Estudo
Investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) estão a desenvolver um projeto que usa a...

Intitulado “Together We Stand”, o projeto recebeu um financiamento superior a 210 mil euros da Fundação para a Ciência e a Tecnologia com o objetivo de desenhar e avaliar uma intervenção em autogestão da doença centrada na família para pacientes adultos em hemodiálise e seus familiares.

Daniela Figueiredo, do CINTESIS e docente da Universidade de Aveiro, é a investigadora principal deste estudo, que envolve outros investigadores, designadamente Óscar Ribeiro e Constança Paúl.

“A intervenção parte do pressuposto de que uma condição de saúde como a insuficiência renal crónica terminal não atinge apenas o paciente, mas cada membro da família e a família como sistema ou unidade. Neste sentido, será desenvolvido um programa psico-educativo com o objetivo de capacitar o doente e os seus familiares para uma melhor gestão da doença e adaptação funcional à mesma”, explica Daniela Figueiredo, em comunicado.

Composta por seis ou oito sessões, no formato de grupos de discussão multifamílias, esta intervenção deverá contribuir para aumentar a adesão dos pacientes aos tratamentos de hemodiálise.

Segundo os investigadores do CINTESIS, “a prevalência de não adesão é elevada. A não adesão à restrição de líquidos, por exemplo, pode ascender aos 60%, enquanto a frequência inadequada das sessões pode atingir os 35%”.

“A hemodiálise é muito exigente para a pessoa com insuficiência renal crónica terminal, mas também para os familiares mais próximos que representam a sua principal fonte de apoio. Os tratamentos exigem mudanças muito significativas no estilo de vida, pois os pacientes têm de aderir a um regime de tratamento complexo que implica frequentar sessões de hemodiálise três a quatro vezes por semana, entre quatro a cinco horas por sessão”, sublinha Daniela Figueiredo.

Com efeito, acrescenta, “a família presta frequentemente apoio emocional, isto é, ajuda a gerir as emoções que decorrem do impacto dos tratamentos hemodialíticos, ajuda na gestão medicamentosa, no cuidado do acesso vascular, a reestruturar toda a vida social, incluindo as viagens de férias, acompanha o paciente às consultas e sessões de diálise. Ou seja, toda a família tem de se reorganizar para se adaptar a esta nova condição e isso, por vezes, também pode levar à sobrecarga de quem está mais próximo”.

A investigadora refere que “existe uma associação entre a taxa de sobrevivência destes pacientes e o suporte familiar. Por exemplo, a perceção de elevado suporte familiar tem sido associada a uma maior taxa de utilização de serviços de saúde por parte de pessoas com esta condição. Neste sentido, também é importante apoiar os familiares de forma a evitar a disrupção do apoio que prestam à pessoa com insuficiência renal crónica terminal”.

Espera-se também que a intervenção centrada na família surta efeitos mais significativos, quando comparada com outros métodos, no ajustamento psicossocial de pacientes e familiares, ajudando a manter a mudança comportamental a médio prazo e a prevenir a rutura do suporte familiar.

“A depressão é, sem dúvida, um dos mais importantes sinais de desajustamento, com valores que de prevalência que podem variar entre os 12%-40%. Tem-se verificado que a depressão, por sua vez, se associa a uma má nutrição e desadequada adesão aos tratamentos hemodialíticos e regime medicamentoso. Existem até alguns estudos que observaram a depressão como fator preditor de desistência da hemodiálise”, afirma a investigadora.

A hemodiálise é uma terapêutica substitutiva da função renal usada em pessoas com insuficiência renal. Os outros são a diálise peritoneal e o transplante renal. Quando os rins falham, a hemodiálise permite eliminar os resíduos tóxicos do organismo. Uma vez iniciada, deve ser feita até ao final da vida, ou até que surja um rim para transplantar.

De acordo com os dados disponibilizados pelo CINTESIS, “em Portugal, há cerca de 12 mil doentes a fazer hemodiálise, dos quais 60% têm mais de 65 anos de idade”.

Especialista explica tudo o que precisa saber
A dor não é, só por si, uma doença, mas antes um sintoma que faz parte do quadro clínico de inúmeras

Conceitos Gerais

De uma forma ou de outra, todas as pessoas, ao longo das suas vidas, sofrem de dores. Esta premissa aplica-se a todas as idades e grupos étnicos, ao género masculino e ao feminino, às classes económicas mais altas e mais baixas, a todos os graus de escolaridade e a todas as populações, variando apenas a sua forma de apresentação e o modo como a dor é experienciada.

A dor não é, só por si, uma doença, mas antes um sintoma que faz parte do quadro clínico de inúmeras doenças naturais ou acidentais: feridas, fracturas, luxações, queimaduras, panarícios, apendicites, cólicas renais, hepatites, cancros, enxaquecas, nevrites, amigdalites, pneumonias, otites, abcessos dentários, enfartes agudos do miocárdio, artroses, hérnias discais, tendinites, torcicolos, gota, glaucoma, artrite reumatoide, fibromialgia e tantas outras.

A dor também pode ser iatrogénica, isto é, provocada por profissionais de saúde durante ou após algumas intervenções terapêuticas e diagnósticas mais ou menos “agressivas”, como intervenções cirúrgicas, anestesias raquidianas, punções lombares, biópsias, tratamentos dentários, algaliações, injecções, tratamento de feridas, massagens, manipulação de articulações, cateterismos, punções arteriais, colonoscopias e até para uma simples colheita de sangue para análises.

A dor surge naturalmente e faz parte de diversas situações fisiológicas, como sucede no decurso dos partos, quando a bexiga está muito cheia, quando há uma vontade imperiosa de defecar ou ao fazer alongamentos musculares.

A dor constitui muitas vezes um sinal do organismo para a presença de uma doença, funciona como um aviso para nos afastarmos de um perigo (fonte de calor que nos queima, animal que nos pica ou morde), pode alertar-nos para necessidades fisiológicas (urinar ou defecar) e informar-nos sobre a iminência de lesões musculares ou articulares, no decurso das actividades físicas, mas também pode existir sem uma base física reconhecida (dor psicogénica).

A dor pode ser provocada por muitos mecanismos diferentes, que vão dos traumatismos (picadas, contusões, entorses, distensões, incisões…) às queimaduras (provocadas por calor, frio, radiações ou agentes químicos), passando por processos inflamatórios e infecciosos (causam edema, levam à destruição de células e induzem a produção de moléculas agressivas), isquémia (falta de aporte de sangue aos tecidos por oclusão de vasos sanguíneos), anóxia (deficiente oxigenação dos tecidos), compressão de órgãos (por tumores, abcessos, hematomas, bridas, aderências) ou obstrução de órgãos tubulares (tubo digestivo, vias biliares, urinárias ou respiratórias).

A dor pode apresentar-se de muitas formas e ter diferentes graus de intensidade, tendo uma elevada componente emocional e uma grande variação interpessoal (é percebida e interpretada de forma diferente por cada pessoa) e intrapessoal (para o mesmo estímulo doloroso, uma determinada pessoa pode sentir a dor de forma diferente consoante as circunstâncias de cada momento).

A Associação Internacional para o Estudo da Dor considera a dor como uma experiência multidimensional desagradável, envolvendo componentes físico-sensoriais e emocionais, associada a uma lesão tecidular (concreta ou potencial) ou descrita em função dessa lesão.

Embora a dor seja quase sempre considerada como uma experiência desagradável, algumas pessoas sentem prazer em ter dor (masoquismo) e até a provocam deliberadamente ou a aceitam voluntariamente (autoflagelação em actos religiosos, expiação de pecados, praxes, rituais de iniciação da puberdade, demonstração de valentia, piercings, tatuagens, cirurgias plásticas, práticas sexuais masoquistas, auto-mutilação em contexto psiquiátrico, etc.).

Por outro lado, existem pessoas que sentem prazer em provocar dor a outras pessoas ou animais (sadismo).

Os custos da dor

Como a dor é muito frequente e incapacitante, não admira que este sintoma/doença seja hoje o principal motivo de consulta médica, representando cerca de 50% dos motivos de ida às consultas, quer para a identificação das suas causas, quer para o seu alívio, mesmo que não seja possível resolver a doença de base que a provoca.

Para além do impacto da dor na qualidade de vida dos doentes (limitação de actividades diárias, insónia, ansiedade, depressão, existe uma dimensão socio-económica muito importante que tem de ser considerada quando se aborda este tema.

A dor origina elevados custos directos em cuidados de saúde (consultas, internamentos em hospitais ou unidades de cuidados continuados, execução de exames complementares de diagnóstico, tratamentos medicamentosos e adjuvantes) e indirectos (faltas ao trabalho e à escola, diminuição da produtividade, reformas antecipadas, mobilização de cuidadores).

Estes custos são difíceis de calcular, mas estima-se que, em Portugal, atinjam mais de 3 mil milhões de euros por ano só para a dor crónica, cabendo 50% aos custos directos e 50% aos indirectos.

