XI Congresso Nacional de Queimados
O XI Congresso Nacional de Queimados, que se realiza no fim de semana, assinala o incêndio ocorrido há um ano em Pedrógão...

"O nosso congresso é mais virado para o futuro do que para o passado, queremos olhar para a reinserção social das vítimas e para o tratamento e acompanhamento delas", disse à agência Lusa o cirurgião Celso Cruzeiro, presidente da Associação Amigos dos Queimados (AAQ), promotora do evento.

Adiantou que a escolha do local do congresso - intitulado "Renascer, Um Ano Depois" - num hotel da localidade de Pedrógão Pequeno, com vista para a zona de Pedrógão Grande, e a data - o fim de semana de 16 e 17 de junho - deriva "obviamente da passagem de um ano sobre o grande incêndio que assolou a região e a vontade de fazer uma homenagem às vítimas".

O médico especialista em cirurgia plástica e reconstrutiva sublinhou o "trabalho enorme" que espera uma vítima queimada após sair do hospital: "Quando sai, está desamparado, tem de lidar com a família e amigos, que também não estão preparados, porque um doente queimado é um doente crónico, é um doente para toda a vida", enfatizou Celso Cruzeiro.

Para além da questão física de um paciente que sofreu queimaduras, o cirurgião frisa que a parte psicológica "fica definitivamente afetada" e deve obrigar a um acompanhamento da vítima.

"Os cirurgiões ficam contentes com o trabalho que fazem e que é motivo de orgulho, mas, muitas vezes, quando saem dos hospitais, é a partir daí que começa o problema. Muitas pessoas caem no deserto e precisam de muito apoio e é isso que queremos alertar com este congresso. E é precisamente esse o lema, renascer", argumentou Celso Cruzeiro.

No sábado, primeiro dia do congresso, o programa inclui, às 10:30, a conferência "Algumas Lições dos Incêndios de 2017", por Xavier Viegas, diretor do Laboratório de Estudos sobre Incêndios Florestais e, uma hora depois, a mesa redonda "Prevenção das Queimaduras", moderada por Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública.

Da parte da tarde, o programa inclui, entre outras iniciativas, a História do Tratamento de Queimados em Portugal, pelo próprio Celso Cruzeiro, e uma conferência intitulada "Para Além do Curar. A Intervenção Reparadora do Direito", pelo ex-presidente do Tribunal Constitucional Joaquim Sousa Ribeiro, que fez parte do Conselho nomeado pelo Governo para estabelecer os critérios indemnizatórios aos familiares das vítimas mortais e feridos graves.

No domingo, a XI edição do Congresso Nacional de Queimados - iniciativa bienal que se realiza desde 1997 e que se constitui como uma "ponto de encontro de todos os profissionais e doentes ligados à temática" - promove um debate alargado, a partir das 10:00, com a presença de diversas personalidades, incluindo o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, os ministros da Administração Interna, Eduardo Cabrita, Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, e Adjunto, Pedro Siza Vieira, os bastonários da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, e o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Soares, entre outros.

Negligência
Um médico chinês foi condenado a dois anos e meio de prisão por infetar cinco mulheres, entre as quais duas grávidas, com o...

Zhao Jinfang assumiu culpa por negligência, quando em dezembro de 2016 reutilizou material durante extrações de sangue àquelas pacientes, o que provocou a transmissão do VIH (vírus da imunodeficiência humana).

O próprio informou o hospital sobre os procedimentos negligentes, pelo que o tribunal ditou uma pena de dois anos e meio de prisão, detalha o jornal oficial Global Times.

O caso despertou polémica nas redes sociais, onde muitos internautas consideraram a sentença demasiado leve, tendo em conta que o acusado "arruinou a vida de cinco pessoas".

A Lei Criminal da China contempla penas de até três anos de prisão para pessoal médico que causa a morte ou lesão do paciente, devido a negligência.

Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/SIDA, há pelo menos 500.000 pessoas infetadas com o vírus no país asiático. A China é a nação mais populosa do mundo, com cerca de 1.400 milhões de habitantes.

O primeiro 'boom' da SIDA (síndroma da imunodeficiência adquirida) no país aconteceu em meados dos anos 1990, na província de Henan, quando centenas de milhares de camponeses pobres ficaram infetados, devido a um esquema ilegal de comércio de sangue.

O sangue de diferentes origens era misturado e, depois de extraído o plasma para ser vendido à indústria de biotecnologia, injetado de novo nos camponeses, para evitar anemias.

 

 

Estudo
Pequenas feridas ou arranhões que para diabéticos podem ser um grave problema, e até levar a amputação, podem ser tratados com...

A ligadura foi desenvolvida por uma equipa da universidade Northwestern, de Evanston, no estado de Illinois, e segundo os responsáveis cura rapidamente pequenas feridas, que para pessoas diabéticas são muitas vezes não só dolorosas, mas difíceis de tratar sem o uso de medicamentos.

Testes já feitos mostraram que a ligadura curou feridas de diabéticos 33% mais rapidamente do que pensos atualmente no mercado.

“A novidade é que identificamos um segmento de uma proteína na pele que é importante na cicatrização das feridas. Fabricámos o segmento e incorporámo-lo numa molécula antioxidante que se auto-agrega à temperatura do corpo para criar uma estrutura que facilita a capacidade do corpo de regenerar o tecido no sítio de uma ferida”, disse Guillermo Ameer, da Universidade de Northwestern, que liderou a investigação.

A ligadura, frisou, não implica o uso de medicamentos nem fatores externos que acelerem a cura, antes aproveita o poder de cura do próprio corpo. E por isso mesmo (não usar medicamentos) pode estar muito em breve no mercado.

Segundo a investigação, cujos resultados foram publicados hoje na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (a publicação oficial da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos), o método de tratamento é especialmente indicado para aplicação em diabéticos, mas pode ser usado para tratar qualquer tipo de ferida aberta.

O “segredo” da ligadura regenerativa está, segundo a equipa, na laminina, uma proteína encontrada na maioria dos tecidos do corpo humano. Os investigadores identificaram um segmento da laminina que é fundamental no processo de cicatrização das feridas, e isolaram-no para facilmente o sintetizar em laboratório.

