Oncologia
O Cancro do Pulmão é a terceira neoplasia mais frequente em Portugal, sendo que no ano de 2020 foram

Com uma taxa de sobrevivência “global aos cinco anos de 16% - “18% no caso da mulher e 14% no do homem” -, o cancro do pulmão encontra-se tradicionalmente dividido em dois grandes grupos: o cancro do pulmão de não pequenas células e o cancro do pulmão de pequenas células

Segundo Ana Luís Garcia, Chefe do serviço de cirurgia torácica do IPO de Coimbra, o “Cancro do Pulmão de não pequenas células, corresponde ao tipo mais comum de cancro do pulmão (cerca de 85% a 90% dos casos). Dentro deste existem vários subtipos, como o adenocarcinoma (subtipo mais comum – 40%), o carcinoma epidermoide, o carcinoma e as grandes células e o carcinoma sarcomatoide”.

Além do cancro do pulmão de pequenas células, a especialista adianta que “existe ainda outro subtipo de tumores pulmonares, que são os Tumores Carcinoides, que representam cerca de 5% dos tumores do Pulmão, tendo este tipo de tumores um melhor prognóstico”.

Entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença encontra-se o tabagismo. “Cerca de 85% dos casos de Cancro do Pulmão são diagnosticados em pessoas que fumam ou fumaram. Existem, no entanto, outros fatores risco, como a exposição a fatores ambientais, como o amianto ou as alterações moleculares, e o próprio envelhecimento”, explica a cirurgiã.

E embora o seu curso seja, frequentemente, silencioso, existem alguns sinais de alarme que devem ser tidos em consideração para o seu diagnóstico, como é o caso da falta de ar, tosse e expetoração persistentes.

“No entanto, e como já referi anteriormente, o tabagismo é o maior fator de risco para cancro do pulmão, sendo que estes sinais e sintomas são frequentes nos fumadores e ex-fumadores, o que leva frequentemente à sua desvalorização. É, por isso, necessária uma especial atenção quando existe um agravamento da falta de ar, da tosse ou da expetoração, ou se esta aparecer com sangue.  Existem ainda outros sinais de alerta, como a perda de apetite, o emagrecimento, a fadiga acentuada ou a rouquidão.  Apesar de estes serem sinais de alarme, é importante referir que nenhum deles é específico de cancro do pulmão, mas que devem incentivar a pessoa a procurar a consulta realizada por um Médico Assistente para realização da investigação diagnóstica”, sublinha a médica.

Quanto ao diagnóstico, Ana Luís Garcia refere que este não é “estanque nem linear”. “Habitualmente, é realizado um exame de imagem que levanta a suspeita de cancro do pulmão, como a radiografia do tórax ou a tomografia computorizada (TC).  Caso exista essa suspeita, será necessário efetuar uma biopsia pulmonar, ou seja, a recolha de fragmentos de tecido para que seja realizada a confirmação. Este material pode ser obtido por biopsia transtorácica (uma agulha é colocada através do tórax e guiada por métodos de imagem para alcançar a lesão pulmonar) ou por broncoscopia ou ecoendoscopia. O material e células colhidos são enviados para estudo anátomo-patológico, que confirmará a existência de doença”, explica.

Do mesmo modo, o tratamento instituído depende de uma série de variáveis como o estado geral do doente, o estádio da doença e o tipo e localização do tumor. “Os tratamentos mais frequentemente propostos são a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia, os tratamentos alvo e a imunoterapia. Estes tratamentos podem ser realizados de forma isolada ou combinados entre si, sequencialmente ou em simultâneo”.

De acordo com a especialista, “nos estádios iniciais (I e II), a cirurgia é o tratamento preferencial. Os tumores localmente avançados (estádios III) são os que oferecem maiores desafios terapêuticos, sendo muitas vezes necessária a adoção de terapêuticas multimodais, em que se combina quimioterapia e radioterapia com intervenção cirúrgica”. Já nos estádios IV, “em que o tumor já se encontra em outras partes do corpo, podem usar-se diversas terapêuticas sistémicas (quimioterapia, terapêuticas alvo e imunoterapia), com o objetivo de atrasar o crescimento do cancro, melhorando os sintomas e a qualidade de vida”.

A Cirurgia Vídeotoracoscópica (VATS) revolucionou a forma como os cirurgiões diagnosticam e tratam a patologia pulmonar em estadios precoces. Esta “consiste na realização de uma cirurgia através de pequenas incisões que são utilizadas para colocação de uma câmara de vídeo e dos instrumentos necessários para a remoção do tumor”. Tal como explica Ana Luís Garcia, esta técnica “permite uma recuperação pós-operatória mais célere e com menos dor, um melhor feito estético e um menor tempo de internamento, tendo ainda inúmeras vantagens para o doente submetido a este tipo de cirurgia, com resultados oncológicos sobreponíveis aos da Cirurgia Torácica Clássica”.

No entanto, revela “nem todos os casos têm indicação para esta abordagem. A decisão sobre a técnica cirúrgica deve garantir que os princípios oncológicos são respeitados e o objetivo da cirurgia é cumprido, assim como a segurança do doente”.

Com um enorme impacto socioeconómico, - “existe uma perda de produção devido à mortalidade prematura provocada por esta doença, havendo ainda enormes encargos provocados pelo o tratamento da doença no Sistema Nacional de Saúde” -, a implementação de um programa de rastreio poderia mitigar o enorme impacto económico da doença, sustentando por um diagnóstico cada vez mais precoce.

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Bolsas de 60 mil euros
O concurso, promovido pela Fundação BIAL, é dirigido a investigadores com projetos científicos nas áreas da psicofisiologia e...

O valor dos apoios subiu nesta edição 10 mil euros, passando o montante máximo para 60 mil euros por projeto.

As candidaturas serão analisadas pelo Conselho Científico da Fundação BIAL.

O regulamento e a documentação do concurso estão disponíveis em www.fundacaobial.com/pt/apoios.

Desde a sua criação, o sistema de apoios à investigação científica da Fundação BIAL já apoiou um total de 775 projetos de 1.624 investigadores, provenientes de 29 países de vários continentes.

Os trabalhos financiados pela Fundação BIAL resultaram já na publicação de 2.036 artigos, dos quais 1.632 em revistas indexadas (no Scopus ou Web of Science) e 1.404 em revistas com fator de impacto. Quase metade dos artigos foram publicados em revistas pertencentes ao primeiro quartil (Q1) na sua respetiva área científica. Até julho de 2022, 1.472 artigos foram citados, em média, 24 vezes.

 

 

 

Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF)
Os Serviços de Infeciologia e de Gastrenterologia do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) criaram, recentemente,...

“Trata-se de uma iniciativa conjunta, fruto de uma parceria entre três entidades [o HFF, a ET Agualva-Cacém e uma organização não governamental (ASHEAS)], que pretende responder a este desafio de forma global, com a formação de profissionais, a melhoria do diagnóstico através do rastreio, a descentralização de consultas médicas, o apoio individualizado e a toma da medicação, de forma a beneficiar os doentes e a atingir a meta da eliminação da hepatite C nesta população”, afirma Patrícia Pacheco, referindo que, de acordo com um levantamento efetuado pela ET Agualva-Cacém, em 2019, apenas 28,3 por cento dos 534 utentes com serologia VHC+ tinham evidência documental de referenciação hospitalar.

Alexandra Martins refere que “a hepatite C crónica é um importante problema de Saúde Pública”.  “Estima-se que, globalmente, cerca de 115 milhões de pessoas, ou seja, 1,6 por cento da população mundial estiveram alguma vez infetadas pelo VHC, sendo, por isso, muito importante a descentralização das consultas especializadas hospitalares para locais onde esta população de alto risco se encontra em seguimento.” 

