Vereador
A unidade móvel de consumo vigiado, que será implementada pela Câmara de Lisboa até ao início do próximo ano, fará paragens nas...

Em declarações no final da reunião pública do executivo liderado por Fernando Medina (PS), o vereador Manuel Grilo (do BE) avançou que a unidade móvel “terá uma paragem na freguesia de Arroios e uma paragem da freguesia do Beato”.

A carrinha, que já foi adquirida e “está a ser adaptada”, vai funcionar com uma equipa constituída por um “enfermeiro e dois técnicos com formação em reanimação e em administração de antídotos em casos de ‘overdose’”, acrescentou.

O vereador, que assumiu também a pasta da Educação derivado de um acordo de governação do concelho firmado com o PS após as últimas eleições autárquicas, explicou que o município não irá divulgar a data concreta em que a carrinha começará a prestar apoio nas ruas da capital, mas apontou que “ao fim de um mês ou dois será feito um balanço de como está a correr”.

Manuel Grilo referiu ainda que estará aberta uma “linha de contacto direto com a polícia”, para que as forças policiais “deixem funcionar a carrinha”, e, ao mesmo tempo, “garantam a segurança das equipas” que estejam a prestar os cuidados aos utentes da unidade.

Na reunião, o executivo aprovou (com os votos contra do CDS-PP, e os votos favoráveis de PS, BE, PCP e PSD) a atribuição de apoios financeiros, de cerca de 136 mil euros, à associação Médicos do Mundo, e de cerca 61 mil euros ao Grupo de Ativistas em Tratamentos, “para suporte dos encargos relativos à criação e manutenção” da unidade móvel que irá funcionar como sala de consumo assistido.

“Hoje foi o pontapé de saída” para a unidade poder ir para a rua, declarou Manuel Grilo.

Além da unidade móvel, serão também criadas duas unidades fixas que ficarão localizadas na zona da Avenida de Ceuta e no Lumiar.

Na reunião, o vereador João Gonçalves Pereira, do CDS-PP, levantou reservas relativamente ao programa de consumo assistido, considerando que a unidade “não é mais do que uma espécie de ‘offshore’ de consumo de substâncias ilegais”.

Os centristas questionaram também se esta medida não porá em causa a reabilitação das pessoas toxicodependentes.

Também o vereador Jorge Alves, do PCP, quis saber como será garantida a segurança dos meio humanos afetos ao programa.

Em resposta, Manuel Grilo salientou que “este programa vai salvar vidas” e vai “contribuir para que alguns possam iniciar [outros] percursos que, de outra forma, não iniciariam”.

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, vincou que “a criação destas unidades tem-se revelado um elemento central de sucesso”.

Na reunião, os vereadores da capital aprovaram, também, por unanimidade, a proposta do CDS-PP que pretende dar início à candidatura do estuário do Tejo a Património Mundial da UNESCO.

Esta proposta já tinha estado agendada, mas acabou por ser adiada para que fosse apurada a existência de outras candidaturas no mesmo sentido.

Antes da votação, a vereadora Assunção Cristas (CDS) esclareceu que “não há nenhuma candidatura do estuário do Tejo à lista de património” da UNESCO.

O que está em causa
A ministra da Saúde manifestou surpresa pela aprovação pelo parlamento de três novas vacinas para o Programa Nacional de...

Marta Temido disse, em declarações à RTP, que “a inclusão que foi feita não tinha anteriormente sido preconizada pela DGS”.

“Estamos a avaliar também o sentido em que a redação da norma em última instância vai sair”, afirmou, acrescentando que “estão em causa três vacinas, uma rotavírus, outra para a meningite B e uma última de HPV para os rapazes. De facto, relativamente às duas primeiras, a Comissão Nacional de Vacinação não tinha concluído pela necessidade da sua universalização”, declarou.

A Ordem dos Médicos (OM) considerou um erro que o parlamento tenha aprovado a integração de três novas vacinas no Programa Nacional de Vacinação (PNV) sem ouvir a Direção-geral da Saúde, que está ainda estudar o assunto.

O bastonário da OM, Miguel Guimarães, disse hoje à Lusa que vê "com muita preocupação” o facto de os deputados “estarem a interferir nas boas práticas em saúde”, sobretudo quando existe uma comissão técnica independente, de “pessoas com conhecimento científico específico na área da vacinação” que está a estudar se as três vacinas devem integrar o Programa Nacional de Vacinação.

Em causa está a integração no PNV das vacinas da meningite B, do rotavírus e do HPV para os rapazes que foi aprovada na terça-feira na votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2019.

“Acho que é uma má decisão da Assembleia da República por ser feita sem ouvir a Direção-geral da Saúde e é uma falta de respeito pelos profissionais de saúde e pela própria Direção-geral da Saúde”, afirmou o bastonário dos Médicos.

“É um erro que importa corrigir”, sublinhou, argumentando que “é fundamental que todas as vacinas do PNV tenham uma análise e um acordo baseado na evidência científica”.

A primeira proposta votada na quarta-feira para o alargamento do PNV foi a do PCP, aprovada pelos proponentes, PSD e BE, os votos contra do PS e a abstenção do CDS-PP.

O BE também apresentou uma proposta para a inclusão das vacinas para a meningite B e para o rotavírus e alargando às pessoas do sexo masculino a administração da vacina contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV).

A proposta do PEV pretendia o alargamento da vacina contra o HPV a rapazes.

Ajuste direto
O presidente da Associação O Joãozinho, que tem a titularidade da obra da ala pediátrica do hospital de São João, no Porto,...

ceder caso o Governo consiga fazer a empreitada por ajuste direto.

“Não colocará [associação] entrave porque o que queremos é que a obra seja feita, quer pela associação, quer pelo Governo, quer pelos dois, por isso, não haverá nenhum entrave. Estou à espera de ser contactado pelo Governo ou pela administração do centro hospitalar para termos uma reunião de trabalho”, afirmou à Lusa Pedro Arroja.

Na terça-feira, o parlamento aprovou por unanimidade a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) que prevê a possibilidade de recurso ao ajuste direto para a construção do Centro Pediátrico do Centro Hospitalar Universitário de São João.

Em declarações aos jornalistas, o diretor clínico do Centro Hospitalar mostrou-se “muito satisfeito” pela decisão do parlamento, prevendo que as obras arranquem já em 2019 e estejam concluídas em 2021.

