Pretende maior acesso às vacina e travar o abuso das patentes médicas
A Médicos do Mundo (MdM) está a contestar o monopólio da Pfizer/BionTech sobre a vacina COVID-19, com a apresentação de duas...

Ambas as observações assinalam que os registos de patente apresentados pela BionTech não demonstram clara atividade inventiva, um dos critérios de patenteabilidade exigidos. De facto, a BionTech apenas aplicou o conhecimento do estado da arte das áreas técnicas das vacinas de mRNA e vacinação contra o coronavírus a um novo vírus, o SARS-CoV-2. Um conhecimento que foi produzido graças ao trabalho de investigadores académicos. Ou seja, foram necessárias apenas algumas semanas para que a Pfizer/BionTech produzisse a sua vacina - que representa atualmente 70% do mercado -, porque o conhecimento já existia.

Apesar das vacinas terem sido consideradas ferramentas essenciais na “guerra” contra a pandemia da COVID-19, os governos acordaram conceder direitos de monopólio a estas ferramentas essenciais. Como consequência, apenas algumas companhias farmacêuticas controlam a produção e a comercialização destas tecnologias e um elevado número de pessoas em todo o mundo são excluídas do acesso às mesmas. Dois anos depois do início da pandemia, apenas 11% das pessoas que vivem em países de renda baixa receberam uma primeira dose da vacina, quando essa percentagem é de 75% nos países de renda elevada, sendo que 44% destes receberam mesmo uma dose de reforço.

Investiram-se milhares de milhões de euros em saúde, mas a política do “tudo o que for necessário”, adotada pelos governos face às multinacionais farmacêuticas, revela ter um custo importante para toda a sociedade.

Como é frequente com produtos farmacêuticos, o público paga duas vezes pela investigação e desenvolvimento (I&D): primeiro, durante a investigação, dos cerca de 5,63 mil milhões de dólares (5,09 mil milhões de euros) investidos na I&D da vacina COVID-19, mais de quatro mil milhões de dólares (3,6 mil milhões de euros) ficaram nas mãos de cinco companhias farmacêuticas privadas; depois, mais tarde, através das patentes e da aquisição e reembolso, o sector público investiu mais de 51,1 mil milhões de

dólares (46,2 mil milhões de euros) em acordos de aquisição antecipados. Agora, a Pfizer/BionTech controla 70% do mercado europeu das vacinas COVID-19, com uma previsão de receitas globais de 17 mil milhões de dólares (15,37 mil milhões de euros) em 2022.

Ao pagar 20 vezes mais o preço de uma dose de vacina da Pfizer/BionTech, os governos escolhem transferir vários milhares de milhões de euros para companhias privadas, enquanto paradoxalmente os nossos sistemas de saúde desmoronam-se e a vacinação global continua a ser um desafio.

A única diferença é que desta vez aconteceu a uma enorme escala, o que explica os elevados lucros alcançados por um conjunto limitado de companhias farmacêuticas - a Pfizer mais que duplicou os seus resultados líquidos e alcançou mais de 22 mil milhões de dólares (19,9 mil milhões de euros) no ano passado.

Para assegurar uma resposta às necessidades globais de vacinas e evitar colocar apenas alguns produtores em situação de monopólio, os Estados deviam ter tomado, e ainda o podem fazer, várias medidas. Primeiro, as entidades reguladoras das patentes podem evitar conceder patentes duvidosas e indevidas, incluindo as duas patentes contestadas pela MdM. Segundo, os Estados-membros da Organização Mundial do Comércio deveriam conceder uma dispensa da proteção da propriedade intelectual de todas as tecnologias anti-COVID, tal como solicitado há mais de um ano por larga maioria dos países. Por fim, muitos países podem conceder licenças obrigatórias para permitir que outros produtores fabriquem e utilizem vacinas a um preço justo.

No caso da vacina COVID-19, acordar o pagamento de 20 euros por dose pode parecer aceitável, mas, considerando o investimento público em I&D e produção, assim como o facto do custo de produção de uma dose estar entre um e 2,5 euros, é problemático e representa uma carga pesada para os orçamentos nacionais. Milhões de euros podiam ter sido poupados e redirecionados aos nossos sistemas públicos de saúde.

3 de maio
A AbbVie, o Diário de Notícias e a TSF promovem, no próximo dia 3 de maio, a partir das 9h30, no Centro Cultural de Belém, a...

Nesta iniciativa será apresentado o Índice de Saúde Sustentável 2022, desenvolvido pela NOVA Information Management School (NOVA IMS). O estudo, que todos os anos avalia a evolução da sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), terá ainda novos dados sobre a perceção dos portugueses em relação à inovação.

Sob o mote “Futuro e Inovação em Saúde”, será ainda promovida uma discussão sobre tendências no setor e a importância do investimento em investigação e desenvolvimento, com a participação de várias personalidades ligadas à Ciência e à Saúde em Portugal.

 

Ação de sensibilização
Silas, Calado, Chaínho, Beto, Nandinho, Nuno Valente, José Carlos e ainda Toy, Ricardo Castro, Fernando Alvim, Rodrigo Gomes e...

No dia 7 de abril, às 11h, a Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDPróstata), em parceria com o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) e a Associação Portuguesa dos Árbitros de Futebol (APAF), vai realizar no Campus do Jogador em Odivelas uma partida amigável de futebol entre ex-futebolistas e outras figuras públicas, com o objetivo de sensibilizar a população masculina, em especial os homens acima dos 45 anos, para o cancro da próstata e a importância da sua prevenção. A iniciativa “Mostre um cartão vermelho ao cancro da próstata” acontece por ocasião do Dia Mundial da Saúde e vai juntar em campo nomes ligados ao futebol como Silas, Calado, Chaínho, Beto, Nandinho, Nuno Valente, José Carlos, assim como outras figuras públicas tais como o cantor Toy, o ator Ricardo Castro e os radialistas, Fernando Alvim, Rodrigo Gomes e Daniel Fontoura.

