Proteção Civil
A Autoridade Nacional de Proteção Civil lançou um manual para motivar os bombeiros voluntários a terem um estilo de vida “mais...

“O grande objetivo deste manual é precisamente motivar os bombeiros a promover um estilo de vida mais saudável. Isto porque houve um diagnóstico à saúde dos bombeiros portugueses e os resultados evidenciaram a necessidade de promover a sua saúde”, disse o responsável pela Divisão de Segurança, Saúde e Estatuto Social da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Rui Ângelo.

O “Manual de Promoção de Estilos de Vida Saudáveis nos Bombeiros”, feito em conjunto com a Direção-Geral da Saúde (DGS), constitui um instrumento e uma ferramenta para os corpos de bombeiros voluntários, ficando a sua implementação a cargo de cada corporação.

Um diagnóstico à saúde de cerca de 7.500 bombeiros voluntários, feito pela ANPC em parceria com a Liga dos Bombeiros Portugueses em 2013 e 2014, concluiu que 60% estavam acima do peso considerado normal, 37% em situação de pré-obesidade e 23% em situação de obesidade.

A avaliação indicou também que, dos participantes com pré-obesidade, 48% tinha valores de colesterol elevados e, nos grupos etários com idades iguais ou superiores a 43 anos, 39% apresentava pressão arterial sistólica superior ao normal.

“Isto foi um alerta para a necessidade de se fazer algo em termos da promoção da saúde dos bombeiros”, sublinhou Rui Ângelo, afirmando que os “bombeiros voluntários são um espelho da população portuguesa”.

No entanto, destacou ser preocupante a existência destes problemas porque os bombeiros estão “mais expostos a situações de grande exigência física”, como combater um incêndio durante horas ou dias, podendo ser “um fator de complicação para a própria saúde”.

No manual, a ANPC indica aquilo que pode ser feito na atividade diário dos corpos de bombeiros e qual a alimentação e hidratação mais adequada antes, durante e após uma operação de combate a um incêndio.

Como exemplo, referiu que os bombeiros antes de ir para uma operação, seja incêndio florestal ou urbano, devem já estar hidratados, o que diminuiu a probabilidade de vir a ter problemas de desidratação.

Rui Ângelo referiu que o manual tem, “desde medidas específicas que podem ser feitas, até ao incentivo à criação de um programa estruturado com várias atividades ao longo do ano”.´

“Podem ser coisas pontuais ou um programa com a duração de um ano”, disse, frisando que o desenvolvimento do que está descrito no manual “depende da sensibilidade, interesse e motivação de cada corpo de bombeiros”.

Segundo o mesmo responsável, este programa foi feito à medida de cada corpo de bombeiros, uma vez que o manual tem vários vetores de intervenção consoante as necessidades de cada corporação, que podem ser distintas, seja de atividade física, nutrição ou tabagismo.

“O princípio de base é o corpo de bombeiros poder fazer um diagnóstico do que é mais relevante para a sua realidade e depois ter um programa específico para essa corporação”, referiu, dando conta que um corpo de bombeiros do interior é diferente de um de uma área urbana.

A ANPC já difundiu o manual em formato digital pelos corpos de bombeiros através dos comandantes distritais, sendo depois também distribuídas versões em papel.

A Proteção Civil conta também realizar algumas iniciativas com os corpos de bombeiros, além da divisão de saúde da ANPC e a DGS prestarem todo o apoio para realização do programa em cada corporação.

Em Portugal, existem 468 corporações de bombeiros, que têm no ativo, segundo dados da ANPC de dezembro de 2016, 22.796 bombeiros voluntários e 6.226 profissionais.

 

11 a 17 de março - Semana Mundial do Glaucoma
É a primeira causa de cegueira não reversível em todo o mundo, estimando-se a existência de 80 milhões de pessoas com a doença.

Por cá, serão cerca de 200.000 os que sofrem com glaucoma, um problema que leva à perda progressiva e irreversível da visão. E poderão vir a ser muitos mais, uma vez que, explica António Rodrigues Figueiredo, coordenador do Grupo Português de Glaucoma da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), “sendo uma doença cuja ocorrência aumenta com a idade e atendendo ao aumento da esperança de vida, estes números tendem a crescer significativamente”. Um alerta dado no âmbito da Semana Mundial do Glaucoma, que se assinala de 11 a 17 de março.

“O glaucoma é uma doença bastante assintomática nas fases iniciais”, refere o especialista, que acrescenta que “a perceção inicial da doença é ainda mais difícil devido à nossa própria adaptação cerebral, que vai tentando substituir as imagens em falta por ‘cópias’ das imagens próximas – como num roubo valioso, em que as peças roubadas são substituídas por cópias idênticas. Por isso chamamos ao glaucoma ‘o ladrão silencioso da visão’”. Um fenómeno que “provoca uma perceção deformada e incompleta da realidade, tornando-se bastante grave por exemplo na marcha, causando quedas (uma queixa frequente), ou na condução automóvel”.

A principal causa e fator de risco desta doença que, por cá, se estima que esteja apenas diagnosticada em 50% dos doentes, é a hipertensão ocular. O que significa que “uma tensão ocular elevada, não detetada e não controlada, vai conduzir ao aparecimento da doença”. Mas há outros fatores de risco, como a idade e a existência de familiares diretos com glaucoma.

Por ser uma doença progressiva, isto é, “que tem uma natural tendência para agravamento” e também “irreversível, ou seja, as perdas que causa não são recuperáveis, torna-se fundamental a deteção precoce. A oftalmologia possui métodos clínicos e exames complementares sofisticados que permitem que seja detetada muito antes de dar sintomas, prevenindo, graças aos tratamentos adequados, a sua progressão. E tudo deve começar pela medição da tensão ocular que, refere António Rodrigues Figueiredo, é o principal fator de risco do glaucoma “e simultaneamente o único que podemos tratar e que conduz ao controlo da doença – há inúmeros estudos e evidência que o comprovam”.

De acordo com o especialista, “existem, para os próximos anos, perspetivas de inovação no tratamento com medicamentos. No entanto, atualmente é nas técnicas cirúrgicas que se tem verificado maior progresso”. Apesar disto, por serem técnicas invasivas e mais agressivas, isso dificulta a sua aceitação pelo doente de forma atempada, “o que por vezes se revela fatal em termos evolutivos da doença. Mas as modernas técnicas microcirúrgicas, com recurso a microimplantes, são muito mais seguras e certamente o seu uso tenderá a aumentar”. Apesar de existir tratamento, não há cura. E António Rodrigues Figueiredo defende a importância de esclarecer os doentes e de combater esta ideia errada.

