Reação
A Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde garantiu hoje que não foi informada sobre uma eventual revogação do contrato...

A instituição anunciou quarta-feira ter chegado a acordo para aquisição da totalidade do capital social da maior unidade de saúde privada em Portugal, mas esta quinta-feira os HSB divulgaram, através de comunicado, a transmissão de 76% do capital ao grupo Trofa Saúde.

"Temos um contrato assinado para aquisição da totalidade do hospital e até ao momento não temos qualquer informação de que tenha sido revogado. Vamos analisar a situação e certamente fazer valer os nossos direitos", disse à agência Lusa Rui Maia, um dos responsáveis da Misericórdia vila-condense.

Na curta nota informativa enviada esta tarde pelo HSB, não surgiu referência à existência de um contrato com a Misericórdia vila-condense, falando apenas num acordo com o grupo de saúde nortenho.

"Manuel Agonia, fundador e presidente do conselho de administração dos Hospitais Senhor do Bonfim, em conjunto com António Vila Nova, presidente do conselho de administração do Grupo Trofa Saúde, chegaram a acordo quanto à transmissão de 76% do capital dos Hospitais Senhor do Bonfim ao Grupo Trofa Saúde", pode ler-se no comunicado.

No mesmo texto, também não é mencionado o valor da transação, nem pormenores sobre o futuro dos quase 200 trabalhadores do HSB, falando-se apenas numa "continuidade ao projeto".

"Os Hospitais Senhor do Bonfim passam a integrar a rede do Grupo Trofa Saúde, dando-se assim continuidade ao projeto e à visão de Manuel Agonia, pioneiro no setor privado da Saúde em Portugal, agora no seio de um grupo de capital 100% português".

Os Hospitais Senhor do Bonfim, inaugurados em 2014, surgiram num investimento do empresário da Póvoa de Varzim Manuel Agonia, que aplicou na construção do maior hospital privado do país mais de 100 milhões de euros.

Nos últimos anos, a unidade estava atravessar alguns problemas financeiros, que colocavam em risco a manutenção dos 200 postos de trabalho.

Na quarta-feira, a Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde tinha anunciado a celebração um contrato promessa de compra e venda para a aquisição da unidade, garantindo ter "sinalizado o respetivo negócio, cuja concretização está prevista para o próximo mês de dezembro".

OMS
Os casos de sarampo reportados em todo o mundo aumentaram em 2017, provocando 110 mil mortes, uma vez que vários países...

O documento refere que “devido a lacunas na cobertura de vacinação, surtos de sarampo ocorreram em todas as regiões”, havendo uma “estimativa de 110 mil mortes relacionadas com a doença”.

Utilizando dados atualizados de modelos de projeção de doenças, o relatório fornece estimativas mais abrangentes das tendências do sarampo nos últimos 17 anos, mostrando que, desde o ano 2000, mais de 21 milhões de vidas foram salvas através de imunizações contra a doença.

No entanto, o número de casos relatados aumentou em mais de 30% em todo o mundo a partir de 2016.

As américas, a região do mediterrâneo oriental e a Europa experimentaram os maiores surtos em 2017, com o pacífico ocidental a ser a única região da Organização Mundial de Saúde (OMS) onde a incidência de sarampo diminuiu.

“O ressurgimento do sarampo é uma séria preocupação, com surtos prolongados a ocorrerem entre as regiões e particularmente em países que alcançaram, ou estavam perto de alcançar, a eliminação do sarampo”, disse Soumya Swaminathan, diretor-geral adjunto para programas da OMS.

De acordo com o relatório, “sem esforços urgentes para aumentar a cobertura de vacinação e identificar populações com níveis inaceitáveis de crianças sem imunização, corre-se o risco de perder décadas de progresso na proteção de crianças e comunidades contra essa doença devastadora, mas totalmente evitável”.

O sarampo é uma doença grave e altamente contagiosa. Pode causar complicações debilitantes ou fatais, incluindo encefalite (uma infeção que leva ao inchaço do cérebro), diarreia e desidratação severas, pneumonia, infeções de ouvido e perda permanente da visão. Bebés e crianças pequenas com desnutrição e sistema imunológico fraco são particularmente vulneráveis a complicações e morte.

A doença é evitável através de duas doses de uma vacina segura e eficaz. Durante vários anos, no entanto, a cobertura global com a primeira dose da vacina contra o sarampo parou em 85%.

O relatório refere que este valor “está longe dos 95% necessários para evitar surtos e deixa muitas pessoas, em muitas comunidades suscetíveis à doença. A segunda dose de cobertura é de 67% “.

O aumento dos casos de sarampo “é profundamente preocupante, mas não surpreendente. A complacência sobre a doença e a disseminação de falsidades sobre a vacina na Europa, um sistema de saúde em colapso na Venezuela e bolsas de fragilidade e baixa cobertura de imunização em África estão a combinar-se para um ressurgimento global do sarampo após anos de progresso”, disse o administrador da Gavi, a Aliança de Vacinas, Seth Berkley, citado no documento da OMS.

“As estratégias existentes precisam de mudar. Tem de haver mais esforços para aumentar a cobertura vacinal de rotina e fortalecer os sistemas de saúde. Caso contrário, continuaremos a perseguir um surto após outro”, acrescentou.

O relatório refere que em resposta aos recentes surtos, as agências de saúde estão a pedir investimento sustentado nos sistemas de imunização, juntamente com os esforços para fortalecer os serviços de vacinação de rotina, vincando que esses esforços devem concentrar-se especialmente em alcançar as comunidades mais pobres e marginalizadas, incluindo pessoas afetadas por conflitos e deslocamentos.

As agências também pedem ações para construir um amplo apoio público às imunizações, enquanto combatem a desinformação e a hesitação em relação às vacinas onde elas existem, adianta.

"Investimentos sustentados são necessários para fortalecer a prestação de serviços de imunização e usar todas as oportunidades para entregar vacinas àqueles que precisam deles", disse Robert Linkins, chefe do Departamento de Controle Acelerado de Doenças e Vigilância de Doenças Preveníveis por Vacinas nos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. e presidente da Equipa de Gestão da Iniciativa Sarampo e Rubéola.

Mais de 13.400 casos de sarampo foram registados no último ano em 30 países europeus, incluindo 126 casos em Portugal, segundo um relatório do Centro Europeu de Controlo de Doenças.

O balanço de 13.453 casos de sarampo refere-se ao período entre início de outubro do ano passado e final de setembro deste ano.

Este mês foram registados na região de Lisboa e Vale do Tejo 32 casos suspeitos de sarampo, confirmando-se a doença em 22 desses casos, segundo números da Direção-geral da Saúde. Entre os casos confirmados pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge há 20 adultos e duas crianças.

São adiadas 500 cirurgias por dia
O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos denunciou a existência de “piquetes de greve” de enfermeiros à entrada dos...

“A Ordem dos Médicos reconhece o direito à greve dos enfermeiros e isso é inalienável dos direitos que têm de reclamar contra as condições de trabalho ou outras quaisquer reivindicações, mas vê com muita preocupação a existência de piquetes de greve à entrada dos blocos operatórios, pondo em causa a indicação clínica de urgência dos doentes”, disse à Lusa o presidente do Conselho Regional, António Araújo.

