido através dos sinais e sintomas e de testes sanguíneos, exames internos e externos do abdómen, TAC ou ressonância magnética e nalguns casos através de laparoscopia.

Os tratamentos passam essencialmente pela cirurgia, que é considerada a primeira linha na maioria dos casos, embora também a quimioterapia possa ser recomendada.

Em Portugal, o cancro do ovário é o nono cancro mais comum nas mulheres e o oitavo mais mortal, levando à morte de uma média de 380 mulheres todos os anos.

Provedor de Justiça
O provedor de Justiça entende que deveria haver uma resposta específica para idosos com problemas mentais que estão detidos,...

Em entrevista, na reta final do seu mandato à frente do órgão de Estado, José de Faria Costa sublinhou que tem o dever de perceber os sinais dos tempos e de alertar, destacando que a população envelheceu e a população das prisões também.

Como consequência, surgem também os problemas mentais próprios do envelhecimento, algo que provocou “amargura e tristeza profunda” no provedor quando ainda era presidente do Conselho Superior de Magistratura e que o levou a escrever uma carta onde dava conta de ter visto “pessoas de 80 e 90 anos, que já estão para além do bem e do mal”.

“Eu não estou a dizer que estas pessoas possam ou devam sair do sistema prisional. O que eu digo é que é incompreensível, sob o ponto de vista humano e sob o ponto de vista dogmático, alguém estar a cumprir uma pena quando já não sabe o que é uma pena, nem sabe onde está, nem sabe se é de manhã ou se é de tarde”, defendeu.

Para José de Faria Costa é muito claro que não é ao provedor de Justiça que cabe apresentar uma solução para o problema, já que não legisla, não governa e não julga, mas lembrou mais uma vez que tem o dever de alertar.

O provedor de Justiça admite, por isso, que, tal como os jovens até aos 16 anos são considerados inimputáveis, essa possibilidade poderia também ser aplicada no casos de idosos em que fosse “absolutamente claro do ponto de vista científico que aquela pessoa já estava numa situação de inimputabilidade”.

“Quando cometeu o crime era imputável, quando começou a cumprir pena era imputável, mas depois houve um momento em que se tornou inimputável. Que sentido tem essa pessoa continuar no sistema prisional. Nenhum”, afirmou.

José de Faria Costa entende que se trata de um problema nacional, para o qual a sociedade é muito lenta na busca por uma solução.

“Sobretudo o que me custa admitir como penalista e como cidadão é ter pessoas [nas prisões] que já não percebem qual é o sentido da pena, já não sabem onde estão”, acrescentou.

Dados da Direção-geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), de finais de 2016, davam conta de mais de 350 reclusos com mais de 65 anos, metade dos quais presos pela primeira vez depois dos 60 anos, um número que representa um aumento de mais de 62% entre 2011 e 2016.

De acordo com a DGRSP, o recluso mais velho tinha 90 anos e estava numa instituição psiquiátrica não prisional, sendo que, em contexto de estabelecimento prisional, o mais velho tinha 89 anos, além de outros dois com 88 anos e de mais dois com 87 anos.

Pais
O presidente reeleito da Confederação Nacional das Associações de Pais, Jorge Ascensão, afirmou que a “Baleia Azul” não é um...

Em declarações em Cabeceiras de Basto, à margem da Assembleia Geral da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), em que foi reeleito presidente, Jorge Ascensão acrescentou que o surgimento da “Baleia Azul” vem reforçar a necessidade de os pais acompanharem os filhos quando eles “navegam” na internet.

“Baleia Azul não é um jogo. Temos de parar de chamar a isto um jogo”, referiu, considerando tratar-se de uma aplicação atentatória da segurança física e mental de crianças e jovens e que, “ainda por cima, convida, no limite, ao suicídio”.

Para Jorge Ascensão, trata-se de uma iniciativa promovida por alguém, “provavelmente, num estado de espírito desequilibrado e louco”.

“Não sei que gozo é que isso traz, mas também ninguém percebe o gozo de muitos atos de terrorismo e outros que, por vezes, os cidadãos cometem”, referiu.

Por isso, o presidente da CONFAP apela aos pais para acompanharem de perto os filhos quando eles estão na internet e para pedirem ajuda, caso notem algo de anormal ou de estranho.

Na sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu atribuir ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) a direção da investigação e exercício de ação penal de todos os inquéritos relacionados com o jogo da "Baleia Azul".

Numa nota, a PGR adianta que esta decisão surgiu "na sequência da análise e recolha de elementos relativos ao designado jogo da ‘Baleia Azul’ e face à gravidade das respetivas consequências, da sua repercussão social e da especial sensibilidade e complexidade de que se reveste a investigação".

A PGR adianta que nestas investigações, o Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3) da Polícia Judiciária, "num trabalho de estreita colaboração acordado entre as duas entidades".