Na Semana Mundial do Glaucoma, que se assinala entre 11 e 17 de março, o especialista deixa o alerta: “Atenção ao ladrão silencioso da visão: se tem mais de 45 anos e nem sabe a sua tensão ocular, se tem familiares com glaucoma, proteja a sua visão”. Aos doentes com glaucoma, recorda que qualquer portador de uma doença crónica “tem que aprender a conviver com esse facto, já que uma doença progressiva e irreversível exige coragem, perseverança e sobretudo apoio para a luta que o seu controlo representa”.

 

Ministério da Saúde
Três dias depois de estar no ar, a campanha do Governo contra o consumo excessivo de açúcar foi suspensa pelas televisões, que...

Começou doce, mas logo amargou. O Ministério da Saúde teve de mandar refazer o anúncio contra o consumo excessivo de açúcar depois de RTP, SIC e TVI terem decidido suspender a exibição do vídeo, apenas três dias depois de ter começado a ir para o ar. A razão para o terem feito? “O Ministério da Saúde foi informado pelas estações de televisão de que clientes do espaço publicitário se terão manifestado desagradados relativamente ao facto de alguns produtos apresentados nesta campanha poderem, no limite, remeter para gamas e marcas específicas”, respondeu fonte oficial ao Observador.

A campanha começou no dia 23, teve direito a protocolo assinado no Palácio da Rocha do Conde d’Óbidos, em Lisboa, com a presença do secretário de Estado da Saúde e representantes dos três canais generalistas e do Porto Canal, mas logo no dia 26 o anúncio foi retirado do ar. Até ontem, altura em que um novo spot, alterado, voltou a passar nas televisões.

O que aconteceu afinal e quem se queixou a quem? A Unilever, que produz a Calvé, acha que aquela embalagem de ketchup é igualzinha à sua, e a Sumol/Compal considera que a lata que aparece no anúncio é uma lata de Sumol mal disfarçada. A Nestlé também não gostou de ver aquela caixa de cereais que pode ser de Cheetos associada a uma má prática alimentar.

As três marcas tiveram atitudes diferentes face ao sucedido. A Unilever queixou-se às televisões — “manifestou o seu desagrado pela utilização inequívoca da imagem da marca Calvé na campanha, tendo já contactado informalmente os promotores da mesma (Ministério da Saúde e canais televisivos)”. A Sumol/ Compal queixou-se ao Ministério — “não houve qualquer contacto com as televisões, nem pedimos a retirada, apenas manifestámos o nosso descontentamento ao Ministério”. E a Nestlé diz que não se queixou a ninguém, mas “acompanhou o tema desde o início com muita preocupação, dada a associação de marcas concretas à mensagem”.

Todos negam que tivessem existido pressões das marcas junto dos departamentos comerciais das três televisões, muito menos ameaças de que os seus próprios anúncios fossem retirados caso aquela campanha institucional continuasse a passar. Mas o facto é que os três canais decidiram retirar o anúncio do ar e deram conta disso mesmo ao Ministério da Saúde que “foi informado pelas estações de televisão da suspensão da campanha ‘Açúcar Escondido’ nos dias 26 e 27 de fevereiro”.

Helena Forjaz, diretora de comunicação da TVI, afirmou ao Observador que não sabe quem detetou “as semelhanças entre os produtos genéricos apresentados e os produtos de algumas marcas”. E nega que tivesse existido qualquer tipo de ameaças por parte das marcas que têm outros anúncios naquela estação de televisão: “A TVI não comenta a sua relações com clientes. Provavelmente alguma marca nos alertou, sim, mas se quer que lhe diga, não sei. Mas eventualmente sim. Havia várias entidades envolvidas na campanha. E alguma dessas entidades detectou a imprecisão. Assim que levantámos a questão ao Ministério, o Ministério foi absolutamente irrepreensível, perguntou qual era o nosso problema, nós dissemos, e o Ministério fez as alterações que tinha que fazer”.

Fonte da SIC diz apenas que “houve necessidade de refazer o spot porque as embalagens não tinham descaracterização suficiente”, mas não esclareceu quem tomou essa decisão e porquê, nem se foram contactados por algum cliente. Já a RTP, enviou por email a seguinte resposta a várias questões que ficaram por responder: “A campanha foi tratada como qualquer outra. Houve um alerta das direções comerciais para uma possível comparação com marcas existentes no mercado, pelo que se pediu para ajustar o spot. A comunicação com cliente foi feita como com qualquer outro cliente. A campanha já está replaneada”. Não explicam se foram contactados por clientes, nem se houve algum tipo de pressão para tomarem a decisão de suspender o anúncio.

O Governo por seu turno diz claramente que as televisões informaram o Ministério da Saúde “de que clientes do espaço publicitário se terão manifestado desagradados”. No plural.

Agência de publicidade suportou custos de alteração do vídeo
Questionado sobre a responsabilidade dos conteúdos do anúncio e sobre se teve de gastar mais dinheiro a refazer o vídeo, o Ministério da Saúde respondeu negativamente. Não só afirma que “não possui capacidade de produção de conteúdos criativos desta natureza” e, por isso, “toda a componente criativa, gráfica e visual da campanha ‘Açúcar Escondido’ ficou a cargo” da agência contratada pela Direção Geral de Saúde, como explica que os custos de alteração foram suportados pela mesma agência.

A FunnyHow suportou então todos os custos inerentes à alteração do vídeo que agora já passa novamente nos canais de televisão. Mas ao Observador Francisco Luz Ferreira diz que nunca foi intenção dos criativos aproximarem-se de marca alguma. “Fomos alertados pelo cliente que nos pediu para alterar o spot, mas continuo a achar que estava mais bonita a versão original”, afirma.

Na verdade, as alterações consistem em desfocar as embalagens, e no caso da lata de refrigerante mudar a cor de verde para roxo. No final aparece uma nova imagem com as três embalagens já sem identificação nenhuma, com as mensagens que dantes eram feitas como se parecessem rótulos verdadeiros.

A Unilever tem, contudo, ainda mais uma queixa: “A campanha contém informação desajustada e exagerada. No caso concreto do produto ketchup, transmite-se a ideia de que a porção utilizada contém três pacotes de açúcar, o que equivaleria a 90 gramas de produto, valor muito longe de uma dose individual. Na prática, a dose individual recomendada é de 15 gramas, o que com base no nosso produto, que é dos que contém menos açúcar no mercado, corresponderia a meio pacote de açúcar”. O Ministério defende-se: “Os conteúdos técnico-científicos que suportam a parte criativa da referida campanha foram desenvolvidos pela Direção Geral da Saúde. Os valores de açúcar referidos baseiam-se nas médias de açúcar habitualmente presentes nos alimentos, não existindo qualquer associação com qualquer produto ou marca em específico”.

