Estudo
Investigadores da Universidade de Coimbra descobriram três proteínas que convertem células da pele em células que funcionam...

O estudo, liderado por um grupo de investigação do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), é o tema de capa da edição deste mês da revista Science Immunology, que já se encontra nas bancas.

Este trabalho de investigação, com a duração de três anos, apostou no potencial da reprogramação celular para, pela primeira vez, controlar as respostas do sistema imunitário.

Segundo informações da UC, foram descobertas três proteínas (PU.1, IRF8 e BATF3) capazes de converter células da pele em células dendríticas (CDs), conhecidas como as sentinelas do sistema imunitário, porque são capazes de procurar e capturar agentes patogénicos e células cancerígenas.

"A investigação demonstrou que as células dendríticas induzidas [com uso das proteínas] apresentam uma notável semelhança com as CDs naturais do organismo", descreve Filipe Pereira, coordenador do estudo.

O investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular acrescenta que as células obtidas capturam os elementos estranhos, digerindo-os em pequenos pedaços, conhecidos como antigénios.

"Este processo de vigilância e captura permite ensinar as células T (os soldados do nosso sistema imunitário) quais são os agentes perigosos e como podem ser atacados", descreve o coordenador do estudo.

Esta investigação do CNC pode dar origem a novas estratégias de imunoterapia para o tratamento do cancro, vaticinam os investigadores, lembrando a técnica galardoada este ano com o Prémio Nobel da Medicina/Fisiologia, na qual os componentes do sistema imunitário do próprio doente são utilizados para direcionar um ataque às células cancerígenas.

"Usando células reprogramadas, a probabilidade de rejeição do organismo será menor, por estas serem geradas a partir das células da pele do próprio paciente", descrevem.

O coordenador do estudo avança que há mais caminhos a explorar.

"Numa perspetiva mais criativa, pretendemos também adaptar a famosa estratégia utilizada pelos gregos para derrotar os troianos, na obra ‘Ilíada’ de Homero: queremos desenvolver um ‘Cavalo de Tróia', baseado em reprogramação celular, para administração no interior de tumores sólidos", avisa Filipe Pereira.

Deste modo, acrescenta, "ir-se-á introduzir as três proteínas identificadas neste estudo nas células do tumor, convertendo-as em CDs, forçando o próprio cancro a apresentar as suas características estranhas e perigosas às células do sistema imunitário, o que poderá contribuir para a sua erradicação".

Na sequência destes resultados, a equipa pretende averiguar quais são os mecanismos genéticos através dos quais as três proteínas identificadas impõem a identidade celular de uma célula dendrítica. A investigação irá ainda utilizar este método de reprogramação celular para perceber como outros tipos de CDs, com funções especializadas, são geradas.

Por fim, apresenta-se o desafio de validar a utilidade clínica das CDs geradas como uma nova imunoterapia para o cancro.

"Tendo em conta o potencial desta tecnologia no mercado em crescimento da imunoterapia oncológica", a equipa submeteu em abril de 2017 um pedido de patente internacional para proteger esta propriedade intelectual de forma a assegurar o seu desenvolvimento comercial, o que no futuro pode levar esta tecnologia aos doentes com cancro, conclui o investigador.

Doença renal crónica afeta 8 a 10 por cento da população adulta
A Associação Nacional de Centros de Diálise, com o apoio das Sociedades científicas e Associações de Doentes da área da...

“Com esta iniciativa pretendemos reforçar o alerta para o papel que a prevenção desempenha nesta doença e no seu prognóstico. Está demonstrado que a melhor forma de reduzir a incidência da doença renal crónica é através da promoção de programas de prevenção, onde se pode incluir esta campanha nacional. Para proteger os rins, as pessoas devem controlar os fatores de risco como a diabetes, a hipertensão, a obesidade e deixar de fumar” explica Jaime Tavares, presidente da Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL).

A campanha “A Vitória Contra a Doença Renal começa na Prevenção” pretende aumentar o conhecimento e compreensão sobre a doença renal crónica, promovendo a sua prevenção. A iniciativa conta com o apoio da Associação de Doentes Renais de Portugal, da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Diálise e Transplantação, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR), da Sociedade Portuguesa de Nefrologia e da Sociedade Portuguesa de Transplantação.

A doença renal crónica carateriza-se pela deterioração lenta e irreversível da função dos rins. Como consequência da perda desta função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Os doentes com diabetes, hipertensão arterial, obesidade e história familiar de doença renal podem estar em risco de desenvolver esta doença.

Para prevenir a doença renal crónica vigie o seu peso, tenha uma alimentação saudável (reduza o consumo de gorduras e de sal e esteja atento ao tamanho das porções), não fume (os fumadores têm uma probabilidade três vezes maior de apresentar uma função renal diminuída), faça exercício físico, controle a hipertensão e a diabetes, não beba álcool, não se automedique e faça rastreios regulares (esteja atento a indicadores como sangue na urina, por exemplo).

Saiba como
Cansaço, sonolência, falta de iniciativa, ansiedade e humor depressivo são sintomas facilmente assoc
Tiroide e depressão

Apesar da depressão e o hipotiroidismo serem condições clínicas distintas, estas podem apresentar sintomas comuns. Cansaço, ansiedade, dificuldade em dormir, falta de memória, desânimo e apatia geral são manifestações que todos nós, quase sempre e de forma quase imediata, associamos a distúrbios psicológicos. O que muitos desconhecem é que estes são também indicadores de que algo de errado se passa com o funcionamento da nossa Tiroide.