Esta é uma ação da APDPróstata que tem o apoio do SJPF, da APAF, da Câmara Municipal de Odivelas e da Astellas Farma, e se realiza no âmbito da campanha “Homens Bem Informados” – iniciativa nacional que pretende promover um maior conhecimento sobre o cancro da próstata, mediante a partilha de conteúdo informativo fidedigno, disseminado nomeadamente através da página de Facebook Homens Bem Informados.

O cancro da próstata é um tumor maligno que ocorre quando algumas das células da próstata se reproduzem muito mais rápido do que o normal. Diz respeito a uma patologia silenciosa e de evolução lenta, não apresentando sintomas nas fases iniciais. Numa fase mais avançada, quando os sintomas surgem podem ser confundidos com os de outras doenças, como a hiperplasia benigna da próstata. O cancro da próstata corresponde à segunda maior causa de morte por cancro em homens acima dos 50 anos de idade. Em 2020, foram diagnosticados em Portugal cerca de 7.000 novos casos de cancro da próstata.

 

"Os desafios da gripe: o que aprendemos com a pandemia?"
"Os desafios da gripe: o que aprendemos com a pandemia?" é o título do simpósio promovido pela Sanofi no dia 9 de...

O simpósio promovido pela Sanofi terá como palestrante Filipe Froes, pneumologista e coordenador do gabinete de crise covid-19 da Ordem dos Médicos (OM), que irá abordar os desafios colocados pela gripe e prevenção associados aos ensinamentos retirados da pandemia.

Para Helena Freitas, diretora-geral da área de vacinas da Sanofi, “É um orgulho para a Sanofi apoiar e integrar um evento tão importante para o setor da saúde e para a pneumologia em particular. Esta iniciativa permitirá um debate de ideias rico e que, com certeza, trará frutos para a abordagem e tratamento das doenças respiratórias, como a gripe, apresentando o atual estado da arte e as novas formas de prevenção que conferem uma nova esperança no futuro”.

Através do seu compromisso, a Sanofi pretende apoiar estas iniciativas que visam a literacia em saúde, além da sua atividade de investigação e desenvolvimento com o objetivo de oferecer soluções preventivas inovadoras que procuram responder às necessidades não atendidas dos doentes através da promoção da saúde e do bem-estar para um futuro melhor.

 

Fórum das Especialidades de Enfermagem
Organizado anualmente pelo Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica no Porto, este ano o Fórum das...

Com um programa muito diversificado, o fórum abordará temas como “O Valor dos Cuidados de Enfermagem em Tempo de Pandemia”, os “Contributos da Enfermagem Médico-Cirúrgica”, os “Contributos Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica”, os “Contributos da Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica e da Enfermagem Comunitária”, áreas de especialidade lecionadas no ICS Porto, e o “Poder da Comunicação em Tempos de Pandemia”. Numa fase pós-pandémica é tempo de refletir sobre as lições aprendidas na área da saúde e como os profissionais se podem preparar para o futuro.  

Constança Festas, coordenadora do Mestrado em Enfermagem no ICS Porto e membro da organização do evento, realça “que este fórum é um espaço de encontro e partilha do conhecimento produzido pelos estudantes das diferentes áreas de especialização do curso de Mestrado em Enfermagem, com base numa sinergia positiva entre academia e contexto real de assistência, capaz de produzir conhecimento que pode ser transferido tanto para a profissão, como para a disciplina de Enfermagem”.

O fórum que se realiza no dia 7 de abril, terá início às 9h00, e decorrerá presencialmente no Auditório Carvalho Guerra da Universidade Católica no Porto, mas também com a possibilidade de participação via online, assumindo um formato híbrido.

 

De 4 a 21 de abril
A Biblioteca da Universidade do Algarve tem patente a exposição “Uma Visita à História da Diabetes no Centenário da Descoberta...

“O que acontecia antigamente é que as pessoas morriam ao fim de alguns dias ou semanas, pelo que a grande revolução da descoberta da insulina foi levar estas pessoas à vida e integrá-las na sociedade. As pessoas passaram a saber gerir a sua própria doença, com o doente a autocontrolar e administrar o próprio tratamento. Esta exposição pretende mostrar a todos os portugueses a fantástica jornada deste tratamento que salva vidas”, destaca Luís Gardete Correia.

Até dia 21 de abril, os visitantes são convidados a descobrir os principais marcos históricos referentes ao tratamento da diabetes, começando no antigo Egipto (1550 A.C.), onde já havia referência a uma doença semelhante à diabetes, e terminando em 1921, ano em que a insulina foi descoberta e aplicada com sucesso pela primeira vez.

A exibição, que pretende percorrer Portugal de norte a sul e iniciou o seu percurso em Lisboa, esteve já presente em cidades como Braga, Coimbra, Covilhã, Évora, Porto, Funchal e Ponta Delgada.

Poderá visitar a exposição na Biblioteca da Universidade do Algarve, Campus de Gambelas, em Faro, até ao próximo dia 21 de abril, de 2.ª a 6.ª das 8h30 às 20h00 e aos sábados das 10h00 às 16h00. Para mais informações, consulte www.100anosinsulina.pt.

 

Evento online “Our Planet, Our Health” está aberto à participação de todos
A Ordem dos Nutricionistas está a dinamizar o seminário online “Our Planet, Our Health” que pretende assinalar o Dia Mundial da...

O evento, aberto à participação de todos, arranca com o tema “O nosso planeta, a nossa saúde”, que conta a participação de Sara Cerdas, deputada ao Parlamento Europeu, e a moderação a cargo de Bárbara Beleza, da Ordem dos Nutricionistas.

