Tecnologia
Uma parceria entre a Fundação PT e diversas associações está a desenvolver uma aplicação para telemóvel e 'tablet'...

Uma parceria entre a Fundação PT e a Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC) está a desenvolver uma aplicação para telemóvel e ‘tablet’ que visa melhorar a comunicabilidade das pessoas com paralisia cerebral.

Denominada de ‘Magic Contact’, escreve o Observador, a aplicação tem vindo a ser testada na Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) e baseia-se numa tecnologia que permite ao utilizador não só comunicar por mensagem escrita como aceder à internet.

Este conjunto de ferramentas, uma vez implementado o projeto “Vida Independente” da APPC, pode aumentar o grau de autonomia do utilizador, disse o presidente da FAPPC, Abílio Cunha.

O responsável pelo desenvolvimento da aplicação ‘Magic Contact’, Daniel Freitas, disse que a aplicação “desenvolvida de raiz a pensar nos utilizadores com paralisia cerebral” pretende “resolver o problema de como uma pessoa com graves limitações motoras pode interagir com um ecrã tátil”.

O recurso a um botão externo ligado por cabo ao ‘smartphone’ ou ao ‘tablet’ simplificou essa relação, abrindo aos utentes da APPC a faculdade de usarem as principais ferramentas do telemóvel, fazer uma chamada, enviar uma mensagem e navegar na internet, explicou Daniel Freitas,

“Há ainda ferramentas para ajudar a comunicar através de símbolos, de escrita”, acrescentou o responsável.

Enaltecendo as “mais-valias” que a proximidade com a APPC e com os seus utilizadores traz ao projeto, Daniel Freitas e Marta Samúdio, terapeuta ocupacional da equipa do Serviço de Tecnologias de Apoio da APPC, concordaram que as sugestões apresentadas pela associação vão no “sentido de uma personalização da aplicação”.

“Temos não só a população que utiliza esta tecnologia mas também temos testado os resultados para tentar melhorar a aplicação”, disse a responsável da APPC de um “trabalho que permite personalizar a aplicação às necessidades e às dificuldades do utilizador”.

E porque as “necessidades vão mudando, quer em termos do utilizador quer sobre aquilo que se faz com a tecnologia”, Marta Samúdio admite que “há sempre algo para melhorar”, ainda que testemunhando o sucesso da ferramenta.

“Temos clientes a utilizá-la diariamente e estão satisfeitos. É uma aplicação que é gratuita, com a possibilidade de se personalizar, facto que funciona como uma mais-valia”, disse.

A diretora da Cidadania Empresarial e Inclusão da Fundação PT, Graça Rebôcho, frisou que as “soluções desenvolvem-se, sobretudo, através da tecnologia” sendo adaptadas “a cada tipo de necessidade”.

Admitindo que a otimização das respostas no tempo, em relação às sugestões feitas, “pode ainda melhorar”, sublinhou as parcerias com as universidades, citando o exemplo da “Magic Contact”.

“A ideia foi de um colaborador da Fundação PT e nós pedimos ao Instituto Politécnico da Guarda que desenvolvesse tecnologicamente a solução”, relatou a diretora.

O presidente da Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral, Abílio Cunha, explicou que fruto da parceria “trabalham-se em conjunto as autonomias do indivíduo”.

Citando a Convenção dos Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência, Abílio Cunha frisou a importância da tecnologia para “superar algumas limitações, sobretudo na paralisia cerebral, em que a comunicação é, para a maior parte, um entrave à autonomia e à inclusão”.

“As pessoas que estão a utilizar estas tecnologias usufruem de uma autonomia que lhes permite terem qualidade de vida e seguirem o seu percurso como outro cidadão”, disse.

Como exemplo disso falou do projeto “Vida Independente”, que “permitirá ter um assistente pessoal para colmatar as tarefas que não consegue executar”, mas que ao dispor da aplicação poderá “também adquirir outros serviços na comunidade sem estar dependente desse apoio humano”.

Especialista
O especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos diz ser difícil relacionar as temperaturas baixas e a nebulosidade...

"É difícil fazer a relação entre as condições atípicas do verão deste ano, com temperaturas mais baixas, nebulosidade e até chuva, e as alterações climáticas, já que a análise do clima se baseia em períodos de, pelo menos, 30 anos", disse Filipe Duarte Santos.

O professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa explicou que, quando se analisam características como a temperatura ou a pluviosidade num período curto, os especialistas falam de variabilidade climática e não de alterações climáticas.

À pergunta se a situação de meses de junho e julho, sem longos períodos de calor, se deve às mudanças do clima, insiste: "É muito diferente do que temos tido nos últimos anos, mas isso não significa por si só que é uma mudança climática. O que podemos dizer que é muito provavelmente uma consequência da alteração climática foram as ondas de calor e a seca muito prolongada que afetou Portugal em 2016 e 2017".

A observação do que aconteceu nos últimos 50 anos "leva a concluir que a chuva dos anos entre secas não é suficiente para manter o equilíbrio", já que a média da precipitação anual de cada década "tem estado a decrescer e isso é muito significativo", salientou o também presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS).

Filipe Duarte Santos apontou que "as ondas de calor estão a tornar-se muito mais frequentes em todo o mundo" e, numa análise mais prolongada, a precipitação acumulada anual está a diminuir, mas ano a ano varia muito.

Assim, as condições meteorológicas deste verão "são positivas para a floresta portuguesa a curto prazo", e "praticamente" não houve incêndios, "mas ninguém pode garantir" que, em 2019, ou dentro de dois anos, não haja outra vez uma seca, ondas de calor, ignições frequentes e mais fogos, resumiu o investigador.

As alterações climáticas, com ondas de calor e pouca chuva, resultando em secas e criando condições para a ocorrência de incêndios florestais, têm levado os especialistas e organizações internacionais a chamar a atenção para a necessidade de mudar comportamentos de modo a reduzir as emissões de dióxido de carbono e limitar o aquecimento global.

A falta de chuva e as temperaturas elevadas criam condições propícias aos grandes incêndios, principalmente no sul da Europa, como no ano passado em Portugal e Espanha, por exemplo, mas este ano países do norte europeu, como a Suécia ou a Finlândia, enfrentam problemas mais associados ao Mediterrâneo, como os fogos florestais ou escassez de água.

Crise económica e insegurança
Em apenas meio ano, e só na região sul, já houve quase tantas inscrições na Ordem como em todo o ano de 2017 no total do país....

O número de médicos brasileiros a querer trabalhar em Portugal disparou nos últimos tempos e promete subir ainda mais nos próximos meses, porque todas as semanas chegam novos pedidos de inscrição à Ordem. E tanto são jovens a dar os primeiros passos na profissão como especialistas já com 60 anos e no topo da carreira, sem um padrão que os una a não ser, na maioria dos casos, a vontade de fugir à crise económica e à insegurança das maiores cidades do Brasil. Mesmo sabendo que vão ficar a ganhar menos com a mudança.

Se no ano passado já tivemos 57 novas inscrições na Ordem dos Médicos de profissionais vindos do Brasil - sensivelmente o mesmo número do ano anterior -, quando em 2013 esse número era de apenas sete, 2018 caminha já para bater largamente o recorde da última década, a fazer lembrar vagas de imigração anteriores, como a dos dentistas no final do século passado: em apenas meio ano, e só na região sul, já houve quase tantas inscrições como em todo o ano de 2017 no total do país. Com a reeleição de Dilma Rousseff, em 2014, e o início da crise política e económica, muitos médicos brasileiros tentaram certificar diplomas nas nossas faculdades, para terem uma rede de segurança. Um plano B que agora passou a ser A para dezenas deles.