“O hipotiroidismo altera inúmeras reações indispensáveis ao normal funcionamento do organismo. Nas fases iniciais, os sintomas são ligeiros e a fadiga e o aumento de peso são desvalorizados e atribuídos ao envelhecimento e ao stress do dia-a-dia, o que pode provocar graves consequências nas emoções do doente”, começa por explicar a especialista em endocrinologia, Isabel Manita.

“Por norma, o engordar ou a queda de cabelo são sintomas físicos que afetam a aparência de uma pessoa e que podem prejudicar, e muito, a sua autoestima, o que leva a determinadas inseguranças e possível depressão”, adianta.

De acordo com a especialista, o hipotiroidismo consiste numa disfunção da tiroide em que não são produzidas hormonas em quantidades suficientes. “Em termos laboratoriais caracteriza-se por uma redução da T4 e da T3 com elevação da TSH. O termo hipotiroidismo subclínico utiliza-se quando há uma elevação da TSH com níveis normais de T4 e T3”, refere acrescentando que os casos de hipotiroidismo são, frequentemente, adquiridos ao longo da vida. No entanto, situações há em que este distúrbio pode ser entendido como uma condição clínica congénita, detetada logo ao nascimento. Esta condição é mais rara e exige tratamento para impedir o desenvolvimento de sintomas, “permitindo uma vida normal”.

“À medida que o metabolismo se torna mais lento, os sintomas tornam-se mais óbvios e incluem: intolerância ao frio, pele e cabelos secos e finos, face «inchada», voz mais grave, obstipação, fraqueza, dor e rigidez muscular e articular, elevação do colesterol e alterações da memória”, revela a especialista quanto aos sintomas físicos associados a esta disfunção.

Quando não tratado, o hipotiroidismo pode ser responsável pelo desenvolvimento de obesidade, depressão, infertilidade e doenças cardiovasculares. “A estimulação constante para a tiroide produzir mais hormonas pode fazer com que esta aumente de volume”, dando origem a uma das complicações mais frequentes, o chamado Bócio.

“Os casos muito avançados de hipotiroidismo, conhecidos como mixedema são raros, mas potencialmente fatais”, avança Isabel Manita.

Não obstante, todas estas condições têm um “grande impacto a nível físico e emocional do próprio doente”.

Frequentemente subdiagnosticado, o hipotiroidismo pode ser detectado através de uma simples análise ao sangue. E uma vez diagnosticado, o tratamento é bastante eficaz, dependendo apenas da gravidade da doença, idade do doente e da existência (ou não!) de outras condições clínicas. “A levotiroxina constitui o tratamento de eleição no caso de produção insuficiente de hormonas tiroideias”, refere a endocrinologista.

Para concluir, a especialista, reforça a necessidade de todos estarmos atentos aos sintomas e não excluirmos a importância do diagnóstico. “A doença compromete o corpo de forma global e por isso os sintomas são muito variados, expressando-se diferentemente em cada indivíduo. Alguns doentes são assintomáticos ou valorizam pouco os sintomas, sobretudo os que têm a doença menos intensa ou de curta duração”, reforça.

Em casos mais graves, “com doença arrastada não tratada e doentes mais idosos podem surgir alterações cognitivas, tonturas e mesmo coma em casos mais extremos”.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em causa está a segurança dos doentes
Quatro Associações de Fibromialgia dizem estar perplexas com as notícias veiculadas que associam um medicamento – com o...

“Não existe qualquer indicação ou evidência científica para o tratamento da Fibromialgia, sendo inclusive desaconselhado o uso deste medicamento para o tratamento da Fibromialgia, tanto pelo Infarmed como pelo laboratório responsável pela sua comercialização”, pode ler-se no comunicado enviado às redações e assinado por quatro associações de doentes ativas em Portugal – Myos, Associação Portuguesa de Jovens com Fibromialgia, Associação Barcelense de Fibromialgia e Doenças Crónica e a União de Doentes Fibromiálgicos de Viseu.

De acordo com a nota de imprensa enviada, estas peças jornalísticas “estão a induzir os doentes e a opinião pública em geral em erro, podendo colocar em risco a saúde e sobretudo os direitos dos indivíduos”. 

Assim, as declarações mencionadas nestas notícias, atribuídas a Fernanda Margarida Neves de Sá que se diz curada pelo fármaco, “não fez mais do que lançar uma esperança infundada, não baseada em evidências científicas nem comprovada por médicos”.

As várias associações de Fibromialgia que existem em Portugal vêm assim alertar os doentes e a população em geral de que o medicamento, citado nessas reportagens, com o princípio ativo Citicolina, está indicado no tratamento de AVC isquémico agudo e leucoaraiose (lesão da substância branca cerebral) e é indicado para pacientes com lesões cerebrais graves de etiologia vascular ou traumática.

Contactado, o laboratório Ferrer, responsável pelo medicamento em causa, afirma que “a utilização da Somazina em doentes com fibromialgia não está aprovada, constituindo uma utilização fora das indicações terapêuticas. A Ferrer não recomenda a sua utilização nesta patologia, nem tem elementos de evidência que demonstrem a eficácia do medicamento na fibromialgia”.

As quatro associações lamentam a informação amplamente  divulgada nos meios de comunicação social, por constituir um risco para a saúde pública.

Já está disponível
Sensibilizar e informar sobre doença que pode levar à cegueira são os principais objetivos.

O que é a Neuropatia Ótica Hereditária de Leber (LHON), as suas causas e sintomas, assim como de que forma afeta quem dela sofre são informações a partir de agora disponíveis para os doentes portugueses. E tudo graças ao site www.infoleber.com, uma iniciativa apresentada no decorrer do 61º Congresso Português de Oftalmologia, que decorre em Vilamoura até ao próximo sábado. Disponível para já em sete línguas, e agora em português, o site dá resposta a uma das lacunas associadas a esta doença, a falta de informação, através de informação cientificamente validada.

