“A Mensagem das Lágrimas - Guia para lidar com o luto”
A editora PACTOR anuncia o lançamento do livro “A Mensagem das Lágrimas – Guia para lidar com o luto”, uma edição portuguesa do...

A perda significativa de alguém na vida é, por norma, um momento muito difícil. Durante o processo de luto surgem várias questões sobre esta experiência e é importante normalizar as principais reações emocionais, cognitivas, físicas e espirituais que são vívidas pelas pessoas enlutadas.

“A Mensagem das Lágrimas é uma obra intemporal acerca do processo de luto e das ferramentas que auxiliam na dolorosa caminhada de perder quem se ama e, consequentemente, na gestão do sofrimento, do vazio e do silêncio provocados pela perda.”, escreve, Sofia Gabriel, Psicóloga clínica na Mind.

“Como podemos processar a morte de uma pessoa querida?”; “Como podemos ajudar uma pessoa que está a sofrer?”; “Quais são as palavras reconfortantes que devemos dizer?”; “É mais adequado afastarmo-nos, para ganhar espaço, ou aproximarmo-nos?” e “O que podemos oferecer, quando os últimos momentos se aproximam e não há mais nada a fazer ou a dizer?” são perguntas frequentes para quem se encontra em processo de luto ou para as pessoas que acompanham alguém nessa situação. A Mensagem das Lágrimas é um guia prático e inspirador que pretende ajudar o leitor a esclarecer todas estas dúvidas e a refletir sobre as suas angústias, pensamentos e emoções que possam ter vergonha de verbalizar.

“Independentemente da relação perdida ou das circunstâncias da morte, este livro é também um guia para as pessoas que querem ajudar uma pessoa próxima que se encontra em luto”, diz Mauro Paulino, Coordenador da Mind.

Este livro destina-se às pessoas que se encontram em processo de luto, mas também é para aqueles que desejam ajudar os que estão a passar por uma perda. A obra está dividida em dez capítulos e apresenta uma série de pistas que ajudam a identificar qual é o sofrimento desnecessário, que pode levar a complicações, e qual é o sofrimento necessário e indispensável, como parte natural do processo de recuperação.

Assumindo uma atitude respeitosa e sensível, a autora conduz os leitores pelos diferentes momentos da vivência do luto, levando-os a sentir e viver a sua própria experiência de forma presente e em plena consciência, além de dar indicações sobre o que os pode ajudar no processo de recuperação da esperança e do desejo de viver, de forma a honrar a pessoa amada.

Em parceria com o Pelouro da Educação da Câmara Municipal de Lisboa
Antecipando o Dia Mundial da Obesidade que se assinala a 4 de março, a ADEXO – Associação Portuguesa de Pessoas que Vivem com...

A iniciativa, que teve como ponto de partida o livro “O Esconderijo”, visa sensibilizar a comunidade para o bullying infantojuvenil relacionado com a Obesidade e contou com a participação de 260 turmas e de cerca de 5.636 alunos de várias escolas do concelho de Lisboa. Como complemento ao trabalho realizado pelas escolas foram realizadas 78 sessões pedagógicas para cerca de 2.200 alunos sobre os temas do projeto e tendo por base o livro "O Esconderijo". A exposição conta com cerca de 265 trabalhos de 32 escolas de 1º e 2º ciclo da rede pública de lisboa. "

A ADEXO – Associação Portuguesa de Pessoas que Vivem com Obesidade ofereceu a cada uma destas escolas 1 exemplar do livro “O Esconderijo”, ao abrigo da campanha “1000 LIVROS 1000 ESCOLAS” o qual foi dinamizado nos vários agrupamentos e em mais de 48 escolas, terminando agora com a realização de uma exposição coletiva dos trabalhos efetuados pelos alunos ao longo do projeto e que pretendem mostrar a forma como cada turma/escola apreendeu a história e os conceitos associados e como, na sua realidade, previnem eventuais situações de bullying.

A inauguração da exposição conta com a participação do Reitor da Universidade de Lisboa, Luís Ferreira, do Presidente da ADEXO – Associação Portuguesa de Pessoas que Vivem com Obesidade, Carlos Oliveira, da Vereadora da Educação da Câmara Municipal de Lisboa, Sofia Athayde e, ainda, dos apresentadores de televisão, Vanessa Oliveira e José Carlos Malato, que são os padrinhos do livro.

A exposição “Na Nossa Turma Ninguém se Esconde” materializa-se em dois formatos de apresentação dos trabalhos realizados pelas escolas – físico e digital – e integrará várias dinâmicas que permitirão a interação com os visitantes, seja em contexto escolar ou outro, construindo um programa de visitas e de atividades para as escolas e famílias.

Carlos Oliveira, presidente da ADEXO, refere a propósito desta iniciativa que “que a Câmara Municipal de Lisboa é o parceiro que aceitou o desafio que lhe lançamos com a oferta dos livros e colocou todos os agrupamentos a falar sobre um tema que para muitos continua a ser TABU.  Esta ação permitiu que as crianças passassem a ter uma visão diferente sobre o tema e falem agora sobre um tipo de agressão continuada que não podemos aceitar e que, muitas vezes, os mais jovens, por exemplos menos felizes, não a entendem como tal”.

Este ano, a Adexo – Associação Portuguesa de Pessoas que vivem com Obesidade assinalará o Dia Mundial da Obesidade ao abrigo do tema “Juntos abordamos a Obesidade em toda a Europa”. Em Portugal, a Associação participará em várias atividades com a Câmara Municipal de Lisboa e com a SPEO – Sociedade Portuguesa de Estudo da Obesidade, entre as quais a participação num Curso Multidisciplinar de Obesidade na Escola Superior de Desporto de Rio Maior, no dia 4 de março dirigido a Profissionais de Saúde.

3 de março
A Direção-Geral da Saúde vai realizar o evento “Promoção da Alimentação Saudável: Passado, Presente e Futuro”, organizado no...

Neste evento será apresentado o relatório anual do PNPAS de 2022, bem como os resultados de um conjunto de iniciativas que foram promovidas por este Programa ao longo do último ano para melhorar os ambientes alimentares nos quais as crianças e jovens vivem. Destaca-se, ainda, a apresentação das linhas estratégias do PNPAS 2022-2030, pela Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares.