A título de exemplo, em 2010, só as dores nas costas e articulações provocaram perdas superiores a 700 milhões de euros em consequência de incapacidade laboral a curto e longo prazo, mais do triplo dos custos indirectos da obesidade em 2002, avaliados em 200 milhões de euros.

A duração da Dor

A dor pode classificar-se, segundo a sua duração, em aguda (tem quase sempre uma causa bem definida, dura menos de 3 meses e associa-se geralmente a traumatismos, doenças de curta duração ou cirurgias) e crónica (se durar mais de 3 a 6 meses no decurso de doenças crónicas ou mais de 1 mês após a resolução da doença ou lesão aguda que a provocou). Estes prazos são os mais utilizados, mas ainda não existe consenso sobre esta questão.

A dor aguda acompanha-se em geral de ansiedade, sudação, náuseas, vómitos aumento da frequência cardíaca e respiratória, alterações da tensão arterial e dilatação das pupilas, podendo ser de tal modo intensa que leva à perda da consciência e mesmo à morte. Quando a dor aguda não é devidamente tratada, pode ser causa de dor crónica.

A dor crónica acompanha-se em geral de depressão, insónias, fadiga, perturbações da esfera sexual, falta de apetite e perda de peso, o que pode causar grande incapacidade física e sofrimento psicológico, levando por vezes ao consumo excessivo de álcool ou drogas ilícitas, ao suicídio ou ao pedido de eutanásia.

A dor crónica é mais frequente no género feminino, nos asiáticos, nas pessoas com nível socio-económico e de escolaridade mais baixos, nos desempregados, nos obesos, nas pessoas com perturbações ansiosas e depressivas e no consumo excessivo de álcool, aumentando de frequência com a idade.

Na Europa, a dor crónica afecta 20% dos adultos em geral e 50% das pessoas com mais de 80 anos de idade, mas em Portugal estes valores são mais elevados, calculando-se que 37% dos adultos sofra de dor crónica.

Um subtipo específico de dor crónica é a dor crónica pós-operatória, que se define como a que surge após um acto cirúrgico, tem pelo menos 2 meses de duração, não se deve a outras doenças concomitantes ou pré-existentes e não pode ser imputada aos profissionais de saúde (não resulta de erro ou negligência).

A dor crónica pós-operatória é muito frequente, podendo ocorrer em elevada percentagem de doentes operados a hérnias inguinais, pulmão ou coração, nos amputados de membro Inferior (dor do membro fantasma), e nos que fizeram mastectomias ou artroplastias totais da anca, entre outros.

Tipos de Dor

A dor pode classificar-se, segundo o seu tipo, em:

dor nociceptiva: é a mais frequente, resultando de uma estimulação dos receptores periféricos da dor (nociceptivos), que respondem através de nervos sensitivos específicos (fibras A delta e fibras C), enviando, sinais para o cérebro, que os interpreta e gera as respostas mais adequadas a cada situação;

A dor nociceptiva pode ainda ser subdividida em:

  • dor somática, originada na pele, ouvidos, nariz, olhos, amígdalas, músculos, ossos, articulações ou tendões; em geral, esta dor é bem localizada, sendo percebida como o resultado de uma agressão específica ou de uma causa concreta (traumatismo, queimadura, processo inflamatório, crescimento de um tumor, etc); pode ser constante ou intermitente e ser descrita como picada, facada, moinha, etc.
  • dor visceral, originada no estomago, fígado, pulmões, coração, rins, bexiga, útero, intestino, vesícula biliar ou próstata; em geral, esta dor é mais “profunda”, opressiva, difusa e mal localizada, podendo ser “referida”, isto é, percebida como uma dor localizada em outro local que não o órgão na qual tem origem; pode ser constante ou intermitente e ser descrita como cólica, aperto, opressão, etc.
  • dor neuropática: é muito frequente, tendo a sua origem em disfunção ou doença de estruturas do sistema nervoso central ou dos nervos periféricos, sendo exemplos a nevralgia do trigémio, as lombociatalgias, a neuropatia diabética, a nevralgia da zona, as nevrites e a enxaqueca; em geral, esta dor é intensa e prolongada, ocorrendo espontaneamente, sem um estímulo identificado ou como uma dor mais intensa do que o esperado para o estímulo doloroso identificado;

A dor neuropática pode ainda ser subdividida em:

  • dor disestésica: sensação de picadas, ardor, queimadura ou frio doloroso, acompanhados ou não por formigueiros, dormência, comichão; pode existir alodínia, o que significa que pequenos estímulos não dolorosos (como o roçar da roupa, o aperto de um elástico ou até um abraço ou um vulgar aperto de mão) podem ser sentidos como extremamente dolorosos;
  • dor lancinante: com episódios paroxísticos de tipo choque eléctrico;
  • dor psicossomática, psicogénica ou psicofisiológica: sem relação directa com lesões corporais ou neuropatias, é de origem emocional/psicológica, tem a sua origem no próprio cérebro, e muitas vezes é explicada pela “memória” de dores anteriores ou por uma forma disfuncional de reagir a problemas psicológicos, como sucede com a fibromialgia; esta dor é mais rara, mas pode ser muito incapacitante e difícil de tratar;
  • dor mista: multifactorial, é uma mistura em proporções variáveis dos outros três tipos, como sucede com as dores oncológicas e a dor lombar crónica.

Os ritmos da Dor

As dores das doenças reumáticas são muito frequentes e, dentro destas, a grande maioria refere-se às articulações, sendo de grande importância distinguir as doenças degenerativas das doenças inflamatórias, para o que se avalia aquilo que se designa por ritmo da dor:

a dor de ritmo mecânico caracteriza as doenças articulares degenerativas, como as artroses; esta dor agrava-se tipicamente com o uso da articulação doente (piora ao longo do dia ou após a actividade física) e melhora com o repouso (raramente surge durante a noite) e com algumas posições do corpo (sentado para aliviar lombalgias, de pé com apoio sobre um dos lados para alívio de dores numa anca, suspensão de um braço para a artrose do ombro desse lado); a dor de ritmo mecânico acompanha-se geralmente de rigidez articular de curta duração (menos de 10 minutos ao levantar e menos de 3 minutos após um período diurno de repouso da articulação doente);

  • a dor de ritmo inflamatório caracteriza as doenças articulares inflamatórias, como as artrites; esta dor agrava-se tipicamente com o repouso (piora de manhã, ao levantar) e melhora com o uso continuado da articulação doente (raramente surge durante a noite); a dor de ritmo inflamatório não tem posições de alívio e acompanha-se geralmente de rigidez articular de longa duração (mais de 30 minutos ao levantar e mais de 5 minutos após um período diurno de repouso da articulação doente):
  • quando os doentes têm ao mesmo tempo doenças articulares degenerativas e inflamatórias podem ter dores de ritmo misto, em que as dores de ritmo mecânico coexistem com dores de ritmo inflamatório.

Quando se trata as dores crónicas graves associadas a doenças oncológicas ou neurológicas é importante definir outro tipo de ritmo da dor e distinguir a dor basal da dor irruptiva:

  • a dor basal define-se como aquela que está presente durante mais de 12 horas por dia durante pelo menos uma semana ou que existiria nesse horário se o doente não tomasse analgésicos; quando se trata a dor basal e esta desaparece ou é classificada como ligeira, designa-se por adequadamente controlada, mas se persistir dor moderada ou intensa ela considera-se não controlada;
  • sempre que um doente apresenta agravamentos transitórios (exacerbações) da sua dor basal, esta passa a considerar-se como dor irruptiva e exige uma estratégia de tratamento diferente (aumentar a dose dos analgésicos ou mudar de medicamentos), que consiga controlar a dor de base e as exacerbações.

A cronificação da Dor

Em termos gerais, pode dizer-se que a dor aguda é “útil” para o nosso organismo, cumprindo funções de alerta e defesa e servindo para o diagnóstico de várias doenças, e que a dor crónica é “inútil”, tornando-se “autónoma” e passando a ser um fenómeno mais complexo, gerador de grande sofrimento e que pode ser considerada como uma doença independente, grave e incapacitante.

O que se passa é que, depois de desencadeado, o processo da dor pode sofrer a influência de mecanismos moduladores excitatórios (exacerbadores) ou inibidores (atenuadores), que dependem de factores hormonais (neuro-endócrinos), do estado de saúde geral do doente, do seu perfil psicológico, do seu nível de cansaço, das suas experiências dolorosas prévias (memórias da dor) e até do seu estilo de vida, profissão ou tipo de educação.

A modulação da dor pode ocorrer nas vias ascendentes/aferentes (que levam o sinal da dor da periferia para o cérebro, através da espinal medula), no próprio cérebro e nas vias descendentes/eferentes (que encaminham as respostas do cérebro para a periferia). Esta modulação é feita por diversos agentes químicos, como as endorfinas, a serotonina ou a noradrenalina que, adicionalmente, potenciam os efeitos de fármacos psico-activos utilizados no tratamento da dor crónica, como os opióides, os anti-depressivos, os anti-convulsivantes e os estabilizadores de membrana.