O passo seguinte foi incorporar a proteína numa ligadura de hidrogel antioxidante, também desenvolvida no laboratório.

A natureza antioxidante da ligadura contraria a inflamação. E o hidrogel é termicamente reativo, pelo que solidifica ao ficar exposto à temperatura do corpo e se adapta à forma exata da ferida.

Até agora, a equipa de Ameer não encontrou nenhum efeito colateral adverso em modelos animais.

A diabetes pode provocar danos nos nervos que levam a dormências nas extremidades do corpo. Uma pequena ferida pode por isso passar despercebida porque a pessoa nem sabe que a tem. A circulação sanguínea também é mais lenta, o que dificulta a cicatrização das feridas.

 

Implante
Cientistas criaram um dispositivo que permite fornecer diretamente ao coração células para tratar os efeitos posteriores de um...

O dispositivo, que possibilita igualmente o envio de medicamentos e proteínas para o tecido do coração lesionado, segundo os seus inventores, foi desenvolvido por uma equipa internacional liderada por investigadores da universidade norte-americana de Harvard.

Implantado no coração, o "Therepi" contém um biomaterial semelhante a uma esponja que retém e liberta o tratamento através da superfície permeável do dispositivo.

O biomaterial pode ser ligado a uma bomba fora do corpo quando necessita de ser recarregado com medicamentos ou outras substâncias terapêuticas, refere em comunicado a Faculdade de Engenharia e Ciências Aplicadas John A. Paulson da Universidade de Harvard.

Num ensaio pré-clínico, os investigadores conseguiram com o dispositivo aumentar a função do coração durante mais de um mês quando células estaminais (células que se diferenciam noutras, nomeadamente nas cardíacas) foram colocadas repetidamente no reservatório para tratar o músculo cardíaco.

 

1.ª Reunião Nacional para Doentes e Cuidadores pode ser acompanhada na internet
A distonia é uma doença do movimento pouco conhecida e é com o objetivo de promover a partilha de informação que a organização...

A reunião, que acontecerá no Centro de Congressos de Lisboa pelas 15h00, terá entre os oradores a diretora executiva da Dystonia Europe, Monika Benson, doente com distonia cervical, que dará o seu testemunho pessoal.

O principal sintoma de distonia são as contrações musculares involuntárias, que podem manifestar-se em piscares de olhos repetitivos, na incapacidade em controlar o pescoço, ou em dificuldades de escrita e marcha.

“Muitas vezes os doentes desvalorizam estes movimentos involuntários e procuram um especialista de outra área, como a oftalmologia ou a ortopedia, sendo referenciados para um neurologista mais tarde”, explica Anabela Valadas, neurologista do CNS – Campus Neurológico Sénior, acrescentando que, por isto, “o diagnóstico pode levar anos”.

“Com esta reunião pretendemos contribuir para informar sobre a distonia, porque não é uma doença tão frequente quanto a Doença de Parkinson, por exemplo, mas é de igual importância que doentes e cuidadores estejam informados e que possam organizar-se para partilharem informação e encontrarem ajuda mútua”, afirma a especialista.

A reunião é exclusivamente dedicada a doentes e cuidadores, que podem confirmar a sua presença através do email http://[email protected], ou fazer o registo online para assistir através do site http://www.distoniatalks.pt.

Entre os especialistas que abordarão aspetos gerais e de tratamento da doença estão os neurologistas Joaquim Ferreira (Faculdade de Medicina de Lisboa, CNS), Leonor Rebordão (Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca), Patrícia Lobo (Hospital Santa Maria) e Anabela Valadas (CNS) e a fisioterapeuta Daniela Guerreiro (CNS).

“O objetivo desta reunião também é o de promover a união dos doentes na formação de uma associação de doentes de distonia, que não existe em Portugal, porque todos têm a ganhar com a partilha de informação em apoio num grupo de doentes”, conclui Anabela Valadas.

Escolas devem ensina Suporte Básico de Vida
Em Portugal, há 27 casos de morte súbita por dia, representando 20% do total de todas as causas de morte, e os portugueses não...

No mês em que se comemora o Dia Mundial da Criança, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia reforça o papel interventivo que estas podem ter na sociedade.

Em mais de metade dos casos de morte súbita fora do contexto hospitalar, não são aplicadas as manobras de Suporte Básico de Vida até à chegada dos paramédicos. Na opinião da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, é importante promover a formação dos mais novos, junto das Escolas, que devem dinamizar o ensino eficiente do Suporte Básico de Vida.

A Morte Súbita assume, nos dias de hoje, uma carga bastante pesada para a Cardiologia nacional, tendo mesmo sido considerada uma das prioridades desta área médica no nosso país.

Por ano ocorrem aproximadamente 12.000 casos de paragem cardiorrespiratória em que são aplicadas as manobras de Suporte Básico de Vida. No entanto, em apenas 681 destes casos as pessoas chegaram com vida ao hospital.

Nos últimos anos têm sido cada vez mais comuns os episódios de morte súbita entre a população portuguesa, devido à preponderância dos fatores de risco, com impacto numa maior prevalência das doenças cardiovasculares. No entanto, a Morte Súbita pode surgir em pessoas aparentemente saudáveis e sem fatores de risco, não escolhe idades, e pode suceder em crianças e jovens em idade escolar. 

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia frisa a importância de uma mudança de mentalidade, que se deve refletir nos currículos escolares dos nossos alunos. É, pois, da maior importância que se enraíze uma cultura de socorro nos mais jovens, que poderá depois persistir durante a vida adulta. Quando acontece um episódio de morte súbita, há apenas uns minutos para se poder agir, pelo que esperar por ajuda externa é, na maioria das vezes, fatal.

Numa altura em que, embora raros, continuam a acontecer casos de paragem cardiorrespiratória em escolas e outros estabelecimentos de ensino, é fulcral incutir nos jovens a noção de cidadania através de formação e do ensino de técnicas que podem ajudar a salvar vidas. Segundo dados do INEM, cerca de 95% dos casos de morte súbita que ocorrem fora do contexto hospitalar, acabam em óbito porque as pessoas não intervêm de imediato, esperando pela chegada de socorro.

