7 e 9 de março
Nos próximos dias 7 e 9 de março, por volta das 17 horas, as Conversas com Barriguinhas realizam sessões online para grávidas...

As relações sexuais durante a gestação são, para muitos casais grávidos, um assunto tabu, que esconde muitas dúvidas e receios. Assim, no dia 7 de março, a psicóloga Ana Afonso, do TEU Centro, vai abordar alguns dos principais mitos sobre a sexualidade na gravidez e pós-parto, e ainda esclarecer questões sobre as alterações emocionais e hormonais que tomam conta da disposição e do corpo da mulher.

Com o Dia do Pai quase aí, a enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstétrica Queila Guedes vai falar sobre o papel da figura paterna na gravidez, parto e pós-parto. Ainda nesta sessão, está programada uma aula prática de pilates com a personal trainer Sandra Sousa, que vai partilhar dicas de como praticar esta modalidade em casa durante a gravidez.

Já no dia 9 de março, o sono seguro do bebé e da grávida estão em foco na sessão online. Na fase final da gravidez, a dificuldade para dormir pode começar a sentir-se devido ao crescimento da barriga e aos constantes movimentos do bebé. Por isso, a enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstétrica Bárbara Sousa estará presente na sessão para explicar como ter um sono descansado na gravidez e ajudar as famílias na preparação para o pós-parto.

Durante o primeiro ano de vida, o bebé pode sofrer da síndrome de morte súbita do latente, sendo este um dos grandes medos dos pais nesta fase. Luciana Rodrigues, enfermeira especialista em Reabilitação Respiratória, vai elucidar os pais sobre como prevenir este fenómeno e promover um sono mais seguro para o bebé.

A Crioestaminal vai também estar presente em ambas as sessões, representada pela responsável do departamento de Investigação e Desenvolvimento, Carla Cardoso, e pela conselheira em Células Estaminais Sofia Figueiredo, que vão apresentar as potencialidades e aplicações terapêuticas das células estaminais do cordão umbilical do bebé e a importância de guardar estas células.

Além do conjunto de descontos dos parceiros da iniciativa a que todos os inscritos vão ter acesso, uma das grávidas participantes nas sessões de março vai receber uma mala de maternidade.

Saiba o que é
A hipnose na Odontologia é uma técnica que tem sido cada vez mais utilizada para melhorar a eficiênc

A hipnose pode ser aplicada diretamente no consultório, se o profissional dentista dominar os padrões de linguagem hipnótica, ou poderá ser também aplicada anteriormente, por um profissional hipnoterapeuta que irá deixar mecanismos de condicionamento (gatilhos hipnóticos), por forma que o paciente possa entrar em auto-hipnose na altura da intervenção. Dessa forma é o próprio paciente que aprende a entrar em estado biológico e natural de transe momentos antes da intervenção. De uma ou de outra forma a hipnose é realmente muito eficaz no controle e modulação da dor, na gestão da ansiedade, na maioria das vezes com o seu uso não requer medicamentos, tornando-a uma alternativa segura e eficaz para o tratamento odontológico.

A hipnose sendo uma técnica natural e absolutamente inócua apresenta inúmeros benefícios tanto para o paciente quanto para o dentista. Para o paciente, a hipnose pode ser usada para inibir a dor e desconforto durante o tratamento, controlando a salivação e o sangramento. Além disso, o paciente pode ter a sensação de que o tempo do tratamento passa mais rapidamente, devido ao seu estado de relaxamento. Já para o dentista, a hipnose facilita o atendimento, uma vez que o paciente hipnotizado estará mais calmo e permitirá que o dentista se concentre no procedimento clínico. Além disso, a hipnose pode ajudar a controlar a ansiedade e o medo do paciente, tornando o atendimento mais eficiente e produtivo. Ou seja, o uso da hipnose na Odontologia traz algo de novo à forma como podemos ajudar a libertar o medo, a ansiedade e a controlar a dor de quem recorre ao médico dentista.

Todos conhecemos pessoas que só de pensar em ir ao dentista ficam ansiosas e precisam de ser sedadas. É natural que cada vez mais as pessoas procuram métodos naturais para a saúde mental e física e no controle da ansiedade e da dor, a hipnose pode fazer a diferença. Sendo um método eficaz e seguro melhora a qualidade dos tratamentos odontológicos, tornando-os mais confortáveis e eficientes para o paciente e para o dentista. Por esta razão, a hipnose está a ganhar cada vez mais espaço na área da Odontologia e, na minha opinião, é uma ferramenta que deve ser considerada por todos os profissionais da área.

O objetivo principal da hipnose em odontologia é proporcionar um atendimento mais confortável, ao mesmo tempo evitando o uso excessivo de medicamentos e anestesias.

No entanto, é importante ressaltar que a dor é uma experiência neurossensorial de carácter desagradável com duas variáveis a ter em conta: a sensorial - que dá uma informação sobre a localização da dor e o tipo da mesma (se é uma dor dilacerante, sensação de queimadura, sensação de frio ou de formigueiro); e outra afetiva - que nos fala da experiência subjetiva da dor, (o quanto a dor nos incomoda). É aqui que a hipnose tem tudo a ganhar e nada a perder, pois as vantagens para o paciente e profissional de saúde são imensas, por exemplo o uso da hipnose em odontologia permite: a inibição de dor - o estado de relaxamento que o transe produz acompanhado de algumas sugestões para o subconsciente do paciente inibem a dor e quaisquer desconfortos gerados durante o tratamento; o controle da salivação - naturalmente estando o paciente calmo produz menos saliva, facilitando o atendimento odontológico; reduz o sangramento – sabemos que os tratamentos invasivos causam sangramento, aumentado pelo stresse e ansiedade. Ora o uso do transe acalma o paciente, controlando a intensidade do sangramento e salivação durante o procedimento; e finalmente, a perceção de tempo é reduzida, isto é, estando o paciente hipnotizado, este terá a sensação de redução do tempo do tratamento (distorção temporal).