Quando a dor é muito intensa, prolongada ou mal tolerada e não é tratada devidamente, pode surgir um processo de potencialização ou hipersensibilidade do sistema nervoso: os nervos sensitivos que encaminham para o cérebro os sinais dos receptores da dor e até de outros estímulos sensoriais (táctil, térmico, sonoro, visual, olfactivo, gustativo) passam a responder intensamente a pequenos estímulos e o próprio cérebro sofre modificações (processo de remodelação) que o levam a interpretar qualquer estímulo como um estímulo doloroso e a manter exagerada a percepção da dor, que se torna assim muito difícil de tratar.

No caso das dores nociceptivas, os próprios tecidos lesionados libertam substâncias que provocam inflamação (neurocinina, substância P, prostaglandina E2, adrenalina, leucotrienos, bradiquinina…) que aumentam a sensibilidade dos receptores periféricos da dor, contribuindo para os fenómenos de potenciação da dor quando os seus efeitos são muito intensos, prolongados ou repetitivos.

Este mecanismo explica em parte porque é que, muitas vezes, os medicamentos anti-inflamatórios têm um efeito analgésico superior ao esperado e ajudam a prevenir a cronificação da dor.

A Dor como 5º sinal vital  

Pela sua elevada frequência e grande importância clínica, e apesar de ser um sintoma e não um sinal, a dor é actualmente considerada como o quinto “sinal” vital, sendo os primeiros quatro a temperatura corporal, a tensão arterial, a frequência cardíaca e a frequência respiratória.

Existe mesmo uma corrente de pensamento médico que defende que se considere o sofrimento como o sexto “sinal” vital, porque a sua dimensão ultrapassa em muito a dor, podendo existir dor sem sofrimento e sofrimento sem dor, como sucede em algumas doenças neurológicas incapacitantes, em algumas doenças psiquiátricas como a depressão e em certos processos de luto.

Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) instituiu a dor como 5º sinal vital, através da Circular Normativa Nº 9/DGCG de 14/06/2003, considerando como norma de boa prática a avaliação e o registo sistemático da intensidade da dor dos doentes pelos profissionais de saúde.

No entanto, enquanto os outros sinais vitais têm critérios de classificação definidos e mecanismos de medição estandardizados que dispensam a colaboração do doente (termómetro, esfigmomanómetro, electrocardiógrafo, palpação de pulsos, relógio, auscultação), a dor não tem nenhum critério objectivo de medição, sendo avaliada apenas por escalas subjectivas, que obrigam à participação activa do doente.

A intensidade da Dor

As escalas de dor existentes classificam a dor segundo a sua intensidade e a sua repercussão no funcionamento do organismo. Aplicam-se apenas a doentes conscientes e colaborantes, com idades superiores a 3 anos), não se aplicando a crianças pequenas, a alguns doentes psiquiátricos, a pessoas com demência ou dificuldades de comunicação e a doentes sedados.

Uma “mesma dor” pode ser considerada por pessoas diferentes como leve, intensa ou horrível, tolerável ou intolerável, impeditiva ou não de algumas actividades e classificada de 0 a 10 com valores diferentes, mas mesmo assim é muito importante usar estas escalas para acompanhar a evolução da dor e o efeito dos tratamentos. Depois de se escolher a escala que melhor se adapta a cada doente, deve aplicar-se sempre a mesma escala para acompanhar a evolução desse doente.

A DG propõe quatro escalas de dor para classificar a intensidade da dor (consultar a Circular Normativa Nº 9/DGCG de 14/06/2003 para a sua descrição pormenorizada):

  • escala visual analógica;
  • escala numérica;
  • escala qualitativa;
  • escala de faces.

Para efeitos de registo nos processos clínicos dos doentes, os resultados obtidos pela aplicação destas escalas devem ser convertidos em graus de dor: sem dor (corresponde a zero pontos nas escalas numéricas de 0 a 10), dor ligeira (1 ou 2 pontos), dor moderada (de 3 a 5 pontos), dor intensa (de 6 a 8 pontos) e dor máxima (9 ou 10 pontos).

Já a Organização Mundial de Saúde (OMS), para facilitar a escolha do regime de tratamento de cada doente com dor, propõe uma “Escada Analgésica” que apenas comtempla três graus de dor: dor ligeira (de 1 a 3 pontos), dor moderada (de 4 a 6 pontos) e dor intensa (de 7 a 10 pontos).

Quando se acompanha um doente com dor (aguda ou crónica), pode haver interesse em acompanhar a sua evolução ao longo do tempo e perceber a eficácia da medicação analgésica instituída. Para este efeito existe uma ferramenta importante, que é o diário da dor, no qual o doente regista, em cada dia, os momentos em qua a dor aparece e desaparece, a sua intensidade, o seu tipo, a medicação analgésica ou adjuvante (repouso, calor, massagem…) que fez e qual o seu efeito, os eventuais factores desencadeantes ou acompanhantes que possam ter interesse para a sua compreensão (vómitos, diarreia, prisão de ventre, tonturas, refeições, exercício físico, dormir, etc.) e todas as observações ou comentários que julgue pertinentes.

Quando se avalia doentes com dor crónica, deve caracterizar-se e medir melhor a dor e o seu impacto na vida dos doentes e dos seus cuidadores, para o que existem vários instrumentos de trabalho mais elaborados e completos do que as escalas e os diários da dor. Para este efeito, em 2007 a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) traduziu e validou sete questionários internacionais para a língua e cultura portuguesas, disponíveis para consulta no Volume 15, Nº 4/2007 da Revista “DOR”:

  • Inventário Resumido da Dor - Brief Pain Inventory (BPI);
  • Inventário Multidimensional da Dor de West Haven-Yale - West Haven-Yale Multidimensional Pain Inventory (WHY-MPI);
  • Índice de Incapacidade Relacionada com a Dor - Pain Disability  Index (PDI);
  • Inventário das Formas de Lidar com a Dor Crónica - Chronic Pain  Coping Inventory (CPCI), versão do doente e da pessoa significativa;
  • Inventário de Convicções e Percepções Relacionadas com a Dor - Pain Beliefs and Perceptions Inventory (PBPI);
  • Escala de Desânimo Associada à Dor - Pain Catastrophizing Scale (PCS);
  • Questionário de Dor Neuropática em 4 Questões - Douleur Neuropathique en 4 Questions (DN4).

O tratamento da Dor

A grande diversidade das situações dolorosas e dos mecanismos fisiopatológicos da dor pressupõe que o seu tratamento (analgesia) seja muito mais do que a administração de medicamentos analgésicos, cabendo um papel importantíssimo a várias terapêuticas adjuvantes, muitas delas não necessariamente medicamentosas.

Pela sua complexidade e extensão, o tratamento da dor será tratado posteriormente, numa 2ª parte deste trabalho.

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*este artigo não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico, por opção do autor

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“Acreditamos que este é um marco importante por ser a primeira vez que pessoas da comunidade de dermatite atópica se organizam para dar voz a esta doença que afeta de forma significativa a saúde e a qualidade de vida e tem um encargo socioeconómico importante para os doentes” celebra Joana Camilo, Presidente da ADERMAP.

A recém-criada associação, propõe-se a promover um aumento da visibilidade e do reconhecimento público da DA, como doença crónica inflamatória da pele, a nível nacional e internacional, nomeadamente junto das autoridades competentes. “É necessário promover a educação sobre a DA e sensibilizar para o impacto que esta tem na qualidade de vida e nas atividades do dia-a-dia, a nível pessoal, profissional social, económico e familiar. Só através da partilha de conhecimento e do estabelecimento de colaborações que, em grupo, podemos ajudar na resposta às necessidades que esta doença envolve, com aumento dos outcomes de saúde, nomeadamente no que respeita a qualidade de vida das pessoas afetadas por esta doença, e pelas suas comorbilidades” justifica Joana Camilo.

Promover o diagnóstico precoce, referenciação, registo, tratamento, controlo e prevenção multidisciplinares desta doença, bem como, motivar a investigação, a introdução e o acesso a novas opções terapêuticas e a condições necessárias para promover o controlo e a qualidade de vida, em particular para pessoas com meios e acesso mais limitados, são outros dos fins a que a ADERMAP se inculca.

Para mais informação sobre a ADERMAP pode, desde hoje, consultar o site (www.adermap.pt) e o Facebook da associação (https://www.facebook.com/adermap/).

 

Meteorologia
Dez distritos do continente e a ilha da Madeira estão hoje em risco muito elevado de exposição à radiação ultravioleta (UV),...

Em risco muito elevado estão os distritos de Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Santarém, Setúbal, Évora e Beja, no continente, e a ilha da Madeira.

Os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa e Faro, no continente, a ilha do Porto Santo e as ilhas Terceira, Flores, Faial e S. Miguel, nos Açores, estão com níveis elevados.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda a utilização de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao Sol.

O índice ultravioleta varia entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade no litoral das regiões Norte e Centro e no litoral sul até meio da manhã, podendo persistir em alguns locais da faixa costeira.

Durante a tarde, está previsto aumento de nebulosidade no interior, com possibilidade de ocorrência de aguaceiros e trovoada no interior Centro e Sul.