Sendo uma doença rara, são poucos os que dela ouviram falar, mesmo aqueles que podem estar em risco. Sensibilizar para o problema é um dos objetivos deste novo site, que torna acessível informação sobre esta doença hereditária, incapacitante e que provoca uma perda de visão rápida e, na maior parte dos casos, permanente em jovens ou adultos, afetando gravemente a sua qualidade de vida.

Confirma, por exemplo, que a doença é indolor e que as perturbações a ela associadas surgem de forma abrupta, causando, na maioria dos casos, uma redução grave na visão dos dois olhos no espaço de semanas ou alguns meses. Explica de que forma os genes estão envolvidos - grande maioria dos casos está associada a uma anomalia do material genético (ADN) das mitocôndrias -, que os homens afetados não transmitem a doença aos filhos ou que o oftalmologista é o médico de referência para a realização dos rastreios.

Confirma ainda a existência de um medicamento (o único) aprovado para o tratamento da doença e refere que, para os que se encontram em risco, a prevenção passa pela redução do consumo de tabaco e álcool.

Novo Presidente da SPDV
A Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia acaba de eleger António Miguel Peres Correia como Presidente, na segunda...

Para o recém-eleito Presidente da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV), Miguel Peres Correia, “Os próximos dois anos servirão para continuar a envolver os Dermatologistas com esta sociedade, para chamar as doenças de pele e o seu tratamento aos especialistas da pele - os Dermatologistas; para aproximar a área da Dermatologia nos PALOP, com ações concretas como a implementação da dermatologia em São Tomé e Príncipe e o apoio aos doentes albinos em Moçambique; para reafirmar que a Dermatologia existe porque existem pessoas com doenças de pele, muitas com graves doenças de pele, que precisam de nós e do nosso conhecimento para as tratar. O doente é o foco, o centro e única razão da nossa existência. Espero também que a SPDV continue a contribuir na atualização científica permanente dos dermatologistas portugueses assegurando que a dermatologia nacional se mantém, como vem acontecendo, entre as de melhor qualidade mundial. Finalmente manter abertura da Sociedade Portuguesa de Dermatologia à sociedade contribuindo para que através de conhecimento acrescido sobre as doenças de pele, que estão entre as que mais afectam a nossa população, cada um viva melhor na sua pele.”

 

Parlamento
O parlamento aprovou ontem na generalidade cinco projetos de lei que visam garantir a confidencialidade dos dados das pessoas...

Os projetos de lei do BE, PS, PSD, PCP e PAN vão ser agora debatidos na especialidade na Comissão de Saúde, para se chegar a um texto final comum sobre a criação de um regime transitório para salvaguardar as doações de gâmetas e embriões feitas antes do acórdão de 24 de abril do Tribunal Constitucional e ultrapassar os obstáculos criados com esta decisão.

O Tribunal Constitucional declarou inconstitucionais as normas que impunham sigilo absoluto relativamente às pessoas nascidas em consequência de processo de procriação medicamente assistida (PMA) com recurso a dádiva de gâmetas ou embriões, incluindo nas situações de gestação de substituição.

Um projeto de lei do Bloco que Esquerda que visa alterar o regime jurídico da gestação de substituição, permitindo que a gestante de substituição possa revogar o seu consentimento até ao registo do bebé, baixou à especialidade sem votação, enquanto o projeto de resolução do CDS-PP que recomenda o aumento de três para cinco ciclos de tratamentos de PMA comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde foi chumbado.

Durante o debate parlamentar, Vânia Dias da Silva, do CDS-PP, disse que os cinco projetos de lei violam “flagrante e clamorosamente” o princípio da igualdade e, por isso, são inconstitucionais.

“Os projetos de lei que o PAN, o PCP, O BE, o PS e o PSD apresentaram violam não só uma decisão do Tribunal Constitucional como enfermam de outro problema constitucional, a violação do princípio da igualdade que o CDS não deixará outra vez de sinalizar e tudo fazer para o impedir”, sublinhou a deputada centrista.

Pedro Filipe Soares, do BE, e Isabel Moreira, do PS, acusaram o CDS-PP de ser preconceituoso e, por isso, ter pedido a fiscalização da constitucionalidade da PMA e da gestação de substituição.

Vânia Dias da Silva refutou estas críticas e afirmou que o CDS não é contra a PMA, mas sim contra o anonimato dos dadores como declarou o Tribunal Constitucional.

O deputado do PAN, André Silva, disse ser “no mínimo curioso, ou mesmo inacreditável, que a fiscalização sucessiva da constitucionalidade de normas da lei que regula as técnicas de PMA tenha sido solicitada depois do seu alargamento a mulheres solteiras e casais de mulheres, já em 2016”, quando a lei existe desde 2006 e quando em 2009 o próprio TC tinha já decidido no sentido inverso da decisão agora tomada.

“O que terá levado este conjunto de deputados a apresentar este pedido nesta altura? sexismo? misoginia? homofobia? o medo do pai perdido? E o que é que terá levado o Tribunal a tomar uma decisão contrária à de 2009? Talvez as mesmas razões”, questionou.

Isabel Moreira, do PS, lamentou que se tenha instalado “um clima de insegurança e de vazio na PMA em Portugal, que sempre trabalhou com gâmetas de dadores anónimos”.

“Não podemos fazer nada por quem já perdeu o seu projeto. Podemos e devemos encontrar uma solução para quem ainda vai a tempo de navegar sem ser no mar de incerteza entretanto instalado”, disse Isabel Moreira.