O jogo "Baleia Azul" terá começado numa rede social da Rússia, onde suicídios de mais de uma centena de jovens podem estar relacionados.

Também já foi associado a casos de suicídio de jovens no Brasil.

Em Portugal, um adolescente de Sines foi recentemente transportado para o Hospital de Setúbal por cortes num braço, que fontes dos bombeiros e da GNR relacionam com o "Baleia Azul".

O jovem de 15 anos "desenhou" uma baleia num braço com um objeto cortante, uma das tarefas do jogo, disse fonte dos bombeiros.

Este caso foi comunicado ao Tribunal de Família e de Menores e ao procurador de Família e de Menores de Santiago do Cacém.

Na terça-feira, uma adolescente deu entrada no Hospital de São João, no Porto, com “sinais de automutilação” e a Polícia Judiciária está a investigar o caso, suspeito de estar relacionado com o jogo “Baleia Azul”.

Outra situação foi a de uma jovem de 18 anos, que foi assistida pelos bombeiros de Albufeira, Algarve, na semana passada, num caso também alegadamente relacionado com o jogo.

Entretanto, o Ministério Público tem em curso três inquéritos, nas comarcas de Setúbal, Portalegre e Faro, relacionados com o jogo na Internet "Baleia Azul", que estimula a automutilação e o suicídio.

Radioterapia
O Governo informou que está a criar um modelo na Radioterapia do Serviço Nacional de Saúde que vai evitar grandes deslocações e...

O secretário de Estado da Saúde exemplificou com a Região Centro, que vai ganhar um serviço em Viseu, até agora inexistente naquela zona do país, e com Coimbra, que recentemente conquistou uma nova licença para um equipamento, elevando-se assim para três os aceleradores lineares (utilizados em medicina para tratamento de tumores com uso de radioterapia) no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Manuel Delgado falava à margem de visitas realizadas ao serviço de Radioterapia do CHUC e ao Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra Francisco Gentil.

O secretário de Estado sublinhou que o Governo pretende que o doente se desloque menos, admitindo que na região Centro ainda há deslocações penalizadoras, que serão atenuadas com o serviço em Viseu.

Manuel Delgado elogiou, por outro lado, a Radioterapia de Coimbra, revelando que os seis equipamentos existentes na cidade (três no CHUC e três no IPO) são os que apresentam maior rentabilidade a nível nacional, com mais exames por equipamento e praticamente sem tempos de espera.

O secretário de Estado sublinhou igualmente que o Governo está atento às estatísticas das doenças oncológicas e que, por isso, está a pensar a longo prazo com este investimento no setor.

Os números apontam para um crescimento de 1,5% ao ano do número de doentes com necessidades radioterapêuticas.

O presidente do CHUC, José Martins Nunes, explicou também que a entrada em funcionamento do terceiro acelerador linear nos Hospitais de Coimbra é uma grande notícia para os doentes e também para a cidade, região e Serviço Nacional de Coimbra, depois de um processo muito rigoroso e profundo por parte dos organismos que permitiram a atribuição de licença para este equipamento.

Miguel Jacobetty, um dos responsáveis pelo serviço de Radioterapia do CHUC, explicou que o licenciamento do terceiro acelerador e a sua entrada em funcionamento permitirá uma maior rapidez no tratamento e outras comodidades aos doentes.

Já no IPO, Manuel Delgado – que caracterizou a unidade hospitalar como uma pérola no panorama nacional - observou o equipamento de Tomoterapia, único no país – o mais próximo está localizado em Bruxelas – e que permite tratamentos mais extensos e com grande precisão, diminuindo em larga escala os efeitos secundários da Radioterapia.

Nesta unidade, que e viu o nome de Manuel António L. Silva perpetuado no Hospital de Dia (foi presidente do Conselho de Administração de 1991 a 1993, e de 1995 a 2016), existem mais dois aceleradores lineares convencionais, que serão substituídos até final do ano, num investimento de cinco milhões de euros com capitais próprios do IPO e de fundos europeus.

José Tereso, presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) reforçou a ideia do Governo de que o foco está no doente e defendeu a importância da partilha de recursos e equipamentos na região.

O vogal do Conselho de Administração do IPO, Carlos Santos, revelou que a estrutura tem em curso um investimento de 36 milhões de euros (ME), com 22 deles destinados a um novo edifício para áreas cirúrgicas.

O responsável destacou o equipamento de Tomoterapia (investimento de 2,5 ME; num total em Radioterapia de 4,5 em 2016), um aumento de 3,7 milhões de euros no capital estatutário, a ampliação do edifício de oncologia médica (1,7 ME) e os cinco milhões a investir em dois novos equipamentos ainda este ano.

ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica instaurou 13 processos de contraordenação por venda de bebidas alcoólicas a...

De acordo com um comunicado da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), as operações foram realizadas, entre 30 de abril e 01 de maio, através da Unidade Regional do Sul e incidiram na fiscalização da comercialização e disponibilização de bebidas alcoólicas a menores em recintos festivos.