O Governo desvaloriza a polémica e diz que não teve qualquer problema em fazer alterações ao vídeo, uma vez que para o Governo o que interessa é fazer passar a mensagem. E rejeita qualquer irregularidade no anúncio original. “A campanha foi adaptada, indo ao encontro das solicitações apresentadas, em nada comprometendo a mensagem e objetivo centrais da mesma, que era o fundamental. É importante contudo referir que a postura de abertura do Ministério da Saúde em relação a esta matéria nada tem a ver com o assumir de qualquer tipo de irregularidade ou violação de direitos de imagem pela campanha referida, mas antes de forma construtiva excluir questões acessórias, mantendo o foco no essencial da campanha: a defesa da saúde pública dos cidadãos”.

O protocolo assinado pelo Ministério da saúde com as televisões prevê que durante um ano sejam emitidas três campanhas, sendo esta a primeira, que após um interregno de uma semana e meia, já voltou ao ar.

 

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge
Quase 14 mil crianças nasceram nos dois primeiros meses do ano, mais 821 do que no mesmo período de 2017, de acordo com os...

Coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, este programa cobre a quase totalidade de nascimentos.

Nos primeiros dois meses do ano foram realizados 13.988 “testes do pezinho”: 7.789 em janeiro e 6.199 em fevereiro.

Em 2017, foram efetuados 13.167 testes, o que aponta para um aumento de 821 nascimentos em 2018.

O maior número de nascimentos nos primeiros dois meses deste ano registou-se em Lisboa (4.062), seguindo-se o Porto (2.542) e Braga (1.075). Portalegre foi o distrito com menos testes realizados: 108.

No ano passado, o número de “testes do pezinho” permitiu auferir uma diminuição do número de nascimentos, em relação a 2016.

Em 2017, foram realizados 86.180 testes, menos 1.397 do que no ano anterior.

O “teste do pezinho” é realizado a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança, e permite diagnosticar algumas doenças graves que clinicamente são muito difíceis de diagnosticar nas primeiras semanas de vida e que mais tarde podem provocar atraso mental, alterações neurológicas graves, alterações hepáticas ou até situações de coma.

 

Ordem dos Médicos Veterinários
Um milhar de animais são abandonados/recolhidos por ano no concelho de Coimbra e os meios para responder à situação são, como ...

Embora não disponha de dados que permitam comparar aquela quantidade com a média nacional ou de outros municípios, o bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), Jorge Cid, disse que se trata de um número de abandonos “muito elevado”.

Muitos municípios não possuem sequer centro de recolha oficial (CRO) de animais, destaca Jorge Cid, exemplificando que na região Centro apenas existem 35 destas estruturas (sucessoras dos antigos canis/gatis), correspondentes a cerca de metade dos concelhos que integram a zona Centro.

Além disso, adverte, “todos os CRO de animais existentes no país estão sobrelotados”, incluindo, naturalmente, o de Coimbra.

Muitos municípios não dispõem de recursos financeiros para avançaram com a construção dos respetivos centros de recolha, nem, por outro lado, de meios técnicos e humanos para, depois, os colocarem em funcionamento, reconhece Jorge Cid, sublinhando que, no entanto, as câmaras estão cada vez mais sensibilizadas e empenhadas em resolver a situação.

A OMV lançou, entretanto, o Programa de Apoio de Saúde Preventiva a Animais em Risco, normalmente denominado ‘cheque veterinário’, para criar “uma rede de cuidados primários médico-veterinários para animais em risco, nomeadamente no que se refere à vacinação, desparasitação, identificação eletrónica e esterilização”.

O projeto, que abrange animais abandonados e recolhidos pelas autarquias e animais de famílias carenciadas, e que deverá começar a ser executado dentro de um mês, envolve “várias dezenas” de veterinários, cujo trabalho é gratuito, sendo os custos dos materiais suportados pelas autarquias, acrescenta.

Assegurando “as melhores práticas clínicas”, a Ordem espera, com o projeto, contribuir de forma decisiva para combater o “flagelo dos animais abandonados”, no prazo de “alguns anos, talvez cinco, seis ou sete anos”.

O principal objetivo do programa é precisamente “dotar os municípios com os instrumentos necessários” para responder a este problema e, portanto, para também dar cumprimento à lei 27/2016, que define “as medidas para a criação de uma rede de CRO de animais” e estabelece, designadamente, a proibição do “abate de animais errantes como forma de controlo da população”.

O ‘cheque veterinário’ assume-se, assim, como “a forma mais eficaz, neste momento, para dar uma resposta nacional às necessidades dos municípios que têm de assegurar o bem-estar dos animais abandonados e recolhidos pelos CRO”, sustenta o bastonário.

Além disso, o programa também “permite que as famílias com baixos rendimentos, identificadas pelas autarquias, tenham acesso a serviços médico-veterinários certificados e de grande qualidade técnica e científica”.

A OMV continua a promover reuniões, abertas a todos o interessados, designadamente responsáveis e técnicos dos municípios, a próxima das quais está agendada para sábado, às 10:30, em Coimbra, nas instalações do Conselho Regional do Centro da Ordem.

 

Infarmed
As autorizações de introdução no mercado dos medicamentos com paracetamol de libertação prolongada foram suspensas porque a...

Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, a avaliação de segurança feita pela Agência Europeia do Medicamento (EMA) concluiu que a relação benefício-risco “deixou de ser favorável”.

Em causa, no mercado português, estão os medicamentos Panadol Prolong 665 mg, Diliband Retard 75 mg + 650 mg, Tramadol+Paracetamol KrKa 75mg + 650mg e Tramadol+Paracetamol Verum Pharma LP 75mg + 650 mg.

O Infarmed sublinha que esta suspensão “apenas se aplica aos medicamentos com libertação modificada ou prolongada contendo paracetamol e que se destinam a ter uma ação mais prolongada” e que os restantes fármacos com paracetamol podem continuar a ser usados.

Diz ainda que os medicamentos com paracetamol de libertação prolongada “apresentam toxicidade hepática, após ingestão de doses elevadas, que pode ser fatal se não for adequadamente tratada”.

A decisão da EMA refere como condição que, para o levantamento desta suspensão, “os titulares das autorizações de introdução no mercado devem fornecer provas em suporte de medidas proporcionais, fiáveis e eficazes para prevenir o risco de sobredosagem e minimizar o risco de lesões hepáticas após sobredosagens intencionais ou acidentais” com estes medicamentos.

