SPECS 2030
A Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de lançar a iniciativa SPECS 2030, inserida na Global SPECS Network que tem como...

Portugal pode e deve juntar forças com a rede global de participantes relevantes nesta iniciativa para abordar a falta de acesso a cuidados para a saúde da visão, quanto ao erro refrativo. 

“Em Portugal, mais de 6 milhões de pessoas experienciam limitações devidas ao erro refrativo e centenas de milhares esperam anos para receber os cuidados para a saúde da visão que tanto necessitam. O investimento de 1 euro em cuidados para a saúde da visão retorna 9 euros em produtividade. A visão é central na prestação de cuidados de saúde e só não vê isso, quem não quer ver” afirma Raúl de Sousa, Presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), Entidade de Utilidade Pública. 

O erro refrativo não corrigido é a principal causa de deficiência visual na população infantil e adulta. Globalmente, estima-se que apenas 36% das pessoas com deficiência visual ao longe devido a erro refrativo tenham acesso a óculos apropriados, enquanto mais de 800 milhões de pessoas têm uma deficiência de visão ao perto (presbiopia) que poderia ser abordada com óculos de leitura. 

A APLO apoia totalmente a SPECS 2030, tendo em conta que a deficiência visual e cegueira evitável por falta de acesso as consultas para a saúde da visão e aos óculos necessários para o erro refrativo continua a ser uma realidade em Portugal.  Para combater este problema, a APLO apela às entidades governativas e todos os intervenientes relevantes da área da Optometria para que contribuam para a promoção de medidas que assegurem que ninguém sofre destas condições por escassez de apoios e recursos.  

 
CNS Braga com especialista de renome em Doenças do Movimento
O neurologista e especialista em Demência de Alzheimer e Doenças do Movimento, Professor Doutor Miguel Gago, junta-se ao corpo...

Com uma vasta experiência académica e profissional, o Professor Doutor Miguel Gago é Doutorado em Medicina e tutor clínico da Unidade Curricular Neurociências Clínicas na Escola de Medicina da Universidade do Minho. Em 2018 concluiu o Doutoramento em Medicina, na área de investigação científica do controlo postural e da marcha em doenças Neurodegenerativas.

O Professor Doutor Miguel Gago é um membro ativo em sociedades científicas nacionais e internacionais de Doenças do Movimento, tendo sido Presidente da Sociedade Portuguesa de Doenças do Movimento (SPDMov) de 2015 a 2018. Além disso, destaca-se como investigador principal e coinvestigador em diversos estudos e ensaios clínicos sobre Demência de Alzheimer e Doenças do Movimento, com 21 artigos indexados publicados e participação como revisor convidado em revistas científicas.

“As perturbações do movimento são problemas clínicos que comprometem de forma severa a independência funcional do doente. É imperioso que exista um acompanhamento adequado e especializado de uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde. Sendo este o principal foco do CNS, não podia estar mais entusiasmado por integrar uma equipa repleta de profissionais excecionais, que trabalham diariamente para melhorar o bem-estar dos seus pacientes”. – afirma o Professor Doutor Miguel Gago com entusiasmo.

A coordenadora do CNS Braga, Doutora Margarida Rodrigues, também mostrou entusiasmo com o reforço da equipa clínica nas suas declarações: “No CNS Braga, estamos empenhados em oferecer aos nossos pacientes o mais alto nível de cuidados neurológicos. A incorporação do Professor Doutor Miguel Gago no nosso corpo clínico reforça o compromisso do CNS com a excelência médica”.

A unidade do CNS de Braga foi inaugurada no início de 2024, constituindo um avanço indispensável para o tratamento de doenças neurológicas na região norte de Portugal. Localizado na Rua 31 de Janeiro, o CNS Braga oferece um acompanhamento personalizado, especializado e multidisciplinar, com um corpo clínico composto por neurologistas, médicos de outras especialidades, fisioterapeutas, terapeutas da fala, psicólogos e outros profissionais de saúde. A abertura desta nova unidade teve como objetivo proporcionar um tratamento mais abrangente e de qualidade, tornando o CNS Braga num centro de referência para pacientes da região norte do país.

 
1 de junho
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), vai organizar, no dia 1 de junho, um seminário sobre transplantes de medula...

O evento vai contar com várias palestras, a cargo de profissionais de saúde, focando os diversos aspetos que a transplantação envolve. As boas vindas serão dadas pelo presidente da APCL, seguindo-se Maria João Gutierrez, do IPO de Lisboa, que abordará os diversos passos envolvidos na colheita de células progenitoras hematopoiéticas para transplante.

Depois desse enquadramento, o Professor Manuel Abecasis, presidente da APCL, abordará três tipos diferentes de transplantação – autólogo, alogénico e haploidêntico –, seguindo-se uma conversa sobre o papel da equipa de enfermagem nos transplantes de medula óssea, com a intervenção de Milene Correia Pereira, enfermeira do IPO de Lisboa.

A segunda parte do seminário vai contar com Carla Malveiro, da Fundação Champalimaud, para falar da importância do exercício físico antes, durante e após o transplante. A terminar Andreia Ribeiro, do IPO de Lisboa, irá abordar os desafios emocionais e psicológicos que se colocam a todos os envolvidos no processo.

A inscrição no evento pode ser feita através do preenchimento do formulário online, enviando email para [email protected], ou através do contacto telefónico 213 422 205. A iniciativa conta com o apoio do El Corte Inglês. 

23 a 26 de maio
É já esta semana que se realiza o 30.º Congresso Nacional de Medicina Interna (CNMI), organizado pelo Serviço de Medicina...

O congresso tem como tema principal ‘No interior da Medicina’ e visa proporcionar uma abordagem multidisciplinar e abrangente na área da medicina interna, contando com a participação de especialistas nacionais e internacionais.

Além do simpósio sobre o prognóstico cardiorrenal dos doentes com DT2, a Bayer vai apoiar a entrega do Prémio Pedro Marques da Silva, uma distinção estabelecida pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) para homenagear Pedro Marques da Silva, especialista de medicina interna que dedicou grande parte da sua carreira ao estudo dos lípidos e do risco cardiovascular. Este prémio tem como objetivo promover e distinguir os melhores trabalhos de investigação, na área do risco cardiovascular, e o vencedor será anunciado na sessão de encerramento do 30.º CNMI.

