Dia Mundial da Sépsis assinala-se a 13 de setembro

Células Estaminais do cordão umbilical promissoras no tratamento da sépsis grave

Sépsis afeta cerca de 20 a 30 milhões de pessoas no mundo e provoca uma taxa de mortalidade entre 30% a 50%.

Um recente ensaio clínico de fase 1 revelou que as células estaminais mesenquimais (MSC) do tecido do cordão umbilical são promissoras candidatas ao tratamento da sépsis grave, permitindo uma redução da inflamação generalizada, melhoria da saúde global e recuperação das lesões de órgãos vitais. Além disso, verificou-se ainda um decréscimo na taxa de mortalidade e no tempo de internamento dos doentes tratados com MSC comparativamente a doentes tratados convencionalmente.

O ensaio, que teve como objetivo avaliar a segurança e tolerabilidade de MSC do tecido do cordão umbilical no tratamento de doentes com sépsis grave, incluiu 15 doentes que receberam uma única infusão de MSC do tecido do cordão umbilical até 24 horas após o diagnóstico desta condição. Estes doentes foram acompanhados durante 18 meses após a infusão.

“Apesar dos tratamentos convencionais reduzirem em cerca de metade o risco de morte dos doentes com sépsis, não modificam diretamente as alterações funcionais e os mecanismos das lesões associadas à sépsis, pelo que é urgente desenvolver alternativas às terapias já existentes. As células estaminais mesenquimais têm evidenciado um forte potencial para o tratamento desta condição, graças às suas propriedades antimicrobianas e à capacidade de atenuar a inflamação, reparar tecidos lesados e melhorar a resposta imunológica”, afirma Carla Cardoso, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

Com base nos resultados alcançados, os autores do estudo demonstram que uma única infusão de MSC do tecido do cordão umbilical é segura e bem tolerada neste tipo de doentes. Contudo, são ainda necessários mais ensaios clínicos, envolvendo um maior número de doentes, para que a eficácia deste tratamento seja devidamente avaliada.

A sépsis é uma condição clínica potencialmente fatal que resulta de uma infeção grave causada por agentes patogénicos, como bactérias, vírus, fungos e parasitas. A produção de toxinas e a invasão de tecidos por parte destes agentes originam uma resposta aguda do sistema imunitário que se traduz numa inflamação generalizada, podendo originar sépsis grave. Esta, por sua vez, provoca uma descida repentina da pressão sanguínea e vários órgãos vitais entram progressivamente em falência. Apesar dos avanços clínicos, a incidência de sépsis grave continua a aumentar, causando longos períodos de internamento nas Unidades de Cuidados Intensivos e elevadas taxas de mortalidade (entre 30% a 50%). 

De acordo com Global Sepsis Alliance, atualmente, a sépsis afeta entre 20 e 30 milhões de pessoas em todo o mundo.

 

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