Secretário de Estado Adjunto e da Saúde
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde reconheceu que “há muito trabalho (a fazer) para recuperar da tempestade” que se...

“No sistema de saúde caiu-nos uma tempestade em cima. É uma ilusão pensar que a ‘troika’ se foi embora e tudo passou. Há muito trabalho a recuperar dessa tempestade”, afirmou Francisco Ramos no seu discurso na cerimónia de entrega de prémios “Top 5” promovida pela consultora multinacional IASIST.

O secretário de Estado, que está há pouco mais de um mês em funções, estimou que 2019 “seja o primeiro ano dessa recuperação” e entende que o diz com “os pés bem assentes na terra”, afirmando que o “pior” que se pode fazer é “criar falsas expectativas”.

“Se fomos capazes de resistir a essa tempestade, vamos ter de ser capazes de reconstruir o que for necessário, de reerguer os nossos serviços e de os adaptarmos às novas exigências”, considerou Francisco Ramos, dizendo estar consciente de que em vários casos se entra nessa recuperação de modo combalido.

 

Reduzir o estigma
A Câmara da capital vai lançar esta quarta-feira a campanha “parar o VIH está nas nossas mãos”, com o objetivo de “aumentar o...

De acordo com informação avançada à agência Lusa pelo município, a iniciativa “Lisboa, cidade sem sida” vai lançar esta campanha, que parte de uma colaboração entre a “Câmara de Lisboa e o Grupo de Ativistas em Tratamentos, com o apoio da Direção-Geral da Saúde, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e de outras associações e entidades que trabalham na área do VIH e Sida”.

“Os objetivos principais desta campanha são aumentar o conhecimento da população da cidade de Lisboa relativamente à prevenção e transmissão do VIH e aumentar a visibilidade da temática do VIH e sida”, refere a nota enviada à Lusa, que acrescenta que a iniciativa pretende ainda “diminuir o estigma e a discriminação associados a viver com a infeção pelo VIH”.

A campanha, que será divulgada em cartazes, folhetos e vídeos, está estruturada em quatro temas: “rastreio da infeção, profilaxia pré-exposição (PrEP), profilaxia pós exposição e “indetetável=intransmissível”, sendo que para cada um “há uma personagem real que relata a sua experiência e que explica a importância de cada uma das temáticas escolhidas”.

Os vídeos serão divulgados no ‘site’ oficial da campanha e da câmara, e através das redes sociais, enquanto os folhetos “serão distribuídos em locais estratégicos”, refere o município.

Citado no comunicado, o vereador dos Direitos Sociais da Câmara de Lisboa, Manuel Grilo (BE), destaca que “é fulcral aumentar a visibilidade da temática do VIH e incentivar as pessoas a fazer o rastreio regular”.

“Lisboa é a cidade portuguesa com maior número de novos casos e, para invertermos essa tendência, temos de apostar no aumento da informação disponível sobre a prevenção da infeção, no rastreio e na diminuição do estigma associado ao VIH. Só assim conseguiremos atingir os objetivos que estabelecemos para a iniciativa “Lisboa, cidade sem Sida””, salienta.

O autarca - que integra o executivo liderado pelo socialista Fernando Medina derivado de um acordo de governação da cidade, firmado após as últimas eleições autárquicas – refere também que os parceiros da iniciativa “consideraram prioritário voltar a realizar campanhas públicas sobre o tema”, por isso a campanha dá voz a jovens que “previnem a infeção ou que vivem com o VIH”.

“Vivemos um contexto necessariamente diferente ao do imaginário de muita gente, uma vez que os tratamentos são hoje muito eficazes. As mensagens refletem, portanto, essa realidade, com mais instrumentos de prevenção ao nosso dispor”, aponta Manuel Grilo, considerando que, “para o acesso pleno à informação e aos tratamentos”, será necessário “reduzir barreiras, desigualdade e estigma”.

Bastonária
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE) avisa que o Serviço Nacional de Saúde não terá capacidade para reprogramar nos...

“Estamos a falar de milhares de cirurgias adiadas nos blocos operatórios dos cinco hospitais aderentes à greve cirúrgica e nem uma palavra sobre o assunto [incluindo de partidos políticos]. Toda a gente percebe que o SNS não vai ter capacidade para reprogramar nos próximos anos essas cirurgias”, afirmou hoje Ana Rita Cavaco aos jornalistas, à margem de um debate sobre os recursos humanos na saúde promovido pela consultora IASIST, que entregou prémios de desempenho aos hospitais do SNS.

A greve começou na quinta-feira e dura até 31 de dezembro, com a OE a estimar que estejam a ser canceladas ou adiadas cerca de 500 cirurgias por dia.

A bastonária acusa o Ministério da Saúde de estar “completamente capturado pelo Ministério das Finanças” e considera que a proposta que o Governo apresentou aos sindicatos de enfermeiros não é uma proposta da saúde.

“Esta proposta, na verdade, é da equipa das Finanças, que teima em não ter sensibilidade nenhuma para perceber que se a Ordem atribui um título de especialista, essa categoria tem de estar numa carreira. Não podemos continuar a ter enfermeiros sem carreira”, declarou.

Para a bastonária, a equipa do Ministério da Saúde “está completamente de mãos e pés atados".

"Não basta mudar de ministro. Se a obsessão pelo défice zero continuar na mesma, não há proposta que se consiga fazer e chegar a consensos. Hoje não temos Ministério da Saúde”, adiantou.

Ana Rita Cavaco diz que a equipa anterior da Saúde, no tempo do ministro Adalberto Campos Fernandes, tinha uma proposta “que era boa para os enfermeiros”, mas que “não foi aceite pelas Finanças”.