Para mais informações sobre o evento, consulte: https://cnmi.spmi.pt/.

 
22 e 29 de maio
Quando nasce um bebé, a vida do casal, mas em particular da mãe, passa a ser completamente dedicada ao recém-nascido, o que...

Um dos fatores que levam a mãe a viver em função do seu bebé é a amamentação, uma vez que o recém-nascido precisa de ser alimentado a cada duas horas. Isto pode levar a puérpera a sentir-se assoberbada e sem tempo para si e para descansar, algo essencial na recuperação pós-parto. A conselheira em aleitamento materno Raquel Fonseca vai ajudar as mães, na sessão de dia 22,  a prepararem-se para os desafios associados à amamentação, partilhando as melhores dicas para uma melhor gestão emocional e de tempo.

E porque a gravidez também exige algumas adaptações no dia-a-dia da gestante, principalmente para acolher as mudanças que estão a acontecer no seu corpo, vai estar presente a fisioterapeuta pélvica Rita Avelino, que vai explicar como a fisioterapia pode ser útil tanto durante a gravidez como durante o parto. Já a consultora de imagem e estilo Cristiana Silva, vai ajudar as grávidas a adaptarem as suas roupas ao seu corpo em contante mudança.

Outro fator que altera a vida quotidiana dos pais é a privação de sono e descanso, muitas vezes provocada pelas cólicas do bebé durante a noite. Na sessão de dia 29, a psicóloga Clementina Almeira, da clínica ForBabiesBrain, vai exemplificar como os pais podem ajudar a aliviar este desconforto no bebé.

Também no dia 29, as grávidas que estão na reta final da gestação podem contar com a fundadora do projeto Momm, Inês Freitas, para as apoiar na preparação do pós-parto. Sendo o autocuidado da mulher muito importante no puérpero, a especialista vai partilhar alguma informação com as grávidas para que consigam construir uma rotina que inclua tempo para elas próprias.

Ambas as sessões contam também com a participação da Crioestaminal. A importância e as aplicações terapêuticas das células estaminais do sangue do cordão umbilical serão abordadas pela diretora médica da Crioestaminal, Alexandra Machado, e pela conselheira em células estaminais Joana Gomes.

Uma das grávidas participantes nas sessões de maio das Conversas com Barriguinhas vai receber uma mala de maternidade com produtos dos parceiros da iniciativa. As inscrições estão disponíveis nas plataformas.

 
Opinião
Os linfomas cutâneos primários são um grupo heterogéneo de linfomas raros, incluindo linfomas B e T,

Na maioria dos linfomas cutâneos, após o diagnóstico de linfoma, que é realizado numa biópsia da pele, são realizados exames para saber se o linfoma está localizado somente à pele ou se afeta também os gânglios linfáticos, sangue ou outros órgãos (estadiamento). Em alguns subtipos de linfoma cutâneo, é necessária a avaliação da medula óssea para excluir a presença de linfoma nesse órgão. Isto é conseguido através de uma biópsia osteomedular, a qual é realizada somente por hematologistas. Após reunidos todos os resultados dos exames, a equipa multidisciplinar pode chegar ao diagnóstico final e definir um plano de tratamento.

Para além disso, os linfomas cutâneos têm que ser diferenciados de alguns tipos de linfoma sistémico com características semelhantes, uma vez que o seu tratamento e prognóstico é diverso. Pela sua experiência clínica no diagnóstico e tratamento de linfomas sistémicos, o contributo do hematologista é fundamental para esta distinção.

Os linfomas cutâneos são cancros do sangue com apresentação primária na pele. Isto significa que têm origem em linfócitos, células do sistema imunitário, que têm predileção pela pele. Por isso, na maioria dos casos, como só estão localizados na pele, o seu tratamento é local, incluindo cirurgia, radioterapia, fototerapia ou fármacos de aplicação tópica. Na doença avançada, que afeta várias regiões da pele, gânglios linfáticos, outros órgãos ou o sangue, o tratamento é sistémico, incluindo imunoterapia e quimioterapia. Em Portugal, são os hematologistas que prescrevem e gerem estes tratamentos sistémicos para a doença avançada. Estes tratamentos, são administrados por enfermeiros especializados em hemato-oncologia. São também os hematologistas que avaliam a indicação e elegibilidade dos doentes para transplante alogénico de medula óssea na Micose Fungóide e no Síndrome de Sézary (https://www.atlasdasaude.pt/artigos/sindrome-de-sezary-e-o-transplante-de-medula-ossea).

Por fim, os hematologistas, pela sua experiência em acompanhar os doentes desde o diagnóstico oncológico até ao fim da sua vida, contribuem para a gestão das diversas dimensões da qualidade de vida dos doentes com linfoma cutâneo. Podem ainda, dependendo da sua formação, prestar cuidados paliativos de nível básico, sabendo quando referenciar os doentes para acompanhamento por equipas de cuidados paliativos.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Projeto propõe o estudo do impacto das redes sociais na saúde e bem-estar.
O projeto SOCIAL (da autoria da investigadora da Nova SBE Rita Dias Pereira, supervisionado por Pedro Pita Barros) acaba de...

A compreensão dos efeitos da utilização das redes sociais na saúde mental e bem-estar, bem como a identificação de possíveis suscetibilidades genéticas associadas ao uso destas plataformas digitais é o grande objetivo do projeto.

Destacando-se pela sua abordagem inovadora, o projeto SOCIAL propõe o estudo de eventos marcantes (como a fuga de informação do Facebook em 2021, proibição do TikTok em dispositivos governamentais em 2022, a transição do Instagram para um feed algorítmico em 2016, entre outros) para examinar o seu impacto nos utilizadores de redes sociais. Em paralelo, propõe recorrer a dados genéticos moleculares para estudar fatores genéticos que influenciem suscetibilidades para o uso excessivo ou aditivo de redes sociais.

A bolsa agora conquistada revela não só a pertinência do tema mas também a importância da presente investigação. ‘Em 2022, 63% da população mundial utilizava ativamente as redes sociais, passando em média 2 horas e 27 minutos diários nestas plataformas. Apesar da sua adoção generalizada, a nossa compreensão sobre o impacto das redes sociais na saúde e bem-estar permanece limitada, principalmente devido à falta de acesso a dados sobre o uso das redes sociais. O projeto SOCIAL explora várias bases de dados únicas e adota uma abordagem abrangente para investigar os efeitos e suscetibilidades associados ao uso das redes sociais’ afirma a investigadora Rita Dias Pereira, acrescentando ‘este conhecimento é fundamental para desenvolver políticas inteligentes e eficazes que promovam o bem-estar individual numa era de rápida evolução digital. Esta proposta introduz uma nova perspetiva na investigação das redes sociais.’

