Organização Mundial de Saúde
A Organização Mundial de Saúde anunciou que vai começar um projeto-piloto para pré-qualificar medicamentos biossimilares contra...

O objetivo é alargar o acesso a alguns dos tratamentos mais caros contra o cancro nos países em desenvolvimento.

Se no processo a Organização Mundial de Saúde (OMS) determinar que os biossimilares podem ser comparados aos produtos originais em termos de qualidade, segurança e eficácia, estes vão ser colocados numa lista que inclui todos os medicamentos que podem ser comprados pelas agências das Nações Unidas e por organizações especializadas e humanitárias.

Essa lista é uma referência de grande importância para muitos países em desenvolvimento na hora de decidir a aquisição de medicamentos por parte das suas entidades públicas.

Em setembro, a OMS vai convidar empresas de biotecnologia para apresentar soluções de pré-qualificação para versões biossimilares de dois produtos.

Um dos produtos é utilizado no tratamento de tipos de linfoma (cancro do sistema imunitário) e leucemia (cancro do sangue que se inicia na medula óssea), o segundo é usado em casos de cancro da mama. A OMS também procura opções para pré-qualificar a insulina.

Os medicamentos biológicos são produzidos a partir de fontes biológicas (em vez de produtos químicos sintetizados), incluindo vacinas, sangue, componentes sanguíneos, células, terapias genéticas, tecidos e outros materiais.

O interesse dos biossimilares é que, tal como os medicamentos genéricos, podem ser versões mais baratas dos medicamentos biológicos e serem produzidos por diferentes empresas quando a patente do produto original expirar.

"Os produtos biológicos inovadores são, muitas vezes, demasiado caros para muitos países, de modo que os biossimilares são uma boa oportunidade para expandir o acesso", disse em comunicado a OMS.

A OMS acredita que a pré-qualificação dos biossimilares pode ser um incentivo para a competição entre as empresas, o que pode provocar uma diminuição do preço dos seus medicamentos.

"Os biossimilares podem ser uma mudança decisiva no acesso a medicamentos para certas condições complexas", disse a diretora dos Medicamentos Essenciais e Produtos Sanitários da OMS, Suzanne Hill.

No entanto, o uso destes medicamentos está fora do hábito dos médicos e pacientes, por isso, uma tarefa adicional que a OMS prevê fazer é facilitar a compreensão das vantagens que oferecem os biossimilares e construir a confiança neles, no caso de terem recebido pré-qualificação.

"Os benefícios deste tipo de medicamentos superam totalmente qualquer risco", disse a organização.

A regulamentação adequada dos biossimilares é fundamental porque o produto pode mudar durante o processo de produção, o que explica que um produto da mesma categoria não é exatamente igual a outro.

"Por isso, é mais difícil de comparar o biossimilar com o seu original", disse a organização.

Boletim polínico
Os níveis de pólenes em suspensão no ar vão estar muito elevados nos próximos dias em Castelo Branco, Coimbra, Lisboa, Évora e...

De acordo com o boletim polínico, hoje divulgado com previsões até 11 de maio, a SPAIC avisa que os níveis de pólenes também vão estar elevados em Vila Real e no Porto.

Nos arquipélagos dos Açores e da Madeira prevêem-se níveis baixos.

O alerta da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) vai, particularmente, para os pólenes de árvores como o pinheiro, carvalhos, oliveira, bétula e sobreiro, e das ervas urtiga, parietária, gramíneas e tanchagem.

Os pólenes das árvores e das ervas provocam, na primavera, reações alérgicas, caracterizadas normalmente por espirros, comichões ou falta de ar. Em algumas pessoas podem provocar rinite, conjuntivite ou asma.

Radioterapia
A entrada em funcionamento do terceiro acelerador linear do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra reforça a capacidade...

A licença da tutela para a entrada em funcionamento do terceiro acelerador linear no serviço de radioterapia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) chegou na sexta-feira e, na terça-feira, o equipamento já estava a efetuar tratamentos, aumentando para três o número de aparelhos em atividade diária nos Hospitais de Coimbra.

Em declarações, o presidente do Conselho de Administração do CHUC, José Martins Nunes, sublinhou que a “atribuição da terceira licença é uma excelente notícia para o CHUC, para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e para a cidade, mas fundamentalmente para os doentes, que assim encontram mais uma nova esperança para o tratamento da sua doença”.

“Foi um processo de escrutínio técnico muito rigoroso e profundo por parte dos organismos que têm a responsabilidade de produzir parecer com vista à decisão do ministro da Saúde, dado que os aceleradores lineares são equipamentos ‘pesados’ atribuídos em função de múltiplos indicadores, como sejam demográficos e de incidência da patologia oncológica”, sublinhou o presidente do CHUC.

De acordo com José Martins Nunes, “com o aumento da capacidade terapêutica, Coimbra disponibiliza para a região, e até para fora da região, mais oportunidade de acesso dentro do SNS, cumprindo um dos seus mais importantes desígnios: dar um contributo decisivo para que seja possível tratar mais doentes, com mais qualidade, com mais oportunidade e com melhor acesso”.

“Com os recursos que temos e fazendo a utilização dos três aparelhos é muito mais fácil colocar os doentes em tratamento de uma forma mais rápida e diminuir a espera para a realização de tratamento”, defendeu, por outro lado, Margarida Borrego, diretora do Serviço de Radioterapia do CHUC.

Segundo esta responsável, a partir de agora vai ser possível “diminuir o tempo de espera e tornar muito mais fácil o acesso ao tratamento do doente oncológico”.

Antes da entrada em funcionamento do terceiro equipamento, o serviço de Radioterapia tratava, em média, cerca de 120 doentes por dia, dependendo do tipo de patologia, em dois turnos ininterruptos, das 08:00 às 20:00, de segunda a sexta-feira.

O serviço de Radioterapia tem notado uma procura crescente ao longo dos últimos anos, tendo verificado em 2016 um aumento de doentes em tratamento na ordem dos 06% relativamente ao ano anterior.

“Verifica-se também o pedido de tratamentos para doentes muito deles para terapêutica paliativa, em que um acesso rápido é fundamental, porque são doentes que têm dor que não é controlada ou ainda para evitar fraturas”, disse Margarida Borrego.

Com os turnos lotados, “era difícil conseguir, muitas vezes, colocar mais um doente em tratamento”.

“A possibilidade de termos esta máquina a funcionar permite-nos tratar os doentes de uma forma mais célere”, acrescentou.

