World Resources Institute
O World Resources Institute anunciou que a substituição de 30% da carne utilizada nos hambúrgueres reduziria a emissão de gases...

"Se as pessoas comessem mais plantas do que carne, os benefícios em escala seriam exponenciais", disse Richard Waite, chefe do laboratório de alimentos sustentáveis do World Resources Institute. Segundo aquele responsável, poderiam ser também economizados vários milhões de litros de água e os campos dedicados à pecuária poderiam ser reduzidos.

O laboratório dirigido por Richard Waite, escreve o Sapo, incentiva restaurantes a incluir alimentos feitos inteiramente com plantas no menu, mesmo que seus clientes não sejam vegetarianos."Uma solução que redireciona o consumidor de carne para plantas comestíveis pode ter um grande impacto ambiental, embora não seja uma mudança de 100%", afirmou o especialista.

Uma das principais cadeias de 'fast-food' norte-americanas defendeu que adicionar cogumelos à carne de milhões de hambúrgueres vendidos nos Estados Unidos poderia reduzir os gases com efeito estufa.

O novo produto foi bem aceito pelo paladar dos norte-americanos, que anualmente consumem 10 mil milhões de hambúrgueres de carne e, ao mesmo tempo, contribuem para melhorar o meio ambiente.

Saúde mental
Com “A mentira da doença de Alzheimer” o médico alemão Michael Nehls, pretende alertar para o facto de não se estar a fazer a...

Michael Nehls, autor do livro “Die Alzheimer Lüge” (“A mentira da doença de Alzheimer”, original publicado em 2014 que tem agora uma edição de bolso mas ainda sem tradução em português), defende que há uma mentira associada à doença de Alzheimer: que a idade é o maior fator de risco. Segundo o autor, a doença está a ser tratada como uma fatalidade: já não se pergunta “se” vamos ter a doença de Alzheimer, mas apenas “quando”? Ora, como as sociedades mais ricas estão envelhecendo, iremos ter o que ele chama uma “pandemia apocalíptica”. É este “pesadelo” que, segundo Nehls, leva a indústria farmacêutica e muitos cientistas a serviram-se do lema “o medo vende-se bem” (fear sells) para atingir os seus fins, escreve o Observador.

Quais as consequências da mentira
Com a mentira sobre a doença de Alzheimer, continua Nehls, é criada uma dependência medicamentosa e ao mesmo tempo desperdiçada uma solução. É criada uma dependência indevida porque esta não é uma doença que se possa curar com medicamentos. É desperdiçada uma solução, porque a doença é condicionada pelo estilo de vida hodierno: dormimos pouco, movemo-nos pouco, alimentamo-nos de forma pouco saudável e vivemos numa sociedade onde falta “calor humano”. A nossa genética não está em condições de compensar estes défices induzidos pelo ambiente, segundo o autor.

Contrariamente ao que muita gente possa pensar, continua Nehls, está provado que as doenças não são causadas pela idade, sem mais. Em Okinawa, uma ilha no sul do Japão, foi estudado, durante 25 anos, o estilo de vida da população, porque parecia ter como alvo uma vida saudável. De facto, lá se encontraram pessoas saudáveis em idade avançada. Depois da segunda guerra mundial, com a influência da cultura dos Estados Unidos, apareceram as doenças da civilização, como a obesidade, por exemplo. Um outro estudo, independente de Okinawa, mostrou que 90% das pessoas com 100 anos de idade, chegaram aos 92 anos a viver sozinhas e de boa saúde.

Por tudo isto, Nehls critica o excessivo financiamento da ciência e da terapia clínica, em comparação com o apoio dado à prevenção, o que quer dizer, o esclarecimento das razões principais da doença.

Como prevenir?
Na generalidade, Nehls aconselha: ir de encontro ao “normal” para o ser humano em termos de espécie; e não aceitar como “normal”, o cultural que leva à doença de Alzheimer. E dá exemplos concretos de como prevenir a doença de Alzheimer.

Reduzir o stress “maligno”
A sobrecarga constante, a falta de tempo e stress crónico cria um stress “maligno” (“distress”, do grego). Se, pelo contrário, se toma tempo para trabalhar um problema, cria-se um stress positivo (“eustress” do grego), o qual reduz o risco da doença de Alzheimer. Com efeito, quase não há nada mais benéfico para o crescimento e desenvolvimento do cérebro do que a experiência do sucesso.

Sentido de vida
Com a idade vale: “use o cérebro ou perde-o” (use it or lose it). Quem, por exemplo, entrar na reforma e se empenhar socialmente, reduz o risco da doença de Alzheimer em mais de 40%. Um sentido para a vida (ou mesmo para o dia) tem efeitos biológicos positivos, como já se conseguiu medir. A curiosidade e a descoberta na internet, por exemplo, é também eficaz. Um estudo de 2012 mostrou que este uso da internet aumenta o tempo de saúde mental em 8,5 anos, em média. Também dançar (foi estudado) baixa o risco da doença de Alzheimer em 25%.

Alimentação saudável
Saudável é uma alimentação variada e de qualidade. O autor aconselha alguns alimentos em especial: óleo de coco (Cocos nucifera), muita fruta e legumes. Em contrapartida, recomenda a redução dos produtos lácteos. Tudo isto se mostrou benéfico, na redução do risco da doença de Alzheimer.

Movimento
50% do risco da doença de Alzheimer deve-se, na nossa sociedade, ao hábito de ver televisão várias horas por dia, sem que estas sejam compensadas por outras atividades de tempo livre. O movimento corporal importa, de facto, porque ativa a formação de novas células, nomeadamente no hipocampo, ajuda a maturação do cérebro e melhora a capacidade de aprendizagem.

O que é a doença de Alzheimer?
Sucintamente, a doença de Alzheimer (nome do cientista que descobriu a doença) significa que numa dada parte do cérebro, o hipocampo, se formam os tóxicos da doença de Alzheimer, que daí se disseminam pelo o cérebro e o destroem. O hipocampo, que tem, grosso modo, o tamanho de um polegar, é o lugar onde se formam as memórias, que são acompanhadas pela génese de novas células neuronais. Em poucos anos, o doente de Alzheimer fica confuso, desorientado e não consegue comunicar. No estádio final da doença, não reconhece mais as pessoas, mesmo as que lhe eram mais próximas, não se levanta da cama e pode ter dificuldades em engolir entre outros sintomas.

Quem é Michael Nehls?
Michael Nehls investigou em genética molecular durante mais de 15 anos. Publicou mais de 50 artigos científicos, alguns em colaboração com prémios Nobel, e é detentor de várias patentes. Na ‘Clínica Alemã para a Memória‘ (Deutsche Memoryklinik), trabalhou em projetos de prevenção da doença de Alzheimer. Foi diretor de pesquisa em universidades e empresas farmacêuticas na Alemanha e nos Estados Unidos. Desde 2007, trabalha como cientista e médico independente, tendo como finalidade, explicar a etiologia de doenças civilizacionais. Com este objetivo, tem realizado palestras para o grande público e em universidades,  publicado livros, entre os quais “Die Alzheimer Lüge”.

 

Estudos científicos
A grande maioria dos estudos científicos feitos a animais recai nos cães e ignora os gatos. E existe uma explicação para isto....