A bolsa agora conquistada pela Nova SBE renova o posicionamento da escola como centro de excelência em investigação e educação, confirmando o seu papel vital na vanguarda do pensamento académico e na resolução de desafios complexos que afetam a nossa sociedade.

 
Investigação Internacional
Uma equipa de investigação internacional, liderada pela Universidade de Lisboa (UL) e pela Universidade de Coimbra (UC),...

Com o aumento da esperança média de vida, o número de pessoas afetadas pela doença de Alzheimer tem vindo a aumentar em todo o mundo, sendo esta patologia a causa mais comum de demência. Tratando-se de uma doença sem causa conhecida (sabe-se apenas que existem vários fatores de risco), as comunidades médicas e científicas têm-se dedicado à descoberta de respostas sobre a sua origem e à identificação de novos e melhores tratamentos, nomeadamente através de ensaios clínicos que ajudam a perceber a manifestação da doença, a sua progressão e impactos.

No entanto, “não têm existido soluções abrangentes provenientes dos ensaios clínicos na última década, o que poderá ter como possível origem o facto de estarmos perante uma população de doentes considerados homogéneos, quando bioquimicamente são heterogéneos, como provado neste nosso estudo”, explica o investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC (CNC-UC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CiBB) e um dos autores do estudo, Bruno Manadas.

Neste artigo científico – intitulado Pathophysiological subtypes of mild cognitive impairment due to Alzheimer’s disease identified by CSF proteomics e publicado na revista Translational Neurodegeneration – os investigadores conseguiram, então, mostrar “a presença de subgrupos bioquímicos dentro de um grupo clínico bem definido de indivíduos com défice cognitivo ligeiro com biomarcadores de Alzheimer, o que pode apontar eventualmente para a existência de diferentes mecanismos de origem e progressão da doença”, avança Bruno Manadas.

A investigação permitiu, igualmente, “demonstrar que há mais proteínas – além da beta-amilóide e da tau – que permitem fazer a distinção entre pacientes com DCL-DA e doentes com défice cognitivo ligeiro (DCL) sem marcadores da doença de Alzheimer”, acrescenta o investigador. A equipa acredita que estas descobertas podem, futuramente, originar ensaios clínicos com taxas de eficácia mais elevadas, uma vez que trazem nova informação sobre os diferentes perfis bioquímicos da doença.

Este estudo contou com a colaboração de pacientes nacionais (68) e internacionais (194), num total de 262 participantes. Num primeiro momento, houve uma avaliação do ponto de vista clínico, na qual todos os participantes foram avaliados para identificar se tinham ou não défice cognitivo ligeiro (condição associada à perda de capacidades cognitivas numa proporção maior do que seria esperado tendo em conta a idade do paciente). Depois, nos doentes com DCL, foi realizada a recolha do líquido cefalorraquidiano (o LCR, líquido que circula ao redor das estruturas cerebrais) e posterior caracterização molecular. Esta abordagem permitiu identificar quais destes doentes (com DCL) tinham marcadores para a doença de Alzheimer.

Posteriormente, com recurso a ferramentas de análise de dados e a machine learning – etapa com a colaboração de investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) – foram analisados os perfis proteicos dos líquidos cefalorraquidianos. Esta análise revelou que os pacientes podiam ser classificados em dois subgrupos: o grupo de disfunção imunológica e comprometimento de barreira hematoencefálica; e o grupo de alterações de proteínas ligadas à hiperplasticidade.

Isto significa que existem pelo menos dois perfis de doentes com Alzheimer em estádios iniciais, que podem ser considerados em ensaio clínicos. Atualmente, “os doentes de Alzheimer recrutados para estes ensaios são avaliados como um grupo único, não considerando, portanto, os seus diferentes perfis bioquímicos”, destaca o investigador da UC. “Esta diferenciação pode levar a ensaios clínicos com taxas de eficácia mais elevadas e, como tal, é importante que a comunidade clínica e farmacêutica esteja a par destes subgrupos que identificámos”, sublinha.

O estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto de investigação Além da Beta-Amilóide - As Alterações Patogénicas Precoces na Doença de Alzheimer, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, que é liderado pelo docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), Alexandre de Mendonça, e cocoordenado por Bruno Manadas.

Seguem-se agora novas etapas de investigação, uma vez que “a continuidade deste estudo será essencial para perceber se estamos perante uma nova classificação de doentes de Alzheimer nas suas fases iniciais”, remata Bruno Manadas.

Participaram também no estudo outros investigadores: Daniela Moutinho (FMUL), Vera Mendes (CNC-UC e CiBB), Alessandro Caula (FCUL e Universidade de Bolonha), Sara Madeira (FCUL), Inês Baldeiras (CNC-UC, CiBB e Faculdade de Medicina da UC), Manuela Guerreiro (FMUL), Sandra Cardoso (FMUL), Johan Gobom (Universidade de Gotemburgo e Hospital Universitário Sahlgrenska), Henrik Zetterberg (Centro de Hong Kong para Doenças Neurodegenerativas, Universidade de Wisconsin-Madison, Instituto de Investigação de Demência do Reino Unido, Universidade de Gotemburgo, Hospital Universitário Sahlgrenska e University College London), Isabel Santana (Serviço de Neurologia da Unidade de Local de Saúde de Coimbra, CNC-UC, CiBB e Faculdade de Medicina da UC) e Helena Aidos (FCUL).

O artigo científico está disponível em https://doi.org/10.1186/s40035-024-00412-1.

Ciclo de eventos online “Career Paths in Science” realiza-se a 21 de maio e 18 de junho
A The Non-Conformist Scientist (NCS), uma organização sem fins lucrativos criada por cientistas e para cientistas, vai...

Nos dias 21 de maio e 18 de junho, esta plataforma online pioneira irá promover a reflexão sobre os diferentes rumos que uma carreira em ciência pode seguir e demonstrar que as capacidades, adquiridas ao longo de uma formação científica, são versáteis e podem ser aplicadas em diversos contextos.