Segundo a bastonária da OE, a proposta da equipa ministerial anterior contemplava a categoria de enfermeiro especialista e valorizava as competências acrescidas dos enfermeiros que lhes são reconhecidas pela Ordem.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde considerou que estas declarações “não correspondem a uma análise factual”, frisando que o Governo apresentou uma proposta que tentou ir ao encontro das aspirações sindicais, em termos de estrutura de carreira e de desenvolvimento profissional, reconhecendo a figura do enfermeiro especialista e as funções de gestão.

Os sindicatos já têm dito que reconhecer a figura do enfermeiro especialista não corresponde a integrá-la na carreira, como é a pretensão sindical.

Quanto às cirurgias adiadas, o secretário de Estado Francisco Ramos disse que serão “naturalmente reprogramadas na primeira oportunidade, preferencialmente no SNS”.

O Governo mantém, segundo Francisco Ramos, a expectativa de que os sindicatos reconheçam a tentativa de chegar a um acordo e apela à responsabilidade dos enfermeiros.

“Sabemos que os enfermeiros são uma profissão responsável e farão todos os possíveis para resolver a questão e minimizar as consequências para os portugueses”, declarou Francisco Ramos aos jornalistas, no final da atribuição dos prémios “TOP 5” da IASIST aos hospitais do SNS.

Vacina será injetada nos animais de quinta
O diretor do Centro de Regulação Genómica (CRG) espanhol apresentou em Bruxelas o projeto MycoSynVac, para desenvolver uma...

Durante a conferência “Investigação e inovação europeias na nossa vida diária”, em Bruxelas, Luis Serrano defendeu, a partir da ideia de que no corpo humano “há mais bactérias do que células”, projetos orientados para promover as “bactérias boa” como veículos de defesa.

“As pequenas bactérias são o melhor suporte, pode-se fazer engenharia com elas para detetar problemas no organismo, segregar moléculas (…) e curar o doente”, afirmou o investigador.

O projeto MycoSynVac parte de uma bactéria encontrada no pulmão humano, da foi removido material genético mas mantendo a “estrutura” da bactéria para introduzir os componentes das bactérias patogénicas que afetam os animais e criar um vacina sintética eficaz.

Posteriormente, esta bactéria convertida em vacina será injetada nos animais de quinta, para, com uma única dose, os imunizar contra diferentes infeções, defendeu Serrano.

A investigação pretende reduzir o uso de antibióticos, utilizados em muitos casos para aumentar a produção de leite e de carne e que acabam por entrar nos produtos alimentares vendidos ao consumidor.

 

Dentro de 20 anos
A administradora do Centro Hospitalar do Algarve disse temer que dentro de 20 anos não haja profissionais no Serviço Nacional...

“Se não criarmos condições atrativas, daqui a 20 anos não teremos ninguém no SNS”, afirmou a presidente da administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, Ana Paula Gonçalves.

Num debate que antecedeu a cerimónia de entrega de prémios de desempenho aos hospitais do SNS, a administradora admitiu a escassez de recursos humanos no Centro Hospitalar do Algarve, destacando que o rácio de médicos se situa nos 0,39 profissionais por cama.

“É naturalmente muito escasso. Os centros de administração reconhecem que no Algarve há claramente falta de médicos especialistas”, afirmou Ana Paula Gonçalves.

A falta de médicos é transversal a quase todas as especialidades, disse a responsável, havendo ainda escassez no caso dos enfermeiros e nos assistentes operacionais.

No caso concreto dos assistentes, a administradora lamenta a dificuldade em atrair gente com “os salários mínimos que pagamos”.

A administradora sublinha que as equipas são muito motivadas, mas que vivem em sobrecarga.

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) corrobora a falta de recursos humanos no Algarve e dá o exemplo da cirurgia pediátrica que tem apenas um especialista.

“Isto não chega. Se uma criança tiver que fazer uma intervenção mais complicada tem de vir para Lisboa”, exemplificou Miguel Guimarães, em declarações aos jornalistas à margem do debate promovido hoje pela consultora multinacional IASIST.

O bastonário da OM frisou que “a medicina privada é muito concorrencial com a pública no Algarve”, além de ter uma “situação única, porque tem uma população muito variável”.

 

Orçamento do Estado para 2019
O parlamento aprovou por unanimidade a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) que prevê a...

A proposta dos socialistas mereceu o voto favorável de todas as bancadas parlamentares. Já as iniciativas do CDS e do PSD sobre a mesma unidade hospitalar foram rejeitadas.

O documento do PS tem em vista “salvaguardar a célere construção das novas instalações do Centro Pediátrico do Centro Hospitalar Universitário de São João, E. P. E.”.

A proposta prevê a possibilidade de recurso ao procedimento de ajuste direto “para efeitos da celebração dos contratos relativos à conceção, projeto e construção do Centro Pediátrico, considerando-se preenchidos os requisitos e condições exigidas para a adoção deste procedimento pré-contratual”.

Estabelece ainda a não sujeição à fiscalização prévia do Tribunal de Contas, “produzindo todos os seus efeitos sem necessidade de obtenção do visto ou declaração de conformidade, sem prejuízo da sua sujeição à fiscalização concomitante nos termos legais”.

 

Preços mais acessíveis
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) apelou ao Infarmed e ao Ministério da Saúde para reverem, “com...

Num comunicado divulgado, a APED “reforça este apelo no dia em que foram conhecidos dados referentes à venda de MNSRM, que vêm corroborar que os preços praticados nos espaços de saúde são consideravelmente inferiores aos praticados nas farmácias”.

Um estudo divulgado pela DECO refere que os hipermercados vendem os medicamentos sem receita médica em média 9% mais baratos do que as farmácias, uma tendência que acontece desde 2007, mas que tem vindo a diminuir.

O estudo da Deco/Proteste, que será publicado na edição de dezembro da revista Teste Saúde, analisou os preços de 25 medicamentos para as dores, tosse, alergias, obstrução nasal e gripe.