E continua: “Em Portugal, tal como noutros países desenvolvidos, uma das áreas identificada como crítica no atingimento desta meta é o acesso de populações vulneráveis, como é o caso dos utilizadores de drogas, que apesar de terem elevado risco de infeção, persistem com acesso limitado aos cuidados de saúde especializados e ao tratamento. Desde 2017 que o plano nacional para as hepatites virais refere explicitamente a necessidade de criar estratégias individualizadas e adequadas a populações que vivem com hepatites virais crónicas e apresentam maior dificuldade em aceder aos Serviços de Saúde.”

Este novo modelo de consulta visa reduzir as barreiras aos cuidados de saúde e expandir o acesso ao tratamento e ao seguimento, através da interligação de cuidados. O envolvimento dos diversos parceiros, com equipas multidisciplinares, com responsabilidades definidas e partilhadas num novo modelo local integrativo de gestão do percurso do doente com hepatite C pode contribuir para a estratégia de micro-eliminação de hepatite C. Este projeto teve início em 2019, mas a sua implementação foi adiada pela pandemia COVID-19.

A infeção pelo vírus da hepatite C é uma doença infeciosa crónica com elevada taxa de cura dada a eficácia e segurança dos novos regimes antivirais de ação direta. O tratamento tem um benefício individual (redução do risco de desenvolvimento de cirrose, carcinoma hepatocelular e de outras complicações extra-hepáticas), bem como coletivo (pela evicção de transmissão de novas infeções). A meta da OMS é a erradicação da hepatite C enquanto problema de saúde mundial em 2030.

Reduzir internamentos e idas às urgências
O Serviço de Cardiologia do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) deu início ao Programa de Telemonitorização...

“Este projeto é uma mais-valia para o seguimento dos doentes, uma vez que permite intervir atempadamente em caso de descompensação da doença, orientando-os para uma consulta mais breve, encaminhando-os para fazer terapêutica em Hospital de Dia ou ajustando os medicamentos telefonicamente. Esta intervenção precoce traz ganhos em saúde para o doente e monetários para o Serviço Nacional de Saúde, tendo em conta a redução do número de internamentos”, afirma David Roque, cardiologista e corresponsável pelo Programa de Telemonitorização Domiciliária Cardíaca.

E desenvolve: “Começámos com a introdução de quatro doentes, porém vamos ter um total de 18. Perspetivamos que estejam todos incluídos até outubro deste ano.”

De acordo com David Roque, este programa é destinado a pessoas com insuficiência cardíaca que, “estando razoavelmente estáveis em ambulatório, tenham períodos frequentes de descompensação e tenham tido um internamento por insuficiência cardíaca no último ano. É preciso também que disponham de condições socioeconómicas para terem este projeto em casa e que consigam lidar com as novas tecnologias.

Os aparelhos para telemonitorização permitem fazer uma medição diária de vários parâmetros - pressão arterial, frequência cardíaca, saturação periférica do oxigénio, eletrocardiograma e peso. Sempre que algum dos valores não esteja dentro da normalidade, os profissionais de saúde contactam o doente, atuando assim previamente e evitando vindas ao Serviço de Urgência ou internamentos.

A Insuficiência Cardíaca é uma síndrome clínica cada vez mais prevalente em todo o mundo, estimando-se que, só em Portugal, afete mais de 400 mil pessoas. Na grande maioria dos casos, constitui uma patologia crónica, com descompensações, sendo a causa mais frequente de hospitalização em indivíduos com mais de 65 anos, cursando, por isso, com grande morbilidade, elevado impacto na qualidade de vida dos doentes e nos recursos económicos dos Serviços de Saúde, e com prognóstico reservado a médio prazo.

 

Estudo publicado na revista americana ‘Aging and Mental Health’ relaciona problemas da visão e desempenho cognitivo em idosos
A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), alerta a população portuguesa para o perigo que representa o...

Este apelo surge no seguimento da divulgação de um estudo publicado na revista científica americana ‘Aging and Mental Health’ que ao comparar indivíduos com e sem problemas de visão, aqueles que apresentavam problemas tinham 44% mais probabilidade de demência e 41% maior risco de comprometimento cognitivo.

"Este estudo está entre os primeiros a avaliar a associação entre problemas de visão e comportamentos cognitivos em idosos por meio de um meta-análise abrangente dos estudos de base populacional. As nossas descobertas somam-se às evidências crescentes de que a visão desfocada é um fator de risco para o desenvolvimento da demência", afirma o autor e professor Beibei Xu, do Centro de Informática Médica da Universidade de Pequim.

"Diagnosticar e tratar as condições oculares pode ser benéfico – tanto para melhorar a qualidade de vida de uma pessoa como para retardar ou parar a perda de memória. Os mais recentes resultados destacam a importância de se realizarem exames oculares regulares em pacientes com mais idade, permitindo que eventuais problemas com a sua visão sejam detetados e tratados precocemente”, frisou o investigador.

“Portugal é o segundo país do mundo com média de idade mais elevada e por isso deve preparar-se para os desafios do envelhecimento. Melhorar a saúde da visão no contexto de uma população envelhecida deve ser uma prioridade do Serviço Nacional de Saúde”, adverte Raúl de Sousa, Presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO).

De acordo com um estudo divulgado na revista científica ‘The Lancet Public Health’, em todo o mundo 153 milhões de pessoas vão sofrer de demência em 2050. Prevê-se que em Portugal sejam mais de 350 mil pessoas.

 

Exposição solar, stress, alimentação e descanso são fatores a ter em conta
O Herpes Zoster, ou Zona, é uma infeção causada pela reativação do vírus varicella zoster, o mesmo q

Normalmente, a Zona manifesta-se por lesões cutâneas muito dolorosas e pruriginosas, que se desenvolvem num dos lados do corpo, principalmente na região do tórax e da barriga. Podem, também, ser afetadas outras partes do corpo, como olhos e rosto. Mesmo depois da erupção cutânea estar resolvida, os doentes podem ter nevralgia pós-herpética (NPH), uma das principais e mais graves complicações associadas à Zona.

Atualmente, não existe um tratamento capaz de erradicar este vírus. Contudo, existem formas de prevenção que incluem medidas de proteção e diminuição do contágio e outras, que devem ser consideradas para evitar a ativação do vírus:

1. Evitar a exposição ao sol: segundo dados de estudos de Taiwan e Austrália1, o alto índice de raios ultravioleta (UV) está correlacionado com a incidência de Zona ao longo do tempo e com um maior risco da doença nos homens. A reação cutânea associada a uma exposição solar prolongada, sobretudo sem proteção, pode despoletar ou intensificar as erupções na pele, uma vez que os raios UV a ressecam, tornando-a mais vulnerável e suprimindo a resposta imunitária.

2. Controlar o stress: o stress pode deixar o nosso sistema imunitário fragilizado, o que dificulta a ação das células de defesa do nosso organismo (linfócitos) no combate a vírus e bactérias. É recomendado aliviar o stress através de atividades relaxantes ou de lazer, como praticar exercício físico, meditação ou aproveitar para passar momentos com a sua família e amigos.

3. Dormir bem: dormir pouco ou ter um sono com pouca qualidade é um dos fatores que contribui para o surgimento de Zona. O ideal é dormir, pelo menos, 8 horas diárias para repor as energias gastas ao longo do dia e evitar que os níveis de imunidade baixem.

4. Manter uma alimentação rica em frutas e vegetais: é importante evitar alimentos ricos em açúcar, pois aumentam os radicais livres e são responsáveis pela inflamação do organismo, gerando um stress oxidativo que pode favorecer o aparecimento de doenças autoimunes e degenerativas.

Além dos cuidados recomendados, é importante estar atento a sintomas, como formigueiro ou dormência a nível dorsal ou no tronco; ardor; prurido; dor; manchas avermelhadas e pequenas bolhas que contêm um líquido transparente. Em caso de dúvida ou para mais informações, consulte o seu médico.