A esmagadora maioria dos estudos e investigações relacionados com animais diz respeito aos cães e ignora os gatos. Mas porque é que isto acontece? A resposta é dada por um conjunto de fatores. E sim, um deles é o facto de grande parte da população mundial gostar mais de cães do que de gatos.

Grande parte das análises científicas aos cães diz respeito ao cancro: a ciência foi percebendo, ao longo dos anos, que estes animais desenvolvem vários cancros que são em tudo semelhantes aos dos humanos. Por isso, escreve o Observador, os tumores caninos são estudados quanto à evolução, tamanho, local e origem. Mas será que os cancros dos gatos não podem também ser estudados?

“Os gatos têm muitos linfomas e podíamos aprender muito sobre este tipo de cancro. Também têm vários tumores orais similares àqueles que aparecem nos humanos”, defende Kate Megquier, uma veterinária do Broad Institute, ao The New York Times.

Mas existe o outro lado da barricada. Elinor Karlsson, da Universidade do Massachussets, lembra a superior variedade genética dos cães: existem mais de 400 raças de cães, comparadas com 40 de gatos. A maior diversidade abre caminho para estudos mais vastos sobre os genomas dos animais.

À margem da explicação científica, as duas especialistas apresentam ainda outro motivo para que os estudos à escala global incidam mais em cães do que em gatos. E é um motivo bastante simples.

A veterinária Kate Megquier concorda e acrescenta que a falta de interesse científico nos gatos tem origem em “crenças sociais”.

O terceiro e último fator desvendado pelas duas cientistas tem a ver, simplesmente, com o tempo em que vivemos. Com uma sociedade cada vez mais tecnológica, apressada e acelerada, em que acordamos já atrasados para alguma coisa, a falta de saúde mental e os distúrbios obsessivo-compulsivos têm crescido para níveis sem precedentes. E, ao que parece, muitos cães sofrem de doenças do foro mental que são semelhantes àquelas diagnosticadas ao seres humanos.

 

Intervenção precoce previne problemas futuros
Sabia que o terapeuta da fala pode ajudar a corrigir problemas de sucção nos recém-nascidos?

O Terapeuta da Fala é o profissional de saúde responsável pela prevenção, avaliação, intervenção e estudo científico das perturbações da comunicação humana, englobando não só todas as funções associadas à compreensão e expressão da linguagem oral e escrita mas também outras formas de comunicação não verbal. O Terapeuta da Fala intervém, ainda, ao nível da sucção, mastigação e deglutição dos alimentos. (fonte: Associação Portuguesa de Terapia da Fala).

A Terapia da Fala torna-se importante quando é necessário avaliar e intervir junto de indivíduos de todas as idades, desde recém-nascidos a idosos, tendo por objetivo geral otimizar as capacidades de comunicação e/ou deglutição do indivíduo, melhorando, assim, a sua qualidade de vida (American Speech & Hearing Association, 2007).

A procura do Terapeuta da Fala pode justificar-se logo com recém-nascidos, onde presta cuidados nas áreas da sucção, alimentação e comunicação, em Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais. Também a sua intervenção justifica-se em casos de risco de desenvolvimento, quando patologias congénitas são diagnosticadas logo à nascença, como a Trissomia 21, Surdez, Paralisia Cerebral, entre outras. O trabalho deste profissional envolve uma intervenção direta com o recém-nascido e o ensino e treino de estratégias numa abordagem focada e centrada na capacitação dos cuidadores.

Em bebés pode justificar-se a sua intervenção se existirem problemas auditivos, de alimentação e sucção, de risco de desenvolvimento por alterações da Comunicação e da relação (ex. Perturbação do Espetro do Autismo), de alterações no desenvolvimento da Linguagem (crianças com dificuldades em compreender o que lhe dizem ou dificuldades em se expressarem).

Os primeiros anos de vida são marcados por importantes processos de desenvolvimento ao nível cognitivo e de comunicação da criança. Até aos 6 anos de idade, é expectável que consiga articular corretamente todos os fonemas na palavra e que a sua comunicação ao nível da fala e linguagem seja realizada eficazmente em todos os contextos. Acontece que nem sempre o desenvolvimento linguístico ocorre dentro da normalidade e, surgindo sinais de alerta, deve-se recorrer à ajuda de um Terapeuta da Fala para uma avaliação.

No período de 1 aos 6 anos de idade, são sinais de alerta quando:

Entre os 12 e 18 meses, não revela intencionalidade comunicativa, a criança não faz uso de palavras, não consegue expressar desejos e/ou emoções, não balbucia, não reage quando chamada pelo seu nome;

Entre os 18 e 24 meses, apresenta um vocabulário escasso, não sabe nomear objetos familiares, não responde a perguntas de “sim” ou “não”;

Entre os 2 e 3 anos, apresenta reduzida interação com o meio que a envolve, uso de apenas uma palavra ou duas para expressar uma frase, incumprimento de ordens simples;

Entre os 4 e 5 anos, não inicia nem mantém um diálogo, não questiona o que não compreende (ou seja, não utiliza o “porquê?”e/ou o “como”), tem dificuldade em iniciar e terminar uma tarefa que lhe foi proposta, não descreve acontecimentos;

Entre os 5 e 6 anos, não inventa histórias, não constrói frases complexas corretamente, não tem adquiridos todos os sons da fala, não apresenta noções temporais e/ou espaciais.

A procura do Terapeuta da Fala na adolescência deve-se maioritariamente ao diagnóstico prévio de patologias vocais (ex. nódulos vocais, pólipos e sulcus vocalis) e a perturbações da fluência do discurso caracterizadas, na maioria dos casos, pela diminuição da velocidade, ritmo e prosódia da fala (gaguez), ou pelo seu aumento (taquifémia).

Nos adultos e em casos geriátricos é igualmente frequente a intervenção deste profissional de saúde devido a alterações neurológicas da linguagem oral, sendo avaliadas as componentes afetadas e as áreas linguísticas comprometidas. São comuns as alterações do padrão de deglutição (disfagia), de linguagem e de fala, decorrentes essencialmente de Acidentes Vasculares Cerebrais, Traumatismos Crânio-Encefálicos ou de doenças degenerativas comuns como, Parkinson, Alzheimer e Esclerose Lateral Amiotrófica.

Importa ainda referir a perda de audição progressiva nesta faixa etária, onde a dificuldade em entender a fala ao telefone, o som da televisão muito elevado, não ouvir a campainha da porta e a dificuldade em acompanhar uma conversa com vários interlocutores e em ambientes ruidosos, constituem-se como os principais sinais de alerta. Muitas vezes têm de usar tecnologia de suporte à audição (ex. próteses auditivas ou Implantes Cocleares) e, em muitos casos, é necessária a reabilitação auditiva com treino auditivo realizado pelo Terapeuta da Fala.

Autores: 

Cátia Bernardes
Pedro Brás da Silva 
Rita Gama 
Terapeutas da Fala Hospital Lusíadas do Porto

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Um em cada dez portugueses deixaram no último ano de comprar medicamentos prescritos pelo médico por falta de dinheiro, um...