“Como resultado destas ações, que decorreram em Beja, Estremoz e Cartaxo, foram fiscalizados cerca de 50 operadores económicos, tendo sido instaurados 13 processos de contraordenação por venda e disponibilização de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos”, informa a ASAE, acrescentando que foram ainda identificados 29 jovens com idades entre os 13 e os 17 anos.

A ASAE instaurou mais quatro processos de contraordenação a operadores económicos da restauração, a operar nos referidos recintos, por não terem o sistema obrigatório de gestão e controlo da segurança alimentar, por falta de rotulagem e por falta de rastreabilidade em produtos alimentares, “tendo neste último caso sido apreendidos 138 queijos, bem como rótulos avulso (estes por uso indevido) utilizados para colocação junto ao produto/queijo quando apresentado ao cliente, já empratado, no serviço à mesa”.

No âmbito destas intervenções, a ASAE instaurou também um processo-crime por usurpação, à entidade organizadora de um evento, com apreensão de uma obra musical.

Psiquiatras alertam
A associação de psiquiatras da infância alertou para a necessidade de os meios de comunicação social pararem com os conteúdos...

Num comunicado, a Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e da Adolescência (APPIA) afirma assistir “com preocupação” à forma como o fenómeno “Baleia Azul” – fenómeno na Internet que estimula a automutilação e o suicídio - tem sido “tratado nos meios de comunicação social, com recurso a conteúdos sensacionalistas (que chegam a incluir imagens de cortes)”.

“Queremos manifestar o nosso claro desacordo com este tipo de tratamento e difusão da informação”, afirma a direção da associação, presidida por Teresa Goldschmidt, coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência e Saúde Mental Infantil e Juvenil do Hospital de Santa Maria.

Segundo os psiquiatras, o tratamento noticioso que está a ser dado a comportamentos autolesivos em jovens está “em clara contradição com as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde]”.

Essas normas, já transpostas para o Plano Nacional de Prevenção do Suicídio, desaconselham “a linguagem sensacionalista” e recomendam “o evitar de imagens e de descrições explícitas dos métodos usados para atos suicidários e/ou comportamentos autolesivos”.

A razão prende-se com a propensão para a imitação que tais comportamentos geram nos outros.

“Os comportamentos autolesivos (tanto os suicidários como os não suicidários – vulgo “cortes”, “automutilações”) são altamente propensos a fenómenos de contágio e imitação, sobretudo em jovens adolescentes, podendo gerar verdadeiras ‘epidemias’”, alerta a associação.

Estes profissionais de saúde mental vão ainda mais longe e mostram-se convencidos de que isso já está a acontecer, “gerando uma onda de pânico nos familiares, cuidadores e comunidade, que não está a ser fácil de conter, e que potencia o fenómeno”.

“Face a esta situação, é essencial que os meios de comunicação social tenham uma atuação responsável, no sentido de minimizar (ou pelo menos não agravar) o efeito de contágio em curso, evitando usar expressões e projeção de imagens que glorifiquem ou reforcem esse efeito”, afirma a associação.

Os psiquiatras infantis reforçam ainda a ideia de que “a ‘baleia azul’ não é um jogo (num jogo ganha-se ou perde-se)”, desincentivando o uso deste termo, que pode ser considerado apelativo ou desafiador pelos jovens.

Na verdade – especificam -, a “Baleia Azul” é “um esquema de manipulação e abuso de menores e, como tal, deve insistir-se em não lhe chamar um jogo ou um desafio, uma vez que esses termos mais não são que engodos para cativar adolescentes mais influenciáveis e ingénuos”.

A APPIA lança ainda um repto às autoridades, assinalando que o “esquema baleia azul” é “um crime que exige a atuação” policial e judicial.

A associação lembra que “como em todas as situações de comportamentos predatórios, os mais suscetíveis são os mais frágeis, ou seja, os adolescentes mais imaturos, influenciáveis e sugestionáveis”.

Direção-Geral da Saúde
O número de casos confirmados de sarampo em Portugal este ano subiu para 27, divulgou a Direção-Geral da Saúde, que recebeu 123...

O balanço anterior, de terça-feira, dava conta de 25 casos confirmados de sarampo e 114 notificações desde 01 de janeiro.

O boletim epidemiológico hoje divulgado, e referente à semana de 01 a 06 de maio, adianta que os casos confirmados se concentram nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo (19), onde se registou a única morte até à data, Algarve (7) e Norte (1).

A Direção-Geral da Saúde (DGS) admite "a possibilidade da transmissão no Algarve estar controlada", mas não exclui "a possibilidade de surgirem novos casos na região de Lisboa e Vale do Tejo", apesar de antecipar que a epidemia de sarampo em Portugal "não terá grande expressão em termos de magnitude".