Também a associação de pais de crianças tratadas no hospital considerou este novo passo uma “boa notícia”, mas alertou que não resolve “o problema todo".

Pedro Arroja assumiu ser sua vontade “pôr a andar” a obra o “mais rapidamente possível”, esperando a reunião de trabalho com as quatro partes envolvidas, nomeadamente a associação, o centro hospitalar, a empresa que vier a ser escolhida pela administração do hospital e o consórcio que já iniciou a obra.

“Nessa reunião existirão dois pontos de trabalho, o primeiro assenta na transferência da titularidade da obra da associação para o hospital e, o segundo, a passagem do processo da obra, que já está iniciada, do consórcio para a construtora que o São João vier a escolher”, explicou.

Pedro Arroja vincou que “toda a solução” que ponha a obra a andar é uma “boa solução” em prol das crianças internadas.

Contudo, o presidente da associação considerou que o ajuste direto “não cabe” nos artigos 24.º e 25.º do código dos contratos públicos.

“Resta agora saber se o Governo pode atuar sobre essa proposta [parlamento], em princípio, esta obra não encaixa nos artigos 24.º e 25.º do código, mas oxalá o Governo tenha uma outra solução que permita prosseguir a recomendação da Assembleia da República e, portanto, autorizar o São João a fazer a obra por ajuste direto”, ressalvou.

Em 2016, cerca de um ano depois de ter começado, a obra que decorria em terrenos do Hospital de São João por iniciativa da Associação Joãozinho parou.

A administração do centro hospitalar defendeu na ocasião que a empreitada só seria possível com investimento público, devido ao “desfasamento entre as verbas angariadas [pela associação] e o orçamento total da obra”.

A empreitada de cerca de 25 milhões de euros era suportada por fundos privados angariados pela associação “Um Lugar Pró Joãozinho”, que até então tinha reunido cerca de um milhão de euros.

Em janeiro de 2017, o Ministério da Saúde aprovou a construção da ala pediátrica, anunciando um investimento de cerca de 20 milhões de euros.

Neurociências
Os Prémios Santa Casa Neurociências, atribuídos pela Misericórdia de Lisboa, distinguem este ano trabalhos sobre uma proteína e...

A equipa liderada pela neurocientista Luísa Lopes, do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, obteve o Prémio Mantero Belard, pela proposta de estudo de uma proteína que está na origem de uma outra proteína, associada à doença de Alzheimer.

Um grupo coordenado por Nuno Sousa, da Universidade do Minho, foi galardoado com o Prémio Melo e Castro, com o projeto de recuperação de pessoas com lesões vertebro-medulares através do uso aperfeiçoado de um exosqueleto (estrutura desenvolvida para auxiliar a locomoção de pessoas paraplégicas) controlado pela atividade do cérebro.

Cada uma das equipas é premiada com 200 mil euros.

Consideradas das bolsas de investigação científica ou clínica mais importantes do país na área das neurociências, os Prémios Santa Casa Neurociências distinguem estudos sobre doenças neurodegenerativas ligadas ao envelhecimento como a Alzheimer e a Parkinson (Prémio Mantero Belard) e trabalhos sobre a recuperação, o tratamento ou a cura de lesões na espinal medula (Prémio Melo e Castro).

Em declarações à Lusa, a neurocientista Luísa Lopes explicou que a sua equipa se propõe estudar a função da proteína precursora amiloide (APP), que processa a beta-amiloide, uma proteína tóxica associada à doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência.

A ideia, adiantou, é perceber, numa fase mais precoce, como é que a proteína APP, que "é essencial para os neurónios" (células cerebrais) em condições normais, "passa a ter um processamento diferente" à medida que se envelhece.

Justificando o 'alvo' de estudo, Luísa Lopes mencionou a elevada taxa de fracasso dos tratamentos contra a Alzheimer, por incidirem sobre a proteína beta-amiloide e quando a doença já se manifestou e há morte de neurónios.

O estudo será feito em ratinhos e com amostras de neurónios obtidos a partir de células de pele de pessoas jovens e idosas saudáveis ou doentes.

O investigador Nuno Santos, da Universidade do Minho, disse à Lusa que o projeto que coordena pretende "complementar as abordagens de reabilitação em doentes com lesões vertebro-medulares e ajudar a melhorar a qualidade de vida destes pacientes".

A sua equipa vai testar um exosqueleto - o 'fato', como lhe chama Nuno Santos, que permite aos doentes "recuperarem alguma da sua função motora" - em pacientes com lesões vertebrais que estão a ser acompanhados em programas de reabilitação em hospitais em Portugal e no Brasil.

Nuno Santos esclareceu que o exosqueleto é controlado por sinais eletroencefalográficos do doente, ao qual "serão também fornecidas informações sensoriais" - tácteis, visuais, nomeadamente usando a realidade virtual, e térmicas.

O exosqueleto é, assim, controlado pela atividade do cérebro, cujas células, os neurónios, são 'excitadas' por estímulos sensitivos.

Os vencedores da edição de 2018 dos Prémios Santa Casa Neurociências foram escolhidos por um júri liderado pela médica e professora Catarina Aguiar Branco, que preside à Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação, uma das entidades parceiras da iniciativa.

Cidadãos carenciados
A Câmara de Alcanena assinou o protocolo de adesão à Rede Solidária do Medicamento, comprometendo-se a comparticipar, com um...

O protocolo assinado com a associação Dignitude, que prevê o apoio em 100 euros/ano por beneficiário, tem a duração de um ano, automaticamente renovável, e estabelece que se for ultrapassado o valor de 2.000 euros, o fundo solidário ‘abem’ colocará a verba em falta, afirma um comunicado do município de Alcanena, no distrito de Santarém.

O “Programa abem: Rede Solidária do Medicamento” tem por objetivo garantir o acesso ao medicamento em ambulatório, por parte de qualquer cidadão que, em Portugal, se encontre numa situação de carência económica que o impossibilite de adquirir os medicamentos comparticipados, que sejam prescritos por receita médica e comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde, afirma a nota.

Os destinatários são, em geral, os beneficiários de prestações sociais de solidariedade, mas o programa acaba por incluir “os que se deparam com uma situação inesperada de carência económica decorrente de desemprego involuntário ou de doença incapacitante, entre outras situações de carência que poderão ser também consideradas”, acrescenta.

Os beneficiários recebem um cartão personalizado que “lhes permitirá aceder aos medicamentos prescritos em qualquer farmácia do país, sem mais burocracias e com a dignidade que merecem”.