É fundamental que as sessões sejam realizadas num ambiente seguro e adequado, para que haja uma maior concentração do paciente aos padrões de linguagem hipnótico e/ou aos comandos do dentista hipnólogo. A principal ferramenta a usar na indução hipnótica é a fala e uma linguagem apropriada, um tom de voz calmo e monocórdico com sugestões diretas, indiretas e subliminares que passam diretamente para o inconsciente do sujeito a ser hipnotizado. O processo de indução pode ser feito com o paciente de olhos abertos, focado no que lhe é sugerido (por exemplo, um ponto na parede, focar os dedos do profissional), ou através do transe naturalista (transe conversacional). Em poucos minutos, o paciente entra num estado de relaxamento profundo, permitindo o atendimento odontológico.

Existem diversos graus de hipnose, mas os estudos recentes indicam que em média 90% das pessoas são sugestionáveis à hipnose. Quer isto dizer que 9 em cada 10 pode recorrer à hipnose para um tratamento dentário ou outro. Importa dizer que o paciente pode atingir níveis de estado inconsciente que são do leve, moderado ao profundo, de acordo com o tempo necessário para a realização do procedimento odontológico. Normalmente, a indução em hipnose é realizada antes do paciente sentar-se na cadeira do dentista, para depois iniciar o procedimento em estado sonambúlico.

Quando se trata do uso da hipnose em odontologia, é aplicado um protocolo hipnótico adequado ao tipo de intervenção, e quando o paciente entra em transe, sendo um estado especial de consciência em que a mente do sujeito está altamente sugestiva, o dentista pode sugerir sentimentos de bem-estar, usar técnicas de dissociação, tipo Lugar Seguro e outros procedimentos hipnóticos, o que permite que muitas intervenções sejam realizadas sem anestesia. Porém, é fundamental que o profissional tire todas as dúvidas do paciente e incentive o mesmo a aceitar o procedimento, sem imposição, mas passando confiança. Lembro que só entra em hipnose que se permitir a entrar em transe.

A hipnose não é uma panaceia e como todas as técnicas existem algumas limitações, mas as vantagens são incomparáveis. Neste caso, em odontologia, a hipnose é uma técnica eficaz e segura, que proporciona ao paciente uma experiência mais confortável durante o tratamento, controlando a ansiedade, aliviando a dor e gerindo o stresse do tratamento odontológico. Ela também pode ser utilizada para auxiliar na remoção hábitos nocivos, como: roer unhas, morder lápis e caneta, excesso de açúcar e melhorar hábitos de higiene.

No entanto, é fundamental que ela seja aplicada por um profissional capacitado e que conheça todas as suas limitações. Além disso, é importante preservar a integridade física e emocional do paciente em transe. Tenho para mim que é uma das premissas mais importantes ao se aplicar a hipnose e criar a confiança necessária a um tratamento satisfatório e prazeroso. Além disso, é fundamental que o profissional saiba identificar até que ponto a sua técnica é suficiente para o caso, e caso perceba que o paciente precisa de outros tratamentos, encaminhá-lo a outros profissionais, como psicólogos e psiquiatras, é uma conduta ética recomendável.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Certificação ambiental ISO 14001
O Hospital Lusíadas Lisboa obteve a certificação ambiental ISO 14001. A auditoria realizada ao Hospital foi concluída com...

Esta certificação, realizada de acordo com referencial internacional, surge no seguimento do compromisso da Lusíadas Saúde com a melhoria contínua do seu desempenho ambiental, uso racional de energia e recursos. Esta norma auxilia na identificação e gestão dos riscos ambientais associados aos processos internos da atividade desenvolvida pela organização, permitindo uma gestão mais eficaz destes riscos, tendo em atenção a prevenção e proteção do ambiente, conformidade legal e as necessidades socioeconómicas. A metodologia de aplicação desta norma tem por base a promoção de um ciclo de melhoria contínua: planear, fazer, verificar e atuar.

“Esta certificação demonstra que estamos a diminuir o nosso impacto sobre o ambiente e a aumentar a eficiência dos nossos processos. O uso racional de energia e recursos é imperioso tendo em atenção o compromisso que assumimos de cuidar das gerações atuais e futuras. Temos uma preocupação constante com a redução da nossa pegada ambiental. Esta certificação é um reconhecimento do esforço que estamos a desenvolver e um reforço para continuarmos todos os dias neste caminho. Este é um compromisso assumido diariamente por todas as equipas do Hospital Lusíadas Lisboa, nas suas rotinas diárias, no cuidado de todos e do que é de todos”, afirma Maria do Céu Morgado, CEO do Hospital Lusíadas Lisboa.

 

O novo Diretor-Geral está na companhia desde 2013
Roel Meeusen foi nomeado Diretor-Geral da Roche Diagnósticos em Portugal e inicia agora as suas funções no nosso país.

Roel Meeusen sucede a Nazli Sahafi e conta com um sólido percurso internacional, com funções em diferentes países. Está na Roche desde 2013, onde ocupou o cargo de Strategic Planning Lead nas regiões da Europa, Médio Oriente, África e América Latina. Antes, foi Marketing & Business Development Director na Bélgica e International Business Leader Cervical Cancer nos EUA.

É natural da Bélgica e tem uma licenciatura em Engenharia Comercial e mestrado em Marketing, pela Universidade Católica de Leuven. Durante o seu percurso profissional, passou também pela 3M, Accenture e Novartis.

“Estou muito motivado ao abraçar este novo desafio em Portugal e acredito no trabalho da equipa para levar mais longe os objetivos da empresa”, afirma Roel Meeusen. “O valor do diagnóstico é essencial para uma melhor saúde, assumindo um papel fundamental na prevenção, deteção precoce e orientação dos doentes para o tratamento certo no momento certo. A Roche tem uma paixão pela inovação e um profundo empenho para que esta possa ter um impacto na sociedade, de forma a continuar a melhorar o padrão dos cuidados de saúde. O meu objetivo é contribuir para dar resposta a estes princípios e, assim, ajudar as pessoas a viverem vidas mais saudáveis.”