O Brasil tem cerca de 450 mil médicos, "se o país desestabiliza e se se percebe que é fácil estabelecerem-se em Portugal, vamos ter a imigração destes profissionais a subir muito", reconhece o presidente da secção sul da Ordem dos Médicos, que todas as semanas recebe novos processos de inscrição. Alexandre Valentim Lourenço aponta um problema de "pressão no nosso sistema" que pode resultar desta vaga de entradas na saúde. "É que já não temos onde colocar os nossos próprios médicos."

Neste momento, há cerca de 600 médicos brasileiros a trabalhar em Portugal - contingente a aproximar-se do de espanhóis, que tem vindo a cair -, mas esse número vai "explodir ainda mais nos próximos tempo", garante ao Diário de Notícias um advogado que representa uma dúzia destes profissionais. Carteira de clientes que a curto prazo passará para vinte. "Há um grande interesse dos brasileiros, e não apenas médicos, em vir para Portugal para ter uma vida mais tranquila, mesmo abdicando de melhores salários."

Basta uma breve pesquisa na internet para perceber que essa é uma das questões que mais preocupam os profissionais de saúde brasileiros em relação à solução portuguesa. Essa e as dificuldades burocráticas para verem os seus cursos reconhecidos no nosso país, que implicam provas nas faculdades. E as diferenças nas remunerações podem mesmo ser gritantes. Um médico pode ganhar pelo menos 30 mil reais (cerca de 6700 euros) por mês no Brasil, acumulando funções no privado - que, através dos seguros de saúde, tem um grande peso no maior país da América do Sul -, mas um profissional altamente especializado pode ganhar mais de cem mil reais (acima de 22 mil euros). Em Portugal, um assistente graduado sénior que tenha um horário de 35 horas em dedicação exclusiva ganha cerca de 4300 euros brutos, enquanto um interno não chega aos dois mil. E essa é precisamente a situação de muitos médicos que imigraram para o nosso país: tiveram de começar praticamente do zero.

"Sem especialidade não é fácil"
Só a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo tem três internos brasileiros a trabalhar nos seus centros de saúde, que se juntaram a outros três clínicos já na carreira médica. Embora já esteja no país há quase dez anos, Alessandra Pinheiro é uma dessas internas. Médica de clínica geral no Rio Grande do Sul, veio para Portugal em 2009. Ao argumento da segurança juntou o do clima e a proximidade da mãe, que já tinha cá residência. Durante quatro anos trabalhou como tarefeira em centros de saúde da região de Lisboa, o que só reforçou a vontade de se tornar médica de família. "Percebi que precisava de especialização em saúde infantil, em saúde materna, e decidi fazer a prova de seriação." Feito o ano comum em Beja, em 2013, entrou no internato no Agrupamento de Centros de Saúde Arrábida, em Setúbal, e por lá quer ficar quando se tornar especialista em Medicina Geral e Familiar, em outubro.

No entanto, segundo Alexandre Valentim Lourenço, estes profissionais nem vêm preferencialmente para o Serviço Nacional de Saúde e são mais absorvidos por unidades privadas ou PPP. "São boa aposta, porque vêm sem família, sem amigos, dedicam-se em exclusivo ao trabalho", considera o presidente da Ordem do Sul, que afirma ainda que muitos olham para Portugal como uma porta de entrada para depois irem para outros países europeus. Só num dos principais hospitais em parceria público-privada do país há três médicos brasileiros em vias de reforçar os serviços, "o que prova que há de facto um mercado nesta área", reconhece fonte de um dos maiores grupos privados de saúde.

Mas os casos multiplicam-se no país. Luísa Medeiros também teve de fazer tábua rasa da sua especialidade para mudar de vida. À beira de fazer 36 anos, formada em 2007 no Rio de Janeiro, Luísa é agora interna do primeiro ano em Medicina Física e Reabilitação em Alcoitão. No Brasil era especialista em otorrino, com internato feito em São Paulo, mas cedo percebeu que não queria ficar por aí. Como o marido é francês, decidiu em 2015 vir para a Europa. Faz até questão de sublinhar que as razões que a trouxeram para Portugal não foram sociais ou políticas, embora saiba que essa é a motivação da maioria dos profissionais que deixam o Brasil. "Ao chegar percebi que vida de médico sem especialidade não é fácil, a oferta não é boa, e decidi submeter-me à prova nacional de seriação e ao muito temido Harrison."

Candidatou-se a Medicina Física e Reabilitação e entrou na primeira opção, no Centro de Alcoitão, onde é uma "muito feliz" interna de primeiro ano. Mesmo a ganhar muito menos do que no Brasil. "Se não estivesse com o meu marido, e só com o que ganho como interna, 1250 euros líquidos, apenas conseguia alugar um quarto em Lisboa." Os índices de preços ao consumidor apresentam os mesmos valores nos dois países (1,4%), mas a inflação é significativamente maior nas áreas da habitação (2,6%) e na alimentação (2,2%) no Brasil (dados de junho do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em comparação com o nosso país (0,6% e 1,5%, respetivamente, segundo os dados da Pordata para o ano passado). "E Portugal está a crescer economicamente, acredito que as condições para os médicos também vão melhorar." Aos muitos colegas que todas as semanas lhe pedem conselhos sobre as condições em Portugal, Luísa deixa dois tipos de mensagens: incentiva a vir os que estão em início de carreira; mas desaconselha os que já estão no topo, porque a inscrição na especialidade é muito difícil.

Uma realidade reconhecida pelo presidente da secção sul da Ordem dos Médicos. "Os médicos no topo da carreira levantam-nos outros problemas quando querem inscrever-se numa especialidade, porque o sistema de especialização lá é diferente do nosso. Há áreas em que até há ótimos profissionais, como cirurgiões, mas outras em que não, e já tivemos processos que foram rejeitados e acabaram em tribunal, porque os candidatos nos processam." Alguns destes casos arrastam-se mais de dez anos em tribunal e o próprio processo de revalidação da especialidade não tem um prazo. Há relatos de esperas de três anos pela decisão da Ordem, explica um representante destes médicos, que ataca o "corporativismo da Ordem".

Do Rio até Beja
Lúcio Silva, 42 anos, foi daqueles que começaram praticamente do zero em Portugal. Mais de dez anos depois de ter acabado a formação em Psiquiatria no Brasil, resolveu cruzar fronteiras em 2016. Desde logo porque a mulher queria fazer doutoramento em Direito e depois porque "não estava satisfeito com a insegurança no Rio de Janeiro", que lhe ensombrava os planos de ter filhos.

Fez a certificação da licenciatura, inscreveu-se na Ordem e fez o pedido de autonomia. Submeteu-se à prova de seriação e está no primeiro ano de internato de Psiquiatria em Beja. "Gosto do Alentejo, já me tinham dito que era quente como a minha terra, Salvador. Mas as comidas são um pouco pesadas", ri. Só os salários dão menos vontade de sorrir: "São demasiado baixos tendo em conta as rendas que estão a praticar-se, e nós temos de manter uma casa em Lisboa e outra em Beja."

Processo pode demorar um ano
Um médico brasileiro que queira vir para Portugal pode contar gastar cerca de 800 euros e esperar um ano, entre a equivalência de diplomas numa universidade portuguesa e a inscrição na Ordem dos Médicos: seis meses para fazer a certificação e ter os resultados numa faculdade de Medicina (que pode custar pelo menos 600 euros); a Ordem dos Médicos tem depois três para deferir ou indeferir os pedidos de inscrição (210 euros de joia de inscrição); mais dois meses para decidir sobre a autorização de autonomia clínica. Já a revalidação da especialidade não tem um prazo. As faculdades têm tentado criar planos comuns para uniformizar as provas de revalidação de diplomas. Neste ano a janela para inscrição nestes exames deverá ser no último trimestre.

