Distinguido “processo inovador” para tratar diabetes

"A nossa ideia é pegar nas células que produzem a insulina, tentar protege-las para depois colocá-las no doente com uma fonte de insulina que está sempre presente no organismo", simplificou a investigadora à margem da entrega do galardão, pelas mãos de Afonso de Bragança, Príncipe da Beira, título conferido em 1734 ao primogénito do herdeiro presuntivo da Coroa de Portugal.
O prémio Príncipe da Beira, instituído pela Fundação Dom Manuel II, pela Universidade do Minho e pelo Município de Guimarães e que tem um valor de 15 mil euros premeia anualmente a excelência da investigação e pretende contribuir para abrir novos caminhos na investigação aplicada e ética no domínio das ciências biomédicas.
Pretende também colaborar para o desenvolvimento de terapias avançadas e impulsionar o desenvolvimento de uma nova geração de investigadores com formação focada naquela área científica.
"Além do estímulo de ver no nosso trabalho distinguido será uma grande ajuda, desde a aquisição de reagentes, formações para ter acesso a equipamentos, visitas a outros laboratórios. Será, sem dúvida, uma ajuda enorme", destacou a galardoada.
O trabalho de Sílvia Vieira, "está em andamento mas será aprofundados nos Estados Unidos da América de forma a passar para ensaios clínicos mais aprofundados", segundo explicou a cientista.
"O projeto premiado visa criar um dispositivo para tratamento da diabetes tipo 1. O método consiste no encapsulamento das células produtoras de insulina num hidrogel de origem natural, que posteriormente são colocadas em invólucros que promovem a vascularização do dispositivo. Este é um processo bastante inovador, uma vez que permitirá o rápido tratamento da diabetes, diminuindo os efeitos secundários para o doente", explicou a organização do evento.
Além de Sílvia Araújo, num total de 16 candidaturas, foram distinguidos com a Menção Honrosa PPB 2017 o investigador Diogo M. P. Libânio Monteiro, com um trabalho sobre a população microbiana do cólon.
Na terceira posição ficou Maria Elena Monzón Manzano, com um trabalho sobre problemas cardiovasculares em doentes com lupus eritematoso.
O júri do prémio incluiu personalidades e cientistas, como Manuel Braga da Cruz, Rui L. Reis, Miguel Oliveira, Adalberto Neiva de Oliveira, Adelina Paula Pinto e António Ferreira.