 

Prémio de Investigação Científica Augusta Pinheiro 2023
A B. Braun, em parceria com a Associação Portuguesa de Enfermeiros de Cuidados em Estomaterapia (APECE), premiou a investigação...

O Prémio Augusta Pinheiro – B. Braun de Boas Práticas em Investigação – foi atribuído a Joana Rodrigues Lopes, enfermeira da área de Oncologia, do Instituto Português de Oncologia do Porto, que se distinguiu pela apresentação do trabalho “Avaliação do Familiar Cuidador de Pessoas com Ostomia de Eliminação Intestinal”.

“Este projeto visa a construção de um instrumento que permita a avaliação inicial do familiar cuidador, possibilitando ao enfermeiro identificar as necessidades do familiar ou cuidador da Pessoa com Ostomia”, explica a enfermeira.

Nesta edição foram submetidas várias candidaturas ao Prémio Augusta Pinheiro, que tiveram como objetivo contribuir para a produção de evidência científica base das boas praticas e melhoria dos cuidados, bem como da qualidade de vida da Pessoa com Ostomia. 

O prémio foi entregue no Congresso Nacional de Estomaterapia 2023, que se realizou no dia 24 de fevereiro, em Peniche, e contou com a presença da Enfermeira e Presidente da APECE, Cláudia Silva; e da Enfermeira Augusta Pinheiro.

Criado em 2017, o Prémio Augusta Pinheiro é uma forma de reconhecimento anual de boas práticas de investigação, que pretende distinguir o melhor trabalho de investigação clínica na área de Estomaterapia, elaborado por enfermeiros a nível nacional e totalmente realizado em instituições portuguesas.

 

Great Place to Work®
A GSK foi distinguida, novamente, como uma das melhores empresas para trabalhar em Portugal, na edição 2022 do Great Place to...

“Na GSK, acreditamos que a motivação e o sucesso das nossas pessoas são fatores determinantes para impactar positivamente a saúde global e gerar retorno para os acionistas. O talento dos nossos colaboradores, em conjunto com a ciência e a tecnologia, são fundamentais para conseguirmos antecipar e vencer as doenças e, por isso, procuramos criar todas as condições para que as pessoas se possam desenvolver e realizar o seu trabalho de forma equilibrada, entregando a melhor versão de si próprias. Este reconhecimento do Great Place to Work® reflecte a dedicação, a responsabilidade e o compromisso dos nossos colaboradores e é algo que nos deixa muito orgulhosos”, sublinha Cassandra Pineda, Responsável de Recursos Humanos na GSK Portugal. 

O inquérito, implementado pelo Great Place To Work em 2022 e respondido por 92% dos colaboradores da GSK em Portugal, revela que 97% das pessoas consideram a empresa um excelente lugar para trabalhar, 100% sente orgulho em trabalhar na GSK e a mesma percentagem (100%) diz ter liberdade para flexibilizar o seu horário de trabalho.  

O ranking Great Place to Work® baseia-se numa metodologia global, aplicada há mais de 30 anos, que considera maioritariamente a perceção dos colaboradores, através da resposta, de forma voluntária e anónima, a um questionário (Trust Index©), assim como uma avaliação independente às políticas e práticas de gestão de pessoas existentes na organização.  

 

 

 

Dia Mundial do Rim assinala-se a 9 de março
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) vai realizar várias sessões de esclarecimento sobre a doença renal...

As sessões de esclarecimento estão adaptadas para os alunos que se encontrem no ensino básico e secundário, e vão ser realizadas na Escola Básica D. Pedro Varela, no Montijo, na Escola Básica João da Rosa, em Olhão, na Escola Básica e Secundária de Mães D’Água, na Amadora, nas Escolas Eugénio de Castro, em Coimbra, na Escola Básica João da Rosa em Olhão, na Escola Básica Alfredo da Silva, no Barreiro, no Agrupamento de Escolas de Valadares.

“Estas sessões podem contribuir de forma positiva para o programa de educação em saúde de várias escolas, bem como prevenir e reduzir a incidência da doença renal crónica. Vamos continuar a promover várias ações de consciencialização, ministradas por médicos e enfermeiros, em escolas básicas e secundárias de norte a sul do país.”, afirma Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

A campanha “A vitória contra a doença renal começa na prevenção” conta com o apoio da Associação de Doentes Renais de Portugal, da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Diálise e Transplantação, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, da Sociedade Portuguesa de Nefrologia e da Sociedade Portuguesa de Transplantação.

A doença renal crónica caracteriza-se pela deterioração lenta e irreversível da função dos rins. Como consequência da perda desta função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Os doentes com diabetes, hipertensão arterial, obesidade e historial familiar de doença renal podem estar em risco de desenvolver esta doença.

 

Amiloidose por Transtirretina
Está a decorrer o processo de submissão de propostas a um Programa Competitivo de Bolsas, promovido pela Pfizer, para apoiar...

Este Programa Competitivo de Bolsas pretende apoiar projetos de investigação que promovam o conhecimento sobre a epidemiologia, a ciência básica associada e o diagnóstico precoce e tratamento da ATTR.

Os projetos serão analisados por um painel de revisores independente, que irá selecionar os projetos para financiamento. A Pfizer não tem influência sobre nenhum aspeto dos projetos e apenas solicita relatórios sobre os resultados e o impacto dos mesmos, para partilha pública.

Estas bolsas estão inseridas no programa Pfizer Global Medical Grants (GMG), criado para apoiar iniciativas independentes, com o objetivo de melhorar os resultados em saúde e responder a necessidades médicas não satisfeitas, alinhadas com a estratégia científica da Pfizer. Mais informações em: Junior Investigator Global ATTR Amyloidosis Research ASPIRE

No âmbito deste Programa, os candidatos devem ser investigadores juniores que tenham terminado a sua formação e obtido o diploma há menos de 10 anos, tendo obtido um grau profissional de MD e/ou PharmD ou equivalente.

 

Opinião
Reconhecemos, diagnosticamos e tratamos inúmeras doenças crónicas.