A deputada comunista Carla Cruz afirmou, por seu turno, que o PCP está “totalmente disponível” para em sede de especialidade contribuir de “forma ativa e empenhada” para que seja encontrada uma solução que, respeitando as decisões do Tribunal Constitucional, permita às famílias e às mulheres a utilização de gâmetas e dos embriões doados sobre anonimato.

“Desde a declaração de inconstitucionalidade pelo TC muitos casais têm as suas legitimas aspirações adiadas e como muitas vezes têm afirmado as suas vidas congeladas”, lamentou Carla Cruz.

“O acesso à PMA com recurso a material doado ficou suspenso, na prática deixou de existir. A gestação de substituição ficou também inacessível, apesar de constitucional e apesar de permanecer na lei”, disse, por sua vez, Moisés Ferreira, do BE.

Neste momento, alertou, “existem 8.000 embriões que correm o risco de destruição, há centenas de casais que iniciaram os ciclos de tratamento e que foram obrigados a interrompê-los porque o material genético que estavam a utilizar era de uma dador anónimo”.

Ângela Guerra, do PSD, saudou os contributos dos grupos parlamentares e de “todos os que quiseram participar no debate, com medidas concretas e que abertamente assumem posições e que não recomendam apenas” para tentar encontrar uma solução adequada para resolver este problema, lembrando que todos os anos nascem cerca de 2.500 crianças como resultado destas técnicas.

Estudo
Em 80% das unidades de saúde familiar foram registados no último ano casos de ameaça ou agressão verbal a profissionais e em 14...

Na análise promovida pela Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar foram inquiridos os coordenadores das unidades entre abril e maio deste ano, reportando-se a situações que aconteceram ao longo dos últimos 12 meses.

Assim, em 80,2% das unidades de saúde familiar (USF) foram registadas situações de ameaças ou agressões verbais a profissionais de saúde. Os casos de violência física contra profissionais foram sinalizados em 14% das USF.

O estudo baseado em inquéritos aos coordenadores pretendeu ainda abordar a questão da saúde e segurança no trabalho.

Mais de 40% dos coordenadores afirmaram que “algumas vezes” os profissionais mantiveram a sua atividade mesmo estando doentes e há 22% que dizem que isso ocorreu com frequência.

O estudo pretende fazer um balanço do estado da reforma dos cuidados de saúde primários que foi iniciada em 2005, apontando para um “forte desinvestimento”, com este último ano a ser aquele em que menos novas USF abriram.

O estudo "O momento atual da reforma dos cuidados de saúde primários" realça ainda o facto de nenhuma das USF de modelo A ter passado este ano para modelo B, que é um modelo mais exigente, com maior autonomia e com mais incentivos financeiros.

Segundo o inquérito realizado aos coordenadores das USF, a esmagadora maioria (91,4%) das unidades de modelo A pretende passar para o modelo B. Mas o estudo vinca que isso “não lhes está a ser permitido”.

Estudo
Mais de 70% das unidades de saúde familiar ficaram mais de 10 vezes num ano sem acesso informático e nove em cada dez unidades...

Estes dados constam de um estudo feito pela Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar (USF) e baseiam-se em inquéritos realizados entre abril e maio deste ano aos coordenadores das unidades.

Quase 90% das USF tiveram “falta de material considerado básico pelo menos uma vez no ano”, sendo que em 72% dos casos o problema demorou mais de 48 horas a ser resolvido.

Quanto aos problemas informáticos, que têm sido motivo de queixa frequente dos profissionais de saúde, sobretudo dos médicos, a “insatisfação com a informática mantém-se” e há crescentes quebras no acesso aos sistemas de informação usados nas USF.

Segundo o estudo, que na sexta-feira vai ser debatido em Lisboa, 70% das USF ficou sem acesso informático pelo menos 10 vezes no ano e 30% destas mais de 50 vezes.

Os profissionais demonstram “grande insatisfação” com os sistemas informáticos que usam, preocupando-se também com a “segurança dos dados informáticos”.

Estudo
O número de unidades de saúde familiares a iniciar atividade este ano foi o mais baixo de sempre, com apenas 16 novas unidades,...

A Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar (USF), que promoveu o estudo, considera que o reduzido número de unidades abertas este ano “é um sinal muito forte de desinvestimento e a maior ameaça desde o início da reforma” dos cuidados de saúde primários, que começou em 2005.

O estudo "O momento atual da reforma dos cuidados de saúde primários" realça ainda o facto de nenhuma das USF de modelo A ter passado este ano para modelo B, que é um modelo mais exigente, com maior autonomia e com mais incentivos financeiros.

Segundo o inquérito realizado aos coordenadores das USF, a esmagadora maioria (91,4%) das unidades de modelo A pretende passar para o modelo B. Mas o estudo vinca que isso “não lhes está a ser permitido”.

A passagem de modelo A para modelo B tem de ser aprovada pela tutela, tal como a abertura de novas unidades.

De acordo com o documento, que será discutido publicamente hoje, em Lisboa, há atualmente no país 501 USF, abrangendo mais de 9.000 profissionais e que prestam cuidados a seis milhões de pessoas.

O estudo, assente em inquéritos foram feitos entre abril e maio deste ano, revela uma maior insatisfação dos profissionais de saúde com a reforça dos cuidados de saúde primários e com a atuação do Ministério da Saúde.

“A apreciação que os coordenadores fazem do momento atual da reforma e do Ministério da Saúde deteriorou-se de um modo muito marcado. Os mais insatisfeitos aumentaram quatro vezes na sua apreciação em relação ao Ministério da Saúde (nunca houve tantos)”, indica o documento.