Cada sessão contará com oradores de distintas áreas profissionais, que irão partilhar a sua experiência e percursos académico e profissional. Assim, uma vez que os estudantes geralmente não têm acesso a informação sobre carreiras científicas alternativas, pretende-se explorar o dia-a-dia de cada vertente, principais desafios, oportunidades e outros temas que despertem a curiosidade dos participantes e dos oradores.

Ana Cadete, fundadora da organização, afirma que “um dos pilares da missão da NCS é empoderar e orientar os profissionais de ciência em todo o mundo, com uma comunidade de mulheres unida e disposta a ajudar”. Acrescenta ainda que “estes eventos são o espelho disso mesmo, onde através da partilha de experiências em diversas áreas, será possível demonstrar a diversidade das carreiras científicas alternativas à típica carreia académica. Este webinar destina-se, particularmente, a alunos de mestrado, doutoramento e pós-doutoramento, os quais pretendemos orientar para a sua próxima etapa profissional. Um doutoramento é subvalorizado e, como tal, queremos ajudar os cientistas em início de carreira a perceber que mais valias têm e em que trabalhos as podem aplicar”.

Em algum ponto da sua formação doutoral, a maioria dos alunos encontrar-se-á na encruzilhada mais comum de uma carreira científica: academia ou indústria? Apesar da academia continuar a reter muitos investigadores que ambicionam um dia ter o seu grupo de investigação, a verdade é que a indústria está cada vez mais competitiva, apresentando uma possibilidade de carreira científica dinâmica e com investigação cada vez mais inovadora. Para os indecisos, os curiosos e todos os que querem aprender sobre ambas as vertentes, na sessão de dia 21 de maio, às 19h de Portugal, serão exploradas as áreas de Academia, com a Dra. Ina Huppertz (Group Leader, Max Planck Institute for Biology of Ageing); Indústria com a Dra. Samantha Sarrett (Senior Director, Eli Lilly), e, por fim, de Transição Académica e Indústria, com a coach de carreiras Lauren Celano (cofundadora e CEO da Propel Careers).

Para aceder ao webinar “Career Paths in Science”: https://streamyard.com/watch/bfKQFj7U7kAd

Prémio promovido pela Ordem dos Médicos e pela Fundação BIAL
Os candidatos à 4ª edição do Prémio Maria de Sousa têm até 31 de maio para submeter individualmente os seus projetos de...

No total, o prémio vai distribuir até 150 mil euros, por um máximo de cinco vencedores residentes em Portugal ou no estrangeiro.

Através deste galardão, pretende-se celebrar e dar continuidade ao trabalho da cientista Maria de Sousa, uma personalidade que deixou uma marca indelével no desenvolvimento científico e académico em Portugal e no mundo.

Presidido pelo neurocientista Rui Costa, o júri é composto por investigadores que foram muito próximos de Maria de Sousa: Maria do Carmo Fonseca, Presidente do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM), Miguel Castelo-Branco, Diretor do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT) da Universidade de Coimbra, Joana Palha, Professora Catedrática da Escola de Medicina da Universidade do Minho, e João Relvas, investigador e Group Leader no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S).

Desde a sua criação em 2021, o Prémio Maria de Sousa recebeu 193 candidaturas, tendo selecionado 15 projetos de investigação para galardoar e apoiar. Os projetos apoiados nas três edições realizadas focam-se em diversas áreas das Ciências da Saúde, tais como doenças cardiovasculares, cancro, doença do sono, neurociências, doenças degenerativas, lúpus ou alzheimer.

Mais informações sobre esta edição, incluindo regulamento e submissão de candidaturas, disponíveis aqui.

Laboratório de longevidade
As Irmãs Hospitaleiras Idanha | Sintra – Casa de Saúde da Idanha foram distinguidas esta sexta-feira 17 de maio, com o...

O AgeLab Sintra representa um avanço significativo no campo da saúde e bem-estar dos idosos, aproveitando a experiência centenária das Irmãs Hospitaleiras em cuidados de saúde mental para promover a reabilitação, proteção e valorização da população sénior. Este projeto não só beneficiará os mais velhos, mas também será uma valiosa plataforma para investigadores, profissionais de saúde, estudantes e voluntários, proporcionando um espaço onde todos possam contribuir para o avanço desta área vital.

O principal objetivo do AgeLab Sintra é fomentar o desenvolvimento de práticas inovadoras e eficazes na prevenção e tratamento das demências, bem como na promoção de uma longevidade saudável. Através de um ambiente de colaboração e sinergia com diversos parceiros locais e academia, o laboratório garantirá um impacto social significativo, beneficiando toda a comunidade envolvente.

A distinção com o Prémio Fidelidade Comunidade é um reconhecimento do compromisso e dedicação das Irmãs Hospitaleiras na contribuição para uma comunidade de impacto.

Recomendações
"A dor é um dos aspetos mais perturbadores" na vida do doente que convive com a XLH, ou ra

De acordo com a médica, a XLH "é uma doença crónica que perturba o metabolismo fosfo-cálcico devido à perda renal de fosfato, um elemento fundamental nos processos de mineralização dos ossos, na formação e manutenção da dentição saudável e em vários processos metabólicos do organismo". Entre as complicações associadas, a especialista destaca, em idade pediátrica, "a craniossinostose, deformidade do crânio por fusão prematura das suturas, deformidades ósseas, atraso no crescimento e baixa estatura". 

"As deformidades ósseas, que ocorrem sobretudo a nível dos membros inferiores, associam-se frequentemente a dor óssea, causam atraso no início e alteração da marcha, cansaço e limitação na mobilidade e capacidade para as atividades físicas", adianta revelando que esta condição conduz a "um impacto negativo na qualidade de vida e na autoestima destas crianças/jovens e também das famílias".

Deste modo, sublinha a importância do diagnóstico precoce. Quanto mais cedo o tratamento adequado for iniciado, maiores as chances de "prevenir e melhorar as deformidades ósseas e, consequentemente, a motricidade" do doente. 

No entanto, se, frequentemente, o diagnóstico da XLH se obtém nos primeiros anos de vida, há, no entanto, casos que são diagnosticados em fases e idades mais avançadas, com múltiplas complicações associadas. 