É importante, por último, ressalvar que, de acordo com o Conselho Português de Ressuscitação, 40% de todas as mortes antes dos 75 anos estão relacionadas com doença cardiovascular e que, destas, mais de 60% se deve a um episódio de Morte Súbita por doença coronária.

João Morais, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, acredita que “há ainda muito a fazer neste âmbito e é importante começar a atuar junto dos mais novos". O cardiologista acrescenta ainda que “as crianças são mais recetivas a este tipo de iniciativas e é importante que se tornem cidadãos responsáveis no futuro.”

No Dia Nacional de Luta contra o Cancro
A Associação de Apoio a Pessoas com Cancro (AAPC) irá assinalar o Dia Nacional de Luta Contra o Cancro, 14 de junho, com um...

Nesta sessão em que será abordado o papel da genética em matéria de cancro, explicar-se-á, entre outras questões, como a ferramenta Oncologia Personalizada ajuda e guia os doentes com cancro e os oncologistas na busca do melhor tratamento para a obtenção do melhor resultado. Esta sessão acontece no Salão Nobre da Junta de Freguesia de São Mamede Infesta pelas 15h00.

Esta sessão informativa irá abordar questões como "O que é a oncologia personalizada", "O papel da OncoDNA na personalização dos tratamentos oncológicos", "A importância da genética no desenvolvimento do cancro", entre outras. Nela participam Susana Pires Duarte, Diretora Dep.Social da AAPC, Paula Oliveira, Psicóloga da AAPC e Luis Alvaréz, OncoDNA Portugal.

Luis Alvaréz, representante da OncoDNA em Portugal, explica "Falar de cancro sem falar de genética é impossível. O futuro da oncologia passa pela medicina de precisão. Os tumores aparecem por alterações e mutações nos genes e essa medicina personalizada analisa como podemos ter o tratamento mais adequado para o doente. A genética não tem um papel no cancro, é o próprio papel porque supõe o começo e, nas melhores condições, o fim da patologia. Apenas entre 5 a 10% dos tumores têm origem hereditária".

Para a OncoDNA, uma das primeiras companhias a implementar os mais recentes avanços da oncologia de precisão, a implementação de estudos genómicos na prática clínica traz grandes benefícios para os doentes: poupança em tratamentos desnecessários, redução de custos e menos efeitos secundários.

Também Susana Duarte, Diretora Dep.Social da AAPC, acredita que "é extretamente importante dar a conhecer aos doentes oncológicos e familiares as ferramentas que têm à disposição para combater o cancro da forma mais eficaz possível. É também importante que conheçam a origem dos tumores, pois muita gente pensa que o cancro é hereditário. Contudo, é a genética e as mutações nesses genes que ditam o desenvolvimento desta doença. O nosso papel na associação é precisamente o de informar e apoiar o doente em todas as fases".

Neste Dia Nacional de Luta Contra o Cancro, 14 de junho, será também inaugurada a exposição 'Senti(r)nela' no Salão Nobre da Junta de Freguesia de São Mamede Infesta. Esta exposição é dedicada ao cancro no feminino e pretende homenagear as mulheres que lutam contra a doença oncológica.

A exposição é composta por dez fotografias individuais sendo as protagonistas utentes da AAPC com diagnóstico de diversos tipos de cancro. Assim, a exposição tem como principal objetivo consciencializar a comunidade para a existência de diferentes cancros na mulher, e não apenas o cancro da mama. Para além disso, as protagonistas encontram-se em diferentes fases da doença para que seja possível retratar o impacto sentido nas diferentes fases e quais as alterações biopsicossociais experienciadas ao longo da doença. Efetivamente, pretende-se passar a mensagem de que o ajustamento psicossocial ao cancro é diferente de mulher para mulher, existindo uma grande variação nas respostas biológicas e psicológicas relativamente à doença.

Falta de profissionais
A Ordem dos Enfermeiros disse hoje, em Coimbra, que o Centro Hospitalar e Universitário desta cidade corre o risco de encerrar...

A bastonária falava aos jornalistas, durante uma visita ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), na qual foi acompanhada pelo presidente do conselho de administração da unidade, Fernando Regateiro.

“Ou contratam mais enfermeiros ou encerram camas”, afirmou, realçando a necessidade de o Ministério da Saúde contratar mais destes trabalhadores a fim de assegurar qualidade e segurança aos serviços prestados aos cidadãos.

Na visita a vários serviços do CHUC, que incluiu um encontro com enfermeiros, Ana Rita Cavaco estava acompanhada do vice-presidente da Ordem, Luís Barreira, e do presidente da secção regional do Centro da OE, Ricardo Matos.

O CHUC, que integra os Hospitais da Universidade de Coimbra e outros, é “um dos centros hospitalares que mais horas devem aos enfermeiros e onde está em avaliação o eventual fecho de camas”, refere a Ordem dos Enfermeiros em comunicado.

A bastonária precisou que está em causa o pagamento de mais de 100 mil horas extraordinárias.

A Ordem dos Enfermeiros (OE) insistiu na necessidade de o Estado contratar mais enfermeiros para que a aplicação das 35 horas de trabalho semanais não implique riscos para a saúde e a vida dos doentes.

“Quando estou a cuidar, estou mais sujeita a errar e errar neste caso significa às vezes a vida da pessoa”, alertou a bastonária da OE, Ana Rita Cavaco, em Coimbra, frisando que os enfermeiros “são livres de aceitar” o serviço por turnos.

Com a entrada em vigor, no dia 01 de julho, do regime legal que consagra a passagem das atuais 40 horas de trabalho dos enfermeiros para 35, haverá “uma carência ainda maior” destes profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS), acentuou.

Abrangidos por um pré-aviso de greve às horas extraordinárias, a partir de 01 de julho e por tempo indeterminado, os mais de 13 mil enfermeiros com contrato individual de trabalho no SNS passam, nesse dia, a cumprir um horário de 35 horas por semana, contra as atuais 40.

Os enfermeiros “querem as 35 horas para cuidar melhor”, já que também eles estão sujeitos “a cometer erros”, disse Ana Rita Cavaco, frisando que as preocupações da Ordem aplicam-se igualmente ao CHUC, onde ao início da tarde de hoje terá uma reunião com a administração para analisar os problemas neste hospital, onde trabalham 2.800 enfermeiros.