O evento será realizado em formato híbrido, presencial e online no canal YouTube da DGS.

Para participação presencial, a inscrição deve ser realizada para o email [email protected], até 2 de março de 2023.

 

Ana Gonçalves Andrade, ginecologista da Maternidade Alfredo da Costa
O Papilomavirus Humano (HPV) não escolhe idades ou género, é silencioso, e pode provocar diversos ti

“As mulheres com rastreio positivo para HPV de alto risco devem ter uma vigilância clínica mais regular para que o médico possa ponderar a melhor abordagem em função do risco, e assim evitar que a infeção evolua para uma doença maligna, alerta a médica, em vésperas de mais um Dia Internacional de Consciencialização sobre o HPV, que se assinala a 4 de março. 

Ana Gonçalves Andrade explica que esta vigilância não só previne uma evolução para o cancro do colo do útero, como evita tratamentos desnecessários e reduz os níveis de ansiedade associados a um rastreio positivo. “Apesar de sabermos que 80 a 90% das infeções podem regredir espontaneamente, a vigilância regular (wait and see ou esperar para ver) pode ser difícil de aceitar pela doente. Mas, nesta fase, é fundamental explicar à doente que, consoante o tipo de lesão identificada, podem não ser necessários tratamentos invasivos, como a cirurgia, e que existem outras formas de gerir e tratar a infeção até à cura efetiva. 

De acordo com a especialista cerca de 80% das pessoas sexualmente ativas terá, pelo menos, um episódio de infeção pelo papilomavirus humano (HPV) durante a vida. Existem mais de 200 tipos diferentes, mas só alguns com potencial cancerígeno. “Uma vez que a infeção persistente por HPV promove o desenvolvimento do cancro do colo do útero e que depende, em parte, do status imunitário do aparelho genital, estratégias que permitam melhorar a imunidade vaginal, equilibrando o seu microbioma, podem ser importantes na prevenção da infeção persistente e na progressão de lesões de baixo risco, salienta. 

A estratégia para a eliminação do cancro do colo do útero assenta em três pilares: prevenir a infeção HPV, diagnosticar lesões precursoras e tratar lesões com elevado risco de progressão. A vacinação contra o HPV é a base da prevenção primária. Disponível em Portugal, a vacina nonavalente, incluída no Programa Nacional de Vacinação, cobre os serotipos responsáveis por 90% dos cancros do colo do útero. 

A implementação do rastreio permite identificar as mulheres em risco de desenvolver cancro do colo do útero e, ao vigiá-las, reduzir a sua incidência e mortalidade. Daí que seja importante a vigilância da doente em Unidades especializadas em patologia do colo, para ir avaliando a evolução da infeção e de eventuais lesões. Estratégias de intervenção terapêutica, como produtos de aplicação vaginal, podem ser utilizados como forma de estimular a regeneração dos tecidos, potenciando a neutralização natural do HPV, e, ao mesmo tempo, diminuir os níveis de ansiedade. Por exemplo, diversos estudos indicam que o carboximetil beta-glucano, um polímero hidrofílico mucoadesivo, contribui para reequilibrar o microbioma vaginal e apoia a regeneração das células que revestem o colo do útero*. Contudo, alerta que a sua utilização não exclui a necessidade de manter uma vigilância clínica regular em centros diferenciados. 

Ana Gonçalves Andrade sustenta que, “existem atualmente um conjunto de medidas preventivas custo-eficazes que tornam o cancro do colo do útero uma doença evitável”. E relembra que “a consciencialização da população para a importância da infeção HPV é fundamental para uma adequada adesão a todas estas medidas preventivas e para tornar o cancro do colo do útero uma doença do passado”.  

PERGUNTAS E RESPOSTAS: 

O que torna o colo do útero tão suscetível? 

O HPV infeta as células basais dos epitélios através de micro abrasões decorrentes das relações sexuais. Por ser uma zona de metaplasia ativa, a zona de transformação do colo é particularmente suscetível. No interior da célula o vírus completa o seu ciclo de replicação, destrói a célula infetada e liberta novas partículas virais que perpetuam a infeção (infeção produtiva; lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau). Se a infeção persistir o vírus integra o seu DNA no genoma da célula hospedeira conferindo-lhe a capacidade de transformação neoplásica (infeção transformante; lesão intra-epitelial escamosa de alto grau – precursora do cancro do colo do útero). 

Quais os tipos de HPV mais perigosos? 

Entre os HPV de alto risco, os 16 e 18 são os mais perigosos e responsáveis pela esmagadora maioria dos cancros do colo do útero. Daí que sejam fundamentais a vacinação e o rastreio. Os HPV de baixo risco causam doença benigna, os condilomas. 

O HPV está relacionado com que tipos de cancro? 

O Papilomavirus Humano é um dos carcinogéneos mais potentes e está na origem de múltiplas neoplasias: mais de 90% dos cancros do colo do útero, 88% dos cancros anais, 70% dos da vagina, metade dos cancros do pénis; cerca de 43% das neoplasias da vulva e está relacionado com 26% dos casos dos cancros da orofaringe. 

 

Referências: 

*Lavitola G, Della Corte L, De Rosa N, Nappi C, Bifulco G. Effects on Vaginal Microbiota Restoration and Cervical Epithelialization in Positive HPV Patients Undergoing Vaginal Treatment with Carboxy-Methyl-Beta-Glucan. Biomed Res Int. 2020 Apr 27;2020:5476389. doi: 10.1155/2020/5476389. PMID: 32420349; PMCID: PMC7201736. 

 

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Relatório
Pedro Pita Barros (Cátedra BPI | Fundação “la Caixa” em Economia da Saúde) e Eduardo Costa, investigadores do Nova SBE Health...

A análise dos autores incide sobre os dados recolhidos na última década (2011-2022) e verifica, entre outros parâmetros, que na prestação de cuidados de saúde, o aumento do número de profissionais, sobretudo desde 2015, foi anulado pelo aumento do número de profissionais que trabalham em tempo parcial e pelas alterações aos horários de trabalho (regresso às 35 horas). Tal revela que a capacidade assistencial do Serviço Nacional de Saúde (SNS) depende, entre outros fatores, do número de horas trabalhadas e não do número de profissionais. Concluindo assim que ‘o esforço financeiro realizado foi canalizado para a recuperação e não para a expansão da capacidade’.