O nível de insatisfação expresso é maior para com o Ministério da Saúde, seguindo-se a SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, responsável nomeadamente pelos sistemas informáticos no SNS.

Cerca de 90% das USF considera que o nível de autonomia do seu agrupamento de centros de saúde para gerir a atividade é insuficiente, o que afeta a atividade desenvolvida.

Especialista
O médico e investigador português Manuel Sobrinho Simões alertou ontem, no Funchal, para o aumento do número de casos de cancro...

"Deixe-se lá os genes", disse o especialista, explicando que este tipo de doenças atingem sobretudo a população mais idosa e resultam da prevalência de "muitos maus hábitos", nomeadamente o consumo de tabaco.

Sobrinho Simões participou ontem na XIV Reunião da Associação de Patologistas das Ilhas da Macaronésia (Madeira, Canárias, Açores e Cabo Verde), que decorreu na capital madeirense.

O investigador considerou que, perante o crescimento da doença, a solução passa pelo diagnóstico precoce, pois "nunca vamos tratar as pessoas com sucesso se tivermos cancros muito avançados".

"A nossa aposta é o diagnóstico precoce", disse, acentuando, por outro lado, que também não pode haver "exagero da prevenção".

"Não se pode passar a vida a fazer TAC (tomografia computorizada) para ver se temos um tumorzinho, porque assim vamos fazer pior às pessoas", advertiu, realçando que "as pessoas têm de perceber que não vale a pena exagerar, a não ser que haja história familiar".

Sobrinho Simões indicou, no entanto, que os genes são responsáveis por 55 a 10% dos casos de cancro, ao passo que 90% a 95% são somáticos, o que significa que a doença surge "quase exclusivamente" por motivos comportamentais, sendo potenciada por "maus hábitos" e por fatores como a obesidade e a diabetes.

Na Reunião da Associação de Patologistas das Ilhas da Macaronésia, o chefe do serviço de Anatomia Patológica do Hospital Central do Funchal, José Camacho, indicou que existem apenas três médicos especialistas no Serviço de Saúde da Madeira, sendo necessários sete.

"Não conseguimos dar resposta. Precisamos urgentemente de mais patologistas", avisou, realçando que a sua equipa executa por ano 24 mil exames de anatomopatologia.

O secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, esclareceu, porém, que dois médicos estão atualmente em formação, sendo que o serviço conta ainda com 12 técnicos de diagnóstico e terapêutica, embora reconheça que o trabalho é "feito com alguma sobrecarga".

“Carcinoma da Próstata Resistente à Castração”
“Carcinoma da Próstata Resistente à Castração” é o mais recente livro da autoria de Fernando Calais, urologista do Grupo...

O autor explica que “este livro é dedicado ao carcinoma da próstata resistente à castração, e pretendem alertar os urologistas e oncologistas para o perfil farmacodinâmico, farmacocinético e o modo de ação dos novos fármacos que existem para o seu tratamento. Obviamente, em relação a todos os fármacos, será sempre explicado também, quais as dosagens e esquemas de tratamento. Assim como interações, e efeitos secundários”.

Apesar de este livro ser dedicado ao tratamento, Fernando Calais realça que o seu sucesso depende muito do estadio em que a doença é diagnosticada e explica que “a deteção precoce deve ser feita a partir dos 50 anos e até aos 70 anos. Se o homem tiver um familiar próximo (pai, avô, irmão, tio) com carcinoma da próstata deve começar aos 40 anos”.

Relativamente ao diagnóstico, o urologista esclarece que “precisamos inicialmente de fazer uma análise de sangue (PSA) e só depois, se se confirmar a possível suspeita, será feita uma biópsia prostática. Tem de se fazer sempre uma biópsia, uma vez que é a única maneira de confirmarmos se há ou não um carcinoma. Este procedimento é sempre feito com consentimento do doente, devendo ser-lhe sempre explicado todos os passos, assim como todos os prós e contras”.

“Há uma grande controvérsia em relação ao rastreio e diagnóstico precoce, no entanto manda o bom senso que quanto mais cedo for possível diagnosticar, maiores são as possibilidades de sucesso no tratamento”, conclui o especialista.

De acordo com o GPGU, as causas do cancro da próstata são objeto de intensa pesquisa. É provável que diversas causas estejam na sua origem, mas sabe-se que afeta predominantemente homens maduros, sendo raramente diagnosticado antes dos 40 anos, idade a partir da qual a sua incidência aumenta consideravelmente.

Estima-se que 30 a 40% dos homens com idade superior a 50 anos desenvolvam alguma forma de cancro prostático, embora só 20 a 25% destes cancros venham a ter significado clínico. No mundo, a incidência de cancro da próstata é muito variável consoante a zona geográfica. É maior na América do Norte e nos países nórdicos da Europa e menor nos países Asiáticos. Embora algumas destas diferenças possam ser atribuíveis ao desenvolvimento de programas de rastreio e ao risco existente para outras doenças em algumas regiões, é provável que, em parte, se devam a uma predisposição genética, aos hábitos alimentares e outros fatores ambientais.

Os homens com antecedentes familiares de cancro da próstata apresentam um risco acrescido de desenvolver a doença: estima-se que esse risco seja 2 a 11 vezes superior ao dos indivíduos sem história familiar da doença.

Existem alguns indicadores de que o estilo de vida ocidental esteja associado a um maior risco de cancro da próstata, mas não se sabe bem que fator ou fatores específicos deste estilo de vida podem estar diretamente implicados: ingestão excessiva de calorias, ingestão excessiva de gorduras e açúcar refinado, ingestão reduzida de frutas e legumes, falta de exercício físico, ou obesidade de um modo geral. Está, contudo, provado que a obesidade acarreta um maior risco de morte por cancro da próstata.