A APED reforça que “o preço dos medicamentos sem receita médica vendidos nos espaços de saúde da distribuição foi 14,7% mais baixo do que os apresentados pelas farmácias, segundo os dados que tem disponíveis sobre o primeiro trimestre de 2018, referentes ao ‘top 5’ de vendas em unidades deste tipo de medicamento”.

No comunicado divulgado, Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED, afirma que “é imperativa a revisão desta lista para que o mercado dos MNSRM se torne mais competitivo e traga ao consumidor uma maior diversidade de produtos a preços ainda mais acessíveis”.

O mesmo responsável sublinha que Portugal “está na 24.ª posição entre os 28 Estados-membros da União Europeia com menor expressão de MNSRM face ao mercado de prescrição, uma realidade que não se coaduna com a maturidade e experiência demonstrada pelo mercado português, nomeadamente pelo setor do retalho e distribuição, nesta área”.

“A venda de MNSRM nos espaços de saúde teve início em 2006 e é feita desde então com total garantia de segurança, sendo apoiada por profissionais devidamente certificados e preparados para o aconselhamento”, sublinha Gonçalo Lobo Xavier.

Entre julho e setembro de 2018, a DECO recolheu os valores dos medicamentos de venda livre cujas substâncias ativas são das mais vendidas em Portugal, tendo obtido 8.286 preços em farmácias (incluindo online), hipermercados e parafarmácias.

O conjunto dos 25 medicamentos estudados custa, em média, 152 euros nas grandes superfícies, 170 nas parafarmácias e 173 nas farmácias, sendo de 21 euros a diferença média de preços entre farmácias e hipermercados.

As farmácias apresentam a maior variação de preços para o mesmo medicamento, sendo que em muitos casos, foi nestes estabelecimentos que foram encontrados os valores mais baixo e mais elevado, salienta o estudo.

Prémio Excelência
O Hospital de Cascais, o Centro Hospitalar de Coimbra, o Hospital de Braga e o de Vila Nova de Gaia e Espinho venceram cinco...

A cerimónia de atribuição dos prémios da consultora IASIST aos hospitais decorreu ontem em Lisboa, estando na sua quinta edição, e este ano foram criados cinco prémios para áreas clínicas específicas, a acrescentar a cinco prémios de excelência geral.

Na área clínica respiratória, os vencedores foram o Hospital de Cascais e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Na área clínica do coração, o Hospital de Cascais voltou a ser premiado, a par do Hospital de Braga e do Hospital Vila Nova de Gaia e Espinho.

Estes cinco prémios específicos para duas áreas clínicas foram este ano atribuídos pela primeira vez, juntando-se assim aos cinco prémios de hospitais com melhor desempenho, que foram atribuídos a cinco instituições do Serviço Nacional de Saúde, num total de dez prémios.

O Centro Hospitalar Universitário do Porto, o Hospital de Braga, o de Cascais, o da Figueira da Foz e a Unidade Local de Saúde de Alto Minho receberam os prémios de hospitais com melhor desempenho em 2017.

O Hospital de Cascais, gerido em parceria público-privada, recebeu assim três dos cinco prémios atribuídos este ano pela consultora multinacional IASIST.

Segundo Manuel Delgado, responsável da IASIST em Portugal, nos prémios específicos para a área respiratória e cardíaca a avaliação incidiu em todos os hospitais, tendo sido atribuídos dois prémios na área respiratória e três na área do coração devido aos diferentes tipos de patologia tratadas nas unidades de saúde.

“Há unidades que tratam algumas patologias específicas, mas não todas. Comparámos hospitais que tratam patologias similares”, explicou Manuel Delgado à agência Lusa.

Assim, os prémios para as duas áreas clínicas foram atribuídos de acordo com o tipo de doenças que são tratadas.

Na área respiratória, o primeiro grupo inclui os hospitais com um volume mínimo de doentes com pneumonia ou doença pulmonar obstrutiva crónica e no segundo grupo os hospitais terão de ter também incluídas as neoplasias da traqueia, brônquios e pulmão.

Na área cardíaca, os hospitais foram divididos em três grupos: o primeiro contempla o tratamento de insuficiência cardíaca, enfarte agudo do miocárdio e arritmia; no segundo grupo estão aquelas patologias e ainda angioplastias e no terceiro grupo terão também de tratar doença valvular cardíaca e fazerem bypass.

 

Avaliação feita por consultora multinacional
O Centro Hospitalar Universitário do Porto, os hospitais de Braga, Cascais e Figueira da Foz e a Unidade Local de Saúde de Alto...

A avaliação e atribuição dos prémios de desempenho é feita pela consultora multinacional IASIST, que atribui cinco prémios a hospitais gerais, um prémio para cada tipologia de hospital, segundo os critérios de classificação das unidades de saúde definidos pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

Este é o quinto ano em que são atribuídos os prémios “Top 5” em Portugal, mas pela primeira vez, além dos cinco prémios gerais, foram atribuídos mais cinco prémios a duas áreas clínicas específicas: a área respiratória e a área do coração.

Segundo explicou à agência Lusa Manuel Delgado, diretor da IASIST, a avaliação só incide sobre hospitais gerais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), não sendo por isso avaliados os hospitais privados nem os institutos de oncologia ou os centros de reabilitação, porque não há “métricas comparativas suficientemente robustas para fazer uma comparação válida”.

Os hospitais são avaliados por grupos, que vão do B ao E, crescendo em dimensão e complexidade das unidades. São ainda avaliadas, num grupo específico, as unidades locais de saúde (ULS).

Assim, no grupo E, dos maiores e mais complexos, o prémio foi atribuído ao Centro Hospitalar Universitário do Porto, que integra o hospital de Santo António e que pelo quinto ano consecutivo vence nesta categoria.