Embora o número de profissionais de saúde em Portugal tenha crescido de forma contínua (entre dezembro de 2014 e julho de 2022, verificou-se um aumento global de 29%: médicos internos +35%, médicos especialistas +25% e enfermeiros +35%), o aumento da procura por cuidados de saúde e a sofisticação técnica esbatem os ganhos obtidos pelo aumento do número de profissionais de saúde. O relatório revela ainda que Portugal apresenta fortes desequilíbrios na força de trabalho em saúde, o que acentua a dificuldade para fazer face às necessidades de uma população particularmente envelhecida, com elevada prevalência de doenças crónicas e hábitos de vida pouco saudáveis.

Alertando para as limitações que impedem uma justa comparação, os autores lembram, ainda assim, que Portugal é o país da OCDE com maior número de médicos por mil habitantes (5,5 médicos por cada mil habitantes), mas surge entre os dez países com menos enfermeiros (7,1 enfermeiros por mil habitantes) e é mesmo o país da OCDE com o rácio de enfermeiros por médico mais baixo (1,3 enfermeiros por médico, em contraposição à média dos restantes países que apresentam um rácio de 2,7 enfermeiros por cada médico).

Envelhecimento dos profissionais de saúde

O envelhecimento da população e dos profissionais de saúde foi igualmente alvo de análise no presente relatório. Os dados mais atuais (relativos a dezembro de 2021) indicam que cerca de um quarto dos médicos (24%) inscritos na Ordem tinha mais de 65 anos, o que faz antecipar uma vaga de aposentações nos próximos anos, cenário que atingirá o seu pico na presente década (2020–2030), com um expectável volume médio de aposentações anuais superior a 450. O envelhecimento dos profissionais de saúde - que no caso dos enfermeiros é menos expressivo – afeta diretamente o planeamento dos recursos humanos em saúde, uma vez que a proporção de médicos envelhecidos não só reduz o número de profissionais disponíveis para trabalhar em período noturno ou na urgência, como permite antever, para a presente década, a aposentação de cerca de 5 mil médicos. ‘O planeamento atempado dessas aposentações é fundamental para minimizar disrupções no normal funcionamento dos cuidados de saúde’ adiantam os investigadores, frisando o impacto destas saídas ao nível, por exemplo, da manutenção da capacidade formativa no SNS.

A fotografia dos recursos humanos no SNS e as estimativas futuras existentes reforçam a necessidade de outro tipo de abordagem para fazer face aos problemas da escassez de alguns profissionais, das restrições orçamentais e das necessidades crescentes e complexas da população. A resolução dos desafios existentes nos recursos humanos em saúde em Portugal passa, segundo os investigadores, por ‘(…) uma diferente capacidade de gestão para estabelecer, por um lado, condições de atratividade do SNS (…) e, por outro lado, aproveitar as potencialidades de reorganização do trabalho nas unidades de saúde, propiciadas quer pela evolução das competências dos vários grupos profissionais da saúde quer pelo desenvolvimento tecnológico, incluindo a transformação digital, que permite o desempenho de algumas tarefas por meios tecnológicos.’.

Profissionais de saúde do SNS exaustos e com menos poder de compra

Na análise às remunerações o relatório conclui que a deterioração da atratividade do SNS tem vindo também a ser reforçada pela diminuição da competitividade das condições remuneratórias, fruto da evolução negativa das mesmas. Ao passo que o ganho médio nacional subiu 23% entre 2011 e 2022, no caso dos médicos observou-se um decréscimo de 5% (em parte explicado pelas aposentações) e no caso dos enfermeiros o ganho médio subiu 14%, no mesmo período. A comparação entre a evolução das remunerações reais e a evolução do poder de compra, evidencia que, em 2022, os médicos perderam 18% do poder de compra face a 2011, e os enfermeiros perderam 3% (em média, os trabalhadores nacionais viram o seu poder de compra subir 6% no mesmo período, apesar da quebra significativa em 2022, face ao aumento da inflação). Os autores do estudo referem que o período de recuperação registado antes da pandemia ‘não foi suficiente para recuperar significativamente as dificuldades sentidas durante a crise financeira e para fazer face à dinâmica recente de preços’.

O recurso a suplementos remuneratórios utilizado para atenuar as perdas de poder de compra acentua a pressão da carga de trabalho e complexifica a gestão das unidades de cuidados de saúde. Também o crescimento do setor privado, com a consequente possibilidade de duplo emprego para complemento dos rendimentos, cria uma pressão adicional ao SNS, complexificando a gestão de recursos humanos, e coloca desafios sobre a evolução da remuneração dos profissionais de saúde no setor público, enquanto fator de atratividade dos profissionais.

Condicionantes à evolução dos recursos humanos em saúde em Portugal

O presente relatório destaca como fortes condicionantes à evolução do cenários dos recursos humanos em saúde em Portugal três períodos negativos sucessivos que  incidiram sobre os profissionais de saúde e que resultaram na perda de rendimento real e na degradação das condições de trabalho: o programa de ajustamento financeiro e das contas públicas (2011-2014) - reduções salariais, aumento dos horários de trabalho e congelamento do orçamento para o SNS diminuíram significativamente as perspetivas de evolução dos profissionais de saúde, acentuando o desgaste face ao crescimento contínuo da procura por cuidados de saúde; o período seguinte de reversão de medidas (2015-2019)  – a diminuição do horário de trabalho associada à mesma procura por cuidados de saúde teve que ser satisfeita por um número menor de horas de trabalho o que se traduz em contratações utilizadas para recuperar a capacidade de resposta e não o seu reforço; e a pandemia da Covid-19 (2020-2021)  - aumento drástico da carga de trabalho e desgaste relacionado com o trabalho na ‘linha da frente’ da pandemia que se somou aos fatores de pressão que se sentiam desde a crise financeira.