A obesidade é uma DOENÇA CRÓNICA. É fundamental mudar o “mindset” da sociedade em geral (e dos profissionais de saúde também...), que estigmatiza e culpabiliza estes indivíduos. É um erro acreditar que chamar obeso é um insulto à sua dignidade. A obesidade é uma doença crónica, muito complexa e multifatorial. A gordura corporal anormal ou excessiva (adiposidade) compromete a saúde, aumentando o risco de complicações a longo prazo e reduzindo a esperança de vida. Não é – apenas - um problema estético e não resulta – apenas - do excesso de ingesta alimentar. É uma doença! Em toda a sua dimensão: genética, epigenética, neurogénica, hormonal, ambiental, enfim...

Atualmente, 38% da população mundial (o equivalente a 2,6 mil milhões de pessoas) já é obesa ou tem excesso de peso. E, sem mudanças substanciais, o número vai agravar-se! Até 2035, mais de metade da população mundial (51%) deverá tornar-se obesa ou com excesso de peso. E a obesidade entre crianças e jovens deverá, de acordo com os dados atuais, aumentar mais rapidamente do que entre os adultos.

Sabemos ainda que a obesidade aumenta substancialmente o risco de doenças como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão, enfarte agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, demência, osteoartrite, apneia obstrutiva do sono e vários tipos de cancro. E está, como tal, associada a elevada morbilidade e mortalidade. É difícil encontrar qualquer patologia que não seja mais prevalente no individuo obeso, ou cuja obesidade não a agrave.

E como quase sempre acontece nestes grandes problemas de saúde publica, são os países mais pobres e as classes sociais mais desfavorecidas, os que enfrentam maiores aumentos na obesidade, correndo riscos ainda mais graves por não estarem preparados para lidar com a doença.

E para além da sua dimensão clínica, a obesidade tem ainda grandes repercussões de dimensão económica e social. Mais que o impacto direto nos custos de Saúde, está ainda associada ao desemprego e à diminuição da produtividade, e assume contornos de flagelo social.

É incontornável: Se falharmos hoje na reposta a obesidade, as repercussões futuras serão gritantes! Segundo o relatório da Federação Mundial para a Obesidade, o custo global desta doença pode atingir os 4,32 biliões de dólares em pouco mais de uma década.

Precisamos mesmo de encarar a dimensão dos números e do problema! A obesidade é uma das doenças mais prevalentes, mais subvalorizadas, menos diagnosticadas e menos tratadas da atualidade. Mais que um Problema de Saúde Pública é um Problema Prioritário de Saúde Pública!

Para o enfrentar são requeridas estratégias de prevenção, mas também de tratamento, em abordagens que combinem intervenções individuais com mudanças sociais e políticas. Abordagens que têm de envolver profissionais de saúde, mas também a sociedade civil e, naturalmente, os decisores políticos. Não podemos continuar a ignorar. É urgente agir! É urgente prevenir! É ainda mais urgente tratar! Afinal, a Obesidade é uma doença!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
46.º Congresso Mundial dos Hospitais realiza-se entre os dias 25 e 27 de outubro
Sob o mote Global Learning, Local Action, o 46.º Congresso Mundial dos Hospitais, da Federação Internacional dos Hospitais (IHF...

O Congresso é coorganizado pelo consórcio português constituído pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar [APDH], Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares [APAH], e Associação Portuguesa de Hospitalização Privada [APHP], e contará com o Alto Patrocínio de Sua Excelência, O Presidente da República. 

No âmbito do Congresso, encontra-se a decorrer o prazo para submissão de resumos para apresentações orais ou posters, nas seguintes áreas:

  • TOMORROW’S WORLD – Leaders successfully navigating the future
  • TOMORROW’S WORLD – Wellbeing and the future for our professionals
  • TOMORROW’S WORLD – Innovative approaches to providing healthcare
  • TOMORROW’S WORLD – The ever-expanding digital landscape
  • TOMORROW’S WORLD – Next-generation, climate-resilient and sustainable healthcare

A submissão de resumos poderá ser feita até ao dia 5 de abril, através do link:

https://worldhospitalcongress.org/abstracts/

 

“Desafios Socioemocionais do mundo atual: as vozes da Psicologia e Educação"
A V Semana da Psicologia e Educação realiza-se entre os dias 6 e 8 de março na Universidade Portucalense (UPT), reunindo cerca...

Esta edição do evento conta com conferências, mesas plenárias, workshops e discussão de projetos de investigação em que serão debatidos os principais desafios emocionais dos dias de hoje em contexto social e de trabalho, a partir de perspetivas académicas e de especialistas em psicologia e educação.

No dia 6 de março, têm lugar na Aula Magna da UPT uma conferência e três mesas plenárias, que, para além da participação de diversos especialistas das áreas da educação e da psicologia, contam ainda com a partilha de experiências de associativismo, voluntariado, mobilidade e investigação pelos estudantes.

No segundo dia do evento, a 7 de março, realizam-se diversos workshops organizados pelo Núcleo de Estudantes de Psicologia e Núcleo de Estudantes de Educação Social, que abordarão temas como o abuso sexual, a discriminação sobre a comunidade LGBTI, a ansiedade ou o burnout e stress em contextos sociais e educativos. Todos os workshops contam com a presença de especialistas de diversas áreas e instituições.

No dia 8, realizam-se encontros científicos de estudantes de Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde, Mestrado em Administração e Gestão da Educação e Mestrado em Ciências da Educação, com discussão de projetos de investigação com especialistas convidados.

Pode consultar o programa aqui.

 

Campanha no âmbito do Dia Internacional da Mulher
No âmbito do Dia Internacional da Mulher, que se celebra a 8 de março, o Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP) alerta...

Apesar de historicamente o cancro do pulmão ter sido sempre mais prevalente no género masculino, nos últimos 40 anos os homens tiveram uma redução de 36% em novos diagnósticos, enquanto as mulheres tiveram um aumento de 84%. Esta tendência foi fortemente desencadeada pelas campanhas da indústria tabaqueira que, até há alguns anos, influenciava subliminarmente as jovens ao dizer que para serem «modernas» ou «iguais aos homens» deviam fumar”.