Segurança pública
O primeiro-ministro da China ordenou uma investigação à indústria de vacinas chinesa depois de violações cometidas por um...

Em comunicado, Li Keqiang referiu que a Changchun Changsheng Life Sciences Ltd, que é acusada de fabricar registos de produção e inspeção, "violou uma linha moral", num momento em que as autoridades lutam para restaurar a fé pública na regulamentação de segurança.

Na mesma nota, o governante prometeu "reprimir de forma resoluta" as violações que coloquem em perigo a segurança pública.

Não houve relatos de ferimentos causados pela vacina contra a raiva, mas a divulgação provocou um coro de protestos, sobretudo depois de vários escândalos relacionados com a venda de medicamentos e alimentos de baixa qualidade, cujo consumo causou vítimas mortais entre a população chinesa.

Os reguladores chineses anunciaram na semana passada que a Changsheng Life Sciences foi obrigada a suspender a produção e a recolher as vacinas contra a raiva.

A agência de notícias Xinhua disse que os investigadores estão a testar a eficácia da vacina e a ponderar avançar com acusações criminais.

A raiva é endémica em algumas áreas da China.

Em outubro, a mesma empresa foi condenada a interromper a produção de uma vacina combinada para a difteria, tosse convulsa e tétano, cujo lote foi posteriormente apontado como defeituoso.

Instituto do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões de Portugal continental e do arquipélago da Madeira estão hoje em risco muito elevado de exposição à radiação...

Em risco elevado estão apenas as ilhas de S. Miguel e Terceira, na região Autónoma dos Açores, de acordo com as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente uma pequena descida da temperatura máxima no litoral da região Norte e no interior Centro e Sul e nebulosidade matinal no litoral oeste, podendo persistir em alguns locais a norte do Cabo Raso.

A previsão aponta ainda para vento em geral fraco do quadrante oeste, soprando moderado (até 30 km/h) no litoral a sul do cabo Carvoeiro e nas terras altas a partir da tarde.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 13 graus Celsius (na Guarda) e os 18 (em Faro) e as máximas entre os 22 (em Viana do Castelo) e os 32 (em Beja).

Na Madeira, o IPMA prevê para hoje períodos de céu muito nublado, com a possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos nas vertentes norte e terras altas, e vento em geral fraco do quadrante norte.

No Funchal as temperaturas vão variar entre os 20 e os 25 graus Celsius.

No arquipélago dos Açores, o IPMA prevê períodos de céu muito nublado, com possibilidade de aguaceiros fracos, em especial a partir da tarde nas ilhas do grupo oriental (S. Miguel e Santa Maria).

As temperaturas vão variar entre os 20 graus Celsius de mínima previstos para Angra do Heroísmo, Ponta Delgada e Santa Cruz das Flores e os 26 graus de máxima previstos para Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta.

Assomeluve
A Associação de Médicos Luso-venezuelanos, Assomeluve, vai pôr em marcha, a partir de terça-feira, uma rede médica portuguesa...

O projeto, que conta com o apoio do Governo português, da Embaixada de Portugal na Venezuela e dos consulados locais, pretende ainda encontrar soluções para a crise, num país onde faltam frequentemente medicamentos e bens alimentares de primeira necessidade.

"A nossa missão é estabelecer as necessidades prioritárias dos portugueses na Venezuela, e prestar atenção médica geral e especializada", explicou a porta-voz da Assomeluve.

Clara Maria Dias de Oliveira, gastrenterologista, precisou que o projeto, que arranca hoje, foi o resultado de um "estudo muito minucioso" e que vai começar em cinco regiões da Venezuela, no Distrito Capital (Caracas, Miranda e Vargas) e nos estados de Lara, Bolívar, Carabobo e Anzoátegui.

"Temos conhecimento de que há muitos casos de portugueses em necessidade extrema e que o projeto vai ter um impacto muito importante na saúde deles", explicou, sublinhando que além dos consulados a própria comunidade lusa vai ser de ajuda no sentido de facilitar o acesso dos compatriotas à rede médica lusovenezuelana.

Por outro lado, o embaixador de Portugal em Caracas, Carlos de Sousa Amaro, explicou que está dado "o primeiro passo" para começar a atender, em breve, "a comunidade portuguesa mais carenciada em termos de apoio na área da saúde".

Segundo o diplomata essa atenção "é muito importante porque há pessoas que pura e simplesmente não se podem dirigir aos hospitais; que precisam de ser ajudadas, que padecem de várias doenças e que precisam de acompanhamento".

"Nesta fase inicial vamos ter cinco centros a que a embaixada está prestando todo o apoio possível a este projeto, mas devo dizer o grande mérito é de facto da Associação de Médicos Lusovenezuelanos, que aproveito para felicitar e para agradecer todo este grande trabalho", disse.

Segundo Carlos de Sousa Amaro "é um projeto único junto das comunidades portuguesas, uma nova etapa no apoio às comunidades".

"Mais uma vez a comunidade portuguesa na Venezuela continua a destacar-se pela solidariedade, a pesar das grandes dificuldades que atravessam atualmente", concluiu.

 

Federação Portuguesa das Associações de Pessoas com Diabetes
A prática desportiva é um auxiliar terapêutico no tratamento da diabetes, seja do tipo 1 ou 2, disse a presidente da Federação...

Segundo Emiliana Querido, não existe nenhuma restrição ao nível do desporto, que é útil "para a gestão dos níveis de glicose, tanto para quem tem diabetes tipo 1 como tipo 2".

"A prática desportiva é comum nos benefícios que tem para qualquer pessoa, mas para o diabético ainda mais, porque vai ajudar em toda a dinâmica fisiológica, e costumamos dizer entre diabéticos que o desporto é uma insulina para nós", sublinhou.

A presidente da Federação Portuguesa das Associações de Pessoas com Diabetes salienta que está "comprovado cientificamente que o desporto é um grande aliado na terapêutica da diabetes".

"Começa agora a ser implementada cada vez mais pelas equipas que orientam o tratamento da diabetes, a componente desportiva como auxiliar terapêutico", adiantou.

Esta organização apresentou sábado, em Penacova, no distrito de Coimbra, a equipa que vai representar Portugal no encontro desportivo em Itália "Corredores Diabéticos e Ciclistas para mais Desporto para Todos na Europa", de 29 de agosto a 03 de setembro.

Na apresentação foram conhecidos os nomes dos 20 atletas portugueses, federados e amadores, que vão acompanhar mais 16 países e 3.000 atletas com diabetes neste encontro.

O porta-voz da equipa é o atleta do Belenenses Fernando Santos, que na época 2017/2018 conquistou 14 medalhas regionais e nacionais.

Câmara de Lisboa
A Câmara de Lisboa multou o Hospital da Luz em 17 mil euros por uma alteração na obra de ampliação que começou sem...

Fonte oficial da autarquia explicou que a obra de ampliação estava licenciada, mas que o hospital deu “entrada com uma alteração para a parte de cima do projeto” e começou essa construção sem licenciamento.

Assim, o Hospital da Luz, em Lisboa, teve que pagar uma coima de 17 mil euros, “acrescida de custas no montante de 51 euros”, multa essa que foi liquidada em 08 de junho, de acordo com o documento.

“A obra relativa ao Lote 40 encontra-se embargada (embargo parcial), sendo que, nos termos do artigo 104.º do RJUE (Regime Jurídico de Urbanização e Edificação), a ordem de embargo caduca logo que seja proferida uma decisão que defina a situação jurídica da obra com caráter definitivo”, dá conta o texto.