O paracetamol é um dos compostos mais frequentemente utilizados a nível mundial, sendo o medicamento antipirético e analgésico mais utilizado desde 1955.

 

Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos alertou, no parlamento, para a predisposição de um adulto ter doença mental psicótica devido ao consumo...

Uma delegação da Ordem dos Médicos foi ontem ouvida na comissão parlamentar de Saúde, no âmbito do grupo de trabalho para a utilização da canábis com fins medicinais, que foi criado depois de o Bloco de Esquerda (BE) e o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) terem apresentado projetos de lei que preveem o autocultivo da planta e que 'baixaram' à especialidade.

A psiquiatra Maria da Graça Vilar, membro da direção do Colégio da Especialidade de Psiquiatria da Ordem dos Médicos, disse que a canábis tem componentes com "efeitos de toxicidade no sistema nervoso central".

Segundo a médica, o seu "uso continuado" na adolescência, quando o sistema nervoso está em processo de desenvolvimento, pode levar a "haver predisposição para surgir doença mental do foro psicótico na idade adulta".

Maria da Graça Vilar considera que a prescrição da planta como medicamento "exige todos os cuidados, um rigor estrito e controlo", defendendo "um enquadramento regulatório cuidado" e o "registo obrigatório dos doentes numa fase inicial".

O neurologista e especialista em Farmacologia Clínica Mário Miguel Rosa realçou que "é preciso que haja formação médica" para a prescrição da canábis como medicamento e "conhecer bem o tipo de doente a quem se pode prescrever".

Antecedendo a audição da Ordem dos Médicos, a Cannativa - Associação de Estudos sobre Canábis invocou as "dificuldades de acesso" à substância para fins terapêuticos, apontando "o estigma e o preconceito" dos médicos em prescrevê-la.

A associação defensora da legalização da canábis considera que só o autocultivo da planta para fins medicinais, ainda que sujeito a receita médica e licença, consegue garantir o pleno acesso dos doentes aos vários tipos de canábis para tratar diferentes patologias e evitar o recurso ao mercado negro.

Durante a audição, a Cannativa exibiu um vídeo com testemunhos de pais de crianças a relatarem que o número de ataques epiléticos dos filhos diminuiu graças ao uso terapêutico da canábis.

O uso medicinal da canábis tem gerado controvérsia, com a Ordem dos Farmacêuticos a manifestar-se contra, alegando falta de dados científicos que comprovem a sua eficácia e segurança, e a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) a concordar sob condições controladas e específicas.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, concorda com o uso da canábis para fins terapêuticos, desde que bem regulado e com enquadramento rigoroso.

A Ordem dos Médicos reconhece num parecer que existe forte evidência da eficácia da canábis nalguns usos terapêuticos, nomeadamente no alívio da dor crónica em adultos, na esclerose múltipla, no controlo da ansiedade e como antivómito no tratamento do cancro.

Contudo, avisa que a sua prescrição deve ser exclusivamente médica, enquanto medicamento e não na forma fumada, por esta não estar suficientemente estudada em termos científicos.

O parecer, a cargo do Conselho Nacional da Política do Medicamento da Ordem dos Médicos, aponta para uma associação entre o consumo de canábis e o desenvolvimento de dependência, esquizofrenia e outras psicoses, bem como agravamento de dificuldade respiratória.

 

Hepatite C
A associação SOS Hepatites congratulou-se com o acordo que introduz no mercado um novo medicamento para a hepatite C, "100...

“Enquanto associação de doentes empenhada em combater a hepatite C, é para nós extremamente gratificante que este acordo se tenha confirmado de forma tão célere. Com esta decisão, Portugal dá um novo e importante passo para a eliminação da hepatite C”, refere a associação em comunicado divulgado hoje.

Um novo medicamento para tratamento de todos os genótipos da hepatite C está disponível para os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, segundo a avaliação do Infarmed, é tão eficaz quanto os outros e mais barato.

De acordo com o relatório de avaliação prévia do Infarmed, o novo medicamento (Glecaprevir + Pibrentasvir), do laboratório AbbVie, está indicado para o tratamento da infeção pelos vírus da hepatite C crónica em adultos.

De acordo com o laboratório, trata-se de um medicamento que permite uma cura mais rápida, de apenas oito semanas e para todos os doentes (todos os genótipos), evitando assim para o doente exames de diagnóstico complementares.

Até agora estavam disponíveis no mercado sete medicamentos “de última geração” para tratamento da hepatite C.

“A comparticipação deste novo medicamento vem aumentar o acesso dos doentes à inovação e é uma excelente notícia para a comunidade da hepatite C em Portugal. Uma vez mais, o país mostra-se empenhado em eliminar um dos mais graves problemas de saúde pública a nível mundial”, lê-se no comunicado da associação.

Dados do Infarmed divulgados em fevereiro indicam que mais de 15.000 doentes com hepatite C iniciaram tratamento nos últimos três anos e que a taxa de cura se situa nos 97%.

Desde que foi assinado o acordo para a utilização dos primeiros medicamentos antivíricos de ação direta aprovados em Portugal, foram concluídos mais de 12.000 tratamentos e 8.870 doentes ficaram curados.

Os dados inscritos no portal do Portal da Hepatite C, gerido pelo Infarmed, revelam que até 14 de fevereiro foram autorizados 18.929 tratamentos no país, a maioria em homens (73%).

A média etária é de 50 anos para os homens e de 55 para as mulheres.

A Organização Mundial de Saúde tem defendido como meta para 2030 uma redução de 90% nas novas infeções crónicas e de 65% na mortalidade por estas doenças.

 

Hospitais Privados
A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada pediu à ADSE que, relativamente à tabela de preços publicada e face à...

A decisão da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) foi tomada em assembleia-geral extraordinária com o único intuito de fazer uma avaliação conjunta da Tabela de Preços e Regras 2018 do Instituto de Proteção e Assistência na Doença - ADSE, o sistema de saúde dos trabalhadores e reformados da função pública.

A APHP, representando 110 hospitais e clínicas, mais de 30 mil colaboradores, incluindo mais de oito mil médicos, e um volume de negócios de 1,9 mil milhões de euros, reafirma que não abdica de "princípios estruturantes de cuidados de saúde de excelência", designadamente o acesso dos beneficiários da ADSE a cuidados diferenciados dos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que a associação lembra ser a razão base da existência da própria ADSE.

Não abdica também da garantia da equidade negocial, pois é um "principio a manter, no futuro, na relação entre as partes".