Segundo um estudo elaborado pela escola de gestão de informação da Universidade Nova de Lisboa (NOVA IMS), que vai ser hoje apresentado, 10,8% dos portugueses optaram por não comprar algum medicamento prescrito por um médico devido ao custo dos fármacos, um valor que em 2016 tinha chegado aos 11,8%.

De acordo com este trabalho, que é elaborado pela NOVA IMS, da Universidade Nova de Lisboa, a percentagem de doentes que deixaram de comprar medicamentos por causa do preço tem vindo sempre a baixar, passando dos 15,7% no primeiro ano de elaboração do estudo (2014) para os 14,2% em 2015.

Este estudo, que envolveu um inquérito com 500 entrevistas num universo de mais de 8,6 milhões de pessoas e cujos resultados foram extrapolados segundo uma pós-estratificação que tem por base as variáveis género e classe etária, mostrou ainda que subiu de 86,7 para 89,1 a percentagem de pessoas que tomaram no último ano medicamentos prescritos pelo médico.

Destes doentes, em mais de metade dos casos (59,5%) algum destes fármacos fazem parte de uma terapêutica prolongada/regular (para tratamento de uma doença crónica), um valor inferior aos 65,3 registados no ano de 2016, acrescenta o documento.

Sobre o seu estado de saúde, quase metade dos portugueses (45%) considera que afeta as tarefas diárias, percentagem ligeiramente inferior aos que consideram que o estado de saúde lhes provoca dor ou mau estar (47%) e aos que responderam que afeta negativamente a sua qualidade de vida (48%).

O estudo revela ainda que, apesar de na ótica dos portugueses a qualidade dos serviços ter diminuído ligeiramente no ano passado (66.7 pontos, menos 1,6 do que em 2016), a qualidade técnica efetiva do SNS - que usou 13 indicadores validados e ponderados por um grupo de peritos – subiu substancialmente, alcançando os 73.8 pontos (mais 5,3 dos que no ano anterior).

Alguns dos indicadores utilizados para medir a qualidade técnica são a sépsis pós-operatória, a mortalidade por AVC (Acidente Vascular Cerebral) - hemorrágico ou isquémico -, o reinternamento em 30 dias e as cirurgias em ambulatório.

Foi o cruzamento desta informação com a atividade, a despesa e o défice do Serviço Nacional de Saúde que permitiu calcular o índice de sustentabilidade da saúde, que progrediu dos 102.2 para os 103.0 pontos.

 

Estudo
Os portugueses faltaram a mais de meio milhão de consultas nos hospitais públicos no ano passado por causa dos custos dos...

Este trabalho da NOVA Information Management School (NOVA-IMS), da Universidade Nova de Lisboa, que é elaborado desde 2014, incluiu pela primeira vez a análise do impacto dos custos de transporte no acesso aos cuidados de saúde e verificou que, no que se refere às consultas externas (hospitais), este impacto é quase o dobro do dos custos das taxas moderadoras.

Segundo o estudo, ficaram por realizar 539.824 consultas externas/especialidade nos hospitais públicos devido aos custos de deslocação e 260.905 devido à conjugação dos custos de transporte com as taxas moderadoras.

“As consultas, os exames e os episódios de urgência perdidos por via do valor das taxas moderadoras tem vindo a diminuir, o que é extremamente positivo e mostra que as questões relacionadas com o preço da utilização do sistema têm vindo a ser cada vez menos relevantes (…)”, sublinha o coordenador principal do estudo, em declarações à Lusa.

Pedro Simões Coelho considerou ainda “muito importante” esta vertente do custo dos transportes e frisou: “esta não é uma realidade intrínseca ao sistema, mas tem de ser considerada pois há determinadas franjas da população para as quais estes custos da deslocação devem merecer uma particular atenção”.

Segundo os dados do estudo, ficaram por realizar 539.824 consultas externas/especialidade nos hospitais públicos por causa dos custos de transporte e 254.568 por causa do preço das taxas moderadoras.

Já os dois motivos em conjunto (valor das taxas e custo da deslocação) fizeram com que não se realizassem 260.905 consultas externas nos hospitais, o que faz ascender a um milhão o número de consultas por realizar nos hospitais por todos estes motivos.

No que se refere às consultas com um médico de clínica geral ou com o médico de família num centro de saúde, o peso do custo dos transportes nas consultas por realizar (253.318) é menor do que o das consultas nos hospitais. Nos centros de saúde, o motivo que levou à não realização de um maior número de consultas (439.997) foi o custo das taxas moderadoras.

O estudo indica ainda que cerca de 13,5% dos inquiridos admitiram não ter recorrido às urgências devido ao custo das taxas moderadoras, resultando em 908.631 episódios de urgência por concretizar.

Apesar dos portugueses continuarem a considerar os preços das taxas moderadoras adequados, mantêm uma perceção errada dos valores, uma vez que, nalguns casos, estimam custos acima dos reais.

De acordo com este trabalho, há uma diferença entre o valor que os portugueses julgam que custa (11,32 euros) e o que realmente custa (7 euros) a taxa moderadora para uma consulta externa/especialidade num hospital público.

“Quando analisamos a importância da taxa moderadora no acesso ao sistema faz sentido perceber se as pessoas sabem quanto custa e se os valores se aproximam da realidade, para perceber se vale a pena atuar sob o ponto de vista da comunicação”, explica Pedro Simões Coelho.

“O que estimamos é que ao nível das consultas de cuidados primários em centros de saúde e dos episódios urgência as pessoas têm noção exata do preço (…). Agora, é uma percentagem pequena, mas ainda assim há 10% que acha que existe taxa moderadora para o internamento, que não existe, o que mostra que há um desalinhamento relativamente à realidade”, acrescentou.

 

Estudo
O investimento no Serviço Nacional de Saúde permitiu um retorno económico de 5 mil milhões de euros no ano passado, segundo um...

Desenvolvido pela NOVA Information Management School (NOVA-IMS), da Universidade Nova de Lisboa, o Índice de Saúde Sustentável 2017 refere que “o impacto do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no absentismo laboral e na produtividade permitiu uma poupança de 3,3 mil milhões de euros, o que se traduziu num retorno económico de 5 mil milhões de euros, prova do valor do investimento em Saúde para a Economia”.

O trabalho da Nova IMS relativamente ao índice de sustentabilidade na saúde tem vindo a ser feito desde 2014 e todos os anos complementa o anterior com indicadores novos. Este ano, mediu pela primeira vez (em euros) o impacto do SNS na produtividade dos portugueses, tanto sob o ponto de vista dos salários como do absentismo.

“Em termos de absentismo, concluímos que o SNS terá contribuído para uma redução do absentismo em média de 1,9 dias por indivíduo e que terá tido um impacto na produtividade que será o equivalente a 7,3 dias de trabalho não perdidos”, explicou à Lusa Pedro Simões Coelho, coordenador principal do estudo.

Segundo disse, “combinando estas duas componentes, traduzindo em valor económico por via dos salários teríamos um impacto do SNS pela redução do absentismo de cerca de 700 milhões de euros e um impacto pelo aumento da produtividade de 2,6 milhões de euros. No total destas duas componentes de transmissão dos efeitos do SNS à economia, teríamos um impacto por via dos salários de 3,3 milhões de euros”.