Dos casos confirmados, 17 reportam-se a adultos com idade igual ou superior a 18 anos, registados em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve. No Norte, o único caso verificou-se numa criança da faixa etária entre 1 e 4 anos, não vacinada e com internamento seguido de alta médica.

De acordo com o boletim, o sarampo levou já este ano ao internamento de 13 pessoas, todas com alta. Dos 27 casos confirmados, 17 não tinham a vacina.

Nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve, o sarampo foi confirmado em 12 profissionais de saúde, sendo que oito estavam vacinados. A DGS entende que "a incidência em profissionais de saúde impõe a adoção de medidas específicas a conduzir no âmbito dos serviços de saúde ocupacional".

Em Lisboa
A criação de um sistema de financiamento dos cuidados de saúde assente no valor que estes produzem para o doente é uma das...

Composto por 60 pessoas, entre os 21 e os 40 anos, de origens geográficas e percursos curriculares variados, o ‘Health Parliament Portugal’ é uma iniciativa que visa refletir sobre o futuro da saúde em Portugal e produzir recomendações.

Os trabalhos, que terminam a 30 de junho, foram iniciados em janeiro com a realização do primeiro plenário. No segundo plenário, que se realiza, no sábado, na Fundação Calouste Gulbenkian, os "deputados" - entre os quais médicos, farmacêuticos, investigadores, economistas, psicólogos – vão debater e votar várias recomendações para melhorar a saúde no país.

Em declarações o presidente da Comissão "O Cidadão no Centro da Decisão”, João Marques Gomes, avançou ”as cinco grandes recomendações” que vão ser votadas, entre as quais “medir os cuidados de saúde com base no valor que eles produzem para o doente”.

Em termos práticos passa por avaliar, por exemplo, o impacto de um ato cirúrgico ou de uma consulta na saúde do doente.

Segundo o investigador, esta proposta pressupõe uma mudança do paradigma, de passar a financiar o sistema por resultados das instituições.

“Os profissionais de saúde passam a saber quais são as melhores práticas” e os gestores podem “montar um sistema de financiamento dos cuidados, premiando o bom desempenho”, explicou.

Para os doentes também “é excelente porque passam a saber qual é o hospital ou até o médico que segue essas boas práticas e que tem os bons resultados”, adiantou o investigador da Nova School of Business and Economics (faculdade de economia e gestão da Universidade Nova de Lisboa).

Outra proposta relaciona-se com o “percurso do cidadão no sistema de saúde”, que inclui a criação de um registo único do doente e a definição de um gestor do percurso do doente.

“Temos que conhecer o percurso do cidadão para podermos agir em função das suas necessidades”, explicou João Marques Gomes.

“Humanizar os médicos”, através da formação, é outra das recomendações, que inclui propostas como a reformulação dos currículos pré e pós graduados dos profissionais da saúde.

“Temos médicos que são barras nos conhecimentos científicos”, mas ninguém os ensinou a lidar com pessoas, disse o responsável, defendendo também o envolvimento dos doentes nos processos formativos e de avaliação destes profissionais.

Os "deputados" propõem também aumentar a literacia em saúde da população, recomendando que todas as estratégias e campanhas de prevenção e promoção da saúde sejam pensadas estrategicamente para o seu público-alvo.

A capacitação das associações de doentes, com propostas como um manual de boas práticas para essas associações, é outra medida recomendada.

Os membros do “Parlamento da Saúde” estão divididos por seis comissões que analisam temas como “o doente no centro da decisão”, “Saúde Mental”, “Barreiras aos cuidados de saúde” e “Tecnologias de informação em Saúde”.

Para os ajudar, os "deputados" têm o apoio de um conselho consultivo e de um grupo de curadores composto por deputados à Assembleia da República e académicos.

A iniciativa começou no Reino Unido, passou pela Bélgica e no terceiro ano de existência o Health Parliament chegou a Portugal.

Programa Alimentar Mundial
A insegurança alimentar está na origem do aumento das migrações internacionais ao longo dos últimos anos, informa o Programa...

"Um aumento de 1% da insegurança alimentar no seio de uma população traduz-se em mais 1,9% migrantes", revela o estudo do Programa Alimentar Mundial (PAM).

A agência das Nações Unidas constata que se registou nos últimos anos um aumento das migrações em todo o mundo, estimando que o número de migrantes no planeta tenha alcançado os 244 milhões em 2015.

Entre eles, o número de pessoas sujeitas a "deslocações forçadas" atingiu no mesmo ano o nível recorde de 63 milhões de pessoas, incluindo "refugiados, pessoas deslocadas no interior de um mesmo país ou requerentes de asilo", precisou o PAM.

A agência sublinha também o “papel significativo" que a insegurança alimentar tem no desencadear de conflitos armados e na sua intensidade.

"Uma vez iniciada a viagem dos migrantes, a falta de emprego, juntamente com um acesso limitado à alimentação e à assistência humanitária constituem fatores agravantes que levam as populações a continuar a deslocar-se", escrevem os autores do relatório.

