Cancro de pele
Meia centena de serviços de dermatologia vão participar este ano no rastreio gratuito que decorre no âmbito do Dia do...

O rastreio gratuito é uma das iniciativas da campanha que decorrerá no dia 17 em Portugal e que será apresentada na próxima quarta-feira, em Lisboa.

Neste encontro serão ainda divulgados pela Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo (APCC) os dados mais recentes do cancro de pele, assim como os resultados do rastreio feito nos Açores, onde a taxa de incidência de cancros de pele é das mais elevadas do país.

Serão igualmente divulgados dados relativos à incidência dos cancros de pele nos jovens adolescentes, que se estão a tornar mais frequentes e que se prevê continuem a aumentar nos próximos anos.

“Apesar da sensibilidade e nível de conhecimento da população para os cuidados a ter com os exageros de exposição ao sol continuamos a assistir a um aumento progressivo do número de cancros da pele, não só de melanomas, mas também dos cancros da pele não melanoma, em particular dos carcinomas basocelulares, carcinomas espinocelulares e seus precursores, as queratoses actínicas, inclusive em idades mais jovens”, recorda a APCC em comunicado.

O rastreio gratuito anual em 2015 detetou 77 suspeitas de cancro e 112 sinais potencialmente cancerígenos.

Desde há 17 anos que Portugal participa na Campanha Europeia do Dia do Euromelanoma.

União Europeia
Mais de 670 casos de hepatite A estão confirmados em onze países da União Europeia desde o verão do ano passado até ao momento,...

O último balanço feito pela Direção-Geral da Saúde em Portugal, em 18 de abril, dava conta de 199 casos notificados de hepatite A desde o início do ano.

O atual surto de hepatite A afeta, sobretudo, homens que têm sexo com homens de forma desprotegida, refere o próprio Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), destacando que 95% dos casos da doença são detetados em homens e que 80% são em homens que têm sexo com homens.

Além de Portugal, têm reportado casos de hepatite A os seguintes países da União: Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Itália, Holanda, Suécia e Reino Unido.

Num balanço publicado na sexta-feira, o ECDC dá conta de, pelo menos, 674 casos confirmados ligados ao mesmo surto desde 01 de junho do ano passado.

A hepatite A é, geralmente, benigna e a letalidade é inferior 0,6% dos casos. Existe vacina para a doença.

A gravidade da doença aumenta com a idade, a infeção não provoca cronicidade e dá imunidade para o resto da vida.

Calcula-se que em Portugal mais de 95% da população com mais de 55 anos esteja imune, dado que a doença chegou a ser frequente e começou a decair com a melhoria das condições sanitárias e socioeconómicas.

Governo
As escolas devem comunicar aos delegados de saúde os casos de alunos que não têm as vacinas em dia de acordo com o Programa...

O diploma, publicado sexta-feira em Diário da República, indica que é necessário “reforçar os mecanismos de articulação dos estabelecimentos escolares com as autoridades de saúde” no que à vacinação diz respeito.

Assim, os estabelecimentos de educação pré-escolar, do básico e do secundário devem comunicar aos delegados de saúde coordenadores do respetivo agrupamento de centros de saúde da área de cada escola “os alunos que não se encontrem com a vacinação recomendada atualizada”.

O objetivo de as escolas transmitirem esta informação aos delegados de saúde é, segundo o despacho, “promover o aconselhamento e esclarecimento adequados”, bem como sensibilizar as famílias para os benefícios da vacinação.

As vacinas do Programa Nacional de Vacinação (PNV), que são gratuitas, não são obrigatórias, mas geralmente as escolas, públicas e privadas, pedem o boletim vacinal dos alunos no ato da matrícula ou da inscrição.

A importância de se cumprir o esquema vacinal segundo o PNV tem sido evidenciada pelas autoridades de saúde no atual surto de sarampo em Portugal, que até ao momento já afetou 25 pessoas e levou à morte de uma jovem de 17 anos.

A vacinação é o meio de prevenção mais eficaz contra o sarampo, uma doença altamente contagiosa e que, ainda que geralmente tenha evolução benigna, pode gerar complicações graves e até levar à morte.

Em Coimbra
A Agência para a Prevenção do Trauma e da Violação dos Direitos Humanos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra disse...

Segundo o psiquiatra João Redondo, coordenador executivo da estrutura, foi realizado um estudo que incluiu alunos do ensino básico e secundário, de duas turmas de nove escolas públicas e privadas, que vai aferir o "grau de desregulação emocional e comportamental".

"Esta é a área em que estamos mais avançados. Nesta fase, estamos a proceder à análise dos resultados do estudo, que foi realizado por uma equipa multidisciplinar e multissetorial", disse o psiquiatra, após o encerramento do segundo encontro sobre "Trauma, medo e violência. Direitos Humanos, hoje!", que decorreu no auditório da Fundação Bissaya Barreto, em Coimbra.

A Agência para a Prevenção do Trauma e da Violação dos Direitos Humanos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), criada em 2014, constituiu ainda grupos de trabalho para analisar a violência no namoro, com idosos, em contexto de serviços de saúde e em centros de privação da liberdade, com o objetivo, em todas as áreas trabalhadas, de propor medidas preventivas.

João Redondo disse ainda que estão criados os instrumentos para se avançar com o estudo da violência no namoro e com os idosos.

Neste momento, adiantou, a agência já está a trabalhar em projetos apoiados pela União Europeia para a prevenção da radicalização e formação dos profissionais e técnicos que trabalham com refugiados.

Está ainda a ser preparado um curso de pós-graduação em violência, em colaboração com várias faculdades da Universidade de Coimbra, para proporcionar formação aos profissionais e cidadãos que se queiram envolver nestas áreas.

"Desde o final da década de 1990 que a violência nos preocupa e, por isso, quisemos criar uma rede de suporte para as pessoas mais vulneráveis", que abrange um conjunto de saberes multissetorial de diversas entidades, referiu João Redondo.

Segundo o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, José Martins Nunes, a agência surgiu "porque se percebeu que era possível gerar conhecimento nestas áreas e aplicá-lo, num mundo que está em mudança, em que tudo é diferente".

"É uma agência que vai responder a grandes desafios da sociedade, em que o CHUC rompe com a sua fronteira de influência e da ciência", sublinhou.

Associação Nacional de Municípios Portugueses
A descentralização de competências da saúde para as autarquias deve realizar-se através de auto de transferência até 2021, mas...

O auto de transferência entre o Ministério da Saúde, as Administrações Regionais de Saúde (ARS) e os municípios contemplará a “identificação dos recursos humanos, patrimoniais e financeiros associados ao desempenho das competências”, os “instrumentos financeiros” e “níveis de prestação dos serviços”, estabelece uma proposta de decreto-lei.