 

Passo importante
A associação de pais de crianças tratadas no Hospital de São João, no Porto considerou a aprovação da construção da ala...

“A notícia é boa, é um passo importante porque andávamos aqui num impasse. O Governo dizia hoje uma coisa e amanhã outra”, afirmou à Lusa o porta-voz da APOHSJ – Associação Pediátrica Oncológica, Jorge Pires.

Na terça-feira, o parlamento aprovou por unanimidade a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) que prevê a possibilidade de recurso ao ajuste direto para a construção do Centro Pediátrico do Centro Hospitalar Universitário de São João.

Hoje, em declarações aos jornalistas, o diretor clínico do Centro Hospitalar mostrou-se “muito satisfeito” pela decisão do Governo, prevendo que as obras arranquem já em 2019 e estejam concluídas em 2021.

“A nossa expectativa é que, com base na dispensa do visto prévio do Tribunal de Contas e na possibilidade de simplificação do processo através da autorização do ajuste direto, ainda em 2019 arranquem as obras, o que quererá dizer que num tempo mínimo de construção de dois anos no final de 2021 teremos a ala pediátrica nas suas instalações definitivas”, disse José Artur Paiva.

Jorge Pires, satisfeito pela unanimidade do Parlamento em torno da “urgência” desta obra, recordou que o procedimento por ajuste direto é o passo fundamental para se avançar “rapidamente” com a construção da ala pediátrica.

“É um passo importante, mas não é a resolução do problema todo porque o Governo já nos tem habituado a anunciar a obra, lançar a primeira pedra e depois para tudo, não há obra nenhuma”, reclamou.

O líder da associação disse que o próximo passo é saber como vai ser financiada a obra e, em paralelo, trabalhar com as pessoas com quem o Estado firmou protocolos.

“Temos aqui um trabalho de bastidores e de diplomacia a fazer, temos de juntar as pessoas e lutar pelo bem da comunidade para que nada possa atrasar a obra”, entendeu.

“Felizmente”, disse Jorge Pires, todo o país já sente esta obra como sendo uma “autêntica vergonha”, tornando-se uma “causa nacional”.

Falando num “dia histórico”, o deputado do PS Fernando Jesus, que a 18 de outubro tinha levado o tema à Assembleia da República, lembrou serem “poucas as vezes” em que o parlamento é unânime quanto a uma questão.

“Os deputados deram o exemplo, puseram de lado as suas divergências e juntos puseram-se de acordo quanto a um projeto tão urgente como o é a ala pediátrica”, ressalvou.

Dizendo que a obra vai devolver a “dignidade” às crianças, pais das crianças e profissionais de saúde, Fernando Jesus salientou que o procedimento por ajuste direto vai permitir um “ganho de tempo”.

Já quanto ao financiamento, questão que preocupa os pais, o socialista vincou que está assegurado pelo Ministério das Finanças.

Depois de contrair a infeção, o vírus permanece no corpo por toda a vida
De forma silenciosa o vírus Epstein-Barr (EBV) pode reativar e ser responsável por uma série de doen

O vírus Epstein-Barr (EBV), também conhecido como herpesvírus humano 4, é um membro da família dos vírus Herpesviridae. A infeção por EBV pode causar mononucleose infeciosa (IM) na fase lítica do ciclo de vida do EBV. Este é um dos vírus mais difundidos no mundo. Estima-se que mais de 90% da população de países desenvolvidos se torne portadora do vírus antes de atingir a idade de 20 anos. Uma vez que a infeção é contraída, o vírus permanece no corpo por toda a vida.

A infeção aguda pelo EBV é reconhecida pela seroconversão assintomática ou síndrome mononucleose aguda leve com febre baixa, amigdalite, linfadenopatia e astenia frequentemente intensa.

Uma vez controlada a infeção inicial, o vírus permanece latente no corpo durante toda a vida. Em algum momento pode ser reativado, devido a alterações ambientais, estresse e fragilidade imunológica. Assim, pode estabelecer duas maneiras alternativas de ciclo de vida, conhecido como latente ou lítica, e mudando a latência a ciclo lítico, instala-se uma reativação do EBV.

O vírus inicialmente infeta as células B. Depois, há uma resposta imune mediada pelas células T, que faz com que a maioria das células infetadas seja destruída. Acontece que, apesar desta resposta, existe uma parte dos linfócitos B que estão infetados expressando o material genético do vírus EBV permanentemente.

Assim, o EBV infecta as células imunes humanas, produz uma proteína denominada ‘antígeno nuclear 2 do EBV (EBNA2), ‘recruta’ os factores de transcrição da célula infetada para que se unam ao genoma tanto do próprio vírus como da célula hospedadora. EBNA2 e os factores de transcrição ativam a expressão dos genes virais.

Pesquisadores descobriram recentemente o mecanismo crucial no ciclo de replicação do EBV. É uma proteína que intervém na proliferação desse vírus potencialmente oncogénico: a proteína viral BZLF1. Isso ativa os genes do EBV que são essenciais para a propagação de partículas virais.

Até agora, as causas da transição de uma fase de latência para uma fase ativa não estavam bem definidas. Foi agora descoberto que a proteína BZLF1 é capaz de reativar os quase 70 genes latentes que existem no EBV. Além disso, o vírus Epstein-Barr difere de outros vírus pelo seu ciclo de replicação e pela infeção de linfócitos B.

Parece haver uma relação clara entre o vírus de Epstein-Barr (EBV), híper resposta do sistema imunitário, doenças crónicas, autoimunes e cancro. Entre eles, encontramos de malignidades de células-B, tais como linfoma de Burkitt ou outras malignidades (linfomas, cancro gástrico, esófagico, próstata, tiroide), para doenças autoimunes, tais como a esclerose múltipla, lúpus eritematoso sistémico, artrite reumatoide, síndrome de Sjögren e hepatite autoimune. Embora os potenciais mecanismos de doenças autoimunes não tenham sido claramente elucidados, fatores genéticos e ambientais, como agentes infeciosos, são considerados responsáveis ​​pelo seu desenvolvimento. Além disso, o EBV modifica a resposta imune do hospedeiro. A prevalência mundial de doenças autoimunes mostra que este patógeno é muito comum nestas situações.