De acordo com Armando Barbosa, Diretor Clínico da Paincare, "a dor na deformação óssea pode ocorrer por várias razões, dependendo da natureza da deformação e de quaisquer condições subjacentes". Por exemplo: 

  • Pressão nos nervos: "Se a deformação óssea estiver a pressionar os nervos circundantes, isso pode causar dor. Por exemplo, no caso de uma deformidade como um esporão ósseo, pode haver compressão nos tecidos moles circundantes, resultando em dor".
  • Inflamação: "A presença de uma deformação óssea pode levar a inflamação nos tecidos circundantes, causando dor. A inflamação pode ser resultado de lesão, uso excessivo da articulação ou condições inflamatórias subjacentes, como artrite".
  • Alterações na biomecânica: "Deformidades ósseas podem alterar a biomecânica normal da área afetada. Isso pode levar a desgaste irregular das articulações e dos tecidos circundantes, resultando em dor".
  • Instabilidade articular: "Certas deformidades ósseas podem levar à instabilidade das articulações, o que pode causar dor crónica devido ao stress anormal nas estruturas circundantes".
  • Lesões associadas: "Deformidades ósseas podem aumentar o risco de lesões adicionais nos tecidos moles circundantes, como ligamentos e tendões, o que pode resultar em dor adicional".

Do mesmo modo, explica que também o seu tratamento vai depender da "causa subjacente da deformidade e da intensidade da dor". 

Segundo o especialista, estas são algumas das opções de tratamento que podem ser consideradas:

  • Medicamentos para alívio da dor: "Analgésicos de venda livre, ou anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) podem ajudar a aliviar a dor leve a moderada. Se a dor for mais intensa, o médico pode prescrever analgésicos mais potentes como opióides";
  • Fisioterapia: "Exercícios específicos para fortalecer os músculos ao redor da área afetada pela deformidade óssea. Isso pode ajudar a melhorar a estabilidade e reduzir a dor"; 
  • Órteses e dispositivos de apoio: "Dependendo da natureza da deformidade, o uso de órteses, talas ou dispositivos de apoio pode ajudar a aliviar a pressão sobre a área afetada e proporcionar suporte adicional", 
  • Injeções: "Injeções de corticosteroides podem ser administradas diretamente na área afetada para reduzir a inflamação e aliviar a dor. Outros tipos de injeções, como injeções de ácido hialurónico, ou plasma rico em plaquetas podem ser usadas para lubrificar a articulação e reduzir o atrito"; 
  • Cirurgia: "Em alguns casos, especialmente se a deformidade óssea estiver a causar dor intensa e a comprometer a função, a cirurgia pode ser necessária para corrigir a deformidade. Isso pode envolver a remoção do osso extra (osteotomia), a fusão de articulações ou a substituição da articulação afetada"; 
  • Tratamento da condição subjacente: "Se a deformidade óssea for causada por uma condição subjacente, como artrite reumatoide ou osteoartrite, o tratamento dessa condição subjacente pode ajudar a reduzir a dor e retardar a progressão da deformidade".

Para além destas opções terapêuticas, Clara Gomes, especialista em Nefrologia Pediátrica, destaca a importância da integração de outras estratégias como o "apoio psicológico, técnicas de relaxamento, promover integração em grupos de apoio e também o suporte social" para ajudar a conviver com a dor. 

"O apoio da Reumatologia ou de uma Consulta de Dor podem constituir uma ajuda importante em estabelecer planos individualizados", reforça.

Também Armando Barbosa, sublinha a  importância do acompanhamento individualizado: "é fundamental consultar um médico para avaliação e discussão das opções de tratamento mais adequadas ao seu caso específico. O tratamento ideal dependerá da causa e da gravidade da deformidade, bem como de outros fatores individuais".

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia 24 de maio
“Serviços de urgência: quando e como utilizar, para não sobrecarregar!” é o mote da próxima sessão informativa do Projeto Saúde...

A sobrecarga dos serviços de urgência tem sido amplamente debatida nos últimos tempos. Apesar de algumas medidas de contingência, as consequências deste cenário traduzem-se em longas horas de espera dos utentes e impactam severamente a capacidade de resposta das unidades de saúde, colocando em causa o atendimento de situações verdadeiramente urgentes.

A sessão será conduzida por Rita Sequeira, enfermeira especialista da Unidade Local de Saúde do Algarve, com o objetivo de alertar para a importância de se reduzir a utilização inapropriada ou evitável dos serviços de urgência dos hospitais e apresentar alternativas seguras e com qualidade.

“Esta iniciativa responde à necessidade dos nossos utentes e da população em geral em saber como utilizar de forma racional os serviços de urgência. É cada vez mais importante investir na literacia em saúde e na capacitação das pessoas para navegarem no sistema de saúde e tomarem as suas decisões em saúde de forma responsável”, afirma Ricardo Valente Santos, psicólogo e gestor do projeto Saúde Mental 360º Algarve.

“Tudo isso contribui para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e a sustentabilidade do sistema de saúde”, conclui.

As sessões informativas ‘’Saúde em Dia’’ pretendem esclarecer a população algarvia sobre importantes temas relacionados com a área da saúde e prevenção e gestão da doença, através de uma comunicação simples e objetiva, que desmitifica alguns conceitos. Para isso, contam com o apoio de profissionais de saúde e de associações de doentes associadas à Plataforma Saúde em Diálogo, que se juntam nesta missão de promover a qualidade de vida e o bem-estar da comunidade idosa do Algarve.

A iniciativa é gratuita e aberta ao público em geral, devendo as inscrições ser feitas neste link: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScLjPGQBvsm-vBO4Q6KXgTHjYCbs-0iGed5CazIY1IoYJYN4w/viewform

Iniciativa integra-se no ciclo de atividades de sensibilização realizadas no Meeting Place do Algarve
Em colaboração com o Grupo Hospital Particular do Algarve, o MAR Shopping Algarve realizará uma iniciativa de rastreios...

A inclusão da avaliação pela Medicina Tradicional Chinesa no ciclo de atividades do Meeting Place destaca o desejo de oferecer abordagens inovadoras e holísticas para o cuidado da saúde, sendo esta uma medicina reconhecida há milénios pela sua capacidade de promover equilíbrio e harmonia entre mente, corpo e espírito. Nesta ação, os especialistas da Clínica HPA estarão presentes para oferecer avaliações personalizadas e orientação sobre como este tipo de diagnóstico pode contribuir para o bem-estar geral dos participantes.

