No ano passado registaram-se 261 mortes
A associação Abraço apelou, no Dia Mundial da Luta Contra a Sida, à realização do teste VIH/sida, uma doença que, em três...

“Conheça o seu estado” foi o lema deste ano do Dia Mundial Contra a Sida,  e que foi assinalado este sábado com várias iniciativas, como o Baile Vermelho, no Palácio Freixo, no Porto, e a Gala Noite dos Travestis, no Teatro São Luiz, em Lisboa, promovidas pela Abraço.

A Unidade Móvel do Centro do Aconselhamento e Deteção Precoce do VIH/sida do Porto promoveu, entre as 14:00 e as 21:00, na Avenida dos Aliados, um rastreio para deteção do VIH, de forma anónima e gratuita.

Em declarações à agência Lusa, a vice-presidente da Abraço, Cristina Sousa, salientou a importância de as pessoas conhecerem o seu estado serológico e apelou à realização do teste VIH/sida.

“As pessoas que tenham um comportamento de risco, nomeadamente não usar preservativo nas relações sexuais, têm de fazer o teste. É mais importante saber do que não saber, porque estamos a atrasar o problema”, disse Cristina Sousa.

A sida é, atualmente, uma doença crónica, e se a pessoa tiver conhecimento que está infetada “passa a tomar um comprimido todos os dias”, que “não terá grandes efeitos na sua vida, enquanto o não saber acabará inevitavelmente por trazer muitos problemas a nível clínico para a sua situação”, advertiu a vice-presidente da Abraço.

Mais de mil novos casos de infeção por VIH surgiram em Portugal no ano passado, sendo o grupo etário entre os 25 e os 29 anos o que teve taxa mais elevada de novos diagnósticos.

Segundo o relatório “Infeção VIH e sida” relativo a 2017, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em 2017, houve 1.068 novos diagnósticos de VIH, o que corresponde a uma taxa de 10,4 novos casos por 100 mil habitantes.

Entre os fatores que contribuem para os números de transmissões continuarem expressivos, a Abraço destaca as infeções por VIH não detetadas, as infeções agudas com altas cargas víricas e a presença de outras infeções sexualmente transmissíveis (IST) que podem aumentar o risco de transmissão da doença.

"Hoje em dia viver com o VIH é muito diferente do que foi no passado pois, quando diagnosticado precocemente, os tratamentos são eficazes, os efeitos secundários mais leves e a esperança média de vida é equivalente à da população em geral”, salienta a associação, a propósito do Dia Mundial da Luta Contra a Sida, que comemora 30 anos.

Cristina Sousa lamentou que, mais de 30 anos depois do aparecimento da doença, ainda se continue a assistir a casos de discriminação.

“O heterossexual continua a considerar que é uma infeção de grupos específicos, que é algo que não lhe acontece a ele” e continua a não se proteger, referiu.

"Estamos a falar de pessoas que, se calhar, desconhecem o seu estado serológico há cinco, 10 anos, e que continuam a infetar-se, a não se proteger, e ao fazê-lo também continuam a discriminar (…) é como se houvesse uma capa protetora dos heterossexuais em detrimento dos homossexuais, dos consumidores de droga ou das trabalhadoras do sexo. Como se acreditassem que só essas pessoas podem contrair o vírus”, sublinhou.

No ano passado registaram-se 261 mortes em pessoas com VIH, 134 delas em estádio sida, a fase mais avançada da infeção. A idade mediana à data da morte foi de 52 anos.

National Care Awards
A portuguesa Sílvia Nunes disse na sexta-feira à Lusa que foi "excecional" ser finalista pela segunda vez consecutiva...

"Estar aqui hoje é excecional. Independentemente de ganhar ou não, estou aqui pelos meus residentes, eles é que me fizeram estar aqui. Já sou uma vencedora, para eles", disse à agência Lusa em Londres, onde decorreu na sexta-feira à noite a cerimónia dos prémios.

O prémio da categoria de "Care Registered Nurse", atribuído pela publicação Care Times, pretende reconhecer uma enfermeira de cuidados de longa duração que demonstre excelentes qualidades clínicas e de gestão e "um alto nível de dedicação e apoio às pessoas que ajuda".

Selecionada após ter sido nomeada por superiores, colegas e residentes do lar de idosos Ford Place onde trabalha em Thetford, uma localidade a 140 quilómetros a nordeste de Londres.

Tal como Sílvia Nunes, a instituição também foi finalista não vencedora na categoria de lar de idosos do ano, mas a portuguesa ficou satisfeita pelo reconhecimento do empenho profissional, não só pessoal, mas do resto da equipa.

"O que temos feito é sempre melhorar a qualidade dos cuidados que prestamos, mas sempre a inovar", garantiu.

Sílvia Nunes, de 33 anos e natural de Vila do Conde, chegou ao Reino Unido em 2014 para procurar trabalho na sua área porque não conseguiu encontrar um trabalho como enfermeira em Portugal.

Apesar das dificuldades iniciais com a língua inglesa, ao fim de cerca de um ano foi promovida a diretora clínica e, em setembro de 2016, a diretora adjunta do lar Ford Place, especializado em cuidados paliativos.

Em 15 de novembro venceu a categoria de Good Nurse Award da região este de Inglaterra dos Great British Care Awards e passou a finalista nacional dos prémios, que serão atribuídos a 08 de março de 2019.

Relatório
A Inspeção-Geral do Ministério da Segurança Social concluiu, num relatório divulgado, que anteriores intervenções feitas por...

As conclusões do relatório final da inspeção feita à instituição pela Inspeção-Geral do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social foram divulgadas pelo gabinete do ministro, Vieira da Silva, numa nota à comunicação social.

O relatório refere que "não se recolheu evidência que, das intervenções dos vários serviços e organismos do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, tenha resultado a identificação prévia das situações que vieram a ser expostas" em reportagens da TVI em dezembro de 2017 e "referentes a alegadas irregularidades na gestão da instituição, como a utilização supostamente danosa, por parte da [antiga] presidente da Raríssimas, dos subsídios atribuídos por várias entidades públicas, integrantes, algumas delas", da tutela.

O gabinete do ministro esclarece que a inspeção centrou-se, "em exclusivo, na apreciação da atuação dos organismos” do ministério “quanto às suas competências de tutela, fiscalização, acompanhamento e controlo da instituição Raríssimas e dos apoios que lhe foram concedidos".

Em particular, a ação visou averiguar “o tratamento que foi dado às várias denúncias relacionadas com a Raríssimas que deram entrada nos serviços" do ministério em 2017 ou em anos anteriores, "os respetivos resultados e consequências práticas".

A inspeção à Raríssimas foi pedida em 11 dezembro de 2017 pelo ministro Vieira da Silva, depois da emissão na TVI de reportagens sobre alegadas irregularidades na gestão da instituição particular de solidariedade social, que recebe financiamento do Estado.

O relatório desta inspeção-geral foi remetido em 06 de agosto ao ministro, que o homologou em 09 de novembro.

A nota do gabinete do ministro adianta que o objetivo inicial da ação inspetiva à Raríssimas, "de âmbito global", foi redefinido, para se focar na atuação dos organismos tutelados pelo ministério, depois de a Polícia Judiciária ter feito, em 21 de dezembro de 2017, uma busca à instituição e apreendido diversa documentação, incluindo a contabilística de 2012 a 2017.

Reportagens exibidas em dezembro de 2017 pela TVI noticiaram alegadas irregularidades na associação, incluindo o uso indevido de dinheiro da instituição para fins pessoais, visando em particular a fundadora e, até então, presidente da Raríssimas, Paula Brito e Costa, que, posteriormente, se demitiu do cargo.

Paula Brito e Costa foi constituída arguida no âmbito do inquérito criminal que está a ser conduzido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

O caso provocou, em 12 de dezembro de 2017, a demissão do então secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado, que a TVI noticiou ter sido consultor remunerado da associação, contratado entre 2013 e 2014, com um salário de três mil euros mensais.