No grupo D venceu o Hospital de Braga, gerido em parceria público-privada, e no grupo C o Hospital de Cascais, que é também uma parceria público-privada. No grupo B, o prémio foi para o Hospital Distrital da Figueira da Foz e nas ULS o prémio foi hoje atribuído à Unidade do Alto Minho.

A cerimónia de atribuição dos prémios “Top 5 – 2018: A Excelência dos Hospitais” decorreu hoje em Lisboa.

De acordo com Manuel Delgado, diretor da IASIST em Portugal e que foi secretário de Estado da Saúde, a avaliação da excelência dos hospitais é feita através de três indicadores de qualidade, de indicadores de utilização de recursos e ainda de uma avaliação sobre a produtividade dos profissionais de saúde e de custo por doente.

Na componente da qualidade é avaliada a mortalidade dos doentes internados em função da probabilidade de um óbito; são avaliadas também as complicações durante o internamento, componente onde entram, por exemplo, as infeções hospitalares. É ainda tida em conta a taxa de reinternamentos a 30 dias após a alta.

Na componente da eficiência da utilização, a avaliação tem em conta a duração média de internamento dos doentes e a capacidade de substituir a cirurgia convencional por ambulatória.

A tudo isto se junta ainda a avaliação sobre a produtividade médica e de enfermagem.

Manuel Delgado explica que a IASIST criou uma métrica que permite tornar homogéneos todos os dias, tendo em conta a sua complexidade, sendo depois divididos pelo número de médicos de cada hospital. O que é mais produtivo será aquele que trata mais doentes com um número inferior de médicos.

Na avaliação da IASIST é ainda tido em conta o indicador de custos por doente padrão, dividindo os custos de exploração do hospital pelo seu número de doentes.

Os prémios IASIST contam com o apoio da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, que considera a iniciativa como um processo de “valoração objetiva” do trabalho dos hospitais.

Nos próximos 4 anos
Portugal assumiu ontem a presidência do Grupo Pompidou do Conselho da Europa, instância que congrega 39 países e que tem como...

A presidência portuguesa do Grupo Pompidou foi assumida na 17.ª Conferência Ministerial deste grupo, que decorre desde ontem, em Stavanger, na Noruega, e tem como tema principal “Políticas sustentáveis de drogas, respeitando os direitos humanos”.

Este tema será o princípio orientador do programa de trabalho do Grupo Pompidou para os próximos quatro anos, período em que Portugal tem a presidência e a Polónia a vice-presidência.

“O grande enfoque do Conselho da Europa está centrado no respeito pelos direitos humanos e a nossa política no que diz respeita aos utilizadores de droga é muito baseada nesses princípios”, disse à agência Lusa o diretor-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), João Goulão, que juntamente com a secretária de Estado da Saúde representa Portugal na conferência.

João Goulão adiantou que as políticas portuguesas têm “sido inspiradoras de algumas mudanças por esse mundo fora”.

“Aquilo que contamos fazer é contribuir sobretudo para que aqueles países que ainda têm algumas políticas mais retrogradas nesta matéria possam aproximar-se de abordagens mais humanistas e mais respeitadores desses direitos humanos”, afirmou.

O diretor-geral do SICAD explicou que no Grupo Pompidou há vários grupos de trabalho e Portugal vai dar continuidade “a muito daquilo que tem vindo a ser feito”, nomeadamente no âmbito do controlo e da oferta.

A secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, considerou que para Portugal “é extremamente honroso” assumir a presidência do Grupo Pompidou, mas é também uma “alta responsabilidade”, tendo em conta que o exemplo português “é “frequentemente chamado”.

Raquel Duarte disse à Lusa que o respeito pelos direitos humanos e a saúde pública “são a pedra angular das políticas de droga”.

Durante a presidência do Grupo, Portugal compromete-se “a dar especial ênfase à adoção e implementação de políticas abrangentes, integradas, baseadas em evidência científica e respeitadoras dos direitos humanos, colocando o indivíduo no centro das intervenções”, afirmou.

A secretária de Estado sublinhou ainda que Portugal vai levar aos outros países as políticas que tem praticado a nível nacional.

Criado em 1971, o Grupo Pompidou é uma instância permanente do Conselho da Europa que congrega 39 países e tem como objetivo o desenvolvimento da cooperação multidisciplinar no âmbito da luta contra o abuso e o tráfico ilícito de drogas no espaço europeu.

Quercus
O grupo de apoio às vítimas do amianto criado pela organização ambientalista Quercus, SOS Amianto, recebeu mais de 20 denúncias...

Nas primeiras duas semanas, segundo a Quercus, foram feitos também “muitos pedidos de esclarecimento sobre a remoção de amianto em escolas” e sobre a existência do material em edifícios públicos e privados.

O número de contactos revela “a preocupação cada vez maior quanto a este assunto e a falta de meios para esclarecer” as questões sobre o amianto, diz a Quercus em comunicado, acrescentando que muitas pessoas trabalharam no passado com amianto e sem proteção, com roupas infetadas e lavadas em contexto familiar, infetando também outras pessoas.

A SOS Amianto vai participar numa ação de defesa da proibição global do amianto, a realizar quando da reunião G20 (19 maiores economias e a União Europeia) que se realiza no final da semana em Buenos Aires, Argentina.

Em 2017 mais de 230.000 pessoas morreram no mundo devido a doenças relacionadas com o amianto, diz a Quercus no comunicado.

O SOS Amianto foi criado há cerca de duas semanas e destina-se a apoiar vítimas do amianto.

Esquema fraudulento
O Tribunal de Leiria condenou hoje três pessoas, entre as quais um médico e uma farmacêutica, a penas de prisão, suspensas na...

De acordo com a juiz presidente do coletivo, o Tribunal de Leiria entendeu alterar a qualificação jurídica dos crimes de que estavam acusados, deixando cair o agravamento da corrupção ativa e passiva.