‘A falta de atratividade do Serviço Nacional de Saúde como local de trabalho decorreu mais dos três choques sucessivos do que da falta de atenção (que existiu) aos efeitos da demografia’, concluem os autores, salientando a necessidade de mudanças para lá da abertura de vagas para formação e da abertura de concursos de recrutamento - mudanças ao nível da gestão, com a criação de uma estratégia ativa para desenvolvimento profissional no SNS, e da reorganização do trabalho.

Projeto da Universidade de Coimbra apoiado pelo PRR
A Universidade de Coimbra (UC) coordena o projeto “Cogumelos ‘do Prado ao Prato’: do tratamento de doenças do metabolismo a...

O projeto, coordenado pela investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC), Anabela Marisa Azul, pretende contribuir para o cultivo sustentável de cogumelos medicinais, como Pleurotus ostreatus (cogumelo-ostra), Pleurotus eryngii (cogumelo-do-cardo) e Hericium erinaceus (cogumelo juba-de-leão) a partir da valorização de palha de arroz e de outros resíduos agrícolas e florestais nacionais.

Atualmente, «muitos destes resíduos são queimados no local, constituindo uma fonte de emissão de gases com efeito de estufa, com prejuízo para a qualidade do ar. A incorporação destes resíduos nas formulações para o cultivo de cogumelos vai permitir melhorar as suas propriedades nutricionais e aumentar a produção, a venda e o consumo deste produto», contextualiza a investigadora da UC.

Este projeto, que vai estar em curso ao longo de 30 meses, pretende também incorporar medidas de rastreabilidade ao longo de toda a cadeia de produção, de forma a criar um sistema de certificação de produto saudável e sustentável, direcionado para cogumelos, substratos e seus subprodutos.

Anabela Marisa Azul explica que, além do cultivo sustentável de cogumelos, também está prevista a «avaliação de propriedades nutricionais e componentes em cogumelos, com o foco na validação científica sobre os benefícios do seu consumo para a diminuição de risco de doenças, como a obesidade e a diabetes, para atenuar eventos inflamatórios, e para melhorar o metabolismo celular». A investigadora sublinha ainda a importância do projeto «na promoção dos cogumelos enquanto alimento saudável, sustentável e integrado na cultura da dieta Mediterrânica».

Além do CNC-UC, integram o projeto o Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra (iCBR) e o Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (FCTUC). O projeto vai ter como parceiras a Fungiperfect Lda.; a Growingdetails – Unipessoal Lda.; a Floresta Jovem Lda.; a Leal & Soares, S.A.; a Escola Profissional da Mealhada – Unipessoal Lda.; a Organização Florestal Atlantis (OFA), Associação de Desenvolvimento Florestal; a Pinhal Maior – Associação de Desenvolvimento do Pinhal Interior Sul; e a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC). É membro do painel consultivo o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV).

“Cogumelos ‘do Prado ao Prato’: do tratamento de doenças do metabolismo a dieta saudável sustentável a partir da valorização de recursos agroflorestais” é um dos seis projetos financiados no âmbito da iniciativa Alimentação Sustentável da Agenda de Inovação para a Agricultura 2020-2030.

Mais informações sobre o projeto em https://rrn.dgadr.pt/prr/iniciativaprr.asp.

Estudo
A Convatec, no âmbito do seu propósito de desenvolver soluções que apoiam os profissionais de saúde e o percurso de pessoas com...

Estima-se que existam cerca de 22.000 pessoas com ostomia em Portugal, em que cerca de 90% têm uma ostomia de eliminação (urostomia, colostomia ou ileostomia). Destes, a maioria são homens (61,6%) e com idade média de 69,3 anos. Verificou-se que 3 em cada 4 pessoas vivem com ostomia definitiva e a ostomia de eliminação mais comum é a Colostomia (56%).

Ainda de acordo com o estudo, 2 em cada 3 pessoas são acompanhadas por um enfermeiro de cuidados de estomaterapia (63%) e 7 em cada 10 tiveram cirurgia programada. A principal causa de cirurgia de construção de uma ostomia são os problemas oncológicos, seguindo-se a doença inflamatória intestinal.

Em relação às regiões do país, verificou-se que os distritos de Évora, Castelo Branco, Guarda, Viana do Castelo e Portalegre são aqueles com maior prevalência.

De acordo com Filipa Moreira, National Sales Manager da Convatec em Portugal, “o estudo demonstrou que nos últimos anos aumentou o número de pessoas com esta condição, e que são acompanhadas por um enfermeiro de cuidados em estomaterapia, profissional essencial para proporcionar respostas e melhorar a qualidade de vida da pessoa com ostomia. Esperamos que os dados reportados neste estudo possam fomentar a investigação em Enfermagem, promover a análise de necessidades e contribuir para a melhoria da qualidade dos cuidados prestados”, conclui.

 

Dia Mundial das Doenças Raras
No âmbito do Dia Mundial das Doenças Raras, que se assinala a 28 de fevereiro, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia anunciou a...

“Este é um protocolo de colaboração técnica, científica e humana e que tem como principal objetivo a agregação de profissionais de saúde, doentes, famílias e cuidadores contribuindo, desta forma, para a melhoria dos cuidados de saúde prestados, com um maior foco nos doentes”, explicam Carla Ribeiro e Ana Luísa Vieira, da SPP. Para as médicas pneumologistas, “esta parceria vai enriquecer os profissionais de ambas as instituições. Vai permitir a partilha de conhecimentos e reforçar a cooperação interdisciplinar, contribuindo para a divulgação das doenças neuromusculares e dos cuidados respiratórios associados. Além disso, vai ser importante para identificar as principais dificuldades e desafios sentidos pelos doentes, familiares e cuidadores, permitindo assim definir outcomes significativos para os doentes e reforçar medidas de advocacia em termos de políticas de saúde. Outra mais-valia desta parceria é também a melhoria da comunicação entre as várias instituições, facilitando, por exemplo, a inclusão de doentes em projetos de investigação científica e ensaios clínicos com tratamentos inovadores a decorrer para algumas patologias”.

As doenças neuromusculares são um grupo muito variado de patologias e correspondem, no seu global, ao grupo mais frequente de doenças raras. Afetam a sensibilidade e força muscular e também os músculos da respiração, daí a importância do envolvimento da Pneumologia - sendo esta a especialidade responsável pelo seguimento dos doentes neuromusculares com possibilidade de envolvimento respiratório.