 

 

Entrevista
Só no último ano foram recolhidas mais de 1000 toneladas de resíduos de medicamentos.

Qual a importância da recolha de resíduos de medicamentos? E onde nos podemos dirigir para deixar estes produtos?

A natureza química dos medicamentos ou dos seus restos e, por conseguinte, os danos que podem vir a causar no ambiente, se forem deitados no lixo comum e ecopontos ou despejados através dos esgotos, justificam que a sua entrega seja realizada num local protegido para serem encaminhados para tratamento adequado. As farmácias comunitárias são o local onde podem ser entregues e depositados os resíduos de medicamentos fora de uso ou de prazo de validade, em contentores aí existentes, sendo que a quase totalidade das cerca de 2.900 licenciadas em Portugal continental e ilhas são aderentes ao sistema VALORMED.

Que materiais podem ser entregues nas farmácias? E o que não devemos entregar?          

Na farmácia devem ser entregues os medicamentos de uso humano e veterinário que foram aí comprados e que já não necessitamos ou estão fora de prazo e todos os materiais usados no acondicionamento e embalagem dos produtos adquiridos (cartonagens vazias, folhetos informativos, frascos, blisters, ampolas, bisnagas, etc.). De igual modo, também os acessórios utilizados para facilitar a sua administração (colheres, copos, seringas doseadoras, conta gotas, cânulas, etc.), podem e devem ser entregues.

Por outro lado, não podem ser entregues ou depositadas agulhas ou seringas, termómetros, aparelhos eléctricos ou electrónicos, gaze, material de penso e cirúrgico, produtos químicos, fraldas, radiografias, enfim, todos os resíduos que não estão abrangidos pela licença que está atribuída à VALORMED.

O que acontece aos resíduos recolhidos? Se alguns materiais podem ser reciclados, como as embalagens, o que é feito aos restos de medicamentos?

A recolha das embalagens vazias e medicamentos fora de uso ou de prazo tem como objectivo retirar do lixo comum estes resíduos e enviar para reciclagem os materiais de embalagem e de acondicionamento (papel, cartão, plástico, vidro) e para incineração segura com valorização energética os medicamentos e restos de medicamentos recolhidos. Deste modo, a VALORMED contribui para a preservação do ambiente e cuida da saúde de todos.

A incineração é segura?

A fracção dos resíduos recolhidos pela VALORMED que são enviados para incineração é um processo seguro e controlado, pois é realizada por operadores de gestão de resíduos licenciados e autorizados em Portugal pelas autoridades competentes a fazerem esta operação.

Qual o papel dos cidadãos neste processo? Considera que estão devidamente sensibilizados para a importância da “reciclagem”?

Há um longo caminho a percorrer no que em relação às questões de resíduos, em geral, e resíduos de medicamentos, em particular, diz respeito, mas se observarmos a evolução das recolhas nas farmácias, desde que a VALORMED foi criada, facilmente se constata que os portugueses têm vindo a compreender que uma das suas preocupações está relacionada com a preservação do ambiente e garantia de futuro das gerações vindouras. No entanto, este “combate” terá de continuar, pelo que, o papel da VALORMED e das restantes entidades gestoras é o de insistir com ações de sensibilização e de educação que conduzam a que todos, sem exceção, assumam a responsabilidade de dar o encaminhamento devido aos resíduos que produzem.

E quanto às farmácias? Qual o seu “dever” quanto a esta matéria?

As farmácias participam na divulgação das campanhas de comunicação e informação que regularmente são produzidas pela VALORMED e, por isso, os seus colaboradores desempenham um papel fundamental neste processo, nomeadamente, no ato de dispensa dos produtos aos utentes. Enquanto técnicos de saúde contribuem também ativamente para a sensibilização dos utentes para as boas práticas ambientais, pelo que devem informar da necessidade de ser efectuada a entrega na farmácia das embalagens vazias e dos medicamentos fora de uso no momento da venda. Sempre que possível é igualmente desejável e recomendável que verifiquem se os utentes estão apenas a entregar resíduos de embalagens e de medicamentos, e não outros resíduos que não fazem parte do âmbito da licença que está atribuída à VALORMED.

Que balanço faz desta iniciativa?

O balanço é muito positivo para o sector da cadeia do medicamento, pois, se considerarmos, por um lado, que foi já possível desviar dos aterros muitos milhares de toneladas de resíduos potencialmente perigosos e dar-lhes um tratamento ambiental adequado, as farmácias comunitárias ao funcionarem como únicos pontos de retoma, permitem assegurar a recepção assistida e segura dos resíduos de embalagens e restos de medicamentos fora de uso entregues pelos cidadãos.

Na sua opinião, o que pode melhorar?

Para além da necessária e indispensável adesão dos portugueses a VALORMED ambiciona, também, a concretização de alguns objetivos fundamentais:

1. Transmitir a responsabilidade e preocupação do sector farmacêutico com o destino a dar aos resíduos de embalagens e medicamentos de origem doméstica.

2. Minimizar o impacto que os resíduos de embalagens e medicamentos podem vir a causar sobre o ambiente.

3. Sensibilizar os cidadãos para a não acumulação de medicamentos em suas casas.

4. Evitar a automedicação quando se conservam medicamentos em casa e, por isso, o seu consumo de forma não controlada e indevida.

Para finalizar, quais os erros mais comuns no que toca à separação dos resíduos de medicamentos de origem doméstica? Haverá ainda muita gente que despeja os restos de medicamentos no lixo… Quais os principais riscos? 

Os erros mais comuns, mas também mais preocupantes têm a ver, de facto, com a pouca ou nenhuma atenção que uma parte dos cidadãos ainda dá ou quer dar às questões ambientais e, por isso, juntam todos os lixos que produzem num só recipiente, por norma, o do lixo doméstico. Ou então, se pensarmos que despejar os restos de medicamentos através dos esgotos domésticos os podemos vir a consumir, ao entrarem no ciclo da água, do que estamos à espera para agir e mudar de comportamento e atitude?

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Declarações
A Direção-geral da Saúde (DGS) declarou o fim do surto de sarampo da região Norte, com ligação ao hospital de Santo António,...