Cerca de 3.000 cirurgias programadas adiadas e blocos operatórios a trabalhar em serviços mínimos é o balanço da primeira semana da greve cirúrgica dos enfermeiros que termina no final do ano, disse à Lusa uma fonte sindical.

“Neste momento temos uma média de 500 cirurgias programadas por dia que estão a ser adiadas e temos todos os blocos a trabalhar praticamente em serviços mínimos”, sendo “muitos pontuais as salas que estão a trabalhar com não grevistas”, adiantou Lúcia Leite, presidente da Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE), que convocou a greve juntamente com o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor).

António Araújo afirmou que esses “piquetes de greve” têm estado concentrados à entrada dos blocos operatórios para verificar se os doentes cumprem a indicação de serviços mínimos e, se não cumprem, “atrasam, obstaculizam ou não os deixam entrar”.

Os enfermeiros “esquecem-se” que há outras situações graves, que não integram os critérios de serviços mínimos, que põem em causa a vida e a saúde imediata dos doentes, logo têm de ser atendidas, ressalvou.

O presidente do Conselho Regional adiantou que tem recebido “múltiplas denúncias” por parte de doentes e familiares de situações que têm acontecido em “muitos” hospitais do país.

Além desta questão, António Araújo referiu que os piquetes são compostos por enfermeiros das instituições mas também de fora delas, o que põe em causa a informação pessoal do doente e a sua confidencialidade.

António Araújo disse que é necessário repor a legalidade porque quem tem de dar a indicação de urgência ou não urgência da situação clínica dos doentes é o cirurgião e não os enfermeiros.

A greve está a decorrer nos centros hospitalares universitários de S. João (Porto), do Porto, de Coimbra e de Lisboa Norte, assim como no Centro Hospitalar de Setúbal.

Foi convocada pela Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), embora inicialmente o protesto tenha partido de um movimento de enfermeiros que lançou um fundo aberto ao público que recolheu mais de 360 mil euros para compensar os colegas que aderirem à paralisação.

Comunicado
Os Hospitais Senhor de Bonfim (HSB), a maior unidade de saúde privada do país, sediada em Vila do Conde, anunciou a transmissão...

A comunicação dos HSB surge um dia depois de a Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde ter anunciado "a celebração de um contrato promessa de compra e venda para a aquisição da totalidade do capital social da unidade".

Numa curta nota informativa enviada esta tarde pelos HSB, não há referência à existência desse contrato com a Misericórdia vila-condense, falando, apenas, num acordo com o grupo de saúde nortenho.

"Manuel Agonia, fundador e presidente do conselho de administração dos Hospitais Senhor do Bonfim, em conjunto com António Vila Nova, presidente do conselho de administração do Grupo Trofa Saúde, chegaram a acordo quanto à transmissão de 76% do capital dos Hospitais Senhor do Bonfim ao Grupo Trofa Saúde", pode ler-se no comunicado.

No mesmo texto, também não é mencionado o valor da transação, nem pormenores sobre o futuro dos quase 200 trabalhadores do HSB, havendo apenas uma referência à "continuidade ao projeto".

"Os Hospitais Senhor do Bonfim passam a integrar a rede do Grupo Trofa Saúde, dando-se assim continuidade ao projeto e à visão de Manuel Agonia, pioneiro no setor privado da Saúde em Portugal, agora no seio de um grupo de capital 100% português".

Os Hospitais Senhor do Bonfim, inaugurados em 2014, surgiram num investimento do empresário da Póvoa de Varzim Manuel Agonia, que aplicou na construção do maior hospital privado do país mais de 100 milhões de euros.

Nos últimos anos, a unidade estava atravessar alguns problemas financeiros, que colocavam em risco o funcionamento do hospital e a manutenção dos postos de trabalho.

Na quarta-feira, a Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde tinha anunciado a celebração um contrato promessa de compra e venda para a aquisição da unidade, garantindo ter sinalizado o respetivo negócio, cuja concretização estava prevista para o próximo mês de dezembro.

A Agência Lusa tentou até ao momento, mas sem sucesso, recolher uma reação dos responsáveis da Misericórdia de Vila do Conde.

Experiência é ilegal e viola a ética
O Governo chinês ordenou uma investigação ao caso envolvendo um cientista chinês que reclamou esta semana ter criado os...

Em declarações à televisão chinesa CCTV, o vice-ministro chinês da Ciência e Tecnologia, Xu Nanping, disse que foi ordenada uma investigação porque a experiência feita é ilegal e viola a ética.

Xu Nanping adiantou que todas as atividades relacionadas com a experiência científica foram suspensas.

À mesma televisão, o diretor-adjunto da Comissão Nacional de Saúde da China, Zeng Yixin, frisou que "os infratores" serão castigados.

A atuação das autoridades chinesas acontece um dia depois de o cientista, He Jiankui, ter anunciado "uma pausa" nas experiências, após críticas da comunidade científica chinesa e internacional e de a universidade onde trabalha ter anunciado a abertura de uma investigação ao caso.

Um grupo de 14 especialistas em manipulação genética defendeu que é demasiado cedo para se tentar fazer mudanças permanentes no material genético (ADN) que possam ser herdadas pelas gerações futuras.

Em comunicado, os peritos, que participaram esta semana numa conferência sobre genética em Hong Kong, China, consideram que é irresponsável realizar experiências em óvulos, espermatozoides ou embriões por ainda não se saber o suficiente sobre possíveis riscos.

He Jiankui disse esta semana que alterou o ADN de embriões que deram origem a duas gémeas que nasceram no início de novembro, para as tornar resistentes contra eventuais infeções pelo VIH.

O cientista chinês usou a técnica de edição genética CRISPR/Cas9 para modificar embriões durante os tratamentos de fertilidade de sete casais.

Todos os homens que participaram na experiência estavam infetados com o VIH, ao contrário das mulheres, e tiveram as suas infeções reprimidas por medicamentos padrão para o vírus da sida.

Os resultados da experiência não foram avaliados por pares nem publicados em revistas científicas.

Bilhota Xavier
O diretor do serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Leiria, Bilhota Xavier, alertou hoje para a falta de formação dos...

"A maior parte dos pediatras, quando acaba a especialidade, não sabe reanimar um bebé", adiantou Bilhota Xavier, nas XXV Jornadas de Pediatria de Leiria e Caldas da Rainha.

Em declarações à agência Lusa, o diretor da Pediatria do hospital de Leiria explicou que "com a evolução da pediatria, em geral, e da neonatologia, em particular, conseguiu-se das menores mortalidades do mundo quer no bebé quer na criança".

Segundo o pediatra, "passam-se meses e meses em que não há oportunidade de um futuro pediatra aprender a reanimar um bebé".

Se, por um lado, "é bom, porque não tem sido preciso reanimar bebés e crianças", por outro "haverá sempre um momento em que vai ser necessário e os pediatras têm dificuldade em fazê-lo".