A alta incidência de infeção por EBV em casos de doenças de Hashimoto e Graves pode indicar o potencial papel etiológico do EBV na tiroidite autoimune. O início da tiroidite autoimune poderia começar com a infeção por EBV tipo III de epitélio folicular caracterizada pela expressão de LMP1 envolvendo a produção de mediadores inflamatórios levando ao recrutamento de linfócitos.

O ciclo lítico viral, também contribui para o desenvolvimento e manutenção de doenças malignas através da indução de factores de crescimento e de produção de citoquinas oncogénica. As primeiras evidências mostram a existência de recetores para a IL-1 em linfócitos B infetados pelo EVB. La IL-1 estimula a produção de espécies reativas de oxigeno (ROS) em vários tipos de células, que induzem o EBNA-1 que por sua vez pode ativar as cascatas de sinalização do NF-Kb, responsável pela transformação neoplásica associada ao EBV. A IL-1 ativa induz a maturação das células T CD4+ que inibem a proliferação de células B induzidas por el EBV.

A relação entre reativações de EBV e muitas doenças fazem com que haja um grande interesse científico neste vírus, o diagnóstico e controlo das reativações pode constituir uma ferramenta importante no tratamento e modulação de uma serie de doenças.


Dra. Alexandra Vasconcelos
Farmacêutica e Naturopata
Especialista em Medicina Natural Integrativa
Pós graduada em Nutrição Oncológica, Nutrição Ortomolecular e Medicina Integrativa e Humanista
Autora do Livro “O segredo para se manter Jovem e saudável”
Diretora técnica das Clínicas Viver

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Programa de Formação
Um total de 200 estudantes de mestrado no Instituto Superior de Ciências e Tecnologia Alberto Chipande em Moçambique estão a...

"A ideia é garantir que estes especialistas partilhem a sua experiência com os nossos docentes", declarou Júlio Thaimira, do Instituto Superior de Ciências e Tecnologia Alberto Chipande em Sofala, centro de Moçambique, citado hoje pela Televisão SVT.

O programa da formação, com duração de cinco dias, abrange as áreas como ginecologia, pediatria e assistência à gravidez.

"Há problemas de quadros nestas matérias e, portanto, esperamos que esta formação sirva para melhorar a qualidade do trabalho deste grupo", declarou Júlio Thaimira.

Por sua vez, a presidente da Health for Mozambican Childrem and Families, Carla Rêgo, disse que a organização não-governamental portuguesa está aberta para apoiar planos futuros, cujo foco está na assistência à saúde das pessoas.

"Estamos totalmente disponíveis para apoiar iniciativas similares em todas dimensões, tanto na questão da ciência como no apoio em geral", concluiu Carla Rêgo.

Investigadores do Porto
Investigadores do CINTESIS - Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, no Porto, estão a avaliar “o impacto...

“Os pacientes com cancro não apresentam apenas problemas relacionados com a saúde física, mas também psicológicos, sociais e questões existenciais que podem comprometer o seu bem-estar. O sofrimento emocional afeta os pacientes e a sua resposta ao tratamento, pelo que é necessário intervir”, adiantou à Lusa Ana Bártolo, investigadora do grupo AgeingC, do CINTESIS.

O projeto, denominado Psy&Cancer, conta com a colaboração do Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro, e tem como objetivo “identificar as necessidades especificas” de cerca de 178 jovens e mulheres, entre os 18 e os 40 anos, com cancro mamário ou ginecológico.

“Queremos perceber os desafios e as necessidades específicas destas doentes para podermos intervir. O nosso projeto foca-se na avaliação das preocupações reprodutivas desta faixa etária e perceber de que forma é que estas preocupações podem influenciar o comportamento psicossocial no decurso da doença”, salientou.

Segundo a investigadora, os resultados que “ainda estão a ser trabalhados” indicam que as principais preocupações estão relacionadas com a “reprodução associada ao risco genético” e com a “capacidade, após a doença, de terem filhos”.

Depois de avaliadas as preocupações reprodutivas, a sintomatologia depressiva e a ansiedade, a equipa encontra-se agora a “validar uma escala nacional sobre esses indicadores”, isto porque “não existe nenhuma escala em Portugal que contenha informações sobre esta faixa etária”.

“De facto, esta é uma área que necessita de alguma investigação, porque sabemos que uma doença oncológica quando surge não é apenas uma doença, acaba por ter uma implicação multidimensional em vários domínios da vida da pessoa”, frisou.

Assim, para "consciencializar para esta problemática", o CINTESIS e a Universidade de Aveiro vão realizar, em março, o I Congresso Nacional de Investigação Científica em Oncologia Psicossocial – ICOP.

“Com o congresso queremos divulgar projetos de investigação e de intervenção na área da Oncologia Psicossocial e juntar diferentes instituições de ensino e unidades de investigação para debatermos o que tem sido feito ao nível da investigação”, acrescentou.

O congresso, que se realiza em Aveiro, vai contar com a presença de oradores da Fundação Champalimaud, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto e do ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida.

Associação
A Associação Portuguesa de Fertilidade considerou hoje que a alteração à lei da gestação de substituição proposta pelo BE abre...

O novo projeto-lei do Bloco de Esquerda sobre a gestação de substituição prevê que a gestante possa anular o seu consentimento até ao momento de registo da criança, ou seja, poderá arrepender-se durante os 20 dias que se seguem ao nascimento.

Em comunicado, a APFertilidade considera que a proposta do BE “responde às fragilidades e inconstitucionalidades” apontadas em abril pelo acórdão” do Tribunal Constitucional, que considerou que não estava garantida à gestante a possibilidade de reconsiderar a decisão de entregar a criança ao casal.

Contudo, o projeto-lei mantém “uma posição crítica quanto ao esquecimento dos direitos dos beneficiários”.

“Se em todo o processo o mais complexo era encontrar uma gestante, a alteração à lei abre caminho a uma desconfiança e insegurança constantes para os casais sobre se a sua gestante manterá o seu compromisso até ao nascimento da criança. Para a gestante, que por altruísmo quer ajudar a filha, o irmão, a amiga, alguém que precisa da sua ajuda imensurável, fica o receio de uma gravidez sob pressão e dúvida”, salienta a associação.

Mas, defende, “se a gestante tem o direito ao arrependimento, deverá igualmente ter direito a ser informada”, antes de assinar o contrato com o casal, que “ao revogar o seu consentimento poderá abrir caminho a uma penosa e longa batalha judicial, e da qual resultará uma enorme dor para ambas as partes”.