Em 03 de janeiro de 2018 foi eleita, em Assembleia Geral Extraordinária, uma nova direção da Raríssimas com base numa lista apresentada por pais de utentes e funcionários da associação, presidida pela socióloga Sónia Margarida Laygue, mãe de uma criança então com 3 anos com uma doença rara.

Na cerimónia de posse, em 05 de janeiro, Sónia Margarida Laygue elegeu como prioridades "esclarecer a situação financeira da instituição, manter o financiamento e apoios previstos nos próximos meses" e "retomar a confiança de todos os parceiros.

Aquisição
A empresa de saúde de Coimbra IGHS adquiriu a EC Medical Center de Macau, passando a deter a totalidade do capital daquela...

Numa nota enviada à agência Lusa, a empresa do grupo português Idealmed adianta que o processo de aquisição da EC Medical Center surge na sequência da assinatura de um acordo de colaboração com a Universidade de Macau.

Segundo a empresa, esta transação marca “o início de uma parceria que visa replicar o conceito a implementar em Macau nas principais cidades asiáticas, estando já identificadas a cidades de Singapura, Kuala-Lumpur (Malásia) e Shangai (China).

O presidente do conselho de administração da IGHS, José Alexandre Cunha, sublinhou que “toda a grande região envolvente a Macau e Hong Kong é hoje um dos principais polos demográficos de toda a Ásia, bem como um dos seus principais pilares de desenvolvimento económico, mantendo com Portugal uma relação singular”.

A IGHS está também a construir em Muscat, Omã, o maior e mais moderno hospital privado, que tem inauguração prevista para o último trimestre de 2019, num investimento de 70 milhões de euros, numa parceria formada pela Oman Brunei Investment Company e o Grupo Suhail Bahwan, de acordo com José Alexandre Cunha, que preside ao grupo Idealmed.

 

Procuradoria-Geral da República
O Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República considerou que é lícita a convocatória da greve dos enfermeiros, mas...

Esta é a conclusão de um parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR), de acordo com uma nota informativa do Ministério da Saúde  enviada à agência Lusa.

"O parecer do Conselho Consultivo da PGR considera não haver ilicitude na convocatória da greve. Contudo, e quanto seu ao exercício, refere que […] caso se constate que é cada um dos trabalhadores enfermeiros quem decide o dia, a hora e duração do período de greve, numa gestão individual desta forma de luta, deve-se concluir que estamos perante uma greve ‘self-service’, que corresponde a um movimento de protesto ilícito”, diz a nota ministerial.

O Ministério da Saúde havia solicitado parecer sobre a licitude da greve decretada pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR), para análise não só a duração da greve (40 dias seguidos) como também "o período de grande pressão sobre os serviços de saúde, decorrente da atividade sazonal da gripe".

O Ministério da Saúde, dirigido por Marta Temido, declara que continua a desenvolver as negociações com os enfermeiros, anunciando que está prevista para 5 de dezembro uma reunião com a Comissão Negociadora Sindical dos Enfermeiros (SEP/SERAM) e a Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (FENSE).

Esta reunião visa aprofundar a proposta apresentada a 20 de novembro, na qual se prevê a consolidação do enfermeiro especialista e o reconhecimento do enfermeiro coordenador.

Cerca de 3.000 cirurgias programadas adiadas e blocos operatórios a trabalhar em serviços mínimos foi o balanço da primeira semana da greve cirúrgica dos enfermeiros que termina no final do ano, disse na quinta-feira à agência Lusa uma fonte sindical.

A dirigente sindical adiantou que a adesão “é praticamente de 100%”, mas explicou que o objetivo não é ter todos os enfermeiros de greve: “É ter o número mínimo” necessário para parar os blocos operatórios”.

A greve irá manter-se, de acordo com fontes sindicais, até que o Governo aceite as condições pedidas.

Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, afirmou que a remarcação das cirurgias canceladas ou adiadas nos cinco centros hospitalares onde está a decorrer a paralisação “é prioritária” porque “está a causar prejuízos sérios aos doentes portugueses”.

O secretário de Estado disse ainda estar confiante que os sindicatos voltem à mesa de negociações e suspendam esta greve.

“O Governo apresentou uma proposta que pareceu ir muito ao encontro das pretensões dos sindicatos de enfermagem e espera muito confiantemente que essa proposta traga os sindicatos novamente à mesa das negociações, para o qual é indispensável que suspendam esta greve que de facto está a causar prejuízos sérios aos doentes portugueses”, salientou.

A tutela assume que a proposta de revisão da carreira especial de enfermagem "constitui a aproximação possível às reivindicações apresentadas" pelos sindicatos, "num contexto de sustentabilidade das contas públicas e equidade social".

A greve está a decorrer no Centro Hospitalar Universitário de S. João (Porto), no Centro Hospitalar Universitário do Porto, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e no Centro Hospitalar de Setúbal.

União de Sobreviventes, Familiares e Amigos foi distinguida com um prémio da SAFE, entidade europeia que agrupa as organizações...

“É com muito orgulho que a Portugal AVC recebe o reconhecimento da SAFE, pelo seu trabalho desenvolvido ao longo do ano de 2018. É mais um incentivo a continuar o nosso trabalho com a mesma dedicação, na informação e no apoio aos sobreviventes de AVC e os seus familiares” afirma em comunicado o presidente da associação, António Conceição.

A Portugal AVC, que recebeu hoje o prémio em Berlim, é uma associação nacional que tem por objetivo a promoção de iniciativas que visem, por um lado, contribuir para a prevenção do acidente vascular cerebral (AVC) e suas consequências, de forma a minimizar a morbilidade e mortalidade associadas a esta doença, e, por outro, contribuir para a resposta às necessidades sentidas pelos doentes sobreviventes, os seus familiares e cuidadores.

 

 

Greve enfermeiros
A Ordem dos Enfermeiros (OE) desmentiu, na passada 6ªfeira, “frontalmente” as “lamentáveis declarações” de um dirigente da...

O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos denunciou na quinta-feira a existência de “piquetes de greve” de enfermeiros à entrada dos blocos operatórios para “atrasar, obstaculizar ou adiar” as cirurgias que não cumprem o critério de serviços mínimos.

A Ordem dos Enfermeiros diz que está a acompanhar a greve cirúrgica que está a ser realizada e garante que “têm sido cumpridos os serviços mínimos, designadamente as cirurgias oncológicas, não tendo sido desmarcada, por recusa dos enfermeiros, qualquer cirurgia que colocasse o doente em risco”.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a OE afirma que “foram, aliás, abertas novas salas de serviços mínimos para a realização de cirurgias oncológicas, que não estão a ser realizadas devido à ausência de médicos”.

“Da mesma forma, a Ordem está em condições de afirmar que estão a ser adiadas várias cirurgias oftalmológicas, no Porto e em Coimbra, devido à ausência de médicos dessa especialidade, numa altura em que irá decorrer um Congresso de Oftalmologia”, denuncia o documento.

Também hoje, a Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE) considerou “falsas” as declarações do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos.

“As declarações são falsas. Os sindicatos chegaram a acordo com o conselho de administração e acordaram uma série de equipas de serviços mínimos muito acima daquilo que o tribunal arbitral decidiu”, disse à agência Lusa a presidente da ASPE, Lúcia Leite.

 

OMS
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que o combate à erradicação da poliomielite continua a ser uma emergência de...

Depois de uma reunião convocada pela agência de saúde da Organização das Nações Unidas, os especialistas afirmaram hoje que, caso a estratégia de erradicação falhe, esta doença incapacitante poderá ressurgir nos próximos anos.

“Estamos perto da eliminação da poliomielite, mas temos que usar todas as nossas ferramentas internacionais para atingir esse fim", disse Helen Rees, chefe do Comité Internacional de Emergência da OMS.

A estratégia internacional para erradicar a poliomielite começou em 1988, mas os esforços estagnaram em países devastados pela guerra, não tendo sido cumpridas as metas estabelecidas.

Segundo a OMS, as epidemias de poliomielite no Afeganistão e no Paquistão são particularmente preocupantes.

O número de casos no Afeganistão quase duplicou em 2018.