Para o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, que, em meados de abril, denunciou a inatividade do acelerador linear por falta de licença da tutela, prevaleceu “o bom senso e a superior preocupação com os doentes”.

Salientando que se trata de uma “vitória dos doentes”, Carlos Cortes frisou que a região Centro “está mais forte do que na semana passada”.

O presidente da SRCOM volta a referir que são precisos mais aceleradores lineares para responder às necessidades da região nesta área da saúde.

Segundo Carlos Cortes, a região possui seis equipamentos de radioterapia (três no CHUC e outros tantos no IPO de Coimbra), e, em breve, vai dispor de mais um, no Centro Hospitalar de Tondela/Viseu, mas a rede de referenciação aponta para a necessidade de “11 a 12 aparelhos”.

Sociedade Portuguesa de Cardiologia
Como é que uma doença que atinge cerca de 26 milhões de pessoas em todo o mundo, cerca de 400 000 portugueses, que tem um...

Esta doença não tem cura, mas tem tratamento! É uma doença complexa e desafiante para a qual não existe cura, conduzindo à morte em cerca de metade dos doentes, nos 5 anos após o diagnóstico e que coloca a tónica na importância de um diagnóstico precoce. É urgente, por isso, aumentar o reconhecimento e conhecimento público dos sintomas da Insuficiência Cardíaca ajudar e bem como ajudar todos aqueles que vivem com esta patologia a viver mais e melhor.

Esta é uma das missões da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, em nome de uma maior democratização e no acesso aos cuidados de saúde, e sobretudo por uma vida, mais longa e com mais qualidade.

Fatos sobre a Insuficiência Cardíaca?

A Insuficiência Cardíaca é uma situação clínica debilitante e potencialmente fatal, em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para manter as necessidades do organismo.

Na maioria dos casos, ocorre porque o músculo cardíaco, responsável pela ação de bombear o sangue, enfraquece ao longo do tempo ou torna-se demasiado rígido. De uma forma muito simples, o que se sucede é que o coração não consegue executar as tarefas que lhe são exigidas de uma forma adequada.

Na maioria dos casos, a Insuficiência Cardíaca não tem uma causa única e a lesão do músculo cardíaco pode acontecer após um ataque cardíaco ou outra doença súbita que afete o coração, ou devido a uma lesão continuada e mais gradual, como acontece na diabetes, hipertensão, colesterol elevado, consumo excessivo de álcool, abuso de drogas, doença das artérias coronárias, arritmias, entre outras.

Para quem vive com Insuficiência Cardíaca, os sintomas podem ser muito debilitantes: Dificuldade em respirar; inchaço dos membros inferiores devido a acumulação de líquidos, fadiga intensa, tosse, pieira, náuseas e aumento de peso devido à acumulação de líquidos.

O risco de desenvolver insuficiência cardíaca aumenta com a idade e, em geral, tem tendência a ser mais frequente nos homens do que nas mulheres.

Esta doença não tem cura, mas tem tratamento! É uma doença complexa e desafiante para a qual não existe cura, conduzindo à morte em cerca de metade dos doentes, nos 5 anos após diagnóstico, o que coloca a tónica na importância de um diagnóstico precoce.

De acordo com o Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Prof. Doutor João Morais, “o notável progresso tecnológico nos últimos 20 anos, o controle dos factores de risco cardiovascular e o tratamento do enfarte agudo do miocárdio, têm resultado numa redução da mortalidade por doença cardiovascular. Ao prolongar a vida, muitos doentes vêm a desenvolver danos irreversíveis no coração, aumentado o risco de evolução para insuficiência cardíaca.”

A Insuficiência Cardíaca em números

  • Mais de 26 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de Insuficiência Cardíaca, e este número vai continuar a aumentar;
  • Em Portugal, estima-se que mais de 400.000 pessoas sofrem desta doença;
  • 1 em cada 5 pessoas com mais de 40 anos, vai desenvolver Insuficiência Cardíaca ao longo da sua vida;
  • A Insuficiência Cardíaca é a principal causa de internamento hospitalar em pessoas com mais de 65 anos de idade ;
  • 1 em cada 25 pessoas não sobrevive ao 1º internamento por Insuficiência Cardíaca;
  • 1 em cada 10 pessoas morre nos 30 dias após um internamento hospitalar por Insuficiência Cardíaca;
  • Cerca de 30% das pessoas que sofrem de Insuficiência Cardíaca morrem ao fim de 1 ano;
  • 50% das pessoas internadas por Insuficiência Cardíaca não sobrevive 5 anos após o diagnóstico;
  • A Insuficiência Cardíaca é responsável por 2 a 3 vezes mais mortes do que alguns cancros em estadios avançados, como o cancro da mama e o cancro do cólon;
  • Cerca de 1 em cada 3 pessoas, confundem os sintomas da Insuficiência Cardíaca com os sintomas normais relacionados com o envelhecimento;
  • Menos de 1 em cada 10 pessoas conseguem identificar três dos sintomas mais comuns, como a falta de ar extrema, o edema dos membros inferiores, o rápido aumento de peso e a dificuldade de locomoção;
  • 1 em cada 4 pessoas espera mais de uma semana para procurar ajuda médica, ou nem sequer procura, quando tem sintomas de Insuficiência Cardíaca;
  • Todos os anos a Insuficiência Cardíaca custa à economia mundial mais de $108 mil milhões/ ano, sendo 60-70% destes custos relativos a hospitalizações.
Estudo
Uma experiência em laboratório mostrou que o consumo de espermidina, um composto encontrado em alguns tipos de queijo, aumentou...

Um conjunto de cientistas da Universidade do Texas A&M descobriu que uma substância presente em alimentos como queijos envelhecidos, cogumelos, grãos e nozes pode prolongar a vida e prevenir o cancro do fígado, mesmo em pessoas predispostas a contrair este tipo de doenças.

Segundo o estudo publicado no jornal "Cancer Research", escreve o Sapo, a substância conhecida como espermidina foi introduzida por via oral em ratos de laboratório. Os resultados da investigação mostram que estes animais viveram, em média, mais 25% do que aqueles que não receberam a substância.

"Em seres humanos, isso significa que, em vez de uma média de 81 anos, as pessoas podem passar dos 100 anos. É um aumento drástico", comenta o cientista Leyuan Liu.

Segundo a radiotelevisão alemã Deutsche Welle, os animais que receberam a espermidina tiveram menos cancro no fígado e menos propensão para ter fibrose hepática, mesmo quando tinham uma predisposição natural para essas doenças.