De recordar que o MAR Shopping Algarve assegura com regularidade oportunidades para que os visitantes e colaboradores do Meeting Place tenham acesso de forma facilitada a rastreios, em parceria com diversas entidades que operam no setor da saúde. O projeto 'Agenda de Rastreios' reafirma o compromisso do Meeting Place em maximizar o seu impacto social e ambiental, alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU e contribuindo ativamente para o bem-estar da comunidade e alcance de um futuro mais saudável e sustentável.

Para participar nesta iniciativa é necessário efetuar uma marcação prévia, entrando em contacto através do número 302 063 457 ou enviando um e-mail para [email protected]. Esta marcação visa assegurar um atendimento eficiente e personalizado, proporcionando a cada participante uma experiência positiva e relevante para o seu bem-estar.

Além de histórias na primeira pessoa, o encontro vai juntar profissionais de saúde
A Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade) faz 18 anos. Para celebrar o aniversário, preparou o evento &quot...

A partir das 15h, dá-se lugar a conversas sobre a experiência de passar por uma jornada de infertilidade e como é acompanhar a nível médico e psicológico este caminho. Mas há ainda outro momento especial: a gravação, ao vivo, do podcast "Isso é Psicológico", conduzido por João Paulo Sousa e Adriana Nascimento. Neste episódio do programa vai ser discutida a importância do apoio psicológico a quem vive a infertilidade, com a participação da psicóloga Ana Pereira e da atriz Débora Monteiro.  

“Hoje sabemos que a jornada da infertilidade pode ser emocionalmente desafiadora e que é fundamental oferecer um suporte psicológico adequado para aqueles que estão a passar por esse momento. Através do nosso podcast, esperamos não apenas informar, mas também promover uma reflexão profunda sobre como podemos melhorar o apoio às pessoas nesta situação tão delicada”, diz João Paulo Sousa.  

“Este momento especial permitirá que as vozes daqueles que passaram e passam pelos desafios e obstáculos da infertilidade sejam ouvidas”, diz a presidente da APFertilidade, Cláudia Vieira. "Acreditamos firmemente que, ao ouvir e aprender com as experiências de cada um, podemos fortalecer a nossa comunidade e dar um apoio mais eficaz para aqueles que enfrentam desafios semelhantes”.  

A programação do evento inclui várias conversas, como "A evolução da PMA e possibilidades", que contará com a participação de especialistas como Alberto Barros, Teresa Almeida Santos e Maria Carreira. Temas como "A luta pela fertilidade" e "A comunicação no casal e entre médico-paciente" serão discutidos por outros profissionais de referência, oferecendo insights valiosos e orientações para aqueles que enfrentam os desafios da doença.  

O evento será realizado no Auditório Mar de Palha, das 15h às 19h. A APFertilidade oferece entrada gratuita para crianças até aos 12 anos. Os bilhetes podem ser adquiridos aqui.  

“Este evento será de celebração pelo trabalho que desenvolvemos em 18 anos, mas também um espaço de apoio, informação e solidariedade, com destaque para a importância de compartilhar experiências e de procurar apoio mútuo numa jornada muitas vezes desafiadora, mas que queremos cheia de esperança e amor”, conclui Cláudia Vieira. 

Saúde Auditiva
A surdez é uma realidade complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, exigindo uma compree

Ao adentrar o universo da surdez em Portugal, deparamo-nos com uma multiplicidade de fatores a considerar. Desde os diferentes tipos e níveis de surdez até às necessidades variadas de reabilitação e apoio, bilateral e diferenciado de pessoa para pessoa, é imperativo dissecar os números e estatísticas que delineiam essa realidade.

Um aspecto crucial reside na compreensão das diversas faixas etárias afetadas pela surdez. Do recém-nascido diagnosticado com perda auditiva à pessoa idosa que enfrenta a diminuição gradual da audição, cada fase da vida apresenta desafios e necessidades únicas que exigem intervenções personalizadas e adequadas.

No entanto, o acesso a dados estatísticos precisos e abrangentes sobre a surdez em Portugal é frequentemente obstaculizado pelo sigilo mantido pelas entidades hospitalares e clínicas, bem como pela falta de atualização das fontes estatais. Esta lacuna na disponibilidade de dados representa não apenas um entrave à compreensão plena da situação, mas também uma barreira para a implementação de políticas e programas eficazes de apoio às pessoas com deficiência auditiva.

A importância de desvendar esses números não reside apenas na mera curiosidade estatística, mas sim na necessidade premente de garantir que os recursos e serviços disponíveis estejam alinhados com as necessidades reais daqueles que vivem com surdez. A falta de acesso a próteses auditivas, bem como estimar quem necessita de uma cirurgia para implantes e consequente acesso aos processadores, adequados, por exemplo, pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e na integração social das pessoas com deficiência auditiva.

Portanto, este artigo propõe-se a explorar a realidade da surdez em Portugal através da lente da estatística, destacando a importância de superar os desafios relacionados com a obtenção e divulgação de dados precisos. Ao fazê-lo, visa contribuir para um maior entendimento e sensibilização em torno desta questão vital, bem como para o desenvolvimento de políticas mais inclusivas e eficazes no âmbito da saúde auditiva e do próprio bem-estar pessoal.

Retirando a opinião pessoal de vários testemunhos auditivos, que a nossa Associação OUVIR tem recebido, é preocupante a forma como as entidades privadas e públicas encaram a surdez, de forma leviana e sem devida importância, sem ter o mínimo de noção e responsabilidade. A surdez também pode ser considerada uma doença crónica, a surdez também é um problema de saúde pública, porque pode afetar não somente a capacidade de apreensão e compreensão dos sons, mas igualmente, a capacidade cognitiva e o impacto psicológico que esta pode ter.

É essencial que as entidades públicas e privadas reconheçam a gravidade da surdez e ajam com responsabilidade, garantindo o acesso a serviços de saúde auditiva adequados e promovendo a inclusão e a igualdade de oportunidades para as pessoas com deficiência auditiva. Somente através de uma abordagem abrangente e sensível poderemos enfrentar os desafios que esta condição impõe e assegurar uma melhor qualidade de vida para todos os indivíduos afetados pela surdez.