Segue-se a apresentação do estudo “Integração dos Nutricionistas no Serviço Nacional de Saúde”, por Luís Filipe Amaro, do Observatório da Profissão da Ordem dos Nutricionistas, ao qual se sucederá um debate sobre o acesso aos cuidados de nutrição em Portugal com oradores como Raquel Arteiro, da Unidade Local de Saúde da Guarda; Graça Ferro, da Unidade Local de Saúde do Alto Minho; Conceição Calhau, da Unidade Universitária Life Style Medicine CUF by NOVA Medical School; e João Gouveia Martins, do Hospital Ortopédico de Sant´Ana.

A iniciativa promovida pela Ordem dos Nutricionistas está integrada no tema definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Dia Mundial da Saúde de 2022, no qual se pretende enfatizar que são necessárias ações urgentes para manter os seres humanos e o planeta saudáveis, promovendo a criação de sociedades focadas no bem-estar.

Recorde-se que a OMS estima que mais de 13 milhões de mortes em todo o mundo, a cada ano, se devem a causas evitáveis, como é o caso dos maus hábitos alimentares, pelo que a Ordem dos Nutricionistas reforça que é urgente olhar para a nutrição como uma garantia de prevenção de doença e promoção de saúde.

 

 

Solidariedade
Empresa clínica portuguesa vai também ajudar os refugiados em Portugal que necessitam de cuidados de medicina dentária,...

A MALO CLINIC decidiu apoiar a integração de profissionais de saúde oral ucranianos, tendo já avançado com a contratação de duas médicas dentistas que fugiram da guerra para Portugal. Após uma rápida avaliação curricular, entrevista presencial e “day on the job”, as profissionais foram integradas na equipa da MALO CLINIC de Lisboa, desempenhando funções de assistentes dentárias enquanto aguardam o processo de regularização da situação de acreditação profissional junto da Ordem dos Médicos Dentistas. As profissionais, que foram sinalizadas através da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, podem assim desenvolver atividade profissional e minimizar os impactos sociais e económicos do flagelo que enfrentam.

A solidariedade da MALO CLINIC e da sua equipa para com o povo da Ucrânia foi também materializada através da doação de material médico e da recolha de bens essenciais. A mobilização da Administração e das equipas a nível nacional permitiu enviar mais de duas centenas de caixas com cerca de 4 toneladas de material e equipamento médico, alimentos, bens de higiene pessoal, roupa e agasalhos para a fronteira da Ucrânia com a Polónia, em articulação com diversas instituições a operar no terreno.

Para os ucranianos que se refugiam em Portugal, a MALO CLINIC está ainda a trabalhar no sentido de colocar a excelência da sua equipa médica e a inovação das suas soluções ao serviço daqueles que necessitam de cuidados de medicina dentária. Nesse sentido, em articulação com entidades de apoio à integração dos refugiados, está a avançar já com consultas de medicina dentária para responder a casos urgentes.

Pedro Mateus, CEO da MALO CLINIC, afirma: “A MALO CLINIC e a sua equipa estão solidários com o povo ucraniano e decididos em apoiar os que lá ficaram e os que chegam a Portugal. Sinto orgulho enorme na mobilização da equipa, pois o esforço conjunto que fizemos demonstra que a cultura da MALO CLINIC transformou-se e está melhor do que nunca. Cuidamos dos nossos e dos outros. Somos uma equipa sólida, com competências únicas a nível mundial, que se preocupa todos os dias em fazer o melhor pelos nossos clientes e por aqueles que mais precisam. Com a aposta estratégica na inovação, estamos a criar ciência que nos permite gerar sorrisos para todos”.

 

Opinião
A Artrite reumatoide (AR) é uma doença reumática, inflamatória, crónica, de etiologia desconhecida.

Afeta as articulações, os tecidos periarticulares e causa também um conjunto variado de manifestações sistémicas extra-articulares. A sua causa é desconhecida, mas pensa-se que para o seu aparecimento concorrem fatores ambientais diversos, entre os que se encontra o tabagismo, que em pessoas geneticamente predispostas serão capazes de levar ao aparecimento da doença.

A sua prevalência nos países industrializados varia de 0,5-1,5% e estima-se que em Portugal afete 0,8-1,5% da população, existindo em Portugal mais de 40000 doentes com esta doença. É duas a quatro vezes mais frequente no género feminino, pode surgir em qualquer idade, sendo o seu aparecimento mais frequente em mulheres após a menopausa.

Os sintomas iniciais mais frequentes são a dor e tumefação (inchaço) das articulações de pequeno e médio calibre, nomeadamente as articulações dos punhos, tornozelos e dedos das mãos e dos pés. Associadamente ocorre rigidez, ou seja, prisão dos movimentos, de predomínio matinal ou após períodos de repouso, o que condiciona marcada incapacidade para a realização de tarefas simples do dia-a-dia; lavar os dentes ou apertar botões podem ser um verdadeiro desafio nas primeiras horas da manhã. Menos frequentemente a doença pode surgir de forma repentina e associada a febre, emagrecimento e fadiga. Pode afetar muitos órgãos tais como os olhos, a pele, os sistemas nervoso, respiratório, cardiovascular, renal e hepático.

O diagnóstico precoce e consequente tratamento dos doentes com AR é fundamental, porque esta doença condiciona destruição articular e das estruturas em torno das articulações e sabemos hoje que uma parte significativa deste dano ocorre nos dois primeiros anos de doença. Para além disso a dor associada à doença e as limitações funcionais para a realização de atividades muito simples do dia-a-dia são causadoras de perturbações do sono, limitam a capacidade de desempenho laboral e perturbam, seriamente a funcionalidade destes doentes, com taxas de absentismo laboral muito elevadas, em doentes não tratados.

