Sintomas e tratamento
As doenças reumáticas são a primeira causa de doença no homem, o primeiro motivo de consulta médica

As doenças reumáticas são doenças inflamatórias, infeciosas, metabólicas, degenerativas e outras que, de um modo agudo, subagudo ou crónico, envolvem, predominantemente, os ossos, as articulações e as estruturas periarticulares (músculos, tendões, ligamentos) podendo, também, afetar o tecido conjuntivo em qualquer parte do organismo, resultando nas mais variadas manifestações orgânicas e atingido múltiplos órgãos e sistemas, como o coração, pulmão, rins ou tubo digestivo.

Sabia que existem mais de 100 doenças reumáticas? Embora as mulheres sejam as mais afetadas, a verdade é que este tipo de patologia não escolhe idades nem géneros. E entre alguns dos fatores de risco estão, para além da idade, o tabagismo, a obesidade, a utilização de determinados fármacos ou ingestão excessiva de bebidas alcoólicas.

E, embora a dor seja considerada a principal manifestação clínica associada a estas patologias, saiba que há outros sinais relativamente comuns no grupo das doenças reumáticas: como a rigidez, limitação de movimentos, calor ou inchaço nas articulações, falta de energia ou fadiga.

Neste artigo mostramos-lhe algumas das doenças reumáticas mais prevalentes.

Osteoartrose

A osteoartrose, mais conhecida por artrose, é uma doença que atinge, fundamentalmente, a cartilagem articular, que é um tecido conjuntivo elástico que se encontra nas extremidades dos ossos que se articulam entre si. E, embora se possa pensar que esta é uma doença que surge com o envelhecimento, a verdade é que a artrose não pressupõe o envelhecimento articular, quer isto dizer que há idosos que não sofrem de artrose e indivíduos mais jovem que sim!

Estima-se que, em Portugal, meio milhão de pessoas sofra de osteoartrose e embora atinja com mais frequência o sexo feminino, tanto os homens como as mulheres acima dos 50 anos correm risco de a desenvolver.

As articulações mais frequentemente envolvidas na população portuguesa são a coluna vertebral, em particular os segmentos cervical e lombar, os joelhos, as articulações das mãos e a da base do dedo grande do pé.

As causas não são conhecidas, e embora o desgaste da articulação seja importante, não é razão suficiente para a explicar. Pensa-se que a osteoartrose se deve a várias causas, entre elas, fatores mecânicos, hereditários (sendo que há famílias mais propensas a contrair esta doença), hormonais ou metabólicos.

Dor, rigidez, limitação dos movimentos e, em fases mais avançadas, deformações estão entre as principais manifestações clínicas da doença.

Esta, ao contrário do que acontece com as doenças reumáticas inflamatórias, é uma doença localizada apenas nas articulações. Não atinge os órgãos internos e não é acompanhada de sintomas e/ou manifestações chamadas “gerais”, como, por exemplo, febre, falta de apetite, cansaço fácil e emagrecimento.

Também ao contrário do que acontece nas doenças reumáticas inflamatórias, e pela mesma razão, as artroses não originam alterações nas análises do sangue e da urina.

Repouso, fisioterapia que permite corrigir algos erros posturais e alguns medicamentos constituem o tratamento para a Osteoartrose.

Os medicamentos utilizados no tratamento da osteoartrose são fundamentalmente os analgésicos, os anti-inflamatórios não esteroides (AINE), os condroprotetores, isto é, os protetores da cartilagem articular, e os relaxantes musculares.

Outro aspeto muito importante é a manutenção de um penso saudável. A obesidade constitui uma enorme sobrecarga para a coluna vertebral, para as ancas e os joelhos, pelo que a perda de peso é a primeira terapêutica nas artroses dos joelhos e das ancas.

Osteoporose

A osteoporose caracteriza-se por aumento da porosidade do esqueleto e diminuição da massa óssea. Cerca de 30% das mulheres pós-menopáusicas na Europa têm osteoporose e, destas, pelo menos 40% vão desenvolver fraturas osteoporóticas.

Os principais sintomas e sinais da osteoporose são as dores, as deformações ósseas e as fraturas. As dores ósseas localizam-se predominantemente ao nível da coluna vertebral, agravam-se com os movimentos e com os esforços físicos, diminuindo com o repouso. As deformações traduzem-se num exagero das curvaturas fisiológicas da coluna vertebral, em particular por aumentos da cifose dorsal e da lordose lombar. As fraturas mais frequentes são as das vértebras e a do colo do fémur, mas qualquer osso pode fraturar.

A ingestão suficiente de cálcio e de vitamina D, bem como a prática de exercício físico, assumem uma importância vital para a saúde dos seus ossos em todas as etapas da nossa vida, ajudando a evitar o desenvolvimento da doença.

O Instituto Português de Reumatologia deixa algumas regras:

  • Zele por uma alimentação saudável, rica em cálcio
  • As crianças necessitam de cerca de 600 a 800 mg de cálcio por dia. No caso dos adolescentes, a quantidade varia entre 900 e 1200 mg. Nos adultos, a quantidade de cálcio recomendada situa-se entre os 800 e 1000 mg por dia. Os produtos ricos em cálcio são os produtos lácteos (magros) como o leite, o iogurte e o queijo; os legumes verdes, os cereais e o pão completo. Existem, presentemente, inúmeros produtos enriquecidos com cálcio. Deve-se evitar bebidas carbogaseificadas e regimes alimentares com poucas proteínas, pois é necessário algum teor em proteína para assegurar a produção de colagéneo no osso.
  • Pratique suficiente exercício físico

Também neste caso, comece o mais cedo possível e não espere pelos cinquenta. Todas as formas de exercício físico que solicitam as pernas contribuem para a solidez dos ossos. A marcha ou jogging são perfeitos. A natação tem uma ação relaxante e melhora o desempenho muscular, mas não estimula o metabolismo ósseo.

  • Passe regularmente algum tempo no exterior, ao sol

Os raios solares asseguram a síntese da vitamina D no organismo. Esta vitamina é indispensável para uma boa absorção do cálcio nos intestinos (a exposição ao sol deve ser moderada para evitar lesões cutâneas).

  • Consuma álcool com moderação e deixe de fumar

O excesso de álcool e nicotina exerce uma influência negativa sobre o osso.

  • Evite as quedas

Gota Úrica

A Gota é uma doença que resulta do depósito de cristais de ácido úrico em várias localizações, sobretudo nas articulações, tecido subcutâneo e rim. É uma das doenças reumáticas mais prevalentes no mundo ocidental.

Afeta sobretudo homens (2 a 7 por cada mulher afetada), ocorrendo geralmente a partir dos 40 anos no sexo masculino e dos 60 no sexo feminino. Embora seja provocada por altas concentrações de ácido úrico, apenas uma pequena percentagem de pessoas desenvolver a gota. A obesidade, a insuficiência renal, o uso de alguns medicamentos (como por exemplo os diuréticos e a ciclosporina), o consumo excessivo de alguns alimentos (como a carne e o marisco) e o excesso de bebidas alcoólicas, especialmente cerveja, são os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença.

A sintomatologia da gota é dominada por crises muitíssimo dolorosas, localizadas na grande maioria das vezes ao nível da articulação metatarso--falângica do dedo grande do pé. Estas crises, para além da dor, são caracterizadas pelo aparecimento de outros sinais inflamatórios como tumefação, calor e rubor ao nível das articulações.

Para além do dedo grande do pé, outras articulações podem ser inicialmente afetadas como o joelho, a tibiotársica (tornozelo) e a mediotársica (peito do pé). Quase sempre as crises são monoarticulares, isto é, atingem apenas uma articulação.

O tratamento da gota úrica é diferente nas crises e nos períodos entre as crises. As crises agudas tratam-se com repouso, frio sobre a articulação envolvida (saco de água fria com algumas pedras de gelo) e anti-inflamatórios não esteroides (AINE). Os AINE são medicamentos que diminuem as dores combatendo a inflamação.

O doente deve recorrer a uma dieta saudável com evicção alcoólica e evitando a gordura animal.

Artrite Reumatoide

A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença reumática inflamatória crónica, de causa desconhecida que, embora envolva, sobretudo, as articulações, pode atingir qualquer órgão e apresentar as mais variadas manifestações clínicas. Mais frequente entre os 30 e os 50 anos, pode surgir após um choque emocional.

Apesar de não ser totalmente compreendida, sabe-se que na artrite reumatoide há uma desregulação do sistema imunitário. O sistema imunitário, constituído pelos glóbulos brancos e outras células e, ainda, pelos produtos destas células (anticorpos, citocinas e outras substâncias), é um sistema de defesa do organismo que, ao adoecer, pode agredi-lo em vez de o defender. É o que acontece na artrite reumatoide. As substâncias que agridem o organismo são proteínas chamadas autoanticorpos e citocinas.