Risco ambiental
Associação Patrulheiros lança a maior rede de voluntariado ambiental do país através de aplicação gratuita no telemóvel.

A Associação Patrulheiros acaba de lançar uma aplicação inovadora e exclusiva com o objetivo de antecipar o alerta de questões de risco ambiental através da participação voluntária na vigilância. Os voluntários descarregam gratuitamente a aplicação “Patrulheiros” e alertam as autoridades da região onde se encontram para a resolução antecipada de ocorrências como incêndios, cheias, situações de poluição, pragas, extinção, perda de habitat, entre outras questões do âmbito ecológico e ambiental.

A APP Patrulheiros está disponível a partir do final do mês de Janeiro de 2019, estando neste momento em fase de finalização de testes em todo o país. O acesso é gratuito e o download disponível na Google Play e AppStore.

Uma das finalidades da criação desta aplicação é sensibilizar a população para a responsabilidade civil de cada um, criar massa crítica na população, e em simultâneo ajudar os municípios a economizar recursos e minorar situações graves através do voluntariado.

O plano teve inicio em março de 2017 com um projeto piloto no Município de Albergaria-a-Velha, testado e colocado em prática, e que agora será partilhado com o resto do país.

Para janeiro de 2019 está também previsto o lançamento dos Patrulheiros de Costa, um conjunto de voluntários dedicados em exclusivo às zonas costeiras, com o apoio de bicicletas especiais adaptadas para rolar em areia e de um novo centro operacional junto da região costeira.

Esta associação, liderada por José Nuno Amaro, autor de vários projetos de sucesso em Portugal nas áreas da Mobilidade, sustentabilidade e motivação para crianças, conta com um conselho consultivo que reúne figuras com experiência em áreas distintas, de forma a que juntos possam ajudar a melhorar a vida dos portugueses, através das suas opiniões ou participando ativamente nos projetos que a associação cria e dinamiza em Portugal e nos PALOP.

Segundo José Nuno Amaro, “os Patrulheiros pautam-se por um trabalho interventivo, mas não intrusivo, que tenciona ser uma mais valia no apoio às autoridades e aos municípios, sempre em prol da proteção ambiental e do país”

Para mais informações consultar www.patrulheiros.pt o Facebook e Instagram em @patrulheirosportugal.

Instituto Politécnico de Coimbra
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Instituto Politécnico de Coimbra liderou um estudo pioneiro que estabeleceu valores...

Com base neste estudo, que permitiu caraterizar os valores dose de radiação ionizante utilizada nos exames de imagem médica mais frequentes em Portugal, foram estabelecidos Níveis de Referência de Diagnóstico (NRD), que deverão passar a ser considerados por todos os centros portugueses que realizam este tipo de procedimentos.

O estudo, que conta com o apoio Científico da Direção Geral da Saúde (DGS), será apresentado publicamente na sexta-feira na Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Instituto Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC). Uma das suas principais conclusões é a de que alguns dos Níveis de Referência de Diagnóstico portugueses estão tendencialmente acima da média europeia, situação que poderá ser corrigida daqui para a frente.

"Pela primeira vez, existem valores de referência em Portugal que vão permitir melhorar práticas e diminuir os riscos de exposição à radiação ionizante", explica Joana Santos, docente do departamento de Imagem Médica e Radioterapia da ESTeSC-IPC e coordenadora do estudo NRD Portugal.

O desafio passa agora por sensibilizar os profissionais de imagem médica e radioterapia que estão no terreno, no sentido de diminuir os valores apresentados, avança a ESTeSC-IPC.

O estudo decorreu entre março e junho, tendo contado com a colaboração de mais de 75% dos centros nacionais, que responderam a um inquérito sobre a exposição dos doentes à radiação.

A investigação teve por base as recomendações internacionais da área, tendo ainda a validação externa de um elemento da Agência Internacional de Energia Atómica e Comissão Internacional de Proteção Radiológica.

No total, foram registados os valores de radiação ionizante utilizados em 1.563 exames realizados em Portugal continental neste período, para um perfil de doente com 60 a 80 kg e 160 e 180 cm de altura, explica a ESTeSC.

Além de indicar os valores de radiação utilizados em diferentes radiografias e tomografia computorizada (TAC), consoante a região anatómica em análise, o estudo NRD Portugal apurou ainda o nível de exposição à radiação mediante a indicação clínica do procedimento.

Assim, explicam os autores do estudo, apresentam-se valores para exames de doentes com quadros de Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumatismo, metástases hepáticas, estudos de patologias pulmonares e doentes oncológicos, entre outros.

"Os níveis de exposição à radiação devem sempre ser adequados a cada doente e à sua informação clínica", explica Joana Santos, lembrando que só desta forma podem ser diminuídos os riscos de exposição à radiação X.

O estudo NRD Portugal foi realizado por uma equipa da ESTeSC (composta pelos docentes Joana Santos e Graciano Paulo) na condição de Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde para a Proteção Contra as Radiações e Saúde, em parceria com o Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares do Instituto Superior Técnico, a Divisão de Física Médica da Sociedade Portuguesa de Física e a Sociedade Portuguesa Radiologia e Medicina Nuclear e com o apoio científico da Direção-Geral da Saúde.

‘Fibromiálgicos unidos pela saúde’
A ex-presidente da Associação Portuguesa de Doentes com Fibromialgia revelou hoje ter lançado uma nova página – ‘Fibromiálgicos...