O tratamento dos doentes com AR deve ser sempre individualizado e realizado por uma equipa multidisciplinar e inclui medidas farmacológicas e não farmacológicas. Compete ao Reumatologista coordenador esta equipa que deverá incluir o médico de família, o fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, enfermeiro, nutricionista e psicólogo, bem como médicos de outras especialidades sempre que seja necessário.

Dentro das medidas não farmacológicas incluímos a promoção de hábitos de vida saudáveis, tais como:

  • deixar de fumar;
  • praticar exercício físico de forma regular, adaptado ao grau de atividade da AR;
  • otimizar o peso;
  • adotar hábitos alimentares corretos.

Dentro das medidas farmacológicas surgem na base do tratamento os medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides e corticosteroides, para aliviarem a dor e a inflamação numa fase inicial da doença ou sempre que surjam agudizações, com vista ao controlo dos sintomas. Em paralelo devem ser usados fármacos modificadores da evolução da doença (DMARDs), que visam controlar a inflamação e o dano estrutural e idealmente induzir remissão clínica e evitarem o aparecimento de deformações articulares. Incluem: “convencional synthetic” DMARDs (csDMARDs), tais como o Metotrexato, Leflunomida, Sulfassalazina, Hidroxicloroquina e os Sais de ouro; “targeted synthetic” DMARDs (tsDMARDs), tais como os inibidores da Janus kinase; “biological synthetic” DMARDs (bDMARDs), anticorpos dirigidos contra citoninas pró-inflamatórias envolvidas no processo inflamatório subjacente ao aparecimento da AR.

Conclusão:

  • A AR é uma doença reumática muito prevalente.
  • Apesar de ser uma doença crónica, existem fármacos que conseguem controlar a atividade da doença, evitar o dano articular e até atingir a remissão ou baixa atividade de doença, permitindo aos doentes ter uma vida perfeitamente normal.
  • São sinais de alerta: o aparecimento de dores e inchaço das articulações, por vezes com calor local, associados a dores noturnas e prisão marcada de movimentos, após repouso, frequentemente associados a fadiga.
  • A orientação precoce para a consulta de Reumatologia e a ulterior orientação por uma equipa multidisciplinar são os pilares para a boa evolução dos doentes com AR.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Doença Venosa Crónica
Em Portugal, à semelhança de outros países ocidentais, a doença venosa crónica atinge cerca de 35% da população adulta, com...

"A Doença Venosa Crónica (DVC) resulta de uma insuficiência das válvulas nas veias que dificulta o retorno venoso. Pode haver uma maior acumulação de líquidos na região das pernas e, consequentemente, um aumento de pressão nas veias. Tudo isto contribui para o aparecimento de sintomas e sinais como o inchaço, peso e dor nas pernas ", explica a Dra. Joana Ferreira.

As pessoas desvalorizam a doença e os seus sintomas numa fase inicial. “As primeiras queixas de DVC são a sensação de pernas pesadas, cansadas e dor que agravam com o calor e com a posição de pé. São queixas que limitam tarefas simples do dia-a-dia. Muitas vezes os doentes acham que os sintomas são normais para a idade ou com o verão. Outros dos primeiros sinais são as aranhas vasculares ou derrames (telangiectasias). Os doentes devem ir ao médico aos primeiros sintomas, quanto mais cedo for feito o diagnóstico e mais cedo se começar a tratar a doença, melhor será a sua evolução. Não tratando, surgem manifestações cutâneas progressivamente mais severas que podem inclusive culminar na úlcera venosa (uma ferida na perna)", explica a Dra. Joana Ferreira.

A DVC é muitas vezes diagnosticada tardiamente, o que pode afetar a qualidade de vida dos doentes, com um impacto social e económico significativo. Calcula–se que a DVC é responsável por um milhão de dias de trabalho perdidos, por 21% de mudanças nos postos de trabalho e 8% das reformas antecipadas, em Portugal.

Os principais fatores de risco para vir a sofrer de DVC são:

  • A predisposição familiar: uma pessoa que tenha antecedentes familiares de DVC tem maior probabilidade de vir a desenvolver a doença;
  • O sexo feminino: devido às alterações hormonais, à contraceção hormonal e à gravidez;
  • A idade: à medida que envelhecemos as nossas veias perdem resistência;
  • A gravidez: provoca alterações hormonais e grande carga nos membros inferiores (consequentemente, nas veias);
  • A obesidade: o excesso de peso provoca uma grande carga nos membros inferiores e, consequentemente, nas veias;
  • A obesidade está associada a formas graves de DVC

Outros fatores de risco são a falta de exercício físico e o sedentarismo, o consumo de tabaco, a obstipação, e permanecer parado, durante longos períodos, de pé ou sentado. Assim, os doentes devem recorrer à ajuda médica sempre que suspeitem que estão perante uma situação de DVC.

O diagnóstico é simples, podendo numa consulta médica serem investigados aspetos relacionados com a doença. Segue-se um exame físico, onde se procuram sintomas e sinais da doença, podendo nesta fase ser utilizado um Doppler portátil ou um eco-Doppler, para identificar a presença de refluxo ou potencial oclusão venosa.

No website "dor nas pernas", plataforma da Servier Portugal, é possível encontrar toda a informação sobre a patologia, com recurso a botões interativos e muitas curiosidades sobre o tema.

Também se dão a conhecer quais os primeiros sintomas, muitas vezes considerados normais, como dor, sensação de pernas cansadas e/ou pesadas, comichão, cãibras, bem como situações mais graves de varizes, edema (pernas inchadas) e alterações da cor da pele.