O responsável acrescentou que o trabalho, este ano, foi um pouco mais longe, conseguindo estimar que “estes dias recuperados pelo SNS terão um valor económico para a economia que se aproximará dos 5 mil milhões de euros”

“Isto mostra que no ano em que se investe na saúde existe um retorno para a economia que será de 50% do investimento realizado”, sublinhou.

De acordo com o estudo, em média, os portugueses faltaram quase seis dias (5,9) ao trabalho em 2017, cerca de 2,6% do tempo total trabalhado, o que resultou num prejuízo de 2,1 mil milhões de euros.

No entanto, a prestação de cuidados de saúde através do SNS permitiu evitar a ausência laboral de quase dois dias (1,9), o que significa uma poupança de 677 milhões de euros, ou seja, caso não tivessem sido prestados estes cuidados de saúde o número médio de faltas ao trabalho ascenderia aos 7,8 dias.

Pela primeira vez, este trabalho estimou também o impacto na produtividade, avaliando a redução na produtividade tendo em consideração situações de doença que poderão ter influenciado o desempenho de uma pessoa num dia normal de trabalho.

Quanto ao índice de sustentabilidade do SNS, que tem em conta critérios como a qualidade (percecionada e técnica), a eficácia e o preço, tal como tinha acontecido no ano anterior, este valor subiu novamente, passando de 102.2 em 2016 para 103.0 no ano passado.

“É um pouco mais modesta do que a observada no ano anterior, mas reforça a subida”, disse o coordenador do Projeto de Saúde Sustentável.

“Observámos uma variação positiva assente em duas componentes: a qualidade técnica do sistema (…), que evoluiu muito significativamente, e o deficit, que entre 2016 e 2017 desceu significativamente, na medida em que em 2016 rondava os 300 milhões de euros e em 2017 é de 230 milhões”, acrescentou.

Segundo o estudo, em 2017 as despesas no SNS (9.77 mil milhões de euros) cresceram menos (2,8%) do que o financiamento (9.54 mil milhões), que aumentou 3,2%.

A acompanhar esta tendência está também o índice global do estado de saúde dos portugueses, que dos 73,1 pontos registados em 2016 subiu para 75,6 pontos – numa escala de 0 a 100, em que 100 corresponde ao estado de saúde ideal.

“Se a este nível fosse retirado o contributo do SNS, o valor ficaria pelos 60,0 pontos, o que comprova que o SNS contribui fortemente para a perceção do estado de saúde dos portugueses”, consideram os autores.

 

Estudo
O Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) está a desenvolver um projeto com gémeos para avaliar o impacto...

O projeto BiTwin está a criar "a primeira ‘coorte' (grupo de pessoas que possuem características em comum) de gémeos em Portugal e uma das primeiras a nível mundial, com o objetivo de estudar a influência do expossoma - conceito que descreve todas as influências ambientais a que se está exposto ao longo da vida - sobre a saúde", disse à Lusa investigadora do ISPUP Cláudia Ribeiro, envolvida no projeto.

"Atualmente, um dos problemas mais relevantes no âmbito da saúde pública centra-se em conhecer como as exposições a que estamos sujeitos diariamente condicionam a saúde humana", indicou.

Tais influências incluem a exposição ao meio ambiente, a alimentação, os estilos de vida, as interações sociais, os processos endógenos que começam logo no momento da gestação (no útero) e até a saúde dos pais no momento da conceção.

Na primeira fase, os responsáveis pelo projeto estão a avaliar o impacto dos fatores externos e do ambiente na ocorrência de doenças metabólicas, respiratórias (como a asma), alérgicas e no desenvolvimento neuronal. 

De acordo com Cláudia Ribeiro, devido ao facto de os gémeos partilharem o ambiente intrauterino e, alguns, o código genético, será possível verificar quais eventos da vida estão relacionados com as exposições ambientais posteriores ao nascimento e o que é explicado pela genética.

"Uma vez que os gémeos, quando verdadeiros (monozigóticos), têm essencialmente a mesma informação genética, as diferenças observadas entre eles ao longo do tempo só podem ser explicadas devido a fatores ambientais", explicou.

Segundo acrescentou, os gémeos falsos (dizigóticos) serão uma mais-valia, visto que, apesar de terem um código genético diferente, quando comparados com os gémeos monozigóticos, permitem perceber a importância da hereditariedade.

No projeto são igualmente incluídos recém-nascidos não gémeos, para ajudar a compreender o impacto do período intrauterino no desenvolvimento das crianças.

O projeto, que arrancou em fevereiro de 2017 no Centro Hospitalar de São João e que está atualmente a decorrer também no Centro Materno Infantil do Norte, no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e no Hospital Pedro Hispano, pretende acompanhar as crianças ao longo da vida.

Os dados necessários para a investigação estão a ser recolhidos através de questionários, amostras de urina, sangue materno, sangue do cordão umbilical, placenta, cabelo do bebé e da mãe e o primeiro leite materno.

São recolhidas informações das crianças aos 4, 8 e 12 meses, por telefone, relativamente ao peso, a vacinas, ao desenvolvimento de doenças, à toma de medicamentos e antibióticos, a internamentos, à alimentação e à amamentação, por exemplo.

Aos dois anos, os responsáveis contam realizar nova avaliação, presencial.

O BiTwin está em fase de recrutamento até final de 2018, tendo até ao momento participado no projeto 237 famílias, número que os investigadores esperam ver crescer até atingir as 500 famílias.

Esta ‘coorte' insere-se no projeto europeu HEALS - Health and Environment-wide Associations based on Large Population Surveys, que integra dez países europeus.

Sabe “Os seus números”?
No Dia Internacional da Mulher, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia junta-se ao movimento Go Red for Women, promovido pela...

O Coração Importa. Esta é a nossa pista. Temos na cabeça milhares de números: números de telefone, contas e mais contas, datas de aniversário, códigos, passwords, cartão do cidadão, número de contribuinte, segurança social… são muitos números. Mas será que sabemos os números que realmente importam? As doenças cardiovasculares atingem mais mulheres que homens e saber os números associados aos seus fatores de risco pode, simplesmente, salvar uma vida. Por isso, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia encoraja todas as mulheres a aprender mais sobre os números do coração: pressão arterial, colesterol, glicemia e índice de massa corporal (IMC). Todos estes números estão relacionados com maior ou menor risco para sofrer uma doença cardiovascular. 

Recomentações para uma pessoa sem risco cardiovascular:

Mesmo para quem não fuma nem tem comportamentos de risco para a saúde cardiovascular, há parâmetros que devem ser tidos em conta e verificados regularmente. Assim, para que mantenha um risco baixo de vir a desenvolver uma patologia do foro cardíaco ou vascular, o valor de colesterol total deverá ser inferior a 190mg/dl e o da glicemia dever-se-á manter entre os 70mg/dl e os 100mg/dl, sendo que menos de 70mg/dl é considerado hipoglicemia e mais de 100mg/dl pré-diabetes. No que diz respeito à pressão arterial, o valor de referência para a pressão diastólica (mínima) é inferior a 90mm/hg e para a sistólica (máxima) inferior a 140mmhg. Se estas referências forem ultrapassadas, poder-se-á verificar um caso de hipertensão, que é problemática para a saúde cardiovascular. Por outro lado, um importante fator a ter em conta é o Índice de Massa Corporal (IMC), que se obtém dividindo o peso em Kg pelo quadrado da altura em metros. O resultado desta fórmula deverá estar entre 18,5 e 24,9 Kg/m para se tratar de um peso saudável!