A associação diz compreender as preocupações da ADSE e nota que os hospitais privados concordam com a atribuição da primazia à sustentabilidade, motivo pelo qual defende que a ADSE "adote, tão breve quanto possível, tabelas completas e atualizadas tendo por referência a Tabela da Ordem dos Médicos".

A assembleia-geral serviu ainda para os associados manifestarem "total espírito de coesão", reiterando o alinhamento em torno da APHP, seu representante.

Quando a nova tabela de preços que a ADSE pretende pagar aos operadores foi publicada pelo subsistema de saúde dos funcionários públicos, os privados alertaram logo que tinha “erros e imprecisões” e precisava de ser corrigida.

Inicialmente prevista para entrar em vigor a 1 de março, a nova tabela de preços tem sido objeto de negociação entre a ADSE e os operadores privados, representados pela APHP, após uma proposta inicial ter sido recusada pelos convencionados.

Com o objetivo de entrar em vigor a 1 de abril deste ano, a nova tabela foi publicada no site institucional da ADSE.

Ao tomar conhecimento desta divulgação, a APHP emitiu um comunicado, no qual afirma que a mesma “contém erros e imprecisões que carecem de revisão nos próximos dias”.

Os operadores privados reiteram “a necessidade de rever as temáticas que não foram objeto de negociação ou sobre as quais já havia sido manifestado um desacordo de princípio por parte dos hospitais privados”.

Na altura, fonte da APHP disse que não existe acordo em alguns atos praticados no âmbito da oftalmologia, cardiologia e no recurso ao médico especialista através da urgência.

 

Estudo
Cientistas identificaram marcadores biológicos de um tipo agressivo de cancro do pulmão, que podem vir a ser detetados numa...

Investigadores do Instituto Walter e Eliza Hall e da Universidade de Melbourne, na Austrália, debruçaram-se sobre um tipo de cancro que aparece em qualquer glândula do corpo, o adenocarcinoma, mas que representa metade dos cancros do pulmão, sendo comummente diagnosticado em pessoas que não fumam.

Este cancro é muito agressivo e resistente a tratamentos convencionais, como quimioterapia e radioterapia, e tem um mau prognóstico, pelo que novas terapêuticas são necessárias.

A equipa de cientistas usou modelos pré-clínicos para mostrar pela primeira vez que os adenocarcinomas do pulmão têm 'marcadores' que respondem também a imunoterapias que estão a ser utilizadas no tratamento de outros cancros.

Segundo a investigação, as imunoterapias em causa (anti-PD-1 e anti-CTLA-4) foram eficazes a combater os tumores e a regredir este tipo de cancro do pulmão.

Uma das coautoras do estudo, Kate Sutherland, especialista em cancro no Instituto Walter e Eliza Hall, sustentou, citada num comunicado da instituição, que "as assinaturas moleculares únicas encontradas no sangue poderiam ser uma ferramenta para identificar doentes que poderiam responder a imunoterapias ou mesmo a um teste de deteção precoce destes cancros".

O estudo focou-se no papel de duas vias de sinalização celular - KEAP1/NRF2 e PI3K - que estão envolvidas no adenocarcinoma do pulmão humano e concluiu que a sinalização interminável causada por mutações nestas vias levou ao desenvolvimento deste cancro.

Num próximo passo, a equipa de cientistas vai testar as conclusões em humanos a partir da análise de amostras de tumores de doentes com adenocarcinoma do pulmão.

 

“Atlas do Tabaco”
O tabaco custa mais de 1,5 mil milhões de euros por ano à economia internacional, o que representa cerca de 2% da produção...

O tabaco também causa cerca de sete milhões de mortes por ano (5,1 milhões de homens e dois milhões de mulheres), sendo que quase 900 mil são devido ao fumo de terceiras pessoas, refere a sexta edição do “Atlas do Tabaco”, elaborado pela Associação Americana do Cancro e a organização mundial Vital Strategies.

De acordo com os dados divulgados, oito em cada 10 mortes acontecem em países com menores rendimentos.

“Em países como a Indonésia, quase 90% da população está exposta ao fumo de outras pessoas”, afirmou, o coautor do estudo, Neil Schluger, na Cidade do Cabo, África do Sul, onde decorre a conferência mundial.

O estudo reitera que as grandes tabaqueiras fazem deliberadamente campanhas dirigidas aos países menos desenvolvidos para maximizar os seus benefícios e a sua capacidade de influenciar os governos, os agricultores e os setores da população mais vulnerável.

“África e Médio Oriente são pontos necessários de viragem para evitar epidemias”, assinalaram, em comunicado, os responsáveis da 17.ª edição da Conferência Mundial sobre Tabaco ou Saúde, promovida pela Organização Mundial de Saúde.

Na região da África subsaariana, o consumo aumentou 52% entre 1980 e 2016, graças a estratégias de mercado agressivas e ao crescimento populacional.

O “Atlas do Tabaco” foi um dos assuntos centrais da segunda jornada da conferência hoje iniciada na África do Sul, que constitui o principal fórum mundial sobre este tema.

Vários especialistas alertaram também para os riscos de novas soluções tecnológicas – como o queimador de tabaco IQOS da Phillip Morris (dispositivo eletrónico inovador que aquece o tabaco em vez de o queimar) – inundarem o mercado sem que exista legislação apropriada nem estudos suficientes para determinar o seu impacto na saúde.

“Temos uma longa história com as empresas tabaqueiras com coisas como os cigarros com filtro e outros produtos, que se anunciaram como sendo mais seguros, mas que, de facto, não o eram, pelo que as autoridades de controlo estão muito alerta e querem mais investigações”, explicou a diretora de Saúde Pública da Fundação Filantrópica Bloomberg, Kelly Henning.

Em todo o mundo contabilizam-se cerca de 1,1 mil milhões de fumadores.

 

Governo
O Governo aprovou hoje a criação de uma estrutura de missão para a monitorização do programa orçamental da saúde, à qual caberá...

De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, a estrutura de missão irá funcionar da dependência dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das Finanças e da Saúde.

Esta estrutura de missão será “responsável pelo acompanhamento do desempenho financeiro das entidades” do SNS e do Ministério da Saúde.

Outra função da estrutura será apresentar “propostas que contribuam para a sustentabilidade do SNS”.

 

Estudo
Um estudo hoje divulgado relacionou pela primeira vez a exposição à poluição atmosférica doméstica durante a vida fetal com...

O estudo foi realizado pelo Instituto de Saúde Global em Barcelona e pelo Centro Médico da Universidade Erasmus de Roterdão e é divulgado na revista científica “Biological Psychiatry”.