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Varicela: contágio que passa despercebido

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo vai avaliar o risco de alterações do sono
A Associação Chama Saúde acaba de lançar o primeiro estudo nacional sobre alterações do sono em bombeiros, com o apoio da Linde...

O estudo, que vai avaliar o risco de alterações do sono, consiste num inquérito online, que requer a participação significativa dos bombeiros portugueses. O grupo, considerado de alto risco será contactado individualmente para realizar estudos de rastreio de distúrbios respiratórios do sono, que vão complementar a informação do questionário.

“A participação dos bombeiros é necessária e fundamental, por isso apelo pessoalmente a que todos os bombeiros portugueses respondam ao inquérito. Só dessa forma será possível estabelecer níveis de prevalência das alterações do sono nos nossos bombeiros”, explica Cecília Longo, médica pneumologista e Presidente da Associação Chama Saúde. “Ao identificar os bombeiros de alto risco, vamos identificar eventuais patologias que necessitam de tratamento. Estamos neste momento em negociações para a criação de uma Via Verde de acesso rápido dos bombeiros diagnosticados com patologia do sono aos hospitais da sua área de residência em todo o país de modo a terem prescrições da ventiloterapia através do SNS”, acrescenta Cecília Longo.

Já Maria João Vitorino, diretora da Linde Saúde, refere que “a Linde Saúde associou-se a este estudo para pôr ao serviço destes indivíduos, cujo papel é tão relevante para as populações, os recursos e a experiência no acompanhamento de pessoas com distúrbios do sono. E numa altura em que, infelizmente, os bombeiros portugueses estão tão sobrecarregados, é importante perceber se os seus períodos de descanso são efetivamente reparadores”.

O estudo nacional surge na sequência de estudos internacionais que revelaram que a alteração da qualidade do sono nos bombeiros é uma realidade decorrente das alterações dos ritmos circadianos, que pode ser por privação de sono em tarefas como a supressão de incêndios rurais, havendo aumento dos níveis de fadiga e diminuição da performance das tarefas. Trabalhadores por turnos apresentam uma maior tendência não só da alteração da qualidade como da eficácia do sono.

A obesidade, hipertensão e a diabetes são fatores de risco que podem contribuir para a existência destes distúrbios com enorme impacto na qualidade de vida. Sintomas como dores de cabeça, sonolência diurna, ressonar noturno e paragens de respiração presenciadas por quem dorme ao lado, bem como menor rendimento intelectual, são relevantes para a suspeita clínica e devem ser confirmados por estudos do sono completos.

 

Campanha solidária decorreu entre 12 de abril e 6 de junho
A Oral-B doou 60.000€ à organização não governamental Mundo A Sorrir, através da campanha de angariação solidária, “Sorrisos...

O momento da doação foi celebrado na sede da ONG, no Porto, e contou com as presenças de Mariana Dolores, Presidente da Mundo A Sorrir, e Francisco Reis, responsável de Marketing da Oral-B. Os 60.000€ angariados preveem impactar cerca de 6.000 beneficiários em Portugal e São Tomé e Príncipe.

“É com grande entusiamo que recebemos este apoio da Oral-B, que irá permitir estender a nossa atuação em Portugal e em São Tomé e Príncipe através da concretização de novos projetos. Estamos de coração cheio porque vamos conseguir ajudar ainda mais crianças e jovens a ter acesso a cuidados básicos de saúde oral, proporcionando-lhes um crescimento mais saudável e consciente. A Oral-B é uma empresa preocupada com o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, principalmente, das camadas mais jovens. São um verdadeiro exemplo de responsabilidade social corporativa.”, celebra, Mariana Dolores, Presidente da Mundo A Sorrir.

Em Portugal, o projeto da Mundo A Sorrir terá como objetivo aumentar a literacia dos jovens socioeconomicamente vulneráveis, que frequentam escolas profissionais, sobre os fatores de risco do cancro oral e garantir o seu acesso a cuidados de saúde oral. O financiamento da Oral-B irá beneficiar 650 alunos a partir de 540 rastreios orais e 300 tratamentos dentários com 150 professores envolvidos. Já em São Tomé e Príncipe, a campanha “Sorrisos Saudáveis” vai permitir fortalecer o sistema de saúde e melhorar a saúde pública e oral entre os mais vulneráveis, impactando crianças do ensino primário e profissionais de saúde, comunidade escolar e população em geral. A doação da Oral-B à Mundo A Sorrir vai contribuir para 5.170 jovens africanos através de 5.000 rastreios orais, 450 consultas dentárias e 5.000 kits de higiene entregues.

“Estamos muito orgulhosos pela resposta dos portugueses à nossa campanha de angariação solidária. É muito gratificante poder, em dois meses, não só reforçar a higiene oral dos nossos consumidores mas também conseguir com isso 60.000€ que farão toda a diferença na nobre missão da Mundo A Sorrir em gerar sorrisos mais saudáveis na comunidade jovem de Portugal e São Tomé e Príncipe.”, refere Francisco Reis, responsável de Marketing da Oral-B.

 

Campanha “Olhe pelas Suas Costas”
Com o final das aulas e o início das férias, o tempo livre ansiado durante todo o ano pelas crianças é substituído por idas à...

“O período de férias é sinónimo de descanso e brincadeira para a maioria das crianças, mas não para a coluna destas. A má postura na sala de aula ou as mochilas com peso a mais dão agora lugar a outros comportamentos prejudiciais para a saúde das costas dos mais novos. Como tal, os pais devem estar atentos à postura destes durante as atividades do dia-a-dia", alerta Bruno Santiago, neurocirurgião e coordenador da campanha nacional “Olhe pelas Suas Costas”.

Mergulhar de forma perigosa:

Este é, de longe, o aspeto mais importante. Os mergulhos podem ser perigosos e provocar lesões irreversíveis na coluna vertebral ou até mesmo ser letais. É muito importante ensinar as crianças a mergulhar de forma correta, tendo atenção à posição adotada enquanto mergulham, mas sobretudo ao local onde o fazem, devido à profundidade e potencial existência de rochas.

Levar peso desnecessário no saco de praia:

O peso excessivo que antes se verificava nas mochilas da escola passa agora para os sacos de praia que as crianças levam para os campos de férias, que na sua maioria não estão preparados para levar muito peso. Trocar o saco por uma mochila de alça dupla e retirar os objetos desnecessários pode fazer a diferença. Além disto, é importante garantir que o peso está bem distribuído e não esquecer que o peso da carga não deve ser superior a 10% do peso corporal da criança.

Ficar deitado na toalha:

Evitar posições que exijam muito esforço por parte da coluna é outro ponto a ter em conta. Tentar que a criança não passe demasiado tempo deitada, preferir a posição de barriga para cima e a utilização de uma pequena almofada são gestos que evitam contracturas musculares.

Mesmo sentado, existem alguns cuidados a ter: a criança deve sentar-se de forma confortável, mas correta. Costas direitas e com uma postura correta é fundamental para evitar dores desnecessárias.

Sedentarismo:

A atividade física, desde que feita de forma equilibrada e adequada, é benéfica, não só para o bem-estar da criança, como também para a saúde das costas desta. O exercício físico regular ajuda a manter o corpo saudável fortalece os músculos, tanto das costas, como do resto do corpo. Além disso, a prática desportiva previne a obesidade, uma das principais causas de dores nas costas em qualquer idade

Como tal, durante as férias dos mais novos, que deixam de ter aulas semanais de educação física, é crucial combater o sedentarismo. Caminhar, andar de bicicleta, sessões de treino específico, fazer alongamentos e nadar são exemplos de exercícios benéficos.

Desportos radicais:

Ainda assim, é importante ter em atenção que desportos estão a ser praticados pelas crianças. Quando realizados sem supervisão ou conhecimento, qualquer desporto pode ser perigoso para uma criança, mas alguns levam esta característica ainda mais longe.

