Pé diabético "é um dos dramas da saúde em Portugal"

Importância do Pé Diabético em destaque no 2º Congresso Nacional APDP

A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) realiza entre os dias 22 e 24 de novembro, no Hotel SANA Lisboa, o seu 2º Congresso Nacional que terá como tema principal do seu programa o Pé Diabético, uma questão recorrente sempre que se fala de complicações da diabetes.

“Avaliação do risco para a lesão no Pé Diabético”, “O Impacto da úlcera Pé Diabético – perspetiva do utente e da família” e “Referenciar para não amputar” são algumas das temáticas que serão abordadas durante o 2º Congresso da APDP que se realiza em paralelo com o 2º Congresso do Pé Diabético, um evento que conta com profissionais de saúde (médicos de várias especialidades, enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, podologistas, assistentes sociais, entre outros) que integram equipas multidisciplinares e lidam diariamente com a diabetes.

“O número de utentes internados por pé diabético é enorme, sendo um dos dramas da saúde em Portugal. As estratégias para a prevenção das amputações é conhecida, há que implementá-las: diagnóstico precoce, referenciação rápida sempre que necessário e equipas hospitalares sensíveis para a não amputação", explica José Manuel Boavida, presidente da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal.

O número total de amputações dos membros inferiores, por motivo de diabetes, torna necessário implementar um sistema que dê resposta às diferentes fases de evolução do pé diabético, ou seja, a prevenção, o diagnóstico precoce, o tratamento da úlcera e da isquemia e, por  fim, a reabilitação. Sabe-se que as pessoas com diabetes têm um risco elevado (entre 19% e 34%) em desenvolver esta condição. A úlcera do pé diabético é uma situação crónica que precisa de vigilância constante, sendo que após a primeira ferida a recorrência é elevada (estima-se que em 60% dos casos, possam voltar a ocorrer nos próximos 3 anos).

Ana Luísa Costa, médica responsável pelo Departamento do Pé na APDP, destaca a importância da realização de um diagnóstico ao nível dos cuidados primários de saúde, sendo essencial a existência de enfermeiros e médicos formados no pé diabético. “Há um problema da referenciação atrasada para os profissionais de saúde especializados no pé diabético. Por outro lado, faltam linhas de comunicação ágeis e eficazes entre os cuidados de saúde, dado que é importante cicatrizar rapidamente uma úlcera do pé diabético para evitar complicações”, salienta.

Estudos clínicos comprovam que só 50% das pessoas com diabetes sobrevive 2 anos após uma amputação major. A taxa de sobrevida é baixa e inferior a algumas patologias oncológicas, sendo que a taxa de mortalidade após a primeira amputação major, em 5 anos, sobe para 68%-78,7%. “Pagar amputações e não pagar a prevenção é absolutamente desumano”, sublinha José Manuel Boavida.

Organizado num misto de sessões plenárias e grupos de trabalho, o 2º Congresso da APDP dirige-se a médicos de várias especialidades, enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, podologistas, assistentes sociais, entre outros profissionais de saúde, tendo como principal «objetivo reunir num único evento, a partilha de informação e experiências relacionadas com a diabetes, estabelecendo pontos de contacto entre os profissionais de diversas áreas – cardiologia, medicina interna, enfermagem, psicologia, nutrição que se ocupam do presente e do futuro da diabetes», refere João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.

Lançamento do livro “INSULINA – Da teoria à prática”

No âmbito do 2º Congresso Nacional da APDP, no dia 23 de novembro, pelas 11h00, será feito o lançamento do livro “INSULINA - Da teoria à prática”. Da autoria da APDP, com a coordenação científica de Luís Gardete e Bruno Almeida, este manual apresenta respostas a todas as grandes questões relacionadas com a utilização de insulina, nomeadamente como iniciar a insulina, porquê controlar a glicemia, quais as estratégias para otimização das doses de insulina ou como lidar com a insulina na gravidez, na criança e no adolescente, entre outros temas.

Destinado a técnicos de saúde e a pessoas com diabetes, que utilizam a insulina e necessitam de apoio para as inúmeras questões, a obra será muito útil a médicos, enfermeiros, nutricionistas e outros técnicos de saúde que necessitem de obter mais informação ou complementar a sua formação na área da diabetes. A apresentação do livro estará a cargo de José Manuel Boavida (Presidente da APDP), de João Filipe Raposo (Diretor Clínico da APDP) e dos coordenadores científicos, Luís Gardete e Bruno Almeida.

Fonte: 
Multicom
Nota: 
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