O último caso em Portugal foi registado há 32 anos.

 

Reação
A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) afirmou hoje ser “completamente alheia” a qualquer iniciativa...

Em causa está a integração no Programa Nacional de Vacinação (PNV) das vacinas da meningite B, do rotavírus e do Vírus do Papiloma Humano (HPV) para os rapazes, que foi aprovada na terça-feira na especialidade do Orçamento do Estado.

Num esclarecimento divulgado hoje, na sequência do “ruído gerado na opinião pública” sobre as vacinas e o PNV, a Apifarma afirma que “a decisão de incluir estas ou outras vacinas no Programa Nacional de Vacinação é uma decisão que compete aos organismos técnicos e científicos competentes do Ministério da Saúde, tendo em conta a defesa da Saúde Pública”.

“Reiteramos que somos completamente alheios a qualquer iniciativa legislativa que os senhores deputados entenderam tomar sobre esta matéria”, sublinha a associação.

A Apifarma afirma recusar “veementemente qualquer insinuação de exercer pressão junto da Assembleia República para a inclusão de vacinas no Programa Nacional de Vacinação”.

As vacinas contra a meningite B, o rotavírus e o HPV estão disponíveis à população, em Portugal e na Europa, em resultado de aprovação pelas entidades competentes e mediante prescrição médica, sublinha.

A associação destaca ainda a importância da imunização e os benefícios das vacinas, nomeadamente o seu contributo para a saúde pública, e espera que “o ruído gerado em torno deste caso não coloque em causa a perceção e o reconhecimento que a população portuguesa tem do valor da vacinação”.

Esta decisão do parlamento gerou várias reações, nomeadamente da ministra da Saúde, Marta Temido, que se afirmou surpreendida por a inclusão das três vacinas no PNV não ter sido preconizada pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

“Estamos a avaliar o sentido em que a redação da norma em última instância vai sair”, afirmou Marta Temido, acrescentando que a Comissão Nacional de Vacinação não tinha concluído pela necessidade da sua universalização de duas das três vacinas que estão em causa.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse, por sua vez, recear que a decisão do parlamento abra um precedente num assunto que é do foro da prescrição médica e da saúde e lamentou que a DGS e a comissão técnica da vacinação não tenham sido ouvidas e o Parlamento não tenha tido em conta os vários pareceres enviados pela Direção-Geral da Saúde ao longo dos anos.

Também a Ordem dos Médicos considerou um erro que o parlamento tenha aprovado a integração de três novas vacinas no Programa Nacional de Vacinação sem ouvir a Direção-geral da Saúde, que ainda está a estudar o assunto.

O bastonário dos médicos, Miguel Guimarães, disse à Lusa que vê "com muita preocupação” o facto de os deputados “estarem a interferir nas boas práticas em saúde”, sobretudo quando existe uma comissão técnica independente, de “pessoas com conhecimento científico específico na área da vacinação” que está a estudar se as três vacinas devem integrar o Programa Nacional de Vacinação.

Situação é provisória
O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho vai encerrar a partir de sábado quatro camas, duas na Unidade de Cuidados...

Contactada pela Lusa, depois da Associação Pais Prematuros denunciar o fecho de duas camas na neonatologia, o hospital confirmou estes quatro encerramentos, explicando serem “provisórios”.

“Esta situação é provisória e aguarda a autorização da tutela para contratação, por substituição, de nove enfermeiros, prevendo-se a sua resolução no final da próxima semana”, adiantou, em resposta escrita.

Esta medida tem por objetivo “garantir a qualidade e segurança de profissionais e utentes”, acrescentou.

Na nota, o Centro Hospitalar Gaia/Espinho revelou ainda estar a aguardar a contratação de 25 enfermeiros até ao final da próxima semana por forma a que todas as Unidade de Cuidados Intensivos funcionem “regularmente e sem quaisquer problemas” de dotação, evitando no futuro “encerramentos similares”.

“A organização em rede do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente com o Centro Materno Infantil do Norte e com o Centro Hospitalar São João, permite que o encerramento temporário destas camas não tenha consequências para os utentes”, vincou.

Em 05 de setembro foi anunciada a demissão do diretor clínico, José Pedro Moreira da Silva, e 51 diretores e chefes de serviço nas instalações do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, no Porto.

Os 52 profissionais redigiram uma carta de demissão em julho, mês em que ponderaram demitir-se, mas só no início de setembro entregaram o documento.

Em conferência de imprensa, no Porto, ao lado do bastonário da Ordem dos Médicos, José Pedro Moreira da Silva apontou então como causas para a demissão coletiva as “condições indignas de assistência no trabalho e falta de soluções da tutela”.

Posteriormente, em 09 de outubro, o diretor clínico reiterou manter a sua intenção de demissão caso o Orçamento do Estado de 2019 não contemplasse as “necessárias obras” desta unidade de saúde.

Contudo, no dia 18 de outubro, o diretor clínico afirmou, em reunião do conselho de administração, que nunca esteve demissionário.

Falta de enfermeiros
A Associação Pais Prematuros (APP) denunciou hoje o encerramento de duas camas na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do...

Em declarações à agência Lusa, Ilídia Silva, membro da associação, explicou que o hospital vai fechar duas camas na unidade de neonatologia, passando de seis para quatro, devido à transferência de enfermeiros deste serviço para a pediatria.

“Vão transferir enfermeiros de uma unidade para a outra porque o hospital precisa de enfermeiros e, neste momento, não pode contratar, aguarda ordens do Governo para o fazer, portanto, enquanto esta ordem não vem fecham estas duas camas na neonatologia”, revelou.

Contactado pela Lusa, o Centro Hospitalar confirma o encerramento, a partir sábado, destas duas camas na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais devido a uma diminuição no número de enfermeiros.

A medida tem por objetivo “garantir a qualidade e segurança de profissionais e utentes”, ressalvou.

“Esta situação é provisória e aguarda a autorização da tutela para contratação, por substituição, de enfermeiros, prevendo-se a sua resolução no final da próxima semana”, adiantou.

Ilídia Silva explicou que esta situação “vai pôr em risco” mães e bebés, revelando que atualmente estão no hospital cinco mulheres com gravidez de risco.

Além disso, acrescentou, o material vai ficar obsoleto por não ser utilizado.

Para “travar” este encerramento, a Associação Pais Prematuros vai reunir esta noite, pelas 21:00, com pais, médicos, enfermeiros e auxiliares.

 

Opinião
A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, comumente conhecida como SIDA, é uma doença provocada pela

Esta doença carateriza-se pelo seu desenvolvimento tardio e sintomas silenciosos, fatores que dificultam a sua detenção. Numa primeira fase, em que o organismo tenta combater o vírus que se vai multiplicando de forma exponencial, o paciente é considerado seropositivo. Passados, em média, oito a dez anos, dependendo de pessoa para pessoa, começam a surgir as primeiras manifestações indicadoras da presença de SIDA, nomeadamente o surgimento de infeções e tumores que podem levar a complicações mais graves ou até mesmo à morte.

A transmissão do VIH é feita quando sangue, sémen, fluídos vaginais ou leite materno provenientes de uma pessoa infetada entram diretamente em contacto com terceiros. Em termos práticos, este vírus é transmitido através daquilo a que consideramos comportamentos de risco. São eles a prática de contactos sexuais sem a utilização de preservativo masculino e/ou feminino; a partilha de seringas utilizadas para a injeção de drogas; e o contacto direto com sangue infetado, principalmente na utilização de objetos de outras pessoas, tais como lâminas ou máquinas de barbear/depilar, agulhas de tatuagem e de piercing, escovas de dentes, etc.

Importa ainda referir a possibilidade de o vírus da imunodeficiência humana ser transmitido durante a gravidez, bem como no parto ou até no processo de amamentação. Contudo, existem tratamentos destinados à redução deste risco.

Sendo a SIDA uma doença crónica que afeta as defesas do nosso organismo, esta acaba por ter um impacto muito negativo nos diversos órgãos ou sistemas do corpo humano: desde alterações cognitivas às demências, da aterosclerose ao enfarte agudo do miocárdio, à doença renal crónica, entre muitos mais.