Outros fatores de risco: 

Há alguns fatores de risco que poderão ser alterados ou controlados mediante uma mudança no estilo de vida, como o sedentarismo, o tabagismo, a diabetes, a obesidade e também os valores de pressão arterial e colesterol. Porém, existem igualmente outros fatores associados à genética que não são passíveis de ser alterados, como a idade, o género e o histórico familiar de doença cardiovascular.

Porque é que as mulheres são mais afetadas por doenças cardiovasculares do que os homens? 

Tabagismo

Nas últimas décadas o número de homens fumadores diminuiu, ao contrário do que sucedeu com as mulheres; a percentagem de fumadores do sexo feminino tem vindo a aumentar, uma vez que a nicotina é vista por muitas mulheres como um elemento que promove o emagrecimento, pois influencia o sistema metabólico. No entanto, a saúde cardiovascular é a primeira a sofrer com este método… e é um preço bem caro a pagar, porque o tabagismo está na base de cerca de 30% das mortes por doença cardiovascular.

Diagnóstico tardio e dificuldade em ler os sinais de alerta 

Uma das razões pelas quais as mulheres são diagnosticadas mais tardiamente é pela inespecificidade dos sintomas, que podem variar muito daqueles registados nos homens e que podem passar por dor na região epigástrica, fadiga extrema, dificuldade a respirar e suores frios. Esta situação faz com que as doenças cardiovasculares tenham consequências mais nefastas no sexo feminino, sendo que em 52% dos casos de enfarte agudo do miocárdio a mulher morre antes de chegar ao hospital, contra os 42% dos casos masculinos. Isto sucede porque até à menopausa, por uma questão hormonal, as mulheres estão mais protegidas e, como tal, o diagnóstico é feito depois desta etapa da vida, já numa idade em que o organismo está mais debilitado. 

É, pois, geralmente 10 anos após o início da menopausa que se dá o primeiro sinal de doença cardiovascular, sendo que esse primeiro alerta poderá tratar-se de um enfarte grave. Porém, em cerca de 64% dos casos de morte causada por problemas do foro cardíaco e vascular, não houve nenhum tipo de sintoma prévio. 

Sedentarismo

No que diz respeito à percentagem de mulheres que pratica exercício físico, esta é inferior à do sexo masculino e começa a notar-se ainda na adolescência. Na verdade, ambos os sexos têm uma taxa de atividade física semelhante durante a infância, mas, por volta dos 13 anos, a quantidade de jovens do sexo feminino que continua a dedicar-se ao desporto diminui bastante face ao sexo oposto. Há, pois, que mudar esta realidade e incutir nos jovens rapazes e raparigas o gosto pela atividade física, essencial à manutenção de uma boa saúde cardiovascular!

Como prevenir?

É muito importante que faça análises regularmente e que se tente normalizar os parâmetros que se encontram alterados e que representam um sinal de alarme para o desenvolvimento destas doenças, como os valores do colesterol, pressão arterial e glicemia. Para além disso, é essencial comer de forma equilibrada e praticar exercício para manter um Índice de Massa Corporal (IMC) dentro dos valores de referência. 

Segundo o Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Prof. João Morais, “é importante que, neste dia, as mulheres conheçam os seus números e que entendam que as doenças cardiovasculares ainda são a principal causa de morte em Portugal”. Lembre-se: o seu coração importa. Fale com o seu médico de família ou cardiologista e procure, em conjunto, perceber qual o seu risco. Faça as contas aos números que realmente importam. 

 

Secretário de Estado da Saúde
O Governo criou um grupo de trabalho para avaliar o regresso da comparticipação dos cuidados de saúde termais, depois de ter...

Em declarações à margem da assinatura do protocolo do projeto piloto inserido no programa "Alimentação saudável", que hoje começou em Santo Tirso, o governante confirmou a vontade do Governo de retomar uma comparticipação interrompida em 2011 com a chegada da "troika" a Portugal.

"Confirmo que está no Orçamento de Estado um artigo que recomenda ao Governo voltar a comparticipar os tratamentos termais", afirmou Fernando Araújo dando conta da constituição de um grupo de trabalho envolvendo os ministérios da Saúde, Economia e Finanças para "avaliar as condições em que tal pode ser implementado".

Da prescrição médica à conferência de faturas, passando pela avaliação de tabelas de preços compreensivos e o impacto que tal pode ter na saúde dos portugueses são os itens, segundo o secretário de Estado, que o grupo terá para análise.

"É importante ter a informação necessária para tomar decisões e a confiança de que esses tratamentos termais tenham impacto na saúde e em determinado tipo de patologias que reduza o acesso às urgências, consumo de medicamentos e meios complementares de diagnóstico", acrescentou.

Precisando que a alteração "será para um modelo diferente, mais exigente, mais rigoroso e que assente na mais-valia do ponto de vista médico", Fernando Araújo garantiu que as "recomendações que o grupo de trabalho está a elencar irão ser avaliadas pelo Governo no sentido de cumprir com o que está no OE".

"Acreditamos que as termas têm impacto em termos de saúde, queremos demonstra-lo e, com esses benefícios, incluir essas prestações em termos de comparticipação aos utentes", concluiu Fernando Araújo que não se quis comprometer com uma data para o início das ajudas, mas que, segundo o Jornal de Notícias, poderá avançar no segundo semestre de 2018.

 

 

Universidade de Aveiro
Uma equipa de biólogos da Universidade de Aveiro descobriu ser possível confirmar exatamente a origem geográfica dos bivalves,...

O teste, que se pode realizar de forma rápida, barata e segura, promete facilitar o combate ao comércio ilegal que anualmente coloca no mercado mundial milhões de toneladas de bivalves, com risco para a saúde pública.

“A ferramenta que desenvolvemos utiliza marcadores naturais, como os elementos químicos ou os ácidos gordos, que estão presentes, respetivamente, nas estruturas calcárias ou nos próprios tecidos dos bivalves, e que registam as alterações ambientais dos ecossistemas em que os organismos vivem até à sua captura”, explicou o investigador Ricardo Calado, autor do trabalho juntamente com Fernando Ricardo e Rosário Domingues.

Na posse dessas “impressões digitais”, os órgãos fiscalizadores conseguem perceber se a informação referente ao local de origem indicada pelos diferentes envolvidos na comercialização de bivalves é ou não verdadeira.

Os bivalves alimentam-se por filtração de água, podendo por isso acumular microrganismos e toxinas presentes no meio ambiente. Estes, quando em níveis elevados, poderão causar graves intoxicações alimentares. Quando assim acontece, a captura é interditada pelas autoridades sanitárias.

Mesmo assim, há que arrisque a apanha ilegal e a posterior falsificação do local de origem.

“Só em Portugal, podemos estar a falar de alguns milhares de toneladas de bivalves por ano, nomeadamente amêijoa japonesa e berbigão, que são apanhadas e transacionadas de forma ilegal”, estimou Ricardo Calado.