"É preciso apostar muito na formação com cursos de reanimação, não só neonatal, como de crianças e adolescentes, e fundamentalmente manter atuante esse curso. Por isso, cada vez mais, em vários pontos do país, se criam espaços de simulação para que se possa manter atuante a formação adquirida durante esses cursos", informou Bilhota Xavier.

O pediatra acrescentou que os cursos são caros e o "Estado deve comparticipá-los, com o apoio da União Europeia". A dificuldade em realizá-los prende-se também com a falta de pessoas acreditadas em Portugal para darem esses cursos e garantir o seu financiamento.

A comemorar 25 anos de jornadas pediátricas, Bilhota Xaxier, um dos organizadores do evento, considera que o balanço é "muito positivo.

"Estas jornadas representam em muito aquilo que fazemos todos os dias no serviço de Pediatria, que é insistir na formação dos profissionais. A formação é fundamental para nos atualizarmos, para todos termos a mesma linguagem e atuarmos da mesma forma numa situação semelhante, sem prejuízo de cada caso ser um caso", analisou.

O diretor da Pediatria de Leiria lamentou, contudo, que "não seja fácil" fazer, atualmente, jornadas em Portugal. "O Ministério da Saúde, com falsos moralismos, proibiu que este tipo de formação, tão importante para os profissionais, seja realizada nas instituições do Ministério da Saúde, o que é ainda mais difícil, porque tem custos importantes".

Bilhota Xavier alertou ainda que "é difícil comportar esses custos com mais esta agravante: o Ministério da Saúde acha que os profissionais de saúde são corruptíveis se este tipo de formação for feita nas instalações do Serviço Nacional da Saúde, mas se for feita em espaços não do Ministério da Saúde já não há problema nenhum".

"Somos os mesmos profissionais. Espero que rapidamente revejam esta questão, porque estão a pôr em causa a formação dos profissionais, que não é paga pelo serviço público", rematou.

Dia Internacional da Pessoa com Deficiência
A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Coimbra promove na segunda-feira um...

"Vamos dar voz às pessoas com deficiência e trabalhar a noção que têm dos seus direitos e dos seus sonhos", disse Ana Isabel Cruz, dos Centros Ocupacionais da APPACDM, durante a apresentação do congresso "Mediação de Pares: Pontes para a Inclusão Comunitária".

O evento, que coincide com o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, vai servir para a apresentação do Modelo para a Educação Comunitária Inclusiva, desenvolvido no norte da Europa e que está a ser implementado pela instituição.

O objetivo, disse Ana Isabel Cruz, é potenciar a inclusão social de pessoas com deficiência e incapacidades com graves limitações na sua autonomia e participação social, através da formação de pessoas com deficiência e incapacidade de menores limitações, de forma que sejam agentes facilitadores e mediadores da inclusão dos seus pares na comunidade.

O modelo já está a ser replicado no centro ocupacional de São Silvestre, em Coimbra, mas o objetivo é alargá-lo aos outros três centros localizados nos concelhos de Arganil, Cantanhede e Montemor-o-Velho.

"Pretendemos uma vez mais que toda a gente sinta a instituição como delas", sublinhou Helena Albuquerque, presidente da APPACDM.

O congresso vai ter um painel para refletir sobre a linguagem técnica adaptada ao mundo de hoje e ainda uma mesa redonda para discutir "o que fazemos para estragar a autonomia das pessoas com dificuldades intelectuais".

A instituição promove também, no dia 10 de dezembro, a mesa redonda "Direitos Humanos da Pessoa com Deficiência", em que participam o professor António Magalhães e os investigadores Adriano Moura e Viegas Abreu.

A iniciativa insere-se nas comemorações dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

"São dois dias fundamentais para a APPACDM, que trabalha para que os direitos humanos das pessoas com incapacidade e deficiência sejam defendidos", frisou Helena Albuquerque.

Graça Freitas
A diretora-geral da Saúde disse hoje recear que a decisão do parlamento de incluir vacinas no programa da vacinação abra um...

“Pode acontecer que se abra um precedente num assunto que é do foro da prescrição médica e da prescrição da saúde”, disse, acrescentando que tem “a certeza absoluta" que os parlamentares que tomaram esta decisão são “pessoas extremamente sensíveis a estas questões” e que estarão atentos para, no futuro, “tentarem não incorrer em algum tipo de situação que possa por em risco os critérios técnico-científicos, a evidência científica e as boas práticas médicas”.

Em conferência de imprensa realizada na Direção-geral da Saúde, em Lisboa, Graça Freitas afirmou que a DGS tomou “boa nota” da opção do parlamento.

“A comissão de saúde ouviu e bem a indústria farmacêutica e outras entidades a este respeito, mas eu gostaria que também tivesse ouvido a DGS e a comissão técnica da vacinação e tivesse tido em conta os vários pareceres que a DGS mandou ao longo dos anos para o parlamento”, afirmou.

O parlamento aprovou na terça-feira, na especialidade do Orçamento do Estado, a integração das vacinas da meningite B, do rotavírus e do HPV para os rapazes no Programa Nacional de Vacinação.

Segundo Graça Freitas, as três vacinas incluídas pelo parlamento no PNV estão a ser analisadas pela comissão técnica de avaliação.

Relativamente à rotavírus, a diretora-geral explicou que, de ponto de vista estritamente técnico, a doença “não tem peso suficiente em Portugal” para ser candidata a um programa de vacinação universal.

Sobre a vacina da meningite B, Graça Freitas afirmou que há estudos em curso: “Nós temos de saber, de acordo com a bactéria que circula no nosso país, se a vacina é efetiva ou não”, explicou.

Já para o HPV, a comissão técnica de vacinação tem, neste momento, os dados que vão permitir, a curto prazo, emitir uma recomendação, avançou a responsável.

Graça Freitas garantiu que a DGS vai aguardar pela decisão final do parlamento e ter em conta o que vai ficar recomendado para atuar em conformidade.

“A DGS é uma pessoa de bem e cumpre a lei e vai aguardar serenamente para ver a decisão do parlamento”, declarou.

A primeira proposta votada para o alargamento do programa foi a do PCP, aprovada pelos proponentes, PSD e BE, os votos contra do PS e a abstenção do CDS-PP.

A aprovação pelo parlamento do alargamento do programa de vacinação surpreendeu a ministra da Saúde, que referiu, na quarta-feira, que essa inclusão não havia sido preconizada pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

“Estamos a avaliar o sentido em que a redação da norma em última instância vai sair”, afirmou Marta Temido, em declarações à RTP, acrescentando que a Comissão Nacional de Vacinação não tinha concluído pela necessidade da sua universalização de duas das três vacinas que estão em causa.

Também a Ordem dos Médicos considerou um erro que o parlamento tenha aprovado a integração de três novas vacinas no Programa Nacional de Vacinação sem ouvir a Direção-geral da Saúde, ainda a estudar o assunto.

O bastonário dos médicos, Miguel Guimarães, disse à Lusa que vê "com muita preocupação” o facto de os deputados “estarem a interferir nas boas praticas em saúde”, sobretudo quando existe uma comissão técnica independente, de “pessoas com conhecimento científico específico na área da vacinação” que está a estudar se as três vacinas devem integrar o Programa Nacional de Vacinação.

