Ministro da Saúde
O ministro da Saúde disse hoje existirem condições para até ao final do ano haver uma decisão definitiva sobre a criação de...

Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas no final da inauguração das novas instalações do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD), no parque de Saúde Pulido Valente, em Lisboa.

“Tem de ser discutida tecnicamente e depois politicamente de uma maneira alargada. Creio que há condições para que ao longo deste ano se possa ter uma posição definitiva”, disse o ministro.

As salas de consumo assistido de drogas estão previstas na legislação portuguesa desde 2001.

O diretor geral do SICAD, João Goulão, explicou que, na altura, tendo em conta os níveis de consumo, fazia todo o sentido a instalação destes espaços mas nunca foi possível um acordo entre as autarquias e o Governo.

Quando foi possível uma coincidência de vontades, adiantou, o consumo tinha reduzido.

“No momento em que tivemos essa convergência, em 2008 e 2009, não faziam sentido porque o consumo de via injetável tinha vindo dos 15% para os 3%”, frisou.

Contudo, explicou, durante o período de crise económica em Portugal, houve um ressurgimento do consumo de substâncias como a cocaína por via injetável e a heroína, à custa de recaídas de antigos consumidores, recolocando assim a necessidade de se avançar.

“Penso que estamos em vésperas de vir a ter uma ou mais salas de consumo assistido nas grandes cidades, Lisboa e Porto, porque as grandes cidades são as que têm sempre os grandes problemas nesta área”, disse João Goulão.

Quarenta pessoas morreram por 'overdose' em Portugal em 2015, o segundo ano em que se deu um aumento consecutivo deste tipo de mortalidade, segundo dados do relatório nacional apresentado em fevereiro.

O documento sobre a situação em matéria de drogas e toxicodependência relativa a 2015 refere que houve nesse ano 181 óbitos com a presença de droga no organismo, de acordo com os registos específicos de mortalidade do Instituto Nacional de Medicina Legal.

Dessas 181 mortes, 40 foram consideradas 'overdoses', o que representa 22% do total desse tipo de mortalidade.

Nestas 'overdoses', destaca-se a presença de opiáceos em mais de metade dos casos, seguindo-se a cannabis (30% das situações), a cocaína (28%) e a metadona (25%).

Investigação
As relações interculturais, amorosas ou de amizade, incentivam a criatividade, a inovação no local de trabalho e o...

Jackson Lu (candidato a PhD na Columbia Business School, que liderou este estudo), em colaboração com Andrew Hafenbrack (Professor Auxiliar na CATÓLICA-LISBON), Paul Eastwick (Professor Associado na UC-Davis), Dan Wang (Professor Auxiliar na Columbia Business School), Will Maddux (Professor de Comportamento Organizacional no INSEAD), e Adam Galinsky (Vikram S. Pandit Professor de Business na Columbia Business School), realizaram quatro estudos para comprovar a ideia de que relações interculturais, amorosas ou de amizade, incentivam a criatividade, a inovação no local de trabalho e o empreendedorismo.

O mundo está cada vez mais competitivo: as pessoas e as empresas deparam-se com a necessidade de trabalhar cada vez mais para atingirem os mesmos níveis de sucesso que tinham no passado. Agora, mais do que nunca, a criatividade, a inovação e o empreendedorismo são fundamentais para se conseguir obter uma vantagem competitiva. Este estudo da CATÓLICA-LISBON, INSEAD e Columbia Business School sugere uma nova forma de se incentivar a criatividade: promover relacionamentos próximos com estrangeiros.

Vários estudos nos últimos 10 anos identificaram os benefícios de viver no estrangeiro: processamento cognitivo mais profundo, maior criatividade e maior sucesso no mercado de trabalho. Contudo, esta equipa de investigação chegou à conclusão que as pessoas não precisam necessariamente de deixar o seu país para beneficiar dos efeitos criativos das experiências multiculturais – elas precisam apenas de desenvolver relações com pessoas de outras culturas. “Muitas pessoas não tomam a iniciativa de querer conhecer os seus colegas ou vizinhos estrangeiros a um nível mais profundo, mesmo que tenham oportunidade de o fazer”, explica Jackson Lu, “é fácil falarmos a nossa própria língua com os outros e é reconfortante consumirmos a comida e os media da nossa própria cultura. A nossa pesquisa indica que sairmos da nossa bolha cultural para nos conectarmos com pessoas de outras culturas a um nível profundo pode tornar-nos mais criativos”.

Num primeiro estudo, os investigadores entrevistaram estudantes do INSEAD, no início e no fim do programa de 10 meses, do MBA. Em ambos os momentos, foi pedido aos estudantes para pensarem livremente sobre usos invulgares de objetos domésticos e para completarem vários puzzles que requeriam espírito criativo. No final do programa de MBA de 10 meses, perguntou-se aos estudantes se tinham namorado com alguém de outra cultura diferente da deles. Os resultados revelaram que os estudantes que tinham namorado com estrangeiros eram mais criativos após o período de 10 meses.

Um segundo estudo de follow-up chegou à conclusão de que a duração de relacionamentos amorosos interculturais passados é preditor de um melhor desempenho criativo numa tarefa de brainstorming em busca de novos nomes de produtos. “Leva tempo a desenvolver-se uma relação intercultural que seja suficientemente profunda para que possa ajudar a criatividade”, diz o Professor Hafenbrack.