O documento, que visa “aprovar o projeto de arquitetura para alteração, durante a execução da obra, do edifício do Hospital da Luz”, foi aprovado com os votos favoráveis do PS, PSD, abstenção do CDS, e votos contra do BE e do PCP, disseram  fontes oficiais do município.

Para o vereador do BE Ricardo Robles (que firmou um acordo de governação da cidade com PS após as últimas eleições autárquicas), “aquela obra já deu muitos sinais que tem vários abusos do ponto de vista urbanístico”.

“Começou muito mal com a alienação do terreno onde estava o quartel de bombeiros. Não podemos beneficiar um promotor que avançou com uma obra que não tinha autorização para fazer”, acrescentou.

Partilhando da mesma opinião, Ana Jara, do PCP, criticou que um quartel de bombeiros “sofisticado” tenha sido “demolido para dar lugar ao alargamento de uma unidade privada de saúde”.

Na reunião privada do executivo, que se realizou na manhã de sexta-feira, foi também aprovada uma proposta que visa a construção de um hotel e de uma galeria comercial no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.

Segundo fontes municipais, o documento mereceu os votos a favor do PS e PSD, a abstenção do CDS e do BE e os votos contra do PCP.

Em declarações, o vereador bloquista, Ricardo Robles, afirmou que “apesar de estarem respeitadas as características urbanísticas na intervenção”, tem “algumas reservas, em particular na disponibilidade para usufruto público de algumas das zonas que vão ter agora intervenção, nomeadamente na zona do hotel”.

Já a vereadora comunista Ana Jara, argumentou que o partido não acha “interessante mais um hotel para a cidade em geral” e que era preferível “uma expansão do projeto cultural do CCB”, já que “não há carência” de hotéis na capital.

Em Óbidos
A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária vai manter visitas de controlo ao aviário responsável pela praga de moscas em...

“Enquanto existirem evidências de infestação no local, são mantidas as visitas de controlo”, divulgou na semana passada a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), esclarecendo que aquele organismo tem feito “acompanhamento estreito” da Sociedade Avícola da Avarela, identificada como “agente causador” das pragas de moscas no concelho de Óbidos.

Num comunicado, a DGAV esclareceu que, em conjunto com a Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPLVT) e a Câmara Municipal de Óbidos, têm sido tomadas “medidas em conjunto” no sentido de solucionar os surtos de moscas.

A exploração, um aviário de perus, “tem implementado um Plano de Controlo de Moscas (PCM), utilizando produtos de combate a pragas de moscas no interior e exterior dos pavilhões”, mas, segundo a DGAV, numa visita efetuada à empresa no dia 19 de junho, “verificou-se a não aplicação de medidas corretas em função do grau de infestação”.

Em consequência, as referidas entidades determinaram, entre outras medidas, “a retirada de camas dos pavilhões, sujeitas a tratamento prévio com larvicida e adulticida, com notificação à DRAPLVT com 48 horas de antecedência”.

Posteriormente, no dia 03 de julho, após nova deslocação ao local, foi determinada “a desinfestação eficaz” das camas de aves de todos os pavilhões no prazo de uma semana “e a suspensão do exercício do Plano de Gestão de Efluentes (PGEP) aprovado pela DRAPLVT, “com interdição imediata de encaminhamento de efluentes para valorização agrícola”.

Foi ainda determinado o condicionamento do encaminhamento de efluentes e camas de aves, bem como da movimentação de animais vivos, “a autorização expressa caso a caso pela DRAPLVT, em articulação com a DGAV”.

A empresa ficou ainda obrigada à “implementação de um sistema de controlo eficaz e credível no prazo de uma semana” e à implementação imediata de todas as ações de controlo do plano de pragas.

Além destas medidas, o aviário vai ser obrigado a encerrar cinco pavilhões ilegais e fica impedido de receber novas aves até exterminar as larvas existentes na exploração.

Estas últimas medidas foram determinadas numa reunião entre a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT), a DRAPLVT, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Secretaria de Estado do Ambiente e a Câmara de Óbidos, realizada no dia 17 de julho.

As mesmas entidades determinaram ainda a obrigatoriedade de, nos pavilhões licenciados, haver um vazio sanitário entre as mudanças de bandos de aves num período de quatro semanas e que os efluentes da exploração sejam encaminhados para central própria.

A praga de moscas, que se repete desde 2007, levou a secretaria de Estado do Ambiente a solicitar a DRAPLVT a “tomada de medidas imediatas” para resolver o problema, do qual considerou o aviário de perus da Sociedade Avícola da Avarela, Lda. “causador inequívoco”.

Investigadora
A prática de exercício físico ajuda a prevenir e a tratar a Síndrome de Fígado Gordo Não-Alcoólico, disse a investigadora...

O projeto interdisciplinar, financiado pela Comissão Europeia no âmbito do programa Erasmus+, e pela União Europeia pelo fundo Marie Sklodowska-Curie do Horizonte, marca presença nos Jogos Europeus Universitários, que decorrem até 28 de julho, no Estádio Universitário de Coimbra, com várias atividades, de um ‘pedal bar’ passando por um inquérito sobre atividade física e uma banda desenhada sobre a doença de Fígado Gordo Não-Alcoólico (FiGNA).

O projeto foca-se sobretudo na “pesquisa biométrica sobre esta doença metabólica, um tópico quente pela incidência e prevalência, à volta de 25% da população europeia e mundial”, um número que poderá ser “um pouco mais alto” em Portugal.

A síndrome apresenta ainda uma ligação a obesidade, com “90% de incidência”, e a diabetes tipo 2, com “70% de prevalência”, e caracteriza-se por uma acumulação de gordura devido a hábitos alimentares e de vida mais sedentários.

“É muito preocupante. A gordura acumula-se no tecido adiposo e acaba depois por afetar os órgãos internos”, atirou.

Assim, um total de 13 investigadores trabalham na rede sobre a doença, que segundo as estimativas afeta uma em cada quatro pessoas, sendo que Mireia trabalha especificamente na área da comunicação das informações recolhidas.

“O que estou a tentar fazer é simplificar toda a informação para que chegue ao público, não daqui a 20 anos, quando já está tudo claro, mas já, para que as pessoas possam fazer o possível para o evitar, nomeadamente com exercício físico e hábitos alimentares”, explicou.

Vários fatores psicossociais contribuem para a prevalência de uma doença “difícil de diagnosticar” antes de começar a afetar o fígado, entre elas a condição económica, uma vez que “quem tem um ‘status’ económico mais baixo tem taxas mais altas de incidência”, mas também a cultura de pares e de cada país.

O desporto tem, assim, um papel fundamental, por atrair “muita atenção e por toda a gente amar desporto”, e o facto de “mover muitas pessoas é muito interessante”.

“Criámos um plano em cooperação com os Jogos Europeus Universitários em que pudéssemos ter a maior abrangência possível. Não só chegar aos atletas, que já praticam exercício, mas também a pessoas da cidade e visitantes que não sejam tão ativas”, afirmou.

O trabalho, que decorre no CNC sob a supervisão do presidente, João Ramalho Santos, além de Anabela Marisa Azul, incide também na criação de bandas desenhadas sobre os temas, para facilitar o acesso a informação.

Além de uma BD e de um inquérito sobre atividade física e os benefícios para a saúde, a equipa criou “crónicas no Diário de Coimbra”, além de vários vídeos e um ‘flyer’ informativo.

O objetivo é que os atletas sejam “embaixadores” e possam “fazer refletir parte de Coimbra e quem vem desfrutar do desporto sobre a própria atividade física”.

A estudante, de 26 anos, formou-se em Ciências Biomédicas na Universidade de Barcelona, antes de concluir um mestrado em Neurociências na Universidade de Maastricht, na Holanda, antes de se mudar para o Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) para um doutoramento em Comunicação de Ciência.