“Os autos de transferência devem efetivar-se até ao ano 2021”, prevê a proposta de diploma, que visa concretizar a descentralização de “competências para os municípios e entidades intermunicipais no domínio da saúde”, com base na lei-quadro em discussão no parlamento.

Os municípios devem participar “no planeamento, na gestão e na realização de investimentos relativos a novas unidades de prestação de cuidados de saúde primários, nomeadamente na sua construção, equipamento e manutenção”, refere o documento.

Além de gerirem e manterem outros equipamentos afetos aos cuidados de saúde primários, os municípios também devem assegurar a “gestão dos trabalhadores, inseridos na carreira de assistente operacional, das unidades funcionais dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) que integram o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

Os conselhos das comunidades intermunicipais e das áreas metropolitanas terão a competência de “definir a rede de unidades de cuidados de saúde primários e de unidades de cuidados continuados de âmbito intermunicipal”, bem como emitir parecer sobre acordos nestes domínios.

No processo de transferência e exercício de competências “é assegurada a autonomia técnica dos ACES, na qualidade de serviços desconcentrados” das ARS, determina o projeto de diploma.

As câmaras deverão, no prazo de um ano da entrada em vigor do decreto-lei, após ouvir o conselho da comunidade do ACES, elaborar ou atualizar a Estratégia Municipal de Saúde, enquadrada com os planos nacionais, regionais e locais de saúde, a aprovar pela assembleia municipal.

O investimento na construção, manutenção e equipamento de novas unidades deve estar “alinhado com a política definida pelo Ministério da Saúde”, prevendo-se ainda que os municípios assegurem a gestão de unidades da Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências das ARS.

Os municípios recebem anualmente uma verba para o Fundo Social Municipal, destinada a despesas de manutenção e conservação das instalações.

Os funcionários serão transferidos para os municípios, “sem prejuízo da situação jurídico-funcional que detém à data da transferência, designadamente em matéria de vínculo, carreira e remuneração”, assumindo a câmara competências nomeadamente na “gestão de carreiras, remunerações e poder disciplinar”.

“Os trabalhadores mantêm, igualmente, o direito à mobilidade para quaisquer serviços ou organismos da administração central ou local”, consagra a proposta, acrescentando que o número de profissionais “é definido em função dos existentes à data da transferência e das necessidades para o adequado funcionamento das unidades”.

Na proposta estipula-se que “são transferidas para os municípios as dotações inscritas no orçamento do Ministério da Saúde para pagamento das despesas com o pessoal”, acrescidas dos encargos adicionais com “transferência dos trabalhadores da administração central para a administração local”, incluindo com ADSE e SNS.

A proposta de decreto-lei foi enviada para análise da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que na quarta-feira reuniu o conselho diretivo e apontou a necessidade de um levantamento rigoroso das transferências de competências para evitar uma resposta insuficiente na prestação de serviços públicos.

Segundo um documento de trabalho dos municípios, o Ministério da Saúde deverá ainda prestar informação sobre a lista de unidades de saúde a transferir, por município, o estado de conservação, a situação dos equipamentos médicos ou o número de viaturas e de pessoal de cada unidade.

O presidente da ANMP, Manuel Machado, afirmou na quinta-feira, no grupo de trabalho parlamentar da descentralização, que a associação apenas recebeu propostas setoriais relativas às freguesias, promoção turística, segurança contra incêndios e saúde.

Incêndios
O INEM terá quatro helicópteros exclusivamente para a atividade de emergência médica pré-hospitalar, sediados em Macedo de...

Numa informação enviada à comunicação social, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) adianta que está previsto o pleno funcionamento dos helicópteros de Macedo de Cavaleiros e de Évora, a deslocalização do helicóptero de Lisboa para Loulé, para cobrir eficazmente toda a região sul do país, e a colocação de um quarto aparelho operado diretamente pelo INEM em Santa Comba Dão.

Em maio verifica-se uma alteração no funcionamento do serviço de helicópteros de emergência médica do INEM, devido à indisponibilidade dos helicópteros Kamov, baseados em Santa Comba Dão e Loulé, para a Emergência Médica, mas o instituto garante que terá quatro helicópteros para a atividade de emergência médica pré-hospitalar.

Nas fases mais críticas de combate aos incêndios florestais – 15 de maio a 30 de setembro - está previsto que os helicópteros Kamov façam exclusivamente missões no âmbito das atribuições da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Contudo, o INEM garante que “as necessidades do país em matéria de helitransporte de emergência estão totalmente asseguradas durante as fases mais críticas dos incêndios florestais”.

Os helicópteros de emergência médica do INEM são utilizados no transporte de doentes graves entre unidades de saúde (transporte secundário) ou entre o local da ocorrência e a unidade de saúde (transporte primário).

Estão equipados com material de Suporte Avançado de Vida, sendo a sua tripulação composta por um médico, um enfermeiro e dois pilotos.

Asma em Portugal
A asma é uma doença inflamatória crónica dos brônquios que se inicia, habitualmente, na infância, ma

A asma é uma doença inflamatória crónica dos brônquios que se inicia, habitualmente, na infância, mas que é transversal a todas a faixas etárias sendo a doença crónica mais prevalente na idade pediátrica.

Trata-se de uma patologia cada vez mais frequente em todos os países, acompanhando em simultâneo os padrões de desenvolvimento das sociedades. Estima-se que a asma brônquica afecte cerca de 300 milhões de pessoas no Mundo.

Em Portugal a asma afecta 6,8% da população (Inquérito Nacional de Prevalência da Asma). Estima-se que apenas 57% dos asmáticos tenham a sua doença controlada ou seja, cerca de 300.000 portugueses necessitam de melhor intervenção para controlo da doença.

Contudo, Portugal é apontado como o país da UE com menor taxa de internamentos por asma, em jovens com idade superior a 15 anos e adultos e globalmente o número de óbitos decresceu, com uma quase inexistente mortalidade na idade pediátrica!

Apresentação clínica

A asma apresenta-se habitualmente por episódios recorrentes de pieira (chiadeira no peito), dificuldade em respirar, tosse ou opressão torácica (aperto no peito) no intervalo dos quais o doente pode ou não ficar totalmente assintomático. Os sintomas variam podendo, por vezes, estar apenas presente um único sintoma como a tosse quando de predomínio nocturno ou relacionada com esforço físico. Também a sensação de opressão torácica com o esforço pode ser a única manifestação.

Factores desencadeantes

Muitos são os factores que podem desencadear/agravar a asma nomeadamente:

1. Exposição a alergénios ambientais do exterior como pólens e fun­gos ou do ambiente interior, tais como áca­ros, fungos e animais domésticos.

2. Exposição a alergénios ocupacionais - são as substâncias presentes no ambiente profissional que constituem os desencadeantes para os sintomas.

3. Exposição ambiental a fumo de tabaco e a poluentes.

4. Infecções respiratórias virais - como a gripe ou os catarros respiratórios são potentes desencadeantes de asma brônquica.