Os especialistas explicam, no entanto, que para conseguir esses resultados é preciso começar a ingerir a espermidina o mais cedo possível, de preferência logo que se começa a consumir alimentos sólidos, já que nas experiências com animais de idade avançada o incremento da longevidade foi de apenas 10%.

Estudo
Um novo estudo científico internacional relança a esperança de cura para um problema que afeta milhões. Está, no entanto, longe...

Existem mais de 300 defeitos genéticos que impedem as células auditivas de funcionar corretamente. A descoberta foi feita por um grupo de especialistas da Escola Médica de Harvard, nos EUA, em parceria com investigadores da Universidade Médica de Viena, na Áustria. Pela primeira vez, conseguiram devolver a audição a um animal, usando um vírus adeno-associado, modificado e não patogénico, denominado Anc80L65.

Os pormenores da experiência são relatados na última edição do Nature Biotechnology, escreve o Sapo, uma publicação especializada que promove os avanços da biotecnologia. Em fevereiro deste ano, na sua edição digital, foi divulgado um outro estudo promissor. Através de um vetor de terapia genética melhorado, uma pool de cientistas conseguiu restaurar a audição de ratos de laboratório a um nível de 25 decibéis, o equivalente a um sussurro, o volume máximo conseguido até agora.

Em 2015, um grupo de investigadores do Boston Children's Hospital e da Escola Médica de Harvard já tinha conseguido que ratos geneticamente surdos conseguissem ouvir, ainda que a um nível muito rudimentar. Em 2013, investigadores do Hospital dos Olhos e Ouvidos do Massachusetts, nos EUA, conseguiram regenerar cerca de 200 células ciliadas em ratos que recuperaram parte da audição.

Recentemente, a investigação alcançou uma nova dimensão ao serem criadas mais de 11.500 células ciliadas a partir de uma única célula estaminal do ouvido de um dos mamíferos. A experiência foi realizada por um grupo de cientistas do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT) e da Universidade de Harvard. Os especialistas esperam, no futuro, aplicar esta descoberta a um tratamento injetável que possa reparar danos na audição.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 360 milhões de pessoas, cerca de 5% da população mundial, sofre de distúrbios auditivos. Desses, 70 milhões são surdos. No final de 2016, especialistas da Universidade de Juntendo, em Tóquio, no Japão, vieram a público afirmar que estavam muito próximos de “encontrar uma cura para a surdez” através de um tratamento com células estaminais.

Estudo
Um novo estudo publicado na revista médica "Lancet Neurology" revela que os pacientes com esclerose múltipla podem...

O estudo conduzido por Helen Tremlett do Centro de Saúde do Cérebro Djavad Mowafaghian, no Canadá, teve por base a análise de processos clínicos de pacientes com esclerose múltipla e poderá ajudar médicos a fazerem o rastreio da doença de forma precoce, aumentando a qualidade de vida dos doentes.

Para o estudo, segundo o Sapo, Helen Tremlett e equipa analisaram processos clínicos, durante um período de 20 anos, de 14.000 pacientes com esclerose múltipla. A informação recolhida foi comparada com a de pessoas que não tinham a doença.

A equipa identificou sintomas precursores de várias patologias e revelou que existe uma fase em que os pacientes começam a demonstrar sintomas da esclerose múltipla antes desta ser identificada do ponto de vista clínico.

Durante esta fase, os pacientes tendem a ir mais ao médico, a serem hospitalizados e a receberem mais prescrições de determinados fármacos do que a população em geral.

"Provar que as pessoas com esclerose múltipla tinham alterado já o seu comportamento nos cinco anos antes mesmo do primeiro reconhecimento clínico da doença é muito importante porque significa que temos que olhar para além daqueles cinco anos para perceber como é causada", comentou a investigadora numa nota daquele centro de investigação médica.

Serviço Nacional de Saúde
Colonoscopias, endoscopias, TAC e ressonâncias magnéticas terão de ser realizadas num prazo máximo de três meses a partir do...

Estes são alguns dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) no Serviço Nacional de Saúde definidos hoje numa portaria publicada em Diário da República e que entra em vigor no próximo mês.

Estes tempos são aplicados em exames ou consultas sem caráter de urgência e caso não sejam cumpridos deve haver referenciação do doente para outras unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou para outras entidades com acordos ou convenções.

Existiam já tempos de resposta máximos para as cirurgias, que, quando ultrapassados, obrigam o SNS a encaminhar o doente para realizar a intervenção noutra unidade do setor social ou privado.

Para a primeira consulta de especialidade hospitalar, o diploma fixa um tempo máximo de 120 dias seguidos a partir do registo do pedido da consulta efetuado pelo médico assistente do centro de saúde.

Contudo, até ao fim deste ano ainda vai vigorar um prazo máximo de cinco meses – 150 dias.

No caso dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica, endoscopias, colonoscopias, tomografias computorizadas (TAC) e ressonâncias magnéticas passam a ter um tempo máximo de três meses a partir da indicação clínica.

Para o cateterismo cardíaco, pacemaker, exames de medicina nuclear e angiografia diagnóstica os tempos máximos são definidos em 30 dias (um mês).

A portaria define ainda prazos máximos para primeira consulta em situação de doença oncológica suspeita ou confirmada, que vão desde o encaminhamento imediato para urgência hospitalar a um mês.

Quanto aos tratamentos de radioterapia o limite máximo definido é de 15 dias para a sua realização a partir do momento em que é indicado pelo médico.

Para as primeiras consultas de cardiologia em situação de doença cardíaca suspeita ou confirmada, define-se que o tempo de diagnóstico completo e de apresentação da proposta terapêutica será de entre 15 a 45 dias de acordo com a prioridade dos doentes.

O diploma define ainda que a generalidade das cirurgias hospitalares programadas tem um prazo máximo de realização de seis meses (180 dias), mas que podem ser encurtados em função da prioridade do doente.

Contudo, tal como nas consultas hospitalares, até ao fim do ano ainda vigor um tempo máximo mais dilatado, de nove meses.

As cirurgias na área oncológica não entram daqueles tempos, tendo limites definidos consoante a prioridade do doente e que vão desde as 72 horas até aos dois meses.

Em todo o país
Milhares de “pirilampos mágicos” vestidos de amarelo e azul vão estar à venda a partir de hoje em todo o país, no âmbito da...