Atividades como andar de skate ou patins, por exemplo, representam um perigo aumentado, uma vez que permitem que a criança atinja maiores velocidades enquanto em contacto com o chão estão apenas rodas, o que poderá resultar em consequências mais graves aquando de uma queda.

Longas horas a jogar videojogos:

É mais do que sabido que o uso de tecnologias, como é o caso das consolas de videojogos, acabam por facilitar o entretenimento em casa, mas o seu uso está muitas das vezes associado a posturas incorretas.

É crucial que o tronco da criança esteja alinhado, sendo que as costas devem estar direitas, a cadeira deve ter uma altura que permita que as pernas estejam dobradas num ângulo de 90 graus. Além disto, o ecrã deve ser colocado ao nível dos olhos.

A campanha frisa assim a importância de vigiar as crianças durante o período das férias, ensinando-as a fazer escolhas acertadas e seguras. “Adotar comportamentos preventivos é meio caminho andado para evitar consequências graves e, em alguns casos, irreversíveis para a coluna dos mais novos. Além disto, crianças informadas transformam-se em adultos mais educados para a sua saúde e a importância que cada um de nós tem na promoção hábitos saudáveis, que muito contribuem para a nossa qualidade de vida”, reforça o médico.

 

Dia Mundial do Cancro do Pulmão assinala-se a 1 de agosto
Ir ao médico ou fazer exames não costuma ser uma atividade prazerosa e muito menos ainda em tempo de férias de verão, quando as...

Até porque, tal como refere António Araújo, diretor do serviço de Oncologia Médica do Centro Hospitalar Universitário do Porto, refere: “temos assistido a uma série de atrasos e falhas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) a nível de acesso aos cuidados de saúde primários e das urgências, que se refletem, naturalmente, em demoras de diagnóstico”. 

De acordo com o especialista, “é natural que no período de férias haja consultas e exames ainda mais atrasados. Porque já existem no SNS muitas dificuldades a nível da imagiologia, da radiologia e da radiologia de intervenção, essenciais para fazer o estadiamento do cancro do pulmão e que leva, muitas vezes, a atrasos na realização dos exames já em tempo normal. Assim, é natural que no período de férias as coisas se agravem mais”.

É importante estar atenção aos sinais e sintomas, também neste período de férias, sobretudo porque “o cancro do pulmão é muitas vezes confundido com outras doenças”, o que tem a ver com o tipo de sintomas: tosse, expetoração, falta de ar, “associados a doenças mais benignas”.

Embora o tabagismo continue a ser a causa predominante de cancro do pulmão, a incidência, desta patologia, em não fumadores é um importante problema de saúde pública, como refere António Araújo: “A população, e mesmo, às vezes, os próprios médicos de família, acaba por pensar em primeiro lugar no que é mais frequente e esquecem-se de pôr na equação a possibilidade de ser cancro do pulmão. O que muitas vezes resulta em atrasos no diagnóstico.” E, recorda o médico, “Numa doença que tem um prognóstico reservado, quanto mais avançado for o estádio, ou seja, quanto mais avançado estiver o tumor, a probabilidade de sobrevivência do doente diminui. Daí ser fundamental fazer o diagnóstico o mais precoce possível, para aumentar as possibilidades de sobrevivência”.

António Araújo reforça ainda que, “com os novos medicamentos que têm surgido, conseguimos dar mais tempo e melhor qualidade de vida aos nossos doentes. Com o advento da terapia dirigida a alvos, conseguimos aumentar muito a sobrevivência nos casos que têm alvos moleculares que podem ser potencialmente tratados, o que corresponde, a cerca de 25-30% da população com cancro do pulmão”. A este novo armamentário terapêutico junta-se, ainda, “a imunoterapia, que foi um avanço enorme e uma mudança no paradigma no tratamento do cancro do pulmão”.

António Araújo defende também, em prol do diagnóstico precoce, que está na hora de criar um rastreio em Portugal para o cancro do pulmão. “Existe já evidência científica que justifica a implementação de, pelo menos, um programa piloto de rastreio. Sendo o diagnóstico precoce uma arma fundamental para darmos mais qualidade de vida aos nossos doentes, o rastreio seria um utensílio de enormíssima importância para conseguirmos diagnosticar os doentes mais cedo, podendo ainda ser usado para promover a cessação tabágica. Está na altura dos políticos encararem com interesse a sua implementação.”

Saiba mais em https://saudeflix.pt/cancronaotiraferias/

Dia Mundial das Hepatites
Hoje, Dia Mundial da Hepatite, queremos desmistificar esta doença. Que tipos há? Como surge?

O fígado é um importante órgão do sistema digestivo no nosso organismo. Tem como principais funções a participação na digestão, produção e armazenamento de substâncias essenciais ao organismo e desintoxicação.

A hepatite ocorre quando existe uma inflamação do fígado. Esta patologia é frequentemente causada por infeções virais, mas podem existir outras causas como a hepatite autoimune ou a tóxica, secundária a medicamentos, drogas, toxinas ou álcool. No caso da hepatite autoimune, acontece quando existe uma falha no sistema imunitário e o organismo produz erradamente anticorpos contra o tecido hepático.

Existem 5 tipos de hepatites virais: hepatites A, B, C, D e E, cada uma delas provocada por vírus diferentes. A hepatite A é sempre uma doença aguda a curto prazo, enquanto as hepatites B, C e D têm maior probabilidade de se tornarem contínuas e crónicas. A hepatite E é geralmente aguda, e pode ser particularmente perigosa em mulheres grávidas.

Hepatite A

A hepatite A é causada pelo vírus da hepatite A (VHA). Este tipo de vírus é frequentemente transmitido pelo consumo de alimentos ou água contaminados por fezes de uma pessoa infetada por hepatite A.

É comum em Portugal e, de uma forma geral, surge na infância ou no jovem adulto. A hepatite A é autolimitada e não evolui para doença crónica. A vacina está disponível e é recomendada para pessoas que viajam para países onde a doença é comum.

Hepatite B

A hepatite B é transferida através do contacto com fluidos corporais infetados como o sangue, secreções vaginais ou esperma, contendo o vírus da hepatite B (VHB). O uso de drogas injetáveis, a relação sexual desprotegida com um parceiro infetado ou a partilha de lâminas ou objetos cortantes aumentam o risco de contrair hepatite B. É talvez o tipo mais perigoso e grave, afetando milhões de pessoas em todo o mundo.

Estima-se que em Portugal esta doença afete cerca de 1,0 a 1,5% da população. Apesar de grave, a hepatite B pode ser prevenida pela vacinação, que tem uma eficácia de 95%. É administrada em 3 doses e faz parte do Plano Nacional de Vacinação, sendo por isso gratuita.

Hepatite C

A hepatite C é provocada pelo vírus da hepatite C (HCV). É transmitida através do contacto direto com fluidos corporais infetados, geralmente através do uso de drogas injetáveis e contato sexual. Cerca de 70 a 80% dos doentes infetados evoluem para doença crónica; em 20% deles a infeção pode levar a cirrose e cancro de fígado.

Hepatite D

Também chamada de hepatite delta, a hepatite D é uma doença hepática grave causada pelo vírus da hepatite D (VHD). O VHD é contraído através do contacto direto com sangue infetado. É uma forma rara de hepatite que ocorre apenas em conjunto com a infeção por hepatite B, uma vez que o vírus da hepatite D não se consegue multiplicar sem a presença do vírus da hepatite B. Embora não exista vacina para este tipo de doença, a vacina para a hepatite B também previne a infeção pelo vírus da hepatite D.

Hepatite E

A hepatite E é uma doença transmitida pela água e causada pelo vírus da hepatite E (VHE). Transmite-se pelo consumo de água ou alimentos contaminados e geralmente não evolui para a cronicidade. Pode ser particularmente grave se for contraída por mulheres grávidas.