Determinar a origem geográfica dos bivalves “permite também fazer um melhor controlo da exploração dos ‘stocks’ de bivalves existentes” e “pode igualmente beneficiar os produtores, uma vez que estes podem diferenciar o seu produto, agregando-lhe um maior valor económico”.

 

Associação Portuguesa de Urologia
Na Semana da Incontinência Urinária, que começa hoje, a Associação Portuguesa de Urologia alerta que apenas 10% dos 600 mil...

Não podia ir às compras, à praia ou ao parque com as filhas. Passava a noite na casa de banho. Rute Branco, de 42 anos, chegou "ao ponto de não conseguir andar na rua porque num segundo a urina saía toda". Sofre de bexiga hiperativa, uma condição que afeta cerca de 1,7 milhões de portugueses e que, em aproximadamente um terço dos doentes, está associada a incontinência urinária. "Agora faço injeções de botox na bexiga e estou controlada. Não é uma cura definitiva, mas dá-me qualidade de vida", diz ao Diário de Notícias.

Rute sentia uma vontade urgente de urinar e não conseguir controlar a bexiga. "Não podia usar pensos. Nada resolvia porque a urina saía toda." Nunca teve vergonha da sua condição, mas sabe que esta não é a regra. A propósito da Semana da Incontinência Urinária que começa hoje, a Associação Portuguesa de Urologia (APU) alerta que apenas 10% dos 600 mil portugueses que sofrem de incontinência urinária procuram a ajuda de um médico.

"Não há necessidade de sofrer em silêncio. Os 540 mil que sofrem sem consultar o médico não devem ter embaraço de falar com o médico de família ou com um especialista", afirma Paulo Dinis, urologista no Hospital de São João, no Porto, e membro da APU. Na maior parte das vezes, prossegue, "são situações curáveis ou controláveis".

É a vergonha que impede muitas pessoas de alcançar a cura. "Por embaraço ou por acharem que é uma fatalidade, as pessoas deixam andar." Só 10% procuram o médico, enquanto os restantes escondem o problema, automedicam-se e isolam-se. Para a incontinência urinária de esforço - perdas de urina quando a pessoa se ri, tosse, espirra, faz exercício, se curva ou pega em pesos -, a taxa de sucesso das intervenções ronda os 90%.

"E a incontinência urinária por imperiosidade ou urgência [que ocorre repentinamente, acompanhada de uma vontade súbita e intensa de ir à casa de banho] é controlável em muitas situações com medicação oral", refere o especialista.

Esta semana, sublinha, é "para chamar a atenção que existe uma esperança" para quem sofre de incontinência urinária, que tem como fatores de risco os partos, a obesidade, a tosse crónica, os fatores genéticos, a obstipação, a idade, alguma medicação.

Cirurgia resolveu problema
Fernanda Araújo, 56 anos, conta ao Diário de Notícias que viveu quase 20 anos com incontinência urinária. "Comecei a ter sintomas logo após o nascimento do meu segundo filho. Perdia urina sempre que fazia esforços, me ria, tossia ou pegava em coisas pesadas", recorda. Diz que falava com o médico de família, mas ambos desvalorizavam o problema, que a fazia gastar "uma renda em pensos higiénicos". "Pensava que era muito nova para fazer cirurgia."

Há quatro anos, Fernanda submeteu-se a uma intervenção cirúrgica em que lhe foi colocada uma pequena rede de material sintético sob a uretra. Uma cirurgia simples, da qual recuperou rapidamente. "Fiquei bem. Nunca mais precisei de me preocupar com as perdas. Mas foram anos e anos a sofrer", diz.

A cirurgia é solução para alguns casos mas não para todos. "Pode resolver-se com fisioterapia, alterações comportamentais, perda de peso, alterações na medicação que a pessoa toma", explica Paulo Dinis. Existem, segundo o médico, várias opções antes dos resguardos (pensos ou fraldas), que, para muitas pessoas, são vistos como a única alternativa. "Têm o seu lugar, mas são o último recurso."

No caso de Rute, a solução passou por injeções de botox na bexiga. " Na incontinência por urgência, o músculo contrai fora da vontade da pessoa e ela não consegue controlar. A toxina botulínica tem o efeito de acalmar o músculo, diminuindo ou mesmo parando os episódios de contração da bexiga", refere o especialista do Hospital de São João.

Em comunicado, o presidente da APU, Luís Abranches Monteiro, reforça que "a incontinência urinária não é normal mas é muito vulgar. Também não mata, mas afeta muito a qualidade de vida das pessoas que dela sofrem. E o mais importante é que é um problema que se trata e de forma mais simples e muito menos dolorosa do que há 20 anos". Trata-se de um problema de saúde pública, com impacto social, pessoal e económico. Há mesmo quem abandone a atividade laboral.

No âmbito da Semana da Incontinência, as estações de transportes públicos do Porto e de Lisboa vestem-se de amarelo e roxo para sensibilizar para o impacto da bexiga hiperativa, que pode causar incontinência urinária.

 

Estudo
Cientistas estão a "explorar ativamente" a possibilidade de criar um programa de computador que ajude a treinar o...

O trabalho, divulgado pela Fundação Champalimaud, mostra como o cérebro aprende a fazer "replay" para obter mais prazer, através de experiências realizadas com ratinhos. Os investigadores conseguiram ver como o cérebro dos animais aprende a repetir padrões de atividade neuronal que produzem uma sensação de prazer, escreve o Sapo.

"Até agora, os mecanismos cerebrais que comandam este tipo de aprendizagem nunca tinham sido medidos diretamente", afirma a fundação em comunicado. A investigação, liderada por cientistas da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, do Centro Champalimaud, em Lisboa, e da Universidade da Califórnia, foi publicado na edição de 2 de março da revista Science.

Rui Costa, investigador principal do Centro Champalimaud e da Universidade de Columbia, explica o princípio: "Os resultados revelam que o cérebro aprende a selecionar os padrões de atividade que produzem sensações de bem-estar e que se remodela para reproduzir esses padrões de maneira mais eficiente".

A descoberta agora anunciada funda-se num trabalho anterior, durante o qual os cientistas observaram que os padrões de atividade neuronal que levam a uma recompensa são repetidos com maior frequência e progressivamente consolidados. Assim se passa com a estratégia que leva a bons resultados num jogo de computador, exemplificam.

Como funciona o cérebro nas adições?
Os resultados do estudo fornecem pistas sobre a forma como a atividade cerebral é moldada e refinada à medida que os animais aprendem a repetir comportamentos que suscitam uma sensação de prazer. "Também sugerem novas estratégias para lidar com perturbações caracterizadas por comportamentos repetitivos anormais, tais como a adição e a perturbação obsessivo-compulsiva", adianta Rui Costa.

O especialista explica que o estudo pode também contribuir para elucidar o que acontece nos comportamentos aditivos ou obsessivo-compulsivos, em que "o circuito de feedback fica descontrolado". Normalmente, fazer algo agradável faz com que os neurónios libertem uma substância chamada dopamina. "É esta libertação que produz a sensação de bem-estar, suscitando o desejo de repetir a ação vezes sem conta".