“Acho que é uma má decisão da Assembleia da República por ser feita sem ouvir a Direção-geral da Saúde e é uma falta de respeito pelos profissionais de saúde e pela própria Direção-geral da Saúde”, afirmou o bastonário dos Médicos.

Balanço
Cerca de 3.000 cirurgias programadas adiadas e blocos operatórios a trabalhar em serviços mínimos é o balanço da primeira...

“Neste momento temos uma média de 500 cirurgias programadas por dia que estão a ser adiadas e temos todos os blocos a trabalhar praticamente em serviços mínimos”, sendo “muitos pontuais as salas que estão a trabalhar com não grevistas”, adiantou Lúcia Leite, presidente da Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE), que convocou a greve juntamente com o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor).

A dirigente sindical adiantou que a adesão “é praticamente de 100%”, mas explicou que o objetivo não é ter todos os enfermeiros de greve: “É ter o número mínimo” necessário para parar os blocos operatórios”.

As salas de cirurgia programadas trabalham de segunda a sexta-feira o que significa cerca de 3.000 cirurgias adiadas, explicou.

Na prática todos os blocos estão parados, disse a sindicalista, adiantando que, neste momento, os sindicatos estão “a fazer um esforço para chegar a acordo sobre salas que assegurem as urgências dos doentes internados que iriam fazer cirurgia ao longo das várias semanas.

“São aqueles doentes que não precisam de ser operados no próprio dia em que a situação se declara”, mas que têm de o fazer dentro de dois, três, quatro dias, explicou Lúcia Leite.

Os sindicatos estão a garantir que esses doentes têm “uma resposta assegurada com serviços mínimos”, o que, disse, vai para além daquilo que o Tribunal Arbitral decidiu.

“O que nós percebemos é que nem as instituições previram situações, como por exemplo a [de] ortopedia, que tem sempre muitas urgências diferidas”, salientou.

Neste momento, sublinhou, “estamos a chegar a acordo com as instituições para garantir que esses doentes são operados e que não fica em causa a saúde deles com sequelas permanentes pelo facto de estarmos em greve”.

A greve irá manter-se, sublinhou a sindicalista até que o Governo aceite as condições pedidas.

“Quando terminámos a última reunião, no dia 20, fomos informados pela mesa negocial que não haveria negociações enquanto houvesse greve, portanto, depende do Governo se voltamos ou não à mesa de negociações. Não é por nós que não estamos na mesa de negociações”, afirmou.

Reiterando que o objetivo não é prejudicar os doentes, Lúcia Leite admitiu que os sindicatos estão à espera de uma reação do Governo.

“Estamos à espera que o Ministério da Saúde ponha a mão na consciência e que estas situações que trazem comprometimento para o cidadão sejam ponderadas”, referiu, garantindo que se a proposta do Governo se mantiver “não vai haver acordo”.

Os enfermeiros dos blocos operatórios de cinco hospitais públicos iniciaram há uma semana uma greve de mais de um mês às cirurgias programadas, que já adiou milhares de operações.

Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde afirmou hoje que a remarcação das cirurgias canceladas ou adiadas nos cinco centros hospitalares onde está a decorrer a paralisação “é prioritária” porque “está a causar prejuízos sérios aos doentes portugueses”.

O secretário de Estado disse ainda estar confiante que os sindicatos voltem à mesa de negociações e suspendam esta greve.

“O Governo apresentou uma proposta que pareceu ir muito ao encontro das pretensões dos sindicatos de enfermagem e espera muito confiantemente que essa proposta traga os sindicatos novamente à mesa das negociações, para o qual é indispensável que suspendam esta greve que de facto está a causar prejuízos sérios aos doentes portugueses”, salientou.

A tutela assume que a proposta de revisão da carreira especial de enfermagem "constitui a aproximação possível às reivindicações apresentadas" pelos sindicatos, "num contexto de sustentabilidade das contas públicas e equidade social".

A greve está a decorrer no Centro Hospitalar Universitário de S. João (Porto), no Centro Hospitalar Universitário do Porto, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e no Centro Hospitalar de Setúbal.

Foi convocada pela Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), embora inicialmente o protesto tenha partido de um movimento de enfermeiros que lançou um fundo aberto ao público que recolheu mais de 360 mil euros para compensar os colegas que aderirem à paralisação.

Estratégias de supervisão clínica
Investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) e docentes da Escola Superior de...

Desenvolvido no âmbito de um projeto intitulado SAFECARE - Supervisão Clínica para a segurança e qualidade dos cuidados, este novo método, que será apresentado, na sexta-feira, no Porto, no Congresso de Supervisão Clínica em Enfermagem, tem como objetivo a adoção de estratégias de supervisão clínica mais efetivas e dirigidas para a qualidade e segurança de cuidados.

Segundo o grupo de investigadores, o SAFECARE, que obteve um financiamento europeu de cerca de 150 mil euros, reúne um conjunto de métodos de gestão, de organização de equipas e de recolha e monitorização de indicadores de saúde que aumenta a eficácia dos serviços.

A metodologia adotada que, “pela primeira vez, atesta cientificamente a relação da supervisão clínica com a qualidade e segurança dos cuidados”, tem já resultados comprovados, nomeadamente no que se refere à avaliação e prevenção do risco de queda de doentes hospitalizados e na melhoria nas competências dos enfermeiros para intervir no autocuidado.

Segundo Luís Carvalho, presidente da ESEP e investigador do CINTESIS, “os resultados preliminares permitiram perceber que o projeto vai ter um impacto muito significativo no exercício profissional dos enfermeiros e, também, nos resultados da organização na qual o modelo será implementado, no que se refere à qualidade e segurança dos cuidados prestados aos clientes”.

Neste momento, a implementação do novo modelo de Supervisão Clínica está a decorrer na Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM).

Mas “o objetivo é chegar a mais unidades, pelo que já está prevista a implementação deste novo método de supervisão clínica nos dois maiores hospitais do Porto – o Centro Hospitalar do Porto e o Centro Hospitalar de São João”, revelam os investigadores.

Financiado por parte da União Europeia através do FEDER - Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e do Portugal 2020, o SAFECARE será apresentado e debatido perante mais de 200 profissionais de saúde, durante o III Congresso de Supervisão Clínica em Enfermagem, que se realiza no sábado, no Auditório da ESEP.

Garantir o acesso a todos
O secretário de Estado da Saúde defendeu hoje que a forma de equilibrar os “elevadíssimos preços” dos medicamentos inovadores...

“Estaremos provavelmente a pagar demais por esses medicamentos, mas a forma de equilibrar passa por uma colaboração multinacional e, nomeadamente, por organismos como a Organização Mundial da Saúde e a União Europeia tomarem decisões no sentido de, por exemplo, aumentar a transparência de todo este setor”, disse Francisco Ramos à Lusa, à margem da conferência "Medicamentos - Enfrentando os Desafios: Equidade, Sustentabilidade e Acesso", que decorre hoje e sexta-feira em Lisboa.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde adiantou que, neste momento, “há um conflito entre as empresas que comercializam esses produtos e que, natural e legitimamente, tentam maximizar os seus lucros com os sistemas de saúde, que têm que tornar esses produtos acessíveis a toda a população, e esse é um peso muito grande” que é preciso “tentar minimizar e gerir da melhor forma possível”.