A APFertilidade diz ainda acreditar que, “a acontecer um caso de arrependimento, este será excecional”.

“Os processos de gestação de substituição irão decorrer sem se verificar a problemática legal levantada quanto aos direitos da gestante, tida como uma potencial vítima num processo no qual se envolveu por iniciativa própria”, considera.

A presidente da associação, Cláudia Vieira, afirma que considerar que a “gestante poderá ser ferida nos seus direitos, que pode ser instrumentalizada num processo de gestação de substituição, é assumir que esta mulher irá ajudar um casal enganada, sem a consciência dos seus atos”.

“A gestante não é uma vítima neste processo, não é uma mulher inconsciente sobre as consequências da decisão que tomou em ajudar um casal de forma totalmente altruísta. Estas mulheres são na maioria familiares dos casais ou pessoas muito próximas”, salienta Cláudia Vieira.

Sublinha ainda que, até abril, as mulheres que se apresentavam com os casais no Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, eram “submetidas a um apertado escrutínio quanto à sua capacidade psicológica e física para darem esse passo, sendo triada de forma pormenorizada a motivação do seu altruísmo”, não manifestando qualquer dúvida quanto à sua contribuição no processo.

A APFertilidade espera que esta alternativa, “única para muitos, se mantenha acessível aos que verdadeiramente precisam dela, sem inseguranças e receios, mas com a esperança de que irão ter o filho que tanto desejam”.

Diretor Clínico
O diretor clínico do Centro Hospitalar de São João, no Porto, mostrou-se hoje “muito satisfeito” pela aprovação da construção...

“A nossa expectativa é que, com base na dispensa do visto prévio do Tribunal de Contas e na possibilidade de simplificação do processo através da autorização do ajuste direto, ainda em 2019 arranquem as obras, o que quererá dizer que num tempo mínimo de construção de dois anos no final de 2021 teremos a ala pediátrica nas suas instalações definitivas”, disse hoje José Artur Paiva, numa declaração aos jornalistas, na unidade hospitalar.

Na terça-feira, o parlamento aprovou por unanimidade a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) que prevê a possibilidade de recurso ao ajuste direto para a construção do Centro Pediátrico do Centro Hospitalar Universitário de São João.

A proposta dos socialistas mereceu o voto favorável de todas as bancadas parlamentares. Já as iniciativas do CDS e do PSD sobre a mesma unidade hospitalar foram rejeitadas.

O documento prevê a possibilidade de recurso ao procedimento de ajuste direto “para efeitos da celebração dos contratos relativos à conceção, projeto e construção do Centro Pediátrico, considerando-se preenchidos os requisitos e condições exigidas para a adoção deste procedimento pré-contratual”.

Dizendo ser um dia de “grande satisfação”, o diretor clínico garantiu que hoje no hospital existem “muitos sorrisos nas caras” dos profissionais, das crianças e dos pais das crianças internadas.

José Artur Paiva referiu que o ajuste direto da obra vai permitir que a empreitada comece após o verão do próximo ano, dado o hospital já ter entregue “a quase totalidade dos dados” à empresa encarregue do desenvolvimento do projeto.

“Estamos numa fase de desenvolvimento do projeto da parte do Centro Hospitalar de São João, a quase totalidade dos dados está entregue à empresa encarregue desse projeto e esperamos que em abril de 2019 esteja finalizado, seguindo-se depois uma curta fase de revisão do projeto”, adiantou.

O diretor acrescentou ainda ser expectável que a autorização da despesa chegue no início de 2019.

Quanto à situação das crianças internadas, o diretor clínico assumiu que “neste momento” não é possível transferir a pediatria do espaço exterior para o interior, mas durante o próximo ano vão pensar na “transferência de módulos” para o edifício central sem pôr em causa o funcionamento da pediatria.

Questionado com o facto do presidente da Associação O Joãozinho, Pedro Arroja, reclamar a titularidade da obra, José Artur Paiva vincou que essa “não é uma questão” para a unidade de saúde.

“Está assumido há muito tempo, através de um protocolo firmado entre várias partes, que esta matéria é de investimento público, mas os privados são muito bem-vindos a esta iniciativa numa perspetiva de complementaridade”, reforçou.

Comunicação científica
A Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) é uma das parceiras do HELP2, projeto europeu financiado pelo...

"Comunicar pode ser uma dor de cabeça para os profissionais de saúde que, num mundo cada vez mais globalizado, trabalham numa realidade e numa língua diferente daquela em que se formaram. Para lhes facilitar a vida e simplificar a comunicação científica na área da saúde, a FMUC é uma das parceiras do projeto HELP2, que acaba de se iniciar, depois de ter obtido um financiamento europeu de mais de 300 mil euros", revelou hoje a Universidade de Coimbra (UC).

O projeto HELP2 (HEalthcare Language Learning Programme 2) terá uma duração de 30 meses e visa "criar e desenvolver programas de aprendizagem, na área dos cuidados de saúde, com uma linguagem uniformizada para o contexto europeu", explica Marília Dourado, professora da FMUC que lidera a equipa da UC participante no projeto.

A iniciativa, que é liderada pela Palacký University Olomouc (da República Checa), obteve um financiamento europeu de 328.982 euros, no âmbito do programa Erasmus + (ações-chave ‘Cooperação para a Inovação e o Intercâmbio de Boas Práticas' e ‘Parceria Estratégica para o Ensino Superior').

"O HELP2 vem na sequência de outro projeto igualmente financiado pela União Europeia e pretende capacitar todos os trabalhadores - médicos, enfermeiros e técnicos - e estudantes da área da saúde, para responder de forma eficaz e eficiente às necessidades criadas pelas migrações frequentes no espaço comunitário", refere Marília Dourado.

Do consórcio responsável pelo HELP2 fazem parte, além da Palacký University Olomouc e da Universidade de Coimbra, mais cinco parceiros europeus: Instituto de Monitorização de Projetos e Desenvolvimento de Competências de Rostock (Alemanha); Universidade Klaipedos (Lituânia); Universidade de Saúde Eslovaca, de Bratislava; Universidade de Medicina, Farmácia, Ciência e Tecnologia de Targu Mures (Roménia); e Universidade Médica de Varna (Bulgária).

"Falando cada um a sua língua, é difícil comunicar", refere a docente da FMUC, acrescentando que é necessário criar formas de facilitar a comunicação e partilha de conhecimento a nível continental.