A previsão aponta também para vento fraco, soprando moderado de noroeste no litoral oeste e nas terras altas, durante a tarde, e do quadrante leste no Algarve até ao início da tarde.

Está também prevista a possibilidade de ocorrência de neblina ou nevoeiro matinal no litoral Centro e descida da temperatura máxima no litoral Norte e Centro.

As temperaturas mínimas no continente vão variar entre os 14 graus Celsius (em Braga) e os 22 (em Faro) e as máximas entre os 24 graus (em Aveiro) e os 37 (em Santarém).

Para a Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, apresentando-se geralmente pouco nublado nas vertentes sul, possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos nas vertentes norte e terras altas no final do dia e vento fraco a moderado de nordeste, soprando por vezes forte nas terras altas.

No Funchal as temperaturas vão oscilar 21 e 27 graus.

Para as ilhas das Flores e Corvo (grupo ocidental dos Açores) prevê-se céu muito nublado, tornando-se geralmente pouco nublado, períodos de chuva fraca ou chuvisco na madrugada e início da manhã e vento sul fraco a bonançoso, rodando para sueste.

O IPMA prevê para as ilhas Graciosa, S. Jorge, Terceira, Faial e Pico (grupo central) céu pouco nublado, aumentando de nebulosidade ao longo na tarde, possibilidade de aguaceiros fracos e vento fraco.

Nas ilhas de S. Miguel e Santa Maria estão previstos períodos de céu muito nublado com boas abertas, aguaceiros, geralmente fracos e vento fraco, tornando-se bonançoso de sueste.

Em Santa Cruz das Flores e na Horta as temperaturas vão oscilar entre os 21 e os 28 graus Celsius, em Angra do Heroísmo entre os 20 e os 27 e em Ponta Delgada entre os 21 e os 27 graus.

Alerta a OMS
Impostos e legislação são dois meios que os governos têm à disposição para combater o excesso de peso e que foram eficazes na...

"Os governos têm de agir", afirmou Claudia Stein, diretora do Departamento de Informação, Pesquisa e Inovação da OMS na Europa, em declarações a jornalistas em Londres, onde foi apresentado o Relatório de Saúde Europeu da OMS.

O relatório publicado hoje, constata que os 53 países da região europeia analisados neste relatório têm as taxas de tabagismo e de consumo de álcool mais elevadas a nível mundial, mas a tendência nos últimos anos tem sido de declínio.

Pelo contrário, é identificado um movimento ascendente nas taxas de excesso de peso e obesidade na maioria dos países europeus, com Malta, Turquia e Reino Unido nos primeiros lugares.

Claudia Stein enfatizou que "os impostos e legislação existem para regular", e que o agravamento dos impostos sobre produtos com muitas calorias, como os refrigerantes, tem efeitos positivos.

"O imposto sobre açúcar tem impacto sobre o peso e a saúde dentária", explicou.

Porém, também lembrou que a nutrição é apenas um fator que contribui para o excesso de peso ou obesidade, e que hábitos saudáveis, como o desporto ou exercício, também desempenham um papel importante.

Stein referiu que a introdução de legislação que proíbe fumar em espaços fechados públicos na última década terá contribuído para a redução do tabagismo na Europa.

"Há estudos que mostram que um maior Índice de Massa Corporal [medida usada para determinar se pessoa está acima ou abaixo do peso recomendado] representa um risco de diabetes, de doenças cardio vasculares, sendo uma causa grande de invalidez e mortalidade", acrescentou.

Segundo os dados recolhidos sobre a região europeia, o excesso de peso afeta sobretudo os homens e a obesidade é mais prevalecente em mulheres, mas Stein mostrou-se sobretudo preocupada que estes problemas estejam a afetar cada vez mais crianças de 11 anos.

"Se isto não for estancado, a próxima geração terá um problema, sobretudo com doenças crónicas", avisou.

O Relatório de Saúde Europeu da Organização Mundial da Saúde é publicado a cada três anos e regista tendências significativas na saúde pública e comportamentos sociais adversos que afetam a saúde e o bem-estar em toda a região da OMS, abrangendo 53 países e 800 milhões de pessoas.

Em geral, destaca a continuação do aumento da esperança de vida na região europeia e a redução da mortalidade prematura e o facto de alguns países europeus registarem os maiores níveis de "satisfação com a vida" de todo o mundo.

OMS
O tabaco, o álcool, o excesso de peso, a obesidade e baixas coberturas vacinais estão a dificultar o progresso em alguns países...

O alerta é lançado no Relatório de Saúde Europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), hoje divulgado, que destaca a continuação do aumento da esperança de vida na região europeia, a redução da mortalidade prematura e o facto de alguns países europeus registarem os maiores níveis de “satisfação com a vida”.

No entanto, “discrepâncias significativas entre países em vários indicadores-chave e a incapacidade de travar ou reverter substancialmente os efeitos negativos do tabagismo, do consumo de álcool, do excesso de peso e obesidade, e as baixas taxas de vacinação constituem causas para uma preocupação real”, sublinha.

“As taxas de vacinação das crianças estão, em geral, a melhorar em toda a Europa, mas os recentes surtos de sarampo e rubéola em alguns países estão a comprometer a capacidade da região de eliminar estas doenças”, adverte o relatório que analisa as tendências significativas na saúde pública e os comportamentos sociais que impulsionam a saúde e o bem-estar em toda a região europeia, que engloba 53 países.

Publicado a cada três anos, o relatório mostra que “a maioria dos países europeus tomou medidas significativas para atingir os objetivos chave estabelecidos pela saúde 2020, contribuindo assim para a prossecução dos objetivos de desenvolvimento sustentável relacionados com a saúde da agenda 2030”, mas também demonstra que "o progresso é desigual, tanto dentro como entre países, entre os sexos e através das gerações", afirma a diretora regional da OMS, Zsuzsanna Jakab, em comunicado.

Na região europeia, as pessoas vivem em média mais um ano do que viviam há cinco anos. Contudo, há ainda 11,5 anos de diferença entre os países com a maior e a menor esperança de vida.

O relatório assinala os "grandes progressos" alcançados na redução das mortes por todas as causas, em todas as idades, desde o início do milénio, com uma redução de cerca de 25% em 15 anos.

"Globalmente, a Europa está a ultrapassar o objetivo de reduzir as mortes prematuras pelas quatro principais doenças não transmissíveis (doenças cardiovasculares, cancro, diabetes mellitus e doenças respiratórias crónicas) em 1,5% anualmente até 2020", com os últimos dados a apontar para uma descida, em média, de 2% por ano.

No entanto, "os fatores relacionados ao estilo de vida que afetam a mortalidade por estas causas permanecem uma grande preocupação e podem retardar ou mesmo reverter os ganhos na esperança de vida se não forem controlados”, alerta.

"As taxas de tabagismo são as mais altas do mundo, com uma em cada três pessoas com mais de 15 anos a fumar", assim como o consumo de álcool em adultos, que é "o mais alto do mundo", com os níveis de consumo a variarem entre os países, oscilando de um a 15 litros per capita a cada ano, numa altura em que o consumo está em "declínio global".

O relatório destaca ainda que mais de metade da população tem peso a mais e que "as tendências para o excesso de peso e a obesidade em adultos estão em curva ascendente na maior parte da Europa, com variações consideráveis entre os países".

As mortes por causas externas de lesão ou intoxicação diminuíram progressivamente em cerca de 40% em cinco anos, sendo três vezes superiores nos homens.

"A maioria dos países europeus está a demonstrar um verdadeiro empenho em melhorar a saúde das suas populações, definindo metas, adotando estratégias e medindo progressos", como ficou demonstrado num inquérito realizado em 2016, ao qual responderam 88% dos países.

Segundo o inquérito, 42 dos 53 países tinham estratégias em vigor para abordar as desigualdades em comparação com apenas 29 países em 2010.

O relatório é lançado dias antes da reunião anual do Comité Regional da OMS para a Europa, que decorrerá entre 17 e 20 de setembro em Roma, Itália.

Nos dados por países que estão disponíveis no site da OMS, Portugal tem bons indicadores na redução da mortalidade prematura, na esperança de vida à nascença e na vacinação, mas quanto ao excesso de peso e ao consumo de álcool os indicadores não são tão positivos.

Grande parte dos dados são referentes a 2014 e 2015, mas Portugal situa-se acima da média dos 53 países da região europeia da OMS quanto à esperança de vida à nascença, com 81,39 anos em 2014, quando a média da região se situava nos 77,83.

Portugal situa-se acima da média quanto à esperança de vida à nascença, com 81,39 anos em 2014, quando a média da região se situava nos 77,83.

Quanto à redução da mortalidade prematura, Portugal apresenta uma taxa de mortalidade prematura por todas as causas menor do que a média dos 53 países analisado. Em Portugal a o rácio era de 32,5 por 100 mil habitantes, enquanto a média era de 49,93, segundo dados de 2014.

No consumo de tabaco, Portugal apresentava uma prevalência de 22,6%, menor do que os quase 30% da média da região. Contudo, neste indicador, os dados apresentados são referentes a 2013.