Numa nota datada de domingo, dia 10 de junho, a DGS afirma que a declaração do fim do surto ocorre depois de se respeitarem dois períodos de incubação da doença sem novos casos confirmados, ou seja, 42 dias.

Dos 112 casos confirmados entre fevereiro e final de abril deste ano, 103 tiveram ligação ao surto do hospital de Santo António, no Porto, e todos se encontram curados.

Houve ainda nove casos com coincidência temporal com o surto do Santo António, mas que tiveram origem em dois casos importados e não ligados com aquele surto.

Apesar deste surto e de dois outros simultâneos registados em 2017, a DGS lembra que Portugal continua a “manter o estatuto de país com eliminação do sarampo”, conferido pela Organização Mundial de Saúde, dado o “controlo rápido dos casos”, que “indica que não se estabeleceu circulação do vírus” no país.

A existência de surtos na Europa leva a DGS a indicar aos profissionais e serviços de saúde para manterem um “elevado grau de suspeição clínica” para detetar precocemente casos, porque há a possibilidade de importação de novos casos da doença.

Mais de mil casos de sarampo foram registados por mês, em média, no último ano em 30 países europeus, num total superior a 13 mil casos.

Segundo um relatório do Centro Europeu de Controlo de Doenças publicado no fim da semana passada, em abril deste ano houve pelo menos 1.708 casos de sarampo na região europeia, com a Itália e a Alemanha a revelarem um aumento particular de casos.

França e Grécia continuam também a registar um elevado número de infeções por sarampo.

Entre maio de 2017 e abril deste ano, os 30 países avaliados no relatório registaram 13.475 casos de sarampo.

Itália, França, Grécia e Roménia são os países com maior número de casos, com taxas que vão dos 255 casos por milhão de habitantes aos 36,4 por milhão.

Em Portugal, no mesmo período, o rácio era de 12,5 casos por milhão de habitante, abaixo da média dos 26,1 por milhão de habitantes registados nos 30 países analisados pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa).

O vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra.

A Direção-Geral da Saúde recomenda aos portugueses que verifiquem o seu boletim de vacinas e se vacinem caso seja necessário e para ligaram para 808 24 24 24 se estiveram em contacto com um caso suspeito de sarampo e se tiver dúvidas.

Segundo a DGS, em pessoas vacinadas a doença pode, eventualmente, surgir com um quadro clínico mais ligeiro e menos contagioso.

Quem já teve sarampo está imunizado e não voltará a ter a doença.

A vacina contra o sarampo faz parte do Programa Nacional de Vacinação, que deve ser administrada aos 12 meses e aos cinco anos.

 

Estudo
Investigadores do Massachusetts estão confiantes de que o novo estudo irá ajudar a combater a depressão pós-parto, tão comum...

Um estudo publicado no jornal científico Psychoneuroendocrinology sugere que a depressão pós-parto pode ser consequência de um desequilíbrio no sistema responsável por responder ao stress.

A depressão pós-parto é uma situação que acontece com mulheres que acabam de dar à luz e que se carateriza por ansiedade, fadiga extrema, incapacidade de criar laços com a criança e pensamentos suicidas.

“A gravidez, obviamente, envolve grandes mudanças no corpo de uma mulher, mas só agora é que os cientistas estão a começar a entender as importantes adaptações invisíveis ocorridas ao nível neuroquímico, que podem ser importantes para manter a saúde mental e o comportamento materno nas primeiras semanas ou mesmo meses após o parto”, diz um dos autores do estudo, Laverne Camille Melón, da Universidade de Tufts, no Massachusetts, Estados Unidos.

O cientista acredita que a descoberta pode ajudar a desenvolver novos tratamentos para a doença que, além de afetar as mães, pode comprometer o desenvolvimento e o comportamento da criança.

Sabe-se que o stress é responsável por ativar um mecanismo chamado eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), que desencadeia a resposta de lutar ou fugir quando os animais são confrontados com uma ameaça.

Durante e após a gravidez, esse mecanismo normalmente é bloqueado, ajudando a isolar o feto em desenvolvimento do stress. Mas o novo estudo indica que, em alguns casos, o organismo falha em suprimir o eixo, causando um desequilíbrio que pode levar à depressão pós-parto.

Melón e a sua equipa realizaram uma experiência em duas etapas com ratos fêmeas virgens, grávidas e em pós-parto. Na primeira, analisaram a ação de uma proteína chamada KCC2, responsável por regular a quantidade da hormona libertadora de corticotrofina (CRH, na sigla em inglês), que ativa o eixo HHA, em roedores comuns.

Os cientistas observaram supressão da KCC2 em animais virgens, expostos ao stress, mas não em grávidas ou em pós-parto – o que sugere, segundo os investigadores, que a atividade da proteína pode contribuir para a inibição do eixo HHA durante a gravidez.

Na segunda etapa do estudo, o grupo analisou ratos que careciam de KCC2 e compararam a função do eixo HPA nestes roedores com os seus correspondentes normais. Os ratos sem a proteína demonstraram respostas mais intensas ao stress durante o período anterior ao parto, não mostraram a redução da ansiedade típica do período pós-parto e exibiram cuidados maternos anormais em comparação com os ratos comuns. Além disso, utilizando novas estratégias para ativar ou silenciar especificamente os neurônios recetores de CRH, os cientistas conseguiram apontá-los como possíveis culpados desses comportamentos semelhantes à depressão pós-parto.

“O nosso novo estudo fornece as primeiras evidências empíricas que suportam as observações clínicas da disfunção do eixo HHA em pacientes com depressão pós-parto”, disse a neurocientista e coautora do estudo, Jamie Maguire. Ainda assim, a equipa não acredita que esse desequilíbrio seja a única causa para a doença. “ Os mecanismos que levam uma mulher à depressão pós-parto podem ser diferentes daqueles presentes em outras”, concluiu Melón.

Dados DGS
Epidemia de gripe está associada ao envelhecimento da população e explica o aumento do número de mortes.

Entre 1 de janeiro e sábado, morreram em Portugal 54.873 pessoas. Os dados são comparados ao igual período do ano passado, e revelam que houve um aumento de 3131 óbitos, face aos 51.742 de 2017. Este valor representa 6%, segundo os dados da SICO/Vigilância da Mortalidade, publicado pela Direção-Geral da Saúde.