Um terceiro estudo procurou testar se os relacionamentos interculturais provocam maior criatividade. Os investigadores pediram aleatoriamente a americanos que já tinham tido, quer relacionamentos amorosos interculturais como intraculturais, para refletirem sobre um desses relacionamentos. Aqueles que refletiram sobre uma experiência intercultural evidenciaram maior criatividade imediatamente depois, quando comparados com os que refletiram sobre uma experiência intracultural.

Um estudo final examinou os efeitos da amizade intercultural no empreendedorismo. Foram entrevistados 2.226 profissionais de 96 países, que tinham previamente trabalhado nos E.U.A. As conclusões revelaram que os profissionais que mantiveram contacto mais frequente com amigos americanos após regressarem aos seus países de origem tinham maior probabilidade de fazer inovação no local de trabalho e de se tornarem empreendedores.

Estes benefícios criativos inerentes às relações interculturais íntimas devem-se a fatores associados à aprendizagem cultural. “Cada cultura tem em si diversos pressupostos, crenças, costumes, normas e valores”, diz o Professor Maddux. “Ao tentarmos conhecer outra pessoa a um nível profundo, ficamos a compreender não apenas quem ela é, mas também a cultura que a moldou, e que orienta a forma de pensar dessa pessoa”.

“Estas conclusões são importantes para as organizações e para quem faz as políticas” diz o Professor Galinsky. “As organizações podem beneficiar dos efeitos criativos de relacionamentos próximos interculturais, abrindo as portas a pessoas de diferentes culturas, de forma a facilitar atividades partilhadas e tarefas que impliquem cooperação, bem como encorajar a inclusão ao realçar os benefícios das diferenças culturais. Por outro lado, construir muros e conter a imigração pode ter consequências económicas negativas imprevisíveis”.

Daiichi Sankyo
A Daiichi Sankyo anunciou que já foram incluídos os primeiros doentes nos estudos ENVISAGE-TAVI AF e EMILINATE-AF. Os estudos...

O ENVISAGE-TAVI AF vai avaliar a incidência de eventos clínicos adversos, incluindo todas as causas de morte, enfarte agudo do miocárdio (EAM), acidente vascular cerebral (AVC) isquémico, embolismo sistémico (ES), trombose valvular e hemorragia major (definição da International Society on Thrombosis and Haemostasis [ISTH]). Aproximadamente 1.400 doentes, acompanhados em 200 centros da Europa, Estados Unidos e Canadá1, serão incluídos neste estudo.

“ENVISAGE-TAVI AF é um estudo importante porque irá fornecer, pela primeira vez, dados clínicos sobre a eficácia do tratamento com edoxabano comparativamente ao regime terapêutico à base de antagonista da vitamina K (AVK) em doentes com fibrilhação auricular não-valvular com indicação para anticoagulação oral crónica após uma TAVI bem-sucedida, num estudo com bases sólidas. Neste estudo, edoxabano será usado na dose aprovada para a prevenção do AVC em doentes com fibrilhação auricular”, afirmou o Prof. Doutor George Dangas, Professor de Medicina da Mount Sinai School of Medicine e co-investigador principal do estudo.

A implantação da válvula aórtica transcatéter (TAVI) tem vindo a afirmar-se como um procedimento cada vez mais frequente no tratamento da estenose aórtica. A estenose aórtica é uma doença progressiva, potencialmente fatal.3 Em doentes submetidos a um procedimento TAVI, a FA é uma comorbidade frequentemente associada que implica terapêutica anticoagulante oral crónica.4,5

“Até ao momento, ENVISAGE-TAVI AF é o único estudo com doentes submetidos a TAVI desenhado para comparar doentes com fibrilhação auricular não-valvular sob um regime terapêutico com um novo anticoagulante oral relativamente ao regime terapêutico com AVK” referiu o Prof. Doutor Nicolas M. van Mieghem, da Erasmus University of Rotterdam e co-investigador principal do estudo.  

“O estudo ENVISAGE-TAVI AF vai trazer um novo corpo de evidência ao crescente Programa de Investigação Clínica de Edoxabano, e os resultados vão fornecer maior compreensão sobre as potencialidades benéficas de edoxabano nos doentes com fibrilhação auricular submetidos a procedimentos TAVI, uma população de alto risco”, acrescentou o Dr. Hans Lanz, Diretor Executivo e Global Medical Affairs da Daiichi Sankyo.

Já o EMILINATE-AF irá avaliar a incidência de eventos clínicos adversos, incluindo todas as causas de morte, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e hemorragia major (definição da International Society on Thrombosis and Haemostasis [ISTH]), incluindo 560 doentes acompanhados em 75 centros da Europa, Estados Unidos e Canadá.1

“A ablação por catéter enquanto método de tratamento da fibrilhação auricular é mais frequentemente realizada na prática clínica devido ao seu efeito positivo nos sintomas relacionados com a FA e na qualidade de vida; contudo, está associada a um risco tromboembólico significativo durante e imediatamente após o procedimento”, explicou o Prof. Doutor Stefan Hohnloser, professor de Medicina e Cardiologia, chefe do Departamento de Eletrofisiologia da Universidade Johann Wolfgang Goethe em Frankfurt, Alemanha, e investigador principal do estudo. “O estudo  ELIMINATE-AF fornecerá novas evidências sobre o uso de edoxabano para anticoagulação crónica em doentes submetidos a ablação por catéter, aplicando o tratamento mais indicado de acordo com as mais recentes recomendações nesta área. Neste estudo, edoxabano será usado na dose aprovada para a prevenção do AVC em doentes com fibrilhação auricular", acrescentou.