A campanha de apoio a pessoas com deficiência intelectual e multideficiência decorre até 28 de maio sob o lema “Queremos voar”, associando-se, este ano, ao Ano Europeu do Turismo Acessível.

Em declarações, o vice-presidente da Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social (Fenacerci), Rogério Cação, explicou que o tema da campanha significa uma ideia de emancipação da pessoa com deficiência.

“Voar para as pessoas com deficiência significa atingir a sua autonomia, significa poder decidir, significa poder conhecer novas pessoas, novas paragens, atingir novos conhecimentos, ter novas oportunidades e ir mais longe”, disse Rogério Cação.

Sobre a campanha, o vice-presidente da federação adiantou que este ano terá “um pirilampo trintão, mas com a mesma vitalidade que tinha no ano em que foi lançado, em 1987”, a “espalhar a mesma mensagem de solidariedade”, de “defesa dos direitos das pessoas com deficiência”.

Além dos cerca de 700 mil pirilampos mágicos, com o preço unitário de dois euros, estarão também à venda outros artigos alusivos à campanha, nomeadamente "pins", sacos, t-shirts, canecas e chávenas, com preços que variam entre um e seis euros.

Nesta campanha é lançado um segundo livro que se chama “Voar com o pirilampo mágico”, que está integrado no Plano Nacional de Leitura, disse Rogério Cação.

Fazendo um balanço dos 30 anos da iniciativa, o responsável afirmou que a sua “longevidade” e “vitalidade” decorre do “reconhecimento que os portugueses lhes prestam relativamente aos seus objetivos” e à “sua credibilidade”.

“Esta credibilidade tem beneficiado imenso com o facto de termos muitas figuras públicas associadas à campanha”, que este ano conta com o apoio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, salientou.

Desde a primeira campanha, foram vendidos cerca de 20 milhões de bonecos, mais de dois milhões de 'pins', cerca de 69 mil t-shirts, quase 50 mil canas, mais de 16 mil chávenas e cerca de 70 mil sacos, segundo dados da federação.

A campanha surgiu em 1986 por iniciativa do então diretor de programas da RDP-Antena 1 que, depois de ouvir um programa na rádio sobre os problemas das pessoas com deficiência mental, propôs à federação a realização de uma campanha de angariação de fundos a favor das cooperativas de solidariedade social (CERCI), que teve início, pela primeira vez, um ano depois.

Pela segunda vez em sete meses
Uma análise de rotina ao sistema de águas do Hospital da Horta, nos Açores, voltou esta semana a detetar a presença de ...

O diretor clínico do Hospital da Horta, Rui Susano, explicou aos jornalistas que desta vez a presença da bactéria foi descoberta em "concentrações mais baixas", mas ainda assim obrigou a "medidas de precaução", para evitar que os doentes fossem infetados.

"Não há problema de contaminação", insistiu o médico, assegurando que o Hospital já efetuou uma "desinfeção" a todo o sistema de distribuição da água, com vista a "aniquilar a bactéria", que só é prejudicial quando inalada.

A ‘legionella’ foi descoberta nas canalizações do edifício antigo do hospital, mas, segundo Rui Susano, "nenhum doente foi infetado", embora a situação tenha obrigado a administração a transferir os pacientes internados para a ala nova, a fim de poderem fazer a sua higiene pessoal em segurança.

A ‘legionella’ é um bactéria que, quando inalada, pode provocar infeções respiratórias graves e até mesmo a morte, como aconteceu em novembro de 2014, em Vila Franca de Xira, onde mais de 300 pessoas foram infetadas. Cerca de uma dezena acabou por falecer.

Na próxima segunda-feira chega à ilha do Faial uma equipa de técnicos que irá recolher amostras na canalização do hospital, para depois analisá-las em laboratório.

Só dez dias depois, quando os resultados forem conhecidos, é que a administração do Hospital da Horta saberá se o problema está ou não totalmente resolvido.

Projeto Ambulatório de Saúde Oral e Pública
O Projeto Ambulatório de Saúde Oral e Pública da Universidade Fernando Pessoa, do Porto, já efetuou cerca de 153 mil rastreios...

Este é um "projeto de solidariedade social e pedagógico", no qual os alunos finalistas da Universidade Fernando Pessoa (UFP), acompanhados por professores, "percorrem o país realizando rastreios ao nível do colesterol, da diabetes, da tensão arterial, da saúde oral e da osteoporose", disse o gestor do projeto, Jacinto Durães.

O Projeto Ambulatório de Saúde Oral e Pública (PASOP), que presta também serviços de saúde pública nas áreas da nutrição, da fisioterapia e da terapia da fala, vai introduzir nos rastreios, no próximo ano letivo, a valência de psicologia, indicou.

De acordo com Jacinto Durães, a atividade da clínica ambulatória móvel, equipada com o material necessário para fazer rastreios, realiza-se às terças e quintas-feiras, iniciando em outubro e finalizando em julho, o que cobre, dessa forma, os dois semestres letivos.

Para além dos rastreios que efetua nas ruas, o projeto tem protocolos com câmaras, escolas, juntas de freguesia, instituições de solidariedade social, lares, empresas e outras entidades, como a RunPorto, com à qual colabora aos fins de semana.

Os resultados obtidos pelo PASOP são encaminhados para instituições com as quais o projeto tem parceria, que fazem o tratamento e encaminhamento dessa informação, dando-lhes depois um 'feedback' sobre a situação dos pacientes com patologias diagnosticadas durante os rastreios.

Para Jacinto Durães, o que torna este projeto tão relevante, para além da forte vertente pedagógica, é a possibilidade de se realizarem diagnósticos precoces, o que considera "importantíssimo".

Como exemplo, o responsável recorda um caso que ocorreu antes do jogo da Dinamarca com a Holanda, em Guimarães, durante o Euro 2004 (outro dos eventos que o PASOP acompanhou), em que tiveram que encaminhar para o hospital um indivíduo que fez o rastreio e apresentou valores elevados ao nível da tensão, do colesterol e da glicemia.

"O senhor tinha a tensão arterial máxima nos 26 e a mínima nos 15, em termos absolutos, e o colesterol perto dos 350", relatou Jacinto Durães, acrescentando que, no hospital, foi verificado que o indivíduo estava perto de ter um acidente vascular cerebral (AVC).

Ainda hoje, "em todos os natais, o senhor envia uma mensagem a dizer que está vivo e que isso se deve a nós", referiu.