A Pneumologia tem, por isso, “um papel fundamental no diagnóstico precoce do atingimento respiratório e respetivo início de ventilação ou outros cuidados respiratórios associados, melhorando assim o prognóstico associado à falência respiratória/ventilatória. É também fulcral no seguimento dos doentes e cuidadores - que necessita de ser próximo e frequente - incluindo capacitação para a doença e ensino sobre técnicas, equipamentos e produtos de apoio. Além disso, sendo a falência respiratória a principal causa de morte destes doentes, tem também um papel fundamental na estratégia ventilatória e na otimização dos restantes cuidados associados, nomeadamente equipamentos e terapias para melhorar a capacidade de tosse e remoção de expetoração e, consequentemente, diminuir as infeções respiratórias” referem Carla Ribeiro e Ana Luísa Vieira.

É então perante este contexto, e no seguimento de algumas atividades que a Comissão de Trabalho de Ventilação Domiciliária da SPP tem já vindo a desenvolver com a APN – e que têm como objetivos a aproximação entre a comunidade científica e as associações de doentes; a divulgação das doenças nas quais a ventilação e os cuidados respiratórios associados são parte integrante do plano de cuidados e a consciencialização da sociedade para as necessidades sentidas pelas pessoas afetadas com estas doenças, seus familiares e cuidadores - que surge este protocolo de parceria.

O protocolo entre as duas entidades vai ser assinado no dia 28 de fevereiro, pelas 10h30, no Hotel NH Porto Jardim, durante a realização de uma mesa redonda sobre o tema “Cuidados centrados no doente: os benefícios das parcerias entre sociedades científicas e associações de doentes”. 

Com moderação da CT de Ventilação Domiciliária da SPP, representada por Carla Ribeiro e Ana Luísa Vieira, esta mesa redonda vai agregar profissionais de saúde, doentes, famílias e cuidadores. António Morais, presidente da SPP, Ana Isabel Gonçalves, vice-presidente da APN, Carlos Robalo Cordeiro, presidente da European Respiratory Society (ERS),  Courtney Coleman, da European Lung Foundation (ELF), Isabel Saraiva, presidente da Associação Respira e Teresa Moreira, da Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA) são os principais intervenientes nesta sessão.

BIAL Award in Biomedicine no valor de 300 mil euros
Está a decorrer a terceira edição do prémio internacional da Fundação BIAL, o BIAL Award in Biomedicine, com nomeações abertas...

O vencedor será escolhido por um Júri independente e internacional, presidido por Ralph Adolphs, Professor de Psicologia, Neurociência e Biologia no Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia). Além do presidente, o Júri inclui 12 membros designados pelo European Research Council, Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, European Medical Association, Conselho Científico da Fundação BIAL, anteriores vencedores do Prémio BIAL e editores do British Medical Journal e do New England Journal of Medicine.

Os candidatos a este prémio internacional poderão ser nomeados pelos membros do Júri, pelos elementos do Conselho Científico da Fundação, por anteriores premiados do Prémio BIAL, por Sociedades Científicas, por Diretores de Faculdades de Medicina, por Diretores de Institutos de investigação da área da Biomedicina e por Diretores de prestigiadas Academias. Adicionalmente, investigadores altamente qualificados poderão nomear trabalhos, mas não serão aceites autonomeações.

Ralph Adolphs, presidente do Júri, manifesta elevada expectativa nesta nova edição: “Dado o carácter abrangente deste galardão, contamos receber nomeações de grupos diferenciados de cientistas, com as mais diversas afiliações, desde a academia, sociedades científicas, a institutos de investigação. Esperamos receber trabalhos de elevada qualidade e relevância de cientistas provenientes de qualquer parte do mundo e em qualquer fase da sua carreira.”

Para Luís Portela, presidente da Fundação BIAL, “este prémio pretende, sobretudo, mobilizar a comunidade científica a partilhar, através de nomeação, trabalhos relevantes de investigadores de todo o mundo, com vista a reconhecer as mais importantes descobertas científicas na área biomédica.”

Na última edição de 2021, este galardão distinguiu o artigo publicado na revista Nature, em 2017, focado na tecnologia mRNA, usada nas vacinas da Pfizer-BioNTech e da Moderna, para prevenir a covid-19. A equipa vencedora foi liderada pelo cientista americano Drew Weissman e incluiu mais 36 coautores, investigadores das Universidades da Pensilvânia, Duke e Kansas State (EUA), Harvard Medical School (EUA), National Institutes of Health (EUA), Bioqual Inc. (EUA), Acuitas Therapeutics (Canadá) e BioNTech RNA Pharmaceuticals (Alemanha), à data da publicação do artigo.

O BIAL Award in Biomedicine decorre bianualmente, nos anos ímpares, alternando com o Prémio BIAL de Medicina Clínica. Conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República Portuguesa e os patrocínios do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e da European Medical Association.

Regulamento e Formulário do BIAL Award in Biomedicine aqui

Candidaturas decorrem até 30 de março
É já em maio que a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e a NOVA Medical School em Lisboa promovem a segunda edição...

O Reconhecimento de estruturas anatómicas, a utilização de ecografi­as e sondas, a Identi­ficação de patologia(s) através de imagens ecográ­ficas e a prática de obtenção de imagens ecográfi­cas da região abdominal, são alguns dos conteúdos programáticos desta formação cujas candidaturas decorrem até 30 de março.

Como explica Luís Curvo Semedo, coordenador do projeto em Portugal, “a ecografia é geralmente a primeira técnica de imagem usada no diagnóstico. É uma técnica de imagem que apresenta múltiplas vantagens como o facto de ser portátil, os resultados são obtidos em tempo real, é uma técnica não invasiva, de baixo custo, sendo um importante auxílio ao diagnóstico em situações de urgência. A Organização Mundial de Saúde, reconhecendo as vantagens e importância desta técnica recomenda a criação de cursos específicos em ecografia, destinados a todos os médicos, incluindo não radiologistas”.

Certificada pela Universidade de Coimbra, a segunda edição do Curso de Formação de Ecografia Abdominal Clínica tem a duração total de 40 horas (1,5 ECTS), divididas em 30 horas de módulos online e 10 horas de sessões práticas presenciais, ministradas por docentes especialistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e da NOVA Medical School.