5. Exercício físico - em alguns doentes, particularmente em crianças, pode desencadear agudizações.

6. Factores psicológicos e emocionais como stress, ansiedade e/ou depressão.

7. Doenças associadas nomeadamente rinite/sinusite, obesidade, refluxo gastro-esofágico, patologia cardíaca.

Diagnóstico

O diagnóstico da asma é clínico, não exis­tindo nenhuma análise que permita um diagnóstico precoce. Para além da história clínica, os testes de sensibilização realizados no estudo da doença alérgica, as provas de função respiratória, os exames radiológicos e análises de sangue são suficientes na maioria das ve­zes para a caracterização do doente com asma.

Tratamento

O controlo da asma passa por diversas medidas sendo importante, numa primeira fase, o controlo/ prevenção de factores desencadeantes inespecíficos como as infecções virais (por exemplo, através da vacinação) ou o fumo de tabaco. Nos doentes alérgicos é importante aplicar medidas anti-alérgicas de acordo com as sensibilizações demonstradas.

Em seguida privilegiar a educação do doente promovendo a cooperação do doente, re­conhecimento dos factores de alerta e adequação da terapêutica.

Finalmente a terapêutica farmacológica que actua a dois níveis no controlo a longo prazo da inflamação das vias respiratórias e  no controlo das cri­ses e dos sintomas.

A maioria dos fármacos utilizados são admi­nistrados por via inalatória para permi­tir uma eficácia de actuação dos mesmos e reduzir os efeitos secundários.

Existem múltiplos dispositivos de inalação de fár­macos que deverão adequar-se a cada do­ente.

Os principais grupos de fármacos utilizados na terapêutica da asma são os broncodilatadores (utilizados como medicamentos de alí­vio permitindo dilatar o mús­culo brônquico que compromete a passagem de ar) e os corticosteróides (os medicamentos mais eficazes na inflamação da asma. São seguros nas doses recomendadas e praticamente sem efeitos secundários, mesmo em crianças e grávidas.)

Os fármacos de controlo terapêutico deverão ser utilizados diariamente e de forma continuada. Só assim se poderá obter o desejado controlo da doença que passa pela ausência de crises com sintomas mínimos ou inexistentes, recurso diminuto à terapêutica de alívio rápido, ausência de idas ao SU ou consultas não programadas e finalmente sem interferência nas actividades da vida diárias.

Felizmente a asma pode ser tratada e a maioria dos doentes pode atingir controlo da sua doença!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Instituto de Investigação e Inovação em Saúde
A especialista do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Margarida Saraiva, disse, durante as comemorações do Dia...

"Como investigadora na área da Imunologia e como mãe acho uma patetice completa", acrescentou a especialista, que é também membro da direção da Sociedade Portuguesa de Imunologia (SPI), entidade responsável pela organização desta iniciativa nacional, que engloba seis centros de investigação.

Nuno Alves, também investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) e membro da direção da SPI, afirmou, durante o mesmo evento, que "a vacinação salva vidas" e que "não se pode esquecer que na era da pré-vacinação as doenças mais mortíferas eram as infeciosas".

"A grande batalha quanto a essas doenças foi ganha devido à vacinação e aos antibióticos, quando a infeção é bacteriana", afirmou.

Com esta iniciativa, que no Porto decorreu no i3S, os responsáveis pretenderam dar a conhecer aos alunos do ensino secundário o dia-a-dia dos laboratórios onde as investigações decorrem, tendo estes assistido a palestras e participado de atividades.

Nos seminários, os investigadores abordaram temas como a resposta imunitária e a prevenção, a formação de células imunes na medula óssea, o desenvolvimento de vacinas, a Tuberculose e as respostas imunológicas às infeções fúngicas.

Na primeira das quatro atividades, os alunos estiveram em contacto com uma técnica denominada citometria de fluxo, muito utilizada na imunologia, quer em investigação quer nos diagnósticos de doenças do sistema imunitário.

Esta técnica possibilita também purificar células em terapias tumorais, modificando-as e voltando a injetá-las nos pacientes, referiu Nuno Alves.

Num segundo momento, os participantes puderam visualizar, com recurso a lupas e microscópios, pulmões e fígados de ratos, normais ou infetados por bactérias.

Já nos laboratórios de biossegurança, a terceira etapa das atividades, tiveram acesso a um conjunto de equipamentos de proteção pessoal, como batas, máscaras, toucas e luvas, utilizadas pelos investigadores em contexto laboratorial.

Por último, os alunos visitaram o Serviço de Histologia e Microscópia Eletrónica, onde são preparadas os pulmões e os fígados que viram na segunda etapa.

De acordo com Nuno Alves, uma das missões do SPI passa por educar a população em geral, tendo, para isso, projetos em infantários, escolas e universidades, com o intuito de promover a literacia científica, "algo que está muito em falta, como se tem visto nos últimos dias com a história das vacinas".

Para além disso, a SPI apoia iniciativas científicas, discutidas na reunião anual da direção, onde participam especialistas portugueses e estrangeiros da área da Imunologia, auxiliando, ainda, jovens investigadores, através de 'workshops' e financiamento.

"A ciência é a melhor vacina para a ignorância" e só através da disseminação de conhecimento se pode promover uma "melhor convergência" por parte de "toda a população", evitando assim "estados de alerta e de pânico como os que se têm visto", reforçou Nuno Alves.

O Instituto de Medicina Molecular (iMM), de Lisboa, o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras, o Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra, a Universidade de Aveiro e o Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho são as outras cinco entidades envolvidas nas comemorações do Dia Internacional da Imunologia.

Astenopia Digital resulta de utilização prolongada
Visão turva para perto e lentidão a focar para longe, ardor ocular, comichão ou intolerância à luz s

A fadiga visual é um problema que se estima que afeta sete em cada 10 portugueses. O alerta é dado pelo Grupo Português da Ergoftalmologia da Sociedade Portuguesa de Oftlamologia, que indica a utilização de dispositivos digitais como a principal causa.

“A utilização crescente de dispositivos electrónicos – computadores, tablets, smartphones e videojogos – está associado a um maior esforço de visão para perto, acarretando um aumento das exigências de focagem para essa distância, uma perpetuada convergência dos olhos e uma maior atenção visual com consequente diminuição do pestanejo”, começa por explicar Fernando Trancoso Vaz, coordenador do Grupo Português da Ergoftalmologia da SPO.

De acordo com este especialista, quando este esforço é mantido por mais de três horas pode surgir “a falência dos mecanismos de adaptação, com exaustão dos músculos oculares (intrínsecos e extrínsecos) e, subsequentemente, a fadiga ocular”.