Na leitura do acórdão, o Tribunal de Leiria condenou, em cúmulo jurídico, o médico, a cinco anos de prisão, pena que suspendeu por igual período, pelos crimes de corrupção passiva, falsificação de documentos e burla qualificada.

O médico foi condenado ainda ao pagamento de cerca de 60 mil euros à Administração Regional de Saúde, verba que terá de regularizar para garantir a suspensão da pena.

A farmacêutica foi condenada, também em cúmulo jurídico, a uma pena de quatro anos e dez meses, suspensa por igual período, pelos crimes de corrupção ativa, falsificação de documentos e burla qualificada.

O terceiro arguido, marido da farmacêutica e eletricista de profissão, foi condenado pelos mesmos crimes a quatro anos e três meses de prisão, também suspensa.

Cada um destes dois arguidos terá de pagar à ARS 25 mil euros. A farmácia, no concelho da Chamusca, distrito de Santarém, onde terão sido faturados os medicamentos não adquiridos, foi condenada a pena acessória de 300 dias à razão de 100 euros.

Para o Tribunal de Leiria não ficou provado o prejuízo de 657.808,17 euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), que constava na acusação do Ministério Público. Durante o julgamento fez-se prova, segundo a juiz presidente, de uma burla ao Estado de cerca de 110 mil euros.

Na leitura do acórdão, a juíza salientou que o médico admitiu que nem todas as receitas por si prescritas no Centro Hospitalar de Caldas da Rainha tinham sido precedidos de um ato médico, “nem foram levantadas pelos respetivos beneficiários”.

O médico “admitiu a maior parte dos factos, só não admitiu as receitas da sua clínica privada”, referiu a juíza, lembrando que, na dúvida, não se pode condenar os arguidos.

Segundo o despacho do MP, “pelo menos entre setembro de 2010 e dezembro de 2013” os arguidos “atuaram como um grupo, de forma concertada e organizada”, para “obterem elevadas vantagens patrimoniais ilegítimas, resultantes da obtenção fraudulenta de comparticipações de medicamentos pagas pelo SNS”.

A farmacêutica e marido aliciaram o clínico – que aceitou - “a emitir receitas médicas forjadas com prescrição de medicamentos que lhe indicassem, que estes posteriormente processariam, simulando o seu aviamento” naquela farmácia, receitas que o médico emitiria no âmbito da sua atividade no setor privado – sobretudo em lares - e em instituição pública do SNS, concretamente no hospital de Caldas da Rainha, no distrito de Leiria.

O DCIAP explica que o “esquema fraudulento” passava pela obtenção de receitas forjadas emitidas pelo médico em nome de utentes do SNS “com prescrição de medicamentos selecionados, preferencialmente em função da elevada comparticipação do SNS no seu pagamento, em regra entre os 69% e os 100%”.

Estudo Deco
Os hipermercados vendem os medicamentos sem receita médica, em média, 9% mais baratos do que as farmácias, uma tendência que...

O estudo da Deco/Proteste, que será publicado na edição de dezembro da Teste Saúde, analisou os preços de 25 medicamentos para as dores, tosse, alergias, obstrução nasal e gripe.

Entre julho e setembro de 2018, a Deco recolheu os preços dos medicamentos de venda livre cujas substâncias ativas são das mais vendidas em Portugal, tendo obtido 8.286 preços em farmácias (incluindo online), hipermercados e parafarmácias.

O conjunto dos 25 medicamentos estudado custa, em média, 152 euros nas grandes superfícies, 170 nas parafarmácias e 173 nas farmácias, sendo de 21 euros a diferença média de preços entre farmácias e hipermercados.

Os resultados revelam que estes “são mais baratos nos espaços de saúde dos hipermercados, o que acontece desde 2007”, altura em que a Deco realizou o segundo estudo, uma vez que no primeiro não foram registadas discrepâncias.

“Contudo, a diferença face às farmácias e outros locais de venda autorizados tem vindo a diminuir, devido ao maior aumento de preços nos hipermercados”, referem as conclusões do estudo, a que a agência Lusa teve acesso.

As farmácias apresentam a maior variação de preços para o mesmo medicamento, sendo que em muitos casos, foi nas farmácias que foram encontrados os valores mais baixo e mais elevado, salienta.

Dentro dos hipermercados, o preço médio mais baixo pertence ao grupo Auchan (Jumbo), onde a amostra custa menos 4% do que a média dos restantes estabelecimentos. O Pingo Doce não entrou na corrida, porque não forneceu os dados relativos aos 25 medicamentos.

No El Corte Inglês, custam mais 2% e, na Wells (Continente),

mais 3%%, refere o estudo.

A Deco começou a analisar o preço destes medicamentos em 2006, um ano após a autorização de venda fora das farmácias. Nesse ano, os preços dos cinco medicamentos mais vendidos em farmácias e outros locais de venda não eram muito diferentes.

Durante 12 anos, houve variações nessa diferença média, permanecendo, nos últimos dois anos, em 10%.

Desde 2006, cinco medicamentos mantiveram-se entre os mais vendidos: Canesten Creme 10 mg, Cêgripe 500 mg, Fenistil Gel 1 mg, Ilvico N e Trifene 200.

Dos cinco medicamentos que se mantiveram na amostra, o Ilvico N, um antigripal, foi o que sofreu maior aumento real (ajustado com valores da inflação), custa agora, em média, mais 2,86 euros por embalagem do que há 12 anos.

O Daflon 500 apresenta a maior diferença absoluta entre os preços mínimo (16,95 euros) e máximo (21,95), ambos encontrados em farmácias.

O estudo revela que o custo médio dos 25 medicamentos é mais barato no distrito de Castelo Branco, enquanto os caros são nos distritos de Évora e Guarda, onde o conjunto de fármacos custa, em média, 175 euros.

O volume de venda do total de medicamentos não sujeitos a receita médica representa atualmente 80% da quota de mercado das farmácias, menos 13% do que em 2007.