Ainda segundo Marília Dourado, "isso passará pela produção de materiais escritos, sobretudo de medicina em língua inglesa, e pela realização de eventos, como conferências, ‘workshops’ e seminários, para disseminar este trabalho perante a comunidade".

Estudo
Diretiva Europeia que determina que sumos de fruta 100% são apenas 100% sumo de fruta, sem açúcares ou conservantes adicionados...

Os profissionais de saúde têm, por vezes, dúvidas na altura de recomendar a inclusão de sumos de fruta 100% na dieta alimentar dos seus utentes, revela um estudo pan-europeu. O estudo, que envolveu 2099 profissionais de saúde, de 14 países, incluindo Portugal, foi realizado no âmbito do programa Fruit Juice Matters com o objetivo de perceber como os profissionais de saúde vêm os sumos de fruta 100% e o seu papel na alimentação.

O estudo inquiriu médicos de medicina geral e familiar, pediatras, nutricionistas, e revelou que embora 70% dos profissionais de saúde concordem que o sumo de laranja 100% embalado é “muito bom” ou “bom”, ainda são muitas as dúvidas existentes entre os profissionais de saúde relativamente à composição deste alimento.

Pouco mais de metade dos inquiridos (53%) tem conhecimento de que os sumos 100% não têm qualquer açúcar adicionado. Por outro lado, apenas 33% tem conhecimento que os sumos não têm conservantes. Dados que indicam um desconhecimento sobre a Diretiva Europeia 2012/12/EU, já transposta para a legislação nacional de Estados membros, entre os quais Portugal, e que determina que a denominação “sumos 100%” se aplica apenas a sumos resultantes 100% de fruta espremida, sem adição de açúcares ou de conservantes.

É entre os profissionais de saúde que afirmam não duvidar da presença de açúcares adicionados nos sumos que se verifica a maior resistência em concordar com a afirmação de que os sumos de fruta 100% são uma boa fonte de micronutrientes, parte de uma alimentação equilibrada ou que sejam contabilizados como uma porção de fruta.

Por outro lado, o estudo revela ainda que 85% dos inquiridos consideram que os sumos de fruta 100% contribuem com elevados níveis de açúcar para a alimentação, uma ideia que é contrariada pelos resultados de Inquéritos Nacionais de Alimentação como o do Reino Unido, que revelam que este contributo é, na realidade modesto, relativamente a outras fontes de açúcares. De acordo com National Diet and Nutrition Survey, os sumos contribuem para 8% dos açúcares livres na alimentação dos adultos e 11-14% na das crianças, quando em comparação, o açúcar, compotas e doces contribuem com 16 e 25% respetivamente.

Para a nutricionista, Maria João Campos, que colabora com o programa Frui Juice Matters, os dados revelam que “ainda existe pouca informação proporcionada aos profissionais de saúde sobre os sumos 100%, o que está a causar um desconhecimento que tende a desviar a atenção das potenciais vantagens deste alimento. Verifica-se, assim, que há ainda espaço para a partilha de informação baseada na evidência científica aos profissionais de saúde sobre a composição e as potencialidades de um alimento, os sumos 100%, que fazem parte do dia alimentar de muitas famílias portuguesas.”

Cursos para quem presta cuidados a Pessoas com Demência
A Alzheimer Portugal vai promover um conjunto de ações formativas, no mês de dezembro, dirigidas ao público em geral e aos...

O primeiro workshop sobre o tema “Demências: Luto” irá decorrer no dia 3 de dezembro, pelas 14h, e pretende abordar as diversas estratégias que podem ajudar no processo do luto, através da realização de dinâmicas de grupo. Este workshop será ministrado pela psicóloga Carina Carvalho.

A “Abordagem centrada na Pessoa com Demência” e as “Estratégias nas atividades de vida diária” são os temas dos cursos do dia 4 de dezembro, das 10h às 13h e das 14h às 17h, com o objetivo de permitir aos formandos identificar os princípios da abordagem centrada na Pessoa com Demência; e explicar as necessidades biopsicossociais da pessoa com demência, nomeando ainda sinais de bem e mal-estar, procurando identificá-los no contexto do dia a dia. A formação estará a cargo da psicóloga clínica Ana Margarida Cavaleiro.

No dia 5 de dezembro, a Alzheimer Portugal vai promover dois workshops em Lisboa, ambos ministrados pela psicóloga clínica Ana Margarida Cavaleiro. Das 10h às 13h, vai realizar-se o workshop “Demências: Relações Interpessoais”, abordando o tipo de relações e formas de comunicar entre a Pessoa com Demência, a sua família, e a instituição. Às 14h, vai iniciar-se o workshop “Comunicação com a Pessoa com Demência”, onde os formandos vão aprender a identificar e explicar as necessidades biopsicossociais da Pessoa com Demência, nomeando sinais de bem-estar e mal-estar.

No dia 11 de dezembro irão também ser realizadas duas formações. A primeira, das 10h às 13h, “Alterações cognitivas, funcionais e comportamentais”, vai abordar tudo o que envolve os sintomas e alterações físicas e psicológicas que envolvem uma Pessoa com Demência. O workshop “Demências: estimulação cognitiva” vai iniciar-se pelas 14h, e tem como objetivos dotar os formandos de capacidades que lhes permitam identificar quais as etapas e técnicas que possibilitam uma estimulação cognitiva da Pessoa com Demência.

O último curso deste ano realiza-se no dia 12 de dezembro e tem como tema “Demências: Nutrição”. Lecionado pela nutricionista Inês Domingos, este curso vai abordar os conceitos e princípios nutricionais essenciais à Pessoa com Demência. Para além disso, os formandos vão ser capazes de reconhecer quais as implicações nutricionais associadas à Alzheimer; considerações e adaptações alimentares a ter em conta nas várias fases da demência, e o que fazer em situações especiais.

29 e 30 de Novembro
As doenças cardiovasculares, como a doença isquémica cardíaca e as doenças cérebro vasculares, continuam a ser a principal...

Para que se possa detetar essas doenças ainda num estado inicial de forma a serem tratadas, a Cruz Vermelha Portuguesa, com a coordenação do Hospital da Cruz Vermelha (HCV), promove, nos próximos dias 29 e 30 de novembro, das 09h00 às 17h00, rastreios cardiovasculares gratuitos para toda a população. Estes terão lugar na delegação da Cruz Vermelha da Costa do Estoril, onde está integrada a Academia Sénior da Cruz Vermelha.