Outra situação "marcante" e que "mostra a importância do diagnóstico precoce" ocorreu com um indivíduo a quem foi efetuado um rastreio em Ramalde, no Porto, devido a uma afta que não cicatrizava, "verificando-se que se tratava de um carcinoma na língua", tendo o mesmo sido encaminhado para o IPO-Porto, contou o responsável.

Para comemorar o 15º aniversário do PASOP, será realizada na UFP, quinta-feira, a conferência "Saúde Pública: A Importância dos Rastreios", na qual estarão presentes o diretor geral da Saúde, Francisco George e o diretor da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), Pimenta Marinho.

Nas intervenções, que terão início às 14:30, participam ainda docentes da UFP, o diretor clínico do Hospital - Escola, Agostinho Monteiro, e o presidente do Concelho de Administração dos Hospitais do Tâmega e Vale do Sousa, Carlos Alberto Silva.

A sessão de encerramento fica a cargo de Jacinto Durães, gestor do PASOP, e do reitor da universidade, Salvato Trigo.

Infarmed
A preparação dos tratamentos de quimioterapia no Hospital de Torres Vedras foi suspensa pelo Infarmed, obrigando a que a...

Em causa estão “não-conformidades” identificadas pelo Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde no Hospital de Dia de Oncologia da Unidade de Torres Vedras durante uma inspeção realizada “em março de 2017”, confirmou o Centro Hospitalar do Oeste (CHO).

De acordo com o Conselho de Administração (CA) do CHO, onde se integra o Hospital de Torres Vedras, o relatório da inspeção, enviado no final do mês de abril, “recomendou a suspensão da preparação de citotóxicos”, conhecidos em termos gerais como tratamentos de quimioterapia.

Esta é a segunda vez que o CHO vê a preparação de citotóxicos suspendida pelo Infarmed, depois de há um ano aquele organismo ter mandado suspender os tratamentos no Hospital de Dia de Oncologia da Unidade das Caldas da Rainha.

A suspensão teve como causas o “facto de a câmara de fluxos laminares não estar no sítio adequado” e não estarem “garantidos os requisitos técnicos”, situação que poderia, inclusive, acarretar “riscos para os profissionais” que preparam e manuseiam a medicação, disse então à Lusa Ana Paula Harfouche, presidente do CA do CHO.

Na altura, a solução encontrada pelo CHO, que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, foi reorganizar o circuito terapêutico para garantir a continuidade dos tratamentos, encaminhando os doentes para Torres Vedras, onde a medicação passou a ser preparada e administrada.

Um ano depois, o Infarmed acabou por determinar também a suspensão da preparação dos medicamentos na unidade de Torres Vedras, o que levou o CA a “de imediato desenvolver contactos com o intuito de encontrar uma solução” que passa “pela cedência de instalações por parte do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, para a preparação dos citotóxicos”.

Em resposta às questões colocadas, o CHO esclareceu ainda que a preparação da medicação no Hospital de Santa Maria começou hoje “com toda a normalidade” e que a mesma “continua a ser administrada nas instalações do Hospital de Dia de Oncologia de Torres Vedras e no Hospital de Dia de Oncologia de Caldas da Rainha, pelo que não haverá quaisquer implicações clínicas para os doentes”.

O conselho de administração não especificou quais as “não conformidades” apontadas pelo Infarmed à unidade de Torres Vedras, nem quais as intervenções necessárias para repor a preparação dos citotóxicos naquele hospital.

O Centro Hospitalar do Oeste (CHO) presta cuidados de saúde diferenciados, em regime de ambulatório e de internamento, abrangendo uma população direta de cerca de 295 mil habitantes dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

Estudo
Investigadores criaram, no Reino Unido, uma mão artificial com uma câmara incorporada que, ao registar a imagem de um objeto,...

A mão biónica, desenvolvida por uma equipa coordenada por engenheiros biomédicos da universidade britânica de Newcastle, está equipada com uma câmara ligada a um computador que tira uma fotografia do objeto à sua frente, avalia a sua forma e o seu tamanho e desencadeia uma série de movimentos.

Ao contrário de outras próteses, que são manobradas a partir do olhar do utilizador para o objeto que quer movimentar, a nova mão biónica 'vê' e reage com movimentos, refere a universidade em comunicado, acrescentando que a câmara capta a imagem do objeto e envia um sinal à mão em milésimos de segundos.

A nova tecnologia, que funciona de forma mais rápida do que outras próteses, foi testada num pequeno número de amputados.

As mãos biónicas atuais são controladas por sinais mioelétricos (a atividade elétrica dos músculos que é registada a partir da superfície da pele do coto).

Segundo um dos coautores do estudo, Kianoush Nazarpour, da Universidade de Newcastle, o uso deste tipo de próteses exige prática, concentração e tempo.

Agrupando objetos por tamanho, forma e orientação, o grupo de cientistas programou a mão artificial para executar quatro diferentes maneiras de agarrar os objetos, desde o agarrar num copo ou num comando de televisão até ao pegar num pitada de sal.

O trabalho, cujos resultados foram publicados na revista Journal of Neural Engineering, é parte de um projeto de investigação mais amplo para criar uma mão biónica que possa sentir a pressão e a temperatura e transmitir informações de volta para o cérebro.

A ideia é desenvolver dispositivos eletrónicos que se liguem às redes neuronais do antebraço para permitir comunicações bidirecionais com o cérebro. Estes dispositivos poderiam ser aplicados às mãos artificiais já existentes, sem custos adicionais com novas próteses.

Teledermatologia
A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo apelou hoje para a criação, em cada Unidade de Saúde Familiar, de equipas...

O repto foi lançado pelo secretário-geral da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), Osvaldo Correia, que diz que o equipamento necessário para estes médicos e enfermeiros pagar-se-ia ao evitar três cirurgias desnecessárias que hoje se fazem.

"É esta a proposta da APCC: em cada três doentes operados desnecessariamente paga-se o equipamento", afirmou Osvaldo Correia, olhando depois para o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, que assistia à apresentação, em Lisboa, dos últimos dados sobre cancro de pele em Portugal e da campanha do Dia dos Cancros da Pele (Dia do Euromelanoma), que se assinala dia 17.

Depois de ouvir o responsável da APCC, Fernando Araújo lembrou que o Governo tem feito um esforço a este nível colocando câmaras para os médicos de medicina geral e familiar poderem utilizar nestes casos e reconheceu que, em conjunto, talvez este trabalho possa ser acelerado.