Os sintomas mais precoces nos doentes com artrite reumatoide são a rigidez matinal, a dor e a tumefação nas articulações. Estes doentes, quando acordam, têm as articulações muito rígidas, o que os impossibilita de as utilizar. É a isto que se chama rigidez matinal. Ela é sempre superior a 30 minutos e, por vezes, prolonga-se ao longo de toda a manhã. Em certos casos a rigidez mantém-se durante todo o dia.

Os medicamentos usados no tratamento da artrite reumatoide são, fundamentalmente, os anti-inflamatórios não esteroides, os imunomoduladores e os corticosteroides.

Os anti-inflamatórios não esteroides (AINE), como o seu nome indica, são medicamentos que aliviam a dor e reduzem o processo inflamatório. São medicamentos sintomáticos, isto é, são fármacos que tratam os sintomas, mas não modificam a doença. No entanto são indispensáveis, visto ser impossível tolerar a inflamação reumatoide sem o recurso a estes medicamentos.

Os fármacos imunomoduladores são assim chamados por modularem, isto é, modificarem o sistema imunitário que está desregulado nos doentes com artrite reumatoide. Os principais imunomoduladores são o metotrexato, a sulfasalazina e a hidroxicloroquina.

Para além dos fármacos, é essencial que os doentes sigam outras medidas que ajudam a aliviar os sintomas, como é o caso do repouso durante e fora das crises e a prática de exercício físico. Os exercícios são indispensáveis para vencer a rigidez articular, para preservar ao máximo a mobilidade das articulações e para combater a atrofia muscular.

Por outro lado, há que ter atenção à dieta, devendo-se privilegiar o consumo de proteínas, hidratos de carbono e gorduras, vitaminas e sais minerais.

Nos doentes a tomar corticosteroides, a dieta deve conter pouco sal e ser rica em potássio (vegetais, laranjas e bananas). Além disso, esta dieta deve ser ainda rica em cálcio, recomendando-se a ingestão de um litro de leite magro por dia.

Fibromialgia

A fibromialgia é uma síndrome crónica caracterizada por queixas dolorosas neuromusculares difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas.

Desconhece-se a causa da fibromialgia, apontando-se como origens possíveis perturbações do sistema nervoso, do estado psíquico, do sono e do músculo, resultando, provavelmente, a fibromialgia da combinação de fatores periféricos (por exemplo, musculares) e de origem central (por exemplo, do sistema nervoso).

Do que não há dúvida é que na fibromialgia há uma alteração do sistema de controlo da dor.

A fibromialgia é agravada pelo frio, pela humidade, pela ansiedade, pela excitação e tensão psíquica, e aliviada com o tempo quente e seco e com as férias.

Os antidepressivos e os relaxantes musculares constituem maioritariamente o tratamento farmacológico da fibromialgia. No entanto, quando a dor é intensa, podem prescrever-se analgésicos potentes ou anti-inflamatórios não esteroides

A educação do doente sobre o que é esta doença, bem como a capacidade de este identificar os fatores desencadeantes das crises é meio caminha andado para conseguir controlar a doença.

É importante ainda que faça uma boa higiene do sono, pratique exercício físico e não descure a sua saúde mental. Sem cura conhecida, cabe ao doente reaprender a viver com doença.

Espondilite Anquilosante

A espondilite anquilosante é uma doença reumática crónica, de natureza inflamatória, que pode levar, quando não tratada, à anquilose da coluna vertebral, que assim se torna rígida. De acordo com o Instituto Português de Reumatologia, esta doença leva à “fusão” das articulações da coluna limitando a sua mobilidade.

Inicia-se, por via de regra, entre os 15 e os 30 anos de idade, portanto em indivíduos jovens, mas pode surgir na infância ou durante a puberdade (raramente) e em indivíduos com mais de 40 anos de idade, o que também é raro.

Os primeiros sintomas da EA são, muitas vezes, dor nas regiões glúteas ou lombalgia, que são causados por inflamação das articulações sacroilíacas e coluna vertebral. Este tipo de dor é inflamatória, e manifesta-se de forma insidiosa, lenta e gradual, sendo difícil precisar o momento exato em que os sintomas começaram. A lombalgia ocorre quando o doente está em repouso, melhorando com a atividade física. Desta forma, a dor é geralmente pior nas últimas horas da noite e de manhã cedo. Quando a pessoa se levanta e inicia a atividade normal, existe alívio ou até mesmo desaparecimento da dor.

A tumefação e a dor também podem ocorrer nas articulações das ancas, ombros, joelhos e tornozelos. Pode haver inflamação dos ligamentos ou tendões, como por exemplo dor no tendão de Aquiles.

Segundo o Instituto Português de Reumatologia, “os anti-inflamatórios não-esteroides (AINE) constituem sempre, salvo estejam contraindicados, a abordagem inicial do tratamento, conseguindo na maioria dos casos reduzir e por vezes mesmo suprimir a inflamação. O controlo da inflamação permite o alívio da dor e da rigidez, permitindo um melhor repouso durante a noite. Podem ser utilizados por períodos prolongados de tempo, com as devidas precauções”.

Um dos aspetos mais importantes do tratamento são os exercícios de reabilitação ao nível da coluna vertebral e exercícios respiratórios, de modo a fortalecer os músculos da coluna e evitar a rigidez e perda de mobilidade da própria coluna vertebral.

Nos últimos anos ficaram ainda disponíveis os chamados “tratamentos biológicos”, que são dirigidos especificamente para os componentes da resposta imunológica que intervêm nesta doença.

 

Fontes: Instituto Português de Reumatologia
https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/doencas-reumaticas-manual-de-auto-ajuda-para-adultos-pdf.aspx

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sobre o Orçamento do Estado
No momento em que se debate o Orçamento Geral do Estado para 2023 (OE2023), a APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos...

A APOGEN observa com agrado o reforço do orçamento da Saúde em 1 170 milhões de euros e espera que o Orçamento do Estado tenha em conta as propostas da indústria de medicamentos genéricos e biossimilares no sentido de criar condições para assegurar a sustentabilidade da produção e combater a escassez de medicamentos num futuro próximo.

A associação faz referência ao texto no Relatório do OE2023 onde se lê que “as maiores dificuldades de abastecimento de produtos na indústria têm contribuído para a escassez da oferta e consequente agravamento dos custos de produção, bem como para a subida dos preços da generalidade dos produtos”. A este respeito, a presidente da Direção, Maria do Carmo Neves, realça que “sendo o preço dos medicamentos regulado pelo Estado, ao contrário de vários outros setores, não é possível refletir o aumento dos custos nos medicamentos, pelo que têm de ser absorvidos na totalidade pela indústria farmacêutica tornando insustentável a manutenção de muitos medicamentos no mercado e comprometendo o lançamento de novos medicamentos genéricos e biossimilares”.

A associação sublinha que estes medicamentos têm um papel fundamental, quer ao nível social quer em termos de sustentabilidade do SNS, e “há que tomar opções claras no sentido de garantir a sua disponibilidade no mercado”, como afirma a presidente de Direção.

Maria do Carmo Neves acrescenta: “A imposição de uma contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica de 14,3%, igual à dos medicamentos inovadores, em ambiente hospitalar, em que o preço médio dos medicamentos genéricos e biossimilares é inferior em 91%, por comparação com os medicamentos de referência, não contribui para o acesso a medicamentos mais custo-efetivos, nem para a sustentabilidade da indústria de medicamentos genéricos e biossimilares, pelo que é fundamental que no OE2023 seja suspensa”, sublinha.

Recorde-se que a contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica foi implementada em 2015 com cariz provisório, tendo-se transformado num dos principais fatores de desincentivo ao lançamento de novos medicamentos genéricos e biossimilares no mercado hospitalar. Ao longo dos anos, a APOGEN tem vindo a propor que o Governo adeque esta medida ao setor. De acordo com um estudo de mercado realizado pela APOGEN, nos últimos dez anos foram retirados do mercado hospitalar cerca de 30% dos medicamentos comercializados, devido a inviabilidade económica. “A manutenção da contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica, na atual conjuntura, vai agudizar esta situação”, acrescenta a presidente de Direção.

Outra prioridade que a APOGEN espera ver refletida no OE2023 é relativa à política do medicamento, no que diz respeito a preços e comparticipações. “Estamos expectantes quanto ao que o OE prevê na atuação sobre a política de formação de preços de medicamentos, pois consideramos que é importante haver uma revisão ao nível dos preços sem que isso impacte o valor que será pago pelos utentes”, adianta Maria do Carmo Neves.