Segundo a investigadora, as parcerias multidisciplinares, como a que foi criada dentro da rede Foie Gras, são “sempre úteis, porque a academia, como o desporto, fica muito fechada em si”, e os dois meios podem juntar-se para reduzir “o fosso de conhecimento entre a academia e a sociedade”, com os agentes desportivos a agirem como intermediários.

“Também somos parte da herança que os Jogos Universitários vão trazer a Coimbra, e acho que é mutuamente benéfico”, completou.

A quarta edição dos Jogos Europeus Universitários decorre até 28 de julho e traz 13 desportos diferentes a Coimbra, com a participação de cerca de 4.500 atletas – a sua maioria campeões nacionais universitários nas 13 modalidades em competição, entre eles cerca de 450 portugueses -, de 295 universidades de 40 países.

O que são?
Algumas das zoonoses mais comuns são a Febre escaro-nodular, vulgarmente conhecida como Febre da Car
Criança e cão para ilustrar as zoonoses

O que são zoonoses?

São infeções adquiridas em contato com animais de estimação, como cão ou o gato, e ainda pela ingestão de carne contaminada de animais como a vaca ou o porco. Outras doenças podem ser contraídas através do contato não desejado com ratos, moscas e baratas, principalmente através da ingestão de água ou alimentos contaminados. Em suma, precisam sempre de um hospedeiro humano na sua cadeia de sobrevivência.

A Febre da carraça ou Febre escaro-nodular

A febre escaro-nodular é uma zoonose, benigna, com maior incidência nos meses mais quentes (abril a setembro). É uma doença infeciosa causada por uma bactéria – rickéttsia conorri que infeta o ser humano após picada de uma carraça. A doença caracteriza-se por febre moderada ou alta, dores nos músculos e de cabeça, náuseas, vómitos e perda de apetite.

Apesar de poder atingir todos os grupos etários, os grupos mais afetados são as crianças entre 1 e 14 anos, seguidos do grupo etário entre os 55 e os 64 anos, segundo as estatísticas, pois esta é uma doença de declaração obrigatória.1

A febre escaro-nodular tem um período de in­cubação média de 3 a 7 dias e necessita de tratamento com antibiótico, prescrito pelo médico. Na fase inicial da doença surgem sintomas como dores de cabeça, sensibilidade à luz, dores articulares, cansaço generalizado, vómitos e diarreia. Após 3 dias, surge febre elevada, acompanhada de manchas e pápulas/nódulos na pele (exantema maculo-papular), que não causa comichão (prurido) e que se pode disseminar por todo o corpo, sendo mais frequentes nas palmas das mãos e plantas dos pés. Segue-se o período de convalescença, caracterizado por ausência de febre e melhoria gradual do cansaço, com uma duração de 2 a 3 semanas.

A tríade clássica diagnóstica é caracterizada por febre, exantema e a ferida da picada que originou o contágio (escara de inoculação). O achado característico por excelência é o da escara de ino­culação mas é também o que mais frequentemente está ausente. Deve ser atentamente pesquisada, por se encontrar quase sempre em zonas escondidas da pele: virilhas (pregas inguinais), orelhas e nas pregas debaixo da mama (regiões inframamárias).

Como se previne a picada da carraça?

A doença é transmitida ao homem através da picada de uma carraça infetada com a bactéria – rickétsia.

Se tem cães ou outros animais domésticos, deve sempre inspecioná-los para verificar se têm carraças e também colocar-lhes coleiras com repelente, apropriadas para o efeito ou fazer a sua prevenção com a aplicação dos produtos adequados.

Outro cuidado importante a ter é com as zonas de vegetação de baixa ou média altura são as áreas de maior risco de ser picado por uma carraça. Assim, se for para o campo:
- Evite áreas infestadas de carraças;
- Use roupa de cores claras, cobrindo os braços e as pernas, colocando se possível, as calças dentro das botas ou meias;
- Inspecione o corpo e as roupas e retire com cuidado e sem esmagar qualquer carraça encontrada;
- Especial atenção deve ser dada à cabeça, pregas da pele, em especial junto dos genitais e pescoço das crianças.

Como reagir se for picado por uma carraça?

O verão é a época em que surgem mais casos pelo que, sempre que andar em áreas onde possa haver carraças, faça uma inspeção do corpo, para ver se não ficou com alguma agarrada.

Se encontrar alguma agarrada à pele, proteja as suas mãos com um papel ou com luvas para não entrar em contacto direto com a carraça e use uma pinça para retirá-la:
- Pegue na carraça com a pinça, bem perto da pele, com cuidado;
- Puxe devagar, até que todo o corpo da carraça saia, não o torcendo, para evitar que fique algum fragmento da carraça na pele;
- Lave as mãos com água e sabão;
- Limpe a picada da carraça com um líquido desinfetante ou com água e sabão;

Após a picada de uma carraça, se surgir febre, dores musculares e de cabeça, náuseas, vómitos e perda de apetite, entre 2 a 14 dias deve de imediato recorrer ao médico.

Leptospirose

Leptospirose também é uma zoonose, geralmente benigna, com maior incidência no período de verão ao outono. É uma doença infeciosa causada por uma bactéria – leptospira, transmitida por água ou alimentos infetados com urina de ratos ou outros roedores. A doença caracteriza-se por formas em que as manifestações clinicas não são muito evidentes, mais ligeiras, até formas graves, podendo mesmo levar à morte.

Tem maior incidência, segundo as estatísticas, no grupo etário entre os 45 e os 54 anos. Esta é, igualmente, uma doença de declaração obrigatória.

A Leptospirose tem um período de incubação que dura em média 10 dias, podendo no entanto variar entre 2 a 26 dias. Necessita de tratamento com antibiótico, prescrito pelo médico e, em casos mais graves da doença, de internamento hospitalar. Na fase inicial da doença surge febre elevada, dores de cabeça e musculares, vómitos, diarreia, manchas e pápulas na pele (exantema maculo-papular), tosse e dor no peito.

Como se previne a leptospirose?

Os principais reservatórios da leptospira são os roedores (ratos e ratazanas). No entanto, outras espécies de mamíferos podem ser infetados, como os cães, porcos, bovinos, ovinos. O animal infetado elimina as leptospiras pela urina ao longo da sua vida. O Homem é infetado através do contato direto com os animais (mordedura) ou indiretamente através do contato com a pele e mucosas com o solo, água ou vegetação contaminados com urina. Dificilmente existe transmissão de uma pessoa para outra.

Muitas vezes a leptospirose aparece associada a prática de atividades de lazer (pescadores ou banhistas) ou a certas profissões, como é o caso dos trabalhadores em minas, esgotos ou na agricultura.

A exposição também pode ocorrer por penetração das leptospiras através de pequenas feridas da pele. Tem-se verificado nos últimos anos uma tendência para o aumento da transmissão em contexto recreativo e não tanto laboral.

Assim, para evitar a transmissão da doença:
- Evite o contato com água ou lama que possam estar contaminados pela urina de rato. Pessoas que trabalham na limpeza de entulhos, desentupimento de esgotos ou mesmo na agricultura, devem usar botas e luvas de borracha.
- Use água tratada para beber, lavar alimentos e hortaliças.
- Mantenha alimentos fora do alcance dos animais.
- Além do rato, o cão, o gato e animais silvestres podem causar a doença, pelo que a vacinação dos animais domésticos é indicada, devendo ser feitos reforços periódicos.

Se tiver algum sintoma de leptospirose, ou alguma dúvida sobre o assunto, vá até a unidade de saúde mais próxima. A leptospirose tem cura. Basta ser tratada a tempo.