“Na sequência dos resultados positivos da utilização de edoxabano no estudo de cardioversão ENSURE-AF, procuramos agora avaliar a utilização de edoxabano em doentes submetidos a ablação cardíaca no ELIMINATE-AF", disse Hans J. Lanz, MD, Diretor Executivo, Global Medical Affairs, da Daiichi Sankyo. "Acima de tudo, este estudo irá acrescentar informação importante ao corpo de evidência científica do programa clínico de investigação de edoxabano, esclarecendo os especialistas sobre o conceito de anticoagulação crónica para a ablação por catéter."

Avaliação da Entidade Reguladora da Saúde
A Entidade Reguladora da Saúde divulgou recentemente os resultados da primeira avaliação de 2017 do módulo SINAS@Hospitais do...

Nesta avaliação o Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) voltou a obter a classificação de Excelência Clínica em 13 das 16 áreas analisadas, cumprindo nestas, todos os critérios de qualidade exigidos.

No CHCB a dimensão de Excelência Clínica alcançada refere-se aos resultados obtidos relativos a procedimentos e/ou diagnósticos no contexto das seguintes áreas:

Enfarte Agudo do Miocárdio (Cardiologia); Cirurgia de Ambulatório (Ambulatório); Partos e Cuidados Pré-Natais (Obstetrícia); Cuidados Neonatais (Pediatria); Pneumonia (Pediatria); Cirurgia do Cólon (Cirurgia Geral); Unidade Cuidados Intensivos (Cuidados Intensivos); Histerectomias (Ginecologia); AVC (Neurologia); Artroplastias Totais da Anca e do Joelho (Ortopedia); Fratura Proximal do Fémur (Ortopedia); Avaliação de Dor Aguda (Cuidados Transversais) e Tromboembolismo Venoso no Internamento (Cuidados Transversais).

Dos 160 hospitais públicos, privados e do sector social, avaliados neste estudo, e que representam praticamente todo o universo de prestadores de natureza hospitalar, o Centro Hospitalar Cova da Beira (HPC) destaca-se novamente a nível nacional pelos bons resultados que apresenta.

Neste, a pontuação máxima (Excelência Clínica nas 16 áreas analisadas) é atribuída ao Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, em segundo lugar “ex aequo” (Excelência Clínica em 14 das 16 áreas analisadas) destacam-se o Hospital de Braga e o Centro Hospitalar Tondela/Viseu e em terceiro lugar “ex aequo” (Excelência Clínica em 13 das 16 áreas analisadas) o Centro Hospitalar Cova da Beira, a ULS de Matosinhos e o Centro Hospitalar Trás-os-Montes e Alto Douro. 

Estudo de investigação sobre doenças genéticas
No passado domingo, dia 21 de maio, o Centro Hospitalar Cova da Beira recebeu a visita de uma comitiva de médicos oriundos de...

Acolhidos pelo Conselho de Administração, na pessoa do seu Presidente, Dr. João Casteleiro, do Diretor Clínico Adjunto, Dr. Carlos Gomes, e acompanhados pelo Rabino da Comunidade Judaica de Belmonte, Elisha Salas e pelo Presidente da MEDIF (Associação de Médicos e Dentistas Israelenses Francófonos), Dr. Gérard Korchia, o grupo teve a oportunidade de visitar as instalações e serviços do Hospital e assistir à apresentação de projetos de investigação relacionados com a área da genética, doenças metabólicas e telemedicina aplicada a doenças genéticas.

O interesse específico nestas áreas, decorre de um estudo de investigação que está a ser desenvolvido no CHCB sobre doenças metabólicas prevalecentes na comunidade judaica estabelecida na área geográfica de Belmonte.

Programa abem
O Programa abem: Rede Solidária do Medicamento - projeto pioneiro lançado pela Associação Dignitude com o objetivo de permitir...

Os números desta fase-piloto, que prevê o alargamento do programa a todos os distritos do país e regiões autónomas até ao final deste ano, mostram que o abem: já apoia 920 famílias, o que se traduz em 2.113 beneficiários. Destes, um quarto são crianças.

O objetivo do Programa é abranger, até ao final de 2017, 5.000 beneficiários, número que, em 2018, deverá chegar aos 25.000 beneficiários, e aos 50.000 no ano seguinte.

O facto de haver hoje mais pessoas para quem tomar os medicamentos deixou de ser uma opção feita em detrimento de outras, como comer ou pagar a renda da casa, deve-se ao trabalho desenvolvido por uma rede de parceiros, composta, hoje, por 16 entidades referenciadoras de seis distritos do país - Porto, Viseu, Santarém, Portalegre, Lisboa, Setúbal, assim como aos doadores que têm contribuído para o fundo solidário, integralmente dedicado à compra de medicamentos dentro do programa. E já foram adquiridos, ao abrigo do abem:, 19.179 medicamentos.

Uma das principais constatações da Associação Dignitude neste primeiro ano de Programa abem: é, precisamente, o poder revolucionário da agregação de esforços. Daí o mote para a celebração deste primeiro aniversário: “A união é a força da mudança”. Sob essa égide, foram desenvolvidas iniciativas solidárias em diferentes locais do país, que, assentes na conjugação dos esforços de todos os que já colaboram no abem: – empresas, farmácias, entidades referenciadoras, beneficiários, doadores –, ofereceram soluções a beneficiários cujos problemas, infelizmente, não se esgotam com a adesão ao Programa. Antes enfatizam a sua necessidade.