A APOGEN alerta para a necessidade de precaver o risco de rutura de medicamentos genéricos e biossimilares caso não sejam previstas medidas prioritárias para enfrentar as sérias consequências do aumento da taxa de inflação, dos preços da energia, do transporte e das matérias-primas na produção de medicamentos genéricos e biossimilares. “Está em causa sermos confrontados com uma situação em que os doentes podem não ter acesso a estes medicamentos, alguns dos quais são essenciais”, conclui a presidente de Direção.

 

13 de outubro é Dia Mundial do Cancro da Mama Metastático
A reintegração no mercado de trabalho é um dos grandes desafios para a pessoa que vive com cancro. Com o aumento da esperança e...

Um diagnóstico de cancro da mama metastático leva a alterações físicas e psicológicas significativas. Com elevada incidência nas mulheres a partir dos 45 anos, altura em que, por norma, as suas vidas profissionais e familiares são bastante ativas e exigentes, vai ter um peso ainda mais significativo a diferentes níveis, como o pessoal, o familiar ou mesmo o profissional.

Com o diagnóstico de cancro da mama metastático, surgem várias dúvidas e inseguranças, muitas vezes aliadas a sintomas físicos, que podem impactar de forma significativa a vida destas pessoas. A nível pessoal, o apoio da família e dos amigos mais próximos é fundamental para que possam encontrar estratégias que lhes permitam ultrapassar as dificuldades do dia-a-dia.

No contexto profissional, por outro lado, “os colegas e mesmo os superiores hierárquicos também poderão contribuir através da implementação de medidas como a adaptação de horários e tarefas, da alteração de objetivos e no ajuste global das condições de trabalho.”, explica Telma Costa, oncologista e membro da direção da AICSO. “Felizmente, é cada vez maior o número de casos em que assistimos à implementação “informal” destas medidas, mas é urgente que se passe ao plano seguinte e que passem a existir mais orientações oficiais e de forma transversal aos diversos setores. Os avanços da Ciência têm-nos permitido prolongar o tempo e a qualidade de vida dos doentes oncológicos. Vivem com cancro como com outras doenças crónicas e nesses casos, podem perfeitamente regressar ao ativo. Cabe-nos, enquanto sociedade, zelar pela sua proteção e reintegração. Carreira profissional incluída”, conclui.

O que é o cancro da mama metastático?

Estamos perante um cancro da mama metastático quando a doença passou do tumor primário (mama, axila ou ambas) para outras partes do corpo. A doença é, neste caso, avançada e incurável, e por isso, à semelhança do que se passa com outras doenças crónicas, como a diabetes ou a hipertensão, a pessoa terá de viver com ela. Os avanços na ciência têm contribuído para o desenvolvimento de novos tratamentos, que por sua vez nos têm permitido aumentar de forma muito significativas estimativas de sobrevivência e também a qualidade de vida das pessoas que vivem com e para além desta doença.

Médica alerta e deixa 5 conselhos
Selma Souto, especialista em endocrinologia do Hospital de S.

O consumo excessivo de gorduras, de adição de açúcares, de sal nos temperos e a ingestão frequente de produtos ultraprocessados estão entre os “pecados” alimentares mais comuns e devem ser corrigidos, uma vez que “são muito prejudiciais para a saúde”, alerta a médica Selma Souto, especialista em endocrinologia do Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto.  

Outro hábito pouco saudável apontado pela médica, nas vésperas de mais um Dia Mundial da Alimentação, que se assinala a 16 de outubro, “é a ingestão abundante de álcool e bebidas açucaradas que muito contribuem para o aumento da ingestão calórica”. Selma Souto sublinha que a alimentação pouco variada, por exemplo, com baixo consumo de frutas e produtos hortícolas, é frequente em pessoas com obesidade, e pode contribuir para a carência de algumas vitaminas e minerais, essenciais para garantir saúde e bem-estar. E lembra que a obesidade também implica um risco acrescido para o desencadear de outras doenças como a diabetes, doenças cardiovasculares, musculoesqueléticas, respiratórias e alguns tipos de cancro. 

Não culpe apenas a genética 

Existem vários fatores que podem contribuir para sucessivos balanços energéticos positivos e para o consequente aumento do peso. Selma Souto dá como exemplo o aumento da ingestão de calorias, o sedentarismo, os disruptores endócrinos, alguns medicamentos, a cessação tabágica e fatores psicossociais. Ou seja, apesar de a hereditariedade ter algum “peso” na nossa balança, a verdade é que há muita margem para a pessoa intervir, a começar pelas escolhas alimentares, mas não só: fazer uma alimentação mais variada e equilibrada, mais atividade física, menos stress e melhoria da qualidade do sono. 

Equilíbrio metabólico é fundamental 

A obesidade “é uma doença endócrina e multifatorial, sendo a microbiota (flora) intestinal um dos vários fatores que pode contribuir para o nosso equilíbrio metabólico. Daí que seja tão importante ter uma alimentação cuidada e hábitos de vida saudável. A microbiota intestinal é fundamental na monitorização e controlo do equilíbrio metabólico e dos gastos energéticos. Há bactérias que podem ajudar a regular o apetite, a saciedade e o armazenamento de energia. Por isso, garantir o equilíbrio e diversidade da comunidade de microrganismos presentes no intestino é uma das formas de prevenir não só problemas de excesso de peso, como outras doenças. 

Selma Souto explica que o desenvolvimento da obesidade pode ser influenciado pelas proporções relativas dos dois tipos de bactérias da flora intestinal, designadamente, Firmicutes e Bacteroidetes. “A evidência científica sugere que a atividade metabólica destas bactérias intestinais tem influência nas calorias ingeridas e pode modificar a regulação e o armazenamento de energia obtida a partir dos nutrientes e o armazenamento de massa gorda”, revela. Sabe-se, por exemplo, através de estudos realizados, que a microbiota de indivíduos com obesidade tem maior quantidade de Firmicutes e menos Bacterioidetes. O oposto acontece quando há perda de peso. 

Como intervir na obesidade? 

De acordo com a médica, a intervenção na pessoa com obesidade deve começar pela história clínica e um exame físico detalhado. Na história clínica, “é fundamental a avaliação da evolução ponderal desde o nascimento até à atualidade, identificação de possíveis causas para o aumento de peso, tentativas prévias de perda de peso e seus resultados, avaliação da ingestão alimentar e da atividade física, expectativas da pessoa e grau de motivação para a mudança, doenças/comorbilidades associadas e a sua história familiar”. Quanto ao exame físico, devem ser avaliados “os parâmetros antropométricos, a presença de sinais sugestivos de doença endócrina ‘clássica’ e de comorbilidades associadas”.  

Selma Souto explica que a história clínica e exame físico são fundamentais porque “em cerca de 4% dos casos, a obesidade tem como causa uma doença endócrina ‘clássica’ e, em cerca de 1%, uma causa genética que precisa de ser identificada”. E acrescenta que é por esta razão que devem ser pedidos exames analíticos para avaliação das causas e/ou comorbilidades da obesidade. 

“A primeira linha do tratamento é o plano alimentar e a atividade física, sendo que atualmente temos várias opções de tratamento médico, com evidência significativa na perda de peso, desde os probióticos à terapêutica farmacológica oral e injetável, e nos casos de obesidade mais grave a cirurgia bariátrica”, esclarece a especialista em endocrinologia. 

Em relação ao plano alimentar há recomendações que podem ser importantes para perder peso, alterar hábitos pouco saudáveis e alcançar mais saúde e bem-estar e que devem ser acompanhadas por um médico: 