Um dado particularmente preocupante é que, nos últimos anos, o cancro do pulmão tem vindo a aumentar nas mulheres jovens. Na faixa etária compreendida entre os 30 e os 49 anos, ultrapassa já a incidência dos homens em vários países desenvolvidos. Neste subgrupo, existe uma importante percentagem de mulheres com cancro do pulmão que não são fumadoras, reforçando assim a importância de outros fatores para além do tabagismo.

O fumo passivo, por exemplo, é um fator de risco relevante para mulheres não fumadoras, visto que 64% das mortes por cancro do pulmão associadas ao fumo passivo correspondem a mulheres. Está ainda a ser estudada a hipótese de as mulheres poderem ter diferentes fatores de risco genético para cancro de pulmão, como não serem capazes de reparar o ADN danificado ou terem genes anormais relacionados com o desenvolvimento de cancro. Também está a ser investigada a eventual influência de fatores hormonais, como é o caso do papel dos estrogénios.

“Neste Dia Internacional da Mulher queremos sensibilizar o público em geral, e em particular o feminino, para esta tendência preocupante. Uma vez que as mulheres jovens não fumadoras não são habitualmente consideradas como parte do grupo de risco para esta patologia, é importante reconhecer os sintomas que devem motivar o recurso ao médico, bem como realizar check-ups regulares que, por sua vez, vão possibilitar diagnósticos precoces com maiores probabilidades de sucesso e cura”, refere Carina Gaspar, pneumologista e membro do GECP.

Com esta campanha o GECP pretende ainda alertar que não fumar continua a ser a melhor maneira de evitar o cancro do pulmão. Além do tabaco, também os novos dispositivos, como os cigarros eletrónicos e o tabaco aquecido, devem ser evitados. Limitar o tempo que se passa em espaços onde se fica exposto ao fumo passivo é outra das recomendações do GECP, bem como praticar exercício físico e optar por uma alimentação equilibrada.

“A somar a todos os benefícios que deixar de fumar traz à nossa saúde, nunca é demais relembrar que a cessação tabágica também provoca mudanças visíveis em alguns aspetos físicos, tais como a aparência da pele, o cabelo mais brilhante e os dentes menos amarelos”, acrescenta Carina Gaspar.

Para o GECP é ainda essencial que toda a comunidade médica, e em especial a Medicina Geral e Familiar, esteja fortemente envolvida na prevenção e diagnóstico precoce desta patologia, uma vez que, para já, ainda não existe nenhum rastreio implementado a nível nacional. É também importante a adoção de medidas que continuem a desincentivar a iniciação do consumo e a promover a cessação tabágica.

Infeção afeta homens e mulheres
“A infeção por HPV é um evento natural da vida de qualquer pessoa sexualmente ativa, tenha ela um ou

O Papilomavírus Humano (HPV)

O Papilomavírus Humano é um pequeno vírus DNA pertencente à família dos Papovaviridae e que infecta epitélios, mucosos ou cutâneos.

Transmite-se através do contacto sexual entre mucosas e superfícies cutâneas, e estima-se que 70% a 90% de todas as pessoas serão infetadas durante a sua vida.

“A sua transmissão é muito fácil e frequente. Sabe-se que está presente em quase 100% dos cancros do colo do útero, 70% dos cancros da vagina, 40% dos cancros da vulva e em 84% dos cancros do ânus e 47% dos cancros do pénis. No caso dos condilomas genitais, é responsável por 90% de todas as lesões”, revela a especialista.

A infeção pelo HPV é habitualmente assintomática e transitória, sendo que a maioria das pessoas acaba por eliminar o vírus e não tem consequências da infeção. No entanto, em alguns casos, a infeção torna-se persistente e é nestas situações que se podem desenvolver as lesões mais graves associadas ao vírus. É nestes casos que, habitualmente, os sintomas surgem: corrimento, hemorragia ou dor.

Os diferentes tipos de HPV

Até à data, existem mais de 200 tipos de HPV identificados dos quais cerca de 40 infetam, preferencialmente, o sistema anogenital, ou seja, vulva, vagina, colo do útero, pénis e áreas perianais.

De acordo com a especialista em ginecologia, estes podem dividir-se em dois grandes grupos. “O grupo de alto risco está implicado nas lesões pré-cancerosas e nos cancros do colo do útero, vagina, vulva, ânus, pénis e alguns tipos de cancros da orofaringe. O grupo de baixo risco é responsável pelos condilomas genitais”.

Fatores que aumentam o risco de infeção persistente

“Sendo uma infeção causada por um vírus, qualquer situação que comprometa o sistema imunitário, como é o caso das pessoas que fazem medicação imunossupressora (doenças auto-imunes, infeção a HIV, doentes transplantados, etc.), aumenta a probabilidade de persistência do vírus. O tabaco é um fator de risco muito importante, especialmente no cancro do colo do útero”, revela especialista.

Prevenção

A única forma de prevenir a infeção a HPV é fazer a vacina - homens e mulheres, independemente da idade - (idealmente antes do início da atividade sexual), sendo que teoricamente a imunidade é só para os tipos de HPV contidos na vacina (os mais frequentemente implicados nas lesões pré-invasivas, cancros e condilomas genitais). O uso de preservativo previne a transmissão do vírus, mas apenas em cerca de 70% dos casos, pelo que não é completamente eficaz.

Importante saber…

Sendo uma infeção muito frequente e prevalente na população, especialmente antes dos 30 anos, o importante não é despistar todos os tipos de HPV, mas sim identificar as pessoas que têm os tipos de alto risco e que, deste modo, estão em risco de desenvolver lesões pré invasivas e cancros. Atualmente, esta é a base do rastreio do cancro do colo do útero defendido por muitos países já que permite identificar grupos de risco para cancro e, assim, encaminhar e tratar adequadamente as infeções a HPV que têm importância clínica.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
APDP alerta para a necessidade do aumento da resposta para ambas as doenças crónicas
No âmbito do Dia Mundial da Obesidade, que se assinala a 4 de março, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP)...