O ministro da Saúde marcou presença na iniciativa de Corroios.
Na creche de Sta. Teresinha, do Centro Social e Paroquial de Corroios, entidade que referenciou já mais de 60 beneficiários, onde os voluntários devolveram o recreio às crianças, colocando um chão novo e repleto de brinquedos, o ministro Adalberto Campos Fernandes salientou que “o Estado não pode demitir-se daquilo que são as suas responsabilidades de serviço público, mas não há Estado no mundo que consiga fazer tudo sozinho.”

Inquérito
O álcool é, “de longe”, a substância mais consumida pelos portugueses que responderam ao maior inquérito `online` sobre consumo...

Esta percentagem baixa para 9,8% quando são analisados os resultados das mulheres, de acordo com parâmetros usados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para avaliar padrões de consumo considerados problemáticos.

Os dados do “Global Drug Survey 2017” (GDS) mostram que 27% dos portugueses que participaram neste trabalho assumiram que gostariam de diminuir o consumo no próximo ano e 8% gostavam de obter ajuda para lidar com o problema.

A canábis continua a ser “a substância ilícita mais usada no mundo” e Portugal não é exceção: 65% dos portugueses que responderam ao questionário são consumidores desta droga e destes 31% consomem todos os dias.

“As mudanças na legislação face a esta substância em algumas partes do mundo têm permitido o desenvolvimento de novas formas mais seguras de consumir canábis, mas há ainda um longo caminho a percorrer”, lê-se no documento de apresentação dos resultados.

A vaporização, considerada uma das formas menos danosas de consumo, é apenas usada por 5% da amostra total deste inquérito, constituída por cerca de 120.000 pessoas, em 50 países.

Em Portugal, com 900 participantes, 88% dos que fumam canábis misturam a droga com tabaco, “aumentando assim os riscos associados ao consumo”. Apenas 2,5% afirmam usar um vaporizador.

As conclusões retiradas por Helena Valente, investigadora da Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade do Porto, apontam ainda para “uma forte tendência” em quase todos os países no aumento dos níveis de pureza de substâncias como a cocaína e o ecstasy (MDMA).

Este fenómeno, de acordo com a mesma fonte, “tem trazido riscos acrescidos aos consumidores”, uma vez que “nem sempre as drogas mais puras são as mais seguras”.

No relatório hoje divulgado defende-se que é fundamental dar às pessoas a possibilidade de acederem a serviços de análise de substâncias (‘drug checking’), “onde possam conhecer o real conteúdo das suas drogas” e receber aconselhamento.

Em Portugal, 22% da amostra já consumiram cocaína e mais de 30% já consumiram ecstasy, 18% no último ano.

No que diz respeito às chamadas novas substâncias psicoativas, verificou-se uma alteração. Enquanto em anos anteriores os consumidores preferiam substâncias estimulantes, com efeitos parecidos com os do MDMA e da cocaína ou canabinoides sintéticos, este ano deu-se um aumento da procura de produtos com efeitos psicadélicos.

“É igualmente notório um aumento no interesse por psicadélicos mais tradicionais, como o LSD e os cogumelos mágicos”, sublinha-se no documento.

Família e Menores
A procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, afirmou hoje que um dos principais problemas na área da Família e...

“É, sem dúvida, o problema mais grave que nós temos nesta área. As respostas para crianças e jovens que têm perturbações de origem psicológica e psíquica e perturbações graves de comportamento são muito escassas e, portanto, torna-se muito difícil”, disse.

A procuradora-geral defendeu que os magistrados do Ministério Público precisam do apoio “de pedopsiquiatrias, psiquiatras da infância e da juventude e técnicos de instituições preparados para acompanharem estes jovens para o diagnóstico e para o tratamento”.

Joana Marques Vidal falava em Alfândega da Fé, na comarca de Bragança, à margem do quinto encontro que a Procuradoria-Geral Distrital do Porto organiza anualmente para debater as preocupações e procedimentos técnicos na área do Direito da Família e Menores.

A procuradora-geral da República (PGR) presidiu ao encontro e apontou que é na área da saúde mental “que há casos mais difíceis”.

“São necessárias mais respostas, não só no apoio aos tribunais para o necessário diagnóstico, como depois no acompanhamento para esses jovens, designadamente quando são aplicadas medidas no âmbito do meio natural de vida, para continuaram dentro da sua família”, concretizou.

Joana Marques Vidal pede também mais respostas “para aqueles casos em que são necessários tratamentos mais profundos, como casos graves de toxicodependência, que depois resultam em casos de automutilação e suicídio”.

“Nós fomos agora alertados para o fenómeno da ‘baleia azul’, mas, mesmo quando não havia este jogo, já havia e há casos de automutilação em jovens com problemas psíquicos”, exemplificou.

As respostas reclamadas não passam necessariamente pela criação de instituições, como ressalvou a procuradora-geral, mas para tratamento, acompanhamentos que exigem alguma intensidade e que exigem técnicos muito bem preparados e suficientes, um determinado tipo de respostas mais especializadas e mais centradas na saúde mental que não existem”.

As preocupações e questões técnicas estão em debate hoje num encontro que junta magistrados da região norte e que a PGR apontou como um “modelo a estender” ao Ministério Público de todo o país.