Hepatites não infeciosas

Álcool e outros produtos tóxicos

O consumo excessivo de álcool pode causar danos irreversíveis no fígado, resultando em hepatite alcoólica, por lesão direta das células hepáticas. Com o tempo podem surgir danos permanentes, levando a insuficiência hepática e cirrose. A cirrose, que surge em 10-20% dos casos, é caraterizada pela substituição do tecido hepático normal em cicatrizes. Como resultado, a estrutura do fígado fica alterada, não sendo capaz de realizar as suas funções habituais. O único tratamento eficaz é parar de consumo álcool. Diferentes toxinas são: medicamentos, sobretudo se em doses excessivas, drogas, venenos ou plantas.

Resposta do sistema imune

Em alguns casos, o sistema imunitário produz anticorpos que atacam as células do fígado. Esta inflamação contínua pode variar de leve a moderada, tendo na maioria das vezes repercussão na função hepática. É três vezes mais comum em mulheres do que em homens.

Sinais e sintomas de Hepatite

Em muitos casos a hepatite pode não ter manifestações sintomáticas. Os sintomas podem não ocorrer até que os danos afetem a função hepática.

Quando ocorrem, sobretudo nas formas agudas, os sintomas incluem: fadiga, perda de apetite, perda de peso, peles e olhos amarelados (icterícia), urina escura, fezes claras e dores abdominais.

Como pode ser diagnosticada

O diagnóstico da hepatite é feito em conjugação com a história clínica, exame objetivo, resultados de exames laboratoriais e ecografia abdominal. Em alguns casos pode ainda ser necessária uma biopsia hepática.

Prevenção e tratamento

Como na maioria das doenças, a melhor aposta é a prevenção:

  • Ter uma boa higiene
  • Ter atenção e cuidado com os alimentos crus e a ingestão de água não potável, sobretudo nos países em desenvolvimento
  • Não partilhar objetos cortantes
  • Ter relações sexuais seguras através da utilização de preservativo
  • Vacinação nos casos em que existe
  • Não consumir bebidas alcoólicas em excesso, assim como drogas, plantas desconhecidas e medicamentos sem prescrição médica e fora das doses recomendadas.

Quando a prevenção, não é possível, existem tratamentos que variam consoante o tipo de hepatite. Nos casos de doença aguda, o tratamento passa por privação do agente em causa, repouso e dieta. Nos casos de doença crónica, o tratamento é feito com recurso a medicamentos específicos que impedem a multiplicação do vírus.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Novo ensaio clínico
Os resultados de um ensaio clínico recente indicam que as células estaminais mesenquimais podem vir a ser um potencial...

A diabetes tipo 1 está a aumentar, tanto em adultos como em crianças.

Segundo a Federação Internacional de Diabetes, a doença é um dos problemas de saúde global do século XXI com crescimento mais rápido – dos atuais 537 milhões de diabéticos, devemos passar a 643 milhões, em 2030, e alcançar os 783 milhões, em 2045.

Os doentes com diabetes tipo 1 dependem da administração diária de insulina ao longo da sua vida, o que pode levar à progressiva resistência do organismo e à sua perda de eficácia, gerando a necessidade de investigação pela procura de novas abordagens terapêuticas.

“Pela capacidade de regularem a atividade do sistema imunitário e poderem preservar a função das células produtoras de insulina, as células estaminais mesenquimais têm vindo a ser testadas em contexto de diabetes tipo 1”, explica Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal. “Foi esta a base para a realização de um novo ensaio clínico, que procurou averiguar a eficácia da administração intravenosa de células estaminais mesenquimais a doentes com diabetes tipo 1”, acrescenta.

Neste ensaio, que teve duas fases, participaram 21 doentes recentemente diagnosticados com diabetes tipo 1, divididos em dois grupos. Inicialmente, o grupo A recebeu duas doses de células estaminais mesenquimais, e o grupo B recebeu solução salina (placebo). Após um ano, os participantes tratados com células estaminais receberam placebo, e vice-versa.

A segurança do tratamento experimental foi avaliada nos dois anos seguintes, não tendo sido registados efeitos adversos graves decorrentes da administração de células estaminais, e tendo o procedimento sido considerado seguro.

Comparando os resultados de ambos os grupos, verificou-se que o tratamento com células estaminais esteve associado a um melhor controlo dos níveis de glicémia, ao aumento dos níveis de moléculas anti-inflamatórias no sangue e, segundo os questionários respondidos pelos participantes, a melhorias na sua qualidade de vida. A análise comparativa dos resultados do grupo que recebeu células estaminais por altura do diagnóstico, com os do grupo tratado um ano depois, revelou que a administração destas células numa fase mais precoce parece ser mais vantajosa.

O exercício físico regular foi outro parâmetro avaliado. Os participantes que realizaram mais de três horas e meia de exercício físico por semana, adicionalmente à terapia com células estaminais, registaram uma diminuição significativa dos níveis de hemoglobina glicosilada (o que indica um melhor controlo da glicémia), e aumentaram a quantidade de insulina endógena, comparativamente com os que não praticaram exercício físico dentro dos níveis recomendados.

Os resultados deste ensaio clínico indicam que as células estaminais mesenquimais da medula óssea têm efeitos benéficos em crianças com diabetes tipo 1, sobretudo se forem administradas numa fase precoce. Trata-se de um tratamento em fase experimental, sendo necessário realizar mais estudos que permitam a sua otimização, de forma que este possa ser incorporado na prática clínica.

Para aceder aos estudos científicos mais recentes sobre os resultados promissores da aplicação de células estaminais, visite o Blogue de Células Estaminais.

Dia Mundial das Hepatites assinala-se a 28 de julho de 2022
A ARRISCA – Associação Regional de Reabilitação e Integração Sociocultural dos Açores promove hoje, entre as 9h30 e as 12h30,...

A sessão de abertura vai contar com a presença de Clélio Meneses, Secretário Regional da Saúde e Desporto do Governo dos Açores, Pedro Nascimento Cabral, Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, e Gil Sousa, Presidente da Direção da Arrisca.

Na primeira parte do encontro decorre a apresentação “Estratégia para Erradicação Universal da Hepatite C”, que ficará a cargo de Maria Antónia Duarte, diretora do serviço de Gastroenterologia do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, seguindo-se a apresentação do projeto “HépaerradiCar”, por Suzete Frias, diretora-geral da ARRISCA.

Este evento, aberto ao público em geral, pretende informar e sensibilizar a comunidade local sobre as hepatites virais, encorajando a prevenção, diagnóstico através de rastreio precoce e tratamento, no sentido de se cumprir as respetivas metas para 2030, ou seja, a Erradicação da Hepatite Viral como ameaça global à Saúde Pública.

“Com esta sessão pretendemos dar a conhecer o projeto “HépaerradiCar”, que é um programa de eliminação de hepatite C a decorrer nesta região, e assenta essencialmente numa abordagem de rastreio à população mais vulnerável e numa fase posterior de rastreio à população em geral”, refere Suzete Frias, diretora-geral da ARRISCA, salientando que “queremos rastrear 60% da nossa população até dezembro, e além disso reencaminhar os doentes para tratamento acompanhando-os durante esse período de forma a levá-los a terminar o tratamento e erradicar a doença”.

A par desta iniciativa, está prevista para outubro, a realização de uma ação de formação, mais técnica e clínica, para os médicos de Medicina Geral e Familiar da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel (USISM), ligada ao tema da hepatite C e possivelmente da co-infeção.

Esta iniciativa conta com o apoio da AbbVie, Rotary Club de Ponta Delgada e Laboratórios Germano de Sousa e com a chancela do Governo dos Açores.

 

Inteligência Artificial para desenvolvimento de medicamentos personalizados
A iLoF anuncia uma nova ronda de US $5 milhões em financiamento para apoiar a sua visão de democratizar o acesso à medicina...