A responsável quer agora falar em nome individual e, “com liberdade”, de um fármaco que tem como princípio ativo a citicolina, que lhe foi receitado há um ano para um problema que, aparentemente, não estava relacionado com a fibromialgia, e que, diz, a fez sentir-se curada.

Conta que no dia seguinte a iniciar o tratamento, acordou “sem inchaço nas mãos e na cara e sem ponta de dor”.

Fernanda Margarida de Sá, que começou a sofrer de fibromialgia há 25 anos, garantiu que quer continuar a acompanhar e a informar os doentes, para o que criou uma outra página, a título individual, na rede social Facebook, isto depois de solicitar o encerramento da página da Associação Portuguesa de Doentes com Fibromialgia (APDF) pelo “descrédito e mau ambiente” a que começou a assistir, após a divulgação do medicamento.

“Fomos acusados de receber uma avultada verba do laboratório e que estávamos a pagar aos doentes que mencionavam que estavam a sentir a cura”, sublinhou.

Fernanda de Sá garante que “a maior parte dos doentes manifesta euforia, por se sentirem curados, outros apontam melhorias significativas e poucos são os que dizem não sentir evolução positiva, provavelmente porque sofrerão de outros problemas associados ou porque não estão a fazer o tratamento da maneira correta”.

“Estão na minha cabeça os milhares de doentes que não estão felizes como eu, e por eles dei preferência a acabar com a instituição que criei, para ter a possibilidade de, através de um novo processo, continuar a ajudá-los, podendo falar daquilo que quero”, afirmou.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou em 2016 a norma “Abordagem Diagnóstica da Fibromialgia”, reconhecendo oficialmente a doença, que, segundo dados da APDF, atinge mais de 300 mil pessoas em Portugal.

No documento estão inseridos todos os pontos de diagnóstico, a forma como os doentes devem ser diagnosticados, acompanhados, e as bases científicas que levaram a DGS a elaborar esta norma, com obrigatoriedade de cumprimento.

SPMI promove, pela primeira vez, o Mês da Medicina Interna
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) vai assinalar, pela primeira vez, o Mês da Medicina Interna, em dezembro, com...

“Em dezembro, os Serviços de Medicina Interna têm de responder ao aumento das necessidades de internamento do Serviço de Urgência, que aumentam a sua lotação em mais de 30 por cento. Tantos doentes a mais são tratados com o mesmo número de internistas, sem qualquer compensação adicional, mantendo a qualidade assistencial”, explica João Araújo Correia, presidente da SPMI.

E acrescenta que “o doente agudo grave ou menos grave, e o que é portador de doença crónica descompensada, todos recorrem ao Serviço de Urgência do hospital, onde se sentem seguros e confiantes nas mãos dos internistas. Mesmo em dezembro, quando as doenças se multiplicam, a Medicina Interna está sempre lá, porque o trabalho não a assusta. Os portugueses podem continuar a contar com a dedicação dos internistas.”

É também em dezembro, no dia 14, que a SPMI assinala o seu aniversário: “Atualmente somos a maior Sociedade Científica Médica Portuguesa (com 2500 sócios) e o nosso crescimento é imparável, com 940 internos em formação”, conclui João Araújo Correia.

A partir deste ano, dezembro passará a ser assinalado como o mês da Medicina Interna. A vocação do internista para o tratamento do doente agudo ou crónico complexo faz com que possa trabalhar com qualidade em vários cenários, desde a emergência, à urgência, ao internamento (hospitalar ou domiciliário), às Unidades Intensivas e Intermédias, ou ainda nos Cuidados Continuados e Paliativos.

 

 

Parlamento
A salvaguarda do anonimato de quem fez doações para procriação medicamente assistida antes de o Tribunal Constitucional acabar...

Os partidos vão levar à discussão no parlamento projetos de lei que visam a criação de um regime transitório que salvaguarde as doações de gâmetas e embriões feitas antes do acórdão.

O Tribunal Constitucional considerou, em abril, que as normas que impunham sigilo absoluto relativamente às pessoas nascidas com recurso à dádiva de gâmetas ou embriões eram inconstitucionais, possibilitando o levantamento do anonimato dos doadores.

Em debate estará também um projeto de lei do Bloco de Esquerda para permitir que a gestante de substituição possa arrepender-se e revogar o seu consentimento até ao registo do bebé.

Também estará em debate um projeto de resolução do CDS-PP que recomenda o aumento de três para cinco ciclos de tratamentos de PMA comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde.

Relatório
O secretário regional da Saúde dos Açores, Rui Luís, adiantou ontem que as consultas de medicina infantil têm aumentado na...

“As consultas na área da medicina infantil têm aumentado. Desde 2014 para 2017 aumentaram 50%”, salientou, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, questionado sobre dados do relatório “Gerações Mais Saudáveis”, e que colocam os Açores como a terceira região do país com mais crianças e jovens sem médico de família.

Segundo o relatório do Conselho Nacional de Saúde, mais de dois anos depois de estar em vigor a legislação que estabelece que nenhuma criança deve ficar privada de médico de família, mais de 150 mil menores em Portugal estão nesta situação.

Só em Lisboa existem quase 110 mil crianças e jovens sem médico de família, o que corresponde a 16%, registando-se a maior percentagem na Madeira (40%) e a terceira maior nos Açores (11,8%).

Confrontado com estes dados, o secretário regional da Saúde disse que o executivo açoriano estima alcançar a cobertura total de médicos de família “nos próximos anos”, dando “prioridade” a crianças e jovens.