Os principais sintomas desta síndrome encontram-se dividos em três grupos: sintomas visuais, sintomas musculares (que surgem por má postura ou sobrecarga do músculo ciliar) e sintomas relacionados com olho seco evaporativo. 

Visão turva para perto e lentidão a focar para longe, dor de cabeça, peso nos olhos e nas pálpebras, dores nos músculos do pescoço e costas, olho vermelho, secura ou ardor ocular, irritação ou intolerância à luz são descritos como sintomas mais comuns da fadiga ocular.

Regra geral, porém, não existe patologia sistémica associada a este quadro. A sua origem é multifatorial, podendo ser causado por perturbações do utilizador, “por maior exigência da tarefa a realizar e condições ambientais irregulares”.

Entre as causas relacionadas com o utilizador destacam-se “os erros refrativos por corrigir, alterações da acomodação ou do equilíbrio oculomotor latentes” e que exigem observação em consulta de oftalmologia.

Tarefas realizadas a distâncias muito próximas e durante um período longo de tempo são igualmente prejudiciais.

Por outro lado, tal como explica o especialista, o uso constante de ventoinhas ou ar condicionado, a pouca ou incorreta iluminação bem como “posição incorreta do utente e/ou do dispositivo electrónico” contribuirá para o agravamento dos sintomas.

90% dos utilizadores apresentam queixas

Apesar de não existiram dados nacionais que demonstrem a sua incidência, sabe-se, com base nos dados do National Institute for Occupational Safety and Healh”, que 90% dos utilizadores com queixas desta síndrome utilizam dispositivos eletrónicos mais do que três horas por dia”, podendo afetar qualquer grupo etário. “Sendo talvez mais frequente no utilizadores que estão no ativo do ponto de vista profissional”, refere o especialista

De acordo com Fernando Trancoso Vaz, “está em curso um estudo da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, emparceria com a Théa e uma empresa de teleperformance Konecta, para avaliar essa realidade, e se as medidas descritas como preventivas/corretoras são realmente eficazes como acreditamos que sejam”.

Pausas regulares, o uso de lágrimas artificiais, a correção do erro refrativo ou outras alterações oftalmológicas são apontadas como medidas essenciais para evitar este quadro. No entanto não são as únicas a ter em conta para manter a saúde ocular.

Segundo o especialista, o utilizador deve “a cada 20 minutos deviar o olhar 20 segundos para uma distância de 20 pés (6 metros)” o que lhe permite, não só, relaxar o músculo ciliar, como aumentar o pestanejo e fornecimento de lágrimas.

Por outro lado, de modo a minimizar ou atenuar os sintomas, “e assim não restringir o número de horas diárias de utilização de dispositivos eletrónicos”, deve “utilizar com maior distância os smartphones e tablets, reposicionar o computador (olhos ao nível do topo do ecrã) e alterar o brilho e contraste do ecrã, para se tornar confortável e para que a luz nunca esteja de frente para os olhos”

O coordenador do Grupo Português de Ergoftalmologia aconselha ainda a reduzir o ar condicionado “para aumentar a humidade no ambiente”.

“Todas estas medidas permitem minimizar ou anular a sintomatologia. Se, contudo, o utilizador deixar de as cumprir, voltará a surgir o incomodo inicial”, adverte acrescentando que estas queixas são habitualmente transitórias não dando origem a outras complicações.

“Esta síndrome não é causa de erro refrativos (necessidade de óculos), mas se eles existirem e não forem corrigidos, a sintomatologia será mais exuberante”, reforça.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Programa Alimentar Mundial
A ONU consegue ajudar apenas 28% dos 30 milhões de pessoas atingidas por insegurança alimentar grave no Sudão do Sul, na...

O diretor-executivo do Programa Alimentar Mundial (PAM), David Beasley, disse que só têm condições financeiras para auxiliar 8,4 milhões das pessoas que correm risco de fome naqueles quatro países, onde se assiste à “pior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial”, acrescentou.

Durante uma reunião em Roma, David Beasley pediu, por videoconferência, mais dinheiro, sublinhando que o PAM ainda só recebeu 20% dos 2.500 milhões de euros necessários para alimentar a população em risco e prevenir mortes por fome.

“A cada seis ou 10 minutos morre uma criança porque não estamos a cumprir o nosso trabalho nestes conflitos criados pelo homem (…) são precisos recursos”, alertou o diretor-executivo da agência humanitária.

Segundo o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, a fome já foi declarada em várias áreas do Sudão do Sul e o mesmo pode acontecer na Somália, na Nigéria e no Iémen “se nada for feito nas próximas semanas”.

Esta situação contrasta com o compromisso de erradicar a fome no mundo, demonstrado pelos países que assinaram a agenda para o desenvolvimento sustentável para 2030.

O chefe da FAO disse que, mesmo em contextos de violência, se pode fornecer às pessoas “comida e proteção, restaurando os seus meios de subsistência”, para evitar as migrações.

José Graziano da Silva deu o exemplo do ‘kit’ de sementes e fertilizantes que a organização está a vender por 10 dólares (nove euros) ao largo do Lago Chade, que permite às famílias cultivar o seu próprio alimento e vender o que não consomem, de forma a angariar dinheiro.

Ambulâncias de Emergência Médica
O INEM garantiu hoje que não irá encerrar “qualquer meio de emergência do instituto” na sequência do plano de reorganização do...

O esclarecimento do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) surge após notícias sobre o alegado encerramento de ambulâncias deste organismo, durante a noite, em vários concelhos.

O Jornal de Notícias escreve hoje que as ambulâncias do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) vão deixar de funcionar entre as 00:00 e as 8:00 nos concelhos da Maia, Guimarães, Chaves, Espinho, Covilhã, Aveiro, Anadia e Amadora e detalha que a medida entra em vigor na próxima segunda-feira para durar até ao final do ano.

Uma nota do INEM refere que “o plano de ajustamento de horários noturnos das ambulâncias do INEM que tem vindo a ser analisado tem como objetivo aumentar a eficácia na gestão da emergência médica pré-hospitalar”, responsabilidade deste organismo.

“Tratou-se sempre de equacionar medidas temporárias que permitissem racionalizar a complementaridade existente entre as ambulâncias do INEM e dos seus parceiros – sobretudo corporações de bombeiros mas também delegações da Cruz Vermelha Portuguesa - no Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), entidades com as quais o INEM tem estabelecidos protocolos de colaboração e de entreajuda e que constituem um recurso valioso na prestação de cuidados de emergência médica à população, assegurando atualmente a maior parte da resposta do SIEM”, lê-se no comunicado.

De acordo com este instituto, o SIEM, que é “o sistema que dá resposta às necessidades do cidadão em casos de acidente ou doença súbita, é composto por um conjunto muito alargado de meios de emergência, encontrando-se ao serviço das populações, atualmente, um total de 622 meios de emergência”.