A nova ronda de financiamento foi liderada pela portuguesa Faber, contando com a participação dos fundos norte-americanos M12, o fundo de capital de risco da Microsoft, e Quiet Capital, e dos fundos europeus Lunar Ventures, Alter Venture Partners, re.Mind Capital e Fluxunit, o fundo de capital de risco da ams OSRAM. O angel investor Charlie Songhurst, ex-director geral da Microsoft, e a Berggruen Holdings, o family officer de Nicolas Berggruen, investidor e filantropo, também participaram na ronda.

Este financiamento será usado para acelerar compromissos atuais com algumas das principais empresas globais no espaço Farmacêutico, Biotecnológico e Clínico, tendo como objetivo acelerar pilotos correntes e futuros e agilizar o desenvolvimento da plataforma. No total, a empresa arrecadou mais de US $8 milhões em financiamento até o momento.

Até 2023, a equipa contratará mais de 20 pessoas, em perfis de física, ciência de dados, biologia e gestão de produto.

Luis Valente, cofundador e CEO da iLoF: “Durante anos, os tratamentos foram desenvolvidos com a suposição de que funcionam para todos. No entanto, cada pessoa é diferente e, para muitas doenças graves, como Alzheimer, vários fatores podem contribuir para a eficácia de um tratamento em um determinado paciente. Isto significa que milhões de pacientes vivem atualmente sem acesso a um tratamento eficaz e modificador da doença - o que instigou a missão por detrás da iLoF. Capturamos grandes quantidades de dados para criar cópias digitais de perfis biológicos e subtipos de doenças, que armazenamos na nossa biblioteca digital. Diferentes perfis de pacientes poderão assim ser selecionados e rastreados pela plataforma, acelerando o desenvolvimento de tratamentos eficazes e personalizados, e permitindo ensaios clínicos mais humanos e centrados no paciente.”

Luís Valente continua: “A visão de longo-prazo é crescer a nossa biblioteca digital de biomarcadores e colocá-la ao serviço dos pacientes, através de uma plataforma inovadora de triagem de doenças. Para além de apoiar investigadores e cientistas, colocar esta ferramenta ao serviço de pacientes em todo o mundo, aprofundando a nossa compreensão das doenças e ajudando os clínicos a detetar algumas das doenças mais graves e mortais do mundo, como cancro do ovário, ou a doença de Alzheimer”.

A plataforma da iLoF faz uso de uma ampla gama de sinais óticos, criando assim assinaturas ricas do conjunto de partículas em amostras biológicas, que são depois convertidas em réplicas biodigitais. Estas réplicas superam largamente os limites tradicionais da análise bioquímica, pelo facto de poderem ser reanalisadas ​​um número potencialmente infinito de vezes. Com isto, é possível acelerar exponencialmente a busca por novos padrões moleculares e clínicos, o que pode ser a chave para o desenvolvimento de novas terapêuticas eficazes, ou para um diagnóstico mais preciso de pacientes.

Durante a pandemia, a iLoF colaborou com o Hospital de São João e a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto para perceber como a plataforma pode ajudar a gerir o fluxo de doentes COVID-19 e assim otimizar recursos críticos. Nesse âmbito, a empresa demonstrou ser capaz de distinguir com precisão os pacientes com maior probabilidade de admissão nos Cuidados Intensivos, o que pode permitir aos hospitais uma gestão radicalmente mais eficiente dos seus recursos.

Sobre o investimento na iLoF, Sofia Santos, Partner da Faber, comentou:

"A iLoF tem o poder de impactar positivamente milhões de pacientes em todo o mundo e  tornar-se uma peça fundamental no mercado da medicina personalizada, avaliado em US $500 mil milhões (2021). A solução que combina fotónica e inteligência artificial pode transformar o diagnóstico e a triagem de múltiplas doenças complexas, ao mover progressivamente os cuidados de saúde de uma abordagem centralizada em hospital para uma abordagem focada no paciente e a um custo muito inferior. “

A iLoF é liderada pelo CEO Luis Valente, empreendedor nomeado Forbes 30 under 30 for Science and Healthcare; COO Mehak Mumtaz, Bioquímica de Oxford Ph.D. e especialista em medicina personalizada; e CSO Paula Sampaio, cientista sénior e coordenadora da Plataforma Portuguesa de Bioimagem.

Inicialmente formada durante a participação no programa Wild Card da EIT Health e acelerada na Oxford Foundry, a equipa iLoF é composta por 20 cientistas, empreendedores e investigadores internacionais.

“CHAngeing - Connected Hubs in Ageing: Healthy Living to Protect Cerebrovascular Function”
O consórcio “CHAngeing - Connected Hubs in Ageing: Healthy Living to Protect Cerebrovascular Function”, coordenado pela...

Ao longo de quatro anos, o consórcio «vai contribuir para criar evidência científica para os benefícios de estilos de vida saudável associados à dieta mediterrânica para promover a saúde e prevenir doenças cerebrovasculares», adianta o coordenador do consórcio e investigador da Universidade de Coimbra, João Malva.

O objetivo central do consórcio europeu vai concretizar-se através do «forte investimento na investigação científica de qualidade, na formação de recursos humanos muito qualificados (ao nível do doutoramento), na transformação do conhecimento em inovação e com impacto no mercado, bem como na capacitação dos cidadãos para ajustar os seus estilos de vida, de modo a promover a saúde e evitar a doença, contribuindo para um envelhecimento ativo e saudável», destaca João Malva.

O consórcio é composto por dois polos, um português e outro grego. Em Portugal, vai ser coordenado pela Universidade de Coimbra e conta com a participação do Instituto Pedro Nunes, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, do Laboratório Colaborativo Colab4Ageing e da Glintt, empresa que atua na área da saúde. O polo grego é composto pela Universidade de Creta, pela Foundation for Research and Technology - Hellas e conta também com a participação do Hospital Universitário de Heraklion, em Creta.

O CHAngeing conquistou este financiamento em resultado da candidatura apresentada ao programa Horizonte Europa. O concurso “Excellence Hubs” tem por objetivo apoiar projetos focados na inovação, particularmente na promoção e na criação de sinergias entre ecossistemas de inovação e entidades como universidades, empresas, entidades governamentais e a sociedade, em países widening, para alargar a sua participação na investigação.

O trabalho do consórcio vai centrar-se em sete principais áreas de atuação: 1) na criação de sinergias entre e dentro dos dois polos; 2) na promoção de um projeto conjunto para identificar mecanismos celulares e moleculares, bem como alvos terapêuticos para a prevenção e tratamento de doenças cerebrovasculares; 3) na formação avançada, inovação e empreendedorismo de uma nova geração de cientistas e profissionais; 4) na aceleração da inovação e do desenvolvimento de produtos e serviços para o mercado associado à dieta mediterrânica e a estilos de vida saudáveis; 5) na implementação de um projeto piloto para disseminação de literacia em saúde e sensibilização de cidadãos em torno dos benefícios de estilos de vida saudáveis e da dieta mediterrânica na prevenção da doença cerebrovascular; 6) na implementação de um demonstrador de desenvolvimento e aplicação de tecnologias inovadoras para melhorar o tratamento das patologias cerebrovasculares e sua reabilitação; 7) na comunicação e disseminação de informação sobre o projeto para criar impacto na sociedade e nos decisores para promover a saúde ao longo de toda a vida.

Para o Reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, «a coordenação deste consórcio é mais um marco da importância que o tema do envelhecimento ativo e saudável tem tido, nos últimos anos, na estratégia para a investigação da Universidade de Coimbra, envolvendo iniciativas como o Ageing@Coimbra ou a criação do Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento (MIA-Portugal), sendo indiscutivelmente um tema absolutamente central para a sociedade: longevidade com qualidade de vida.» 

Este consórcio vem, portanto, juntar-se a outros projetos na área do envelhecimento que têm contado com a colaboração científica da Universidade de Coimbra, como o Centro Europeu de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável Ageing@Coimbra, o laboratório colaborativo CoLab4Ageing ou o Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento (MIA-Portugal).