Investigação
Investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), no Porto, estão a analisar a latência da tuberculose com...

“Estima-se que 1,7 biliões de pessoas tenham tuberculose latente, ou seja, são pessoas perfeitamente saudáveis, que não têm tuberculose, nem estão doentes, mas alguns terão a bactéria no seu organismo. Isto significa que desses 1,7 biliões de indivíduos, devido a possíveis fragilidades do sistema imunitário, alguns poderão desenvolver tuberculose”, afirmou Margarida Saraiva, líder do grupo ‘Immune Regulation’ do i3S.

A equipa de investigadores do i3S, que desde 2015 tem vindo a desenvolver vários projetos no âmbito da tuberculose, pretende agora, através de uma “’marca’ que é deixada no sistema imunitário pela bactéria”, distinguir “quem a eliminou de quem não a eliminou”.

"A bactéria aprendeu a 'escapar' ao nosso sistema imunitário, mas nós também aprendemos a lidar com ela. O que queremos é perceber mais concretamente como é que a bactéria 'escapa' ao sistema imune e como é que a maioria das pessoas lida com ela, sendo que algumas pessoas acabam mesmo por conseguir eliminá-la do sistema imunitário", explicou.

Segundo Margarida Saraiva, a ‘marca’ deixada pela bactéria e relacionada com o fenómeno “treino da imunidade inata” foi “descoberta muito recentemente” e pode vir a ter “um valor muito interessante” no âmbito da latência da tuberculose.

“Este é um fenómeno muito recentemente descrito, aliás, a própria tecnologia e metodologia não estão muito desenvolvidas. Até ao momento estivemos a otimizar a parte experimental e também estivemos a colecionar amostras, porque como nunca foi descrito não temos um padrão de comparação”, explicou a investigadora.

Assim, em colaboração com Centro de Diagnóstico Pneumológico do Porto (CDP), os investigadores recrutaram para o “banco de amostras” cerca de 300 participantes da região do Porto em diferentes estádios.

“Recrutamos uma série de participantes para o nosso trabalho, uns que têm tuberculose ativa, outros que já estão a ser tratados, outros que são latentes e outros que nem são latentes, nem doentes e que aparentemente não tiveram infeção. Através destas amostras conseguimos ter células para otimizar os procedimentos que temos vindo a desenvolver no laboratório”, frisou.

Margarida Saraiva contou ainda à Lusa que a equipa do i3S pretende, no final deste ano, submeter um artigo sobre “os fatores de virulência da bactéria que causa a tuberculose”.

“Acreditamos que a bactéria da tuberculose ao co-evoluir no nosso sistema imunitário foi aprendendo os ‘truques’ que precisa para fazer o melhor e o pior à nossa resposta imunitária. As bactérias não evoluíram todas da mesma forma, por isso é que umas são mais virulentas do que outras”, acrescentou.

O grupo ‘Immune Regulation’ do i3S, que é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), da FCT-Aga Khan, da British Society for Antimicrobial Research, já foi distinguido pela European Society for Microbiology and Infectious Diseases, pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia e com a bolsa D. Manuel de Mello para investigação clínica.

Mulher tinha tuberculose
O Tribunal de Aveiro condenou hoje a um ano e quatro meses de prisão, com pena suspensa, uma mulher por ter circulado vários...

A arguida, que foi dispensada pelo Tribunal de comparecer à leitura do acórdão, estava acusada do crime de propagação de doença na forma consumada, mas acabou por ser condenada pelo mesmo crime na forma tentada.

À saída da sala de audiências, a advogada Andreia Ramos mostrou-se satisfeita com a decisão, adiantando que a sua cliente não tinha intenção de contaminar ninguém.

“Não há aqui sequer a noção de colocar em perigo outras pessoas. Ela própria é que não aceita o estado da doença em que está e age naturalmente como se nada tivesse”, disse a advogada, adiantando que a mulher, de 48 anos, está a ser acompanhada pelos serviços médicos, em regime de ambulatório.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a arguida foi então submetida em maio de 2017 a uma radiografia, que veio a revelar que também estava infetada com tuberculose pulmonar, tendo começado a receber tratamento médico em regime de ambulatório.

Nessa altura, foi-lhe explicado que não poderia ausentar-se da habitação e, na eventual necessidade de o fazer, teria de usar obrigatoriamente uma máscara facial, que lhe foi fornecida, a fim de impedir a possibilidade de contágio.

De acordo com a investigação, a arguida cumpriu o regime terapêutico até ao dia 24 de junho, altura em que se ausentou do domicílio onde se encontrava sem qualquer comunicação aos serviços de saúde do respetivo paradeiro, tendo passado a frequentar as ruas e espaços públicos sem qualquer toma da medicação e sem máscara de proteção.

Nessa altura, foi requerido judicialmente o internamento compulsivo da arguida, que veio a ser localizada sem máscara de proteção no dia 03 de julho, em Mogofores, e conduzida ao Hospital de Aveiro, onde se manteve até 31 de julho.

O MP diz que a arguida tinha a perfeita consciência de que se encontrava infetada com tuberculose e que se encontrava na fase mais contagiosa de tal enfermidade, sendo que podia transmitir tal doença a qualquer pessoa, com o simples tossir ou contacto de saliva com utensílios, sobretudo a crianças, idosos e doentes oncológicos.

 

 

Em comunicado
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) alertou hoje para a necessidade do reforço urgente das equipas médicas...

Em comunicado enviado à agência Lusa, a SRCOM considerou que é urgente esse reforço "para assegurar a qualidade dos serviços prestados pela única unidade existente do Serviço Nacional de Saúde na região Centro".

"É indispensável possibilitar uma resposta adequada para todos os doentes e o CHUC não tem atualmente qualquer resposta durante a noite", afirma o presidente da Secção Regional, Carlos Cortes, citado no documento, salientando que "é grave, porque deixa dois milhões de habitantes desprotegidos na região".