Durante o trabalho, os cientistas desenvolveram um programa de computador que associava a atividade neuronal dos ratinhos a notas de música, por forma a que, quando um grupo de neurónios fosse ativado, se gerasse um determinado tom musical. Quando os padrões de atividade neuronal desencadeavam a ordenação certa das notas - arbitrariamente determinada por um computador - os cientistas libertavam manualmente dopamina no cérebro dos animais.

Os ratinhos "rapidamente aprenderam" qual era o arranjo musical que, ao ser reproduzido, provocava a libertação da substância e uma sensação de bem-estar.

 

Recém-nascidos
Quase 90% dos recém-nascidos em Portugal são rastreados em termos de audição nas primeiras horas de vida.

Não é um processo obrigatório por lei, mas é reconhecido pelos vários profissionais de Saúde, pelo sucesso na deteção de possíveis problemas auditivos da criança.

O Audiologista é o técnico que realiza este exame, chamado de RANU - Rastreio Auditivo Neonatal Universal, escreve a TSF. Em Portugal existem apenas dois cursos superiores de Audiologia: nas Escolas Superiores de Saúde de Coimbra e do Porto.

Na ESTeSC, do Politécnico de Coimbra, existem dois laboratórios completamente equipados para dar formação a futuros audiologistas, que estão a ser totalmente absorvidos pelo mercado de trabalho.

Conheça a importância do rastreio neonatal
Os rastreios focam-se muito na idade pré-escolar, mas a recomendação internacional é para que comece logo nas primeiras horas de vida de um bebe.

Carla Matos Silva é a professora responsável pelo curso de Audiologia em Coimbra e refere que num estudo da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, realizado em 2012 conclui-se que 88% dos bebés estavam a ser rastreados à nascença. "É bom", refere, mas fica aquém dos padrões internacionais.

Carla Matos Silva defende ainda a obrigatoriedade do RANU tal como é o teste do pezinho, mas também a continuação do acompanhamento, por parte de um Audiologista, nos cuidados de saúde primários.

Audiologistas, otorrinos, pediatras e terapeutas da fala reconhecem a necessidade do rastreio neonatal, recomendado desde 1994 em crianças até aos 3 meses.

 

Estudo
Um novo estudo afirma que trabalhar nos turnos da noite aumenta o risco de diabetes Tipo 2.

Um estudo publicado na Diabetes Care Association afirma que as pessoas que trabalham nos turnos da noite têm maior probabilidade de ter diabetes. Este estudo teve como base os dados de mais de 224 mil trabalhadores.

Idade, sexo, raça, historial familiar de diabetes, consumo de álcool, horas de sono, índice de massa corporal e diagnóstico de diabetes foram tidos em conta e foi registada a prevalência de diabetes nos indivíduos (cerca de 47 mil) que trabalham à noite, escreve o Notícias Magazine.

Comparando com horários diurnos, pessoas que fazem turnos noturnos algumas noites por mês, têm 15% maior prevalência de diabetes e trabalhadores com horários irregulares sobretudo à noite têm 44% de maior probabilidade de sofrer de diabetes Tipo 2.

Céline Vetter, professora da Universidade de Colorado e uma das autoras do estudo afirma que “os turnos da noite provocam uma desregulação do nosso ritmo circadiano, altera os horários de sono, reduz a energia. Tudo isto são fatores de risco para os diabetes.”

Se trabalha à noite, a autora diz que “é ainda mais importante tentar dormir as horas recomendadas, fazer atividade física e manter um peso saudável.”

 

Liga Portuguesa Contra o Cancro
Domingo, dia 4 de março, assinalou-se, pela primeira vez, o Dia Internacional de Consciencialização sobre o HPV, uma iniciativa...

Em Portugal, a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), em colaboração com a Associação para o Planeamento da Família (APF), lançou a campanha “Há cancros que podem ser prevenidos” com intuito de alertar para a necessidade de uma maior educação e sensibilização para a prevenção, chamando a atenção dos pais para a importância de vacinar os seus filhos contra o HPV.

Vítor Veloso, Presidente da LPCC afirma que “o Papilomavirus Humano é um vírus que não escolhe géneros ou idades, mas a prevenção é possível e necessária. O Dia Internacional de Consciencialização sobre o HPV é um marco importante porque vem aumentar a consciência sobre o HPV em todo o mundo. A intenção da LPCC é que, um dia, o número de mulheres e homens afetados pelo cancro e doenças associadas ao HPV sejam significativamente reduzidas”.

Através do site www.hpv.pt, jovens e adultos podem aceder a informação completa e detalhada sobre o que é o Papilomavirus Humano, sobre os cancros e doenças provocadas pelo vírus, quais os sintomas, quem está em risco e quais as formas de prevenção.

 

Cerca de cem associados
O movimento de enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia apresentou-se no sábado enquanto associação legalmente...

Segundo o presidente da Associação Movimento Nacional de Enfermeiros Especialistas de Saúde Materna e Obstétrica, Bruno Reis, foi apresentada no sábado publicamente esta nova associação, constituída há cerca de um mês.

A associação nasceu a partir do movimento de enfermeiros especialistas que durante o verão paralisou blocos de parto por todo o país, reivindicando o pagamento do seu trabalho de especialistas pelo qual os profissionais não eram remunerados.

Bruno Reis afirmou que a nova associação se mantém a acompanhar o trabalho de negociação dos sindicatos com o Governo sobre a remuneração dos enfermeiros especialistas, indicando ainda que, caso seja necessário, se tornarão “tão interventivos ou mais” do que foram no verão.

O Governo comprometeu-se entretanto com o pagamento de um subsídio de 150 euros, com retroativos a 01 de janeiro, a todos os enfermeiros especialistas. O ministro da Saúde disse esta semana no parlamento que o diploma que institui este subsídio deveria sair em breve.

Como desígnios principais da Associação, o presidente define a defesa dos direitos dos profissionais da área e da saúde da mulher, aponta ainda a área da formação destes profissionais e também um enfoque sobre as boas práticas na área da saúde materna, através da valorização dos profissionais.

A cerimónia de apresentação público da Associação Movimento Nacional de Enfermeiros Especialistas de Saúde Materna e Obstétrica decorreu no sábado à tarde no Porto.

Europa
O médico e especialista espanhol em medicinais naturais Cristobal Fraga colocou Portugal à frente de muitos países da União...

Em declarações à margem das jornadas de divulgação "Terapias integrativas e complementares: um desafio a concluir", que decorreram na Universidade Católica do Porto, Cristobal Fraga elogiou a recente decisão do Governo de criar a licenciatura de Medicina Tradicional Chinesa nas faculdades nacionais.

Citando o exemplo espanhol, revelou que há cerca de 20 anos "tentou-se regulamentar, mas não tão bem como em Portugal, o lecionar de medicinas naturais, a chinesa, a homeopatia e a naturopatia", num processo que regrediu depois de nos "últimos quatro ou cinco anos começar a haver uma enorme controvérsia a partir de médicos que questionaram a eficácia das terapias complementares, incluindo a medicina chinesa".

"Nisto, Portugal está à frente de muitos países da União Europeia porque há anos implementou a prática de certas técnicas, coisa que no centro da Europa há muito tempo que ocorre", elogiou o investigador espanhol.