E é aqui que o internista tem um papel crucial, uma vez que consegue ver o doente como um todo e é capaz de abordar a doença nos seus diversos aspetos e estádios, perante o envolvimento de qualquer órgão, e utilizar as múltiplas terapêuticas disponíveis. Atualmente, em Portugal, existem vários serviços, unidades e consultas que se dedicam ao acompanhamento de doente com VIH, e que são formados por equipas multidisciplinares, onde estão internistas, infeciologistas, pediatras e alguns médicos de outras especialidades.

Ao nível do tratamento, apesar de ainda não existir uma cura para a SIDA, têm havido grandes avanços terapêuticos nos últimos anos. Assim, temos medicação potente, eficaz, com diminutos efeitos secundários e de fácil posologia, na maior parte das situações com um só comprimido diário, permitindo uma qualidade de vida e uma longevidade do indivíduo, praticamente sobreponível ao não seropositivo.

Segundo o relatório “Infeção VIH e SIDA | Desafios e Estratégias 2018” da Direção-Geral de Saúde, que apresenta dados do ano de 2016, 91,70 por cento das pessoas infetadas pelo vírus da imunodeficiência humana estão diagnosticadas, das quais 86,80 por cento estão a ser tratadas. Isto só prova que tanto os investigadores, como os profissionais de saúde, assim como as instâncias governamentais e outras instituições têm trabalhado no combate a esta doença, seja através da descoberta de novos tratamentos, ou até mesmo da adoção de novas estratégias de rastreio e políticas de suporte ao doente (o acesso ao tratamento da SIDA é gratuito).

Ainda assim, é indispensável continuar a apostar na consciencialização da população para a diagnóstico e prevenção de uma doença que apresenta 1000 novos casos todos os anos.

No caso do diagnóstico, este deve ser feito o mais precocemente possível, não só para garantir uma intervenção clínica mais eficaz, assim como para reduzir o risco de contaminar outros indivíduos. O diagnóstico pode ser feito por prescrição de um médico de família ou médico assistente, ou então pode optar-se por se realizar num Centro de Aconselhamento e Deteção Precoce do VIH/SIDA (CAD).

Como comportamentos preventivos, recomenda-se a utilização de preservativo durante as relações sexuais; a não reutilização ou partilha de seringas, no caso de o indivíduo ser utilizador de drogas injetáveis; e a realização de um teste para a infeção do VIH, caso suspeite que tenha sido infetado.

Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
O aumento do uso da tecnologia pode estar a substituir eventuais dependências alcoólicas disse à Lusa a primeiro-tenente Médico...

“O que parece haver em relação a dependências e, tomando em conta a idade jovem dos atuais militares em missão, é a dependência da eletrónica – dos jogos – do que propriamente a relação com o álcool”, disse à Lusa Diana Terra acrescentando que se trata de uma ideia que deve ser estudada junto das Forças Nacionais Destacadas.

“Trata-se de forças especiais, têm respeito pelo corpo e pela boa forma física e acham menos problemático outro escape, porque o álcool era muitas vezes utilizado como escape. Hoje em dia veem como escape a eletrónica, incluindo os jogos. O que estamos a assistir é a uma mudança de paradigma da forma como a nossa juventude, que integra as nossas fileiras, faz a gestão do próprio stress”, refere.

A primeiro-tenente Médico Naval é autora de um estudo inédito das Forças Armadas sobre a “prevalência de distúrbios do consumo de álcool em militares portugueses integrados em Forças Nacionais Destacadas”.

O estudo foi elaborado com base em inquéritos realizados a 398 militares que estiveram envolvidos em missões nos últimos dois anos (2015-2017): KFOR (Kosovo), Iraque, Saara Express (missão da Marinha em África), MINUSMA (missão da Força Aérea no Mali) e Operation Sea Guardian, uma missão da NATO que integrou a Marinha Portuguesa.

Na investigação foi utilizada a escala “Alcohol Use Disorders Identification Test” (AUDIT) da Organização Mundial de Saúde sobre o consumo de álcool tendo sido detetado que o consumo de risco, consumo nocivo e provável dependência, corresponde a 8,3% (do total dos inquiridos) de acordo com os índices da escala da OMS.

“Eu estava à espera de encontrar uma taxa maior no consumo de álcool. Hoje em dia, há dentro das Forças Armadas uma cultura do corpo que começa a ser muito intensa e que pressupõe a boa forma física. Os nossos jovens são pessoas que estão nas Forças Armadas motivados porque neste momento não há serviço obrigatório, são voluntários, e são pessoas motivadas que respeitam muito o seu corpo. Portanto, o consumo de álcool é uma coisa muito pontual”, admite a investigadora.

“Atualmente estamos mais alerta para intervir, semanalmente fazemos testes de álcool ao pessoal de serviço, e ao consumo de substâncias, através de análises na urina. São testes aleatórios”, acrescenta, sublinhando que o risco de consumo geral é baixo.

Segundo Diana Terra, o objetivo da investigação foi o de identificar áreas especificas onde é “benéfico” melhorar a saúde dos militares.

“O que foi assumido foi a de que ao encontrarmos uma taxa de tabagismo muito superior à da população portuguesa no geral e sendo que o próprio tabagismo está associado a um risco maior de consumo de álcool, uma das coisas que assumimos que deveríamos intervir era ao nível do tabagismo”, indicou referindo-se a um dos pontos da investigação sendo que as Forças Armadas estão ainda a desenvolver estratégias para aplicar na prática as conclusões do estudo na prática.

A investigadora refere que já existem estruturas de apoio como Unidade de Tratamento Intensivo de Toxicodependência e Álcool (UTITA) que foi desenvolvida nas Forças Armadas, integrada na Marinha, e que, afirmou, é um dos centros de referência para a Administração Regional de Saúde, prestando apoio a civis, na base do Alfeite, margem sul do Tejo.

Forças Armadas
Um estudo inédito das Forças Armadas sobre o consumo de álcool entre militares portugueses destacados em missões indica que a...

“As pessoas têm uma ideia de que o consumo de álcool nas Forças Armadas é elevado. É uma ideia preconcebida. O que os estudos da década de 1990 mostraram junto dos nossos aliados - Reino Unido e Estados Unidos - é a de que tinha aumentado o consumo do álcool em pessoas que estiveram destacadas e em missões de combate”, disse à Lusa a primeiro-tenente Médico Naval, Diana Fernandes da Terra, autora do estudo sobre os militares portugueses.

“Nas Forças Armadas Portugueses este assunto não estava descrito e o nosso objetivo inicial foi perceber até que ponto era um problema para nós podermos ou não intervir até porque já existem uma série de estruturas nas Forças Armadas que nos permitem encaminhar os problemas”, explica.

Na investigação foi utilizada a escala “Alcohol Use Disorders Identification Test” (AUDIT) da Organização Mundial de Saúde sobre o consumo de álcool e foi detetado que o consumo de risco, consumo nocivo e provável dependência, corresponde a 8,3% (do total dos 398 inquiridos) com critérios do mesmo índice.

O estudo “Prevalência de distúrbios do consumo de álcool em militares portugueses integrados em Forças Nacionais Destacadas” investigou uma população militar no ativo que participou em missões nos últimos dois anos (2015-2017): KFOR (Kosovo), Iraque, Saara Express (Missão da Marinha em África), MINUSMA (missão da Força Aérea no Mali) e Operation Sea Guardian, uma missão da NATO que integrou a Marinha Portuguesa.

O estudo e os inquéritos anónimos foram voluntários e aprovados pela Comissão de Ética da Escola Nacional de Saúde Pública e, entre outros aspetos, indica que os solteiros consomem mais álcool do que os casados e aqueles que têm menos escolaridade têm tendência a consumir mais álcool.

O consumo de substâncias ilícitas “é baixa” (27 militares) verificando-se “alguma prevalência” de patologia psiquiátrica - uma taxa significativa (ansiedade e depressão) - mas que segundo Diana Terra se enquadra nos níveis correspondentes à idade e ao género.