Na Faculdade de Coimbra da Universidade de Coimbra os módulos online serão ministrados de 3 a 31 de maio com sessões práticas de 1 a 5 de junho.  A NOVA Medical School inicia o programa de formação online a 29 de maio e termina a 23 junho, com sessões práticas a realizarem-se de 26 a 28 de Junho. As aulas práticas, organizadas em grupos distribuídos por 2 sessões de 5 horas cada, incluem demonstrações de ecografia abdominal, através de ferramenta robótica de tele-ecografia, exercícios práticos de recolha de imagem ecográfica com sonda e ecógrafo. “Esta edição apresenta ainda as mais modernas tecnologias para realização de Ecografia Abdominal, como seja sistemas robotizados que permitem realizar exames à distância, permitindo aos profissionais de saúde prestar assistência em áreas remotas de difícil acesso”, acrescenta.

Promovido no âmbito do projeto TRAINR4U - Training Robot for Ultrassound, um projeto financiado pelo EIT Health e liderado pelo Instituto Pedro Nunes (IPN) e conta com a coordenação de Luís Curvo Semedo, docente da FMUC, líder da equipa académica deste projeto que inclui um consórcio do qual fazem parte o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (PT), NOVA Medical School (PT), Parc Sanitari Sant Joan de Déu (ES), Karolinska Institute (SE), Trinity College Dublin (IE), Sorbonne Université (FR), Academisch Ziekenhuis Groningen (NL), Tecnalia Research & Innovation (ES), Assistance Publique Hôpitaux de Paris (FR) e Sensing Future Technologies.

Mais informações disponíveis em https://apps.uc.pt/courses/PT/course/10281

 

 

27 e 28 de fevereiro
A Direção-Geral da Saúde (DGS) acolhe em Lisboa, nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2023, um workshop europeu que visa melhorar a...

O evento faz parte do pacote WP5 da SHARP Joint Action sobre o fortalecimento e avaliação da capacidade central do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), que aborda as lacunas existentes nas capacidades dos países para o cumprimento desse Regulamento, garantindo as funções essenciais de saúde pública que cada país precisa de ter em local para prevenir, detetar, controlar e gerir eficazmente as ameaças para a saúde com potencial transfronteiriço.

O workshop, em formato híbrido, reúne cerca de 80 especialistas de autoridades competentes dos Estados Membros, para discutirem aspetos práticos da cooperação e colaboração transfronteiriça em crise, de acordo com o novo Regulamento (UE) 2022/2371 do Parlamento Europeu e do Conselho de 23 de novembro de 2022, sobre ameaças transfronteiriças graves para a saúde.

 

 

24 e 25 de março
“O desafio da medicina dentária interdisciplinar” é o mote da XXXII Reunião Anual de Medicina Dentária e Estomatologia de...

Para Orlando Martins, Professor e Presidente da Comissão Organizadora da XXXII RAMDEC “a prática clínica em Medicina Dentária é algo que tende a desenvolver-se através de uma profunda integração de várias disciplinas, as quais são muitas vezes fundamentais à resolução de casos que requerem cruzamento com outras áreas do conhecimento e especialização. A medicina dentária é focada no paciente e este não apresenta patologias “estanques”. Um paciente periodontal deve ser avaliado pela oclusão e muitas vezes reabilitado pela prostodontia ou implantologia. Em áreas específicas como a odontopediatria, um dos temas deste encontro, é fundamental que se estabeleça uma relação não só com a área de ortodontia para assegurar um bom desenvolvimento da oclusão e crescimento orofacial, como também da endodontia ou dentisteria que são fundamentais no tratamento de traumatismos dentários, muito frequentes na infância.”

Para além do programa científico principal haverá ainda a apresentação de casos clínicos, projetos de investigação ou revisão que irão concorrer ao Prémio Prof. Doutor João Luís Maló de Abreu. Este é um encontro que inclui ainda um vasto programa de cursos hands on onde os médicos dentistas, estomatologistas, alunos de medicina dentária e médicos internos de estomatologia terão possibilidade de contactar com técnicas, materiais e procedimentos com elevada aplicabilidade na prática clínica diária.

A terem lugar nos dias 21, 22 e 23 de março, no Departamento de Medicina Dentária da FMUC (Blocos de Celas), os cursos incidem nas mais variadas abordagens como Traumatologia oral e protetores bucais, Cirurgia pré-protética – Aplicação do sistema piezoelétrico e laser, Reabilitação Digital, Fotografia Dentária e Endodontia mecanizada: da rotação contínua à reciprocante, entre outras.

O programa científico terá lugar nos Auditórios da Reitoria da UC, estando toda a informação disponível em https://www.uc.pt/fmuc/ramdec2023/

DPOC e Enfisema
O défice de alfa-1-antitripsina (DAAT) é uma condição genética, caracterizada pela baixa concentraçã

Produzida essencialmente no fígado “a alfa-1-antitripsina (AAT) é uma glicoproteína codificada no gene SERPINA1, do cromossoma 14 cuja principal função é inibir enzimas pulmonares, nomeadamente a elastase neutrofilica”. De acordo com a especialista em pneumologia, Maria João Silva, quando existem níveis reduzidos ou nulos desta proteína no sangue, podem ocorrer alterações na estrutura pulmonar aumentando o risco de desenvolvimento de doença respiratória.

Segundo a especialista a DAAT é “um distúrbio genético autossómico codominante, com uma prevalência na Europa Ocidental de 1/2500 e com 120 mutações identificadas atualmente”.

“As variantes são nomeadas com letras do alfabeto e são classificadas em quatro grupos: normal (nível sérico e função normais - alelos M); deficiente (nível sérico reduzido - alelo Z); nulo (nível sérico indetetável) e disfuncional (nível sérico normal, mas com função reduzida). O fenótipo normal é PI*MM e a mutação Z a mais comum (cerca de 95% dos casos)”, explica.

Importa reforçar que, embora se nasça com este distúrbio, os doentes podem ser assintomáticos até algum momento das suas vidas, daí que alguns diagnósticos ocorram já em idade adulta.