Isso passa por “reduzir custos de investigação, tornar a investigação menos onerosa e, sobretudo, ter uma regulamentação internacional que não ponha a remuneração dos acionistas das multinacionais farmacêuticas como prioridade número um para isto, mas sim eventualmente o acesso dos medicamentos aos doentes que deles precisam”, defendeu.

Sobre a conferência promovida pelo Infarmed, em colaboração com a Organização Mundial da Saúde Europa (OMS Europa), Francisco Ramos disse que é uma reunião europeia para debater o tema de como conseguir garantir o acesso às tecnologias inovadoras, sobretudo os medicamentos.

“O problema são os elevadíssimos preços e alguma dificuldade em avaliar em tempo útil o valor desses medicamentos”, sublinhou.

Em Portugal, “temos tido bons resultados”, porque temos “uma agência do medicamento muito capacitada, o Infarmed”, e “uma prática já antiga que tem permitido o acesso a esses medicamentos”.

Nos últimos dois anos, salientou, “temos mais de 150 medicamentos inovadores acessíveis” no Serviço Nacional de Saúde.

“Isso quer dizer que temos conseguido fazê-lo, também muito à custa do sucesso das políticas de genéricos, biossimilares, tentando poupar nalgumas tecnologias para criar espaço para que Portugal possa tornar acessíveis aos portugueses essas tecnologias”, sustentou Francisco Ramos.

“Por muito que seja o barulho das luzes ou a espuma dos dias e [que] apareçam pessoas a queixar-se, Portugal está nos países com melhor acesso à inovação terapêutica”, rematou.

Governo
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, afirmou hoje que a remarcação das cirurgias canceladas devido à...

Os enfermeiros dos blocos operatórios de cinco hospitais públicos iniciaram há uma semana uma greve de mais de um mês às cirurgias programadas, que já adiou milhares de operações.

Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde afirmou que “é prioritária” a remarcação das cirurgias canceladas ou adiadas nos cinco centros hospitalares onde está a decorrer a paralisação, que “está a causar prejuízos sérios aos doentes portugueses”.

Essa reorganização será uma prioridade “no sentido de minimizar o impacto nos doentes portugueses”, disse Francisco Ramos, à margem da conferência "Medicamentos - Enfrentando os Desafios: Equidade, Sustentabilidade e Acesso", promovida pelo Infarmed, em colaboração com a Organização Mundial da Saúde Europa (OMS Europa), no âmbito das celebrações do seu 25.º aniversário, que decorre hoje e sexta-feira em Lisboa.

O secretário de Estado disse ainda estar confiante que os sindicatos voltem à mesa de negociações e suspendam esta greve.

“O Governo apresentou uma proposta que pareceu ir muito ao encontro das pretensões dos sindicatos de enfermagem e espera muito confiantemente que essa proposta traga os sindicatos novamente à mesa das negociações, para o qual é indispensável que suspendam esta greve que de facto está a causar prejuízos sérios aos doentes portugueses”, salientou.

A tutela assume que a proposta de revisão da carreira especial de enfermagem "constitui a aproximação possível às reivindicações apresentadas" pelos sindicatos, "num contexto de sustentabilidade das contas públicas e equidade social".

A greve está a decorrer no Centro Hospitalar Universitário de S. João (Porto), no Centro Hospitalar Universitário do Porto, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e no Centro Hospitalar de Setúbal.

Foi convocada pela Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), embora inicialmente o protesto tenha partido de um movimento de enfermeiros que lançou um fundo aberto ao público que recolheu mais de 360 mil euros para compensar os colegas que aderirem à paralisação.

Relatório
Os casos de demência estão a aumentar em paralelo à esperança média de vida, revela hoje um relatório do Projeto de Apoio...

Em apenas um ano, o Projeto de Apoio Domiciliário à Demência (PADD), promovido pela Misericórdia de Mogadouro, viu duplicar o número de doentes que se propôs a tratar.

Os profissionais de saúde que integram o PADD já tratam quase 60 doentes portadores de demência, sendo que este número é o dobro do inicialmente previsto, e há já mais 91 pessoas referenciadas com demência por parte desta equipa.

Para a neurologista Purificação Ortiz, com o aumento da esperança média de vida do ser humano os casos de demência também vão aumentando.

"Um dos maiores desafios é cuidar deste tipo de doentes quando a patologia se encontra em fase já mais avançada. Esta situação coloca à prova os conhecimentos e os cuidados que têm os cuidadores com este tipo de doentes a seu cargo", vincou a médica especialista.

Quando há suspeitas da existência de sintomas da doença, como a perda de memória, desorientação, ou confusão com as coisas simples do dia, essas pessoas são encaminhadas para esta equipa, que percorre um concelho com 756 quilómetros quadrados e com uma população bastante envelhecida.

O PADD envolve as cerca de seis dezenas de utentes que são apoiados por uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde e que vão desde a neurologia, passado pela psicologia clínica ou a enfermagem, entre outros.

Segundo os dados fornecidos no relatório, o PADD tem mais 91 novos doentes sinalizados, aos quais se juntam mais 76 pessoas que são já acompanhadas pela equipa por apresentarem alguns sinais característicos da demência.

A psicóloga clínica Tânia Silva, que integra este projeto, disse que, com o aparecimento da equipa e com as ações de sensibilização que têm sido feitas em todo o concelho, as pessoas mostram-se mais atentas para os sintomas da doença.

"As pessoas, como estão mais informadas, têm a tendência em nos informar com mais antecedência ou a falar do assunto com os médicos de família. Estas atitudes fazem com que os cuidadores tenham acesso mais rápido aos cuidados especializados" enfatizou a técnica.

Esta equipa, que está no terreno há pouco mais de um ano, tem sinalizado mais doentes portadores de demência devido às ações de sensibilização que realizam.

“Esta situação é por nós notada com o passar dos meses, em que vemos uma população muito isolada, não só pelas distâncias, mas igualmente por estarem sós", observou.

Tânia Silva garante que, com a presença no terreno desta equipa multidisciplinar, os idosos não estão isolados, havendo uma sensação de segurança por parte desta faixa etária.

"Não somos um serviço de urgência. Porém, somos muitas vezes solicitados para atender a situações de crise provocadas pela demência”, frisou.

A demência é caracterizada por uma perda progressiva e irreversível das funções intelectuais, como alteração de memória, raciocínio e linguagem e perda da capacidade de realizar movimentos e de reconhecer ou identificar objetos.

Segundo os especialistas, a doença ocorre com maior frequência a partir dos 65 anos de idade e é uma das principais causas de incapacidade em idosos.

"O projeto tem a grande finalidade em atrasar o avançar da doença, através de um diagnóstico precoce que permita uma atuação atempada, diminuindo a evolução da doença, permitindo uma melhoria na qualidade de vida aos doentes e dos seus cuidadores adiantado a sua institucionalização", frisou o provedor da Misericórdia de Mogadouro, João Henriques.