A mesma nota indica que “os reajustamentos equacionados inicialmente seriam apenas aplicados a 15 das 56 AEM do INEM, meios de emergência tripulados por Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH), e em locais onde a resposta a situações de emergência médica pré-hospitalar seria garantida, de forma eficiente, pelos parceiros do INEM”.

“Os parceiros do INEM, designadamente as Corporações de Bombeiros e as delegações da CVP, asseguram já, com elevada qualidade e competência, mais de 80% dos serviços de emergência médica em todo o território de Portugal continental”.

Além de garantir que “não se verificará o encerramento de qualquer meio de emergência do instituto”, o INEM recorda que anunciou recentemente a abertura, até ao final de 2017, de mais 20 ambulâncias em corporações de bombeiros, completando assim a cobertura de todos os concelhos do país com uma ambulância do INEM, e a abertura de mais quatro ambulâncias em concelhos onde já existe ambulância INEM.

“O INEM anunciou ainda um plano para renovação da sua frota a cinco anos que prevê a renovação, ainda em 2017, de 41 ambulâncias”, lê-se na nota.

O PSD anunciou entretanto que requereu à Comissão de Saúde que delibere ouvir o ministro da Saúde, “com caráter de urgência, a propósito do anunciado fecho dos meios de emergência do INEM”.

“A referida reorganização consiste num verdadeiro racionamento dos meios de emergência do INEM, na medida em que o governo pretende que deixem de funcionar no horário noturno um total de 13 ambulâncias a nível nacional”, lê-se na nota do grupo parlamentar do PSD.

Segundo os sociais-democratas, “está em causa o fecho do horário noturno das ambulâncias sedeadas, designadamente dos municípios de Amadora, Anadia, Aveiro, Chaves, Covilhã, Espinho, Guimarães, Maia e Ovar”.

“Será igualmente reduzido o funcionamento desses meios de emergência nos municípios de Lisboa e do Porto e, bem assim, alterados os horários de funcionamento das ambulâncias de emergência médica de Sacavém, do Seixal e de Almada para turnos intermédios”.

O PSD repudia esta intenção do Governo e opõe-se “frontal e totalmente, para mais quanto é certo que, na anterior legislatura, o INEM teve a sua capacidade e disponibilidade no transporte de doentes urgentes significativamente reforçadas”.

Dia 7 de maio em Lisboa
O Síndrome de Dravet é uma doença rara, de origem genética que se manifesta como uma epilepsia grave, progressiva e incapacitante.

A Corrida Saúde + Solidária, a maior corrida universitária do país, que se realiza no próximo dia 7 de maio, a partir das 17h00 em Lisboa (Alameda da Cidade Universitária) vai apoiar a Dravet Portugal, contribuindo para a investigação na área do Síndrome de Dravet. As inscrições estão a decorrer até dia 3 de maio. Para apoiar o Síndrome de Dravet no ato da inscrição deverá ser escolhida a Dravet Portugal como a instituição a apoiar (http://dravet.pt/).

Patrícia Fonseca, presidente da Dravet Portugal explica: “o Síndrome de Dravet é uma doença rara identificada apenas em 1978. Ainda há muito para investigar e muito trabalho a fazer para a divulgação da doença e das suas características. A parceria com entidades que, através de iniciativas solidárias, apoiam a Dravet Portugal e, consequentemente, a divulgação e a investigação nesta área é, sem dúvida, um contributo muito importante porque, quanto mais conhecimento houver, maior será o número de pessoas que poderemos ajudar.”

Organizada pela Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa, no âmbito do seu Departamento Desporto e Bem-Estar, a Corrida Saúde + Solidária é uma iniciativa sem fins lucrativos que alia a promoção da saúde com a vertente solidária, nomeadamente através do apoio a instituições ligadas à área da saúde. De entre as quatro instituições apoiadas pela IV edição da Corrida, cabe ao participante escolher qual a que pretende apoiar, selecionando-a no momento da sua inscrição.

A Corrida Saúde + Solidária tem 3 provas distintas, tendo todas o mesmo local de partida - a Alameda da Cidade Universitária - e de chegada - o Estádio de Honra do Estado Universitário. Os atletas podem escolher entre a realização da caminhada (4km) ou das corridas (7km ou 10km) - que incluem controlo de tempo por chip, cada uma com o seu percurso distinto.

As inscrições estão a decorrer até dia 3 de maio através das instituições apoiadas (http://dravet.pt/) e do Hospital de Santa Maria/Faculdade de Medicina de Lisboa. O preço da caminhada 4 km é de 8€, a corrida de 7 km tem um valor de 13€ e a corrida de 10km 14€. As corridas têm partida marcada para as 17h30 e a caminhada às 17h00.

Mais informação sobre os percursos: http://www.corridasaudesolidaria.com/os-percursos

Sobre o Síndrome de Dravet
O Síndrome de Dravet (SD), também conhecido como Epilepsia Mioclónica Grave da Infância, é uma doença rara, de origem genética, que se manifesta como uma epilepsia grave, progressiva e incapacitante. Acompanhada por um importante atraso no desenvolvimento psicomotor, caracteriza-se pela ocorrência de crises epiléticas de diversos tipos, não controláveis com os fármacos disponíveis até ao momento.

O Síndrome de Dravet manifesta-se no primeiro ano de vida, é frequentemente confundido com convulsões febris ou com outras epilepsias e regista uma maior incidência de morte súbita inesperada na epilepsia - 15% das crianças com este síndrome morre antes de atingir a adolescência. Cada criança pode registar múltiplas convulsões por dia, com duração variável (de 1 minuto até várias horas ou até entrar em coma), quer acordada quer durante o sono. O acompanhamento de um paciente com Síndrome de Dravet é permanente, 24h/dia."

Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção
Estima-se que 4% da população adulta seja hiperativa.

A Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) é uma doença neuropsiquiátrica crónica que se carateriza pelo excesso de atividade motora, impulsividade e/ou desatenção, em maior frequência e gravidade do que habitual, perturbando negativamente a capacidade para estudar, trabalhar ou ter relacionamentos familiares e sociais. Estima-se que afete entre 5 a 7 por cento das crianças em idade escolar e cerca de 4 por cento dos adultos.

Usualmente a doença é identificada e tratada na infância. Contudo existem casos em que a doença persiste na idade adulta e casos em que o diagnóstico só surge nessa altura. O diagnóstico precoce ou reconhecimento da doença na vida adulta é fundamental para evitar consequências mais graves.

As pessoas com PHDA habitualmente demonstram, na vida adulta, uma atividade mental incessante, sensação de inquietação (por exemplo têm as mãos e pés inquietos quando estão sentados), dificuldade em manter a atenção na leitura ou na televisão, fraca concentração e incapacidade para se envolver em atividades calmas ou sedentárias. 