Na realidade, revela a especialista, a grande maioria dos doentes são identificados “a partir da investigação de sintomas respiratórios”. Sintomas como dispneia que agrava com o esforço, pieira, tosse e expetoração constante ou infeções respiratórias frequentes são os principais sinais de alerta e que merecem investigação.

Não obstante, para além destes sintomas, “os doentes apresentam um declínio mais acentuado da função pulmonar e, nos exames de imagem, evidenciam enfisema panlobular com predomínio nos lobos inferiores geralmente com início precoce”.

Para o seu diagnóstico podem ser realizados três tipos de testes:

  • Doseamento de Alfa 1 Antitripsina, para determinar a quantidade da proteína que circula no sangue;
  • Genotipagem de Alfa 1 Antitripsina, para determinar quais os genes herdados (M, S ou Z);
  • Fenotipagem de Alfa 1 Antitripsina, permite também determinar outros genes mais raros (I, Mmalton, P, QoOurém).

Apesar de ainda não existir cura para a Deficiência de Alfa 1 Antitripsina (Alfa1), o diagnóstico precoce e a educação do doente para a adoção de um estilo de vida saudável, são muito importantes.

Entre os principiais cuidados ou alteração no seu estilo de vida estão a evicção do tabaco e do álcool, a prática de exercício físico regular, controlo do peso, e o tratamento precoce de infeções respiratórias.

No que diz respeito ao tratamento, tal como explica a especialista, “os doentes podem receber tratamento farmacológico, oxigenoterapia, ou ser incluídos em programas de reabilitação respiratória, sendo o transplante pulmonar uma opção para aqueles com doença pulmonar avançada”.

Há ainda a possibilidade de recorrer à terapia de substituição de Alfa 1 Antitripsina, com o objetivo de repor no organismo do doente a quantidade considerada necessária desta proteína para controlar os sintomas da doença pulmonar.

No entanto, importa referir que este tratamento não cura a Alfa1 nem provoca o retrocesso da doença pulmonar. Permite apenas manter um nível ideal da proteína Alfa1 Antitripsina no sangue que ajude a estabilizar ou a atrasar a evolução da doença no tempo.

Segundo a pneumologista, “os benefícios da terapêutica são mais expressivos em determinados grupos de doentes, de modo que esta está reservada para aqueles que apresentam doença pulmonar clinicamente estabelecida e progressiva, apesar de terapêutica médica otimizada”.

Apesar de todos os avanços, a mortalidade associada a esta condição ainda é substancial, sendo cerca de 19% aos 5 anos. 

A baixa prevalência e conhecimento da patologia têm impossibilitado um diagnóstico mais atempado, geralmente com intervalo de vários anos entre o início dos sintomas e a identificação da doença.

“Na DAAT, embora os sintomas respiratórios possam aparecer a partir dos 35 anos em fumadores e em idade superior aos 45 anos nos não fumadores, a prática clínica mostra que a idade média de diagnóstico se situa nos 50-55 anos, ou seja, o intervalo entre o aparecimento dos sintomas e a identificação da doença pode ser de oito anos ou mais”, revela ainda Raquel Marçôa, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, alertando para a importância do diagnóstico precoce.

“O diagnóstico precoce é então importante pois leva a atitudes preventivas e alterações no estilo de vida que diminuirão a progressão da doença, nomeadamente cessação tabágica, eventuais exposições ocupacionais, prevenção de infeções, tratamento precoce de sintomas e exacerbações ou administração de terapêutica de substituição de alfa-1 antitripsina em casos selecionados. Estas medidas contribuem para uma minimização do dano pulmonar”, conclui.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Campanha alerta para Cancro do Intestino
Em Portugal esta doença mata 11 pessoas por dia e todos os anos são diagnosticados mais de 10 mil novos casos. Existem cerca de...

Muitas destas mortes poderiam ser evitadas através de práticas preventivas e de rastreio para diagnóstico precoce. É sabido que a deteção do cancro colorretal, em estadio I, está associada a 90% de sobrevida global em 5 anos.

Para a Europacolon continua a ser urgente implementar um Rastreio de Base Populacional: “o número de doentes continuar a aumentar e o apoio nos Hospitais é insuficiente. O prazo para fazer uma colonoscopia é de 6 a 12 meses em Portugal Continental. Desta forma, não conseguimos dar seguimento aos testes positivos, nem vamos a tempo de salvar vidas!”, alerta Vítor Neves, Presidente da Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo.

Infelizmente, existem disparidades gritantes em toda a Europa no rastreio do cancro colorretal.

Poucos países, como a Eslovénia e os Países Baixos, têm uma taxa de participação ativa de 65%. De forma alarmante, apenas 14% dos cidadãos europeus do grupo etário recomendado (50 - 74 anos) foram convidados para o rastreio de base populacional.

“A deteção precoce deve ser prioridade da Tutela, sob pena de aumentarmos os custos globais de saúde (diretos e indiretos) para os doentes, para as empresas que enfrentam o absentismo laboral, para os hospitais e centros de saúde, que vêm os seus pacientes aumentar, bem como o tempo de espera para a realização de exames complementares de diagnóstico e respetivos tratamentos.

As Escolas precisam ter uma política uniforme no que respeita a alimentação nos refeitórios e a promoção de hábitos alimentares salutares. E o apoio à criação de campanhas de sensibilização junto da população deveria ser uma realidade”, refere Vítor Neves.

A campanha de consciencialização nas Redes Sociais “Porque a Vida Importa” relembra que é preciso conseguir prevenir o cancro.

Por isso, todos temos de fazer a nossa parte através da alteração dos padrões alimentares, da redução do consumo de álcool, do aumento da atividade física e da manutenção de um peso corporal saudável.

É importante saber que:

  • O risco da doença aumenta a partir dos 50 anos
  • A obesidade, o consumo de álcool e tabaco são fatores de risco importantes
  • É fundamental conhecer os antecedentes familiares
  • Uma dieta rica em gordura, fritos, açúcar, carnes vermelhas e processadas aumenta a probabilidade de desenvolver cancro do intestino

Fique atento aos sintomas:

  • Alteração persistente dos hábitos intestinais, como o aparecimento de prisão de ventre ou diarreia, sem razão aparente, e/ou fezes muito escuras
  • Perda de sangue pelo reto/ânus ou sangue misturado nas fezes, sem irritação, dor ou prurido
  • Dor forte ou desconforto abdominal
  • Sensação de que o intestino não esvazia completamente
  • Dor forte, desconforto abdominal e/ou cansaço sem explicação aparente

A nível internacional, a DiCE Digestive Cancers Europe lança uma aplicação móvel gratuita, a STEPAPP, que conta os passos (disponível na App Store e Google Play).