Quando existem seguradoras, que apenas comparticipam ou assumem os dispositivos médicos de reabilitação auditiva, quando esta perda ocorre no período contratual, estão a tomar a surdez como uma epidemia, quando na verdade é uma deficiência e corresponde a uma incapacidade, que na larga maioria das situações é irreversível, e por isso permanente. Para além disso, a surdez pode iniciar-se em qualquer idade do indivíduo: desde a gravidez até ao seu óbito. Como tal, não se pode estabelecer esta comparticipação da forma como se tem efectuado. O Estado continua a querer omitir o acesso aos dados referentes às pessoas com deficiência auditiva, de forma a que de forma propositiva, sem conseguir responder aos inúmeros pedidos que se vão avolumando nos recursos às próteses e processadores de implantes auditivos. Não apenas para aquisição, mas no agravamento do tempo para upgrade ou substituição, pelo que este processo acaba por ser moroso. E na verdade, o tempo de espera para uma cirurgia de implante auditivo, também tem vindo a agravar. Apesar de existirem cada vez mais meios, médicos otorrinolaringologistas, qualificados conhecedores e familiarizados com este tipo de cirurgias. Também mais hospitais capazes de responderem a este tipo de solicitações. Não podemos esconder os casos particulares, em que os profissionais de saúde auditiva, que deveriam estar habilitados, acabam por recusar ou adiar algum tipo de cirurgia. Para além disso, a generalização e massificação, tem conduzido de inconsistente à alguma falta de qualidade prestado por estes profissionais, alguns deles por alguma incompetência.

Os recursos necessários desprender e a avaliar, que não passam somente, pelas próprias tecnologias de reabilitação, porém também por tudo o que envolve serviços, diagnóstico, profissionais, recursos destinados à acessibilidade e os benefícios que uma pessoa com deficiência auditiva deverá ter como direito e que sirvam os seus interesses e do Estado. As verbas, e tudo o que acarreta a operacionalidade, a melhor inclusão social, o bem-estar e a melhor qualidade de vida, são fatores de extrema importância para o quotidiano e na actualidade.

Para concluir, é imperativo reconhecer que a surdez não é apenas uma condição médica, mas sim uma realidade complexa que afeta profundamente a vida das pessoas que a vivenciam. O acesso adequado a serviços de saúde auditiva, incluindo diagnóstico, tratamento e apoio contínuo, é essencial para garantir a qualidade de vida e a plena inclusão desses indivíduos na sociedade.

No entanto, enfrentamos desafios significativos na obtenção desses serviços, desde a falta de disponibilidade de dados estatísticos até à burocracia e falta de recursos nos sistemas de saúde. A surdez não pode ser negligenciada ou tratada de forma leviana; é uma questão de saúde pública que requer uma resposta abrangente e eficaz.

Devemos questionar-nos: estamos a fornecer os recursos necessários para atender às necessidades das pessoas com deficiência auditiva de forma adequada? Estamos a garantir o acesso equitativo a serviços de saúde auditiva e apoio social? Estamos a agir com a urgência e responsabilidade necessárias para enfrentar essa questão de forma eficaz?

À medida que continuamos a explorar e desvendar a realidade da surdez em Portugal, é essencial que todos os setores da sociedade, incluindo entidades públicas, privadas e a sociedade civil, se unam para garantir que cada indivíduo afetado pela surdez receba o suporte necessário para viver uma vida plena e inclusiva.

Portanto, instigamos não apenas uma reflexão, mas também uma ação imediata e coordenada para superar os desafios que enfrentamos. Afinal, a verdadeira medida de uma sociedade é como ela trata os seus membros mais vulneráveis. E é nossa responsabilidade coletiva assegurar que ninguém seja deixado para trás, especialmente aqueles que enfrentam desafios de surdez.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Presidente da República presenta na sessão de encerramento
“Sustentabilidade em Saúde” é o tema da conferência organizada pela AbbVie, em parceria com o Expresso, e onde será apresentada...

A sustentabilidade do SNS e o papel da inovação e da investigação clínica no futuro da saúde são outros dos temas a abordar nesta iniciativa, que decorrerá no dia 4 de junho pelas 09h30, o Centro Cultural de Belém e que contará com a presença, na sessão de encerramento, do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. A sessão de abertura deverá contar com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Pedro Simões Coelho, presidente do Conselho Científico da NOVA Information Management School (NOVA IMS), apresentará os resultados do Índice de Saúde Sustentável, que todos os anos avalia a sustentabilidade do SNS, olhando para indicadores como a atividade, a despesa, a dívida e a qualidade (técnica e percecionada). A Pedro Simões Coelho, para discussão dos resultados do estudo, juntar-se-ão Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde, e Eurico Castro Alves, ex-Secretário de Estado da Saúde, recentemente nomeado para liderar a equipa responsável pela elaboração do Plano de Emergência do SNS.

“Construindo o Futuro da Saúde: inovação e investigação clínica” será o mote para o segundo painel, onde participam Rui Ivo, presidente do Infarmed, João Almeida Lopes, presidente da Apifarma, Maria do Carmo Fonseca, presidente do Instituto de Medicina Molecular (IMM) e Elsa Frazão Mateus, presidente da European Patients' Academy on Therapeutic Innovation Portugal (EUPATI).

A entrada é gratuita, mas sujeita a inscrição prévia.

Atualmente, há 23 ensaios clínicos a decorrer em Portugal
No ano em que celebra 115 anos de existência em Portugal a farmacêutica Bayer, que se dedica a encontrar soluções nas áreas da...

A aposta na realização de investigação clínica em Portugal permitiu  que só nestes 2 últimos anos mais de 466 doentes tenham sido incluídos em ensaios clínicos, com aproximadamente 414  em tratamento ou em seguimento. Este desempenho tão relevante só tem sido possível graças à colaboração e estreita parceria com os profissionais de saúde e as instituições de saúde no nosso país. Do total de ensaios clínicos a decorrer, 1 é de fase I, 5 de Fase II para prova de conceito e 17 de fase III.

Paralelamente ao investimento em I&D, a Bayer está também empenhada em colaborar com entidades locais que se dediquem à inovação, como é o caso do Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET), onde a farmacêutica tem um laboratório satélite desde 2009. A principal aposta tem sido em quatro áreas de investigação distintas, sendo um dos focos desta colaboração a pesquisa e produção de anticorpos terapêuticos provenientes de bibliotecas de anticorpos apresentados em Phage Display, uma técnica de clonagem que permite selecionar e isolar vetores, contra alvos fornecidos pela Bayer.