O responsável destacou ainda o número de quilómetros percorridos em todo o concelho pela equipa do PADD, que ultrapassa os 14 mil, o que, em seu entender, se pode traduzir numa poupança de recursos, já que os doentes não têm de se deslocar aos hospitais centrais ou regionais para obter ajuda especializada nesta doença.

O Apoio Domiciliário à Demência tem ainda mais um ano pela frente, sendo investidos no projeto cerca de 140 mil euros provenientes do Programa Operacional de Inclusão Social e mais “60 mil euros de um investidor social que é o município de Mogadouro”.

Divulgado maior estudo sobre qualidade de vida das pessoas com DA
A Federação Europeia de Associações de Doentes com Alergia e Doenças das Vias Respiratórias (EFA – European Federation of...

Na Europa, quase 10% das pessoas com dermatite atópica sofre de uma condição grave, e estas são as principais conclusões do estudo:

  • As pessoas com DA grave pagam adicionalmente em média 927,12€ por ano pelo tratamento da doença, e têm gastos extras com necessidades quotidianas, como higiene pessoal, que custam em média 18% a mais por mês;
  • 23% destas pessoas não têm uma visão otimística sobre a sua vida;
  • 28% das pessoas vivem todos os dias com prurido (comichão) na pele, 17% têm a pele com fissuras, e 20% sentem a sua pele a descamar;
  • 1 em cada 4 pessoas sente incapacidade para lidar com a vida, especialmente acima dos 50 anos e em condições mais graves da doença;
  • 70% estão constantemente à procura de informações sobre tratamentos novos e mais eficientes que ajudem a melhorar a sua vida;
  • 51% das pessoas tentam esconder a doença;
  • 45% das pessoas confessa que a dermatite atópica influenciou os seus relacionamentos, vida sexual e hobbies na semana antes das entrevistas;
  • 38% declara-se prejudicado no trabalho por causa da sua pele.

A apresentação aconteceu a 14 de setembro, data marcada pela celebração do 1.º Dia Europeu e Mundial da Dermatite Atópica e no âmbito do 27.º Congresso Anual da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV), que decorreu em Paris.

Aumentar a visibilidade e a compreensão sobre o real impacto das formas mais severas da doença foi um dos principais objetivos que esteve na base deste estudo de âmbito europeu.

O estudo “Comichão pela Vida – Qualidade de Vida e custos para as pessoas com dermatite atópica na Europa” (Itching for Life – Quality of Life and costs for people with atopic eczema in Europe) incluiu 1.189 pessoas com dermatite atópica grave de 9 países da União Europeia.  

“A EFA quer promover uma maior compreensão entre as pessoas que não têm a doença para ajudar os europeus que vivem de forma atípica devido à dermatite atópica grave a terem uma vida mais normal”, afirma Susanna Palkonen, Diretora da EFA.

Focado na análise da qualidade de vida e das vivências das muitas pessoas que vivem com dermatite atópica grave, o relatório final destina-se a informar e sensibilizar todos os que não têm a doença. Em particular, o relatório alerta para a necessidade dos profissionais de saúde não se focarem apenas no tratamento dos sintomas, mas no tratamento da pessoa com DA, e deixa recomendações aos decisores políticos, seguradoras e para a necessidade de mais investigação sobre esta doença.

O relatório do estudo está disponível online, e pode ser visualizado através do link: http://www.efanet.org/images/2018/EN_-_Itching_for_life_Quality_of_Life_and_costs_for_people_with_severe_atopic_eczema_in_Europe_.pdf

O que é a Dermatite Atópica? 

A Dermatite Atópica (ou Eczema Atópico) - DA, é uma doença inflamatória crónica da pele comum, associada à atopia, não contagiosa, imunomediada e determinada pela interação entre a genética e fatores ambientais.

É geralmente caracterizada por uma pele muito seca, descamativa e inflamada (vermelha) e um intenso prurido, sendo que as manifestações clínicas variam consoante a idade e com o grau da gravidade da doença.

A Dermatite Atópica pode afetar todas as idades, mas o início da doença é mais frequente no grupo etário abaixo dos 5 anos de idade, afetando cerca de 20% das crianças em alguma fase da sua vida. Quando persiste no adulto (em cerca de 30% dos casos), tende a ser mais grave. Estima-se que a prevalência da Dermatite Atópica na população em geral seja de 2-5%.

Especialista conta-lhe tudo sobre o procedimento
Da mesma forma que as mulheres se preocupam com a aparência de outras partes do corpo, também se pre

O que é a hipertrofia dos lábios vaginais

A anatomia feminina é complexa e cada organismo possui as suas características próprias. Embora seja normal os lábios vaginais apresentarem diversas formas e tamanhos, algumas mulheres preferem ter um tamanho menor. A hipertrofia dos lábios vaginais não é considerado um problema de saúde mas ter uns lábios vaginais grandes e proeminentes pode causar desconforto na realização de algumas atividades e vergonha ao vestir roupas mais justas por se notar um maior volume nessa zona. A hipertrofia dos lábios vaginais não limita a atividade sexual mas, em alguns casos, pode causar dor devido ao atrito.

Causas da hipertrofia dos lábios vaginais

A maioria das alterações do órgão genital feminino estão relacionadas com o avançar da idade. Mas há outros fatores que podem contribuir para o crescimento dos lábios vaginais:

  • Alterações hormonais na adolescência;
  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Gestações;
  • Alguns medicamentos;
  • Anabolizantes.

O que é labioplastia?

A labioplastia, também conhecida como ninfoplastia, é um procedimento cirúrgico que consiste em diminuir o tamanho dos pequenos lábios vaginais e eliminar zonas pingmentadas dos mesmos. Para além de diminuir o tamanho, quando necessário, é também eliminada a pele em excesso que cobre o capuz do clitóris.  

Como saber se está indicada para a cirurgia?

Tal como referi anteriormente, não há um tamanho exato que confirme se a mulher precisa ou não de realizar uma labioplastia. De um modo geral, as mulheres com hipertrofia dos lábios vaginais e que são candidatas à cirurgia, apresentam um ou mais dos seguintes sintomas:

  • Desconforto na realização de algumas atividades que causam fricção na zona (por exemplo, andar de bicicleta, atividade sexual, etc);
  • Dor e/ou irritação devido à fricção;
  • Aumento de volume que é notável com algumas roupas; 

Como é realizada a cirurgia?

A Labioplastia é uma cirurgia relativamente simples, realizada em ambulatório com anestesia local e sedação leve e demora cerca de 1 hora. As suturas são realizadas com recurso a fio absorvível que caem espontaneamente após alguns dias (não é necessário remover os pontos).

O período pós-operatório

É expetável algum desconforto e edema no período pós-operatório, principalmente na primeira semana, sendo, por isso, recomendado fazer repouso no pós-operatório imediato e seguir todas as indicações médicas. A maior parte das pacientes consegue retomar a atividade profissional após 2-3 dias. Os cuidados pós-operatórios incluem restrição da atividade física e atividade sexual, utilização de vestuário largo e higiene íntima com produtos específicos.

As cicatrizes

Por ser uma zona que não está exposta, as cicatrizes ficam escondidas e não se notam. O processo de cicatrização total é esperado 4 a 6 semanas após a cirurgia. Durante o período de cicatrização, a paciente deve seguir todas as indicações médicas e ser muito rigorosa com a higiene íntima.