Os adultos hiperativos são irrequietos, falam excessivamente, sentem-se oprimidos, têm baixa tolerância à frustração, rápidas variações de humor, desorganização (de tempo, dinheiro, no lar, no trabalho) e procuram sensações fortes e de gratificação imediata, o que pode resultar em comportamentos “viciantes”, como abuso de drogas, álcool, jogos e internet.

De acordo com um estudo realizado em Portugal, em 2013, cerca de 75 por cento dos adultos com PHDA apresenta pelo menos uma outra perturbação psiquiátrica como depressão, ansiedade, dificuldades específicas de aprendizagem, abuso/dependência de substâncias ou perturbações do sono.

O diagnóstico, tratamento e acompanhamento adequado pode ajudar os adultos a gerir a PHDA, reduzindo o impacto negativo nas suas vidas. Infelizmente, em Portugal, a resposta do Sistema Nacional de Saúde para os adultos com PHDA é ainda muito escassa, quer pelo reconhecimento relativamente recente desta doença, quer pela própria negação da mesma por muitos psiquiatras de adultos.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar
Foram detetados 774 tipos de pesticidas em 84 341 amostras. A grande preocupação da Quercus e da Deco são os chamados cocktails...

Sabe quantos pesticidas comeu hoje? Provavelmente mais do que imagina. Um estudo feito pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, que analisou mais de 84 mil amostras de alimentos em 2015, revelou que 97,2% tinham vestígios de pesticidas, embora dentro dos limites legais. Apesar de a EFSA considerar que o risco para a saúde dos consumidores continua baixo, a Quercus e a PAN-Europe estão preocupadas, sobretudo com os resíduos múltiplos, já que 28% dos alimentos apresentavam vestígios dos chamados "cocktails de pesticidas".

Entre a percentagem de comida europeia com vestígios (97,2%), 53,3% estava "livre de resíduos quantificáveis" - o que não quer dizer que estivesse isenta - e 43,9% tinham resíduos "não superiores aos limites legais". Bananas, passas e pimentos eram os alimentos com mais pesticidas, numa análise que também incluiu sumo de laranja, beringelas, brócolos, ervilhas, azeite, trigo, manteiga e ovos. Três quartos das amostras tinham origem na UE e as restantes em países terceiros, e 5,6% destas apresentavam resíduos acima dos limites europeus, uma percentagem que na UE é de 1,7%.

Para a Quercus, as conclusões da EFSA, que considera que o risco para a saúde dos consumidores permanece baixo, são "um engano para os europeus", sobretudo devido aos cocktails. "O que seria desejável é resíduo zero. Os efeitos múltiplos são mais uma preocupação, na medida em que não são totalmente conhecidos os efeito sinérgicos e/ou cumulativos, havendo no entanto indícios bastante preocupantes nos estudos existentes", diz ao Diário de Notícias Paula Silva, da Quercus, que lamenta o facto de a EFSA ter deixado de publicar os números de pesticidas por amostra.

Esta é também uma das principais preocupações da Deco, que nos últimos anos fez vários estudos sobre o tema. "Já não se encontram valores acima do limite máximo permitido e já há produtos livres de pesticidas. Mas encontramos várias misturas e não sabemos qual o efeito que têm sobre o consumidor", adianta Dulce Ricardo, do departamento de alimentação.

A longo prazo, os pesticidas podem provocar efeito nefastos no organismo. Num artigo de opinião publicado neste mês no Diário de Notícias, o médico José Miguel de Freitas alertou para alguns perigos de doses elevadas de pesticidas: "Este cocktail químico influencia-nos através de uma redução da fertilidade, de um aumento de alguns tipos de tumores, do aparecimento de diabetes mellitus e da obesidade."

Ao Diário de Notícias, a nutricionista Cláudia Cunha diz que, para fugir ao consumo de pesticidas, o ideal "é optar pelos alimentos biológicos". Embora, como revela Dulce Ricardo, já tenham sido encontrados vestígios destes produtos em alguns alimentos ditos biológicos. Em qualquer caso, destaca Cláudia Cunha, é importante que haja "uma boa lavagem com água" e que os alimentos sejam descascados. Como é na casca que está a fibra, a autora do blogue Nutrição e Companhia propõe "fazer uma mini-horta em casa".

Ressalvando que desconhece o relatório da EFSA, João Dinis, da Confederação Nacional da Agricultura, acredita que "será fidedigno". Em Portugal, sublinha o dirigente, "fizeram-se grandes melhorias neste campo nos últimos anos". "Para o bem e para o mal, os produtos de tratamento, controlo de pragas e doenças são caros, um fator que é inibidor para os pequenos e médios produtores", explica. Acredita, no entanto, que "é na agroindústria intensiva que há excessos", porque "não existem problemas económicos".

Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência
Mais de 81.000 alunos com Necessidades Educativas Especiais frequentam as escolas regulares, um aumento de 4%, segundo dados...

Segundo os números da Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC), são 81.672 os alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) inscritos no ano letivo 2016/2017, a maior parte (26.102) no 3.º ciclo.

Os alunos com NEE aumentaram neste ano letivo em quase todos os níveis escolares, escreve o Sapo, à exceção da educação pré-escolar, onde baixaram de 3.553 (2015/2016) para 3.463 (menos 3%).

O aumento dos alunos com Programa Educativo Individual deveu-se, segundo a DGEEC, ao acréscimo registado no Ensino Secundário (18%, são agora 13.077) e no 3.º ciclo do ensino básico (8%). Em sentido inverso variou o número de crianças registados na educação pré-escolar (- 3 %, são agora 3.463) e no 1.º ciclo do ensino básico (-3%, são agora 21.314).

Estes dados resultam de um questionário enviado às escolas e instituições de educação especial, em dezembro de 2016, pedindo sobretudo informação relativa às crianças e alunos com NEE, aos recursos humanos afetos à educação especial, aos agrupamentos de referência para a intervenção precoce na infância e aos níveis de dificuldade observados e medidas educativas aplicadas.

As crianças e alunos com necessidades especiais de educação frequentam sobretudo os estabelecimentos públicos do Ministério da Educação (87%). Apenas 13% destes alunos estão nos privados.

Nas instituições de educação especial, segundo a DGEEC, diminuiu em 3% o número de alunos.

Os dados registam um pequeno aumento (mais 23) de alunos a frequentarem as unidades de apoio especializado para a educação de alunos com multideficiência e surdo-cegueira congénita (de 2.081 em 2015/2016 passaram para 2.104 em 2016/2017), tendo esse crescimento ocorrido sobretudo no secundário.

Nas unidades de ensino estruturado para a educação de alunos com perturbações do espectro do autismo registou-se um aumento (mais 66) de estudantes no básico e no secundário (de 1.878 para 1.944).