“Foram recrutados 398 militares para o inquérito voluntário: havia muito menos mulheres em missões do que a percentagem existente nas Forças Armadas. Atualmente 14% são mulheres sendo que ainda estão integradas em funções de apoio e menos em funções operacionais”, referiu sublinhando que “temer pela própria vida”, missões de apoio a feridos e o tabaco são os principais fatores que fazem aumentar o consumo de álcool entre os militares que estiveram em missões no estrangeiro.

“O tabagismo está associado ao consumo de álcool. Um dos fatores preocupantes que encontramos é que temos uma taxa de fumadores que corresponde quase ao dobro da população em geral. Muito elevada comparativamente aos dados da Direção Geral da Saúde”, disse.

“As pessoas que fumam tabaco têm uma probabilidade duas vezes superiores às restantes de ter uma perturbação de consumo de álcool assim como as pessoas que temeram pela própria vida e as que prestaram apoio a feridos foram identificados como critérios para o aumento do consumo de álcool”, frisa Diana Terra.

Segundo a investigadora, pesquisas anteriores sobre militares dos Estados Unidos e do Reino Unido que tinham estado expostos a situação de combate tinham mais tendência a consumir álcool.

“Fomos tentar entender o que se passava nas Forças Armadas Portuguesas. Tínhamos uma escala que tinha sido desenvolvida e aprovada para o estudo dos militares regressados do Iraque e do Afeganistão (em média três missões totalizando 11 meses de missão) e validamos as perguntas para a nossa população”, explicou.

O estudo concluiu também que a Marinha lidou mais com cadáveres, sobretudo nas missões no Mediterrâneo em que os militares de Marinha estão muito mais expostos à recolha de cadáveres.

O Exército teve mais exposição a zonas de teatro com minas de guerra e situações hostis com civis e na Força Aérea houve mais contacto com feridos em combate porque os militares prestaram apoio a evacuações e cuidados médicos.

Relativamente ao consumo do álcool nota-se que a presença perante terrenos com minas terrestres provoca um estado de alerta o que “parece ter um efeito protetor”, disse a investigadora referindo que é necessário elaborar novos estudos nos próximos anos.

“O objetivo é fazer o acompanhamento. Este teste foi anónimo, mas ainda assim, vale a pena talvez integrar na avaliação médica anual algumas escalas de alerta que identifiquem estas situações para nós podermos referenciá-los para eventual apoio”, disse frisando que o estudo não incluiu ainda a pesquisa sobre os militares portugueses que participam atualmente nas missões na República Centro Africana.

Ambiente
Afinal, e ao contrário do que estava previsto, o Estado já não vai aumentar o preço dos sacos de plástico para 15 cêntimos,...

O objetivo de aumentar a taxa seria reduzir o uso dos sacos de plástico, contribuindo para os objetivos Europeus de redução de resíduos de plástico no meio ambiente.

De acordo com a associação ambiental Quercus, há pouco mais de um mês foi aprovada a proibição do uso de garrafas, sacos e louça de plástico na Administração Pública, uma decisão que vai contra o chumbo agora efetivado.

Na Europa, o preço médio dos sacos de plástico ronda os 18 cêntimos, pelo que o valor estava em sintonia com outros Estados-Membro que ainda vendem sacos de plástico – há outros onde foram banidos, como é o caso de França.

 Um passo à frente, dois atrás
A Comissão Europeia anunciou medidas para reduzir o uso de plástico descartável ou uso único, para diminuir a quantidade de poluição presente nos oceanos e promover a Economia Circular, mas por cá parece que continua tudo como antes.

“Em Portugal continuamos a fingir que nos preocupamos com o tema. Os sacos usados são maioritariamente importados, aumentando o impacto ambiental associado à sua produção e transporte, não é incorporada qualquer percentagem de matérias primas recicladas na sua produção, usando unicamente matérias primas virgens e não há apelos à não aquisição destes sacos, na medida em que quando nos dirigimos a um supermercado é nos questionado «precisa de saco?» em vez de ser questionado «trouxe consigo o seu saco?»” acusa a Quercus. A associação acrescenta que “o caminho é a redução da sua utilização até à completa substituição por sacos reutilizáveis, à semelhança da tendência europeia e mundial.”

A Quercus lembra que a reciclagem só por si não vai resolver este problema do uso abusivo dos sacos. “Para isso era preciso haver participação na recolha seletiva (que não ultrapassa os 16,5€) e que tudo fosse reciclado”. Todavia, a reciclagem de resíduos urbanos  é de apenas 38% e está longe de cumprir os 50% definidos para 2020.

A Quercus sente-se preocupada com o comportamento dos partidos políticos que chumbaram esta proposta na Assembleia da República, bem com a do Governo, pela falta de compromisso e exemplo. “É triste continuar a ver deputados usando garrafas descartáveis em plena Assembleia da República ou eventos promovidos pela Administração Pública onde se recorre à utilização das mesmas garrafas, curiosamente, proibidas em outubro passado. Ou andamos todos distraídos, ou fingimos que estamos preocupados!”, diz a associação.

Sindicato
O sindicato diz que são falsas as declarações do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, que disse que havia piquetes...

“As declarações são falsas. Os sindicatos chegaram a acordo com o conselho de administração e acordaram uma série de equipas de serviços mínimos muito acima daquilo que o tribunal arbitral decidiu”, disse à agência Lusa a presidente da Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE), Lúcia Leite.

Na quinta-feira, o Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (OM) denunciou a existência de “piquetes de greve” de enfermeiros à entrada dos blocos operatórios para “atrasar, obstaculizar ou adiar” as cirurgias que não cumprem o critério de serviços mínimos.

Em declarações à agência Lusa, Lúcia Leite disse que "os sindicatos reconhecem que, para além dos doentes oncológicos, é necessário operar doentes que têm urgências diferidas, ou seja, situações que não são urgentes hoje, mas que daqui a uma semana ou três dias têm efetivamente de ser tratadas e não podem ser adiadas ‘sine die’”.

“Por isso acordámos um conjunto de salas e equipas de serviços mínimos que ultrapassa o valor do tribunal arbitral para essas situações”, acrescentou.

António Araújo, do Conselho Regional do Norte da OM, afirmou na quinta-feira que os “piquetes de greve” têm estado concentrados à entrada dos blocos operatórios para verificar se os doentes cumprem a indicação de serviços mínimos e, se não cumprem, “atrasam, obstaculizam ou não os deixam entrar”.

Os enfermeiros “esquecem-se” que há outras situações graves, que não integram os critérios de serviços mínimos, que põem em causa a vida e a saúde imediata dos doentes, logo têm de ser atendidas, ressalvou.

Numa reação a estas afirmações, Lúcia Leite diz que as declarações são falsas e que o que está a acontecer é que os médicos não estão a saber reorganizar as salas e equipas disponíveis para as cirurgias.

“O que está a acontecer é que as equipas médicas têm de se organizar em função dos tempos disponíveis dos vários blocos operatórios (…). Se têm salas livres quer no bloco central quer no bloco de urgência só têm de canalizar os doentes para o bloco respetivo”, afirmou.

Deu ainda o exemplo de um caso de uma doente de cirurgia plástica, que já foi operada entretanto, mas que tinha sido mal encaminhada.

“O incidente que aconteceu porque [a doente] foi mal encaminhada. No dia seguinte ficou resolvido. (…) Quando foi orientada para a sala correta o caso ficou resolvido”, afirmou, referindo-se a uma situação no Hospital de Santo António, Porto.

A responsável explicou ainda que esta paralisação implica que os médicos tenham de organizar o trabalho tendo em conta as salas e os recursos disponível “em função das necessidades das doentes”, uma situação que “não é habitual nos hospitais”

“Falei pessoalmente com o bastonário na Ordem dos Médicos e pedi-lhe que recomendasse aos colegas para evitarem conflitos entre profissionais. Infelizmente, parece que o senhor bastonário não teve controlo sobre a sua própria equipa”, afirmou.