A análise do PAM mostra que a partida dos refugiados é influenciada pelos conflitos armados e, em menor escala, por catástrofes naturais ou fatores económicos.

"O que sugere que os refugiados não são migrantes económicos, como é muitas vezes dito no debate público", sublinha o PAM.

O relatório acrescenta que o número total de migrantes aumentou consideravelmente ao longo dos últimos 15 anos, mas a sua proporção em relação à população mundial ficou estável, em torno de 3%.

Em todo o país
A França anunciou hoje o fim da epidemia de gripe aviária que, desde o seu início, em novembro de 2016, afetou explorações de...

Num decreto publicado no diário oficial, o Governo francês indica que o nível de risco desta doença é "insignificante" em toda a França.

Esta doença afeta as aves mas muito raramente os mamíferos, incluindo os humanos.

Aquela constatação implica terminar um conjunto de restrições que tinham sido aplicadas para impedir a propagação da epidemia.

No entanto, está definida uma quarentena que se prolonga até 28 de maio e abrange 1.134 municípios nas regiões de Haute-Garonne, Gers, Landes, Pyrénées-Atlantiques e Hautes-Pyrénées, próximas da fronteira com Espanha.

A epidemia chegou a França através de aves migratórias e levou as autoridades a decidir o abate de milhões de patos e gansos.

Segundo a definição da Organização Internacional de Saúde Animal, a gripe aviária é uma doença viral muito contagiosa que afeta várias espécies de aves que fazem parte da alimentação humana, como o frango ou a codorniz, mas também outras domésticas e selvagens.

Em algumas situações, os mamíferos, como os seres humanos, podem igualmente contrair a gripe viária.

Em fevereiro, as autoridades sanitárias portuguesas confirmaram a deteção no Algarve de uma garça-real (Ardea cinerea) infetada com o vírus da gripe aviária (vírus influenza A do subtipo H5N8), que não se transmite aos humanos, mas pode passar para produções domésticas ou industriais de aves.

Por isso, na altura, foi decidido identificar explorações domésticas nas imediações do local onde foi encontrado o cadáver, um procedimento considerado normal, e proibir o comércio de aves em mercados rurais, a largadas de pombos, de espécies cinegéticas criadas em cativeiro, e caça com negaças vivas.

Portugal teve focos da doença em 2013 e também já tinha tido em 2007, quando foram infetadas explorações de aves nas zonas da Malveira e da Lourinhã.

Governo
O Centro de Saúde das Velas, em São Jorge, nos Açores, recebeu a certificação de qualidade, dispondo o arquipélago de mais de...

Uma nota do executivo açoriano adianta que entre os 17 centros de saúde do arquipélago, já foram também certificados os de Angra do Heroísmo, Praia da Vitória, na Terceira, Horta, no Faial, e Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel.

O processo de atribuição de acreditação das unidades de saúde dos Açores iniciou-se em fevereiro de 2016 com a certificação da Unidade de Saúde de Ilha do Faial.

Citado na nota do executivo açoriano, o secretário regional da Saúde manifestou satisfação pelo processo de certificação do Centro de Saúde das Velas, que "durante os próximos cinco anos vai ser acompanhado, de forma a cumprir o seu Plano de Melhoria Interna, tal como as restantes unidades que obtiveram a certificação".

“Neste momento, contando com os centros de saúde em processo final de certificação, já ascendem a mais de 50% as unidades de saúde certificadas na Região, o que é motivo de satisfação”, refere Rui Luís.

De acordo com o executivo, "o processo de acreditação rege-se por uma adequação constante dos procedimentos com base em padrões de referência em termos de boas práticas e estimula o trabalho em equipa, requerendo a participação e o envolvimento de gestores, profissionais de saúde e de todos os colaboradores da unidade".

“Esta distinção permite racionalizar recursos humanos e técnicos, aprofunda a confiança do utente nos serviços e contribui para a diminuição do risco clínico de utentes e profissionais”, sublinhou ainda o secretário regional da Saúde.

A secretaria regional refere ainda que "o estabelecimento de políticas de fomento da qualidade no sistema de saúde regional é crucial para a melhoria contínua dos cuidados prestados e consequente maior satisfação de utentes e profissionais", acrescentando que o Plano Regional de Saúde visa práticas que promovam um serviço de "excelência" na área.

Estudo
A grande maioria (93%) dos doentes com insuficiência cardíaca acompanhados em cuidados de saúde primários têm outras doenças...

Os doentes realizaram, em média, em 2014, cinco consultas com o médico de família e a quase totalidade consumiu medicamentos relacionados com a sua doença cardiovascular durante esse ano, adiantam as conclusões do estudo divulgado no Dia Europeu da Insuficiência Cardíaca, assinalado hoje.