"Duplicámos as consultas de dermatologia no ano passado, precisamos de insistir na formação de mais dermatologistas e ao nível dos cuidados primários estão a ser instaladas mais câmaras e os médicos hoje estão mais abertos. Em conjunto, poderemos acelerar este processo, para termos respostas em tempo oportuno", afirmou Fernando Araújo.

Na apresentação dos números mais recentes do cancro de pele em Portugal, Osvaldo Correia lembrou que no último rastreio nacional foram vistas mais de 1.700 pessoas em mais de 40 serviços de dermatologia e em 21% dos casos as pessoas tinham antecedentes de queimaduras solares.

O responsável sublinhou a importância da literacia nesta matéria, frisando que nem sempre a população reconhece os sinais, e exemplificou: "além dos sinais, em alguns casos as pessoas identificaram o risco de cancro de pele mais com o calor do que com o nível de raios UV".

"O sol é igual em todo o lado, seja na praia ou no campo, e é preciso lembrar que mesmo com sombra, a areia reflete os raios solares, a água também. A melhor proteção é juntar a roupa, o chapéu e o protetor solar, mas este tem de ter alguma espessura para conferir proteção", afirmou.

Osvaldo Correia recordou os números do último Registo Oncológico Nacional (2010) para lembrar que os casos entre os 20 e os 40 anos são mais frequentes do que era desejável.

Revelou ainda alguns dados do rastreio feito na ilha de S. Jorge, nos Açores, onde segundo a APCC a taxa de incidência de cancros de pele é “das mais elevadas do país”. Naquela ilha foram vistas 350 pessoas, 50 submetidas a cirurgia e 100 a criocirurgia.

Meia centena de serviços de dermatologia vão participar, no dia 17, no rastreio gratuito que decorre no âmbito do Dia dos Cancros da Pele e que no ano passado examinou mais de 1.700 pessoas. Destas, em 300 foram detetados sinais irregulares, 126 tinham queratoses actínicas (percursor do carcinoma espinocelular), 14 suspeitas de melanomas e 82 carcinomas.

Osvaldo Correia insistiu na importância do autoexame, dos rastreios e do reforço da proteção, seja com chapéus e roupa seja com protetor solar, frisando que o facto de se colocar protetor solar não confere permissão para estar mais tempo ao sol.

Estima-se que surjam este ano mais 12.000 novos casos de cancro de pele, 1.000 dos quais casos de melanoma.

Especialista
O presidente da Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo, alertou hoje que o excesso de prescrição de suplementos de vitamina D...

“A suplementação de vitamina D tem uma explicação económica. Num país como o nosso, com sol, não faz sentido. Basta uma exposição de 15 minutos, fora do horário vermelho, para a pele produzir a vitamina D necessária. E no consultório não vejo ninguém raquítico”, afirmou António Picoto.

O especialista em dermatologia falava na conferência de imprensa de apresentação dos últimos dados sobre cancro de pele e da campanha deste ano para o Dia dos Cancros da Pele (Dia do Euromelanoma), em resposta a propósito da investigação que está a ser feita pelas autoridades sobre o aumento do consumo e das despesas com este suplemento vitamínico.

Por causa dos gastos com os suplementos de vitamina D, que dispararam nos últimos anos, o Infarmed, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Ricardo Jorge (INSA) já anunciaram uma avaliação "firme e rigorosa" do diagnóstico e tratamento deste défice vitamínico.

O especialista da Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo lembrou ainda que é um engano pensar-se que os solários fornecem vitamina D, uma vez que as lâmpadas usadas são de raios ultravioleta A (UVA) e para a produção de vitamina D são necessários os UVB.

O especialista considera importante perceber-se qual a origem dos défices que têm sido detetados nos portugueses, lembrando que foram identificados inclusive valores diferentes consoante os laboratórios.

Dados recolhidos pelo Infarmed mostram uma duplicação dos encargos entre 2015 e 2016, valor que quintuplicou em dois anos, passando de 1,1 milhões de euros para 5,7 milhões, incluindo medicamentos com e sem comparticipação.

O financiamento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) aumentou num ano de 779 mil euros para 2,1 milhões.

Para o Infarmed, "estes valores, só por si, não permitem concluir que há um sobretratamento do défice de Vitamina D", mas "a discrepância de valores nos resultados publicados em dois estudos diferentes justifica uma avaliação profunda e esclarecedora nesta área".

Segundo a autoridade do medicamento, esta investigação está a ser efetuada em diversas vertentes, desde logo relativamente às metodologias utilizadas na determinação dos níveis sanguíneos de vitamina D, à racionalidade clínica na prescrição de medicamentos com vitamina D e às práticas promocionais daqueles medicamentos por parte das empresas farmacêuticas.

Criada no Porto
Uma aplicação móvel que permite aos idosos realizar uma autoavaliação da sua mobilidade, forma física e alimentação, foi...

Esta ferramenta, denominada 'Frail Survey' (Inquérito de Fragilidade), permite ainda à população idosa verificar outros fatores como a visão, a audição e os aspetos cognitivos e psicossociais, medindo assim a sua fragilidade (que pode ser robusta, pré-frágil ou frágil), indicou o gestor do projeto, Elísio Costa.

Em declarações, explicou que a medição da fragilidade é "bastante útil", visto que a sua progressão pode ser "minimizada ou retardada" com alteração de estilos de vida, nomeadamente com a adoção de bons hábitos alimentares, prática de exercício físico, manutenção de atividade intelectual e sustentação das redes sociais, entre outras.

Nesta aplicação, gratuita e disponível para 'download' a partir do dia 09 de maio, é o próprio idoso quem introduz os dados, podendo, no entanto, ser utilizada por um familiar ou um cuidador para avaliar a condição de fragilidade dos indivíduos em causa.

De acordo com o gestor do projeto, os Censos de 2011 mostram que a população idosa portuguesa aumentou 19% na última década, o que faz "despertar uma atenção emergente" para se perceber, explicar e intervir no processo de envelhecimento.

"Sabe-se que o curso normal do envelhecimento está associado a um declínio gradual das capacidades funcionais, sendo as pessoas idosas que estão em alto risco de declínio descritas como frágeis", referiu.

Embora a fragilidade seja explicada por múltiplos modelos, "é consensual que fatores fisiológicos e psicossociais estão na sua base", referiu o responsável, acrescentando que estudos internacionais demonstram que esta condição é caracterizada por uma maior vulnerabilidade, conduzindo à incapacidade, à institucionalização, à hospitalização e à morte.