A greve está a decorrer no Centro Hospitalar Universitário de S. João (Porto), no Centro Hospitalar Universitário do Porto, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e no Centro Hospitalar de Setúbal.

Foi convocada pela Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), embora inicialmente o protesto tenha partido de um movimento de enfermeiros que lançou um fundo aberto ao público que recolheu mais de 360 mil euros para compensar os colegas que aderirem à paralisação.

«É preciso alertar para os riscos e fazer o diagnóstico correto»
Uma distorção da imagem corporal pode levar jovens à obsessão pelo aumento da massa muscular, ao recurso a horas de ginásio e a...

Responsável pela consulta de Medicina do Adolescente, no serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Leiria, Pascoal Moleiro admitiu à agência Lusa que os casos ainda são raros, mas que a doença é também desconhecida da maioria das pessoas e, que por isso, poderá chegar à Pediatra já num quadro avançado.

“Não é algo novo. Está descrito em termos de classificação médica há algum tempo, mas fala-se pouco. Como agora há estas questões da moda do ginásio e de fazer desporto, começa a existir mais foco e mais alertas para a existência destes casos”, adiantou o especialista.

Revelando que ainda só diagnosticou dois casos de rapazes, Pascoal Moleiro sublinhou a necessidade de advertir para esta doença. “É preciso alertar para os riscos e fazer o diagnóstico correto. O médico de família terá um papel importante na deteção e saber que existe esta entidade para ser detetada”.

A situação pode passar despercebida, porque se pode confundir com “um jovem que está a fazer mais ginásio e uma alimentação um pouco diferente”.

“Claro que podemos dizer que há muitos jovens que querem aumentar a massa muscular e não têm vigorexia. A fronteira é muito ténue. O ponto fundamental é que há distorção da sua imagem. Podem ter uma massa muscular já relativamente aumentada, mas continuam a se percecionar como tendo pouca. Nesta procura incessante de massa muscular, começam a entrar numa tentativa de fazer exercício intenso para esse efeito”, explicou o pediatra.

Segundo Pascoal Moleiro, estes jovens sofrem de “algum isolamento, começam a não ter amigos, há alguma baixa autoestima, estão constantemente no ginásio, aproveitando todas as horas vagas e sentem-se mal quando falham um exercício”.

Os riscos para a saúde podem passar por “grandes sobrecargas de exercício”, que podem provocar lesões musculares e “carências” alimentares, devido a uma dieta de restrição. “Diria que um aspeto fundamental é o psicológico. Muitas vezes existe psicopatologia”, como “depressão e ansiedade”, o que “também pode passar despercebido”.

Pascoal Moleiro sublinha que a vigorexia “não é um distúrbio alimentar, embora, às vezes, possa entrar no conjunto dos distúrbios alimentares, porque há algumas características que podem ser partilhadas”.

“A parte comum com o distúrbio alimentar é que começam a entrar em dietas para aumentar a massa muscular, comendo mais proteína, mais arroz e deixando alguns alimentos de parte. Daí que, às vezes, se possa um pouco confundir esta entidade com os distúrbios alimentares”.

Pascoal Moleiro reafirmou: “Se tivermos um jovem a procurar incessantemente exercício físico, com uma perceção da sua imagem corporal alterada, no sentido de querer ganhar massa muscular, mesmo tendo uma relativamente boa e continua a achar que não é suficiente, acompanhado ou não de uma alimentação com algumas restrições ou muito dirigida, poderá ser um jovem que está a entrar neste tipo de situação.”

A “obsessão” pelo exercício pode ser um dos pontos de alerta. “Em termos de classificação médica, são os distúrbios chamados somatoformes, ou seja, da forma corporal. Por exemplo, há pessoas que podem achar que têm os lábios muito alterados e estão constantemente a fazer cirurgias e acham sempre que aquilo não está perfeito. É um pouco neste grupo de doenças que entra a vigorexia, com a imagem corporal e com os comportamentos associados a isto, claro que é obsessivo e muito focado”.

Quando é diagnosticado, a intervenção é feita através de uma equipa multidisciplinar, que inclui não só um pediatra, como um pedopsiquiatra e psicólogo. “Poderá ser necessário fazer alguma psicoterapia e fazer algum suporte familiar e também dar algumas competências ao jovem para aquilo que é o seu autoconceito que está um pouco em baixo”.

Dia da Pessoa com Deficiência
Um espetáculo criado pela Associação Beira Aguieira de Apoio ao Deficiente Visual, organização que sustenta a escola de cães...

A diretora da Escola Cães Guias de Mortágua disse hoje à agência Lusa que vendam o público do ‘Vi(r)ver sem ver’ com o intuito de sensibilizar as pessoas para o que é ser-se cego.

“Colocamos as pessoas na sala de olhos vendados, explicamos o que é que se vai passar e pedimos que mantenham as vendas até ao espetáculo terminar, embora saibamos que há pessoas que tiram, porque não se sentem muito bem”, explicou Ana Filipa Paiva.

Na base do ‘Vi(R)ver sem ver’ está o objetivo de “sensibilizar as pessoas para o que é não ver” e no dia da estreia “as pessoas ficaram muito emocionadas, com a forma de estar do público, porque assistir de olhos vendados a um espetáculo não tem nada a ver com imagem, que é completamente distinta, principalmente para quem vê”, defendeu a responsável.

Na noite da estreia foi feito um inquérito e as pessoas disseram que “a música entra de maneira totalmente diferente e apercebem-se de sons e coisas que não têm noção quando vão ver um espetáculo”.

“Já tivemos pessoas que assistiram de fio a pavio com as vendas e a reação das pessoas é surpreendente pela positiva e depois também há pessoas que a certa altura se sentem tontas ou ficam maldispostas e têm de tirar a venda, mas voltam a pôr”, contou.

Ana Filipa Paiva adiantou à agência Lusa que o próprio palco está feito de “forma especial, para ser o menos atrativo possível, está o menos visível possível para que quem tire as vendas não fique atraído” pelo espetáculo.

“Fazem uma projeção de luzes que tapa um bocadinho o cenário, faz-nos ficar encadeados e não nos permite ver o que está em palco”, explicou a diretora, que conta que o grupo é constituído por 14 músicos distribuídos por vários instrumentos de sopro, teclas e cordas e três vozes.

Em comum está o maestro, Ricardo Vicente, que foi desafiado pela escola de cães-guias a criar um grupo “unicamente para este espetáculo” e “são todos voluntários, porque todos eles têm o seu trabalho”.

“São todos músicos de Mortágua que conseguimos sensibilizar para esta causa e que, de uma forma ou de outra, estão ligados à escola”, contou a diretora técnica, que explicou que o reportório é “muito variado”, mas com um fio condutor.

“Temos músicas do mais variável leque, todas elas com este fio condutor, a falta de visão de quem as cantou, ou as escreveu, como é o caso de Andrea Bocelli, Stevie Wonder, Ray Charles ou os D.A.M.A., porque a música em questão desta banda foi escrita por uma pessoa cega”, adiantou.

Tudo o que precisa saber
Temos vindo a assistir a uma sucessão de artigos na imprensa, de grupos em redes sociais e de discus
Alimentos da dieta paleo

O que é a dieta Paleo

O conceito de dieta Paleo começou a germinar no final do séc. XX, tendo sido inicialmente elaborado em 1945 pelo gastroenterologista Walter Voegtlin. Viu a sua popularidade crescer em 2002 quando Loren Cordainm registou a marca “Palet Diet”, utilizando também expressões homónimas como “Caveman Diet” ou “Stone-Age Diet”.

Robb Wolf, um dos maiores seguidores da dieta Paleolítica, relembra que, considerando o tempo total da existência humana, 99,5% desse tempo equivale aos anos em que adotámos uma alimentação paleolítica, enquanto que o tempo que vivemos depois da revolução industrial constitui apenas 0,5%.

Isto quer dizer que o corpo humano está muito bem-adaptado à alimentação do paleolítico, não tendo tido ainda tempo para se adaptar à revolução agrícola, que é muito recente em termos evolutivos.