  1. Evite os alimentos processados. Este tipo de alimentos tem valores calóricos mais elevados, intensificadores de sabor, adoçantes artificiais, entre outros. Opte por alimentos mais próximos do seu estado natural e cozinhe-os com gorduras de boa qualidade (azeite, por exemplo) e reduza o sal, compensando com ervas aromáticas e especiarias. Os aditivos como emulsionantes ou adoçantes podem alterar a microbiota intestinal e ter um impacto metabólico não desejável, como inflamação crónica de baixo grau e resistência à insulina. O sal está associado ao aumento da tensão arterial, ao risco de AVC e à obesidade. 
  2. Consuma mais alimentos ricos em fibra: hortícolas, fruta e leguminosas. Estes alimentos apresentam, em geral, um baixo valor calórico, conferem saciedade, vitaminas e sais minerais. A fibra, que é um prebiótico, que contribui para alimentar os probióticos presentes na nossa microbiota. Muitos destes alimentos de origem vegetal ajudam na regulação do metabolismo e facilitam a degradação de gordura.   
  3. Lanches saudáveis para não cair em tentação. Quando a fome aperta, dentro ou fora de casa, a tentação é, muitas vezes, escolher uma solução mais prática e cómoda, mas convém que seja saudável. Por isso, prepare os seus lanches. Tenha à mão fruta, iogurtes com pouco teor de gordura, cereais ou pão integral para fazer uma sandes saudável (queijo magro, alface, ovo, por exemplo). Frutos secos sem sal, como as nozes ou o caju, em pequenas quantidades, são também uma boa opção. Bolachas, chocolates e bolos estão quase sempre cheios de açúcar. 
  4. Não “salte” refeições. É preferível fazer 5 a 6 refeições diárias (mas atenção às quantidades!) do que ficar muitas horas sem comer. A fome fará com que se sinta mais tentada a fazer escolhas que não são tão saudáveis, além de que, muito provavelmente, vai acabar por comer mais. Além disso, os intervalos regulares ajudam a manter os níveis de energia. Nas refeições principais, comece com um prato de sopa para aumentar a sensação de saciedade. 
  5. Beba água. A água é fundamental para o funcionamento do organismo. Não é por acaso que está no centro da roda dos alimentos. Na verdade, está representada em todos. A ingestão de água é essencial para que todo o metabolismo funcione. Evite os refrigerantes e as bebidas alcoólicas. 
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Uma em cada três pessoas com mais de 50 anos está em risco de desenvolver a doença
Mais de 90% dos adultos são portadores do vírus que causa a Zona, que tende a reativar-se após os 50 anos. Em parceria com a...

“Com o aumento da idade e/ou determinadas condições clínicas que enfraquecem o nosso sistema imunitário, este fica mais suscetível à reativação do vírus que causa a varicela, que por sua vez provoca a Zona. Uma em cada três pessoas está em risco e, por isso, é importante informar a população sobre a doença”, defende Nuno Jacinto, presidente da APMGF. 

Segundo o estudo “Vacinação na Idade Adulta e Envelhecimento Saudável: o que sabemos sobre a Zona?”, uma iniciativa da GSK e da APMGF, 53% da população portuguesa com mais de 50 anos não conhece os fatores de risco associados à doença, 16% não conhecem os sintomas e 28,6% não sabem qual é a faixa etária mais vulnerável ao seu aparecimento.  

“Com esta iniciativa pretendemos informar os portugueses, em particular os maiores de 50 anos, para a importância de se antecipar à Zona e seus sintomas, que podem ser altamente incapacitantes e ter um enorme impacto na qualidade de vida. É, também, um investimento que demonstra todo o empenho e compromisso da GSK em ser um ator ativo e responsável no contributo para a literacia em saúde em Portugal”, explica Neuza Teixeira, Country Medical Manager da GSK Portugal. 

A campanha vai estar disponível em televisão, plataformas digitais e redes sociais, durante os próximos meses. 

A Zona, também conhecida por Cobrão ou Herpes Zoster, é uma doença causada pela reativação do vírus varicela-zoster. Depois de uma pessoa contrair varicela, habitualmente durante a infância, o vírus permanece adormecido no corpo desta durante toda a vida, não causando normalmente quaisquer sintomas. Contudo, com o aumento da idade, o sistema imunitário enfraquece naturalmente, o que pode permitir que o vírus varicela-zoster se reative, causando Zona.

Inicialmente, a doença pode manifestar-se através da sensação de formigueiro ou dor numa área da pele, de dor de cabeça ou mal-estar geral. Tipicamente, surge ainda, alguns dias mais tarde, uma erupção cutânea (vesículas ou bolhas) apenas de um lado do corpo, mais frequentemente no peito, abdómen ou rosto, podendo também estar presentes em qualquer parte do corpo.

Normalmente, os sintomas melhoram após algumas semanas, mas alguns doentes podem sofrer complicações. 

A complicação mais comum da Zona (30 % dos casos) é a Nevralgia Pós-Herpética (NPH), caracterizada por uma dor incapacitante que pode durar de 3 a 6 meses, podendo em alguns casos persistir durante vários anos.

A NPH pode causar ansiedade, depressão e insónia. Outras complicações podem incluir, alterações da pele, envolvimento do olho e problemas de audição. 

Mais informação sobre a iniciativa está disponível em: www.porumavidainteirapelafrente.pt.   

 

 

Ferramenta estará disponível no site da A.N.D.A.R.
A A.N.D.A.R. - Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatoide lança hoje o “Guia de Conversa para a sua Consulta”. A...

O “Guia de Conversa para a sua Consulta” apresenta-se como um breve questionário dirigido ao doente e dividido em cinco áreas: identificação de metas específicas, avaliação do bem-estar atual, satisfação com o tratamento, registo de sintomas e um espaço para anotação de questões a fazer ao médico. Esta ferramenta pretende levar o doente com Artrite Reumatoide a preparar a sua conversa de uma forma mais estruturada na próxima consulta com o seu médico.

“O tempo reduzido da consulta e o stress que esse momento pode provocar faz com que os doentes nem sempre consigam ter uma conversa fluída e produtiva com o seu médico. Criámos esta ferramenta para que os doentes possam estruturar o seu discurso e explicar ao seu médico, com maior clareza, aquilo que sentem. Acreditamos que este guia pode fortalecer a relação médico-doente e que este é um fator determinante para a melhoria da qualidade de vida dos doentes”, afirma Arsisete Saraiva, presidente da A.N.D.A.R.

“Pretendemos que esta seja uma ferramenta útil para os doentes, mas também para o próprio médico, que poderá ter uma visão holística do estado do seu doente e usar o guia como forma de monitorização. Não se trata de substituir ou reduzir o tempo da consulta, mas sim de tornar a consulta mais efetiva e, consequentemente, melhorar a adesão terapêutica e os outcomes clínicos”, salienta António Vilar, secretário-geral da A.N.D.A.R. e presidente eleito da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR).

A Artrite Reumatoide, uma doença inflamatória crónica, autoimune, pode surgir em qualquer idade, embora seja mais comum entre os 30 e os 60 anos de idade, afetando cerca de 75% das pessoas do sexo feminino. O principal sintoma é a inflamação das articulações, que as danifica, as cartilagens e o osso, e quando não tratada precocemente pode levar a deformidades, limitando a atividade diária e a qualidade de vida

O guia estará disponível, brevemente, para download no site da A.N.D.A.R., em www.andar-reuma.pt

 

Risco é 4 a 7 vezes mais elevado do que na população em geral
O tromboembolismo venoso (TEV) associado ao cancro é cada vez mais prevalente e estima-se que afete um quinto de todos os...

Os doentes oncológicos possuem um risco relativo de TEV cerca de 4 a 7 vezes superior à população em geral, e uma taxa de incidência de cerca de 13 por 1.000 indivíduos/ano. A probabilidade de repetição de um evento de TEV num doente oncológico, é mais elevada e a taxa de recorrência é cerca de 3-4 vezes superior à da população em geral.

No Dia Mundial da Trombose, que se assinala anualmente a 13 de outubro, a LEO Pharma alerta para a estreita relação entre os episódios de tromboembolismo e o cancro. Esteve Colomé, diretor do departamento médico da Unidade de Trombose da LEO Pharma, “o cancro conduz a um estado de hipercoagulação, aumentando a espessura do sangue e favorecendo o surgimento de coágulos. Entre os principais fatores de risco da trombose está a neoplasia avançada.”

Estes fatores de risco são particularmente relevantes nos primeiros meses após o diagnóstico de tumor, coincidindo com o período em que se realizam tratamentos como a cirurgia ou a quimioterapia, que também contribuem para a formação de coágulos. Apesar de a trombose ser relevante nos doentes com cancro, contribuindo para agravar o prognóstico, é uma doença que pode ser prevenida.

Estudo ibérico com vista a apoiar melhores soluções terapêuticas

Em Portugal, o cancro colorretal é o tipo de cancro mais frequente, com uma incidência anual de 10 mil novos casos. Desde 2018, é a primeira causa de novos casos de cancro, segundo dados da Agência Internacional de Investigação do Cancro (IARC).

Há mais de 70 anos que a LEO Pharma aposta na investigação, desenvolvimento e produção de heparinas de baixo peso molecular, mantendo o compromisso com a prevenção e a melhoria do tratamento da trombose. Desta forma, a LEO Pharma está a apoiar o Estudo PROTINCOL, um estudo ibérico promovido pelo Grupo Gallego de Investigación en Tumores Digestivos (GITuD), levado a cabo por investigadores independentes, e que terá início em novembro de 2022.

A identificação dos doentes que necessitam de terapêutica com anticoagulantes surge como uma necessidade urgente para evitar que alguns doentes possam estar expostos, desnecessariamente, ao risco de hemorragias.