Segundo Elísio Costa, esta é a primeira aplicação em língua portuguesa para avaliação da fragilidade dos idosos pelos próprios, existindo no mercado uma solução semelhante, orientada para profissionais de saúde, que não está disponível em português.

O desenvolvimento desta tecnologia surgiu no seguimento do 2016 'Pilot Twinning Support Scheme of the European Innovation Partnership on Active and Healthy Ageing', que financia a cooperação entre Sítios de Referência Europeus, de forma a estes partilharem boas práticas e incrementarem-nas em outras regiões a nível europeu.

Este projeto permitiu a adaptação de uma prática desenvolvida pelo Reference Site DEP - Lazio Regional Health Service de Roma (Itália), na qual os idosos com mais de 80 anos são monitorizados, tendo como ponto de partida a avaliação da fragilidade através de um questionário 'online'.

Esta tecnologia vai ser apresentada durante o primeiro 'Open Day' do Porto4Ageing, no dia 09 de maio, evento que vai decorrer no complexo do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (ICBAS/FFUP), contando com a participação de diversos parceiros.

Esta iniciativa, indicou Elísio Costa, visa colocar as instituições que constituem o consórcio a pensar em conjunto sobre soluções e produtos que possam promover a qualidade de vida e um envelhecimento ativo e saudável na região.

Centro Europeu de Controlo de Doenças
Pelo menos 25 pessoas morreram de sarampo na Europa no atual surto da doença, com a esmagadora maioria das vítimas a registar...

O balanço mais recente feito pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças reporta a casos contabilizados até 21 de abril, havendo pelo menos 15 países europeus com notificações de sarampo.

A Roménia, onde se pensa que terá começado o atual surto na Europa, contabiliza 4.881 casos de sarampo de janeiro de 2016 até meados de abril deste ano, sendo que 23 casos foram mortais.

Portugal registou um caso mortal de sarampo, numa jovem de 17 anos que não estava vacinada, e a Bulgária teve também uma morte num bebé de 10 meses não imunizado, segundo o relatório do Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa).

A vacina é a melhor forma de prevenir o sarampo, que é uma doença altamente contagiosa. Em Portugal é gratuita e deve ser dada aos 12 meses e aos cinco anos.

Quanto ao número total de casos, Portugal tem até ao momento 25 situações de sarampo confirmadas, segundo o mais recente balanço da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A Itália registou mais de 1.700 casos, a Alemanha 462, França 134 casos, Espanha com 44 e a Bélgica tem mais de 160 infeções confirmadas.

Doença afeta 400 mil portugueses
Um grupo de doentes com problemas cardíacos criou a nível nacional a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca...

“A Insuficiência Cardíaca tem uma elevada morbilidade e mortalidade e é um problema de saúde incapacitante quando não é controlado. Uma vez que existe ainda um grande desconhecimento da população e, acima de tudo, uma clara desvalorização deste problema de saúde, consideramos que através de uma associação de doentes conseguiremos promover o conhecimento da doença, assim como partilhar experiências e informação relevante”, explica o Comandante Vicente de Moura, presidente da Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC).

“A Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca tem essa finalidade. Queremos ajudar os doentes e as suas famílias a lidar da melhor forma com esta e outras doenças do foro cardíaco, proporcionando informação pertinente que lhes ajude a obter uma melhor qualidade de vida”, acrescenta ainda o presidente da AADIC.

Em Portugal, a insuficiência cardíaca afeta mais de 4% da população, ou seja, cerca de 400 mil pessoas, sendo uma síndrome com elevada morbilidade e mortalidade. Estima-se que a sua prevalência possa aumentar entre 50 a 70% até 2030, sendo, por isso, crucial valorizar esta patologia que, na Europa, é já a principal causa de internamento hospitalar após os 65 anos de idade.

A Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca pode ser acompanhada através da página de Facebook: www.facebook.com/aadicardiaca. Os interessados poderão tornar-se sócios ou fazer parte das ações da Associação através do seguinte endereço electrónico [email protected].

Ensaio clínico
A reanálise dos dados do ensaio clínico CARE-MS II, um estudo de fase 3, demonstrou que o Alemtuzumab pode diminuir o grau de...

Nesta avaliação publicada sob o título “Alemtuzumab melhora a incapacidade pré-existente em doentes com EMSR ativa” o objetivo dos investigadores consistiu em caracterizar os efeitos do tratamento com Alemtuzumab nas avaliações de melhoria de incapacidade em doentes com EMSR cuja resposta a outros tratamentos tinha sido inadequada (presença de pelo menos um surto no ano anterior). O Alemtuzumab é um anticorpo monoclonal humanizado (anti-CD52) capaz de reprogramar a resposta imune dos linfócitos B e T em doentes com EMSR.

Consideram os autores que o principal objetivo do tratamento da esclerose múltipla (EM) é a diminuição da progressão da incapacidade dos doentes, resultado normalmente medido pelo “ atraso do agravamento confirmado da incapacidade “ (CDW, confirmed disability worsening). No entanto, começam a aparecer novos objectivos terapêuticos como a redução da atrofia cerebral ou a “melhoria confirmada da incapacidade” (CDI, confirmed disability improvement), um padrão de eficácia terapêutica mais exigente do que o da diminuição da acumulação de incapacidade.

Os investigadores concluíram que os doentes tratados com Alemtuzumab apresentaram maior probabilidade de melhorar a sua classificação na EDSS (escala vulgarmente utilizada para medir a incapacidade física na EM) em comparação com os doentes tratados com Interferão beta-1a SC. Uma proporção significativamente mais elevada destes doentes apresentou uma melhoria confirmada da incapacidade aos 6 meses. Além disso, a probabilidade de melhoria – numa escala mais sensível que inclui também medidas de funções cognitivas e de destreza manual e deambulação a Escala Multiple Sclerosis Functional Composite (MSFC) foi também mais elevada nos doentes tratados com Alemtuzumab. Estes doentes apresentaram ainda melhoria em relação à situação basal nas classificações da Escala de Acuidade Visual de Letras com Baixo Contraste de Sloan (SLCLA) relativamente aos doentes tratados com Interferão beta-1a SC.

Os resultados do CARE-MS II demonstraram que os doentes com EMSR com resposta inadequada a TMD anteriores apresentaram melhorias significativas em vários parâmetros de incapacidade quando tratados com o Alemtuzumab, por oposição ao tratamento com Interferão beta-1a SC.