1As doenças infeciosas podem constituir um perigo para a comunidade. Por isso, o médico, quando tem conhecimento da ocorrência de uma dessas doenças, designadas por doenças de declaração obrigatória, deve preencher o Boletim de Declaração Obrigatória. O objetivo é diminuir o risco de contágio dessas doenças.

Bibliografia
SPEIDEL, A., et al. Leptospirose: casuística do Serviço de Infecciologia do Centro Hospitalar de Coimbra 1990-2007. 2008.
LOURO, Emília, et al. Febre escaro-nodular: uma zoonose benigna?. 2006.
DIREÇÃO-GERAL DA SAÚDE. Doenças de Declaração Obrigatória 2009-2012. Vol.1 Lisboa. 2013.

Artigos relacionados

Parasitoses intestinais

O cão, fonte de inspiração!

Animais de estimação

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Estudo
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados exprimiu preocupação pelos elevados níveis de anemia e problemas de...

O comunicado daquela agência da ONU analisa os progressos feitos até ao momento e destaca algumas tendências, com base nos indicadores do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), em relação à saúde pública, reprodutiva, nutricional, alimentar e também em matéria de água e higiene, num total de 37 operações.

Segundo os resultados do estudo, detetaram-se níveis críticos de anemia infantil em mais de 50% dos assentamentos em 2017, enquanto que apenas 3% cumpriam os padrões estabelecidos, com uma prevalência menor de 20%.

Em relação aos problemas de crescimento resultantes de malnutrição, o ACNUR descobriu que apenas 25% dos locais atingiram níveis aceitáveis de atraso de crescimento em menores de cinco anos, reportando que a importante presença de malnutrição se deve à redução de rações alimentares e serviços básico nas operações, resultado da falta de financiamento.

Cerca de 60% dos assentamentos estudados cumpriram os padrões internacionais de malnutrição aguda, uma pequena melhoria em relação a 2016.

O ACNUR também destacou que a taxa de mortalidade infantil, um importante indicador do impacto da saúde em situações de emergência, se manteve globalmente estável com uma média de 0,4 mortos em cada 1.000 crianças refugiadas, por mês, confirmando a tendência de descida observada desde 2011.

Em matéria de saúde reprodutiva, registaram-se melhorias, uma vez que nove em 10 partos, em mais de 83% das operações estudadas, foram realizados por um trabalhador médico especializado, uma melhoria de 26% em relação a 2016.

Além disso, cerca de 500.000 mulheres refugiadas grávidas receberam acompanhamento pré-natal em 135 assentamentos em 21 operações analisadas.

Em 2017 realizaram-se mais de oito milhões de consultas em centros médicos, um aumento de 10% em respeito ao ano passado, sendo que nove em 10 refugiados atendidos sofriam de doenças transmissíveis, o que segundo o ACNUR demonstra a importância do investimento em serviços de prevenção.

A agência destaca também que conseguiu manter o volume de água fornecido aos refugiados nos 21 litros por pessoa e dia, superando os padrões mínimos de 20 litros por dia, assumindo no entanto que o padrão máximo de 20 pessoas por cada sanita ainda não foi superado, apesar das melhorias.

O ACNUR concluiu que apesar de terem sido alcançados valores recorde em relação ao número de deslocados e refugiados, continuam bem encaminhados os serviços médicos destinados ao tratamento.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde assinou hoje um protocolo com noves empresas de transportes públicos de Lisboa e do Porto, para...

“Estamos no caminho de perseguir aquilo que é o plano da saúde para 2020”, afirmou Diogo Cruz, durante a assinatura do acordo, que decorreu no Museu da Carris, em Lisboa, e contou com a presença dos secretários de Estado adjuntos da Saúde e do Ambiente.

O subdiretor-geral da Saúde vincou que “a prevenção é a forma mais eficaz” de combater doenças, considerando, por isso, que para “levar a bom porto esta mudança, a literacia de saúde é um ponto-chave”.

O protocolo prevê a divulgação de, pelo menos, duas campanhas por ano nas empresas de transporte Carris, Metropolitano de Lisboa, Transtejo, Transportes Sul do Tejo (TST), Fertagus, Rodoviária de Lisboa, Vimeca, SCTP e Metro do Porto, que, juntas, transportam mais de um milhão de pessoas diariamente, indicaram.

As campanhas vão incidir sobretudo “na promoção da alimentação saudável, exercício físico e controlo de tabagismo”, referiu Diogo Cruz.

“Temos de sair das nossas portas e chegar à população”, vincou, elencando que este protocolo vai ajudar a “tomar decisões na adoção e manutenção de um estilo de vida mais saudável”.

“Vamos dar um pequeno passo para que se possa ter um Portugal mais saudável”, rematou.

Em consonância com Diogo Cruz, o secretário de Estado adjunto da Saúde, Fernando Araújo, destacou, durante a cerimónia, a importância da “literacia da saúde”.

“Os portugueses fazem escolhas menos saudáveis por falta de informação robusta e credível”, vincou, referindo que as campanhas visam “combater desigualdades na saúde”.

Fernando Araújo acrescentou que a “grande batalha” é a “prevenção da doença e a promoção da saúde”, elencando que estas campanhas não têm “efeitos imediatos”, mas “vão ter daqui a cinco ou dez anos”.

O governante lembrou também os protocolos estabelecidos com quatro estações televisivas e com uma cadeia de cinemas, acrescentando que, no último caso, a sensibilização esteve disponível em “30 mil sessões” de cinema.

O secretário de Estado adjunto do Ambiente, José Mendes, disse que “quer a saúde, quer a mobilidade são bens de primeira necessidade” e que a prevenção “é um exercício no qual os protagonistas são os cidadãos”.

“Estamos todos no mesmo barco, no mesmo autocarro, no mesmo comboio”, finalizou.

Escola Superior de Biotecnologia
A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto está a participar num projeto europeu que visa...

"Todos os anos são detetados cerca de 23 milhões de novos casos de doenças relacionadas com infeções alimentares e registadas cerca de 500 mortes por alergia, contração de bactérias, parasitas ou toxinas", informou a Escola Superior de Biotecnologia (ESB).

Em Portugal, tal como nos outros países europeus, os agentes responsáveis pelo maior número de toxi-infeções alimentares são a 'Campylobacter' e a 'Salmonella', tendo sido registados, em 2016, 366 e 376 casos, respetivamente, de acordo com a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA).

"Apesar do menor número de casos de listeriose [infeção causada pela bactéria 'Listeria monocytogenes'] registados (31), a percentagem de hospitalizações para esta infeção foi de 100%, registando-se, ainda, sete mortes", disse à agência Lusa a investigadora da ESB Paula Teixeira.

Segundo a ESB, as mudanças e reformulações dos padrões de alimentação, a par das alterações das regras de segurança e higiene da indústria, "são cada vez mais rápidas, o que causa uma certa insegurança na população mundial, nomeadamente sobre o que será uma alimentação correta e segura".

Através do projeto SafeConsumE pretende-se desenvolver "estratégias eficazes, sustentáveis e cientificamente validadas", que permitam às autoridades alimentares, à indústria e à comunidade científica ajudar os consumidores na Europa.

Esta iniciativa recebeu, a nível nacional, um financiamento de cerca de 10 milhões de euros, por parte do Horizonte 2020 - programa de investigação e inovação da União Europeia -, que irá permitir à ESB criar ferramentas, tecnologias e produtos.

Dentro dessas tecnologias figuram termómetros de cozinha "mais fáceis de utilizar", equipamentos "mais fáceis de limpar", cozinhas projetadas de forma a minimizar os riscos de contaminação cruzada, produtos de higiene alternativos e materiais educativos, dependendo das necessidades identificadas.