Segundo o dirigente, há problemas graves e intoleráveis para cumprir a escala médica, a partir das 22:00, "uma vez que o único serviço de cirurgia plástica e queimados da região Centro encerra por não existir uma escala noturna autorizada pelo hospital".

"Quando surgem situações urgentes durante a noite, como por exemplo, vítimas de queimaduras graves, têm de ser transferidas para outros hospitais do país. Por outro lado, é necessária, também, uma unidade de cuidados intermédios que é atualmente inexistente", frisou.

Na opinião de Carlos Cortes, trata-se de "carências muito preocupantes, tendo em conta que também acorrem àquele serviço utentes oriundos de vários pontos do país e, muitas vezes, vítimas de catástrofes e acidentes de extrema gravidade".

"Este alerta é necessário para evitar uma calamidade", assume o presidente da SRCOM, Carlos Cortes.

"Face aos grandes incêndios que ocorreram o ano passado na região Centro, os profissionais de saúde do Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra foram inexcedíveis", recordou Carlos Cortes.

O dirigente lembrou ainda que vários responsáveis políticos "conheceram as debilidades deste serviço perante a falta de recursos humanos e já elogiaram o trabalho extraordinário e de extrema complexidade ali realizado".

O Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados do CHUC está vocacionado para responder ao tratamento de lesões traumáticas e suas sequelas, tumores ósseos, reconstrução mamária e integra também a Unidade de Reconstrução Génito-Urinária e Sexual.

DGS
O número de casos suspeitos de sarampo registados este mês na região de Lisboa e Vale do Tejo aumentou para 32, confirmando-se...

Entre os casos confirmados pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge há 20 adultos e duas crianças.

Num balanço de hoje, há um aumento de oito casos registados em relação a 23 de novembro.

Há "dois surtos distintos, ambos com origem em casos de doença importados de países europeus", mas dois dos casos não estão relacionados com estes surtos e estão a ser investigados.

Os sintomas do sarampo levam entre 10 e 12 dias para aparecer, quando há transmissão por contacto com gotículas ou propagação no ar através da tosse ou espirros da pessoa infetada.

O período de contágio inclui os quatro dias antes e os quatro dias depois de a doença se manifestar na pele.

Febre, erupção cutânea, tosse, conjuntivite e corrimento nasal são os sintomas.

A Direção-Geral de Saúde tem disponível a linha SNS 24 (808 24 24 24) para esclarecer dúvidas, recomendando a vacinação contra "uma das doenças infecciosas mais contagiosas".

Como combater os agentes infeciosos
A pele é um tecido altamente dinâmico cuja principal função é a proteção do organismo, impedindo a f

A infeção cutânea surge frequentemente devido a qualquer dano que altere a integridade da epiderme, ocorrendo de seguida a invasão da derme e do tecido celular subcutâneo por um agente patogénico. Nestas situações os mecanismos imunitários do nosso corpo são solicitados como resposta a esta invasão.

Caso a infeção atinja a derme profunda e o tecido subcutâneo, podem desencadear-se diversas condições patológicas, entre as quais a Celulite. Esta condição apresenta dificuldades na distinção entre o tecido infetado e o não infetado, que nem sempre é clara.

As infeções dos tecidos moles são caraterizadas por inflamações agudas, difusas, edematosas, supurativas e disseminadas, e estão frequentemente associadas a sintomas sistémicos como mal-estar, febre e arrepios. Caso a infeção atinja tecidos mais profundos, pode resultar em necrose dos tecidos, o que requer o desbridamento cirúrgico extensivo.

S.aureus e estreptococos do grupo A são os agentes etiológicos mais comuns da Celulite, mas ocasionalmente bactérias como Haemophilus Influenzae, bacilos Gram-negativos e ainda fungos como Cryptococcus Neoformans, podem estar implicados na celulite. Por outro lado, os agentes patogénicos transportados pelo sangue que causam celulite são o Streptococcus Pneumoniae, o Vibrio Vulnificus e o Criptococcus Neoformans.

A entrada dos agentes patogénicos é favorecida pela presença de cortes na pele, pé de atleta, picadas de inseto, insuficiência venosa crónica, síndrome nefrótica, úlceras no membro inferior, úlceras de pressão, diabetes, obesidade, doença hepática, excesso de álcool, feridas cirúrgicas, queimaduras, uso de drogas por via endovenosa. Há casos em que a “porta de entrada” não é aparente, não sendo evidentes os focos da infeção.

Com o alojamento da infeção os pacientes têm maior risco de propagação por via sanguínea e através dos vasos linfáticos. Nestes casos, a evolução pode ocorrer de forma muito rápida, originando alterações como edema (acumulação de liquídos), eritema (rubor da pele), aumento da temperatura local e dor, associados a vários graus de sintomas sistémicos resultantes exatamente da disseminação da infeção.

Nestes casos, o primeiro passo deve ser realizar um diagnóstico diferencial, o que auxilia na exclusão de outras patologias como Dermatite Atópica, Urticária, Erisipela, reação inflamatória a picadas de insetos e Tromboflebite Superficial.

O tipo de tratamento é aplicado de acordo com o grau de Celulite presente. A nível local é recomendado o repouso, imobilização e elevação da área para reduzir o edema, bem como é fundamental o tratamento das “portas de entrada”. Se a infeção for ligeira ou moderada é utilizada antibioterapia oral, no caso de ser mais severa é utilizada antibioterapia endovenosa.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ministra da Saúde
A ministra da Saúde, Marta Temido, adiantou hoje que a avaliação custo-benefício da passagem do Centro de Reabilitação do Norte...

“Efetivamente essa análise custo-benefício foi feita antes desta transferência, provavelmente ela não acompanhava o expediente que terá chegado à Presidência [da República]” para promulgação, sustentou Marta Temido, depois de uma visita a este equipamento de saúde em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.