Este agravamento coincide com o período de atividade de gripe que foi superior à atividade gripal do ano passado. Este ano esse período prolongou-se pelas 18 semanas, tendo terminado apenas na primeira semana de maio.

O maior número de mortes verificou-se nos primeiros cinco meses do ano, pelo terceiro ano consecutivo. Segundo os dados da SICO, os 54.873 óbitos registados foram o valor mais elevados dos últimos dez anos. 

Os meses de inverno são aqueles em que ocorrem mais óbitos e, este ano não foi exceção, tendo o dia 3 de janeiro atingido o máximo de mortes - 450 óbitos. 

Além disso, também a humidade do tempo chuvoso nos meses de março e de abril podem explicar o maior número  de infeções respiratórias. O envelhecimento da população portuguesa é também outro dos fatores que pode explicar este aumento, explica Graça Freitas. 

 

Estudo
Ainda que os antibióticos tratem as infeções bacterianas, também causam problemas, uma vez que os seus compostos matam tanto as...

Um método alternativo para a cura de infeções bacterianas está em estudo na Universidade Estatal da Pensilvânia (Penn State), nos EUA. Trata-se de uma nova abordagem que silencia os genes-base das bactérias, com o objetivo de não atacar as ‘bactérias boas’, ou seja, ajudando a combater a infeção bacteriana não deteriorando as restantes bactérias necessárias para o bom funcionamento do corpo.

Os antibióticos são usados para tratar infeções bacterianas que ocorrem em qualquer parte do corpo. No entanto, esta forma de tratamento tem compostos químicos que tanto afetam as bactérias nocivas, como as ‘boas’ (responsáveis por fazerem o nosso organismo funcionar corretamente). A doença gastrointestinal Clostridium difficile é uma das enfermidades que resulta desse problema.

Foi a partir do conhecimento que têm sobre a doença que os investigadores decidiram criar três novos antibióticos que destroem a Clostridium difficile, eliminando os genes bacterianos que permitem que a infeção se instale e ganhe ainda mais força no intestino. A abordagem permite que os compostos químicos eliminem apenas as bactérias que fazem a doença aumentar, contrariamente ao que a maioria dos antibióticos fazem – eliminam múltiplas formas de bactérias, incluindo as que ajudam a combater alguns problemas de saúde.

«Conseguimos mostrar que estes medicamentos [feitos pela equipa de cientistas e investigadores] podem eliminar as bactérias C. difficile, não interferindo com as outras», explicou o professor de farmacologia, Arun Sharma, em comunicado. De acordo com o especialista, a equipa de investigação está ainda em processo de análise e de teste para que os químicos dos antibióticos sejam aperfeiçoados, de modo a que nada falhe.

Também o professor assistente de Cirurgia da Universidade do Arizona, nos EUA, David Stewart, atesta que estes métodos de combate às infeções bacterianas são totalmente diferentes dos que são comumente utilizados hoje em dia. «Os seus compostos são específicos para o organismo, o que significa que apenas se destinam a um tipo de bactérias», uma espécie de antibiótico inteligente, declara David Stewart.

Os cientistas, que publicaram recentemente as suas descobertas no Journal of Antibiotics, declararam que, embora a maioria dos antibióticos não tenha especificidade orgânica (capacidade de atacar apenas um tipo de organismo), os tratamentos que desenvolveram demonstram um grande potencial para atingir somente as bactérias que provocam os problemas de saúde.

Estudo
Investigadores portugueses colaboraram na descoberta de novas alterações genéticas associadas ao aparecimento da doença de...

A investigação, que foi publicada esta semana na revista científica Lancet Neurology, descobriu pela primeira vez variações no gene LRP 10 em doentes com doença de Parkinson e Demência de Corpos de Lewy, que são doenças neurodegenerativas cujas causas são ainda desconhecidas.v

“Esta descoberta abre uma nova janela sobre os mecanismos moleculares dessas doenças neurodegenerativas comuns e pode abrir caminho para a identificação de novos biomarcadores e novas terapias modificadoras da doença", diz o líder da equipa de investigadores, Vincenzo Bonifati, do Centro Médico Erasmus de Roterdão.

A investigação contou com a participação de investigadores portugueses do serviço de neurologia do hospital de Santa Maria, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e do Instituto de Medicina Molecular.

Segundo uma nota enviada à agência Lusa, os investigadores portugueses lembram que, embora os casos de origem genética destas doenças sejam raros, “a identificação de novos genes é de elevada importância para o melhor conhecimento das alterações cerebrais que causam a doença e para o desenvolvimento de novos medicamentos”.

O artigo publicado no final da semana passada associa defeitos no gene LRP 10 com o desenvolvimento de doença de Parkinson ou de Demência de Corpos de Lewy.

 

 

Estudo
Mais anos a estudar contribuem para o aumento da miopia, concluiu um estudo realizado na Grã-Bretanha e publicado na revista...

Os investigadores analisaram quase 68 mil pessoas, estudando o seu ADN para perceber a predisposição genética para a miopia. Depois, adicionaram à investigação a variável do número de anos dedicados ao estudo.

As conclusões, publicadas esta semana, mostram que frequentar uma faculdade, num total de 17 anos a estudar, pode contribuir para um grau de miopia adicional, comparando com quem parou de estudar com 16 anos de idade e cerca de 12 anos de educação.

Os investigadores assumem que um grau de miopia é relativamente pouco, mas é suficiente para uma pessoa precisar de óculos para conduzir, por exemplo.

“Este estudo mostra que a exposição a mais anos na educação contribui para o aumento da prevalência de miopia. Um aumento no tempo dedicado à educação pode, inadvertidamente, aumentar a prevalência de miopia e a potencial deficiência visual futura”, indicam as conclusões divulgadas no British Medical Journal.

Os investigadores consideram que os resultados do estudo devem estimular uma educação sobre as práticas educativas, não para reduzir os anos dedicados a estudar, mas para intervir na prevenção ou interrupção da miopia na infância.

“O crescimento do olho axial ocorre predominantemente durante os anos escolares e, uma vez que os níveis de miopia tendem a estabilizar na idade adulta, qualquer intervenção para interromper ou prevenir a miopia precisa de ser aplicada na infância”, referem.