A agricultura pode ter mudado a nossa dieta e estilo de vida, mas ainda não mudou a nossa genética.

De facto, o Homem das Cavernas que viveu há mais de 300 gerações era geneticamente muito semelhante ao Homem atual. O ADN de ambos é praticamente igual e as enzimas digestivas são as mesmas.

Os seguidores da dieta Paleo fazem escolhas alimentares baseadas nos alimentos que o homem do Paleolítico tinha ao seu dispor: vegetais, sementes, tubérculos, frutas, peixe e alguma carne.

Quais as diferenças entre a dieta Paleo e a alimentação dos nossos dias?

Onde está então a diferença entre aquele ser da Idade da Pedra e os habitantes da Terra do séc. XXI? Aquilo que nos separa é, tão-somente, aquilo que comemos e o ambiente onde vivemos. E tudo começou a alterar-se nos finais do séc. XIX. A mecanização da agricultura e a Revolução Industrial provocaram mudanças radicais na alimentação da espécie humana. A introdução dos cereais na dieta e a necessidade de massificação da produção de alimentos para atender às necessidades da imensa massa humana que saía dos campos para as cidades levaram ao aparecimento de uma indústria agroalimentar que não olhou a meios para produzir em quantidade por forma a satisfazer a procura.

Surgem então os alimentos processados, derivados, alterados, compostos, açucarados, salgados - muito diferentes dos que existiam na dieta Paleo.

Com esta revolução, à dieta Paleo ancestral juntaram-se as batatas, o leite e seus derivados, os cereais e as leguminosas. Tudo isto é uma novidade para o corpo humano que não tardou a reagir a esta invasão de inovações. E esta reação está cada vez mais evidente nos dias de hoje. Prova disso é o acentuado aumento de complicações como obesidade, diabetes, cancro, doenças do coração, doenças crónicas e degenerativas, depressão e infertilidade.

Para muitos cientistas, o alto rácio sódio/potássio existente nos alimentos processados, enlatados, pão, charcutaria e alimentos industrializados é o responsável pela incidência de numerosas doenças.

A equipa de Jansson B. publicou vários estudos que relacionam a incidência de cancro com os baixos valores de potássio. Igualmente, muitos estudos mostram os efeitos adversos da ingestão de altas concentrações de sal (cloreto de sódio – NaCl), que acabam por se acumular nos tecidos. A existência destes reservatórios relaciona-se diretamente com problemas como:

  • Inflamação crónica
  • Múltiplos cancros
  • Doenças autoimunes
  • Doenças cardiovasculares

Nunca a medicina evoluiu tanto como no séc. XX, em consequência do estado de doença cada vez mais generalizado do género humano, mas a atual abordagem na doença cronica não está a reduzir a incidência e mortalidade. Os nossos hospitais não têm cada vez mais doentes. Será que o caminho deve ser o mesmo seguido nos últimos anos, cujo objetivo é reduzir os sinais e sintomas? Não deveríamos focar na prevenção, identificação e eliminação da causa das doenças crónicas? Porque continua a aumentar a fatura do Serviço Nacional de Saúde?

Quais as vantagens da dieta Paleo

É hora de tratar da saúde. Temos de devolver ao homem tudo aquilo de que ele necessita para viver saudavelmente. É tempo de comermos aquilo que queremos ser.

A dieta Paleo é a solução correta para alterar esta situação, já que permite reduzir a incidência de doenças crónicas e outras que aparecem de forma avassaladora nas sociedades modernas. Permite um emagrecimento rápido e saudável, redução de glicemia e níveis de insulina, e a redução de riscos de doenças cardíacas e doenças crónicas. Cada vez mais, a dieta Paleo se assume como uma dieta com um enorme poder curativo.

Mas esta dieta não é, nem pode ser, igual para todos. Cada pessoa tem necessidades orgânicas próprias e muito específicas e, por isso, deve adaptar a sua alimentação à sua fisiologia.

A dieta Paleo é também um modo de vida

Além da alimentação devemos também respeitar a nossa essência genética para podermos prolongar a vida e evitarmos doenças.

Devem ser implementadas medidas que visem a redução do stress crónico, aumento da exposição solar e exercício físico, melhorar a qualidade e quantidade de sono.

Evite também a exposição a produtos químicos, poluentes, tóxicos, conservantes e aditivos alimentares.

Limite a ingestão de medicamentos aos que são realmente necessários.

Suplemente-se, uma vez que os alimentos dos dias de hoje não contêm a mesma concentração de nutrientes. Omega 3, probióticos, minerais e vitaminas do grupo B e vitamina D são suplementos absolutamente essenciais. 

O que pode comer na dieta Paleo:

  • Carne (de preferência vinda de animais de pastagens Bio e não de animais alimentados com rações)
  • Peixe, mariscos, moluscos
  • Frutas frescas da época e proximidade (de preferência BIO)
  • Vegetais frescos da época e proximidade (de preferência BIO)
  • Ovos
  • Frutos secos e sementes
  • Gorduras saudáveis (azeite, óleo de coco, óleo de macadâmia)
  • Tubérculos (como batata-doce e inhame)

O que não pode comer na dieta Paleo:

  • Grãos e cereais (farinhas de cereais)
  • Leguminosas (como feijão, grão)
  • Leite e laticínios
  • Açúcar refinado
  • Alimentos industrializados, pré-cozinhados e de forma geral todos os que compramos já embalados.
  • Óleos vegetais refinados (óleo de soja, milho, girassol, canola, margarina)
  • Doces, fritos, fast-food, refrigerantes

A “zona” cinzenta, ou seja, os alimentos que suscitam polémica entre os defensores da alimentação Paleolítica, ou que não devem ser ingeridos diariamente é constituída por:

  • Leguminosas (Grão, feijão, etc.)
  • Batatas e outros tubérculos
  • Cacau
  • Vinho
  • Produtos lácteos ricos em gordura (como manteiga e ghee).

Alguns erros cometidos vulgarmente na dieta Paleo dos nossos dias:

Variabilidade - No paleolítico havia muita variedade na alimentação, contudo, muitos dos seguidores da dieta Paleo têm dificuldade em variar. É necessário variar e introduzir diariamente alimentos diferentes e respeitar a origem e época do ano.

Forma de cozinhar – a forma como cozinhamos deve respeitar as temperaturas de desnaturação dos alimentos. Cozinhar a baixas temperaturas permite que os alimentos mantenham os seus nutrientes intactos e por isso com maior densidade. Devemos sempre incluir legumes e vegetais, de preferência BIO, e crus.

Ph – Deve ser respeitado o equilíbrio ácido / base das refeições. Aos alimentos acidificantes como a carne e peixe devemos adicionar uma generosa quantidade de legumes e vegetais frescos, de preferência Bio, e crus ou cozidos a vapor.

Jejum - Respeitar algumas horas de jejum ou, em alternativa, jejuar 1 dia na semana.

Sal – A alimentação no Paleolítico era pobre em sódio e rica em potássio, sendo que a concentração em potássio que os alimentos forneciam era entre 5 a 10 vezes maior do que a concentração em sódio. Nos nossos dias o sal está espalhado e escondido por todo o lado e ingerimos muito mais sódio do que potássio. Em média, os alimentos que fazem parte do nosso dia-a-dia fornecem 3,584 mg de sódio (Na+) e 2795 mg de potássio, o que corresponde a um rácio Na/K de 0,77. Para muitos cientistas esta é uma das principais razões do aumento exponencial de doenças nos nossos dias.

Os seguidores da dieta Paleo devem, por isso, eliminar o consumo de sal e utilizar apenas flor de sal, que é rico em todos os minerais e respeita o rácio K/ Na. Estudos mostram que a alteração neste rácio pode estar na origem das doenças mais comuns da atualidade, como:

  • Iniciação e promoção de cancro
  • Inflamação crónica
  • Desregulação do sistema imunitário inato e adaptativo
  • Doenças autoimunes
  • Doenças cardiovasculares por síndrome endotelial

Enchidos, charcutaria e carnes processadasOs enchidos e charcutaria dos nossos dias, apesar de elaborados a partir da carne, não respeitam a dieta Paleolítica. A forma como são preparados, com todos os conservantes e sal necessariamente usados, fazem deles alimentos proibidos.