Serão também criadas estratégias de comunicação, programas de educação e modelos políticos "mais dinâmicos, inclusivos e sustentáveis", com vista a garantir a segurança alimentar europeia.

O comportamento do consumidor, avançou Paula Teixeira, é definido como "as ações que afetam o risco de infeção veiculada por alimentos em todas as fases, tanto na escolha ou compra, como no armazenamento e na preparação dos alimentos".

Atualmente, continuou, as estratégias existentes para a mitigação de riscos através de alterações do comportamento do consumidor parecem não estar a ter a eficácia pretendida.

Segundo a especialista, muitos dos casos de toxi-infeção alimentar ocorrem em casa e na sequência de um pequeno número de práticas erradas, mas que, no entanto, essas práticas não decorrem, maioritariamente, da falta de conhecimento.

"Perceber quais são, realmente, as barreiras à adoção de comportamentos seguros permitirá definir as melhores estratégias de comunicação de risco, que irão traduzir-se em alterações de comportamentos e, consequentemente, na diminuição do impacto do problema de saúde pública grave que as toxi-infeções alimentares representam", salientou.

Paula Teixeira defende que a implementação de boas práticas na preparação e na conservação de alimentos contribuirá igualmente para a redução do desperdício alimentar em ambiente doméstico, que tem um efeito ambiental negativo, principalmente ao nível da energia, da água e das matérias-primas.

"As estimativas mais recentes revelam que 70% do desperdício de alimentos ocorre ao nível familiar e está, frequentemente, relacionado com considerações de segurança alimentar. Será seguro consumir determinado alimento? Em caso de dúvida, o consumidor opta por deitar o produto fora", contou.

No SafeConsumE, coordenado pelo NOFIMA (Noruega), participam parceiros de 14 países europeus, destacando-se, a nível nacional, a ESB, o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, o Ministério da Educação e o Instituto de Ciências e Tecnologias Agrárias e Agroalimentares da Universidade do Porto (ICETA).

 

Direção-Geral da Saúde
O Serviço de Cardiologia, o Bloco Operatório e o Serviço de Sangue e de Medicina Transfusional do Serviço de Saúde da Região...

Em comunicado divulgado hoje, o Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) diz que a acreditação de qualidade pela Direção Geral da Saúde (DGS) é feita com base no Modelo de Acreditação ACSA Internacional.

O serviço do Bloco Operatório do SESARAM, dirigido pelo médico cirurgião Miguel Reis e a enfermeira chefe Rita Silva, é a terceira unidade de saúde do país certificada nesta área. A primeira foi o Bloco Operatório do Hospital dos SAMS (2016) e a segunda o Bloco Operatório do Centro Hospitalar do Barreiro Montijo (2017).

Os três serviços da Madeira agora acreditados juntam-se aos dez serviços do SESARAM já acreditados pela mesma entidade no ano de 2017: Serviço de Anestesiologia, Serviço de Medicina Intensiva, Serviço de Cirurgia Cardiotorácica, Serviço de Ginecologia/Obstetrícia, Serviço de Patologia Clínica, Unidade de Cuidados Paliativos, Centro de Saúde de Machico, Centro de Saúde Santo António, Centro de Saúde da Ribeira Brava e Centro de Saúde do Caniço.

Este modelo de acreditação da qualidade adotado pelo SESARAM baseia-se no modelo ACSA da Agência de Qualidade Sanitária de Andaluzia, adotado pela União Europeia para acreditação dos serviços de saúde.

Até ao final do ano de 2018, o SESARAM prevê que mais dois serviços clínicos conquistem também esta acreditação de qualidade por parte da DGS/modelo ACSA, nomeadamente a Pediatria e a Cirurgia Pediátrica.

No SESARAM são já 13 os serviços acreditados com qualidade, num universo global de 129 unidades de saúde certificadas pela DGS no país.

A acreditação agora obtida pelos serviços é válida pelo período de cinco anos.

Dia do Transplante
Portugal é um dos países com maior sucesso a nível da Transplantação.

A transplantação é uma técnica substitutiva da função de um órgão que permite em certos casos a cura da doença de base e, noutros, um tratamento duradouro com melhoria significativa da qualidade de vida.

O transplante envolve a colheita de um órgão (enxerto) de um dador, vivo ou cadáver, e uma cirurgia para implantação do enxerto no recetor.

Nos últimos anos a lista de órgãos passíveis de ser transplantados tem vindo a aumentar com os inúmeros avanços científicos sobretudo nas áreas da cirurgia e da imunologia. Os resultados do transplante dependem de diversos fatores. Entre os mais relevantes estão a compatibilidade entre o dador e o recetor e a correta utilização dos imunossupressores.

Em todo o mundo o principal órgão sólido a ser transplantado é o rim seguido do fígado, do coração e do pulmão. Portugal segue esta tendência internacional, embora o número de transplante de pâncreas seja atualmente superior ao de transplante pulmonar.

Portugal é um dos países com maior sucesso a nível da Transplantação. Em 2016 (últimos dados oficiais publicados) realizaram-se m Portugal 864 transplantes, um número recorde que colocou Portugal no sexto lugar na lista de países com mais transplantes. Em termos de taxa de doadores somos mesmo o terceiro país do mundo (com 32,6 dadores por milhão de habitantes) apenas atrás da Croácia (39,5) e da Espanha (43,8). Ainda assim a nossa taxa de dadores vivos continua abaixo do desejável pelo que as ações de sensibilização para esta prática devam ser incentivadas e publicitadas.

Desde 2009 que se assinala em Portugal o dia do Transplante, a 20 de julho.

Este ano o dia será assinalado em Coimbra, com o Tema “O Transplante e as artes” numa iniciativa que reunirá uma vez mais doentes, dadores, familiares, amigos e profissionais de saúde. Com este evento pretende-se uma partilha de conhecimentos e experiências, mas também uma divulgação e sensibilização da população em geral para as temáticas da transplantação.

Estas iniciativas são importantes para ajudar a eliminar receios e promover uma cultura de dádiva, ainda pouco presente na nossa população e na formação dos nossos profissionais de saúde, que poderá ajudar a aumentar os números e a qualidade do programa nacional de transplantação

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Função pública
A medida entra em vigor em setembro e vai abranger qualquer tipo de consulta.

Os beneficiários da ADSE vão passar a ter um limite de 24 consultas pagas por ano. A medida aplica-se a todas as consultas em médicos com ou sem acordo com este subsistema de saúde.

A decisão foi comunicada na quinta-feira aos representantes dos beneficiários numa reunião e entra em vigor em setembro, tendo sido inicialmente proposta pelos representantes dos beneficiários, incluindo sindicatos.

Um desses membros, José Abraão, confirmou à TSF a informação inicialmente avançada pelo jornal Publico e diz que faz sentido.

"Temos de ter em consideração a necessidade de criar as condições para não só combate ao excesso e ao abuso, mas também ter em consideração a sustentabilidade da própria ADSE enquanto fundamental para um milhão e 200 mil pessoas e para os aposentados e trabalhadores da administração pública", explica.

José Abraão adianta, no entanto, que "este limite poderá ser excedido desde que haja justificação médica" e, assim sendo, o utente poderá ter mais de 24 consultas por ano.

 

ONG alerta
Moradores de áreas rurais estão a ser envenenados no Brasil por pesticidas espalhados em plantações perto das suas casas,...

O relatório, denominado "Você não quer mais respirar veneno", destacou danos causados em sete comunidades rurais do Brasil, incluindo comunidades agrícolas, comunidades indígenas, quilombolas (comunidades afro-brasileiras) e escolas rurais em diferentes estados do país.