Em contrapartida, cerca de um terço (35%) não realizou quaisquer exames médicos relacionados com a doença cardiovascular, no contexto do seu seguimento nos cuidados de saúde primários.

Realizado pelo Centro de Medicina Baseada na Evidência da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e pelo Centro de Estudos Aplicados da Católica Lisbon School of Business and Economics, o estudo envolveu 1,9 milhões de utentes que teve pelo menos uma consulta com o médico de família na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo durante 2014.

Deste universo de doentes, 25.000 (1,4%) estavam registados com o diagnóstico de insuficiência cardíaca, um valor que é cerca de 30% do esperado de acordo com a prevalência da doença em Portugal.

“A diferença pode ser explicada pelo facto do diagnóstico de insuficiência cardíaca não ter sido registado ou realizado (subdiagnóstico) em cuidados de saúde primários, ou ainda, pelo facto de o doente não ter tido nenhuma consulta com o seu médico de família durante 2014”, explica a investigação.

Analisando o perfil destes doentes, o estudo aponta que tinham uma idade média de 77 anos e mais de metade (58%) eram mulheres.

Mais de 90% tinha pelo menos uma outra doença relevante associada, sendo as mais frequentes a pressão arterial elevada (81%), diabetes (32%) e doença isquémica do coração (27%).

Em média, o custo de seguimento destes doentes nos cuidados de saúde primários foi estimado em 552 euros por ano, sendo a medicação o principal componente deste custo.

“O consumo de recursos foi mais elevado no grupo etário dos 70 aos 79 anos”, referem as conclusões do estudo.

A insuficiência cardíaca é uma situação clínica debilitante e potencialmente fatal, em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para todo o corpo.

Na maioria dos casos, ocorre porque o músculo cardíaco responsável pela ação de bombear o sangue enfraquece ao longo do tempo ou torna-se demasiado rígido.

Os sintomas podem ser muito debilitantes: dificuldade em respirar, pernas inchadas devido a acumulação de líquidos, fadiga intensa, tosse ou pieira, náuseas e aumento de peso devido à acumulação de líquidos.

“Contudo, tendo com conta as comorbilidades associadas, estes sinais e sintomas podem ser facilmente atribuídos a outra doença, levando a um subdiagnóstico da insuficiência cardíaca”, adianta o estudo que foi apresentado no Congresso Europeu de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Europeia de Cardiologia, que decorreu esta semana, em Paris, e divulgado hoje em Portugal.

Dia 08 de Maio
Sob o mote “Em todo o lado para todos” é assinalado, no próximo dia 08 de Maio, o Dia Mundial da Cruz Vermelha e do Crescente...

Só em Portugal, a Cruz Vermelha abrange cerca de 1 milhão de pessoas, criando comunidades mais seguras e fortes através de uma gama diversificada e inovadora de serviços adaptados às necessidades locais.

Do apoio domiciliário à teleassistência, passando pelos berçários e residências assistidas, são muitas as atividades e serviços que apoiam diariamente milhares de pessoas, de todas as idades e condições, um trabalho que conta com a dedicação incansável dos 10 mil voluntários da Cruz Vermelha Portuguesa.

Segundo Luís Barbosa, presidente nacional da Cruz Vermelha Portuguesa "os voluntários da Cruz Vermelha estão a trabalhar em praticamente todas as comunidades, oferecendo-lhes o seu compromisso, energia e tempo". Neste dia que assinala o aniversário do fundador do Movimento, Henry Dunant, há cerca de 189 anos atrás, Luis Barbosa reforça que “o Dia Mundial da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, 8 de Maio, é uma oportunidade para reconhecer o contributo e as realizações dos milhões de voluntários e funcionários em todo o mundo que estão a manter o nosso compromisso com a Humanidade todos os dias, garantindo que ninguém seja deixado para trás".

Em contextos complexos com vulnerabilidades crescentes, a nossa capacidade de chegar às pessoas carenciadas está constantemente a mudar, diz o presidente da Cruz Vermelha Portuguesa. "Mas os nossos voluntários e funcionários procuram encontrar soluções criativas e inovadoras para alcançar as pessoas vulneráveis e ajudá-las a prepararem-se para lidar com estes desafios. "

O trabalho do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, formado pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha, pela Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e por 190 Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, baseia-se em mais de 150 anos de ação humanitária.

Estudo
Uma jovem investigadora da Universidade de Oxford, no Reino Unido, criou a primeira retina com tecidos biológicos sintéticos,...

Até agora, toda a investigação sobre retinas artificiais, destinadas a devolver a visão a cegos, incidiu sobre materiais rígidos.

O novo estudo, liderado por Vanessa Restrepo-Schild, de 24 anos, é o primeiro a usar com sucesso tecidos biológicos gerados em laboratório, refere a universidade britânica em comunicado, realçando que, ao contrário dos implantes de retina artificial existentes, as culturas de células são criadas a partir de materiais naturais biodegradáveis.