Já no que respeita ao consumo de álcool, Portugal está acima da média dos 53 países. Quanto ao excesso de peso, Portugal mostra-se alinhado com a média, com uma prevalência de excesso de peso superior a 57%, segundo dados de 2016.

Governo Regional
O Serviço de Cirurgia da Madeira efetuou no ano passado cerca de 14 mil consultas, mais de 3.200 intervenções e teve 2.500...

Estes números são avançados pelo gabinete do responsável pela área da Saúde, o secretário regional Pedro Ramos, que reuniu com os profissionais afetos ao Serviço de Cirurgia do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM).

Este encontro aconteceu “no âmbito da sua política de proximidade e diálogo”, que Pedro Ramos tem vindo a implementar com os profissionais da área da saúde

A mesma informação adianta que a este serviço estão afetos “34 médicos, 78 enfermeiros e 30 assistentes operacionais”.

“Todos estão empenhados no aumento da atividade produtiva do serviço e em assegurar todas as condições de qualidade formativa aos jovens médicos de forma a captá-los para o serviço”, pode ler-se na mesma nota.

O Serviço de Cirurgia do SESARAM “integra atividades ao nível da Consulta Externa, Bloco Operatório, Pequena Cirurgia, Internamento e Serviço de Urgência”, refere.

No que diz respeito às cirurgias efetuadas em 2017, enuncia que 1.433 foram realizadas no bloco operatório, 163 cirurgias no âmbito do Programa de Recuperação Cirúrgica (PRC) e 1.687 estão classificadas como pequenas intervenções.

Quanto aos 2.500 doentes que estiveram em ambiente hospitalar, correspondem a “14% do total dos doentes internados".

Na reunião, a nota do gabinete do secretário regional da Madeira aponta que foram abordados “assuntos relacionados com a atividade do serviço, necessidades ao nível dos recursos humanos e foram apresentadas algumas propostas de melhoria a implementar a curto e médio prazo”.

 

Protocolos
A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e o Governo Regional dos Açores assinaram dois protocolos para promover...

“Quando alguém é condenado a uma pena de prisão fica com o seu direito de circulação constrangido, fica com o seu direito de emigração constrangido, mas não fica com o seu direito à saúde, ao ensino ou ao trabalho minimamente beliscado”, adiantou, em declarações aos jornalistas, o diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Celso Manata, à margem da assinatura dos protocolos, em Angra do Heroísmo.

Um dos protocolos, assinado também com a Casa do Povo de Santa Bárbara, passa pela realização de sessões de educação para a saúde e de consultas de psicologia no Estabelecimento Prisional de Angra do Heroísmo.

O segundo protocolo, que envolve a direção regional do Emprego do executivo açoriano, prevê a realização de cursos de competências básicas nas três cadeias dos Açores, em Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta.

Segundo Celso Manata, os projetos, que não envolvem custos acrescidos para a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, permitem otimizar os recursos existentes nos Açores, promovendo a reintegração dos reclusos.

“De cada vez que nós damos passos no sentido de melhorar as condições de vida das pessoas, no sentido de propiciar a reintegração social, estamos a prevenir novas infrações criminais e estamos a proteger a sociedade”, frisou.

O diretor realçou as mais-valias deste tipo de projetos, sobretudo na área da saúde, onde já existem resultados alcançados.

“Quando nós fazemos educação para a saúde ou quando nós fazemos programas de saúde, sobretudo na área das toxicodependências, está mais do que demonstrado, quer internamente, quer a nível internacional, que todos estes projetos são mais efetivos, porque as pessoas não falham. As pessoas estão lá, vão sempre às sessões, tomam os medicamentos, quando é para tomar os medicamentos, o que nem sempre acontece na comunidade”, explicou.

Segundo o secretário regional da Saúde, Rui Luís, a tutela já presta apoio a 71 reclusos no tratamento das dependências, nos três estabelecimentos prisionais, e com esta nova parceria com a Casa do Povo de Santa Bárbara pretende promover e melhorar a saúde dos detidos.

“Nós sabemos que tendo em conta o espaço contíguo onde eles estão e a situação cumulativa com as dependências, por exemplo, é importante que haja sessões de educação para a saúde”, apontou.

Já a diretora regional do Emprego e Qualificação Profissional, Paula Andrade, destacou as vantagens de dotar os reclusos da escolaridade obrigatória, alegando que a formação facilita a reintegração no mercado de trabalho.

“Durante o ano passado fizemos um projeto piloto onde foi diagnosticada população reclusa que não tinha escolaridade obrigatória e com vista à sua reintegração futura entendeu-se que a empregabilidade depende muito da qualificação e do nível académico desta população”, frisou.

Em 2017, participaram no projeto piloto no Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada 15 reclusos e outros 50 inscreveram-se “livremente” para frequentar os cursos de competências básicas da Rede Valorizar.

“A equipa de formadores da rede dirige-se ao estabelecimento prisional e ministra a formação dentro do estabelecimento”, explicou Paula Andrade.

O projeto iniciado em Ponta Delgada deverá agora alargar-se aos estabelecimentos prisionais de Angra do Heroísmo e da Horta.

Demissão em bloco
O diretor clínico do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNGE), que se demitiu juntamente com mais 51 diretores e...

“Vamos manter-nos em funções até haver uma resposta por parte da tutela [substituição], ninguém está a pensar largar o hospital ou o Serviço Nacional de Saúde”, disse José Pedro Moreira da Silva.

Contrariando o que o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, avançou segunda-feira à Lusa de que os profissionais demissionários abandonariam funções a 06 de outubro se o Governo não desse nenhum “sinal positivo”, o diretor clínico vincou que “nunca se falou” numa data concreta, acrescentando que “nestas coisas das demissões normalmente há um prazo de um ou dois meses”.

Contactado pela Lusa, Miguel Guimarães afirmou que a informação lhe foi “transmitida pelo diretor clínico”.

Já segundo o diretor clínico, “Ninguém falou em datas”.

“[O bastonário] avançou como data dia 06 de outubro porque, na altura, estabelecemos um prazo de 30 dias para termos uma resposta da tutela e como a conferência de imprensa [de anúncio da demissão] foi a 06 de setembro, 06 de outubro seriam os 30 dias, mas falou por falar”, referiu José Pedro Moreira da Silva.

“O que se falou é que, de facto, seriam os tais 30 dias, mas não ficou claro que teria de ser às 00:00 ou 16:00 de dia 06 de outubro”, vincou.

Os demissionários vão manter-se em funções como se “nada tivesse havido”, enquanto o Governo de António Costa não os substituir, referiu, admitindo que esse processo pode “demorar meses”.

José Pedro Moreira da Silva salientou que “nenhum dos demissionários” vai abandonar o serviço que dirige e deixar o hospital ao “Deus dará”, reforçando que “ninguém” vai abandonar os doentes sem a certeza de que as coisas estão resolvidas.

A decisão de demissão poderá ser reversível se “alguma coisa de importante” acontecer, se o Governo der um sinal positivo e “não pequenino”.

“Já fomos tendo alguns contactos [com a tutela], não posso dizer quais, mas penso que já foram dados passos, houve indícios de que poderá haver mudanças”, revelou.

O diretor clínico reafirmou que a sua demissão e dos 51 outros profissionais assentou em três pontos fundamentais, tais como a necessidade de financiamento, obras e aquisição de material.

José Pedro Moreira da Silva lembrou que o hospital tem material “completamente degradado” e um hospital “pouco funcional”, sendo urgente que o Governo "dê atenção" a Gaia.

Proposta
O PAN apresentou um projeto de lei para proibir a prescrição de medicamentos para a hiperatividade e défice de atenção a...

O projeto de lei do PAN – Pessoas, Animais, Natureza, estabelece que “é proibida a prescrição e administração de medicamentos que contenham metilfenidato e atomoxetina no tratamento para a Perturbação de Hiperactividade com Défice de Atenção”, em crianças com idade inferior a seis anos.

O diploma propõe que as crianças com menos de seis anos que estejam a tomar aqueles medicamentos “devem interromper o tratamento farmacológico, nos termos a definir pelo médico, dando continuidade ao seu acompanhamento psicológico”.

O PAN incluiu um outro artigo prevendo que “cabe à Ordem dos Médicos a definição das sanções disciplinares associadas ao incumprimento” da proibição.

Em comunicado, o PAN anunciou a intenção de agendar, na próxima reunião da conferência de líderes, dia 19, a discussão parlamentar deste diploma e de mais três projetos de resolução sobre o mesmo assunto, para a primeira quinzena de outubro, antes da apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2019.

Num dos projetos de resolução, o PAN recomenda que o diagnóstico do défice de atenção e hiperatividade seja feito envolvendo uma equipa multidisciplinar que inclua um psicólogo, pais, professores, e um médico especialista.

Por outro lado, o PAN propõe a realização de uma campanha visando “sensibilizar” os profissionais para a importância da intervenção psicológica como tratamento de primeira linha.