Católica e Amyris Inc lançam 2ª edição de Prémio Internacional em Biotecnologia
Distinguir projetos “fora da caixa” de base biotecnológica que podem ter um grande impacto na sociedade. Este é o grande...

Hugo Choupina, coorganizador do evento e vice-presidente da Associação ALUMNI da Escola Superior de Biotecnologia, destaca que “o principal objetivo é o de apoiar a transição de ideias e atividades de investigação inovadoras para o mercado e, ainda, realçar a importância de promover projetos biotecnológicos inovadores e ‘fora da caixa’, para que seja possível obter impactos positivos, sustentáveis e mensuráveis na Sociedade.” Tiago Gonçalves e Anabela Veiga, coorganizadores do evento e membros da ALUMNI, acrescentam ainda que “o facto de a Amyris se associar a esta iniciativa novamente, demonstra que o caminho que estamos a trilhar é de relevo nacional, mas também internacional.”

Ana Leite Oliveira, coorganizadora do evento e coordenadora do Mestrado em Engenharia Biomédica da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, refere que “gerar inovação a partir do conhecimento biotecnológico é um desafio, mas projetos de alto impacto, focados em objetivos concretos, irão certamente contribuir para importantes desenvolvimentos sociais e económicos."

“Estamos orgulhosos em apoiar empreendedores que se dedicam a criar um impacto positivo no nosso planeta, promovendo mudanças e inovações dentro da Economia Circular”, salienta John Melo, presidente e CEO da Amyris. “Os BIG Impact Awards deste ano reconhecerão empresas e indivíduos que se dedicam a ideias inovadoras, disruptivas e escaláveis que irão conduzir ter um impacto significativo num mundo por explorar,” conclui.

Os vencedores do Prémio Amyris Innovation BIG Impact Award, este ano subdividido em “Big Innovation Award” e “Rising Innovation Award”, serão anunciados na 4ª edição do Fórum de Inovação em Biotecnologia: “Think Big in Biotecnology”. Este ano o evento decorre a 12 de novembro e terá como tema “Accelerating bio-innovation, now!”.

Prémio Amyris Innovation BIG Impact Award é uma iniciativa da Associação de Antigos Alunos (ALUMNI) da Escola Superior de Biotecnologia, da Universidade Católica Portuguesa no Porto, em parceria com a Amyris. Este ano o prémio terá duas categorias de acordo com a maturidade dos projetos - “Big Innovation Award” e “Rising Innovation Award” que se irão traduzir na atribuição de 7.500€ e de 2.500€, respetivamente. As candidaturas decorrem até 20 de setembro de 2022. Para mais informações e consulta do regulamento do concurso, consultar: FIB 2022 | Universidade Católica Portuguesa no Porto (ucp.pt).

Opinião
A hepatite é uma inflamação do fígado causada por diversos vírus e agentes não infeciosos que origin

No dia 28 de julho celebra-se o Dia Mundial das Hepatites em homenagem ao cientista Prémio Nobel da Medicina, Dr. Baruch Blumberg, nascido neste dia, que descobriu o vírus da hepatite B e desenvolveu um teste diagnóstico e vacina contra ele. Simbolicamente nesta data unem-se esforços para sensibilizar a comunidade internacional para este problema e incentivar a tomada de medidas que envolvam os doentes e o público em geral. Estima-se que 354 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com hepatite B ou C, para a maioria das quais os testes e o tratamento permanecem ainda, e infelizmente, fora de alcance. De modo a uniformizar procedimentos e a normalizar as abordagens de saúde no combate a este flagelo a nível global, a Organização Mundial de Saúde (OMS) emite regularmente orientações que visam a eliminação das hepatites víricas como problema de saúde pública até 2030, reconhecendo, no entanto, as especificidades de cada região na abordagem desta temática.

A pandemia criou inúmeros constrangimentos à concretização do objetivo final de erradicação que urge ultrapassar. A prioridade neste momento é a recuperação do tempo perdido e para que isso seja possível é imprescindível o envolvimento e empenho dos decisores políticos. Torna-se imperativo o apoio a programas de erradicação que incluam medidas preventivas, o reforço do rastreio, realizando-o de forma sistemática e organizada, a despistagem pelo menos uma vez na vida das hepatites víricas na população não incluída em grupos de risco e a agilização da disponibilidade dos tratamentos a todos os casos identificados.

Todos os anos nesta data a comunicação social é inundada com inúmeros artigos de opinião sobre o tema das hepatites, que incluem, de forma reiterada, a identificação dos problemas e a proposta de soluções. E a ideia que transparece é que de ano para ano pouco progredimos apesar de sabermos o que temos de fazer. Falta pragmatismo nas nossas ideias e organização no método – penso serem estes os grandes desafios da atualidade. Deixava aqui um repto e mesmo um desejo: que a temática das hepatites não seja exclusiva do mês de julho, mas que a sua erradicação seja uma ambição que nos inquiete todos os meses do ano.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Implementação de políticas de epilepsia tem sido desigual
A European House – Ambrosetti, um Think Tank italiano, juntamente com a Angelini Pharma, empresa farmacêutica internacional que...

O relatório centra-se nos resultados da iniciativa Headway, que examinou várias experiências europeias na gestão da epilepsia, lançada no início de 2022. O seu objetivo é contribuir para reduzir o encargo da epilepsia não só no setor da saúde, mas também nos locais de trabalho, escolas e sociedade em geral, através da partilha de conhecimentos e experiências. O relatório descreve várias áreas prioritárias de intervenção para públicos-chave, incluindo prestadores de cuidados de saúde, investigadores, associações de doentes e decisores políticos nos estados membros europeus, que foram desenvolvidas em colaboração com um grupo multidisciplinar de peritos, incluindo clínicos, investigadores e grupos de apoio a doentes, para assegurar uma abordagem abrangente e integrada. O relatório segue a anterior iniciativa Headway que se centrava na Saúde Mental.

"A epilepsia é reconhecida como uma das doenças neurológicas mais comuns, no entanto, graças a esta investigação, sabemos agora que o impacto global das doenças neurológicas na saúde tem sido subestimado durante anos", afirma Pierluigi Antonelli, Diretor Executivo da Angelini Pharma. "Este relatório é um marco importante e evidencia que ainda existe uma clara falta de consciência sobre a epilepsia em toda a Europa".

Uma questão crítica enfrentada por pessoas com epilepsia identificada no relatório é a falta de acesso a cuidados de qualidade na Europa. Devido à grande variabilidade entre o nível de urbanização e fatores socioeconómicos, a diferença de tratamento entre países europeus é considerável, com até 90% dos doentes em falta de tratamento em algumas áreas, enquanto a média europeia se situa perto dos 40%, enfatizando a necessidade de programas de cuidados de epilepsia mais rentáveis em toda a Europa.

O funcionamento social das pessoas que vivem com epilepsia é descrito no relatório como fortemente impactado pela lacuna do tratamento. O relatório identifica o estigma associado à epilepsia como uma questão crítica enfrentada pelas pessoas que vivem com a doença, contribuindo para uma saúde física e mental precária, com 51% dos adultos inquiridos a sentirem-se estigmatizados, 18% dos quais altamente estigmatizados. Verificou-se que o estigma pode atrasar a procura de cuidados de saúde adequados por parte dos doentes, ter impacto no acesso aos cuidados, no financiamento dos cuidados de saúde e afetar a disponibilidade de opções de tratamento. Embora as causas do estigma variem, em geral a investigação revelou um baixo nível de conhecimento e má compreensão, bem como falta de sensibilização do público para a doença, resultando frequentemente numa baixa preparação institucional ou mesmo na discriminação.

"O relatório Headway sobre epilepsia destaca o impacto prejudicial que o estigma associado à epilepsia continua a ter em toda a Europa", disse Francesca Sofia, Presidente do Gabinete Internacional de Epilepsia. "Identificar o alcance e a natureza deste problema é um primeiro passo na mudança de atitudes e na abordagem da marginalização social encontrada por muitas pessoas que sofrem convulsões".