Selénio e a saúde cognitiva
E se um nutriente presente na nossa alimentação pudesse ser concentrado na forma de comprimido e uti

Um cérebro envelhecido desenvolve menos neurónios do que um cérebro jovem. Com menos neurónios para lidar com a troca rápida de impulsos, o cérebro começa a desacelerar.

Bem, prepare-se para uma surpresa. Os cientistas do Queensland Brain Institute (QBI), na Austrália, alteraram com sucesso o processo e conseguiram, de facto, estimular o crescimento dos neurónios, revertendo assim a deficiência cognitiva. E fizeram-no administrando suplementos de selénio, um micronutriente essencial que é encontrado na nossa alimentação.

Estimular o crescimento dos neurónios

Estudos anteriores sobre o impacto do exercício em cérebros envelhecidos descobriram que os níveis de selenoproteína P, uma proteína chave para transportar selénio no sangue, foram elevados pela atividade física.

Sabe-se há cerca de 20 anos que o exercício físico estimula o crescimento dos neurónios no cérebro, embora o mecanismo não seja totalmente compreendido. Por conseguinte, a equipa australiana de cientistas queria ver se o selénio poderia replicar o efeito rejuvenescedor do exercício sobre o cérebro, e descobriram que poderia.

Quando deram suplementos de selénio a ratos, a produção de neurónios nos seus cérebros aumentou, revertendo efetivamente o revés cognitivo do envelhecimento.

Reverter as lesões causadas pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC)

No entanto, não fica por aqui. Os investigadores do QBI também testaram se o selénio poderia de alguma forma influenciar o retrocesso cognitivo dos cérebros em ratos que tinham sofrido um AVC. Também aqui o selénio revelou o potencial de restaurar a capacidade cognitiva normal.

Os ratinhos jovens e saudáveis são normalmente muito bons a aprender e a memorizar. Um AVC, contudo, priva-os da capacidade de realizar estas tarefas. No entanto, os cientistas conseguiram restaurar a capacidade normal de aprendizagem e a função de memória em ratos afetados por um AVC.

Nova esperança terapêutica para seres humanos

Embora a investigação tenha sido realizada em ratos de laboratório, a equipa australiana de cientistas acredita que os resultados do seu estudo abrem uma nova oportunidade terapêutica para impulsionar a função cognitiva em indivíduos que são impedidos de se exercitarem, seja devido a uma saúde precária ou à velhice.

O selénio não é apenas importante para a função cerebral, mas também para a saúde cardiovascular e o bem-estar geral. Isto foi demonstrado no estudo KiSel-10 que foi publicado em 2013 no International Journal of Cardiology.

Neste estudo, os idosos que tomaram uma levedura de selénio chamada SelenoPrecise juntamente com cápsulas de coenzima Q10 tiveram 54% menos mortes relacionadas com a doença cardiovascular.

Factos:

O que é o selénio?

O selénio é um oligoelemento essencial (e um mineral) que obtemos em variados alimentos, tais como os cereais integrais, marisco, miudezas e nozes. O corpo precisa de selénio para produzir entre 25-30 proteínas diferentes dependentes de selénio - ou selenoproteínas - que são necessárias para apoiar diferentes funções biológicas como o sistema imunitário, o crescimento de unhas e cabelo, a fertilidade, o metabolismo e a produção celular. A ingestão média de selénio na Europa é substancialmente baixa devido aos solos agrícolas serem pobres em nutrientes.

O que é a selenoproteína P?

No nosso organismo, temos uma série de selenoproteínas que desempenham diferentes funções. Uma delas é denominada selenoproteína P e é a proteína com maior teor de selénio, razão pela qual é utilizada para avaliar o status de selénio do organismo. A selenoproteína P transporta o selénio do fígado para os diferentes tecidos do corpo, incluindo o cérebro. A selenoproteína P é capaz de atravessar a barreira hemato-encefálica, que serve para proteger o cérebro contra agentes patogénicos e toxinas circulantes na corrente sanguínea. Devido à sua capacidade de penetrar esta camada protetora, a selenoproteína P é essencial para o fornecimento de selénio ao cérebro.

Fontes:
Selenium mediates exercise-induced adult neurogenesis and reverses learning deficits induced by hippocampal injury and aging, Cell Metabolism, February 3, 2022

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Iniciativa do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) e a Delta Cafés
O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) e a Delta Cafés vão divulgar um apelo à prática da atividade física,...

“Nunca é demais relembrar os portugueses que é fundamental adotar um estilo de vida saudável e praticar atividade física, independente da idade. As recomendações da Organização Mundial da Saúde determinam que a duração aconselhada é de 30 minutos diários de atividade física moderada ou intensa para os adultos e 60 minutos diários para crianças e jovens”, frisa Leonor Prates, Diretora do Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do HFF. 

Para Rui Nabeiro, comendador da Delta Cafés, “esta é uma iniciativa que muito nos orgulha. Faz parte do nosso compromisso social ajudar na divulgação e promoção de campanhas que permitam melhorar a vida dos portugueses, pelo que acreditamos que esta parceria é mais um passo nesse sentido”.  

O Dia Mundial da Atividade Física visa promover a prática de atividade física junto da população, assim como mostrar os benefícios do exercício físico. 

O Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do HFF tem como objetivo “reabilitar”, ou seja, “voltar a habilitar” os doentes referenciados com doenças do foro dos sistemas neuromuscular, cardiopulmonar ou musculoesquelético. Para atingir este objetivo o serviço está organizado em equipas de reabilitação multidisciplinares constituídas por fisiatras, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, terapeutas da fala, neuropsicólogos e técnicos assistentes, contando com a participação e envolvimento do doente e da família. 

 

“Somos todos compatíveis” é a campanha lançada em 2022
“Somos todos compatíveis” é a campanha lançada em 2022 pela Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) que apela à...