Segundo a responsável da procuradora distrital do Porto Maria Raquel Desterro, os magistrados do Ministério Público que exercem funções na área de Família e Crianças são convidados a enviar as questões que mais os preocupam no quotidiano.

A procuradoria-geral distrital do Porto seleciona as questões que são transversais a todos e depois cada magistrado expõe um assunto no encontro e abre-se o debate.

A ata segue para a PGR, que extrai conclusões que servem de recomendação a todos os magistrados da procuradoria distrital do Porto e, se assim entender, também servem para o resto do país.

O propósito é a uniformização de procedimentos e clarificação de questões técnicas do Direito “para que a aplicação da lei seja o mais célere e o mais adequada possível”, concluiu.

Estudo
Segundo um estudo recente publicado pelo Fundo Mundial para a Pesquisa sobre Cancro, meio copo de vinho é o suficiente para...

O mesmo estudo confirma que exercícios regulares de alta intensidade podem reduzir o risco desta doença oncológica. Ser mulher, ter mais de 50 anos, ter passado pela menopausa e ter casos de cancro de mama na família são fatores que aumentam a propensão para esta patologia. Ser alta e ter começado a menstruar antes dos 12 anos também são considerados fatores de risco.

No total, segundo o Sapo, o Centro de Pesquisa sobre Cancro do Reino Unido lista 18 fatores diferentes que podem dar origem ao cancro de mama. O álcool é um deles.

Segundo a investigação citada pela BBC, em cada 100 mulheres, cerca de 13 vão ter provavelmente cancro de mama. E se todas elas beberem uma pequeno copo de vinho todos os dias pode haver um caso extra nesse grupo de 100 mulheres.

O estudo refere que praticar exercício intenso, como correr ou andar de bicicleta, diminui o risco de cancro de mama na pós-menopausa em 10%. Amamentar também diminui o risco da doença.

De acordo com recomendações médicas introduzidas em 2016 no Reino Unido, não se deve beber mais de 14 unidades de álcool por semana - o equivalente a três litros de cerveja ou sete taças de vinho.

Citometria de fluxo
Arrancou ontem, dia 25 de maio, a 15.ª edição do Congresso da Sociedade Ibérica de Citometria, que decorre em Lisboa até amanhã...

“Desde os anos 80, têm sido desenvolvidos esforços para conseguir medir quantitativamente o DNA (ácido desoxiribonucléico) e o RNA (ácido ribonucleio), através de uma combinação de técnicas: a PCR (polymerase chain reaction - reação em cadeia pela polimerase) e a citometria de fluxo”, salientou o especialista. “No entanto, o paradigma mudou em 2012, com o aparecimento de duas plataformas inovadoras que permitem esta avaliação”, continuou.

Paul Wallace explicou que atualmente, estão disponíveis no mercado duas plataformas para a avaliação do RNA através da citometria de fluxo convencional: SmartFlareTM Live Cells mRNA Detection, comercializada pela Millipore e PrimeFlowTM RNA Assay, comercializada pela Affymetrix/eBiosciences. “Ambas as plataformas permitem avaliações correlacionadas do nível de expressão da proteína da célula (tanto à superfície da célula como intracelular) e da atividade de transcrição celular”.

As aplicações da avaliação do RNA através da citometria de fluxo são várias, desde a carga viral, análise de células raras, biologia de células estaminais e epigenética.

A citometria de fluxo, através de uma interação tripla entre sistemas de fluídos, ótica e eletrónica, permite uma análise multiparamétrica, em simultâneo, e quase em "tempo real" de partículas tão diversas como células, esferas, microvesículas ou microrganismos. A possibilidade de, para além da sua caracterização, as células, bem como outro tipo de partículas, poderem ser separadas e isoladas de acordo com as suas propriedades específicas (Cell Sorting), colocam a Citometria de fluxo num local de destaque em vários campos da ciência.

O Congresso da Sociedade Ibérica de Citometria é um evento bianual que, dando relevo ao trabalho realizado no contexto ibérico, reúne participantes de todo o mundo. “Este encontro é fundamental para harmonizar aquilo que é possível na clínica e, igualmente, para aumentar o intercâmbio de tecnologias e conhecimentos, contribuindo para melhorar a rede de contactos dos investigadores, que é crucial em qualquer projeto de investigação, e sobretudo para o avançar do conhecimento científico”, afirmou a Dr.ª Catarina Martins, presidente do Comité Organizador do Congresso.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Sete distritos de Portugal continental e a Região Autónoma da Madeira estão hoje com risco 'Muito Elevado' de...

Em Portugal continental, estão em risco 'Muito Elevado' de exposição aos raios ultravioleta (UV) os distritos de Viseu, Guarda, Castelo Branco, Lisboa, Setúbal, Évora e Beja.

Já em risco 'Elevado' estão nove distritos: Bragança, Vila Real, Viana do Castelo, Braga, Porto, Coimbra, Leiria, Santarém e Portalegre.

Para as regiões com risco 'Muito Elevado' e 'Elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê para hoje uma descida da temperatura máxima, céu com períodos de muita nebulosidade e aguaceiros ao final da tarde, que poderão ser por vezes fortes, ocasionalmente de granizo e acompanhados de trovoada e rajadas fortes.

A temperatura mínima também vai descer e o vento vai soprar fraco (inferior a 15 km/h) a moderado (20 a 30 km/h).

As cidades mais quentes vão ser Évora e Beja (32º), as únicas onde a temperatura máxima vai ultrapassar os 30º.