No presente ano letivo aumentou para 2.065 (mais 87 casos) o número de crianças que são apoiadas simultaneamente pelo Decreto-Lei n.º 3/2008 (que define os apoios especializados a prestar aos alunos NEE no pré-escolar e nos ensinos básico e secundário dos sectores público, particular e cooperativo) e pelo Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância.

Do total das crianças e alunos com necessidades especiais de educação que frequentam as escolas regulares, 17% não estão a tempo total na sua turma, ou seja, a cumprir o currículo escolar do seu ano de escolaridade. Estes alunos ou têm um currículo específico individual ou são apoiados no contexto de uma unidade especializada. No ano letivo anterior eram 13% as crianças e alunos nessas condições.

As medidas educativas que são aplicadas à grande maioria das crianças/alunos são o apoio pedagógico personalizado (95% têm essa medida), as adequações no processo de avaliação (88%) e as adequações curriculares individuais (47%).

O número de professores a desempenharem funções de educação especial nas escolas públicas também subiu 7%, passando de 6.797 em 2015/2016 para 7.264 em 2016/2017. Este reforço ocorreu predominantemente nos docentes que não pertencem ao quadro de educação especial, mas desempenham as funções de docentes de educação especial.

Também cresceu o número de técnicos das escolas públicas a apoiarem os alunos com NEE (mais 63%), passando de 834 no passado ano letivo para 1.141, mas diminuiu o número de horas mensais nessas funções (menos 21%).

Os agrupamentos de escolas ou escolas não agrupadas apoiadas pelos Centros de Recurso para a Inclusão passaram de 580 para 581 (aumento verificado na Região Norte), sendo que o número de técnicos diminuiu 25%, passando de 2.819 em 2015/2016 para 2.251 em 2016/2017), com uma diminuição de 3% nas horas mensais disponibilizadas para este apoio.

Os dados da DGEEC indicam que se manteve o número de Agrupamento de Referência para a Intervenção Precoce e aumentou em 34% o número de docentes a desenvolverem trabalho nessa área (passou de 368 em 2015/2016 para 559 em 2016/2017). Esse aumento foi mais acentuado nas Regiões Centro (52%) e Norte (42%).

Estudo
Um estudo da Universidade Nacional de Medicina de Seul descobriu que homens e mulheres são igualmente propensos à depressão se...

Os especialistas acreditam ter encontrado a primeira evidência de uma ligação significativa entre estar abaixo do peso recomendando e ser-se deprimido. Segundo o estudo publicado no British Journal of Psychiatry, os homens e as mulheres são afetados por pensamentos negativos quando são demasiados magros, o que difere no caso das pessoas obesas, que são as mulheres que mais sofrem de depressão.

No entanto, os cientistas da Universidade Nacional de Medicina de Seul não foram capazes de dizer se a depressão conduz à magreza ou vice-versa., escreve o Sapo.

A meta-análise foi publicada no referido jornal científico britânico com base em 183 estudos.

Quanto mais obeso, mais deprimido
A investigação adianta que a obesidade aumenta o risco de depressão de forma proporcional - quanto mais obeso, mais deprimido, embora haja diferenças de género. "Parece que o ideal atual de magreza afeta mais as mulheres do que os homens e provoca mais sofrimento psicológico nelas, o que pode, por sua vez, conduzir à depressão", lê-se na investigação, cita o The Mirror. "Em contraste, os homens acima do peso apresentaram um risco diminuído de depressão", escreve o estudo.

No caso das mulheres, os cientistas concluíram que "tanto o baixo peso, como a obesidade aumentam o risco de depressão".

"Na prática clínica, os prestadores de cuidados médicos devem prestar mais atenção à saúde mental das pessoas que estão abaixo do peso", alerta o estudo. "Do mesmo modo, as mulheres com excesso de peso e obesidade devem ser controladas para evitar uma possível depressão".

Estudo
Um equipa de médicos britânicos conseguiu identificar com um ano de antecedência uma recidiva de um tumor maligno...

Através de uma amostra de sangue, a equipa médica conseguiu rastrear no sangue sinais de cancro quando o tumor era apenas constituído por minúsculas células, praticamente invisíveis nos exames de raio-X e nas tomografias axiais computorizadas.

Segundo a BBC, a descoberta permite aos médicos tratar o tumor mais cedo, o que aumenta as hipóteses de cura e sobrevivência.

A investigação em causa focou-se no cancro do pulmão, escreve o Sapo, mas os processos estudados podem ser aplicados a outros tipos de cancro, garantem os cientistas.

A equipa em causa é do Instituto Francis Crick, em Londres. Os cientistas analisaram o ADN defeituoso dos tumores para obter um "mapa genético" do cancro de cada paciente. A cada três meses, foram realizados exames para verificar vestígios do ADN do cancro no sangue dos pacientes.

Os resultados, divulgados na publicação científica Nature, mostraram que a recorrência do cancro pode ser identificada cerca de um ano antes quando comparada com os exames convencionais.

Controlar a terapêutica
Em declarações à BBC, o cientista Cristopher Abbosh, do Instituto do Cancro UCL, comenta que a descoberta é significativa. Segundo ele, "poderemos identificar pacientes para fazerem o tratamento mesmo quando eles ainda não têm qualquer sinal clínico da doença" e "também controlar como a terapêutica está a evoluir".

"Isso representa uma nova esperança para combater a recidiva do cancro de pulmão depois da cirurgia, algo que acontece em cerca de metade dos pacientes", afirmou.

Instituto de Investigação e Inovação em Saúde
Investigadores do Porto desenvolveram uma vacina que ajuda a prevenir ao mesmo tempo infeções bacterianas que causam doenças...

As bactérias que originam essas patologias ('Klebsiella pneumoniae', 'Escherichia coli', 'Estreptococus' do Grupo B, 'Streptococcus pneumoniae' e 'Staphylococcus aureus') são estirpes muito resistentes e causam "um enorme problema para a saúde pública", disse o investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, Pedro Madureira.

"A partir do momento que essas bactérias infetam o hospedeiro [indivíduo], são capazes de libertar uma molécula (uma proteína designada de GAPDH)", que as torna "invisíveis" ao sistema imunológico, "impedindo assim o início de uma resposta imune", explicou o cientista, um dos fundadores da empresa Immunethep, responsável pela criação da vacina.

Sem uma resposta adequada do nosso sistema imune, continua Pedro Madureira, as bactérias "rapidamente proliferam" na corrente sanguínea e nos órgãos infetados, podendo levar às tais patologias, consideradas "bastante severas".

"Embora esta vacina seja destinada a todas as pessoas", existem indivíduos nos quais a "incidência desse tipo de infeções é maior", como os recém-nascidos, os idosos, os portadores de diabetes do tipo I, os pacientes submetidos a intervenções cirúrgicas invasivas (operações ao coração ou à espinal medula) ou com doença pulmonar obstrutiva, por exemplo.