O PAN defende um debate alargado à sociedade sobre a matéria, considerando que os medicamentos para a hiperatividade e défice de atenção têm estado a ser usados para “tratar” o que é considerado “mau comportamento” e a falta de atenção nas aulas e, assim, a ajudar a melhorar o rendimento escolar”.

Na base da “forte sobremedicação” de crianças e jovens com aquela substância ativa estará, segundo o PAN, a “competição social, a necessidade de resultados imediatos e a falta de tempo”.

“As denúncias acerca desta prescrição abusiva e exagerada têm gerado controvérsia em vários países e também em Portugal”, frisa o PAN.

Num debate quinzenal realizado em fevereiro do ano passado, o deputado único do PAN, André Silva, questionou o primeiro-ministro, António Costa, sobre a "forte sobremedicação de crianças com ritalina", medicamento que "duplicou as vendas nos últimos anos e é tomado por crianças cada vez mais novas".

“Estima-se que, em Portugal, 23.000 crianças estão medicadas para a perturbação da hiperactividade com défice de atenção”, refere o PAN, sublinhando que a utilização do metilfenidato “apresenta uma tendência de crescimento”.

Citando um estudo realizado pelo INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento, em 2015, o PAN sublinha que “as crianças portuguesas até aos 14 anos estão a consumir mais de 5 milhões de doses por ano de metilfenidato, sendo que o grupo etário dos 10 aos 14 anos foi o responsável pelo maior consumo desta substância, cerca de 3.873.751 doses”.

O mesmo estudo indica que “ao grupo etário entre os 0 e os 4 anos de idade foram administradas 2900 doses de metilfenidato, tendo sido no grupo etário dos 5 aos 9 anos administradas 1.261.933 doses” daqueles medicamentos.

Referindo um relatório da Direção Geral de Saúde “Saúde Mental 2015”, o PAN sublinha que persiste uma "percentagem significativa" de crianças naquela faixa etária a tomar medicamentos com a substância ativa metilfenidato, apesar de serem reconhecidas as "dificuldades no diagnóstico" da hiperatividade com défice de atenção especialmente em crianças em idade pré-escolar, e de haver recomendações internacionais no sentido de não lhes serem prescritos.

Estudo
Dois terços dos doentes com linfoma sofrem de fadiga e um terço teme sofrer uma recaída deste tipo de cancro conclui um estudo...

Promovido pela Lymphoma Coalition (Coligação do Linfoma), o estudo abrangeu respostas de 6.600 doentes de 14 países, explica em comunicado à Lusa a Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL), membro daquela organização.

Fundada em 2002, a Lymphoma Coalition é uma rede mundial, presente em 50 países, composta por 75 organizações de doentes com linfoma, "que atua como um centro de informações credíveis e atuais, tendo por missão ser a fonte global de informação e estatísticas sobre o linfoma, melhorar a consciencialização e a compreensão dos linfomas e construir capacidade para novos grupos de linfoma e os já existentes", refere o documento.

A divulgação do estudo insere-se no Dia Mundial da Consciencialização do Linfoma, que se celebra no sábado, e pretende "gerar uma conversa global para informar e capacitar as pessoas com linfoma".

Os destaques da pesquisa que considerou "apenas os países com mais de 100 respostas", explicou Isabel Barbosa, presidente da APLL, referem que "dois terços das pessoas com linfoma sofrem de fadiga", contudo, "raramente se fala sobre isso", sendo que "metade dos doentes dizem que isso afeta o seu estilo de vida e 40% afirmam que isso afeta a sua capacidade de trabalhar".

"Um em cada três doentes vive com preocupações significativas de que o cancro retornará, o que geralmente conduz à ansiedade e depressão", prossegue o estudo, citado em comunicado, detalhando que "poucas pessoas relataram que falavam sobre essas preocupações com o seu médico", o que "pode deixá-las inseguras quanto ao seu futuro e às decisões que tomam".

Os números da pesquisa referem ainda que "um quarto dos doentes não soube referir qual o subtipo do seu linfoma no momento do diagnóstico", o que pode condicionar as "opções de tratamento e os serviços de apoio".

Entre as conclusões figura ainda que "três em cada cinco pessoas com linfoma gostariam de ter acesso a mais informações no momento do diagnóstico, e duas em cada cinco pessoas procuraram mais apoio".

Apesar de "Portugal não ter sido considerado para este inquérito já que não superou as 100 respostas necessárias", a presidente da APLL disse à Lusa que as conclusões "batem certo com a realidade nacional".   

Ainda no âmbito do Dia Mundial da Consciencialização do Linfoma de 2018 a APLL lançou a campanha "Pequenas coisas estimulam a confiança", em que convida "todas as pessoas com linfoma, familiares, amigos, público em geral e profissionais de saúde a participarem na conversa global" na sua página na rede social Facebook, e "partilhar as pequenas coisas que os fazem sentirem-se mais confiantes".

OMS Europa
Um em cada cinco portugueses maiores de 15 anos fuma, menos do que a média europeia (28%), o que demonstra que Portugal deu...

“Atualmente, a taxa de fumadores entre adultos – população acima dos 15 anos – é de cerca de 28% na Europa, [mas] em Portugal é de 20%”, afirmou aos jornalistas a diretora do Programa de Controlo do Tabagismo da Organização Mundial de Saúde (OMS) Europa, Kristina Mauer-Stender, à margem da reunião preparatória dos países da Região Europeia para a Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro para o Controlo do Tabaco, que decorre hoje e quarta-feira, em Lisboa.

Estes dados demonstram que “Portugal fez algumas coisas certas, mas, claro, todos concordamos que 28% na Europa é demasiado alto, assim como 20% em Portugal é demasiado alto, portanto é preciso fazer mais”, defendeu Kristina Mauer-Stender.

O tabaco representa uma das principais causas evitáveis de doença e de morte prematura em todo o mundo. Em Portugal, o consumo de tabaco é responsável por 10,6% das mortes, tendo, só em 2016, morrido mais de 11.800 pessoas por doenças atribuíveis ao tabaco, o que significa uma morte a cada 50 minutos.

“São vidas perdidas para as famílias, para as crianças, mas também para a economia dos países”, disse Kristina Mauer-Stender, defendendo que é preciso realizar ações para informar as populações sobre os malefícios do tabaco, fazer com que os fumadores larguem o vício e impedir que os jovens comecem a fumar.

Deu como um bom exemplo a campanha realizada recentemente em Portugal, com o título “Opte por amar mais”, uma curta-metragem emotiva baseada nos últimos dados que mostram que, em Portugal, as mulheres estão a fumar mais, ao passo que o consumo tem diminuído entre os homens, que gerou uma discussão acesa no país.

Segundo o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, esta campanha foi “a campanha mais vista em termos de tabaco em Portugal”, estando “a ser utilizada como um bom exemplo em diversos países”.

“Esta campanha, focada muito nas mulheres jovens, trouxe a discussão do tabaco para a primeira linha de prioridade do ponto de vista de comunicação e ajudou, em termos de saúde pública, a ajudar a passar a mensagem”, disse Fernando Araújo, à margem reunião.

O governante destacou os “avanços significativos” feitos por Portugal nesta área, apontando o acesso às consultas de cessação tabágica. “Nos últimos anos aumentámos em mais de 40% os locais [onde se pode ter consultas para deixar de fumar], o que proporcionou que o número de consultas crescesse de forma exponencial”, sublinhou.

No ano passado, também foi reintroduzida a compartição dos medicamentos antitabágicos, disse, sublinhando que “o preço era um fator limitativo no acesso a esses fármacos”.

Com esta medida, que representou um investimento do Estado de cerca de um milhão de euros, o consumo destes fármacos duplicou de 2016 para 2017, afirmou.

No dia 01 de janeiro, entrou em vigor a segunda alteração à Lei do Tabaco, com destaque para a abrangência, no conceito de fumar, dos novos produtos do tabaco sem combustão que produzam aerossóis, vapores, gases ou partículas inaláveis.

“Os novos produtos do tabaco são um problema que está a aumentar em todo o mundo e que felizmente Portugal já está à frente nesse objetivo”, com a nova lei do tabaco, adiantou.

Sobre o facto de Portugal ter sido o palco escolhido pela OMS para a realização da reunião preparatória dos países da Região Europeia, Fernando Araújo disse ser “o reconhecimento internacional da política do Ministério da Saúde na área do tabaco”.

Proteger as articulações nas tarefas diárias é essencial
De acordo com os dados do Instituto Português de Reumatologia, estima-se que dois milhões de portugueses sofram com...

É uma das maiores e mais complexas articulações do nosso corpo, servindo de suporte para a maior parte dos movimentos. Mais ainda, o joelho desempenha também um papel na estabilidade e flexibilidade, posto em causa quando surge dor. Nestes casos, andar, subir ou descer escadas, agarrar um objeto caído no chão ou simplesmente entrar e sair da banheira tornam-se tarefas complicadas e sobretudo dolorosas. É por isso que as dores nos joelhos, independentemente da idade de quem as sofre, podem alterar a rotina e roubar independência e liberdade. Sobretudo entre os mais idosos.