Castelo Branco e Santarém vão registar uma temperatura máxima de 29º, Portalegre 28º, Leiria e Lisboa 27º, Coimbra 26º, Faro 25º e o Porto vai ficar-se pelos 23º, assim como a Guarda.

Nas ilhas, os Açores terão temperaturas máximas a rondar os 19º em Ponta Delgada e os 20º em Santa Cruz e a Madeira não vai ultrapassar os 23º.

Serviço Nacional de Saúde
O coordenador nacional da reforma do Serviço Nacional de Saúde para os cuidados de saúde primários afirmou que gostava de...

"Gostaria de terminar, daqui a um ano e meio, o mandato com as unidades de cuidados de saúde personalizados (UCSP) extintas", afirmou o coordenador nacional para a reforma do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na área dos cuidados de saúde primários, Henrique Botelho, que falava durante o debate "USF e UCSP - que modelos e que desafios?", promovido pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, em Coimbra.

Apesar disso, o responsável admitiu que tal intenção será "difícil de concretizar", lembrando que a reforma na área dos cuidados de saúde primários sofreu uma paragem e está agora a tentar ser relançada, com um "novo fôlego".

Henrique Botelho defendeu que as unidades deveriam funcionar todas num contexto de Unidade de Saúde Familiar (USF) e, mais concretamente, USF modelo B.

"O conceito genuíno é a USF modelo B", sublinhou, considerando que se deveriam acabar com as unidades de cuidados de saúde personalizados, que "nem foram criadas na sua total dimensão".

O modelo B das USF é caracterizado por equipas com maior amadurecimento organizacional e com um regime retributivo especial, em que é expectável uma maior disponibilidade e flexibilidade para atingir níveis avançados de acesso para os utentes e eficiência económica.

De acordo com o coordenador da reforma, "só por condicionalismos de ordem financeira e de ausência ou existência de poucos estudos, é que foram criadas as USF de modelo A".

Já o presidente Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar, João Rodrigues, sublinhou que as UCSP seguem um modelo hierárquico, mas que USF e UCSP "têm a mesma carteira de serviços" e o "mesmo processo de avaliação".

Para o dirigente, o problema passa pela "ausência de investimento" e pela "falta de liderança", considerando que são necessárias "pessoas capacitadas para conseguir aplicar leis que já são avançadas".

"Estamos na era infantil da governação clínica das nossas unidades de saúde e ACES [Agrupamentos de Centros de Saúde]", realçou o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Rui Nogueira, sublinhando que também tem de ser aproveitada uma "oportunidade única nos próximos anos", em que o país vai formar "dois mil médicos de família" em três anos.

"Temos de apanhar esta onda, esta oportunidade geracional", de forma a criarem-se unidades de saúde de proximidade, defendeu Rui Nogueira, que também participava no debate, que terminou por volta das 00:30.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou que é possível "reconstruir um país" conciliando rigor...

"Temos feito um esforço grande há cerca de ano e meio para provar que é possível reconstruir um país devastado, conciliando rigor e exigência orçamental com responsabilidade social", disse o ministro, durante 1.º aniversário do Programa Abem: Rede Solidária do Medicamento, que decorreu no Seixal.

O ministro da Saúde referiu ainda que "para recuperar um país, não tem que ser em cima da devastação dos mais pobres e mais fracos que o Estado deve ir buscar os meios que perdeu noutras zonas, que não devia ter perdido se estivesse mais atento e vigilante".

Adalberto Campos Fernandes elogiou o "projeto Abem", lançado pela Associação Dignitude com o objetivo de permitir a todos os portugueses em situação de carência o acesso aos medicamentos de que precisam.

"O Estado não deve demitir-se das suas responsabilidades de serviço público, mas não existe nenhum Estado do mundo que consiga fazer tudo sozinho", afirmou.

O ministro adiantou que o Governo tem estado a trabalhar em conjunto com a indústria farmacêutica, a nível nacional e internacional, para que os medicamentos sejam cada vez mais baratos e que os genéricos de qualidade sejam mais acessíveis.

"Nestes primeiros quatro meses do ano, as famílias portuguesas estão a pagar menos pelos medicamentos do que no período homólogo", salientou.

Paulo Duarte, presidente da Associação Dignitude, afirmou que o "projeto Abem", que assinalou ontem o dia que entregou a primeira caixa de medicamentos, já ajudou 920 famílias, que se traduz em 2.113 beneficiários, sendo um quarto delas crianças.

"Este projeto congrega as entidades do setor social e da saúde, como a indústria farmacêutica, farmácias, Cáritas, Plataforma Saúde e Dialogo, a Confederação Nacional das IPSS e a União das Misericórdias Portuguesas, tendo como objetivo criar condições para que os portugueses não fiquem sem medicamentos devido às condições económicas. Um em cada cinco portugueses não tem condições para adquirir todos os medicamentos que necessita", afirmou.

Segundo o governante, o projeto está em seis distritos e quer chegar aos 18 distritos do país e, de forma gradual, atingir as 50 mil pessoas.

"Precisamos de apoio e de fazer as coisas bem feitas. As famílias são referenciadas de acordo com a sua situação. Temos contributos das farmácias no programa, da indústria farmacêutica, de eventos, do envolvimento das autarquias e vamos envolvendo gradualmente mais entidades", salientou.

Ministério Público
O Ministério Público arquivou o inquérito à morte de um jovem no Hospital de São José, em Lisboa, em 2015, enquanto aguardava...