Desta forma, o implante será menos invasivo do que um dispositivo mecânico e será menos provável que cause uma reação adversa no corpo.

Segundo a equipa de Vanessa Restrepo-Schild, a nova retina artificial, de dupla camada, imita praticamente uma retina humana.

A retina criada, mas ainda não testada em humanos, é composta por hidrogel (gel que tem água) e proteínas de membrana celular.

"O material sintético pode gerar sinais elétricos que estimulam os neurónios na parte detrás do olho, tal como o faz a retina natural", sustentou a investigadora, que patenteou a tecnologia.

Antes de testar em animais e em pessoas, Vanessa Restrepo-Schild pretende aperfeiçoar as funcionalidades da retina, nomeadamente o reconhecimento de cores, formas e símbolos.

Estudo
Cerca de 6.500 genes funcionam de maneira diferente em mulheres e homens, segundo investigadores de uma instituição israelita,...

Os médicos do instituto Weizmann analisaram cerca de 20 mil genes cuja informação é copiada para proteínas e identificaram cerca de 6.500 cuja atividade tendia mais para o sexo masculino ou feminino.

Por exemplo, genes que eram mais expressos na pele dos homens estavam relacionados com o crescimento dos pelos, genes que têm a ver com o desenvolvimento dos músculos estavam mais expressos nos homens e aqueles relacionados com o armazenamento de gorduras eram mais presentes nas mulheres.

Os investigadores Shmuel Pietrokovski e Moran Gershoni já tinham aflorado esta hipótese quando estudaram a infertilidade e verificaram o paradoxo de haver 15% de casais com diagnóstico de infertilidade, indicando uma prevalência alta, mas a seleção natural deveria eliminar precisamente este tipo de mutações que prejudicam a continuidade da espécie humana.

Mas a resposta é que a mutação nos genes que produzem espermatozoides prevalece precisamente porque só ocorre em metade da espécie, e é passada às gerações seguintes.

"O genoma básico é quase igual em todos nós, mas é utilizado de forma diferente no corpo e em cada indivíduo", afirmou Gershoni, assinalando que "a evolução funciona muitas vezes ao nível da expressão genética".

Paradoxalmente, os genes ligados ao género são aqueles em que "as mutações perniciosas são mais prováveis de passar para os descendentes, incluindo as que afetam a fertilidade".

Uma das conclusões do estudo é que é necessário compreender melhor as diferenças entre homens e mulheres nos genes que provocam doenças ou respondem a tratamentos, salientou.

Na pesquisa, os cientistas do instituto sedeado em Rehovot, no centro de Israel, descobriram ainda genes que se expressavam apenas no ventrículo esquerdo do coração das mulheres.

Um deles, que está relacionado com a absorção de cálcio, manifesta-se na juventude e vai diminuindo com a idade, o que leva os cientistas a pensar que protege as mulheres até à menopausa e depois leva a doenças cardíacas e osteoporose quando a sua atividade diminui.

Especialista
O presidente do Porto Vascular Conference, que se realiza hoje e no sábado, disse que atualmente “mais de 70% dos procedimentos...

“Muitas das intervenções são feitas por cateterismo, por via endovascular, são minimamente invasivos, com anestesia local e com tempos de internamento muito reduzidos, e isso é, obviamente, uma transformação enorme em relação à situação que se vivia há não muitos anos”, afirmou Armando Mansilha, docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Em declarações, a propósito do encontro que se realiza na Faculdade de Medicina do Porto, com a participação de cerca de 800 profissionais que trabalham na área, Armando Mansilha considerou tratar-se de “uma mudança de paradigma no tratamento do doente vascular, do ponto de vista cirúrgico e de intervenção”.

“Do ponto de vista mais médico, daquilo que tem a ver com a política do medicamento, quero realçar que teremos duas sessões exclusivamente dedicadas à utilização dos novos anticoagulantes orais de ação direta. Estes novos medicamentos são importante para várias especialidades, daí que sejam duas sessões, com envolvimento da medicina interna, da cardiologia, da neurologia, da oncologia médica, da medicina geral e familiar e da angiologia e cirurgia vascular”, salientou.

De acordo com o especialista, “são dois painéis, muito multidisciplinares e muito dedicadas à trombose e anticoagulação e à importância que têm em termos de mortalidade cardiovascular a nível mundial”.

“É uma doença que continua a matar, a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar matam, temos de tratar eficazmente em fase aguda para evitar a mortalidade e temos que também tratar eficazmente e com a duração certa para evitar que haja recorrências”, sublinhou.

Segundo explicou, o encontro “está muito vocacionado para a patologia vascular periférica, mas não é exclusivamente dedicado a médicos, é dedicado aos profissionais de saúde envolvidos em todo este processo do tratamento do doente vascular”.

“Está representada não só a angiologia e cirurgia vascular, mas também a medicina geral e familiar e os nossos enfermeiros dedicados à cirurgia vascular e os técnicos de diagnóstico vascular”, sustentou, referindo que no total haverá 18 sessões e nove workshops práticos.