Em Portugal, o estudo é coordenado por Helder Mansinho, Diretor do Serviço de Hemato-Oncologia do Hospital Garcia de Orta. Será o estudo ibérico mais robusto realizado até ao momento nesta área e conta com a participação de um total de 30 serviços de Oncologia de Portugal e Espanha.  Estima-se que seis serviços de Oncologia em Portugal integrem o estudo durante o primeiro trimestre de 2023.

Os avanços científicos nesta patologia têm possibilitado o aumento da sobrevida dos doentes nesta situação clínica, com o uso da quimioterapia e das terapêuticas direcionadas, que podem aumentar secundariamente o risco de trombose, para o qual a prevenção do tromboembolismo venoso adquire maior relevância.

O estudo será apresentado durante a Reunião “Impacto da Trombose Associada ao Cancro”, organizada pelo Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT) com o apoio da LEO Pharma, no painel “A Importância De Prevenir, Diagnosticar E Tratar O Tromboembolismo No Doente Oncológico”. A reunião acontece no dia 5 de novembro, a partir das 15h, em formato híbrido. 

12 de outubro - Dia Mundial das Doenças Reumáticas
Em ano anterior, e a propósito desta mesma efeméride, escrevi sobre a importância de se celebrar os

Se é verdade que algumas doenças reumáticas têm implicações directas e nem sempre raras na mortalidade ou na insuficiência importante de órgãos considerados vitais, não é menos relevante que quase todos os doentes têm limitações importantes da sua qualidade de vida, quer seja pela referida disfunção orgânica, pela diminuição da mobilidade ou até, mais frequentemente, pela dor.

E nos tempos que correm, onde a cada dia nascem novos fármacos e se aprende mais um detalhe sobre cada uma das doenças que nos atinge, somos surpreendidos com o facto de continuar a haver necessidade para reclamar a defesa de todos os que são confrontados diariamente com as insuficiências médicas, quer elas sejam de natureza científica, clínica ou pura e simplesmente de acesso.

Infelizmente para muitas doenças crónicas (como é a grande maioria das doenças reumáticas), a medicina tem-se mostrado impotente quando colocamos como objectivo a cura ou mesmo o “simples” controlo sintomático. E não raras vezes o desenvolvimento farmacêutico e clínico privilegia as doenças mais recentes, as mais “interessantes” no ponto de vista dos mecanismos ou simplesmente aquelas que parecem ser mais facilmente tratáveis. E ser mais facilmente tratável não é igual a ser mais frequente ou aparentemente mais simples: temos fármacos específicos mais eficazes para tratar uma pneumonia, mesmo que grave, que para tratar uma gripe…

Existem múltiplas razões para isto, desde o eterno argumento financeiro até à inevitável “moda”, um conceito omnipresente em todas as actividades humanas!

Mas então, como ficam os doentes com doenças crónicas profundamente incapacitantes, geradoras de pressão e encargos acrescidos para os próprios, para quem lhes é próximo e até para o próprio sistema? Tivemos um vislumbre de resposta nos últimos dois anos!

Face a uma nova ameaça que drenou a maior parte dos nossos recursos médicos (ainda assim, uns mais que outros…), todo o sistema se concentrou na doença emergente sem existir qualquer preocupação em assegurar…, os outros! E agora, ultrapassada a pandemia, são de novo este tipo de doentes, os crónicos com doenças que sendo limitantes têm um carácter mais indolente, que se vêm ultrapassados pela necessidade de acudir a descompensações, agudizações, complicações e todo o tipo de “ões” de doenças cuja evolução torna mais difícil a espera pelos cuidados médicos.

É verdade que nos últimos anos se assistiu a uma melhoria notável nas opções clínicas para tratar muitas doenças reumáticas (como muitas outras das mais variadas áreas médicas), se testemunhou a remissão de doenças ainda há poucas décadas consideradas inexoravelmente incapacitantes e se descobriram opções terapêuticas para doenças que nem se sabia existirem no século passado.

Mas ainda assim, existem muitos doentes para quem a única opção continua a ser gerir a doença e… cuidar! Isto é tão mais relevante quanto a “simples” osteoartrite é frequentemente desvalorizada pelo inevitável rótulo de “doença degenerativa” e os próprios doentes a ignoram sob o fado tão português da velhice! 

Neste nosso admirável mundo novo, talvez a maior prova de progresso não seja a descoberta de uma cura qualquer, mas o reconhecimento da sociedade em geral e de cada um de nós para a necessidade de saber cuidar.

Autor:

Prof. Doutor José Delgado Alves
Especialista de Medicina Interna e Farmacologia Clínica.
Director do Serviço de Medicina IV e da Unidade de Doenças Imunomediadas Sistémicas do Hospital Fernando Fonseca, Amadora.
Professor de Terapêutica Médica da NOVA Medical School, Lisboa.
Coordenador do Núcleo de Estudos de Doenças Autoimunes da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
DaVita Lamego aguarda convenção do Estado para funcionar
A DaVita Portugal está a aguardar a aprovação do pedido de convenção para a clínica de hemodiálise de Lamego. O espaço foi...

“A clínica está pronta e pode começar a funcionar assim que o pedido de convenção, submetido à Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), nos for concedido. Acreditamos que a DaVita Lamego vai trazer muitos benefícios para os doentes, que têm de fazer deslocações semanais para realizar o tratamento; assim como para a Tutela, no que a custos de deslocação diz respeito”, afirma Paulo Dinis, Diretor-Geral da DaVita Portugal.

Francisco Lopes, presidente da Câmara Municipal de Lamego, lamenta a situação. “Espero que a convenção seja aprovada com a maior brevidade possível. Temos feito sentir essa necessidade junto da ARS e estamos convictos de que, brevemente, haverá uma decisão favorável sobre a matéria. Penso que é claro para todos de que a existência de oferta qualificada e alternativa de serviços de hemodiálise contribuirá para elevar o nível de serviço e a qualidade de vida dos doentes”, afirma.

E continua: “A existência de uma clínica de hemodiálise em Lamego será uma enorme mais-valia para a qualidade de vida dos doentes do concelho de Lamego e de toda a região do Douro Sul e norte do distrito de Viseu. Além disso, é uma mais-valia do ponto de vista económico para o Ministério da Saúde, pois reduzirá o custo dos transportes suportados com os doentes da região.” 

Para Francisco Lopes esta nova oferta será também uma mais-valia em termos turísticos, pois vai permitir que doentes hemodialisados de qualquer parte do país ou do estrangeiro possam escolher Lamego e a região do Douro para fazer as suas férias.

Também o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lamego, António Pinto Carreira, mostra a sua ansiedade: “A clínica está pronta a funcionar dependendo da convenção com a ARS, há cerca de quatro meses. Nada justifica esta situação de limbo, porque a saúde dos nossos concidadãos não se compadece com estas indecisões da administração central. Entendemos que é tempo de se olhar de forma justa para o interior do país e não ficarmos, apenas, por palavras. Acreditamos, por isso, que em breve teremos uma resposta positiva a este desejo de modo a garantir a todos os cidadãos o direito aos cuidados de saúde.”

Segundo António Pinto Carreira, a abertura de uma clínica de hemodiálise “é uma das maiores necessidades no âmbito da saúde e da resposta que importa dar aos doentes renais, além de poder fixar recursos na cidade”.

As associações de doentes também não percebem e lamentam este tempo de espera. “Tínhamos conhecimento de que as convenções para abertura de novos centros de hemodiálise estavam a ser mais céleres. Estando o centro de hemodialise já “completamente” pronto a funcionar, consideramos que, neste ponto, não entendemos o atraso na convenção, pois é algo que irá continuar a prejudicar os doentes renais que necessitem de tratamento”, afirma José Miguel Correia, presidente da Direção Nacional da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais (APIR), acrescentando ser “muito importante a abertura de um Centro de Hemodiálise para servir a população de Lamego e zonas limítrofes”.

Fernando Pinto, presidente da Associação de Doentes Renais de Portugal (ADRP), é da mesma opinião e considera “inadmissível” que, havendo uma clínica pronta a funcionar, os doentes renais de Lamego, ainda tenham de fazer deslocações para poderem realizar os seus tratamentos. “Depois de quatro horas de diálise, fazer viagens de carro, mesmo que de 30 minutos e por muito bom que o veículo seja, é muito custoso para os doentes. As pessoas chegam a casa arrasadas. Não há justificação para um atraso destes”, refere.

E termina: “Já escrevemos para a ARS Norte a apelar que deem a convenção quanto antes, é uma necessidade para os doentes do município e, além disso, o funcionamento desta clínica é também uma mais-valia para o Estado, que deixa de pagar os custos das deslocações. São duas viagens por dia, três vezes por semana.”