“O Ministério Público (MP) determinou o arquivamento da participação pelos crimes de recusa de médico, intervenções e tratamentos médico-cirúrgicos e homicídio por negligência contra os profissionais de saúde e decisores políticos”, referiu a Procuradoria-Geral Distrital (PGD), na sua página oficial na Internet.

A 14 de dezembro de 2015, um jovem de 29 anos morreu no Hospital São José vítima de um aneurisma cerebral por alegada falta de assistência médica especializada.

Nesta sequência, os presidentes da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), do Centro Hospitalar de Lisboa Central e do Centro Hospitalar Lisboa Norte demitiram-se.

Quanto às responsabilidades políticas e civis ou administrativas por parte de dirigentes e administrações regionais ou setoriais, o MP entendeu que as mesmas resultam de “ato ou omissão no desempenho de cargo ou função e não de ato ilícito, culposo e punível”.

“Relativamente aos profissionais de saúde, em nenhuma das condutas médicas efetuadas (seja na avaliação, seja no percurso do internamento) resultou indiciado que estes tivessem violado as leges artis”, salientou.

A procuradoria revelou que o inquérito foi dirigido pelo MP na 6.ª secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

ONU
Ataques a hospitais, médicos, ambulâncias, feridos e doentes ocorreram em pelo menos 20 países afetados por conflitos no ano...

Numa reunião do Conselho de Segurança sobre cuidados de saúde em zonas de conflito, Guterres indicou que na maioria desses países “os frágeis sistemas de saúde já estavam no limite” – e, na maioria dos casos, ninguém foi responsabilizado.

“Estes ataques evidenciam uma tendência generalizada: partes em conflito estão a tratar hospitais e clínicas como alvos, em vez de os respeitarem como locais de refúgio”, sustentou.

“Isso contraria o espírito das Convenções de Genebra, os fundamentos do direito internacional humanitário e a mais básica condição humana”, prosseguiu.

Na Síria, notou Guterres, os Médicos pelos Direitos Humanos documentaram mais de 400 ataques desde que o conflito começou, em 2013, e mais de 800 profissionais de saúde foram mortos.

Mais de metade de todas as instalações médicas estão encerradas ou a funcionar apenas parcialmente e dois terços do pessoal médico especializado fugiu do país, acrescentou.

No Afeganistão, os ataques registados a instalações e prestadores de cuidados de saúde quase duplicou em 2016, em relação a 2015.

E no Sudão do Sul, onde as instalações de saúde sofreram anos de ataques, menos de 50% estão a funcionar em zonas de conflito, referiu.

O secretário-geral das Nações Unidas lamentou que pouco tenha mudado no terreno desde que o Conselho de Segurança adotou, há um ano, uma resolução exigindo que todas as partes em conflitos protegessem edifícios e profissionais de saúde que tratam feridos e doentes.

Entre os ataques em pelo menos 20 países documentados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Guterres disse que apenas alguns meses após a adoção da resolução, um hospital no Iémen, cujo telhado estava claramente assinalado e cujas coordenadas eram conhecidas, foi atingido num ‘raide’ aéreo, matando 15 pessoas, incluindo três profissionais de saúde.

Para António Guterres, a resolução e as recomendações do seu antecessor, Ban Ki-moon, devem tornar-se realidade.

A Suíça e o Canadá reuniram um grupo informal de Estados membros da ONU para apoiar a aplicação da resolução, que insta também todos os países a levarem perante a Justiça os responsáveis por ataques a instalações e profissionais de saúde, indicou.

O secretário-geral da ONU exortou igualmente as partes em conflito a respeitarem o direito internacional humanitário e apelou aos fornecedores de armamento para que reflitam sobre as potenciais consequências de quaisquer vendas.

Guterres instou ainda ao aumento da proteção a missões de ajuda sanitária e humanitária e a maiores investimentos para atacar o que está na origem dos conflitos.

A partir de 2018
O Governo autorizou o Instituto Nacional de Emergência Médica a realizar uma despesa de 45 milhões de euros, a partir de 2018 e...

Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, o Governo autoriza o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a realizar despesa “com a aquisição dos serviços de disponibilização, locação, manutenção e operação de meios aéreos para a prossecução das missões públicas atribuídas àquele Instituto”.

Em causa está um montante total de 45 milhões de euros, isento de IVA, a repartir durante os anos de 2018 a 2022.

Direção-Geral da Saúde
Cerca de 75% das ações previstas no Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2015-2020 foram concretizadas pelas unidades de...

O plano com ações delineadas até 2020 foi pensado para ser um instrumento de apoio a gestores e clínicos na aplicação de boas práticas de segurança em unidades prestadoras de cuidados de saúde.

De acordo com Maria João Gaspar, do Departamento da Qualidade de Saúde da Direção-Geral da Saúde (DGS), a taxa de concretização das ações previstas nesse plano nacional atingiu 75% em 2015, sendo que neste momento a avaliação relativa a 2016 "está a fechar".

"Quando falamos de redução de riscos, estamos a falar de gestão de riscos e temos que falar em toda a instituição. Não podemos falar só de segurança em cirurgia ou controlo e prevenção de infeções, mas também nas áreas subjacentes", sublinhou a responsável, que falava durante as VI Jornadas da Associação Portuguesa de Hotelaria Hospitalar, que decorrem no Pediátrico de Coimbra até sexta-feira.

Segundo Maria João Gaspar, "só com uma gestão integrada" de todos os serviços é que é possível haver uma "verdadeira cultura de segurança", sendo necessário trabalhar-se para o doente e "como uma equipa".