A investigação vem mostrar uma relação entre a exposição à poluição do ar e uma dificuldade com o controlo inibitório - que é a capacidade de regular o comportamento impulsivo – que pode estar relacionado com problemas de saúde mental ou comportamentos aditivos, défice de atenção ou problemas de hiperatividade.

O estudo utilizou uma amostra baseada na população holandesa, seguindo mulheres grávidas e crianças desde a sua vida fetal até cerca dos 10 anos de idade.

Os investigadores avaliaram os níveis de poluição do ar em casa durante a vida fetal de 783 crianças, incluindo níveis de dióxido de nitrogénio e partículas finas. A morfologia cerebral foi depois avaliada usando imagens cerebrais quando as crianças tinham entre seis e 10 anos.

Da análise, conclui-se que há uma relação entre a exposição a partículas finas e alterações da estrutura cerebral e do controlo inibitório ou da impulsividade.

Contudo, os investigadores salientam que os níveis médios de partículas finas detetados nas casas estavam abaixo do limite atual estabelecido na União Europeia e que apenas 0,5% das grávidas seguidas foram expostas a níveis considerados inseguros.

Este novo estudo vem juntar-se a investigações anteriores que relacionaram níveis considerados aceitáveis de poluição do ar com outras complicações a nível cognitivo ou de desenvolvimento fetal.

Os investigadores lembram que o cérebro do feto é particularmente vulnerável porque ainda não desenvolveu mecanismos para proteger ou remover toxinas ambientais.

 

Serviço Nacional de Saúde
Um novo medicamento para tratamento de todos os genótipos da hepatite C está disponível para os hospitais do Serviço Nacional...

De acordo com o relatório de avaliação prévia do Infarmed, o novo medicamento (Glecaprevir + Pibrentasvir), do laboratório AbbVie, está indicado para o tratamento da infeção pelos vírus da hepatite C crónica em adultos.

“Na avaliação económica, depois de negociadas as condições para utilização pelos hospitais e entidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), tendo em atenção as características específicas do medicamento e da doença em causa, assim como os resultados do impacto orçamental, o medicamento (…) apresenta custos inferiores ao do comparador selecionado e, portanto, vantagem económica versus essa alternativa”, refere o relatório de avaliação do Infarmed.

De acordo com o laboratório, trata-se de um medicamento que permite uma cura mais rápida, de apenas oito semanas e para todos os doentes (todos os genótipos), evitando assim para o doente exames de diagnóstico complementares.

Até agora estavam disponíveis no mercado sete medicamentos “de última geração” para tratamento da hepatite C.

Dados do Infarmed divulgados em fevereiro indicam que mais de 15.000 doentes com hepatite C iniciaram tratamento nos últimos três anos e que a taxa de cura se situa nos 97%.

Desde que foi assinado o acordo para a utilização dos primeiros medicamentos antivíricos de ação direta aprovados em Portugal, foram concluídos mais de 12.000 tratamentos e 8.870 doentes ficaram curados.

Os dados inscritos no portal do Portal da Hepatite C, gerido pelo Infarmed, revelam que até 14 de fevereiro foram autorizados 18.929 tratamentos no país, a maioria em homens (73%).

A média etária é de 50 anos para os homens e de 55 para as mulheres.

A Organização Mundial de Saúde tem defendido como meta para 2030 uma redução de 90% nas novas infeções crónicas e de 65% na mortalidade por estas doenças.

 

Dia Internacional da Mulher
Proposta aliciante, esta de escrever no dia internacional da Mulher, sobre a Mulher e para a Mulher.

Falar da importância da vigilância anual na consulta de Ginecologia?

Da praga que é a infeção pelo HPV? Do facto de 80-90% das mulheres terem contacto com este vírus, cuja infeção pode evoluir para cancro do colo do útero mesmo em idade jovem? Da importância do seu rastreio como prevenção primária? Do papel da vacinação?

A possibilidade de deteção precoce do cancro do endométrio e ovário na ecografia anual inserida no contexto da tal consulta anual, principalmente após a menopausa? Explicar o porquê de essa mesma ecografia poder detetar essa neoplasia precocemente e salvar vidas?

Da realização de ecografia e/ou mamografia (consoante faixa etária) e deteção atempada do cancro da mama?

Falar do adiar da idade materna?

Falar acerca da loucura da sociedade que exige cada vez mais da mulher, que não nos deixa quase respirar?  Da quantidade de pacientes que adiam para mais tarde ser mãe?

Que adiam para depois... depois de ter o emprego ideal, depois de ter casa própria... de preferência para depois “daquela” promoção... E um dia quando olham para o lado... surge uma menopausa precoce e o sonho não chega a ser cumprido...

Com o avançar da idade a infertilidade cresce, a taxa de abortamento também...

Sorriso enorme quando se atinge o sonho... tristeza que permanece quando se fica pelo depois.

Falar da importância de um bom planeamento familiar?

Relembrar que ser mãe QUANDO se quer é importante. Ter mão na decisão desse momento é vital.

Explicar que a interrupção voluntária da gravidez existe, mas que não é método de contraceção. Que quem passa pelo processo dificilmente sai sem lesões, principalmente psicológicas que permanecem.

Que temos um conjunto grande de opções para evitar a gravidez... e que com certeza há um método ideal para cada uma de nós.

Seja a pílula de estrogénio-progestativo, ou de progestativo apenas. Seja oral, transdérmica ou vaginal. Seja o dispositivo intra-uterino de cobre ou revestido a progestativo ou o implante no braço...

Falar de como a menopausa já não é o fim da mulher como mulher?

Escrever sobre as opções terapêuticas, que nos permitem não tratar a menopausa... mas sim o seus sintomas. Individualizar tratamentos, caso a caso, de acordo com os sintomas e as co-morbilidades das pacientes.

Relembrar que hoje em dia a mulher passa, em média e de acordo com a esperança média de vida 40% da sua vida nesta fase? Que é cada vez mais importante oferecer qualidade de Vida?

Falar que a incontinência urinária existe e deve ser investigada e tratada?

Cada vez mais a mulher tem uma vida preenchida entre o trabalho, os filhos e os trails ao fim de semana. Não é justo ir fazer uma corrida e ter que levar um penso por causa da perda urinária de esforço. Muitas vezes estas perdas ocorrem quando a mulher tosse, ri, pega em pesos, faz esforços e podem limitar o dia a dia. Quase sempre há solução.

Falar sobre a Líbido Adormecida?

Sim, todos os dias ouço pacientes a queixarem-se desta “doença” ... que na maioria das vezes resulta de um vírus da sociedade atual – chamado cansaço, burnout, falta de tempo... No fugaz encontro à noite depois de um dia extenuante de uma to do list sem fim, quando o casal se encontra e fala de tudo o que os preocupa... as contas, os deadlines no trabalho, o insucesso escolar do filho, a empregada que faltou...