A iniciativa contará com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, do Presidente da Cruz Vermelha, Dr. Francisco George, e de uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde do HCV.

Para além dos rastreios, focados na avaliação do risco cardiovascular e de síndrome metabólico, haverá ainda palestras sobre várias temáticas que contribuem para a literacia em saúde, entre as quais destacamos: “Como cuidar do seu coração”, ministrada por Fernando Matias, médico cardiologista do HCV; “Saiba porque é que a idade das suas artérias é tão importante”, ministrada por Luis Baquero, cirurgião cardíaco do HCV; “Mitos e verdades das doenças metabólicas/ o papel do tratamento clínico” por  Vaneska Reuters, Médica Endocrinologista do HCV.

Fernando Matias, médico cardiologista do HCV e responsável pelo Programa de Prevenção do Risco Cardiovascular, explica que “É o grande objetivo da Cruz Vermelha e do HCV que esta seja a primeira de muitas iniciativas para uma maior prevenção das doenças cardiovasculares em Portugal e consequentemente diminuição da taxa de mortalidade. Queremos que todos os indivíduos com risco cardiovascular sejam acompanhados corretamente com uma avaliação antecipada, no terreno, para antecipar soluções efetivas.”

 

Relatório
As Nações Unidas consideram que alimentar um planeta faminto é cada vez mais difícil, porque as mudanças climáticas e o...

Um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgado hoje diz que são necessárias melhores políticas para alcançar a “fome zero”, acrescentando que o aumento da população exige o fornecimento de alimentos mais nutritivos a preços acessíveis.

Mas, prossegue o documento, o aumento da produção agrícola é difícil, tendo em conta o "estado frágil da base de recursos naturais", uma vez que os seres humanos ultrapassaram a capacidade de carga da Terra em termos de solos, água e alterações climáticas.

Cerca de 820 milhões de pessoas estão desnutridas, refere o relatório, divulgado pela FAO e o Instituto Internacional de Pesquisas sobre Políticas Alimentares no início de uma conferência global destinada a acelerar os esforços para alcançar a fome zero em todo o mundo.

A segurança alimentar continua fraca para muitos milhões de pessoas que não têm acesso a dietas acessíveis e adequadamente nutritivas por uma variedade de razões, sendo a mais comum a pobreza.

De acordo com o relatório, a segurança alimentar está igualmente ameaçada por conflitos civis e outro tipo de disputas.

No Iémen, onde milhares de civis morreram em ataques aéreos perpetrados por uma coligação liderada pela Arábia Saudita, o grupo de ajuda ‘Save the Children’ diz que 85 mil crianças menores de cinco anos podem ter morrido de fome ou de doenças durante a guerra.

No Afeganistão, as secas severas e os conflitos desalojaram mais de 250 mil pessoas, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

O diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, observou que o número de pessoas famintas e subnutridas no mundo subiu para níveis de há uma década.

"Depois de décadas de ganhos no combate à fome, este é um sério revés e a FAO e as agências irmãs da ONU, juntamente com governos membros e outros parceiros, estão muito preocupadas", disse Graziano da Silva, numa mensagem de vídeo transmitida durante a conferência.

A fome ainda é mais severa na África, mas o maior número de pessoas subnutridas vive na região da Ásia-Pacífico, segundo o relatório, que defende que melhores políticas públicas e a tecnologia são as chaves para melhorar a situação.

A FAO estima que a procura global por alimentos crescerá 50% entre 2013 e 2050. Os agricultores podem expandir o uso da terra para ajudar a compensar parte da diferença, mas essa opção é restrita em lugares como a Ásia e o Pacífico e a urbanização está a consumir ainda mais terras do que aquelas que poderiam ter sido usadas para agricultura.

Aumentar a produção agrícola além dos níveis sustentáveis pode causar danos permanentes aos ecossistemas, segundo o relatório, que sublinha a erosão do solo, a poluição com cobertura de plástico, os pesticidas e fertilizantes e a perda de biodiversidade.

De acordo com o documento, a China destrói 12 milhões de toneladas de sementes contaminadas por ano, com uma perda de quase 2,6 biliões de dólares.

OMS
A região leste da Europa é responsável por 82% dos 159.420 novos casos de infeção com VIH diagnosticados na Europa em 2017,...

O documento, produzido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (CEPCD) e o Escritório Regional da OMS para a Europa, refere que nos 15 países da região leste foram identificados 130.861 novos casos de VIH, com as taxas mais altas na Rússia, Ucrânia, Bielorrússia e Moldávia.

Pelo contrário, a região ocidental, onde se inclui Portugal e os países da União Europeia e do Espaço Económico Europeu, registou um declínio nas taxas de novos diagnósticos, principalmente devido a uma redução de 20% desde 2015 entre homens que fazem sexo com homens.

Em Portugal, os dados coligidos pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge apontam para uma redução para menos metade do número de novos diagnósticos do VIH na última década, de 2.238 casos, correspondente a uma taxa 21,2 por 100 000 habitantes, em 2008, para 1.068 casos, equivalente a 10,3 por 100 000 habitantes em 2017.

Dos novos diagnósticos de VIH entre portugueses em 2017, 768, ou 72%, pertenciam ao sexo masculino, contra apenas 300 casos de mulheres, detalha o relatório da OMS, lançado dias antes do 30.º aniversário do Dia Mundial da Luta contra a SIDA, em 01 de dezembro.

O estudo refere que transmissão heterossexual foi responsável por 57% dos novos diagnósticos em 2017 em Portugal, seguida pela transmissão entre homens que fazem sexo com homens, 37% dos novos diagnósticos no ano passado.

Por outro lado, a transmissão atribuída ao consumo de drogas injetáveis diminuiu em 95% numa década, de 370 novos casos de HIV em 2007 para apenas 18 em 2016, sucesso atribuído aos programas de prevenção, teste e tratamento do VIH para toxicodependentes.

Para Zsuzsanna Jakab, diretora regional da OMS para a Europa, "é difícil falar de boas notícias diante de mais um ano de números intoleravelmente altos de pessoas infetadas com o VIH".

A responsável não acredita que seja possível cumprir a meta de 90-90-90 até 2020, ou seja, diagnosticar 90% de todas as pessoas com HIV, fornecer terapia anti-retroviral a 90% das pessoas diagnosticadas e alcançar a supressão viral em 90% das pessoas tratadas.