O Plano Nacional para a Segurança dos Doentes visa melhorar a prestação de cuidados de saúde em todos os níveis, evitando incidentes, a maioria ligados a defeitos organizacionais e não à competência técnica dos profissionais, segundo o documento do plano, publicado em 2015.

Teleassistência
O concelho de Vila Nova de Gaia conta desde ontem com um projeto-piloto de teleassistência para apoio a idosos que vivem...

Um protocolo de colaboração alusivo, entre a Fundação Portugal Telecom e a Câmara de Gaia, foi assinado ontem, depois de discutido e aprovado em reunião de câmara em fevereiro.

O projeto tem em conta que normalmente os idosos não são muito sensíveis às novas tecnologias e o processo desencadeia-se a partir de um aparelho que tem um botão e que pode estar ao pescoço da pessoa beneficiada.

O utilizador apenas terá de o pressionar para ter contacto direto com uma plataforma semelhante a um 'call center' que diligenciará assistência médica ao domicílio.

De imediato serão abrangidos 150 pessoas, sendo o investimento pago a meias pela Câmara de Gaia e pela Fundação PT.

Cada um avançará com 25 euros por mês e por cada idoso ao longo de dois anos.

"Tem-se registado um número significativo de idosos a viverem sozinhos em casa", referiu Eduardo Vítor Rodrigues, ao comentar a medida que se insere nas políticas da autarquia ligadas à terceira idade e à área da deficiência.

Regiões autónomas
Os governos dos Açores e da Madeira chegaram a acordo para a reciprocidade nos serviços regionais de Saúde, o que vai permitir...

"Era um princípio que cada uma das regiões autónomas já tinha com o Serviço Nacional de Saúde e, de facto, havia essa lacuna de relacionamento entre os dois serviços regionais de Saúde", adiantou, em declarações aos jornalistas, o secretário regional da Saúde dos Açores, Rui Luís, no final de uma reunião com o seu homólogo da Madeira, Pedro Ramos, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

Depois de aprovada legislação sobre esta matéria nos dois arquipélagos, será possível que os habitantes dos Açores e da Madeira tenham acesso gratuito aos cuidados de saúde públicos quando se desloquem à outra região, à semelhança do que também já tinha sido acordado para o continente português.

Outra das matérias discutidas na reunião entre os dois governantes foi a possibilidade de troca de cuidados de saúde.

"O nosso objetivo é aprofundar o relacionamento entre os dois serviços regionais para que, efetivamente, possamos ter uma maior deslocação de especialistas entre as duas regiões e que os doentes possam, em caso de necessidade, deslocar-se de uma região para a outra", salientou Rui Luís.

Por sua vez, o secretário regional da Saúde da Madeira disse que há áreas em que as duas regiões podem partilhar conhecimentos.

"Se nós temos problemas menores sob o ponto de vista da dispersão geográfica, de facto, podemos aprender com a realidade da Região Autónoma dos Açores, porque a sua dispersão traz problemas acrescidos e, naturalmente, as soluções encontradas serão objeto de análise da nossa parte no sentido de as poder aplicar", referiu.

Segundo Pedro Ramos, a Madeira pode, em contrapartida, colaborar com os Açores na área da Proteção Civil, nomeadamente na resposta em caso de catástrofe, tendo em conta a experiência que tem nesta matéria.

"Essa é uma área em que, infelizmente, a Madeira teve de atingir alguma notoriedade e alguma experiência, porque nos últimos sete anos fomos fustigados por atentados naturais", acrescentou.

DGS
O diretor-geral da Saúde, Francisco George, afirmou que nos próximos cinco anos será necessário resolver a questão das doenças...

Na sessão de abertura do 23.º Congresso Nacional de Medicina Interna, na Alfândega do Porto, Francisco George disse que as doenças crónicas, como o cancro ou as doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, são as que mais antecipam a morte antes dos 70 anos e as que mais produzem deficiência e incapacidade.

“O problema destas doenças está hoje por resolver, mas muitas delas podem ser evitadas num regime de coprodução entre médicos e doentes”, frisou.

Quanto às doenças transmissíveis por vetores ou de transmissão vetorial, o diretor-geral da Saúde salientou que essas doenças “estão aí”, estão a invadir o território, lembrando a existência da Dengue há três anos na Madeira ou do vírus Zika.

“Vamos ter mais, vamos estar confrontados com estes problemas relacionados com o aquecimento global e transformação das zonas temperadas em subtropicais, o que faz com que os locais onde se reproduzem os mosquitos vetores sejam mais”, explicou.

As infeções associadas aos cuidados de saúde, em especial a resistência das bactérias, dos vírus e dos parasitas aos medicamentos são outra das preocupações apontadas por Francisco George.

Estas infeções não estão só ligadas ao exercício da medicina e da clínica, mas também à automedicação e a alguns setores como a agricultura, salientou.

“Temos de resolver esta questão que nos preocupa muito”, reforçou.

Outros dos desafios apontados por Francisco George são as questões da ética que tem de existir no seio do exercício da medicina interna e de todas as especialidades.

“Todos nós temos de ser mais exigentes no plano da ética porque para além das questões que todos conhecem, nós temos problemas de iniquidade e desigualdade em saúde”, ressalvou.

O 23.º Congresso Nacional de Medicina Interna arrancou ontem e prolonga-se até domingo sob o mote “Porto de Confluências”.

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