A doença renal crónica é provocada pela deterioração lenta e irreversível da função renal. Como consequência, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Nas fases mais avançadas, as pessoas com esta doença necessitam de realizar regularmente um tratamento de substituição da função renal que poderá ser a hemodiálise, a diálise peritoneal ou o transplante renal.

It's a Sound Sensation
A MED-EL, líder global em soluções auditivas, tem sido apaixonada por conectar pessoas com perda auditiva à magia da música...

Para muitos, desfrutar dos aspetos multifacetados da música é uma parte fundamental da vida. Dar palco aos músicos com perda auditiva pretende inspirar utilizadores de implantes cocleares espalhados por todo o mundo. O festival virtual é para todos os que desafiam as expectativas com o seu trabalho árduo e talento natural para fazer música de classe mundial.

"Quando as pessoas perdem a audição, dizem-nos que sentem falta do som da família e amigos, dos pássaros e da música.  Muitos dos nossos incríveis utilizadores voltam a desfrutar e a tocar música novamente. O nosso festival é uma celebração do seu amor pela música e pela vida. Vemos tantos utilizadores da MED-EL a alcançarem a grandeza num mundo de som e música multidimensional e acreditamos que o mundo também os deve conhecer", afirma Marcus Schmidt, Diretor de Marketing Corporativo da MED-EL.

Concertos, workshops e a Grand Finale

Organizado e realizado pela MED-EL, o evento virtual é o maior festival de música do mundo que a comunidade de implantes auditivos alguma vez assistiu. Reúne pessoas com perda auditiva, as suas famílias e profissionais otorrinolaringológicos em vários eventos regionais e globais online. Concertos de pequena escala, promovidos por utilizadores de implantes auditivos, workshops, uma conferência para profissionais de audição, que culminaram na Grand Finale ao vivo.

Participar na Grand Finale da Sound Sensation foi uma oportunidade única que mudou a minha vida. Poder partilhar esta experiência com outros músicos, alguns deles com situações piores do que a minha, tornou-me ainda mais humilde e a dar valor a tudo o que tenho. Ainda estou a digerir todas estas emoções e agradeço profundamente por ter tido esta oportunidade ", diz Russell Tyler, representante de Portugal, sobre a sua participação no evento.

O festival de três dias contou com um programa abrangente para todos aqueles que gostam de música.  Os espectadores interessados em ouvir música e reabilitação musical puderam experienciar workshops interativos para pais, utilizadores de implantes e especialistas em reabilitação; pequenos concertos diários com performances musicais de países de todo o mundo e um evento "Best Of" que apresenta com uma grande variedade de atividades musicais dos utilizadores da MED-EL

 

 

 

 

27 de outubro
No próximo dia 27 de outubro, entre as 19h00 e as 20h30, o espaço Coletivo 284, em Lisboa, vai receber o evento “The Art of...

A discussão sobre a necessidade de Inovar na Investigação em Portugal terá como oradores o Prof. Doutor André Albergaria, do i3S, e a Doutora Rita Fior, da Fundação Champalimaud, e conta com a moderação do Prof. Doutor Luís Costa, especialista do Centro Hospitalar Lisboa Norte.

O segundo momento deste evento compreende a apresentação, numa estreia absoluta, do vídeo Make Science Dance, um projeto artístico que visa apresentar o mecanismo de ação da imunoterapia através da dança.

O evento “The Art of Science” vem reforçar a compromisso da MSD enquanto parceiro ativo que promove a discussão sobre investigação científica e procura comunicar Ciência de forma objetiva e inovadora. 

Os profissionais de saúde que pretendam participar no evento, podem registar-se aqui.

 

Novo relatório Headway destaca os fatores ambientais da saúde mental
O conflito na Ucrânia e o impacto das mudanças climáticas parecem estar entre os principais fatores que causam uma onda...

O relatório, que compara a saúde mental de 28 países europeus, usando 55 indicadores-chave de desempenho (KPIs), destaca diferenças acentuadas em relação ao estado da saúde mental e à forma como os países estão organizados para abordar problemas e apoiar as suas populações. Reforçando uma tendência já evidente nos resultados de 2021, os países do norte da Europa geralmente apresentam uma melhor pontuação no Índice, enquanto países como a Roménia, Bulgária e Eslováquia estão entre aqueles com pontuações geralmente mais baixas.

Pela primeira vez desde que a iniciativa Headway foi lançada em 2017, o Índice de Saúde Mental analisa especificamente os fatores ambientais da saúde mental e, nesse sentido, destaca o forte impacto de variáveis como as mudanças climáticas, conflitos e migração. Os fatores ambientais são uma categoria recentemente enquadrada na saúde mental, que incorpora todas as condições externas que afetam a vida, o desenvolvimento e a sobrevivência das pessoas. A observação desses fatores ambientais com impacto na saúde mental mostra que Dinamarca, Finlândia, Suécia, Estónia e Irlanda estão comparativamente bem a esse respeito, enquanto os países do leste e do sul da Europa ainda têm um trabalho a fazer para abordar esses fatores da saúde, tendo a Roménia, Bulgária e a Grécia os fatores ambientais menos favoráveis.

“Este relatório redireciona a atenção internacional para a importância das influências ambientais na saúde mental, como mudanças climáticas, recessão económica ou crises geopolíticas como a guerra na Ucrânia”, afirma Pierluigi Antonelli, CEO da Angelini Pharma. “Os transtornos mentais continuam a causar um enorme peso social e económico às comunidades. As informações do Índice de Saúde Mental 2.0 mostram que até 2030 os transtornos de saúde mental serão responsáveis ​​por mais da metade da carga económica global devido a doenças não transmissíveis, e é por isso que precisamos de agir agora!”

Determinantes ambientais afetam os indivíduos de forma diferente

Embora a mudança climática tenha sido documentada por impactar os resultados de saúde mental de forma semelhante em diferentes populações, o Índice revela que afetará os indivíduos de forma diferente. Espera-se que os jovens, bem como aqueles que vivem com vulnerabilidades pré-existentes, deficiências cognitivas/de mobilidade ou aqueles que vivem na pobreza, sejam os mais afetados. O Índice descreve os impactos para incluir aumento da mortalidade, comportamentos impulsivos e agressivos e taxas mais altas de suicídio. Revela ainda que fatores anteriormente pouco discutidos, como o aumento médio mensal da temperatura de um grau, estão associados a um aumento de 0,48% nas visitas aos serviços de urgência de saúde mental e a um aumento de 0,35% nos suicídios.

Olhando para o impacto dos conflitos e da migração, o Índice revela ainda que cerca de 22,1% das pessoas experimentam um transtorno mental em ambientes de conflito (13% com formas leves de depressão, ansiedade e transtorno de stress pós-traumático – TSPT; 4% com formas mais moderadas; 5,1% com depressão e ansiedade graves, esquizofrenia e transtorno bipolar). Após o conflito, aproximadamente uma em cada cinco pessoas continua a lutar contra depressão, transtornos de ansiedade, transtorno de stress pós-traumático, transtorno bipolar e esquizofrenia. Com 27 conflitos em curso em todo o mundo e 68,6 milhões de pessoas deslocadas em todo o mundo, de acordo com as Nações Unidas, responder às necessidades de saúde mental das pessoas afetadas por conflitos e migrações é uma prioridade urgente.

Descobertas adicionais do relatório mostram o efeito contínuo da pandemia

A pandemia covid-19 levou a um agravamento sem precedentes da saúde mental, com condições como os transtornos de ansiedade e depressão a registarem um aumento em mais de 25% em todo o mundo. Conforme descrito no relatório, isso ocorre porque 19% dos doentes não conseguiram ter acesso aos serviços de saúde mental e 52% sofreram um agravamento da sua condição durante a pandemia. A pandemia também teve um impacto profundo naqueles que trabalham na área da saúde: um maior risco de infeção, mais horas de trabalho e um grande volume de doentes contribuíram para que os profissionais de saúde apresentassem níveis muito mais elevados de ansiedade (13% vs. 8,5%) e depressão (12,2% vs. 9,5%) do que em pessoas com outras profissões.

“Ainda há muito a ser feito para apoiar a saúde mental de doentes e profissionais de saúde após a pandemia covid-19”, defende Hilkka Kärkkäinen, presidente da GAMIAN Europe (associação que representa os interesses das pessoas com doença mental). “A saúde mental e a saúde física estão intrinsecamente ligadas e tendo a covid-19 mudado a forma como vemos e acedemos aos cuidados de saúde, tornou-se uma prioridade que o apoio à saúde mental seja igual ao que é dado à saúde física.”