Lácteos - O ser humano é o único mamífero que consome leite em adulto e com a agravante de consumir leite de outra espécie. O homem só começou a beber leite há 10 mil anos, fenómeno recente considerando a historia da Humanidade. O início deste consumo coincidiu com a alteração da vida nómada para sedentária, ou seja, quando deixou de ser recolector e iniciou a atividade de agricultor. No entanto, o genoma humano não mudou. Essa é uma mutação que demora milhares de anos. As profundas alterações ambientais que ocorreram nos últimos 10 mil anos e que se iniciaram com a agricultura são demasiado recentes, numa escala evolutiva, para que o genoma humano se tenha adaptado. O consumo de leite tem sido, nos últimos anos, associado a doenças cardiovasculares, síndrome metabólico, diabetes e osteoporose. Recentemente, os cientistas identificaram o mecanismo pelo qual o leite de vaca pode estar também relacionado com a inicialização e promoção de alguns tipos de cancro, como o da próstata. É possível que o mesmo mecanismo esteja na base de outros cancros que dependam de recetores hormonais.

Leguminosas – As leguminosas são alimentos que não fazem parte da lista defendida pela maioria dos seguidores da dieta Paleo. No entanto, aparecem agora alguns estudos contraditórios que mostram que, de acordo com a análise à placa dentária Neandertal, estes homens primitivos comiam variedades selvagens de favas e ervilhas, o que põe em causa a exclusão das leguminosas da lista dos alimentos permitidos. Recentemente, alguns investigadores como Stephan Guyenet, defendem que o homem do Paleolítico se alimentava também de leguminosas selvagens.

As leguminosas possuem substâncias consideradas anti alimentos, como a lectinas e o ácido fítico (também conhecido como fitato), o que as torna potencialmente nocivas.

As lectinas são substâncias que não digerimos e que se acumulam nos intestinos, podendo contribuir para a sua inflamação, eventual alteração da permeabilidade (Leaky Gut) e alteração das respostas imunitárias relacionadas com a placa de Peyer, que funciona como sensor do sistema imunitário no intestino.

A concentração de substâncias fermentáveis, FODMAPS (mono, di e poliois fermentáveis) é, provavelmente, um dos principais motivos pelos quais alguns alimentos como as leguminosas, alho, cebola, algumas frutas e vegetais provocam inchaço abdominal e gases. 

No entanto, para a maioria das pessoas, a forma como são cozinhadas as leguminosas pode neutralizar o seu efeito irritativo.

Deixar de molho durante cerca de 18 h, cozinhá-las na panela de pressão trocando a água a meio da cozedura, ou cozê-las com um pouco de alga Kombu são medidas que eliminam os resíduos de lectinas e diminuem, por isso, a sua ação.

Estas lectinas existem também em algumas frutas, legumes, especiarias e outras plantas comumente consumidas, incluindo cenouras, courgette, melão, uvas, cerejas, framboesas, amoras, alho e cogumelos.

No entanto, as leguminosas constituem uma excelente fonte proteica e, ingeridas esporadicamente, poderão contribuir para uma maior diversidade alimentar. Muitos outros alimentos aceites na dieta paleolítica têm também quantidades razoáveis de lectinas, como os cogumelos e algumas frutas.   

Por estas razões, sou adepta da introdução de leguminosas na dieta Paleo, com as seguintes restrições:

  • Máximo 1 vez por semana
  • Apenas se não necessitar de perder peso
  • Cozer de acordo com o explicado anteriormente
  • Apenas se não for demasiado sensível e se não sentir efeito com o método de cozedura aconselhado.

Excesso de carne – Se a filosofia é respeitar o nosso ADN, então também devemos reduzir o consumo de carne. No paleolítico o homem não comia carne 2 vezes por dia. Apesar da proteína animal ser importante, o excesso é perigoso. A carne aporta metionina em grandes quantidades, um aminoácido que, sendo muito importante, em excesso pode ter efeitos negativos no sistema cardiovascular. Este aminoácido está implicado no metabolismo da homocisteína, que se sintetiza como produto intermedio do metabolismo da metionina por ação da enzima metionina adenosil transferasa (MAT). A homocisteína induz dano endotelial direto por produzir peróxidos que induzem alteração das células endoteliais e alteração da agregação plaquetária.
 Se o seu Grupo sanguíneo não for o O, então limite a carne vermelha a apenas 1 vez por semana.

Porque a dieta Paleo funciona?

A dieta paleolítica funciona porque:

  • Respeita a nossa genética;                                                                                     
  • Elimina ou reduz alimentos que inflamam e que provocam alergias;
  • Controla os níveis de glicose e insulina, reduzindo a resistência periférica à insulina;
  • Restabelece e equilibra os níveis de saciedade e fome;
  • Permite uma boa digestão e absorção dos alimentos;
  • Respeita e fortalece a flora intestinal (variedade e quantidade);
  • Altamente saciante, permitindo a redução do número de refeições diárias.

Referências:

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Kleinewietfeld M, et al.   Sodium chloride drives autoimmune disease by the induction of pathogenic TH17 cells. Nature. 2013 Apr 25;496(7446):518-22

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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"Temos que mudar os hábitos e envolver a comunidade. Temos também que pensar no ambiente em que as pessoas vivem. Podem ser mais ativas, comer de forma mais saudável", disse à Lusa a vice-diretora geral para Doenças Não-Transmissíveis e Saúde Mental da Organização Mundial de Saúde (OMS), Svetlana Akselrod.

Akselrod sublinhou que é essencial agir para prevenir estas doenças, combatendo especialmente os fatores de risco.

Consumo de tabaco, elevado consumo de álcool, dieta pouco saudável, pouca atividade física estão entre os principais comportamentos de risco responsáveis por algumas das principais doenças no país: problemas cardiovasculares, cancro, doenças pulmonares crónicas e diabetes.

Timor-Leste já introduziu várias medidas preventivas, especialmente no combate ao tabaco. O país tem os maiores avisos do mundo, que cobrem 92,5% dos maços de tabaco com texto e, sobretudo, imagens.

Mas pode fazer mais, defendeu Akselrod, dando como exemplo mais impostos sobre o tabaco e o álcool como estratégias para reduzir o consumo. "Os dados mais recentes mostram que investir nestas medidas é vantajoso. Investir um dólar agora poderá poupar sete em 2030", disse.

O novo plano de ação das autoridades timorenses, apresentado agora, segue-se ao que esteve em vigor nos últimos anos e que pretende combater a morbidade evitável, incapacidade e morte prematura devido a doenças não-transmissíveis (DNT).

O representante da OMS para Timor-Leste, Rajesh Pandav, explicou que o plano de ação multissetorial para a prevenção e controlo de doenças não-transmissíveis (2018-2021) é um passo importante para combater doenças não-transmissíveis, incluindo doenças cardiovasculares e doença pulmonar obstrutiva crónica, que "estão entre as dez principais causas de mortalidade" em Timor-Leste.

De acordo com dados citados no documento, as doenças não-transmissíveis são responsáveis por 44% de todas as mortes, um número que pode ser ainda maior, disse Pandav, uma vez que a falta de registos adequados dificulta a análise.

Fatores de risco, como o consumo de álcool e de tabaco, uma dieta pouco saudável e um elevado uso de sal, estão entre as principais causadas das DNT.

"Os timorenses estão entre os maiores consumidores de tabaco do mundo, com 70% dos homens e 10% das mulheres a fumar, o que os torna vulneráveis ao cancro e às doenças pulmonares", referiu.

A obesidade afeta 8% dos homens e 17% das mulheres, enquanto 39% dos adultos timorenses têm pressão arterial elevada e 21% têm níveis altos de colesterol. "A maioria dos casos de diabetes e hipertensão não é detetada e, portanto, não é tratada", disse Pandav.

O Estado timorense gasta quatro milhões de dólares (3,5 milhões de euros) por ano a enviar pacientes para o exterior.

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