Esta campanha surge associada à missão da APCL de apoiar os doentes com leucemia  bem como outros cancros do sangue e as suas famílias e fez-se mais sentida pela necessidade crescente de apoios sociais, necessidade essa agravada após os dois anos de pandemia que acabámos de viver.   É também objetivo da APCL abrir as portas da Casa de Acolhimento para doentes e famílias durante o ano de 2022, será a primeira Casa a dar resposta à necessidade dos doentes hemato-oncológicos, de todo o país, que se vêm obrigados a deslocar-se para Lisboa para terem acesso a transplantes de medula óssea ou outros tratamentos mais específicos. Em Portugal, as Unidades de Transplante de medula óssea têm número limitado e estão centralizadas em Lisboa, Porto e Coimbra, desta forma, muitas famílias sentem muitas dificuldades em deslocar-se aos grandes centros, mas que são os únicos que oferecem as terapêuticas necessárias.

“A APCL luta diariamente ao lado dos doentes e suas famílias contra a leucemia e outras doenças hemato-oncológicas, ajudando e apoiando-os de várias formas, mas este apoio só é possível graças à solidariedade dos portugueses e dos donativos que enviam. Esta ajuda tem sempre um impacto enorme para a APCL e para estas famílias, contudo a consignação do IRS é provavelmente a única forma de ajudar sem custos”, afirma Carlos Horta e Costa, Vice-Presidente da APCL. “Somos todos compatíveis para doar um pouco de nós. A doação dos 0,5% não representa qualquer custo para os portugueses, mas é uma ajuda enorme para todos aqueles que a APCL apoia.”

 Ao preencher a declaração anual de IRS Modelo 3 (em papel ou on-line), no Quadro 11 (Instituições Particulares de Solidariedade Social ou Pessoas Coletivas de Utilidade Pública, basta fazer uma cruz no Campo 1101 e coloque o NIPC (nº de identificação de pessoa coletiva) da APCL no espaço à frente: 505 945 401. Sem qualquer custo para si, poderá dar um donativo correspondente a 0,5% do valor liquidado no IRS. É ainda possível prescindir do benefício de 15% do IVA suportado no abate à coleta do IRS, doando o Estado esse valor à Associação Portuguesa Contra a Leucemia. Este donativo em nada a afeta o que eventualmente tenha a receber das finanças. Saiba mais sobre a consignação do IRS à APCL aqui

 

Balanço da linha lançada a 1 de abril de 2020
Mais de 148 mil pessoas, entre os quais 9.500 profissionais de saúde, receberam apoio através da Linha de Aconselhamento...

“As chamadas recebidas pela Linha de Aconselhamento Psicológico do SNS 24 estão relacionadas sobretudo com problemas e sintomatologia associados à ansiedade, ao agravamento de psicopatologia prévia, à gestão e adaptação em situação de crise”, refere em nota divulgada a SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

Lançada no dia 1 de abril de 2020, através de uma parceria entre a SPMS, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Ordem dos Psicólogos Portugueses, a Linha procura dar “uma resposta de proximidade em saúde mental aos cidadãos durante a pandemia”.

“Nas situações emergentes, em que o psicólogo identifique que existe perigo para o próprio utente ou para terceiros, a chamada é transferida para o INEM, que assegura o acionamento dos meios de socorro adequados”, explica a SPMS.

O psicólogo pode também identificar a necessidade de encaminhamento para o serviço de Triagem, Aconselhamento e Encaminhamento do SNS 24, se considerar que a situação do utente não ficou resolvida com o aconselhamento psicológico ou que apresentem outro tipo de sintomatologia.

 

Cientista foi homenageado
Fabiano de Abreu Agrela, com família de origem madeirense será cientista no hospital Martin Dockweiler, mais avançado da...

Desde o dia 27 deste mês que o neurocientista, Fabiano de Abreu Agrela, está na Bolívia como representante português no XI Congresso Internacional de Medicina de La Universidad de Aquino, na Bolívia. O evento teve lugar em 4 cidades do país sul-americano.

Nestes últimos dias Abreu palestrou nas cidades boliviana de La Paz, Oruro, Cochabamba e Santa Cruz de La Sierra. Também conheceu as instalações do seu novo laboratório no hospital recém-inaugurado Martin Dockweiler, considerado um dos mais avançados da América Latina, onde liderará pesquisas à distância desde Castelo de Paiva onde vive.

Durante esta temporada na Bolívia, Fabiano de Abreu recebeu diversas homenagens assim como Portugal que foi referenciado por diversas vezes.

Uma das homenagens ocorreu na Escola Europeia de Negócios onde Abreu irá liderar a implementação do primeiro curso de neurobusiness.

Por outro lado, a Universidade de Udabol, organizadora do XI Congresso Internacional de Medicina, o maior evento do género do país convidou Abreu para ser o embaixador e mentor do primeiro curso de neurociência da Bolívia, incluindo os três graus de ensino académico.

Este convite partiu da instituição após discussão de vários conceitos diferenciados que o neurocientista já divulgou em artigos científicos e que teve oportunidade de debater aquando da sua visita a este país. Durante as palestras foi notório o interesse pelo tema por parte do público que se mostrou muito recetivo no que toca às ideias apresentadas.

A instituição também colocou à disposição das suas pesquisas o laboratório do Hospital Universitário, instalações inauguradas recentemente e que são as mais modernas da Bolívia.

Durante a visita o neurocientista mostrou-se muito satisfeito com todas as parcerias firmadas e com a boa receção do público às suas ideias. Abreu considera que este tipo de cooperação pode ser muito útil e produzir conhecimento.  

 

Distinção
A BebéVida, laboratório português de criopreservação de tecidos e células estaminais, acaba de ser distinguida como PME Líder...