Grandes diferenças na forma como os países estão preparados para melhorar ou manter a saúde mental

O Índice descreve ainda as principais capacidades dos sistemas de saúde para melhorar ou manter os resultados de saúde mental no futuro. Embora os dados ainda revelem uma diferença significativa nas estratégias, políticas e legislação relativas à saúde mental e haja variações acentuadas nos gastos com saúde entre os países europeus (por exemplo, França 14,5% vs. Luxemburgo 1%), estão a ser feitos avanços com o aumento do seguimento em ambulatório dos problemas de saúde mental de 3,9 a 9,1 por 1.000.000 habitantes.

“O Headway Mental Health Index monitoriza diferentes aspetos da saúde mental, fornecendo uma ferramenta abrangente e dinâmica para a monitorização e planeamento de políticas de saúde, bem-estar, educação e meio ambiente em Saúde Mental em todos os países europeus”, disse Daniela Bianco, sócia e Diretora da Área de Cuidados de Saúde da The European House – Ambrosetti, “Pode ser considerado como uma bússola para quem cria políticas para responderem e enfrentarem os desafios de hoje e de amanhã, melhorando o apoio à saúde mental para os indivíduos e suas famílias, a fim de garantir bem-estar, inclusão, coesão social, sustentabilidade e o crescimento das nossas sociedades”.

Melhor apoio nos locais de trabalho, escolas e sociedade em geral

Um aspeto final do Índice diz respeito à capacidade de resposta dos estados membros às necessidades das pessoas com transtornos de saúde mental nos locais de trabalho, escolas e sociedade. Os transtornos de saúde mental afetam aproximadamente 20% da população em idade ativa com a taxa de desemprego para pessoas afetadas por uma condição de saúde mental 7,7% maior do que para aqueles sem a mesma condição. O custo geral relacionado com a doença mental na Europa equivale a 4% do PIB europeu total (mais de 600 bilhões de euros), que pode ter aumentado ainda mais desde o surto de covid-19. Como nota positiva, mais de 45% dos países europeus já implementaram programas de prevenção e promoção da saúde mental relacionados com o trabalho e 68% dos países europeus implementaram uma estratégia ou programa nacional com foco na promoção e prevenção da saúde mental para crianças e adolescentes.

“Na era da incerteza em que vivemos, os jovens estão cada vez mais expostos a medos e preocupações, muitas vezes com consequências negativas na sua saúde mental. Basta dizer que uma pessoa nascida no início dos anos 2000 já passou por uma grande recessão e as respetivas subsequentes medidas de austeridade, uma pandemia global, conflitos geopolíticos, uma crise de custo de vida e um mundo a adaptar-se à magnitude das mudanças climáticas e degradação ambiental. Para garantir um futuro saudável para a parte mais jovem da população europeia, uma Estratégia de Saúde Mental da União Europeia deve envolver todos os atores e setores relevantes. Esta abordagem multifacetada não só seria mais eficaz, como também mais inclusiva e chegaria aos grupos de jovens mais vulneráveis ​​ou marginalizados”, refere o deputado Brando Benifei, membro da MEP Mental Health Alliance.

Para saber mais sobre o Headway: A new roadmap in Mental Health ou para aceder ao relatório completo, visite: https://eventi.ambrosetti.eu/headway/

Debate “Viver com a Dor”
No próximo dia 18 de outubro, a partir das 17h, decorre mais uma edição do Colóquio Fundação Grünenthal, na Fundação Calouste...

Além do atleta medalhado, o debate “Viver com Dor” conta com a participação de Cristina Catana, psicóloga clínica no Centro Multidisciplinar de Dor do Hospital Garcia da Orta, e de Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), e moderação da jornalista Isabel de Santiago.

No evento realiza-se ainda a cerimónia oficial de entrega do Prémio Grünenthal Dor 2021, um prémio anual que distingue trabalhos sobre temas de investigação básica ou clínica relacionados com a dor, da autoria de médicos e outros profissionais de saúde, a Bolsa para Jovens Investigadores em Dor 2022, no valor de 10 mil euros, atribuída a projetos de investigação básica e ainda a entrega da Bolsa de apoio a Projetos de Investigação na Área da Dor 2022, realizados em Portugal, dotados de 10 mil a 12 mil euros cada um. 

VI Reunião da Sociedade Portuguesa de Medicina do Viajante
A Sociedade Portuguesa de Medicina do Viajante (SPMV) vai promover nos próximos dias 21 e 22 de outubro a sua VI Reunião...

Dividido em dois momentos, arranca com a Reunião Científica no dia 21 de outubro com o painel “De Volta aos Princípios”, no qual se pretende atualizar os conhecimentos na área da medicina do viajante numa época de reposição da normalidade nas viagens, e discutir novas realidades do mundo atual que de alguma forma afetam a saúde do viajante. Os trabalhos prosseguem com uma mesa sobre “Surtos de doenças infeciosas: impacto na saúde dos viajantes”, nomeadamente sobre Dengue, Zika, Monkeypox e Malária e terminam com palestras a propósito de viajantes com particularidades.

O segundo momento, na manhã do dia 22 de outubro, apresenta um workshop sobre “Vacinas em viajantes”.

«Com o regresso da normalidade e entrada num período de pós-pandemia, impunha-se que a nossa reunião anual se focasse no momento em que vivemos e sobre o que podemos esperar do futuro. O nosso objetivo é que ocorra a partilha de informação e a análise e discussão dos assuntos que preocupam os profissionais desta área. Só com esta troca de ideias e de conhecimentos conseguimos contribuir para uma cada vez melhor prática da Medicina do Viajante em Portugal», afirma Cândida Abreu, presidente da SPMV a propósito da Reunião.

 

Destinado a cuidadores, doentes e profissionais de saúde
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), em colaboração com a International Myeloma Foundation (IMF), vai realizar no...

Durante o evento serão abordados quatro grandes tópicos relacionados ao mieloma múltiplo intercalados com momentos de perguntas e respostas. A abrir o evento, Fernando Leal da Costa, especialista em hematologia no Instituo Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, vai abordar os tratamentos do mieloma múltiplo.  De seguida, Jean-Luc Harousseau, professor de hematologia na Universidade de Nantes, em França, vai explicar como é tratada a doença em França.

Na parte da tarde, a sessão vai ser retomada por Marcelo Prates, do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Hospital de São José, para falar da importância do acompanhamento do estomatologista. Posteriormente, para abordar os sintomas da patologia e os efeitos secundários das terapêuticas, irão intervir Cristina João, Catarina Geraldes e Rui Bergantim, do Grupo Português do Mieloma Múltiplo. Por fim, Andreia Cardoso, coordenadora e moderadora do Grupo de Apoio para doentes com Mieloma Múltiplo da APCL, vai falar sobre os grupos de apoio e o apoio emocional.

Com este tipo de iniciativas, a APCL pretende promover um espaço de partilha de conhecimentos e experiências úteis para as pessoas com doenças hemato-oncológicas, seus cuidadores e profissionais de saúde.

Ao contrário de outros eventos promovidos pela APCL, este seminário não vai ser transmitido virtualmente nem gravado. A participação é gratuita, mas a inscrição é obrigatória, devendo ser efetuada por email para: [email protected].

 

 

 

Patologia do pé
Os joanetes são também conhecidos como Hallux Valgus (HV), a patologia do pé mais comum na idade adu

Além do uso de saltos altos, esta patologia pode estar associada a um estado inflamatório aumentado resultante de certas doenças como a artrite reumatóide, bursite e sinovite da articulação metatarso falângica.

Os sintomas associados a esta patologia manifestam-se localmente e estão associados a dor, inflamação, vermelhidão, sensação de ardor e dormência. É possível diagnosticar esta patologia através de uma observação simples, e o grau de deformação das articulações através de uma radiografia.

Numa fase inicial o tratamento desta patologia começa com um tratamento conservador ortopodológico, através da aplicação de uma ortótese plantar personalizada, sendo que este é desenvolvido com o objetivo de aliviar a dor e restabelecer a sua função.

Contudo quando o quadro clínico não apresenta melhorias a opção é o tratamento cirúrgico. Existem várias opções cirúrgicas, sendo necessária uma correta avaliação dos critérios clínicos e radiológicos por um podologista ou ortopedista especializado em cirurgia do pé.

A cirurgia minimamente invasiva é cada vez mais utilizada para a cirurgia do HV, pois as suas vantagens são vastas uma vez que que existe uma menor “agressão” dos tecidos e menor tempo de recuperação.