A estratégia para o futuro, defendeu, deve passar por adaptar as intervenções, investindo "sabiamente na prevenção, no teste e no tratamento, principalmente em populações-chave".

Boas notícias
O parlamento aprovou, na especialidade do Orçamento do Estado, a integração das vacinas da meningite B, do rotavírus e do HPV...

A primeira proposta votada para o alargamento do Plano Nacional de Vacinação foi a do PCP, aprovada pelos proponentes, PSD e BE, os votos contra do PS e a abstenção do CDS-PP.

O BE também apresentou uma proposta para a inclusão das vacinas para a Meningite B e para o Rotavírus e alargando às pessoas do sexo masculino a administração da vacina contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV).

Já a proposta do PEV pretendia o alargamento da vacina contra o HPV a rapazes.

Outra das propostas que viu ‘luz verde’ foi apresentada pelo PEV para que, em 2019, o Governo garanta "disponibilidade financeira para que, nos casos de avaliação médica favorável, seja administrado o medicamento que se destina a tratar a atrofia muscular espinhal, aos doentes com tipo I e com tipo II, em todas as unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde".

De acordo com a nota explicativa, "urge que o medicamento apto a promover tratamento aos doentes com atrofia muscular espinhal seja administrado aos doentes que dele carecem, nas unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde".

"Cada dia que passa, sem a possibilidade de acesso ao medicamento, é mais um dia onde a situação destes doentes se agrava a olhos vistos", explicam.

Três mil milhões de pessoas não têm acesso a um médico
O fundador de uma empresa norte-americana de tecnologia afirmou hoje que a telemedicina pode resolver em cinco anos a falta de...

Numa intervenção na Cimeira Mundial Aqdar, a decorrer até hoje em Abu Dhabi, Milton Chen, cofundador da VSee, disse que três mil milhões de pessoas não têm acesso a um médico.

Milton Chen referiu que, embora nos Estados Unidos da América, exista um milhão de médicos, dos quais 500 mil são especialistas, o resto do mundo vive com “apenas um par de milhões de especialistas”.

Em declarações à Lusa, à margem da Cimeira Mundial Aqdar, este responsável adiantou que os médicos estão nas grandes cidades, enquanto no campo há poucos médicos e muito menos especialistas.

Nas Filipinas, exemplificou, há cerca de 100 milhões de pessoas, metade das quais, “desde o dia em que nascem até ao dia em que morrem, não chegam a ver um único médico”.

Com a telemedicina, é possível consultar um médico que esteja a quilómetros de distância, basta ter um telemóvel com internet e algum equipamento médico adaptado, salientou Chen.

Questionado sobre horizontes temporais, o fundador da VSee, empresa escolhida pela NASA para aplicar o sistema de telemedicina a bordo da Estação Espacial Internacional, disse que em cinco anos é possível mudar o panorama atual.

“Se me perguntassem há dez anos, diria que o equipamento era muito caro, custava centenas de milhares de euros. Mas hoje é muito menos caro, são poucas centenas de dólares” por um equipamento do tamanho de um caderno A5, adiantou.

Ou seja, em cada aldeia pode haver um equipamento destes, que cobre umas centenas de pessoas, por algumas centenas de dólares, exemplificou.

Chen disse que a empresa que fundou já desenvolveu projetos em países como o Iraque, a Síria, em África, nas Filipinas, na Indonésia ou no Haiti.

“Por isso, sentimo-nos confiantes de que dentro de cinco anos isto se tornará uma coisa quotidiana”, afirmou.

Organizada em colaboração entre o Governo dos Emirados Árabes Unidos e a ONU, a Cimeira Mundial Aqdar reúne desde segunda-feira e até quarta-feira especialistas, decisores e analistas de países como os Estados Unidos da América, a Rússia, a Alemanha, Singapura ou o Egito, além do país que acolhe a iniciativa.

Tem como tema “O papel do empoderamento humano no desenvolvimento de sociedades estáveis: Desenvolvimento sustentável”.

Ordens Profissionais
O Serviço Nacional de Saúde precisa de mais 5.500 médicos, 30 mil enfermeiros e de 140 farmacêuticos para os hospitais, segundo...

Da parte da Ordem dos Médicos, o bastonário estima que seriam necessários mais 5.500 médicos, a avaliar pelos 120 milhões de euros pagos a prestadores de serviços médicos no ano passado e tendo em conta que as horas extraordinárias representam 21% da remuneração dos médicos.

“Os hospitais vivem das horas extra. Os hospitais fecham portas se os médicos deixarem de fazer horas extra”, sublinhou Miguel Guimarães durante um debate sobre os recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde promovido pela consultora multinacional IASIST.

Quanto ao crescimento de médicos no Serviço Nacional de Saúde que tem sido referido pelos dados oficiais, o bastonário frisa que são sobretudo médicos internos, ainda em formação.

No que respeita aos enfermeiros, a Ordem que os representa estima que estejam em falta 30 mil profissionais. A bastonária Ana Rita Cavaco recorda que o rácio de enfermeiros por mil habitantes está nos 4,2 quando a média dos países da OCDE é de 9,2.

“Não temos nenhum hospital que cumpra a dotação segura relativamente ao número mínimo de enfermeiros. Há muitos hospitais com um enfermeiro sozinho por turno”, indicou a bastonária.

Também no caso dos enfermeiros as horas extraordinárias assumem um peso significativo e, segundo as contas da Ordem, o “Estado deve mais de dois milhões de horas” a estes profissionais.

Ana Rita Cavaco renovou o apelo para que os enfermeiros deixem de fazer horas extraordinárias.

Aquando da mais recente passagem, em julho, das 40 para as 35 horas de trabalho semanais foram contratados 1.100 enfermeiros, mas seriam necessários pelo menos mais 600 apenas para suprir as alterações das horas contratuais.

“Esses 600 não entraram”, recorda Ana Rita Cavaco.

Quanto aos farmacêuticos, a Ordem diz que faltam nas farmácias hospitalares pelo menos 140 profissionais, a que acrescem naqueles serviços 140 técnicos de diagnóstico e terapêutica em falta e também entre 60 a 70 assistentes operacionais.

Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, lembrou ainda a importância das carreiras para os profissionais de saúde, salientando que a dos farmacêuticos ainda não avançou na prática.

“A falta de profissionais ou a sua falta de organização faz com que haja tensões desnecessárias e um clima de enorme conflitualidade”, salientou a bastonária.

Páginas