O investigador considera que esta vacina é "inovadora", visto que, ao invés de induzir uma resposta imune (produção de anticorpos) contra a bactéria em si, induz sim uma resposta que neutraliza uma única molécula (GAPDH), libertada pelas bactérias, permitindo ao sistema imune controlar as diferentes infeções.

A vacina, que já passou por ensaios laboratoriais com ratos e coelhos, vai passar à fase dos ensaios clínicos no último trimestre de 2017, prevê o investigador.

Este foi um dos projetos apresentados hoje, no i3S, um dos institutos de investigação que participa nas comemorações do Dia Internacional da Imunologia, evento organizado pela Sociedade Portuguesa de Imunologia (SPI).

A iniciativa, que no Porto finaliza por volta das 17:00, conta com palestras e um conjunto de atividades, que pretendem dar a conhecer aos alunos do ensino secundário a investigação desenvolvida na área da Imunologia.

De acordo com Pedro Madureira, para além da vacina, a Immunethep está a desenvolver uma forma de terapia baseada em anticorpos monoclonais, que neutralizam a proteína GAPDH, podendo ser usados em pessoas já infetadas e para as quais não há tempo para vacinação.

"Estes anticorpos têm a vantagem, em relação à vacina, de atuaram muito rápido e a desvantagem de não induzirem "memória imunológica"", que está associada à capacidade do nosso sistema imune de, após um primeiro contacto com um agente estranho, conseguir "desencadear uma resposta muito mais rápida e eficiente", explicou.

Durante a apresentação no i3S, Pedro Madureira falou também sobre a importância e a história das vacinas, de forma a "desmistificar" algumas incertezas sobre a vacinação e, ainda, sobre esta ter sido a "grande conquista da imunologia e da medicina".

Questionado sobre tal, Pedro Madureira acredita que grande parte da polémica atual relacionada com a vacinação deve-se à "má informação" ou ao "pouco esclarecimento" que se tem sobre o tema, daí a necessidade de se transmitir uma informação "clara e precisa" quando se "fala publicamente" acerca deste assunto.

A vacina "é algo que funciona", sendo esta a abordagem clínica que "melhores resultados trouxe para a humanidade".

Apesar de compreender os casos em que os indivíduos não podem ser vacinados (devido à uma resposta alérgica), se "todas as outras pessoas estivessem vacinadas e não houvesse movimentos anti vacinas", estes estariam seguros porque não haveria forma de transmitir a doença, concluiu.

O Instituto de Medicina Molecular (iMM), de Lisboa, o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), em Oeiras, o Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra, a Universidade de Aveiro e o Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho são as outras cinco entidades envolvidas nas comemorações do Dia Internacional da Imunologia.

Dia 7 de maio no Parque das Nações
Com o fim de assinalar o Dia Mundial da Asma que se celebra, todos os anos, na primeira terça-feira de maio e que, este ano,...

“Corra com a asma” é o mote desta campanha de sensibilização que será implementada no domingo, dia 7 de maio, no Parque das Nações e que promete uma manhã desportiva ao ar livre, onde não faltará uma aula de Zumba, com Dalila Salvador, uma sessão de yoga e uma corrida de cerca de 4 km, acompanhada por profissionais do O2 Life Center. O mesmo percurso pode ser feito a um ritmo mais lento, para os participantes que optarem pela caminhada. As atividades terão inicio às 9h30 (distribuição de material pelos participantes), junto ao pavilhão MEO Arena. A corrida e caminhada terão início às 10h00, seguida da aula de zumba e da sessão de yoga.

Os interessados em participar na corrida devem inscrever-se previamente através do e-mail [email protected] para que, no dia do evento, possam levantar o seu dorsal e saco de participante.

Segundo Filipa Todo Bom, coordenadora da Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, “a asma é uma doença obstrutiva das vias aéreas, cujos sintomas podem ser desencadeados pelo exercício físico. Como tal, a tendência de alguns asmáticos é de limitar a sua atividade de modo a não ter sintomas. Um dos objetivos desta campanha é mostrar que é possível fazer uma vida normal, sem limitações. Para tal pode ser necessário utilizar terapêutica de manutenção ou apenas antes da atividade física, sendo recomendada a prática regular de exercício físico a todos os doentes asmáticos”.

Cerca de um milhão de portugueses (10% da população nacional) sofrem de asma, mas apenas um terço das pessoas que apresentam queixas fazem algum tipo de medicação. A doença pode ocorrer em qualquer idade e, embora tenha pouco impacto em termos de mortalidade, pode condicionar a qualidade de vida dos doentes e está associada a uma elevada taxa de internamentos e ao consumo de muitos recursos de saúde. A par do subdiagnóstico, o subtratamento continua a ser um dos principais problemas que condicionam o controlo adequado da asma.

Para além de chamar a atenção para a relação entre a asma e o desporto, a campanha “Corra com a Asma” tem também como objetivos esclarecer sobre a doença e alertar para os seus principais sintomas e impacto na qualidade de vida, salientar a importância do diagnóstico precoce e do controlo adequado, e lembrar que, se for bem controlada, a asma não representa uma limitação na vida diária.

Estudo
Uma nova técnica de exame ocular, desenvolvida no Reino Unido, permite detetar os primeiros sinais de glaucoma, uma doença dos...

A técnica, testada num pequeno número, não especificado, de doentes com glaucoma, por comparação com pessoas saudáveis, possibilitou aos médicos ver a morte de células nervosas na parte detrás do olho.

A perda da visão em doentes com glaucoma é causada pela morte de células na retina na parte detrás do olho.

A técnica de diagnóstico, criada por investigadores da universidade University College London e do hospital oftalmológico Western Eye Hospital, usa um marcador fluorescente que se liga às proteínas celulares quando injetado em pacientes.

As células do nervo ótico doentes aparecem como manchas fluorescentes brancas num exame ocular.

"Pela primeira vez, fomos capazes de mostrar a morte celular [de células na retina] e detetar os primeiros sinais de glaucoma. Embora não possamos curar a doença, o nosso teste significa que o tratamento pode começar antes de os sintomas surgirem", sublinhou a coordenadora do estudo, Francesca Cordeiro, do Instituto de Oftalmologia do University College London, citada num comunicado da Wellcome Trust, fundação britânica que financia a investigação científica.

A especialista lembrou que "a deteção precoce de glaucoma é vital, pois os sintomas nem sempre são óbvios", e, apesar de os métodos de diagnóstico estarem a melhorar, "a maioria dos doentes perde um terço da visão" quando a doença é diagnosticada.

De acordo com a equipa de cientistas, o uso da nova técnica ocular poderá permitir, no futuro, o diagnóstico precoce de doenças neurodegenerativas como Parkinson, Alzheimer e Esclerose Múltipla.

Os resultados do ensaio clínico, em fase inicial, são publicados na hoje na revista Brain.

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