Impacto da labioplastia no dia-a-dia da mulher

As mulheres que realizam a labioplastia referem um aumento da autoestima e melhoria significativa na qualidade de vida. Após a labioplastia, conseguem realizar atividades que causavam desconforto e passam a sentir-se mais confortáveis ao vestir roupas mais justas. Referem também uma melhoria na vida íntima por se sentirem mais desinibidas em relação ao parceiro.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Alerta UNICEF
Cerca de 360.000 adolescentes morrerão de SIDA ou de doenças relacionadas até 2030 se não houver progresso na investigação,...

O número de novas infeções na população até aos 19 anos, com base em projeções e tendências atuais, é estimado em 270.000 em 2030, o que representa uma queda de um terço em relação ao atual, segundo o relatório "Crianças, HIV e SIDA: O mundo em 2030 ", publicado dois dias antes do Dia Mundial de Combate à Sida.

As mortes em crianças e adolescentes devido à SIDA ou doenças relacionadas também cairão dos atuais 119.000 para 56.000 em 2030, o ano estabelecido pela ONU para erradicar a doença.

Mas, somando-se as mortes acumuladas, os dados mostram que vão morrer quase 80 adolescentes por dia, em média, até 2030.

“O relatório deixa claro, sem dúvida, que o mundo está errado quando se trata de acabar com a SIDA nas crianças e adolescentes até 2030", disse a diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Henrietta Fore.

"Os programas para tratar o vírus e prevenir sua disseminação entre outras crianças estão longe do que deveriam ser", acrescentou a responsável.

Cerca de 700 adolescentes entre 10 e 19 anos são infetados todos os dias com o vírus da SIDA (Vírus da Imunodeficiência Humana - VIH).

De acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, até 2030 o número de novas infeções em crianças durante sua primeira década de vida deve baixar para metade e em 29% entre a população entre os 10 e os 19 anos.

Atualmente, três milhões de crianças e adolescentes vivem com o VIH no mundo e mais de metade estão no sul e no leste da África.

Há dois grandes fracassos na resposta à doença em crianças, segundo a UNICEF: o lento progresso na prevenção do VIH e o fracasso em enfrentar o condutor da epidemia, o que faz com que muitas crianças e adolescentes não saibam se têm VIH e, quando sabem, poucos seguem o tratamento.

O relatório recomenda ainda um aumento dos testes para diagnosticar crianças com VIH, mas que não conhecem a sua condição, mais tecnologias de diagnóstico e uma abordagem comunitária para chegar aos adolescentes.

"Não podemos vencer a batalha contra o HIV se não acelerarmos o progresso na prevenção da transmissão para a próxima geração", alertou Fore.

Serviço sem condições
As instalações são “precárias” e “indignas”, os quartos de isolamento não têm “as melhores condições” e os profissionais ...

“Recebemos doentes complexos com necessidade de múltiplas especialidades, de todos os outros hospitais do Norte e da Área Metropolitana do Porto. Isto é a realidade nos nossos dias, com condições fisicamente precárias”, descreve Maria João Batista, diretora do Centro Pediátrico (CP) do Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ), em declarações à Lusa.

A responsável esclarece que a Ala Pediátrica aprovada pelo Governo não visa “criar de raiz uma pediatria” mas dotar o centro hospitalar do Porto de “instalações dignas, que permitam receber crianças e famílias de forma humana, enquadrada no século XXI e coerente com o nível de cuidados prestados”.

Maria João Gil da Costa, oncologista pediátrica no ‘São João’ há 30 anos, reconhece que os contentores do internamento, temporários desde 2011, “não têm tantos quartos de isolamento como às vezes são necessários, nem com as condições de que precisam”, obrigando a uma “ginástica muito grande para gerir vagas”.

“Nós, médicos, fomos ao longo destes anos mais passivos, nossa culpa, por não termos insistido mais neste problema. Não temos insistido tanto como devíamos no problema das instalações”, admite.

José Carlos Areias, cardiologista pediátrico no São João durante 36 anos, reformado, esclarece que os contentores acolhem “o internamento pediátrico geral, inclusivamente o da cardiologia, em péssimas condições”.

“Os profissionais de saúde atropelam-se. A forma como médicos e outros profissionais trabalham é francamente má”, diz o também membro da Comissão Nacional da Saúde Materna, da Criança e do Adolescente.

Estevão Costa, diretor de Cirurgia Pediátrica, assegura que aquele serviço “não tem condições”, apesar de estar no hospital.

“Estamos num piso que é uma cave, sem luz natural e com um número reduzido de enfermarias e enfermarias com seis ou sete crianças, sem o mínimo de conforto”, descreveu.

“Os profissionais trabalham em condições indignas”, acrescenta.

O espaço “nem foi concebido para ter doentes internados”, e está em causa “o serviço que, em todo o Norte, dá assistência às crianças vítima de queimadura”.

A diretora do CP observa que a Ala Pediátrica implica apenas “os “custos inerentes à edificação do novo edifício”, pois “não se prevê qualquer acréscimo de custos operacionais a cinco anos”.

“Os recursos e a atividade serão os que já estão assegurados”, frisou.

Maria João Batista nota que o CP é constituído por cinco serviços (Pediatria, Neonatologia, Cuidados Intensivos, Cardiologia Pediátrica e Cirurgia Pediátrica), com valências “únicas” a Norte ou nacional.

Ao nível da oncologia pediátrica, foi “protocolada pela tutela” a “articulação e complementaridade” com o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto.

“IPO e São João são centro de referência em colaboração. A equipa multidisciplinar do São João garante valências que não existem no IPO, como os cuidados intensivos pediátricos ou a cardiologia pediátrica”, descreve.

Segundo a responsável, a Cardiologia Pediátrica é “Centro de Referência de Cardiopatias Congénitas”, “o único no Norte com capacidade para tratar, por cirurgia ou cateterismo, as crianças com doença cardíaca”.

Já o Serviço de Neonatologia “é referência em inúmeras áreas”, garantindo “o cuidado ao recém-nascido (RN) crítico, nomeadamente com cardiopatia congénita, a grandes prematuros, com patologia cirúrgica e doença complexa”.

O Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos “garante cuidados a crianças com doença crítica com necessidade de suporte ventilatório, hemodinâmico e/ou de substituição renal”.

“É o único serviço no Norte que garante cuidados intensivos em crianças com trauma, doença neurocirúrgica e doença cardíaca”, afirma.

O parlamento aprovou na terça-feira, por unanimidade, a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2019, de forma a prever o ajuste direto para a construção da Ala Pediátrica, cuja obra o diretor clínico do São João prevê arrancar em 2019 e concluir em 202

Situação preocupa médicos
A distância entre os contentores do internamento pediátrico e o edifício do Hospital de São João, onde se fazem exames e...

Para Maria João Gil da Costa, oncologista pediátrica naquele centro hospitalar do Porto “há 30 anos”, estar “fora do edifício do hospital” é o “problema mais grave” do internamento de crianças em contentores provisórios desde 2011, nomeadamente devido a “exames que são adiados ou não são feitos” enquanto se aguarda pelo transporte numa ambulância.