“Nós estimamos que faltem 27 médicos de família para garantir a todos os açorianos essa cobertura. Temos neste momento 43 médicos internos aqui nos Açores em formação, o que nos dá uma segurança de que, mesmo com toda a componente das reformas, conseguiremos cobrir muito em breve este desiderato que é garantir médico de família a todos os açorianos”, apontou.

Atualmente, existem cerca de 50 mil açorianos sem médico de família, nos concelhos de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Praia da Vitória.

No entanto, segundo Rui Luís, nos últimos concursos para médicos de família foram preenchidas todas as vagas.

“Abrimos mais vagas do que internos e todos ficaram. É um bom sinal. Estamos a garantir que os que se formam estão a ficar, mas, como abrimos um maior número de vagas e elas foram completas, também estamos a atrair jovens médicos que estão em formação noutras partes do país a virem para os Açores”, frisou.

O governante realçou, por outro lado, que as crianças e jovens são acompanhadas nos centros de saúde, mesmo sem terem médico de família, acrescentando que o executivo açoriano vai reforçar a saúde escolar.

“Vamos abranger cerca de mais 3.000 jovens com a componente da saúde escolar, no qual está incluído um exame global de saúde que é feito com médicos de família, independentemente de as crianças terem ou não médico de família”, salientou, referindo que a medida vai abranger nos próximos dois anos as escolas profissionais.

Sobrinho Simões
O médico Sobrinho Simões, que subscreveu o abaixo-assinado pela construção da nova ala pediátrica do hospital São João, no...

“É um exemplo único. O impressionante foi ver a mobilização de pessoas de todo o país em torno de uma causa tão nobre como esta”, afirmou Manuel Sobrinho Simões durante a conferência de imprensa para fazer o balanço do abaixo-assinado.

O abaixo-assinado para proclamar que é tempo de avançar de imediato com a construção da nova ala pediátrica do hospital São João, juntou 27 mil assinaturas, anunciou um dos responsáveis.

O documento, iniciativa do movimento cívico informal “Pelo Joãozinho”, vai ser enviado ao Governo de António Costa, à Assembleia da República e à Presidência da República, de forma a lembrar a “justeza e urgência” desta obra, afirmou o porta-voz do movimento, Júlio Roldão.

A recolha de assinaturas decorreu entre 05 de setembro e 07 de outubro e, entre os signatários, destaque para o arquiteto Álvaro Siza Vieira, a cientista Maria de Sousa, o presidente do FC Porto, os artistas e escritores Carlos Tê, João Bicker e Manuela Espírito Santo e o bastonário da Ordem dos Médicos, José Miguel Guimarães.

O patologista assumiu ter ficado “espantado” com a mobilização das pessoas de Norte a Sul do país, que não por razões políticas ou religiosas.

“Foi espantosa a adesão das pessoas e as mensagens de indignação que recebemos”, frisou.

O médico lembrou que é “assustador a fragilidade” em que as crianças estão a ser tratadas no centro hospitalar, tendo por isso conseguido “tocar toda a gente”.

Considerando que o movimento “cumpriu a sua missão”, Sobrinho Simões entende que a obra tem de ser feita o “mais rapidamente possível” porque as crianças merecem.

“Nós temos de introduzir cada vez na sociedade as pessoas, porque se pensarmos que o problema se resolve só com políticos, médicos, enfermeiros e técnicos estamos lixados”, sublinhou.

O médico reforçou que este “exemplo de cidadania” deve continuar porque esta resposta da sociedade é “necessária”.

Também presente na conferência, o porta-voz da APOHSJ – Associação Pediátrica Oncológica, Jorge Pires, contou estar a “intermediar” a reunião entre o conselho de administração do centro hospitalar e o presidente da Associação Joãozinho, que tem a titularidade da obra.

O objetivo é conseguir chegar a um consenso para que a obra se faça sem mais atrasos e sem mais entraves.

O parlamento aprovou a 27 de novembro, por unanimidade, a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2019, de forma a prever o ajuste direto para a construção da Ala Pediátrica, cuja obra o diretor clínico do São João prevê arrancar em 2019 e concluir em 2021.

Artur Santos Silva
O presidente do Conselho Consultivo das Fundações, Artur Santos Silva, defendeu ontem, no Porto, um reforço no apoio à...

"A investigação seja talvez o ponto em que o nosso país está mais atrasado. O Estado tem de aumentar muito no apoio e o setor privado tem de quintuplicar o apoio à investigação até 2030", disse Artur Santos Silva.

O presidente do Conselho Consultivo das Fundações, que dá nome ao prémio ontem foi atribuído na Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) ao primeiro presidente do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, apelou à "mobilização de todos" e deixou elogios ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

"A grande vitória da nossa democracia foi o salto do SNS que é um exemplo para muitos outros países", disse Artur Santos Silva.

Nesta sessão estiveram presentes o homenageado, José Guimarães dos Santos, bem como o atual presidente do IPO/Porto, Laranja Pontes, entre outras personalidades, como o representante do Governo e coordenador dos dossiês ligados às doenças oncológicas no Ministério da Saúde, Nuno Miranda.

No Dia Internacional do Voluntariado, a manhã ficou marcada pela atribuição de insígnias aos voluntários da LPCC, tendo sido chamadas dezenas de pessoas com cinco, dez, 15, 20 e 25 anos de dedicação.

Numa mensagem enviada à LPCC, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, desejou que o prémio atribuído ontem "sirva de inspiração para jovens médicos, mas também investigadores".

Já o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, também em mensagem escrita, apontou que a LPCC "é uma entidade assente na generosidade dos voluntários", agradecendo-lhes "o serviço prestado à comunidade em particular àqueles que mais sofrem".

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