“É com muito orgulho que vemos ser-nos atribuído pelo IAPMEI e pela Banca Portuguesa, o estatuto de PME Líder, pelo 12.º ano consecutivo. Encaramos este reconhecimento como uma confirmação da nossa forte solidez económica e financeira, reforçando ainda mais a confiança de todas as Famílias que acreditaram e continuam a confiar em nós”, refere Luís Melo, administrador do laboratório sediado no Porto. O mesmo deixa uma mensagem “Agradeço a todos e a cada um dos nossos colaboradores. Só com a dedicação e esforço de cada um de Vós estes resultados são possíveis de alcançar! Continuamos a ser únicos no nosso setor”.

Esta distinção, lançada em 2008 pelo IAPMEI, confere às organizações um selo de reputação que distingue o mérito das empresas nacionais com desempenhos superiores. Este título atesta os resultados sólidos das empresas e as condições das mesmas, sendo um importante fator de credibilidade juntos dos parceiros, banca e clientes ao conferir notoriedade e confiança.

A celebrar o seu 18º aniversário este ano, a BebéVida tem vindo a somar variados reconhecimentos nacionais e internacionais ao longo dos últimos anos, entre os quais a acreditação FACT, a mais completa distinção que um laboratório de criopreservação de células estaminais pode obter a nível mundial, renovada no início de 2021 e válido por mais três anos; a certificação “TOP 5% Melhores PME de Portugal de 2020”, atribuída pela consultora SCORING no início de 2021, que determina as empresas que se enquadram no grupo restrito das melhores 5% relativamente ao desempenho e solidez financeira; e o estatuto INOVADORA COTECT 2021, que reconhece os elevados padrões de solidez financeira e desempenho económico atingidos pelas empresas.

 

 

 

 

13º Simpósio “Aquém e Além do Cérebro”
O 13º Simpósio “Aquém e Além do Cérebro”, promovido pela Fundação BIAL, vai debater entre 6 e 9 de abril, na Casa do Médico,...

No simpósio vão participar alguns dos mais importantes cientistas e filósofos da atualidade, incluindo, entre muitos outros, nomes como Anil Seth, Joseph Takahashi, Dean Buonomano, Wolf Singer, Marc Wittmann, e os portugueses Rui Costa e Miguel Castelo-Branco.

 Ao longo dos três dias do simpósio, mais de vinte neurocientistas, físicos, psicólogos e filósofos vão debater a passagem do tempo, e os seus efeitos, ainda hoje um dos maiores desafios científicos e filosóficos.

 Rui Costa, neurocientista e membro da comissão organizadora do simpósio, explica que “a maioria dos organismos possui mecanismos biológicos sintonizados com a passagem do tempo. Também a existência humana é profundamente influenciada pelo inexorável progresso do tempo, quer do ponto de vista físico, quer psicológico. Neste simpósio vamos juntar várias perspetivas e efeitos da passagem do tempo, a sua natureza que continua a ser debatida pelos físicos, os sentimentos subjetivos que a sua passagem evoca nos seres humanos e noutros animais, e questões fundamentais a que o tempo se encontra associado, como, por exemplo, o complexo problema da causalidade”. 

Principais destaques do 13º Simpósio “Aquém e Além do Cérebro”

Abertura | 6 de abril | 21h15

O Simpósio inaugura com uma comunicação do orador TED Anil Seth (Sussex, Reino Unido), que vai falar do que se sabe atualmente sobre a perceção que os seres humanos, os cérebros, e as máquinas têm do tempo, destacando a ideia de que o cérebro é uma “máquina de realizar predições”.

Primeira Sessão | 7 abril | 9h00

Com moderação de Etzel Cardeña (Lund, Suécia), a sessão será dedicada à física do tempo. Orfeu Bertolami (Porto, Portugal), Jimena Canales (Urbana-Champaign, EUA) e Daniel Sheehan (San Diego, EUA) vão explorar como os físicos concebem o tempo na atualidade, e como as suas teorias são moldadas por aquilo que sabemos sobre a perceção do tempo. Questões fundamentais e ainda não resolvidas, tais como a possibilidade de precognição ou a natureza da causalidade, serão abordadas durante estes diálogos, que encerrarão com uma conferência de Bernard Carr (Londres, Reino Unido).

Segunda Sessão | 8 de abril | 9h00

Vai estar em debate a biologia do tempo, com moderação de Miguel Castelo-Branco (Coimbra, Portugal). Esta sessão conta com comunicações de Julia Mossbridge (San Diego e Petaluma, EUA), Michael Brecht (Berlim, Alemanha) e Joseph S. Takahashi (Dallas, EUA), que irão explorar o modo como os organismos se adaptaram à passagem do tempo: dos relógios biológicos aos mecanismos da memória, dos “pressentimentos” aos ritmos circadianos, os oradores debruçar-se-ão sobre as muitas formas como os sistemas neuronais respondem ao tempo na ausência de sistemas recetores específicos dedicados à sua perceção. A manhã termina com uma conferência de Wolf Singer (Frankfurt, Alemanha), que irá apresentar uma visão global sobre os tipos de mecanismos que evoluíram para permitir aos organismos vivos “interpretar” o tempo.

Terceira Sessão | 9 de abril | 9h00

A terceira sessão vai focar-se na experiência do tempo. Caroline Watt (Edimburgo, Reino Unido) vai moderar as comunicações de Dean Buonomano (Los Angeles, EUA), Chris Roe (Northampton, UK) e Jennifer Coull (Marselha, França), que irão abordar em que consiste sentir a passagem do tempo, o modo como os cérebros e os corpos influenciam a nossa perceção do mesmo, e como os eventos futuros nos podem afetar. A terminar a manhã haverá uma conferência de Marc Wittmann (Friburgo, Alemanha), dedicada às ligações entre o Eu e o tempo.