 

 

Consultas de especialidade
A espera média por uma primeira consulta de especialidade é superior a um ano em pelo menos 20 hospitais públicos portugueses,...

Numa análise aos tempos médios de resposta para primeiras consultas hospitalares de quatro especialidades, publicados no portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS), surgem casos de esperas médias a rondar os 900 dias e mesmo a ultrapassar os 1000 dias.

Na oftalmologia, cerca de 60% das unidades de saúde não cumpre o tempo médio de resposta garantido para uma primeira consulta, que está definido em 150 dias.

No Hospital Distrital de Chaves, a espera média por uma consulta normal de oftalmologia (não considerada prioritária) é de 1.046 dias.

Ainda em oftalmologia, a espera média é superior a 800 dias, quase dois anos e meio, nos hospitais Nossa Senhora da Assunção, em Seia, e no Hospital Distrital das Caldas da Rainha.

No caso das consultas de oftalmologia, nas menos de 60 unidades listadas no portal do SNS, há 35 que não cumprem o tempo máximo de resposta garantido para uma primeira consulta considerada normal.

Na reumatologia, há um hospital em que a espera média é de 936 dias e cerca de metade das unidades ultrapassa os tempos máximos estabelecidos. Em quatro unidades, a espera média ultrapassa um ano.

A análise aos tempos publicados para consultas de otorrinolaringologia, mostra que mais de metade dos hospitais cumpre os tempos máximos, mas 44% das unidades ultrapassa-os.

Há mesmo oito unidades em que o tempo médio vai além de um ano de espera, havendo uma unidade – o Hospital de Santo André, em Leiria – em que a espera média é superior a 980 dias.

Nas consultas de ortopedia, mais de 50% dos hospitais ultrapassa os tempos máximos de resposta garantidos para as primeiras consultas: em 65 unidades há 35 que não cumpre os tempos.

No caso da ortopedia, chega a haver esperas médias de 886 dias – cerca de dois anos e meio – para aceder a uma primeira consulta como no caso do Hospital Distrital de Lamego.

No início deste ano, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) tinha já vindo denunciar que mais de metade dos hospitais públicos portugueses falhava os tempos máximos de resposta legalmente previstos para primeiras consultas de especialidade.

Relatório
Mais de mil casos de sarampo foram registados por mês, em média, no último ano em 30 países europeus, num total superior a 13...

O documento, publicado na sexta-feira, mostra que em abril deste ano houve pelo menos 1.708 casos de sarampo na região europeia, com a Itália e a Alemanha a revelarem um aumento particular de casos. França e Grécia continuam também a registar um elevado número de infeções por sarampo.

Portugal teve este ano um surto de sarampo e em 2017 tinha registado dois surtos simultâneos.

Entre maio de 2017 e abril deste ano, os 30 países avaliados no relatório registaram 13.475 casos de sarampo.

Itália, França, Grécia e Roménia são os países com maior número de casos, com taxas que vão dos 255 casos por milhão de habitantes aos 36,4 por milhão.

Em Portugal, no mesmo período, o rácio era de 12,5 casos por milhão de habitante, abaixo da média dos 26,1 por milhão de habitantes registados nos 30 países analisados pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa).

O surto de sarampo ligado ao Hospital de Santo António, no Porto, foi dado como controlado em maio deste ano, depois de ter infetado pelo menos 111 pessoas.

O vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra.

A Direção-Geral da Saúde recomenda aos portugueses que verifiquem o seu boletim de vacinas e se vacinem caso seja necessário e para ligaram para 808 24 24 24 se estiveram em contacto com um caso suspeito de sarampo e se tiver dúvidas.

Segundo a DGS, em pessoas vacinadas a doença pode, eventualmente, surgir com um quadro clínico mais ligeiro e menos contagioso.

Quem já teve sarampo está imunizado e não voltará a ter a doença.

A vacina contra o sarampo faz parte do Programa Nacional de Vacinação, que deve ser administrada aos 12 meses e aos cinco anos.

 

 

 

Acta Médica
A medição da obesidade abdominal nas crianças devia ser incluída nas consultas médicas de rotina, recomenda um estudo publicado...

“A prevalência da obesidade, incluindo abdominal, é elevada nas crianças portuguesas”, refere o estudo, embora reconheça que parece ter havido uma estabilização nos últimos anos.

O estudo, que avaliou 793 crianças dos 6 aos 10 anos da zona centro de Portugal, verificou que 8,2% das que tinham peso normal registavam obesidade abdominal. Entre as crianças com excesso de peso, quase 60% apresentava obesidade abdominal.

Dado que várias crianças não obesas apresentam valores elevados de obesidade abdominal, os autores do estudo indicam que a medição da relação cintura/altura deve ser incluída em consultas médicas de rotina, “de modo a permitir uma melhor avaliação do estado da saúde da criança”.

Isto porque a obesidade abdominal surge associada a fatores de risco de doenças cardiovasculares e metabólicas e apenas pode ser detetada caso se faça a medição do perímetro abdominal, que não é comum nem rotina nas consultas com crianças.

O artigo da Acta Médica, revista científica da Ordem dos Médicos, aponta para uma prevalência de excesso de peso, incluindo obesidade, de 21,9% das crianças avaliadas.

“A obesidade abdominal em crianças tem aumentado a ritmo alarmante, mas esse indicador não é avaliado em consultas médicas de rotina”, indica o estudo, publicado na Acta Médica de março.

Dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) indicam que a prevalência de excesso de peso e de obesidade infantil diminuíram entre 2008 e 2016. Ainda assim, os dados nacionais apontam para cerca de 30% de crianças com peso a mais.

 

Cirurgião
O cirurgião cardiotorácico Manuel Antunes considera o Serviço Nacional de Saúde (SNS) fundamental para Portugal, mas defende o...

"Temos de tornar o SNS mais eficiente, pois é muito ineficiente e há muito desperdício, o que quer dizer que podíamos com o mesmo dinheiro fazer bem mais, mas mesmo assim isso não vai chegar e temos de encontrar outras formas de financiamento", disse o diretor do Centro de Cirurgia Cardiotorácica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Manuel Antunes, que, em julho, passa à condição de aposentado, por atingir o limite de idade, entende que o atual estatuto profissional "não serve o serviço público nem os próprios médicos" e defende a modificação da lei.