Na maioria das vezes? Falta de Tempo ... para Viver, para Sentir.

Os temas são muitos... a decisão difícil...

Neste Dia da Mulher, sejamos apenas Mulheres, na complexidade Maravilhosa e surpreendente que nos faz Únicas. Na plenitude vaidosa de podermos gerar Vida.

*a especialista é também autora do blogue “Aos Domingos no Meu Consultório”

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Inquérito revela
Quase um quarto dos portugueses tem dificuldades em ouvir e, dos que utilizam prótese auditiva, metade refere continuar a ouvir...

Realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), o inquérito avaliou vários parâmetros da saúde dos portugueses, entre os quais a audição.

Questionados sobre dificuldades em ouvir “o que é dito numa conversa”, 1,6 milhões de portugueses (23,7%) respondeu que as sente.

A existência de dificuldades auditivas foi mais frequente no grupo etário dos 65 aos 74 anos (41,7%), seguindo-se o dos 55-64 anos (33,7%), entre os 45 e os 54 (21,6%), os 35 e os 44 anos (13,3%) e, por último, o grupo entre os 25 e os 34 anos (13,2%).

A região do Alentejo é aquela onde se registam mais portugueses com dificuldades auditivas: 28,6%.

Em termos de distribuição geográfica, segue-se a região Centro (26,4%), a do Norte (23,5%), de Lisboa e Vale do Tejo (22,7%) e o Algarve (14,6%).

As dificuldades auditivas são mais frequentes nas pessoas sem atividade profissional (39,1%), seguindo-se os desempregados (19,5&) e os empregados (17,8%).

O inquérito também levou em conta os estudos dos inquiridos, apurando que é junto das pessoas com menos escolaridade que as dificuldades auditivas se revelam mais frequentes.

As dificuldades foram mais identificadas por pessoas com nenhuma escolaridade ou o primeiro ciclo (37,8%), as com o segundo ou terceiro ciclo (20%), com o ensino secundário (17,9%) e, por último, as que completaram o ensino superior (16,1%).

Das 4.911 pessoas inquiridas para o Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF), 2,7% referiu usar prótese auditiva e metade desta percentagem disse ter dificuldades.

O INSEF visa contribuir para a melhoria da saúde dos portugueses, apoiando as atividades nacionais e regionais de observação e monitorização do estado de saúde da população, avaliação dos programas de saúde e a investigação em saúde pública.

 

Canábis
A Associação de Estudos sobre Canábis vai entregar hoje aos deputados no parlamento uma carta aberta na qual classifica como...

“Com a legalização da canábis para fins medicinais em mais de 30 países no mundo, dos quais 14 na Europa, vários pacientes portugueses tomaram conhecimento desta alternativa e estão, atualmente, a utilizar canábis com efeitos positivos nos sintomas das suas doenças”, refere a carta da associação, com subscrição aberta a quem a queira assinar.

Contudo, é lamentado que o enquadramento legal ambíguo e insuficiente inviabilize um acesso regulado e eficaz dos doentes à canábis para uso medicinal.

Os subscritores da carta querem que os derivados de canábis sejam vendidos nas farmácias, sendo testados por entidade reguladora, e que nas farmácias estejam disponíveis o máximo possível de variantes genéticas da planta e flores e extratos de canábis, mediante receita médica.

É ainda pedida a possibilidade de comparticipação pelo Serviço Nacional de Saúde.

A carta apela ainda a que seja autorizado o auto-cultivo da planta canábis, mediante receita médica e autorização especial, caso não seja possível encontrar na farmácia a planta com o perfil de canabinoides mais indicado para os pacientes.

A Associação Cannativa foi constituída no ano passado e apresenta-se como uma associação que reúne "especialistas dos mais diferentes quadrantes", entre consumidores e não consumidores, "desde ativistas a profissionais da saúde, passando por cientistas, políticos, agricultores, juristas, estudantes, jornalistas e utilizadores de canábis terapêutica".

Elementos da Cannativa vão ser hoje à tarde ouvidos no parlamento, no âmbito do grupo de trabalho sobre a utilização da canábis para fins terapêuticos.

Está ainda prevista a audição da Ordem dos Médicos e dos seus colégios de especialidade de neurologia e psiquiatria.

Contudo, a Ordem dos Médicos já divulgou publicamente a sua posição sobre a legalização da canábis para fins médicos.

A Ordem, num parecer divulgado em janeiro, reconhece que existe forte evidência da eficácia da canábis nalguns usos terapêuticos, mas entende que a sua prescrição deve ser exclusivamente médica e nunca através da forma fumada.

 

Saúde mental
Uma equipa do Porto desenvolveu uma plataforma que permite aos portugueses que vivem no estrangeiro ter acesso ‘online' a...

A plataforma Couch é o "primeiro ‘chatbot’ (programa de computador que tenta simular um ser humano na conversação com as pessoas) de rastreio de saúde mental em Portugal e um dos primeiros no mundo, ligado à nossa plataforma de Telemedicina", indicou o psicólogo João Vilas-Boas, um dos responsáveis pelo projeto.

Esse ‘chatbot', continuou, é capaz de avaliar se o utilizador necessita de cuidados psicológicos e, sendo o caso, faz aconselhamento comportamental e ajuda-o a marcar uma consulta com um psicólogo. 

"Uma percentagem grande da nossa população encontra-se emigrada e esse é um dos alvos do nosso serviço", indicou.

A plataforma, pioneira em Portugal, é também ideal para as pessoas que vivem em zonas isoladas, como Trás-os-Montes, Alentejo ou noutro local do interior do país, possibilitando-lhes ter uma consulta com um psicólogo que exerça a sua prática clínica noutras cidades, como Porto ou Lisboa. 

"A desmaterialização dos serviços tradicionais de psicologia permite que o nosso utilizador poupe tempo e dinheiro, podendo ter a sua consulta de forma confortável e evitando parte do estigma relacionado com o recurso a uma consulta de psicologia", contou João Vilas-Boas.

Segundo explicou, a escolha dos profissionais que prestam as consultas ‘online' é realizado através do conselho consultivo responsável por este projeto, onde se incluem psicólogos.

A ideia para a criação deste projeto surgiu a partir da necessidade que os fundadores reconheciam em algumas pessoas próximas.

A prevalência e a incidência de depressão e ansiedade "é superior nas populações expatriadas, principalmente devido ao isolamento. Temos uma pessoa próxima, que estava emigrada há anos quando sentiu necessidade de ter uma consulta com um psicólogo", notou João Vilas-Boas.