Segundo a Human Rights Watch (HRW), os casos de exposição de agrotóxicos no Brasil geralmente ocorrem quando o pesticida é despejado fora do alvo ou quando se evapora e atinge as áreas adjacentes nos dias após a pulverização.

"Pesticidas pulverizados em grandes plantações envenenam crianças nas suas salas de aula e aldeões nos seus quintais por todo o Brasil rural", frisou Richard Pearshouse, autor do estudo e um dos responsáveis do setor de meio ambiente e direitos humanos da HRW.

"As autoridades brasileiras precisam de impedir essa exposição tóxica e garantir a segurança daqueles que falam contra os danos que os pesticidas causam às suas famílias e comunidades", acrescentou o investigador.

Além dos problemas de saúde, muitos moradores de comunidades rurais têm sido ameaçados e temem represálias de fazendeiros se denunciarem os casos de envenenamento.

Membros de cinco das sete comunidades visitadas pela HRW durante a realização do relatório disseram ter recebido ameaças ou que temiam retaliações se relatassem que acreditavam terem sido vítimas de algum tipo de envenenamento.

Um dos casos citados aconteceu em maio de 2013, quando um avião pulverizou pesticidas sobre a escola São José do Pontal, no assentamento rural Pontal dos Buritis, em Rio Verde, no estado brasileiro Goiás, envenenando cerca de 90 crianças e adultos.

Os estudantes afetados permaneceram no hospital por alguns dias com sintomas que variaram de tontura, diarreia, dores de cabeça severas a problemas de pele, fígado, rins e respiração.

"O professor da escola, no momento da pulverização, que exigiu assistência médica para os afetados e controlos mais rigorosos de pesticidas no município, disse à Human Rights Watch que recebeu inúmeras ameaças", relatou a ONG.

Além do desconforto sentido pela população ao ter contacto com os agrotóxicos, o estudo lembra que a exposição crónica a este tipo de produto, inclusive com baixas doses, está associada à infertilidade, impactos negativos no desenvolvimento fetal, câncer e outros efeitos graves para a saúde.

Por isso, a HRW frisou que "o Brasil não deve permitir a pulverização de pesticidas de aviões sobre casas de pessoas ou de tratores ao lado de janelas de salas de aula. Por uma questão de urgência, o Brasil deve impor uma moratória na pulverização aérea e criar uma zona de amortecimento para pulverização de solo próximo a locais sensíveis".

O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. As vendas anuais atingem os 10 mil milhões de dólares (8,5 mil milhões de euros).

Em 2014, cerca de 1,5 milhões de toneladas foram vendidas para compradores brasileiros, dado que indica o uso de cerca de 7,5 quilos de pesticidas por pessoa no Brasil a cada ano.

Nos próximos meses, o Congresso do país votará um projeto de lei que pode enfraquecer ainda mais a regulação do uso de pesticidas.

Uma comissão parlamentar especial aprovou um projeto que reduz substancialmente o papel de fiscalização dos Ministérios da Saúde, Meio Ambiente, e de as agências com experiência em detetar os impactos causados pelo uso de pesticidas.

O projeto também propõe a substituição do termo legal agrotóxicos por produtos fitossanitários.

"Em vez de enfraquecer as leis, o Brasil precisa de controlos mais rígidos e de um plano de ação nacional para reduzir o uso dos pesticidas", criticou Richard Pearshouse.

"O Congresso deveria votar contra a atual lei e, em vez disso, pedir aos ministérios relevantes que realizem uma revisão nacional dos principais impactos dos pesticidas na saúde humana e no meio ambiente", concluiu o especialista da HRW.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões de Portugal continental e do arquipélago da Madeira estão hoje em risco muito elevado de exposição à radiação...

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou em risco muito elevado os distritos de Portalegre, Coimbra, Lisboa, Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Viseu, Vila Real, Coimbra, Leiria, Setúbal, Guarda, Évora, Beja, Viseu, Castelo Branco, Santarém e Faro no continente, o arquipélago da Madeira e as ilhas das Flores, São Miguel, Faial e Terceira, nos Açores.

Em risco elevado está apenas o distrito de Bragança, segundo o IPMA.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se até meio da manhã, geralmente muito nublado no litoral oeste a sul do rio Douro e interior do Alentejo e com períodos de maior nebulosidade nas restantes regiões do interior.

Está também previsto um aumento temporário de nebulosidade no interior a norte da serra da Estrela até meio da tarde, com condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros e trovoadas.

A previsão aponta também para vento fraco a moderado do quadrante norte, tornando-se moderado a forte de noroeste e com rajadas até 60 quilómetros por hora no litoral oeste e terras altas a partir do final da manhã, e soprando de sudoeste moderado na costa sul do Algarve durante a tarde.

Está ainda prevista neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais e pequena subida da temperatura mínima no interior Centro e Sul.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 13 graus Celsius (na Guarda) e os 18 (em Faro e Lisboa) e as máximas entre os 23 (em Viana do Castelo, Porto e Leiria) e os 31 (em Faro, Évora, Beja e Castelo Branco).

A Madeira prevê para hoje céu com períodos de muita nebulosidade, possibilidade de ocorrência de períodos de chuva fraca ou aguaceiros fracos para o final do dia e vento fraco a moderado de nordeste, soprando moderado no extremo leste da ilha e em alguns locais montanhosos.

No Funchal as temperaturas vão variar entre os 19 e os 26 graus Celsius.

Para o grupo ocidental dos Açores (Flores e Corvo) prevê-se céu muito nublado com boas abertas e vento nordeste moderado, tornando-se bonançoso.

No grupo central (Graciosa, S. Jorge, Terceira, Faial e Pico) prevê-se céu muito nublado com boas abertas, possibilidade de aguaceiros fracos e vento nordeste bonançoso a moderado.

Para o grupo oriental (S. Miguel e Santa Maria) está previsto céu muito nublado com boas abertas, possibilidade de aguaceiros fracos e vento nordeste moderado a fresco com rajadas até 50 quilómetros por hora, tornando-se bonançoso.

Em Santa Cruz das Flores, na Horta e em Angra do Heroísmo as temperaturas vão oscilar entre os 19 e os 24 graus e em Ponta Delgada entre os 18 e os 25.

Nova Iorque
A empresa canadiana de marijuana medicinal Tilray começou na quinta-feira a cotar na bolsa nova-iorquina, integrada no índice...

A Tilray, que se dedica à investigação, ao cultivo, ao processamento e à distribuição de marijuana medicinal a nível global, foi a primeira do seu género a fazer uma oferta pública inicial de ações numa bolsa dos EUA.

A estreia bolsista foi feita sob a etiqueta "TLRY", com uma oferta de nove milhões de ações e um preço de referência de 17 dólares (14,6 euros). Depois da subida de 31,71% no dia da estreia, o valor do título Tilray encerrou a sessão nos 22,39 dólares.

A empresa recolheu 153 milhões de dólares na sua abertura de capital e o seu valor de mercado atingiu os 1,43 mil milhões de dólares, segundo os analistas, que localizaram a maior parte dos novos investidores nos EUA.

Esta empresa especializada soma-se a outras duas empresas relevantes da marijuana canadiana que já estavam presentes no mercado dos EUA, a Cronos, que se estreou no Nasdaq, em fevereiro, e a Canopy, que começou em maio.

Estas duas empresas já estavam cotadas em bolsas canadianas, ao contrário da Tilray, que escolheu os EUA para fazer a sua oferta pública inicial, coincidindo com um momento em que o Canadá se prepara para legalizar a planta com fins recreativos, no próximo mês de outubro.

A Tilray é controlada pela sociedade de investimentos Privateer, dos EUA, que tenciona ficar com parte da receita obtida agora e destinar outra parte ao financiamento de novas instalações de cultivo e processamento no Ontário.

Páginas