De acordo com Armando Mansilha, haverá ainda a oportunidade para apresentar alguns dos destaques das ‘guidelines’, que foram publicadas este ano no tratamento da doença aneurismática da aorta torácica.

“Hoje temos cada vez mais conhecimento, cada vez mais tecnologia que nos permite que a inovação seja muito rápida e todos os anos temos coisas diferentes, em termos do tratamento minimamente invasivo para tudo o que é doença venosa ou doença arterial”, acrescentou.

O Porto Vascular Conference conta com 27 palestrantes internacionais de 10 países diferentes e vai decorrer no auditório do Centro de Investigação Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Dia Europeu da Insuficiência Cardíaca
Para assinalar o Dia Europeu da Insuficiência Cardíaca, o cardiologista Pedro Bico descreve-nos uma

Baseada nos últimos dados divulgados na reunião Heart Failure 2017 que recentemente reuniu os maiores especialistas mundiais desta patologia em Paris, o número de doentes diagnosticados com insuficiência cardíaca congestiva tem vindo a aumentar, atingindo cerca de 2 % do total da população europeia.

De acordo com estes especialistas, existem várias razões para este aumento, que pode estar relacionado com o aumento da longevidade e com o aumento do número de doentes que sobrevive a um enfarte do miocárdio, resultante dos avanços médicos no tratamento desta doença súbita.

Em Portugal, de acordo com o estudo português EPICA de 2002 (Epidemiologia da Insuficiência Cardíaca e Aprendizagem), a prevalência estimada da insuficiência cardíaca em Portugal aumenta claramente com a idade sendo estimada em 12,67% para indivíduos entre os 70-79 anos e 16.14% para os que têm mais de 80.

A insuficiência cardíaca é uma doença crónica embora tenha agravamentos súbitos que obrigam ao internamento através dos serviços de urgência.

A doença pode definir-se de forma simples como a falência do músculo cardíaco como bomba mecânica, condicionando deste modo que o sangue se acumule, por exemplo, nos pulmões, fígado, tubo gastrointestinal, braços e pernas. Por outro lado ocorre a falta oxigénio e nutrientes para os órgãos onde o sangue não chega em condições nomeadamente ao cérebro, rins e músculos.

O sintoma mais característico é o cansaço fácil, associado muitas vezes à retenção de líquidos e aumento do peso corporal. As causas mais comuns para além da doença das artérias coronárias (enfarte do miocárdio) são a hipertensão arterial não controlada; o consumo excessivo de álcool, as miocardites (infecção viral do musculo cardíaco) e as doenças das válvulas cardíacas.

O diagnóstico na maioria das vezes poderá ser feito baseado na história clínica do paciente, na sintomatologia e no exame físico. Os exames laboratoriais (doseamento do BNP: Pró-BNP) e de imagem (RX Torax; Ecocardiograma Transtorácico; Ressonância Magnética Cardíaca) serão complementares no diagnóstico e ajudarão no tratamento e seguimento deste paciente.

O tratamento da insuficiência cardíaca pode ser feito através da prescrição de fármacos que ajudam a melhorar a qualidade de vida e a diminuir a mortalidade: os diuréticos, que diminuiem a retenção de líquidos (furosemido, espirinolactona), de medicamentos que controlam o ritmo cardíaco, como a digoxina e os beta-bloqueantes, ou de vasodilatadores (Inibidores da enzima de conversão da angiotensina), que permitem reduzir a sobrecarga exigida ao coração.

Quando a insuficiência cardíaca é muito grave e não responde de modo adequado ao tratamento farmacológico, pode ser colocada a indicação para implantação de um pacemaker com características particulares que ajuda a sincronizar o musculo cardíaco (CRT), implantar um cardioversor-desfibrilhador ; que previne a morte súbita que pode ocorrer nestes doentes ou equacionar em última análise o transplante cardíaco

O envelhecimento é um dos fatores prognósticos adversos desta doença. A expectativa de vida em idosos depende da natureza da doença subjacente. O prognóstico é variável e depende do quadro clínico do indivíduo.
Quase 50 por cento das pessoas que vivem com esta doença têm uma expectativa de vida curta que pode ser inferior a 5 anos.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Médica pediatra
A pediatra Maria do Céu Machado foi ontem nomeada para presidente da Autoridade do Medicamento, substituindo Henrique Luz...

Maria do Céu Machado vai substituir Henrique Luz Rodrigues, que atingiu os 70 anos e sairá da liderança da Autoridade do Medicamento (Infarmed).

De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, Maria do Céu Machado foi nomeada “para completar o mandato em curso do atual conselho diretivo”.

Maria do Céu Machado é médica pediatra e dirigia até agora o departamento de Pediatria do Hospital de Santa Maria. Foi também Alta Comissária para a Saúde.

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