A 19 de novembro, o Presidente da República promulgou o diploma que define a passagem do Centro de Reabilitação do Norte para o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, mas defendeu que deveria ter sido feita uma avaliação custo-benefício.

Reafirmando que esse estudo custo-benefício “consta do processo”, a governante explicou que essa transferência não poderia ser validada ao nível dos serviços, quer do Ministério da Saúde, quer do Ministério das Finanças, sem esse elemento documental.

Numa nota publicada na página oficial da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa diz que "ao fim ao cabo" o diploma que foi aprovado a 08 de novembro, em Conselho de Ministros, diz respeito à transferência de gestão, mas nota que do seu ponto de vista "pareceria aconselhável ter-se evidenciado uma avaliação custo-benefício do modelo de gestão".

O chefe de Estado lembra mesmo que esta medida, a avaliação custo-benefício, está prevista na lei e defende que esta deveria ter sido feita "antes da decisão governamental".

Marta Temido explicou que a integração do centro de reabilitação, construído de raiz e que estava sob a gestão da Misericórdia do Porto desde o primeiro momento, no centro hospitalar implica, em termos financeiros, a “passagem do contrato-programa”, num valor superior a 100 milhões de euros.

“O que me parece relevante é que nós temos tido, no nosso sistema de saúde, uma cooperação de várias entidades públicas e, por vezes, do setor privado e social a operarem as necessidades assistenciais dos portugueses (…), mas em primeira linha devemos pedir que sejam os serviços públicos, através da gestão pública, a garantir a satisfação das necessidades da população”, considerou.

A ministra adiantou que o objetivo do Governo é “tornar mais ágil a gestão pública” e voltar a experiências “bem-sucedidas” do passado em termos de gestão empresarial dos equipamentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O Centro de Reabilitação do Norte - Dr. Ferreira Alves é a mais recente unidade hospitalar nacional, tendo sido inaugurado a 25 de fevereiro de 2014.

Em fevereiro de 2016, a propósito de um projeto de construção de residências para familiares de utentes nos terrenos do Centro de Reabilitação do Norte, foi descrito à Lusa que este equipamento integra quatro unidades funcionais - AVC, Lesões Medulares, traumatismo Cranioencefálico e Pediatria e Reabilitação geral e outras doenças neurológicas.

Em meados deste mês, em resposta à agência Lusa, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) revelou que prevê que o volume de utentes atendidos no Centro de Reabilitação do Norte seja alargado e que seja possível o tratamento "mais precoce" dos doentes.

Atualmente a média de utentes atendidos neste equipamento de saúde ronda os 3.500 por ano.

Associação Abraço
A associação Abraço afirmou hoje que o aumento do número de casos de VIH em homens que fazem sexo com homens não constitui uma...

Segundo o relatório “Infeção VIH e sida” relativo a 2017, do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), observou-se um aumento de 29% no número de casos em casos de homens que fazem sexo com homens, que desde 2015 são em número mais elevado que os registados relativos a homens heterossexuais.

Em declarações à agência Lusa, a vice-presidente da Abraço, Cristina Sousa, afirmou que estes números não são “uma surpresa”, adiantando que “o investimento que está a ser feito nos últimos anos nesta população ainda precisa de ser mais analisado”.

Por conseguinte, defendeu, tem de se intervir neste grupo em específico, um trabalho que já está a ser feito pela Abraço e pela Direção-Geral da Saúde.

“Realmente tem-se verificado um número crescente de infeção VIH nesta população e tem-se intervindo junto delas através do rastreio, mas também com a introdução agora da PREP [profilaxia pré-exposição do VIH] que será visto mais como um método preventivo de forma a tentarmos controlar a doença nesta população”, salientou.

Cristina Sousa adiantou que esta população sempre “ouviu falar muito mais” de sida, porque é uma doença que, desde o seu início, está associada à população homossexual.

Por esta razão, mais facilmente a assume como uma doença crónica e, “apesar de todos os receios que possa ter em relação a contrair a doença”, percebeu que há outras formas de a prevenir.

A PREP veio ajudar a que não haja novos casos de infeção nesta população que “rejeita muito o preservativo” e ao fazê-lo acaba por correr maior risco”.

Para Cristina Sousa, este medicamento foi um passo importante no combate à doença e os números do INSA vêm provar isso. “Não podemos fugir a esta realidade e temos que encontrar outros métodos preventivos para conseguir controlar e colmatar a situação presente”.

Advertiu, no entanto, que os homens que fazem sexo com homens não são diferentes do “resto da população que não usa preservativo”, considerando que a grande preocupação está na população em geral.

“O heterossexual continua a considerar que é uma infeção de grupos específicos, que é algo que não lhe acontece a ele, e estes dados do INSA podem dar a entender a um leigo mais uma vez isto, mas não é verdade”.

Em Portugal, “continuamos a não encontrar os diagnósticos tardios”. Os novos casos que aparecem na faixa etária dos 25/40 anos são “infeções recentes na população de homens que fazem sexo com homens que procuram o teste assim que sabem que têm um comportamento de risco”.

“O que nos continua a falhar em Portugal é detetar aqueles que não sabem que estão infetados” e, “na minha opinião, esses estão na população em geral, no grupo dos heterossexuais, que desconhecem o seu estado serológico há cinco, dez anos” e continuam a não se proteger e a infetar.

O relatório do INSA adianta que mais de mil novos casos de infeção por VIH surgiram em Portugal no ano passado, sendo o grupo etário entre os 25 e os 29 anos o que teve taxa mais elevada de novos diagnósticos.

No ano passado registaram-se 261 mortes em pessoas com VIH, 134 delas em estádio sida, a fase mais avançada da infeção. A idade mediana à data da morte foi de 52 anos.

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