Resultantes de lesão, artrite, doenças inflamatória, entre outras, as dores nos joelhos são um problema que ganha mais força com a chegada da terceira idade. A passagem do tempo faz-se também sentir aqui, acompanhado por um desgaste que faz com que as nossas articulações não sejam tão flexíveis como antes. Surge então a artrite no joelho, que limita a mobilidade dos seniores, causando desconforto e privações, não só o nível físico, mas também social e psicológico.

De acordo com os dados do Instituto Português de Reumatologia, estima-se que dois milhões de portugueses sofram com osteoartrite, uma das manifestações mais comuns da artrite no joelho. Resultante da deterioração da cartilagem, causa dor e rigidez e limita os movimentos, sendo a idade um dos maiores fatores de risco.

Esta é, de resto, muito frequente nos idosos. Os dados da Organização Mundial de Saúde confirmam que cerca de 80% das pessoas com mais de 65 anos têm osteoartrite, que surge no 4º lugar na lista das que mais reduzem a qualidade de vida de ano para ano.

Aprender a viver com esta doença significa aprender a mudar o estilo e hábitos de vida, para lidar com a dor e o desconforto que pode causar, assim como tomar medidas preventivas para evitar danos adicionais às já afetadas articulações. Por exemplo, mantendo-se ativo, por mais difícil que possa ser. O exercício físico (hidroginástica, natação, caminhada) ajuda a aliviar a rigidez causada pela doença, bastando 20 minutos diários para ajudar a melhorar o equilíbrio, coordenação e estabilidade.

“Proteger as articulações nas tarefas diárias é também essencial. E, aqui, são várias as alternativas, em forma de equipamentos de mobilidade, capazes de ajudar a levar uma vida ativa e independente, ao mesmo tempo que auxiliam na proteção das articulações”, refere André Magalhães, especialista de mobilidade da Stannah. “Exemplos não faltam, como os elevadores de escadas ou plataformas elevatórias, que ajudam a subir e a descer escadas ou as scooters de mobilidade, que o auxiliam nas deslocações”, acrescenta.

ARS Norte
O Rastreio da Saúde da Visão Infantil vai ser alargado a todos os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) e Unidades Locais de...

A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, refere, em comunicado, que “todas as crianças com dois anos inscritas nas unidades de saúde do Norte serão convidadas a participar neste rastreio gratuito onde, através de um exame simples e indolor, será detetada a ambliopia [disfunção do processo visual] ou o risco de a poder vir a desenvolver”.

Estas crianças serão, posteriormente, convidadas para um segundo momento de rastreio aos quatro anos, afirma a ARS, acrescentando que este rastreio, que decorrerá de 13 a 29 de setembro, tem por objetivo evitar problemas graves na visão das crianças.

Implementado pela primeira vez em Portugal em 2016, em modelo piloto no Norte, o Rastreio da Saúde da Visão Infantil tem vindo a ser alargado passando, no ano passado, de quatro para 12 ACES e seis Hospitais/Centros Hospitalares.

De acordo com a ARS, durante esta fase rastrearam-se 13.564 crianças, tendo 1.710 sido referenciadas para consulta e acompanhamento na especialidade de Oftalmologia.

Nas crianças observadas em Oftalmologia verificou-se a necessidade de prescrição de óculos a 36,3% dessas, sendo o astigmatismo, a hipermetropia, a miopia e o estrabismo as principais patologias identificadas, conclui a ARS do Norte.

 

Dia Mundial da Sépsis assinala-se a 13 de setembro
Sépsis afeta cerca de 20 a 30 milhões de pessoas no mundo e provoca uma taxa de mortalidade entre 30% a 50%.

Um recente ensaio clínico de fase 1 revelou que as células estaminais mesenquimais (MSC) do tecido do cordão umbilical são promissoras candidatas ao tratamento da sépsis grave, permitindo uma redução da inflamação generalizada, melhoria da saúde global e recuperação das lesões de órgãos vitais. Além disso, verificou-se ainda um decréscimo na taxa de mortalidade e no tempo de internamento dos doentes tratados com MSC comparativamente a doentes tratados convencionalmente.

O ensaio, que teve como objetivo avaliar a segurança e tolerabilidade de MSC do tecido do cordão umbilical no tratamento de doentes com sépsis grave, incluiu 15 doentes que receberam uma única infusão de MSC do tecido do cordão umbilical até 24 horas após o diagnóstico desta condição. Estes doentes foram acompanhados durante 18 meses após a infusão.

“Apesar dos tratamentos convencionais reduzirem em cerca de metade o risco de morte dos doentes com sépsis, não modificam diretamente as alterações funcionais e os mecanismos das lesões associadas à sépsis, pelo que é urgente desenvolver alternativas às terapias já existentes. As células estaminais mesenquimais têm evidenciado um forte potencial para o tratamento desta condição, graças às suas propriedades antimicrobianas e à capacidade de atenuar a inflamação, reparar tecidos lesados e melhorar a resposta imunológica”, afirma Carla Cardoso, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

Com base nos resultados alcançados, os autores do estudo demonstram que uma única infusão de MSC do tecido do cordão umbilical é segura e bem tolerada neste tipo de doentes. Contudo, são ainda necessários mais ensaios clínicos, envolvendo um maior número de doentes, para que a eficácia deste tratamento seja devidamente avaliada.

A sépsis é uma condição clínica potencialmente fatal que resulta de uma infeção grave causada por agentes patogénicos, como bactérias, vírus, fungos e parasitas. A produção de toxinas e a invasão de tecidos por parte destes agentes originam uma resposta aguda do sistema imunitário que se traduz numa inflamação generalizada, podendo originar sépsis grave. Esta, por sua vez, provoca uma descida repentina da pressão sanguínea e vários órgãos vitais entram progressivamente em falência. Apesar dos avanços clínicos, a incidência de sépsis grave continua a aumentar, causando longos períodos de internamento nas Unidades de Cuidados Intensivos e elevadas taxas de mortalidade (entre 30% a 50%). 

De acordo com Global Sepsis Alliance, atualmente, a sépsis afeta entre 20 e 30 milhões de pessoas em todo o mundo.

 

Opinião
A ambliopia ou "olho preguiçoso" consiste na diminuição da acuidade visual de um olho ou d

Aproximar-se muito dos objetos para ver ou semicerrar os olhos para tentar ver melhor, podem ser sinais de ambliopia nas crianças. Já o estrabismo, o erro refrativo ou diferença de graduação entre os olhos (anisometropia) e a obstrução do eixo visual são as principais causas de ambliopia.

Para corrigir a ambliopia pode ser necessário o uso de óculos com graduação para correção de erros refrativos, e nos casos mais graves pode estar indicada a cirurgia precoce para permitir a estimulação do córtex visual.

Esta condição é detetada, diagnosticada e tratada nos cuidados primários de saúde pelos Optometristas. Contudo, Portugal tem o mesmo nível de cuidados primários para a saúde da visão que o pior dos países do terceiro mundo, ou seja, são inexistentes.

Sobre a inexistência de cuidados primários para a saúde da visão no SNS, devemos refletir sobre as palavras de Daksha Patel, Oftalmologista e professora especialista em saúde global do Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Londres, e Serge Resnikoff, Coordenador da unidade de Prevenção e Gestão de Doenças Crónicas da Organização Mundial de Saúde: “A disponibilização de serviços de erros refrativos devia, idealmente, fazer parte do serviço de saúde. Contudo, também tem de ter em conta o que é aceitável pelo indivíduo e pela comunidade.” E “A correção dos erros de refração é uma intervenção simples e económica no tratamento oftalmológico”.

Se as recomendações da Organização Mundial de Saúde e da Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira, tanto para a ambliopia infantil, como para todos os erros refrativos, são para a disponibilização de consultas de Optometria nos centros de saúde, e para a prescrição de óculos, a pergunta é: porque é que o Governo não as cumpre? Porque se mantém o estado atual de agravamento de listas de espera de atendimento em Oftalmologia no Hospital, quando se pode implementar uma verdadeira solução por menos dinheiro e muito mais rápida na prestação dos cuidados de saúde para a visão?

Não há justificação razoável para a decisão da Direção-Geral da Saúde por um mero rastreio apenas à ambliopia e só para as crianças com 2 e 4 anos de idade, perante a opção alternativa recomendada pela OMS de consulta de saúde da visão, em centro de saúde, por Optometrista, para todas as idades, para todos os problemas visuais, com menor custo e real acesso ao tratamento. Esta segunda abordagem resolveria mais de 80% dos problemas da saúde de visão de forma imediata.

A implementação de Consulta de Optometria nos centros de saúde permitiria uma redução significativa do impacto desta doença, melhorando a prevenção, deteção e correção de erros refrativos de forma atempada, através da reabilitação após o diagnóstico da presença de ambliopia.

A APLO defende ainda que a integração de Optometristas no Serviço Nacional de Saúde é a solução para resolver o problema crónico na lista de espera de Oftalmologia e para melhorar o acesso de todos os portugueses aos cuidados necessários para a saúde da visão. Em 2017 ficaram por realizar 233.228 consultas de Oftalmologia.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Webinar internacional
Patologia que responde por 85% dos casos de cancro do pulmão e que causa a morte a mais de um milhão de pessoas em todo o mundo...