“Os resultados aqui apresentados veem não só vêm confirmar a capacidade do Alemtuzumab de abrandar a acumulação da incapacidade, como também demonstrar um benefício superior ao melhorar a incapacidade pré-existente em doentes com EMSR com resposta inadequada a TMD anteriores”, concluíram os investigadores. “Estes dados vêm somar-se às evidências que apoiam um perfil de benefício-risco favorável do Alemtuzumab no tratamento da EMSR.”

A ideia é também corroborada pelo Professor Luís Cunha, diretor do Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que afirma que “o Alemtuzumab já foi administrado em doentes portugueses com resultados bastante positivos. Aguardamos que o medicamento fique acessível aos doentes para podermos continuar a disponibilizar este tratamento aos doentes que dele precisam. É para nós, profissionais de saúde, frustrante saber que temos medicamentos inovadores com resultados diferenciados e que os doentes não podem beneficiar dos mesmos e receber o tratamento adequado”.

A Dra. Lívia de Sousa, também neurologista do CHUC, mostra-se entusiasmada com os resultados apresentados pelo Alemtuzumab e lembra a importância de tratar a EM desde os primeiros sintomas, enquanto ainda é possível conter, ou até mesmo em alguns casos, reverter a progressão da incapacidade consequente da doença. E lembra que o “Alemtuzumab tem mostrado ser eficaz em casos particularmente agressivos de EM que não responderam a fármacos já disponíveis no mercado português. O carácter heterogéneo da doença faz com que seja imperioso termos várias opções terapêuticas para que cada um dos casos e dependo do estadio da doença, todos os doentes possam receber o tratamento adequado”.

Serviço Nacional de Saúde
Procura do Serviço Nacional de Saúde aumentou durante anos de austeridade, mas oferta de serviços diminuiu, conclui estudo...

Os médicos que trabalham no Serviço Nacional de Saúde (SNS) sofreram uma redução superior a 30% do seu salário durante os anos de crise, uma diminuição que, para a maior parte, rondou os 500 euros líquidos por mês, indicam as conclusões de um estudo publicado na última edição da Acta Médica Portuguesa. O impacto da crise económica e financeira no rendimento dos médicos que trabalham no SNS foi, assim, significativo.

Durante os anos de crise (2010 a 2015), os médicos inquiridos para este trabalho deram conta de um aumento da procura dentro do SNS e, em simultâneo, uma redução dos serviços oferecidos, destacam os autores deste trabalho conjunto do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Escola Nacional de Saúde Pública, Nova School of Business and Economics e o Centro de Investigação em Saúde Pública. Para o estudo Perceções e reações à crise económica dos médicos no SNS foi inquirida uma amostra aleatória de 484 profissionais do Hospital de São José (Lisboa) e dos agrupamentos de centros de saúde de Cascais e da Amadora, escreve o jornal Público.

O incremento da procura dos serviços públicos pode ser explicado pelo aumento de algumas doenças — sobretudo mentais — relacionadas com o desemprego que “tipicamente acontece durante uma crise económica”, segundo os autores. Já no sector privado, frisam, os inquiridos destacaram o crescimento dos grandes grupos hospitalares e das clínicas em detrimento dos antigos consultórios privados.

Do ponto de vista financeiro, muitos dos entrevistados queixaram-se de que o seu salário no SNS diminuiu mais de 30%, uma redução não compensada por um decréscimo correspondente no horário de trabalho. Pelo contrário, o horário cresceu duas horas por semana.

Alguns deste profissionais trabalham também em hospitais e clínicas privadas. E aqui admitem não ter sentido o impacto da crise: para quase metade, as horas de trabalho e os rendimentos mantiveram-se constantes entre 2010 e 2015 (16 horas por semana e 2 mil euros mensais, em média). Mais de 80% asseguraram, aliás, que recomendariam o seu trabalho no sector privado a um colega.

Outro sinal do mal-estar sentido por muitos inquiridos na sua atividade no sector público passa por uma menor disponibilidade para fazer horas adicionais: quase dois terços declararam não estar dispostos a isso, mesmo recebendo um pagamento adicional, enquanto 60% dos que acumulam no privado mostraram-se disponíveis para trabalhar mais ali, com uma remuneração extra média de 40 euros por hora.

Na prática, além dos reflexos a nível pessoal — 68% queixaram-se de ter tido de mudar o seu estilo de vida por causa da crise económica —, o que os resultados deste trabalho mostram é que os anos de austeridade implicaram mudanças substanciais no mercado de serviços médicos, com o aumento da procura e uma diminuição da oferta no sector público e o acréscimo da oferta no sector privado. Segundo os entrevistados, terão sido “os seguros de saúde e alguns agentes económicos privados” a contribuir para a alteração do perfil da prestação de cuidados de saúde no país.

Os médicos de família das unidades de saúde familiar do modelo B (que têm contratos de exclusividade e incentivos) foram os menos afetados, ao contrário dos especialistas hospitalares, que sentiram a crise com maior acuidade.

A nível pessoal, admitiram sentir uma reduzida satisfação nas unidades públicas, ao contrário do que acontece nas privadas. Em compensação, o gosto pela profissão, a independência e a flexibilidade do trabalho foram os fatores de “alívio” mais mencionados.

Apesar das medidas de austeridade, entre os médicos que ficaram no sector público “não se encontraram sinais de mudança substancial, em termos de fuga para o sector privado e para o estrangeiro”, destaca o estudo. Um fenómeno que poderá ser explicado pela “falta de oportunidades oferecidas no privado ou pela natureza da amostra”. Apesar de os médicos estarem insatisfeitos com as novas condições, “provavelmente ainda não se terá atingido uma situação crítica”, talvez porque “as condições financeiras iniciais da profissão são melhores em comparação com outras profissões”.

Também o prestígio da profissão no país e o estatuto socioeconómico elevado comparativamente com outras classes serão fatores que contrariam uma tendência para emigrar, especulam. No total, apenas 15% dos inquiridos declararam que consideram a emigração como uma opção para o futuro. Mas, como a amostra apenas contempla médicos a trabalhar no SNS (ainda que alguns em simultâneo no privado), pode “enviesar os resultados quanto à intenção de sair para o privado ou de emigrar”. Os motivos invocados para emigrar são a insatisfação com as perspetivas de carreira, com o salário atual e a falta de valorização da profissão no país.

Como contraponto, os fatores mais importantes mencionados para permanecer foram “gostar muito” do país e da profissão médica e os compromissos familiares.

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