Ainda assim, existem alguns cuidados que pode adotar para prevenir o surgimento de joanetes:

  1. Optar por calçado adequado tendo em conta a morfologia do pé;

  2. Evitar usar saltos altos todos os dias, sendo que o salto recomendado é de 2 cm;

  3. Optar por calçado com fivela de modo que o pé não escorregue para a frente;

  4. Comprar sapatos preferencialmente ao final da tarde, visto que os pés tendem a inchar durante o dia;

  5. Usar palmilhas ortopédicas.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Aumento de 153 milhões de euros na despesa com o pessoal no sector da saúde é insuficiente
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros – SE lamenta que a proposta de Orçamento de Estado para 2023 apenas contemple um...

No entender de Pedro Costa, a proposta hoje apresentada pelo ministro das Finanças “representa uma machadada brutal nas ambições dos enfermeiros. Foi prometido que haveria uma forte aposta no reforço do capital humano do SNS, mas a verdade é que, olhando para esta proposta, isso não é refletido no documento apresentado”, sustenta o presidente do SE.

“Há um conjunto de reivindicações que têm vindo a ser negociadas com o Ministério da Saúde e que, desta forma, nos parece que não vão ser contempladas em sede de Orçamento de Estado para 2023”, explica Pedro Costa. O presidente do SE espera que durante a discussão na generalidade e na especialidade “seja possível ocorrer um reforço desta verba”.

De acordo com a proposta hoje apresentada por Fernando Medina, as transferências previstas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) no próximo ano totalizam os 12.207,5 milhões de euros, mais 10,9% do que a estimativa do OE para 2022, ou seja, 1.196,5 milhões de euros. Mas Pedro Costa recorda que “em 2021 o Estado gastou cerca de 530 milhões de euros com a contratação de tarefeiros e de horas extraordinárias”. Ora, no entender do dirigente do SE, “se estas contratações ocorreram é porque existia uma evidente escassez de recursos humanos e que, na verdade, não foram suprimidas ao longo de 2022”.

“É uma deceção olhar para esta proposta porque, na verdade, parece que mais uma vez o capital humano do SNS, a sua grande força motriz, vai ficar de novo para segundo plano”, sustenta Pedro Costa. Se nada for feito para alterar esta proposta, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros acredita que “vai ser muito difícil continuar a garantir que sejam prestados cuidados de saúde de excelência aos portugueses, como aliás já se viu nos últimos meses na área da Ginecologia e Obstetrícia”.

 

Distinção atribuída em Bruxelas renova estatuto com classificação máxima
A rede colaborativa dos Centros Europeus de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável e a Comissão Europeia renovaram o...

O Ageing@Coimbra é uma rede colaborativa fundada em 2013 com instituições nucleares sedeadas em Coimbra, incluindo a UC, o Instituto Pedro Nunes, a Câmara Municipal de Coimbra, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSCentro) e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), e ainda a Cáritas Diocesana de Coimbra, a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) e a CCDRC.

Esta rede colaborativa conta atualmente com mais de 90 entidades da Região Centro de Portugal e movimenta projetos de grande impacto, incluindo projetos regionais, projetos do Horizonte 2020 e do Horizonte Europa, incluindo a criação do Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento (MIA-Portugal), o laboratório colaborativo CoLAb4Ageing ou o projeto Excellence Hubs CHAngeing, com financiamento global acumulado de mais de 60 milhões de euros. Em conjunto, os parceiros, inspirados pela investigação científica de excelência, implementam e replicam boas práticas inovadoras para promover a vida saudável e o envelhecimento ativo, em benefício dos cidadãos de Portugal e da Europa.

O Ageing@Coimbra viu a sua distinção apoiada por três boas práticas de excelência, nomeadamente: 1) Ecossistema Regional de Investigação em Envelhecimento; 2) Vida+ Móvel, Unidade Móvel de Avaliação de Estilos de Vida; 3) Prémio de Boas-Práticas para o Envelhecimento Ativo e Saudável na Região Centro de Portugal.

Para Amílcar Falcão, Reitor da UC, o reconhecimento da rede Ageing@Coimbra como Centro Europeu de Referência, de qualidade máxima na Europa, “reforça a continuidade da posição liderante da Região Centro no âmbito da investigação e inovação com o foco no envelhecimento ativo e saudável” Por seu lado, Isabel Damasceno, Presidente da CCDRC, realça que “os resultados agora conhecidos evidenciam a dinâmica e maturidade do ecossistema existente na região, com o objetivo de melhorar a vida dos cidadãos idosos da Região, inovando nas suas diferentes perspetivas: serviços sociais, cuidados de saúde, novos produtos e serviços e novos meios de diagnóstico e terapêuticas”.

O Ageing@Coimbra é o Centro de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável pioneiro em Portugal. O seu primeiro galardão foi atribuído em 2013, o que lhe conferiu na época o estatuto de Único Centro de Referência em Portugal. Na cerimónia de 10 de outubro, foram ainda distinguidos outros Centros Europeus de Referência portugueses, como o Porto4Ageing, o Algarve Active Ageing, o Ageing Thinking Amadora, o Lisbon AHA e o AgeINFuture, que em conjunto dinamizam a rede portuguesa REPENSA.

Psicologia tem papel preponderante na preparação do doente para o fim de vida
O Ispa-Instituto Universitário vai promover a Conferência “O papel do psicólogo clínico em cuidados paliativos: desafios e...

A conferência terá como oradora a professora e investigadora do Ispa – Instituto Universitário, Alexandra Coelho, que é também psicóloga na Unidade de Medicina Paliativa do Centro Hospitalar Lisboa Norte, onde é responsável pela Consulta de Luto e Coordenadora da Equipa de Apoio Psicossocial, Programa Humaniza.

Os cuidados psicológicos no fim de vida são cruciais para uma morte digna e mais serena, e cuidar da dimensão psicológica é determinante. Para Alexandra Coelho, “mais do que a dimensão física da morte, no fim da vida, é mais importante o sentido e dimensões afetivas. Não chega ultrapassar a dor física ou prolongar a vida. Morrer é encerrar assuntos, fazer despedidas."

O contexto de intervenção em cuidados paliativos coloca desafios específicos à prática da psicologia clínica, dada a situação de extrema vulnerabilidade e sofrimento decorrente de uma doença terminal. Esta apresentação vai incidir sobre o papel do psicólogo e o seu potencial contributo para uma abordagem multidisciplinar e integrada nestas situações.

Vão ser debatidas as principais problemáticas, aspetos específicos da relação terapêutica e os mais recentes desenvolvimentos em termos de intervenção psicológica nesta área. Finalmente, serão levantadas questões éticas e existenciais que devem ser alvo de reflexão no exercício da psicologia em cuidados paliativos.

Alexandra Coelho é professora e investigadora no Ispa – Instituto Universitário, e as suas áreas de investigação são o Luto, Luto antecipatório, Terapia de Luto e Comunicação em Cuidados Paliativos.

Psicóloga Clínica e da Saúde, Alexandra é Doutorada em Ciências e Tecnologias da Saúde, com especialização em Cuidados Paliativos pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL). É também terapeuta de luto pela Sociedade Portuguesa de Estudos e Intervenção no Luto (SPEIL). É Professora Auxiliar Convidada na FMUL, formadora e investigadora na área do luto.

De acordo com a Associação Portuguesa dos Cuidados Paliativos, os cuidados paliativos são uma forma de proporcionar cuidados de saúde centrados na pessoa doente e na sua família. São prestados por uma equipa multidisciplinar constituída por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais. Visam a abordagem global do sofrimento, o suporte na comunicação com o doente, família e profissionais e outros parceiros na sociedade, e o planeamento antecipado de cuidados, centrado na pessoa.

 A conferência é gratuita e aberta ao público em geral. Saiba mais aqui.

 

Balanço de dois anos em contexto de pandemia
O Sindicato dos Enfermeiros - SE é ouvido amanhã, 11 de outubro, a partir das 14h00 horas, na Comissão da Saúde. A audição foi...

“Vamos recordar aos deputados, em particular da Comissão da Saúde, todo o esforço que foi feito pelos enfermeiros portugueses no controlo da pandemia, e como tudo isso foi feito sem que tenha sido devidamente reconhecido e recompensado o esforço desenvolvido”, recorda Pedro Costa.

No dia seguinte à entrega do Orçamento de Estado para 2023 no Parlamento, Pedro Costa espera que este documento “venha a contemplar uma verdadeira valorização da carreira de enfermagem, não só pelo aumento da tabela salarial, mas também com a resolução de inúmeros problemas que vêm sendo negociados com o Ministério da Saúde”.

O presidente do SE salienta que, “se o Orçamento de Estado não incluir um reforço do capital humano do SNS, nomeadamente ao nível dos enfermeiros, então vamos caminhar ainda mais rapidamente para o caos absoluto nas unidades de saúde do País”.

A iniciativa do grupo parlamentar do PSD inclui a audição de outras estruturas sindicais dos vários setores da saúde.

 

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