A empresa especializada em medicina de precisão para o tratamento e diagnóstico do cancro OncoDNA realizou um novo webinar internacional com uma master class ministrada por Le Thuong Vu, um pneumologista especializado em oncologia e professor do Departamento de Medicina Interna da Universidade de Medicina e Farmácia da cidade de Ho Chi Minh (Vietname). Durante a sua intervenção, Vu colocou na mesa os benefícios oferecidos pela imunoterapia e imunogramas na luta contra o cancro do pulmão, principalmente em estadios avançados, devido ao seu caráter personalizado.

Sob o título Implicações da imunoterapia no cancro do pulmão, o também responsável pelo serviço de Medicina Pulmonar e Cuidados Respiratórios do Hospital Cho Ray (o maior centro clínico do Vietname do Sul), falou sobre a incidência, epidemiologia, diagnóstico e mutações mais frequentes no carcinoma pulmonar de células não pequenas (NSCLC). Patologia que responde por 85% dos casos de cancro do pulmão e que causa a morte a mais de um milhão de pessoas em todo o mundo a cada ano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Por outro lado, Vu quebrou os protocolos que atualmente são seguidos nos centros em que trabalha ao lidar com essa doença e relatou as opções terapêuticas existentes, aprovadas e em desenvolvimento, para abordar a doença em estadios avançados. "Estamos a seguir a versão 5.2018 do guia do National Comprehensive Cancer Network - NCCN para o carcinoma pulmonar de células não pequenas. Isso marca o uso prévio de vários testes moleculares, que variam dependendo do tipo de doença, para determinar a melhor terapia", afirmou.

O potencial do imunograma

O professor da Universidade de Ho Chi Minh City também explicou o mecanismo de ação da imunoterapia e os dados clínicos relacionados com os inibidores do ponto de verificação no CPNPC, e falou sobre a melhor maneira de prever a resposta da imunoterapia no doente "Um imunograma personalizado, como aqueles que a OncoDNA pode fornecer, pode-nos ajudar a determinar se um tratamento desse tipo terá resultados ótimos."

Como exemplo,  Vu desenvolveu um estudo de caso de um doente com NSCLC em estadio IV. "O imunograma mostrou uma alta resposta potencial à imunoterapia. Entre outros aspetos, vimos como a presença de linfócitos CD8+ foi associada a melhores resultados clínicos. Finalmente, chegamos à conclusão de que os inibidores de PD-1/PD-L1 estavam fortemente associados ao potencial benefício clínico para o doente", concluiu.

Dados da ONU
Cerca de 821 milhões de pessoas no mundo passam fome, revelou hoje a ONU, traduzindo um aumento para níveis de há dez anos que...

O número é apontado pela agência das Nações Unidas para a alimentação e agricultura (FAO, na sigla em inglês) no relatório sobre o estado da segurança alimentar e nutrição de 2018, divulgado hoje, em que se confirma a tendência para o aumento da fome no mundo pelo terceiro ano consecutivo, passando de 804 milhões em 2016 para 821 milhões em 2017.

"A variabilidade do clima, que afeta os padrões da chuva e as estações, bem como extremos climáticos como secas e inundações estão entre as principais causas do aumento da fome, além dos conflitos e abrandamentos económicos", considera a FAO.

Em números totais, uma em cada nove pessoas passa fome, com 515 milhões na Ásia, 256,5 milhões em África e 39 milhões na América Latina e Caraíbas,

Apesar de a erradicação da fome ser um dos objetivos para o desenvolvimento a atingir até 2030, "os sinais alarmantes do aumento da insegurança alimentar e diversas formas de má alimentação", desde a obesidade nos adultos aos atrasos de crescimento nas crianças.

Cerca de 672 milhões de adultos, ou 13% do total, são obesos e 38,3 milhões de crianças com menos de cinco anos também.

A obesidade é mais sentida na América do Norte, mas também está a aumentar na África e na Ásia, onde coexiste com a subnutrição.

Nestas regiões, a comida nutritiva é mais cara, um dos fatores que contribui para a obesidade.

Por contraste, mais de 200 milhões de crianças (29,7%) têm peso ou altura a menos para a idade. Ambas são áreas em que a falta de progresso é clara, afirma a FAO.

Além disso, é "vergonhoso" que um terço das mulheres em idade reprodutiva esteja anémica, o que se reflete nelas próprias e nas crianças.

Há "sinais alarmantes do aumento da insegurança alimentar e de níveis elevados de diferentes formas de problemas alimentares" que são "um claro aviso de que há muito trabalho a fazer para ninguém ficar para trás", defendem numa posição conjunta os responsáveis da ONU para a alimentação, agricultura, crianças e saúde.

Portugal está em linha com os países europeus, mantendo uma taxa inferior a 2,5 por cento da população com sinais de subnutrição desde 2004/2006. A obesidade, no entanto, aumentou entre os adultos, de 21% em 2012 para 23,2% em 2016.

O impacto das alterações climáticas na produção de alimentos essenciais como o trigo, arroz e milho nas regiões tropicais e temperadas aumentará se as temperaturas continuarem a subir, alerta a FAO.

O apelo da FAO é para que aumentem os esforços para garantir o acesso a alimentos nutritivos, prestando especial atenção às partes da população mais vulneráveis: bebés, crianças com menos de cinco anos, em idade escolar, raparigas adolescentes e mulheres.

IPMA
Cinco distritos do continente e o arquipélago da Madeira estão hoje em risco muito elevado de exposição à radiação ultravioleta...

Em risco muito elevado estão os distritos de Évora, Beja, Setúbal, Santarém e Lisboa, no continente, e o arquipélago da Madeira.

Os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Vila Real, Bragança, Viseu, Coimbra, Guarda, Leiria, Castelo Branco, Portalegre e Faro, no continente, e as ilhas das Flores e S. Miguel, Terceira e Faial, nos Açores, estão com níveis elevados.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda a utilização de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao Sol.

O índice ultravioleta varia entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, aumentando de nebulosidade nas regiões do interior durante a tarde, com possibilidade de ocorrência de aguaceiros e trovoada no interior Centro e Sul.

A previsão aponta também para vento fraco a moderado do quadrante leste, soprando de noroeste no litoral oeste durante a tarde e sendo moderado a forte nas terras altas até meio da manhã.

Está também prevista uma pequena subida da temperatura mínima e subida da máxima nas regiões Norte e Centro.

No continente as temperaturas mínimas vão oscilar entre os 14 graus Celsius (em Bragança e Leiria) e os 22 (em Faro) e as máximas entre os 28 (em Aveiro e Viana do Castelo) e os 36 (Santarém).

Para a Madeira prevê-se céu muito nublado, apresentando-se geralmente pouco nublado nas vertentes sul, aguaceiros fracos nas vertentes norte e terras altas até meio da manhã e vento fraco a moderado de nordeste, soprando por vezes forte nas terras altas.

No Funchal as temperaturas vão variar entre os 21 e os 26 graus Celsius.

O IPMA prevê para as ilhas das Flores e Corvo (grupo ocidental) céu pouco nublado, aumentando a nebulosidade a partir do final da manhã, períodos de chuva, geralmente fraca e a partir do final da manhã e vento sudoeste moderado.

Paras ilhas Graciosa, S. Jorge, Terceira, Faial e Pico (grupo central) estão previstos períodos de céu geralmente pouco nublado e vento fraco a bonançoso de sudoeste.

Nas ilhas de S. Miguel e Santa Maria (grupo oriental) prevê-se céu pouco nublado, aumentando a nebulosidade a partir da tarde, aguaceiros, geralmente fracos e mais frequentes a partir da tarde e vento fraco.

Em Santa Cruz das Flores e na Horta as temperaturas vão variar entre os 22 e os 28 graus Celsius e em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada entre os 21 e os 27 graus.

Fornecimento de Energia Térmica
O Hospital de São Francisco Xavier vai reformular a central de cogeração, seguindo as orientações das entidades nacionais de...

Em comunicado, o conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO) dá conta de já ter recebido a autorização necessária do gabinete do secretário de Estado do Orçamento para a concessão de exploração da Unidade de Cogeração (para fornecimento de energia térmica) do Hospital de São Francisco Xavier, contemplando as orientações técnicas das Entidades Nacionais de Saúde.

O valor total do contrato, para quatro anos, ascende a cerca de um milhão de euros, especifica o comunicado.

“Este investimento permite reformular a Central de Cogeração, segundo orientações da DGS [Direção-Geral da Saúde] e INSA [Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge], de modo a minimizar o risco ambiental no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental”, refere o conselho de administração.

No ano passado, um surto de legionela no Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, infetou 59 pessoas, cinco das quais morreram.

Os técnicos que investigaram o surto encontraram deficiências na manutenção das torres de arrefecimento e condições de conservação propícias ao desenvolvimento de bactérias.

 

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