O relatório revela ainda que mais de uma em cada cinco pessoas com epilepsia se isolam da sociedade devido à ansiedade inerente a possíveis reações adversas a convulsões em público que possam conduzir a acidentes. Uma vez que a pandemia de covid-19 continua a estar presente nas nossas vidas, a magnitude das perturbações e tensões adicionais para a comunidade epilética são claramente percetíveis, como mostram as conclusões do relatório. A restrição dos cuidados clínicos teve um impacto significativo, com uma redução de 75% do número de eletroencefalografias (EEG) durante a pandemia em comparação com os tempos pré-covid, isto apenas em Itália. À medida que os doentes experienciaram níveis crescentes de stress durante a pandemia, o relatório demonstrou que 30% dos doentes suspenderam os tratamentos hospitalares e reduziram o apoio social, da mesma forma o isolamento social pode continuar a reduzir a adesão ao tratamento, bem como a piorar o controlo das convulsões.

O relatório aponta ainda as questões relativas aos atrasos no diagnóstico, devido a diagnósticos tardios ou incorretos. "O diagnóstico incorreto afeta 20-30% dos doentes com epilepsia e pode atrasar a gestão eficaz desta doença, com consequências a longo prazo para a saúde e bem-estar dos doentes e suas famílias", revela Philippe Ryvlin, Chefe do Departamento de Neurociências Clínicas do Hospital Universitário de Lausanne. "Isto enfatiza a importância crucial da colaboração pan-europeia na formação e investigação para o avanço do padrão de cuidados para as pessoas com epilepsia".

O relatório identifica uma série de barreiras para o sucesso da investigação sobre epilepsia, incluindo a falta de dados epidemiológicos consistentes, processos regulamentares complexos, financiamento insuficiente da investigação sobre epilepsia e estigma cultural. Salienta ainda a importância crucial das equipas multidisciplinares (MDTs), na gestão e apoio às pessoas que vivem com epilepsia, mas assinala também a ausência total destas equipas em alguns países europeus.

"A epilepsia é ainda muito mal compreendida em muitos países. Criar uma plataforma multidisciplinar e inter-europeia para estimular o diálogo e a partilha de conhecimentos em torno das questões mais proeminentes no sector dos cuidados de saúde, mas também nos locais de trabalho, escolas e sociedade em geral, com o objetivo de contribuir para reduzir o peso da doença na Europa, é um passo vital", disse Daniela Bianco, parceira e Chefe da Prática de Cuidados de Saúde da European House – Ambrosetti. "A nossa colaboração contínua com a Angelini Pharma nas iniciativas Headway é fundamental para fazer avançar os nossos conhecimentos e desenvolver um novo roteiro para a brain health na Europa. Tendo o Plano de Ação Global Intersectorial sobre Epilepsia e Outras Doenças Neurológicas (IGAP) sido aprovado no início deste ano, é agora o momento de agirmos!".

Os resultados do relatório sugerem uma oportunidade para os principais interessados dos estados membros europeus, incluindo prestadores de cuidados de saúde, investigadores, associações de doentes e decisores políticos, desenvolverem um roteiro e intervirem para promover a colaboração e uma abordagem mais holística para enfrentar a redução do fardo da epilepsia.

Para saber mais sobre o “Headway: A new roadmap for Brain Health – Focus Epilepsy” ou para descarregar o relatório completo, por favor visite: https://eventi.ambrosetti.eu/headway-epilepsy/

De 9 a 11 de setembro
O Festival de Bem-Estar (Feira Alternativa) está de regresso este verão, após dois anos de interregno por causa da pandemia. O...

Desde 2005 é um momento de encontro holístico e de união entre todos os que escolhem viver melhor em consciência e equilíbrio. Exposição, palestras, workshops e aulas práticas darão nova vida ao conceito original que acolhe anualmente milhares de visitantes e centenas de expositores.

Este ano está prevista a presença de cerca de 200 expositores, a grande maioria profissionais das várias terapias complementares. É o caso do Reiki, Acupunctura, Reflexologia, Feng Shui, Massagens, Terapia de Som, Cromoterapia, Florais, Mesa Quântica, Numerologia e Cristaloterapia, entre várias outras.

As restantes áreas da cosmética natural, nutrição, alimentação saudável, artesanato e esoterismo estarão igualmente bem representadas. A restauração contará com uma vasta oferta de alimentação saudável, incidindo na vegetariana, vegan e produtos biológicos.

As inúmeras palestras, workshops e showcooking compõem o programa de 2022, com mais de duas dezenas de oradores convidados, e as aulas práticas de Yoga, Chi Kung, Tai Chi, danças e meditação desenrolam-se ao longo dos três dias do evento.

“As áreas do bem-estar, desenvolvimento pessoal e espiritualidade evoluíram muito. Neste Festival criamos momentos de divulgação, promoção e desmistificação de todas as terapias alternativas e complementares, desde que sejam exercidas com responsabilidade”, afirma Jorge Coelho Lopes, responsável pela organização do evento.

E o promotor do Festival de Bem-Estar acrescenta: “Os cuidados que queremos ter com o corpo e a mente dependem do nível de consciência e das crenças de cada ser humano. Respeitando todos, dá-se a oportunidade para que cada um esteja confortável com o que quer e consegue pensar e fazer para se sentir saudável. Mais do que a experiência é a expansão da consciência que queremos promover.”

Num fim-de-semana pensado para desfrutar em família, destacam-se ainda três momentos especiais: a comemoração dos 100 anos do Reiki, pela Associação Portuguesa de Reiki (foi em 1922 que o mestre Mikao Usui desenvolveu o Reiki tal como é hoje praticado); uma mega-aula de Yoga, pela Federação Portuguesa de Yoga; e uma sessão de “Eye Gazing”, exercício tântrico que aumenta a intimidade, pela Escola do Amor.  

A entrada individual para o Festival custa 7,5 euros no primeiro dia (sexta-feira) e 10 euros em cada um dos dias seguintes. O passe para os três dias tem um custo de 15 euros.

Opções de tratamento
Estima-se que a Hiperhidrose afete cerca de 2% da população nacional e, apesar de ter solução, conti

Transpirar, sobretudo quando está mais calor, é normal. Este é, de resto, um dos mecanismos que o nosso organismo tem para arrefecer. Mas o que já não é normal é quando a transpiração obriga a vários banhos diários, trocas extra de roupas ou até motiva sentimentos de depressão e ansiedade. Um desconforto sentido, de acordo com os dados da Sociedade Internacional de Hiperhidrose, por quase 5% da população mundial, ou seja, qualquer coisa como 365 milhões de pessoas. São estas as vítimas da Hiperhidrose, um problema que, no entanto, tem solução, mas que, segundo Daniel Cabral, cirurgião torácico na Joaquim Chaves Saúde, “é muitas vezes desvalorizado e o seu tratamento desconhecido”.

Em Portugal, estima-se que cerca de 2% da população sofra desta doença, em que o excesso de transpiração pode ter um significativo impacto psicológico, pelo constrangimento nas relações interpessoais, podendo também interferir em muitas atividades profissionais.

A boa notícia é que há solução. “A cirurgia apresenta excelentes resultados na Hiperhidrose palmar e palmar/axilar, constituindo um tratamento definitivo”, refere o especialista. O procedimento denomina-se simpaticectomia torácica superior bilateral por videotoracoscopia, sendo efetuado através de duas incisões de 5mm em cada lado. É realizada no bloco operatório sob anestesia geral, tendo duração aproximada de 20 minutos e pode ser realizada em regime de ambulatório ou com internamento de uma noite.

Há outras opções de tratamento, como os antitranspirantes, a toxina botulínica ou a termólise com micro-ondas, sendo essencial para a definição do mesmo a consulta a um especialista.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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