"Apesar de falar a língua do país em que habita (Alemanha), a barreira cultural com o psicólogo que consultou era muito grande, tendo desabafado que queria e precisava mesmo de ter a consulta com um psicólogo português", acrescentou.

Outro amigo dos fundadores, um executivo que estava numa situação de ‘burnout' (distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso) que afetava a sua relação com a família e a ‘performance' no trabalho, também necessitava de consulta com um psicólogo, ao qual não recorria por falta de tempo.

"Essa é uma das razões pela qual a Couch tem como objetivo realizar consultas em horário pós-laboral", referiu.

Apesar de as consultas ‘online' serem já uma realidade há anos nos Estados Unidos e no Canadá, em Portugal "estamos ainda numa fase de sensibilização, uma vez que a maioria das pessoas não sabem que este tipo de serviço está disponível e que apresenta qualidade", disse ainda João Vilas-Boas.

 

Ruído
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa manifestou-se hoje "frontalmente contra" o alargamento do horário de...

Falando na reunião descentralizada do executivo, destinada à audição de munícipes das freguesias do Areeiro e Alvalade, Fernando Medina (PS) expôs que "o aeroporto é a principal fonte de ruído na cidade de Lisboa" e que esta situação "resulta do que é o aumento do tráfego no aeroporto".

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa respondia a um munícipe de Alvalade, que se queixou do ruído provocado pelos aviões, apontando que "se estende por quilómetros".

Uma vez que aquela infraestrutura "tem tido um crescimento acima de dois dígitos nos últimos anos", atravessa uma "situação de forte congestionamento em várias horas do dia", afirmou o autarca.

Segundo Fernando Medina, "esta sobrecarga está a ter efeito, mesmo durante as horas do dia de utilização normal do aeroporto".

Falando na "possibilidade de virem a ser alargados os voos em horários noturnos", Fernando Medina vincou que "a posição do município foi frontalmente contra este alargamento".

"O que podemos do nosso lado fazer quanto a esta matéria é reivindicar de forma muito intensa que rapidamente se tomem as medidas para a solução da expansão da capacidade aeroportuária", dado que está "em conclusão a avaliação de impacte ambiental da expansão para o Montijo", acrescentou.

O presidente da Câmara de Lisboa apontou que, mesmo cabendo "à gestora da infraestrutura a aplicação das mediadas de contingência", o município está "muito atento" à questão do ruído e do impacto na qualidade de vida dos lisboetas.

"Temos toda a compreensão pela importância do aumento da capacidade aeroportuária, toda a compreensão pela importância do aeroporto na base económica da cidade, mas não é possível pedir que aos residentes de uma parte muito significativa da cidade de Lisboa que no fundo sofram ainda mais o ónus do que foi um conjunto de não decisões atempadas do Estado português", salientou o socialista.

Entre estas decisões, Medina apontou "a não expansão do aeroporto de Lisboa, aumento da sua capacidade", ou "decisões de companhias aéreas de concentrar voos [de escala] em Lisboa".

"Sendo alheios a isso, a variável de ajustamento de todo este problema que é real não pode ser a qualidade de vida dos lisboetas, ainda para mais na escala e intensidade com que foi proposto", salientou.

O autarca socialista elencou ainda que "a forma pouco regulada como [a infraestrutura] cresceu faz com que hoje um conjunto de freguesias estejam a sofrer consequências noutras áreas".

Assim, Medina advogou a necessidade de serem feitos os investimentos necessários na cidade, para minimizar estes impactos.

Também em resposta ao munícipe, o vereador do Ambiente precisou que está em consulta pública o plano de ação de gestão de redução de ruído" do aeroporto e que a "responsabilidade é das próprias concessionários aeroportuárias, que têm de fazer esse plano de gestão".

 

Causas e tratamento
Estima-se que 195 milhões de mulheres sejam afetadas pela doença renal crónica em todo o mundo.

A lesão renal aguda associada a gravidez (nomeadamente a pré-eclampsia) é uma das causas mais frequentes de doença renal na mulher jovem e que pode levar a doença renal crónica terminal. A doenças auto-imunes são também mais frequentes nesta população sendo o Lupus Eritematoso Sistémico um exemplo.

Em termos globais, as principais causas de doença renal crónica são, hoje em dia, a diabetes mellitus e a hipertensão. Estas são doenças silenciosas podem progredir, muitos anos sem sintomatologia específica, causando lesão em diversos órgãos, entre os quais o rim.

As doenças de caráter hereditário (como a doença renal poliquística), as glomerulonefrites crónicas (como a nefropatia a IgA) e as doenças urológicas (litíase renal e hipertrofia prostática) são algumas de outras etiologias, embora com menor expressão.

Quando lesados, os rins deixam de exercer a sua função de regulador do meio interno do organismo levando a acumulação de toxinas, sais minerais e água. Deixam também de produzir diversas hormonas essenciais a produção do sangue e da qualidade do tecido ósseo.

O cansaço, a anorexia (perda de apetite) e os edemas são os principais sintomas da doença renal e que alertam para a procura dos cuidados de médicos.

A doença renal crónica tem um elevado impacto na esperança média e na qualidade de vida da população em geral. Nas mulheres, a saúde reprodutiva é particularmente afetada, sendo a infertilidade e as complicações com os fetos (baixo peso à nascença e prematuridade) mais frequentes que na restante população.

Atingindo o estádio terminal, é necessário iniciar uma modalidade de tratamento substitutivo da função renal, e as opções existentes são a hemodiálise, a diálise peritoneal e transplantação renal.

Atualmente, a hemodiálise é a escolha da maioria dos doentes. Porém, é a que acarreta maiores constrangimentos pois implica tratamentos em unidades de saúde com duração mínima de quatro horas, três vezes por semana.

A diálise peritoneal, embora mais flexível em termos de horários e com a mais valia de poder ser realizada no domicilio dos doentes, é ainda uma técnica pouco difundida no nosso país.

A transplantação renal (nos doentes elegíveis), é sem dúvida a melhor opção de tratamento, sendo aquela que permite maior longevidade e qualidade de vida aos pacientes.

Portugal tem das mais elevadas taxas de transplante (de dador cadáver) por milhão de habitantes. No entanto, o transplante renal de dador vivo é ainda pouco divulgado, tendo no futuro margem para crescimento. O sucesso do transplante depende da toma correta de medicação imunossupressora que infelizmente acarreta riscos de infeção, doenças cardiovasculares e doenças oncológicas, não negligenciáveis.

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