Para o cirurgião e professor universitário, "esta confusão grande, para não usar um termo mais desagradável, entre a prestação de serviço privado e público não serve a ninguém".

"Sou contra os que abusam do sistema legal, ou que até prevaricam, mas o SNS paga pouco aos médicos, que como profissionais liberais têm capacidade para no privado terem rendimentos que são completamente diferentes, pelo que se dá preferência ao privado", disse.

Segundo Manuel Antunes, "num hospital como este [CHUC] podia-se reduzir a força médica a metade, usando o mesmo dinheiro para pagar mais aos que ficam e com isso encorajava-se a dedicação integral".

Apesar de tudo, o cirurgião cardiotorácico continua a acreditar no SNS e a considerá-lo um serviço público "absolutamente fundamental e essencial, que deve funcionar como primeira escolha" dos portugueses.

No entanto, o médico considera que o setor privado, convencionado e social "tem lugar na prestação de serviços, porque o SNS tal como está construído não tinha capacidade para ser o único prestador de serviços no país".

"Não há dinheiro para isso. O PIB todo do Estado se calhar não chegava e, portanto, os 10% que o Estado e os próprios doentes gastam em saúde é curto para aquilo que queremos, mas não temos possibilidade de dar mais", salientou.

As pessoas que dizem que “é preciso mais dinheiro na saúde têm de dizer onde se vai buscar o dinheiro", refere Manuel Antunes.

Por outro lado, refere, "as tecnologias têm aumentado muito e são caríssimas, e, ultimamente, aumentaram os custos com os medicamentos para o tratamento da hepatite C, da SIDA e dos vários tipos de cancro, alguns dos quais são curáveis, além de uma população mais idosa, com mais doenças, que vive mais e vai consumir mais recursos".

Manuel Antunes chefia desde 21 de março de 1988 o Serviço de Cirurgia Cardiotorácica dos Hospitais da Universidade de Coimbra, que se afirmou nas áreas da transplantação cardíaca e da reparação da válvula mitral e que foi responsável, desde logo, pela eliminação da lista de espera para cirurgia cardíaca e torácica existente no Centro do país.

SNS
As crianças e jovens de todo o distrito de Bragança vão ficar sem apoio público na área da saúde mental, com a aposentação da...

Elisa Ferreira Vieira é a única especialista da área na Unidade Local de Saúde (ULS)do Nordeste, que trabalha sozinha há 23 anos com crianças e jovens dos 12 concelhos do distrito de Bragança.

A pedopsiquiatra tem mais de mil utentes, que já começou a encaminhar, pois vai aposentar-se, como explicou hoje, e “a área da saúde mental infantojuvenil vai ficar a descoberto”, vaticinou, apontando “as carências em termos de técnicos diferenciados em todo o interior do país”.

Os especialistas não querem sair dos grandes centros, que conseguem conter os poucos que existem, e para aqueles que necessitam de apoio nesta região avizinham-se dificuldades acrescidas às que já existem, como ficou expresso no seminário sobre “Saúde Mental e interioridade”, em Mirandela.

Elisa Ferreira Vieira lembrou que ao longo dos 23 anos que está em Bragança, nunca teve “uma equipa multidisciplinar”, como manda o Plano Nacional de Saúde Mental que, desde 2004, recomenda uma equipa com 11 profissionais de diferentes valências ligadas à especialidade, mas está funcionar com “uma pedopsiquiatra, uma psicóloga a meio tempo e uma assistente social a muito menos que meio tempo”.

“A equipa que tenho é muito reduzida. Fazemos o que podemos e o que não podemos. Muitas vezes, vamos na nossa viatura própria fazer abordagens familiares a casa dos utentes”, apontou.

O que a médica está já a fazer é a “reencaminhar os utentes que estão a atingir os 18 anos para os colegas de psiquiatria”.

Os outros terão de ser encaminhados depois para Vila Real e até para o Porto, os serviços de pedopsiquiatria mais próximos, a centenas de quilómetros para muitos habitantes do Nordeste Transmontano.

“O que complica muito, porque esta crise económica está cada vez pior. Ao nível de transportes, existe a camioneta da manhã e da tarde, se perdem uma já vai acrescer o custo de uma ida à consulta”, concretizou.

Como explicou, “existem aquelas terapias que às vezes são de 15 em 15 dias, ou até mesmo semanais, que se tornam insuportáveis”.

“Há algumas famílias, hoje em dia, que recorrem ao nosso serviço. Posteriormente a já terem sido vistas e feito terapias em Gaia, no Porto, Coimbra, vêm para Bragança porque não dá, porque fica muito dispendioso”, acrescentou.

As alterações de comportamento são o maior número de casos com que esta especialista lida em Bragança, onde se concentra o serviço, com a deslocação uma vez por mês a Mirandela, para atenuar o problema das distâncias aos utentes.

É que, como disse, apesar dos melhoramentos a nível de acesso, “há muitas aldeias, no distrito de Bragança, até mesmo no concelho de Bragança, que só têm transporte público no tempo de aulas e, quando os meninos estão de férias, não têm como ir à consulta”.

As carências na área da Saúde Mental nesta região são também extensíveis a outras faixas etárias, como observou da plateia do seminário Teresa Fernandes, a responsável pelo Núcleo de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica do Distrito de Bragança.

A técnica apontou as “demoras de um mês” para conseguir uma consulta de psiquiatria para as vítimas e o problema de as seguintes serem “demasiado espaçadas”.

O presidente da ULS do Nordeste, Carlos Vaz, não quis falar à Comunicação Social. No discurso na sessão de encerramento do seminário reconheceu que a saúde mental “sempre foi o parente pobre da saúde” e preferiu realçar que, apesar das dificuldades em conseguiu atrair especialistas, acabou de receber a notícia da contratação de mais três médicos de família.

O seminário foi promovido pela MATIZ- Associação para a Promoção da Saúde Mental criada há um ano, em Mirandela, para dar “respostas terapêuticas e outros serviços, que não se substituem aos médicos e respostas públicas, mas são ações complementares”, como explicou a presidente, Sara Araújo.

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