A aposta em inovação, em parceria com o iBET, tem vindo a crescer ao longo dos anos e neste momento o laboratório satélite conta com uma equipa de 14 cientistas, dedicados essencialmente à I&D de novos anticorpos especialmente para os campos de oncologia e doenças inflamatórias, abordando um alvo específico ou via específica de uma forma seletiva.

“É com grande entusiasmo que na nossa estratégia continuamos a apostar fortemente na inovação em Portugal e em proporcionar mais e melhores cuidados para os nossos doentes. Apesar de a tendência da maioria das multinacionais ser levar os ensaios clínicos para outros países da Europa, na Bayer fazemos questão de continuar a manter esta forte aposta num país que já nos deu tanto ao longo destes 115 anos de história”, afirma Marco Dietrich – Diretor Geral da Bayer Portugal. 

II Seminário Nacional de Saúde Mental no desporto de Alta Competição realiza-se dia 22 de maio
Em Portugal, mais de 40% dos 811 atletas olímpicos portugueses vivos, sofrem ou sofreram de problemas de saúde mental. O II...

Quando a ginasta Simone Biles (19 vezes campeã mundial e tetracampeã Olímpica) surpreendeu o mundo, nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, ao anunciar, com coragem olímpica, que não iria participar na final individual de ginástica artística por questões de saúde mental, lançou o debate que há muito estava por fazer.  

Não sendo a primeira grande campeã olímpica e mundial a abordar a questão da importância da saúde mental para os desportistas, a ginasta norte-americana foi, sem dúvida, a atleta de alta competição que teve mais capacidade para pôr este tema-tabu na agenda mediática. Uma realidade que afeta muito mais atletas do que, à partida, se imagina. 

Com efeito, num estudo de 2019 realizado pelo próprio Comité Olímpico Internacional e divulgado no British Journal of Sports Medicine, cerca de 50% dos atletas olímpicos inquiridos assumiram que já se sentiram afetados por sintomas de depressão, ansiedade e ligados ao stress. Também a Universidade de Amesterdão concluiu, num trabalho de 2018, a partir de uma revisão feita a 20 artigos científicos, que 34% dos atletas olímpicos podem apresentar sintomas de depressão ou ansiedade. 

Com o objetivo e compromisso de manter o tema na agenda e continuar a sensibilizar o público para a importância desta temática e de combater o estigma que está sempre associado à saúde mental, a Associação dos Atletas Olímpicos de Portugal (AAOP), em parceria com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), realiza já na próxima quarta-feira, 22 de maio, o II Seminário Nacional sobre Saúde Mental no Desporto de Alta Competição, que conta já com mais de 400 inscrições. 

“Temos o compromisso de manter este tema vivo. Não basta falar da saúde mental apenas uma vez, é preciso abordar o tema de forma sustentada. A saúde mental tem de ser normalizada e é preciso afastar o estigma... assumir que se tem um problema é uma atitude de força, não é uma atitude de fraqueza. A percentagem de 40 a 50 por cento de atletas que têm problemas de saúde mental peca por escassa”, enfatiza Luís Alves Monteiro, presidente da AAOP.

Do programa destaca-se a apresentação dos resultados de um estudo científico, conduzido pelo observatório de saúde mental e com o patrocínio científico da SPPSM, realizado com base num inquérito feito a mais de 200 atletas de alto rendimento. 

O objetivo foi obter informação sobre o estado de saúde mental dos atletas alto rendimento portugueses em ciclo ativo ou pós carreira (> 18 anos), de modo a caracterizar as suas necessidades de saúde mental e contribuir para melhorar o seu bem-estar, saúde e performance. Em Portugal, de entre os 811 atletas olímpicos vivos, mais de 40% sofrem ou já sofreram de problemas de saúde mental nas várias fases da carreira. A amostra integra mais de 150 respostas, entre atletas no ciclo ativo e no pós-carreira - 49 em ciclo ativo e 94 no pós carreira; sendo 46% mulheres e 54% homens. 

Com a presença de várias entidades ligadas ao sector desportivo e sociedade civil, tendo como palestrante principal Maria de Belém, ex-ministra da Saúde, ou ainda Francisco George, e ex-atletas olímpicos como Nélson Évora, Mário Aníbal ou Marta Onofre, o seminário reúne ainda diversos especialistas de saúde mental, bem como treinadores de alta competição, e pretende identificar os desafios e oportunidades que se colocam atualmente neste âmbito, contribuindo para cumprir um dos objetivos para o desenvolvimento sustentável definido pela ONU na sua Agenda 2030: o do bem-estar físico, mental e social. 

 
Campanha “Dê Troco a Quem Precisa”
A 11.ª edição da Campanha solidária “Dê Troco a Quem Precisa”. começa hoje e decorre até 29 de maio, em cerca de 600 farmácias...

Para apoiar esta causa basta ir a uma farmácia aderente ou poderá fazer o donativo por MB WAY (932 440 068) ou transferência bancária (PT50 0036 0000 9910 5914 8992 7).

Segundo o Índice de Saúde Sustentável desenvolvido pela Nova Information Management School, 1 em cada 10 portugueses não comprou os medicamentos prescritos porque não tem dinheiro para os pagar.

“Contribuir para esta Campanha ajudará as famílias mais vulneráveis a terem acesso aos medicamentos essenciais para uma melhor saúde e qualidade de vida. Apelamos, por isso, à solidariedade de todos para apoiarmos quem mais precisa no acesso ao medicamento.”, sublinha Maria João Toscano, Diretora Executiva da Associação Dignitude.

O Programa abem: já apoiou mais de 36 000 beneficiários. Com o apoio de todos, continuaremos a fazer a diferença na vida de quem mais precisa.

Os beneficiários do Programa abem: são cidadãos que se encontram em situação de comprovada carência socioeconómica, referenciados por entidades parceiras locais, como autarquias, IPSS, Cáritas e Misericórdias que integram uma rede colaborativa presente em todo o país. O beneficiário tem acesso ao Cartão abem:, bastando apresentá-lo numa farmácia para poder adquirir os medicamentos comparticipados que lhe forem prescritos, sem custos para si.

A Associação Dignitude emite recibos de donativo no âmbito do Estatuto de Benefícios Fiscais. Para tal, os doadores devem enviar comprovativo de transferência, nome e NIF para [email protected]

 
 

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