“A obesidade continua a ser uma das maiores pandemias mundiais e, apesar de ser uma doença crónica, existem ainda muitos estigmas que lhe estão associados. Continua a ser vista como resultado de opções de vida individuais, mas a evidência científica mostra-nos que o problema é muito mais complexo. Existem fatores genéticos, psicológicos, hormonais, socioeconómicos e ambientais que contribuem para a obesidade. A APDP está apostada em desfazer mitos e em garantir a eficácia no combate a esta condição.”, alerta Carolina Neves, médica endocrinologista da APDP.

Em Portugal, há cerca de 2 milhões de pessoas a viver com obesidade e quando se somam as pessoas com excesso de peso o total representa 67,6% da população portuguesa. Um cenário com previsão para agravar devido aos atrasos nos tratamentos e que, segundo os dados mais recentes, gera um custo de aproximadamente 13 milhões de euros associados complicações da obesidade. Além disso, a obesidade é uma doença crónica complexa e multifatorial que está associada a mais de 200 outras doenças.

“Se conseguíssemos intervir antes de estas pessoas desenvolverem diabetes, poderíamos prevenir problemas de saúde significativos, como doenças cardíacas, doença renal crónica, neuropatia e retinopatia diabética, entre outros problemas, num grande número de pessoas.” No entanto, “o tratamento desta doença fica ainda muito aquém das necessidades atuais, havendo um grande caminho a percorrer. Além de as terapêuticas farmacológicas não terem comparticipação para a obesidade, também a inexistência de consultas multidisciplinares representa um entrave para o tratamento de pessoas sem poder monetário, o que trará consequências para os próprios, mas também para o SNS e o país.”, explica a endocrinologista.

“Além da intervenção na obesidade propriamente dita, também as pessoas com diabetes com IMC abaixo dos 35 vêem-se impedidas de se socorrerem de fármacos que as ajudam na compensação da sua doença. São medidas que não entendemos.”, conclui José Manuel Boavida, presidente da APDP, adiantando que “esta situação é tão exigente que vamos ter de criar outro tipo de respostas para a obesidade, ajustadas ao perfil de cada pessoa, com acompanhamento personalizado neste percurso.”

Startup portuguesa assinou protocolo com a Unidade das Misericórdias Portuguesas
A MyCareforce, plataforma digital portuguesa que conecta Enfermeiros e Técnicos Auxiliares a vagas disponíveis em instituições...

Através desta colaboração estratégica, a UMP, que presta apoio através das Misericórdias a mais de 165 mil pessoas, passa a contar com a MyCareforce como uma das suas ferramentas preferenciais na área de software de contratação de profissionais de saúde. 

“A modernização e digitalização do setor da saúde estão muitas vezes associadas à tecnologia no tratamento de determinadas patologias. Mas todo o processo de agilização de serviços de saúde, nomeadamente aqueles que requerem profissionais especializados, precisa igualmente de ser modernizado em muitos organismos.” Começa por explicar João Hugo Silva, Co-CEO da MyCareforce. “A União das Misericórdias Portuguesas compreende esta necessidade e escolheu-nos como parceiro para este importante primeiro passo no apoio necessário à melhoria global do desempenho das Santas Casas de Misericórdia.” 

A União das Misericórdias Portuguesas tem como objetivo ser o instrumento promotor dos valores e atividade das Santas Casas de Misericórdia no âmbito nacional, bem como a divulgação da cultura e civilização lusófona das Misericórdias no plano europeu e mundial. 

Em 2021, a associação foi distinguida com o Prémio “Cidadão Europeu” pelo Parlamento Europeu, que reconhece o trabalho das Misericórdias em todo o território nacional, no seu apoio prestado à comunidade, nas áreas de apoio social e cuidados de saúde. 

Recorde-se que, recentemente, a startup portuguesa anunciou também uma parceria com o Serviço Nacional de Saúde através de uma colaboração inicial com o Hospital Santo António dos Capuchos em Lisboa, e deu o seu primeiro passo de internacionalização no mercado brasileiro. 

 

 

 

Como lidar
O excesso de gordura influencia a satisfação que se tem com o corpo.

É importante entender que a imagem que construímos do nosso próprio corpo é muito influenciada pelas pessoas que nos rodeiam e, de uma forma mais ampla, pela sociedade em geral. Um estudo realizado na universidade de Waterloo, no Canada, demonstrou que para nos sentirmos bem com a nossa imagem/corpo é necessário estarmos rodeados de pessoas que não estão demasiado focadas num determinado aspeto físico, num tamanho ou num tipo de alimentação (Miller, K., Kelly, A., Stephen, E. 2019). A mesma investigação, também comprova que a própria relação que se tem com a alimentação é mais intuitiva e positiva quanto menor for a pressão exercida por parte das pessoas com quem convivemos.

De um ponto de vista social, somos repetidamente bombardeados com promessas por parte das indústrias de emagrecimento, estética, cirurgia plástica, entre outras, de alcançar uma imagem corporal ideal para nos sentimos parte integrante de um grupo social exclusivo e aparentemente feliz. Todas estas pressões, fazem-nos percecionar a gordura como algo negativo e consequentemente fator de exclusão social.

O que distingue uma simples preocupação em ter peso ou gordura a mais de um problema psicológico mais grave com o peso?

Frequentemente, estas pressões condicionam as pessoas, ao longo das suas vidas, e por vezes durante vários anos, a correrem desesperadamente atrás de um número na balança e/ou de medidas consideradas perfeitas. Começam a acreditar que só quando eliminarem o excesso de gordura, serão felizes ou irão ser reconhecidas como pessoas mais atrativas e consequentemente mais bem-sucedidas na vida. Optam então por iniciar dietas drásticas como se este fosse o preço a pagar ou o sacrifício que se tem de fazer para que a vida seja mais bonita. Porém, o que a maioria das pessoas desconhece é que uma grande parte destas dietas restritivas tem uma taxa de insucesso a longo prazo de 95% (Deram, 2018). Surgem então sentimentos de culpa e de frustração, que vão impulsionar uma perceção cada vez mais negativa da própria imagem, reforçando a necessidade de tentar encontrar outra solução, isto é, outro tipo de dieta. É neste sentido que surge o fenómeno do efeito ioiô muitas vezes consequência de distúrbios alimentares graves e da obesidade.