“Temos recursos imprescindíveis, como os cuidados intensivos, a cirurgia pediátrica permanente ou a neurocirurgia. Temos tudo o que as crianças precisam. O crucial é que rapidamente nos ponham dentro do hospital. Uma possibilidade intermédia era tentar encontrar uma solução dentro do edifício, ou num contentor anexo ligado ao hospital, que dispensasse a necessidade de ambulâncias”, defendeu, em entrevista à Lusa.

Às deslocações das crianças soma-se a necessidade de médicos e outros profissionais terem de deixar os respetivos serviços no edifício central para percorrer a pé, debaixo de calor ou “à chuva, ao vento e ao frio”, o caminho até aos contentores, descreve a médica.

“É muito diferente um neurocirurgião ver um doente de outro serviço no hospital ou deslocar-se aqui ao bosque”, justifica.

Para a médica, colocar o internamento pediátrico em contentores fora do hospital “foi a pior solução possível”.

“As crianças têm de usar a ambulância para fazer uma radiografia, para ir fazer uma cirurgia, para vir da cirurgia para o internamento. Era de prever que, se ficássemos fora do edifício, íamos ter imensos problemas”, afirmou.

Para Estevão Costa, diretor do serviço de Cirurgia Pediátrica, “deveria ser feito um esforço para se pensar seriamente em disponibilizar melhores condições para as crianças, dentro do hospital”, até que esteja pronta a nova Ala Pediátrica.

“Existe uma falha gritante das instalações”, descreve, apelando ao “engenho e arte” para criar outras condições dentro do hospital durante a construção das novas instalações.

José Carlos Areias, cardiologista pediátrico no São João durante 36 anos (reformou-se no verão) e membro da Comissão Nacional da Saúde Materna, da Criança e do Adolescente alerta que, “mesmo que a obra [da Ala Pediátrica] seja adjudicada rapidamente, vai demorar anos até que seja concluída”.

Referindo-se aos contentores atuais, o médico assinala “perdas de tempo e de atividade” e uma “relação custo-benefício altamente alterada”.

“É preciso que a ambulância conduza médicos e doentes para o outro lado [o edifício principal]. Enquanto as pessoas esperam não estão a trabalhar. Tudo isto desmotiva as pessoas. Cria uma certa má relação com o trabalho. Não se vê ninguém que esteja satisfeito naquelas condições”, afirma.

Segundo o também professor catedrático, “chove dentro dos contentores”

“Não chove como na rua, mas chove”, diz.

“A cada passo, é preciso tirar crianças de enfermarias onde chove e colocá-las noutras”, afirma.

A administração do São João admitiu na quinta-feira transferir o internamento de crianças em contentores para espaços do edifício principal que devem ficar livres em março, numa mudança temporária até à construção da Ala Pediátrica.

O parlamento aprovou na terça-feira, por unanimidade, a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) que prevê a possibilidade de ajuste direto para a construção da Ala Pediátrica.

Na quarta-feira, o diretor clínico do São João apontou o arranque das obras em 2019 e a conclusão no fim de 2021.

Estudo
Mais de 157 milhões de pessoas vulneráveis em todo o mundo, incluindo idosos, estiveram expostas a ondas de calor em 2017, mais...

O estudo, publicado na revista médica britânica The Lancet, é o mais recente relatório, de 2018, sobre os efeitos das alterações climáticas na saúde.

Segundo o relatório, citado em comunicado pela publicação científica, a proporção da população vulnerável à exposição do calor, e aos seus efeitos (doença ou morte), está a aumentar no mundo devido ao impacto do aquecimento global no crescente número de idosos e pessoas que vivem nas cidades ou que têm doenças que não são de declaração obrigatória (doenças não infecciosas).

A Europa e o Leste do Mediterrâneo são apontadas como regiões mais 'fragilizadas' pelo calor, comparativamente com África ou o Sudeste Asiático, uma vez que muitos idosos vivem nas cidades.

De acordo com o relatório, em 2017 a exposição ao calor levou a uma perda de 153 mil milhões de horas de trabalho em todo o mundo, mais 62 mil milhões de horas em relação a 2000.

A perda de produtividade verificou-se, sobretudo, na agricultura, concentrando-se na Índia, no Sudeste Asiático, na América do Sul e na África Subsariana.

Em 2017, mais de 157 milhões de pessoas consideradas vulneráveis, com mais de 65 anos, estiveram expostas em todo mundo a ondas de calor, mais 18 milhões face a 2016.

O estudo inclui no grupo de pessoas vulneráveis os idosos (pessoas com mais de 65 anos), os habitantes de cidades, os diabéticos e as pessoas com doenças cardiovasculares ou doenças respiratórias crónicas.

Em consequência do aumento das temperaturas provocado pelas alterações climáticas, este grupo de pessoas está exposto ao 'stress' do calor, que agrava o risco de doenças cardiovasculares ou renais, conclui o relatório.

O documento, que reúne contributos de instituições académicas, agências intergovernamentais e das Nações Unidas, médicos e especialistas de várias áreas científicas, analisa 41 indicadores relacionados com impactos das alterações climáticas e vulnerabilidades, adaptação e planeamento na saúde, ações mitigadoras, finanças e economia e compromissos públicos e políticos.

A lista de indicadores engloba os desastres naturais, a segurança alimentar, o uso de combustíveis 'limpos', o consumo de carne, a poluição do ar e o número de artigos científicos sobre clima e saúde.

Os autores do relatório advertem que o investimento global na adaptação às mudanças climáticas ficou aquém dos compromissos assumidos no acordo climático de Paris, de 2015.

Casos têm aumentado em Portugal
Os novos casos de diabetes tipo 1 estão a aumentar 3,4% ao ano em toda a Europa, segundo uma análise publicada na revista da...

Os dados de 22 países europeus mostram “aumentos significativos na incidência” de diabetes tipo 1 generalizada. Em conjunto, o aumento de novos casos mostrou-se de 3,4% ao ano num período de 25 anos que foi analisado (1989 – 2013) e na faixa etária analisada, dos 0 aos 14 anos.

A diabetes tipo 1 é de natureza autoimune, podendo manifestar-se em pessoas de qualquer idade, mas é nas crianças e jovens que o desenvolvimento da doença é mais frequente.

Portugal tem também registado um crescimento de casos de diabetes tipo 1, segundo dados do mais recente relatório do Programa Nacional para a Diabetes da Direção-geral da Saúde.

O número de casos (prevalência e não apenas novos casos) passou em Portugal de menos de 800 em 2000 para mais de 3.000 em 2016.

Os autores do estudo publicado na revista da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes dizem que “o número cada vez maior de crianças diagnosticadas com esta doença crónica (…) tem importantes implicações para o planeamento e prestação de cuidados de saúde”.

Segundo os investigadores, “o sucesso limitado em identificar as causas ambientais ou as interações entre genes e ambiente, que poderiam levar à prevenção de doenças, significam que os esforços devem continuar para melhorar a qualidade dos cuidados e ajudar a reduzir as complicações a longo prazo e as mortes relacionadas com a diabetes”.

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