Considerando que Portugal tem uma "oportunidade quase única de se colocar à frente de muitos países europeus" depois de "homologar a docência da medicina chinesa", o médico descreveu-o como "um feito histórico".

Fazendo a apologia de que o futuro passa por "aumentar e aplicar estas terapias", Cristobal Fraga elegeu como problema o facto de serem terapias ainda pouco conhecidas, o que faz com "ainda haja quem pense que se trata de bruxaria".

"Argumentar que não está comprovado cientificamente é falso", vincou, lembrando que é médico e que trabalhou na "faculdade de medicina como investigador" e que embora os "milhares de estudos" permaneçam desconhecidos da maioria das pessoas, "quase tudo está publicado sobre homeopatia, medicina chinesa e naturopatia".

Aludindo ao "investimento de milhões de dólares nesta investigação" pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos da América, Cristobal Fraga perguntou "como é possível um estudante de medicina não saber nada de nutrição ou de fitoterapia?" Ou como pode um médico recomendar a acupuntura, "mas não saber nada dela?".

"Acredito que no espaço de uma década este problema estará resolvido", manifestou o médico galego para quem conversas com colegas do centro da Europa e dos Estados Unidos, demonstraram que o que está a "acontecer em Portugal passou-se lá há 20 anos".

"Ou seja, Portugal, Espanha e o sul da Europa somam 15 anos de atraso", acrescentou.

Cristobal Fraga foi durante 25 anos coordenador do mestrado de Medicinas Naturais na Universidade de Compostela, na Galiza.

 

Em outubro
Coimbra recebe, pela primeira vez, o IV Congresso Ibérico de Terapia Familiar, que vai decorrer de 25 a 27 de outubro para...

"Este encontro representa um espaço de divulgação e desenvolvimento do projeto ibérico de desenvolvimento da investigação, práticas e modelos de intervenção e formação de profissionais, com base na abordagem sistémica", disse Joana Sequeira, da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar (SPTF), na apresentação do evento.

Segundo a coordenadora da delegação Centro da SPTF, algumas das abordagens do congresso, que deverá reunir 400 a 500 participantes de várias áreas, focam-se muito no trabalho realizado com as famílias, "numa abordagem multidisciplinar".

O congresso ibérico tem como tema o "Amor em tempos de crise - Desafios ao casal, à família e à sociedade" e vai abordar questões como o amor contemporâneo e as relações de casal, a infertilidade e impactos da reprodução medicamente assistida.

Simultaneamente, serão discutidas as novas realidades familiares e de casal, como a homoparentalidade, a violência, as migrações, adoção, o impacto dos incêndios nas famílias, "abordagens e intervenções em diferentes problemas e populações no sentido de promover a resiliência em contextos de crise".

O objetivo, considera Joana Sequeira, é que se crie um "espaço de reflexão sobre as crises e desafios atuais com que as famílias e comunidades se confrontam, apontando estratégias para os profissionais que atuam nestas áreas".

O IV Congresso Ibérico de Terapia Familiar vai contar com 40 convidados de "impacte mundial" para simpósios, como é o caso de Froma Walsh, da Universidade de Chicago (EUA), que desenvolveu estudos sobre a resiliência familiar em contextos de adversidade.

Trata-se de um encontro científico organizado pela SPFP e Federação Espanhola de Associações de Terapia Familiar dirigido a profissionais das áreas da saúde, sociologia e educação, bem como a investigadores, estudantes e outros profissionais que trabalhem no interface saúde-social e educação.

A organização do congresso conta ainda com o apoio da Associação Portuguesa de Conversas de Psicologia, sediada em Coimbra, que pretende ampliar a dimensão do evento de forma que "ganhe dimensões mundiais".

 

Estudo
Um estudo clínico liderado pelo cardiologista Jorge Polónia demonstrou que além do sódio (presente em elevadas quantidades no...

Contudo, ao contrário da ingestão de sódio, que deve ser reduzida, os níveis de potássio devem ser aumentados, explicou o médico e investigador do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde.

Jorge Polónia estuda a realidade portuguesa no que se refere à hipertensão e saúde cardiovascular dos portugueses há mais de uma década.

Este estudo permitiu verificar que mais do que dos níveis altos de sódio, é da combinação de níveis altos de sódio com níveis baixos de potássio que resulta o aumento do risco de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).

Os resultados revelaram que existe uma correlação entre o desequilíbrio na ingestão de sódio e de potássio com a ocorrência de eventos cardiovasculares. O sódio ingerido é reconhecidamente um fator agressor cardiovascular, enquanto o potássio exerce um efeito compensatório de proteção vascular.

“Quanto maior a desproporção entre a ingestão destes dois sais minerais, maior o risco de sofrer um evento cardiovascular”, sublinhou Jorge Polónia.

O atual membro da direção da Sociedade Europeia de Hipertensão e professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) salientou ainda que o corpo humano está adaptado a uma dieta mais natural, pobre em sódio e rica em potássio, tal como a dieta mediterrânica, por exemplo.

“Os padrões alimentares da sociedade atual, que inverteram este equilíbrio, aumentando o sódio e reduzindo o potássio, constitui uma ameaça para a saúde cardiovascular”, disse.

E dá um exemplo: “No Paleolítico, a ingestão de potássio era dez vezes superior à ingestão de sódio. Mas na sociedade atual, os níveis de sódio já superam os níveis de potássio em 2,5 vezes”.

O especialista aponta mesmo a hipótese de poder ser benéfico suplementar a alimentação em potássio nalguns grupos da população, embora afiance que uma alimentação equilibrada, que para além da marcada redução de ingestão de sal inclua alimentos ricos neste nutriente, como feijão, grão, favas, ervilhas, batata, cereais, banana e frutos secos, seja suficiente para a maioria da população reduzir o risco de sofrer problemas cardiovasculares.

O objetivo da equipa de investigação foi avaliar a relação entre a ingestão de sódio e de potássio, com a ocorrência de eventos cerebrovasculares, a nível nacional.

O estudo envolveu mais de duas mil pessoas com menos de 65 anos de idade. Foi analisada a urina de 24 horas de uma amostra representativa da população portuguesa, no que se refere à excreção de sódio e de potássio.

Paralelamente, foram analisados registos hospitalares fornecidos pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), relativos aos eventos cerebrovasculares da população adulta não-idosa.

De acordo com um outro trabalho liderado por Jorge Polónia, a taxa de mortalidade por AVC em Portugal sofreu uma redução de 46% nos últimos dez anos (dados do ‘PHYSA - Prevalence, awareness, treatment and control of hypertension and salt intake in Portugal: changes over a decade’ - o maior e mais completo estudo realizado em Portugal sobre prevalência e controlo de hipertensão, consumo de sal e padrões genéticos relacionados com a hipertensão).

Ainda assim, os resultados demonstraram que os portugueses continuam a consumir demasiado sal: 10,7 gramas por dia, em média, quando as recomendações internacionais estabelecem um limite de 5,8 gramas por dia.

Para além de Jorge Polónia, colaboraram neste trabalho os investigadores Luís Martins, Fernando Pinto, José Nazaré e Simão Abreu.

 

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