Programa completo do 13º Simpósio “Aquém e Além do Cérebro”: https://www.bial.com/media/3206/13th_symposium-behind-and-beyond-the-brain_program2022.pdf

Investigação
Um estudo liderado pelo investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC),...

A descoberta resulta de cerca de 15 anos de investigação na área dos biomarcadores (indicadores de determinadas patologias), e só foi possível devido a uma estreita colaboração entre o CNC, o Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), o departamento de Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e ainda o laboratório de Neurobiologia Molecular do I3S (Universidade do Porto).

A Esclerose Múltipla, uma doença inflamatória e degenerativa que afeta o sistema nervoso central (SNC), é difícil de diagnosticar, devido à diversidade de sintomas, semelhança com outras doenças inflamatórias do SNC e ausência de indicadores específicos para a doença, ou seja, de um método de diagnóstico específico. Cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de EM, sendo que em Portugal estima-se que a doença afete mais de 8 mil pessoas.

Neste estudo, foram utilizadas amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR) de doentes com Esclerose Múltipla e de doentes com outras doenças inflamatórias do sistema nervoso central. O LCR é um líquido presente entre o crânio e o cérebro e também na medula espinhal, que atua como um amortecedor, servindo de proteção. Além disso, contém um grande número de moléculas produzidas, libertadas e processadas a partir do SNC, o que faz deste líquido uma janela única para o estudo de doenças do sistema nervoso.

Numa primeira fase da investigação, recorrendo a estas amostras biológicas, em contexto laboratorial, «foi identificado um grupo de proteínas que permitiu distinguir

corretamente 80-90% das amostras de doentes com EM. Posteriormente, após uma análise estatística exaustiva, oito proteínas obtiveram lugar de destaque, uma vez que, quando avaliadas em conjunto, permitiram classificar e categorizar com 80% de confiança os doentes com Esclerose Múltipla. Estas oito proteínas definem agora um novo painel de biomarcadores para a EM», explicam Carlos Duarte, coordenador do estudo e professor catedrático da FCTUC, e Ivan Salazar, primeiro autor do estudo e investigador do CNC-UC.

Os resultados, publicados na revista Journal of Neuroinflammation, concluem os investigadores, «constituem um avanço significativo para o desenvolvimento de novas estratégias de diagnóstico, ou prognóstico, para a Esclerose Múltipla. Além do mais, contribuem também para a avaliação de novas estratégias terapêuticas para esta doença».

Este estudo foi financiado pela National Multiple Sclerosis Society (EUA), Biogen (EUA) e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) (Portugal). O artigo está disponível em: https://doi.org/10.1186/s12974-022-02404-2.

 

Legenda da ilustração: principais etapas do projeto com o objetivo de identificar novos marcadores moleculares para apoio ao diagnóstico da Esclerose Múltipla. Amostras de líquido cefalorraquidiano são recolhidas dos doentes (A) e posteriormente é analisada a sua composição em proteínas (B). A fase atual do projeto consiste na confirmação dos resultados obtidos utilizando uma técnica baseada na utilização de anticorpos específicos para cada proteína, denominada ELISA (C). Ilustração por Rui Tavares.

Tratamento da luxação recidivante do ombro
Inaugurada no início de março, a Clínica Cirúrgica de Carcavelos é um dos poucos locais em Portugal

Indicada para o tratamento da luxação recidivante antero inferior do ombro, a cirurgia de Latarjet é um procedimento minimamente invasivo que permite, “não só o tratamento de eventual patologia associada”, como um pós-operatório menos doloroso já que é “menos agressivo”. Por outro lado, trata-se de uma técnica guiada “que visa otimizar a transferência da coracoide para o sítio ideal”.

De acordo com a especialista em Patologia do Ombro, com este procedimento, realizado por via artroscópica, consegue-se a “transposição da coracoide e tendão conjunto para a face anterior da glenoide, através de um split do subescapular”.

Sem grandes complicações, já que as mais frequentes “são pequenas não requerem reintervenções cirúrgicas”, esta cirurgia tem um período de recuperação com imobilização, “seguido de um programa de reabilitação de aproximadamente 4 meses de reabilitação”.

A complicações graves são raras. No entanto, a especialista alerta: há contraindicações! “Existem algumas contraindicações relativas e absolutas que devem ser sempre discutidas com o cirurgião. Regra geral não é executada em pessoas idosas, ou em que o tendão do subescapular não esteja íntegro”, explica.

Por que motivo ocorre a luxação do ombro?

Uma luxação do ombro ocorre quando o úmero se separa da omoplata, ao nível da articulação gleno-umeral, grande parte devido a traumatismo com o braço em adução e rotação externa. Uma vez que o ombro apresenta uma grande amplitude de movimentos, é muito vulnerável a este tipo de lesões, sobretudo entre desportistas, para quem este procedimento está indicado.

Segundo Coordenadora de Ortopedia da Joaquim Chaves Saúde, Bárbara Campos, este é um “método extremamente eficaz no tratamento da instabilidade recidivante do ombro”, muito embora as opções de tratamento serão sempre discutidas avaliando caso a caso em consulta “de ortopedia com um cirurgião de ombro”.

 

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Hoje pelas 20h00
Depois do contributo inegável das vacinas para o controlo da pandemia, vários medicamentos demonstraram já, no âmbito da...

Sob a moderação do presidente da SPP, Prof. Doutor António Morais, a sessão vai contar com a participação do Prof. Hélder Mota Filipe, Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos.

Numa segunda parte desta sessão, o debate será aberto a quatro representantes das companhias farmacêuticas que investigaram e desenvolveram novas moléculas destinadas ao tratamento da COVID-19.

A sessão destina-se, em exclusivo, a profissionais de saúde, e será transmitida na plataforma da Sociedade Portuguesa de Pneumologia: https://pneumologia-elearnings.pt

 

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