No que concerne à obesidade, durante muitos anos, foi considerada como um simples problema de gordura e/ou sobrepeso. Hoje sabemos que a obesidade está ligada a problemas somáticos tais como a diabetes ou a síndrome do ovário poliquístico, mas também, e principalmente, a perturbações emocionais como a baixa autoestima, depressão, ansiedade e insatisfação corporal (Giusti, V., Panchaud, M., 2007). Vários estudos demonstraram que melhorando o funcionamento psicológico e emocional do indivíduo, aumenta-se a taxa de sucesso no tratamento da obesidade, a curto e longo prazo. Estes resultados vêm de certa forma, desmistificar a ideia de que “fechar a boca” é muito fácil. Qualquer transtorno alimentar vai para além de controlar o tipo de alimentos, ter horários específicos para comer ou contar calorias. Estas variáveis são apenas a ponta do iceberg. Tais atitudes só deveriam ser pensadas e colocadas em prática quando o indivíduo estivesse emocionalmente equilibrado. Na maioria dos transtornos alimentares, a comida torna-se uma compensação emocional, um refúgio. Por não conseguir conter ou ultrapassar as dificuldades emocionais experienciadas, por não estar bem “por dentro” e se sentir consumido interiormente, a comida surge como um alívio rápido, porém com efeito pontual. Em suma, não é mudando o aspeto físico que se consegue alcançar uma plenitude emocional.

Por outro lado, nem sempre que uma pessoa come em demasia ou um prato menos saudável, se deve necessariamente a uma perturbação psicológica. A comida faz parte da nossa cultura, o essencial é sentirmo-nos equilibrados e assertivos perante as nossas escolhas.

O que devemos fazer para nos sentirmos bem com o corpo?

Mais do que nunca, devemos encarar o corpo e a mente como um todo indivisível. Se não estamos bem emocionalmente, o nosso corpo somatiza este mal-estar e vice-versa. Desta forma, para nos sentirmos bem com o nosso corpo, é fundamental passar por um processo de aceitação da nossa imagem. Aceitar esta nossa “máquina” que irá, quer queiramos quer não, estar connosco até ao fim da nossa vida. Este processo passa também por aceitar o peso e as medidas que se tem. O movimento body positive ou corpo positivo que está a inundar progressivamente as nossas redes sociais, apela à inclusão e à aceitação do corpo que se tem. Todos nós temos o direito de sentir que não há nada de errado no nosso corpo.

Contudo, é importante não descurar as consequências do sobrepeso na saúde, mais especificamente quando este afeta a qualidade de vida. Esta consciencialização deve gerar, nestas situações, uma análise potenciadora de alterações comportamentais ao nível da alimentação e hábitos saudáveis, não em função dos padrões sociais e estéticos, mas sim em prol do bem-estar e da saúde.

Desta forma, ter uma estrutura emocional equilibrada é o primeiro passo no processo de aceitação. Conseguindo alcançar este bem-estar e confiança na autoimagem, fazendo da palavra bem-estar o seu mantra. Em suma, a vida é muito mais do que caber num determinado tamanho de calças, merece muito mais do que isso!

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Obesidade responsável por 1,2 milhões de mortes na Europa
O número de casos tem vindo a aumentar constantemente desde há décadas, com mais de 1,9 mil milhões de adultos, 340 milhões de...

Em Portugal, a obesidade atinge 1,5 milhões de pessoas com mais de 18 anos, das quais 17,4% são mulheres e 16,4% são homens, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). A OMS também adverte que a obesidade é o primeiro passo para outras patologias como a hipertensão arterial, diabetes tipo II, níveis elevados de colesterol e triglicéridos, problemas osteoarticulares, risco de sofrer de pelo menos 13 tipos diferentes de cancro, apneia do sono e problemas cardiovasculares.

Tratamento para a obesidade

Hábitos como o consumo excessivo de alimentos gordos, a falta de exercício, o sedentarismo ou, em suma, o desequilíbrio entre a ingestão e o consumo de calorias são os principais precursores desta doença, especialmente se forem conjugados com uma predisposição genética, metabólica ou hormonal. A educação e a adoção de hábitos de vida saudável, desde a infância, são essenciais para prevenir a obesidade, com uma boa dieta e exercício físico regular. Contudo, nos casos de adultos em que a doença se encontra numa fase avançada, existem diferentes tratamentos: farmacológicos e técnicas endoscópicas - acompanhados de dieta e exercício - para casos de sobrepeso e obesidade menos acentuada, ou cirurgia, para casos de obesidade mórbida.

Cirurgia robótica minimamente invasiva

Atualmente, a cirurgia bariátrica é o único tratamento eficaz e minimamente invasivo para alcançar uma perda de peso significativa e sustentada, em pacientes com obesidade grave. Esta técnica consiste numa redução da capacidade do estômago, e há casos em que também é realizada uma restrição na absorção de nutrientes, tendo em conta as características de cada paciente. A utilização do sistema robótico da Vinci, a tecnologia mais avançada em cirurgia robótica, permite numerosos benefícios neste tipo de intervenção, tanto para o paciente como para o cirurgião. No ano passado, a Excelência Robótica reporta que foram realizadas 920 operações com o sistema robótico da Vinci para esta patologia, mais 87% face às 491 registadas no ano anterior, na Península Ibérica.

Algumas das vantagens desta técnica cirúrgica são a comodidade do cirurgião, que está sentado enquanto opera o sistema robótico da Vinci, minimizando o cansaço e aumentando a tranquilidade, dado que esta técnica implica muito menos riscos do que a cirurgia tradicional. Para o paciente, com este método a cirurgia bariátrica pode ser realizada de forma minimamente invasiva e com grande precisão. Graças à visão 3D imersiva que pode ser ampliada até 10 vezes, a precisão com que a intervenção é realizada atinge ótimos resultados e tanto o tempo de internamento como o período pós-operatório são consideravelmente reduzidos, o que permite ao paciente retomar a vida normal em poucos dias, com menos dor e menor risco de infeções, ou necessidade de novas intervenções.

Dia Mundial da Obesidade
Mafalda Teixeira, atriz, mãe de Gabriel de 6 anos, e uma das maiores influencers digitais em Portugal (com mais de 700 mil...

O projeto “Funny Cook” criado por Mafalda Teixeira, depois de ter sido mãe em 2017, para inspirar as crianças a cozinhar receitas saudáveis através de vídeos, livros e workshops de culinária ao vivo, junta-se agora à luta contra a doença crónica mais prevalente na infância: a obesidade infantil.

Em comunicado à imprensa, Mafalda Teixeira explica que “O objetivo desta parceria com a APCOI é levar os workshops Funny Cook às crianças de todos os municípios e regiões do país. Queremos pôr a alimentação saudável em cima da mesa das principais festas escolares, feiras, festivais e eventos empresariais”.

Para assinalar o arranque desta parceria é hoje lançado no site www.apcoi.pt um formulário através da qual será possível solicitar o agendamento de workshops de culinária “Funny Cook by Mafalda Teixeira”.

Cada workshop de cozinha saudável é solidário e por isso parte da verba reverte como donativo para projetos de investigação, prevenção e tratamento da obesidade infantil em Portugal em parceria com a APCOI.

Portugal tem sido indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como principal referência de boas práticas no combate à obesidade infantil por ter conseguido diminuir em 8% a prevalência de crianças com excesso de peso na última década. Dados europeus de 2019 verificaram, contudo, que uma em cada três crianças em Portugal (29,7%) ainda vive com obesidade ou pré-obesidade.

Delegação açoriana do Sindicato dos Enfermeiros reúne na próxima sexta-feira
A delegação do Sindicato dos Enfermeiros – SE nos Açores reúne já na próxima sexta-feira, dia 03 de março, pelas 10 horas, com...

O “Programa Regional para a Saúde Mental dos Açores” foi aprovado em julho do ano passado e tem vindo a desenvolver um conjunto de ações no terreno com vista à implementação do plano. “É importante a aplicação de medidas de promoção da Saúde Mental, para que deixe de ser o ‘parente pobre’ da saúde em Portugal”, refere o dirigente do SE. Adicionalmente, sustenta Eduardo Bernardino, “é fundamental contratar os recursos humanos necessários, nomeadamente enfermeiros, para aplicar a estratégia de forma adequada”.

“De qualquer forma, consideramos muito positiva esta abertura do Governo Regional para reunir connosco e poder recolher os nossos contributos para melhorar um programa extremamente pertinente, numa área tantas vezes negligenciada”, sustenta Eduardo Bernardino.

 

Dia Mundial da Obesidade
O William James Center for Research do Ispa – Instituto Universitário promoveu o Estudo COOB – COuples’ OBesity Initiative...

O estudo elaborado pelos investigadores Inês Queiroz Garcia, Filipa Pimenta, João Marôco e Amy Gorin verificou que 47% dos casais considera que a obesidade tem um impacto negativo na relação de casal.

O estudo permitiu concluir também que um elevado número de casais não fala sobre a obesidade e que é na profissão que se acentuam as diferenças entre homens e mulheres: são os homens que percecionam maior impacto negativo da obesidade na profissão.

Embora 63% das pessoas que integram o estudo considerem que a presença da obesidade em pelo menos um dos membros do casal é um problema de ambos, falam pouco ou mesmo nada sobre o assunto (54% dos casais falam entre “nunca” a apenas “algumas vezes”).

Em relação à possibilidade de trabalharem em conjunto para gerir a obesidade, apenas 48% o faz “frequentemente” ou “sempre”.

“Estes dados significam que ainda predomina a ideia de que a obesidade é algo que decorre apenas de aspetos individuais; ainda não se valoriza suficientemente o potencial que o casal tem para auxiliar na mudança de comportamentos que possam implicar uma diminuição do peso e uma melhoria no estado de saúde” refere a professora Filipa Pimenta, membro da equipa do estudo do William James Center for Research/Ispa- Instituto Universitário. “Destaca-se nas entrevistas que aspetos do casal, tais como a reação negativa à tentativa de mudança do/a parceiro/a com obesidade, podem ser um fator importante de desmotivação para a mudança. Daí ser importante perceber e intervir na obesidade, considerando o casal e não apenas o indivíduo.”

Já uma percentagem alta dos casais considera que a obesidade tem um impacto negativo em várias esferas da vida do casal, entre elas destaque para os 85% que refere elevado impacto ao nível da saúde, 71% referem impacto na atividade física, 62% relativamente à alimentação e 42% no que diz respeito ao funcionamento sexual.

O COuples’ OBesity Initiative desvenda ainda quais as principais estratégias percebidas como eficazes e que reúnem concordância/preferência de ambos os membros do casal para combater a obesidade. Sendo que 74% dos casais concorda que estabelecer objetivos em relação àquilo que comiam (ex., quantidades, tipo de comida, etc.) era eficaz na gestão do seu peso.

74% concorda em procurar ajuda profissional para gerir o peso, junto de um médico e 72% em procurar ajuda profissional para gerir o peso, junto de um nutricionista;

67% concorda em utilizar equipamentos para fazer atividade física (ex., em casa) ou pagar a mensalidade de um ginásio e 67% em procurar informação acerca de como gerir o peso.

Ainda de acordo com o estudo, as mulheres procuram mais informação acerca de como gerir o peso do que os homens e usam também mais produtos naturais do que homens para combater o excesso de peso.

“A obesidade pode ser reforçada por fenómenos partilhados e construídos no casal, tal como a mudança pode ser facilitada se for implementada em conjunto com o/a parceiro/a. Por isso, uma nova linha de abordagem à mudança de comportamento de saúde, que conduza a uma saudável gestão do peso, pode e deve passar por esta unidade: o Casal”, explicam a Professora Filipa Pimenta e a investigadora Inês Queiroz Garcia.

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