Os participantes podem trocar os seus passos por moedas, que podem ser doadas a instituições nacionais que trabalham na prevenção do cancro digestivo, em toda a Europa.

A STEPAPP espera sensibilizar o público em geral, incentivar um estilo de vida mais saudável e, em última análise, ajudar a aumentar as taxas de rastreio. 

Ação de plantação adiada para o dia 11 de março
No mês em que se assinala o Dia Mundial da Árvore (21), a Linde Saúde, empresa que presta cuidados de saúde respiratórios...

No início deste ano, por cada registo na LISA® App e Portal, a Linde Saúde comprometeu-se a plantar uma árvore numa área atingida pelos incêndios nos últimos anos. “Contribuir para a qualidade do ar que respiramos é cuidar do nosso planeta, é cuidar da nossa saúde. Esta iniciativa, em que saúde e sustentabilidade se unem, está alinhada com as nossas preocupações ambientais e com o nosso compromisso de melhorar as condições das comunidades onde vivemos e atuamos. Como tal, além de envolver os nossos colaboradores, esta ação irá envolver a comunidade local.”, refere Maria João Vitorino, Diretora da Linde Saúde.

A ação de plantação realiza-se em parceria com os Projetos ProNatura e Tree-Nation, e também com o apoio da Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA), Câmara Municipal de Seia e da União de Freguesias de Seia, São Romão e Lapa dos Dinheiros.

A LISA® App e Portal é a área digital exclusiva de quem é acompanhado pela Linde Saúde. Acessível a partir de telemóvel, tablet ou computador, permite o acesso e a gestão da informação de tratamento. De forma rápida e segura, promove a autonomia e a capacitação para a saúde, ao disponibilizar dados de evolução do tratamento, conteúdos educativos, entre outras funcionalidades.

Presente em Portugal há mais de 35 anos, a Linde Saúde dedica-se à prestação de cuidados respiratórios domiciliários, reabilitação respiratória, telessaúde e telemonitorização. É pioneira a nível nacional na telemonitorização de pessoas com doença respiratória e cardíaca e, no âmbito da sua atividade, disponibiliza plataformas digitais exclusivas, dirigidas a utentes e profissionais de saúde, reforçando a proximidade entre eles.

 

Equipamento permite gerar imagens de maior qualidade e detalhe
O AniCura Centro Hospitalar Veterinário do Porto dispõe agora de um novo equipamento de ressonância magnética de alto campo,...

Este equipamento, que se junta ao TAC previamente adquirido, enriquece a capacidade diagnóstica permitida até então e é o primeiro, da região, destinado aos cuidados de saúde animal com esta tecnologia. “A otimização dos parâmetros das máquinas desenhadas para utilizar em medicina humana permite uma utilização muito eficaz em animais de companhia, pelo que o equipamento em causa permite, agora, realizar diagnósticos que seriam muito difíceis de obter até aqui”, refere Myriam Gonçalves, Regional Manager da AniCura para Portugal & South of Spain, acrescentando que “este investimento representa uma grande melhoria nos cuidados de saúde prestados aos animais de companhia na região Norte”.

Myriam Gonçalves esclarece ainda que este equipamento será utilizado em cães e gatos, “essencialmente no que diz respeito a patologias neurológicas da coluna e cérebro, podendo ser utilizado também em articulações e abdómen”.

Rui Costa, diretor-geral da GE Healthcare Portugal, afirma que “é muito gratificante continuarmos a exercer a missão de potenciar os cuidados de saúde através de tecnologia médica inovadora e soluções inteligentes. Acreditamos que melhores ferramentas permitem melhores cuidados de saúde e, neste caso, elevamos o patamar da qualidade de imagem a nível veterinário na região Norte de Portugal”. 

 

 

 

 

 

Investigação
Serão os níveis de mercúrio presentes nos produtos da pesca adequados para garantir baixo risco para as populações que consomem...

Tendo em conta as porções diárias recomendadas na Roda dos Alimentos que definem uma alimentação completa e equilibrada, o estudo “Are mercury levels in fishery products appropriate to ensure low risk to high fish-consumption populations?” determinou a frequência semanal com que a população residente em Portugal pode consumir bacalhau, pescada e polvo cozido, bem como carapau e sardinha grelhados, de forma a prevenir efeitos adversos para a saúde, uma vez que algumas espécies marinhas podem conter elevadas concentrações de metilmercúrio.

O metilmercúrio, explica Elsa Teresa Rodrigues, coordenadora do estudo e investigadora do DCV e do Centre for Functional Ecology (CFE) é «uma forma química do mercúrio com potencial de bioacumulação nos tecidos biológicos e com elevada neurotoxicidade, tendo-se verificado neste estudo que a pescada (com mais de 1kg) cozida e consumida mais do que uma vez por semana, e carapau (de 35-40 cm) grelhado e consumido mais do que cinco vezes por semana, ultrapassa o valor de metilmercúrio aceite como seguro e estabelecido pela Agência Europeia para

a Segurança Alimentar. Já bacalhau e polvo cozidos, assim como sardinha grelhada, quando adquiridos e cozinhados nas condições testadas, podem ser consumidos sem restrições», revela.

Para chegar a estes resultados, a equipa da FCTUC adquiriu os produtos frescos no mercado, à exceção do bacalhau da Noruega (salgado e seco), e simulou os métodos culinários tradicionais em laboratório. «A deteção e quantificação do mercúrio total e do metilmercúrio presente nas amostras cruas e cozinhadas foi feita por espectrometria de absorção atómica com combustão direta da amostra», descreve Elsa Teresa Rodrigues.

De acordo com os cientistas do DCV, «verificou-se que os tratamentos culinários testados resultaram sempre num aumento da concentração de mercúrio; e que em todas as situações testadas (amostras cruas e cozinhadas, mercúrio total e metilmercúrio), os níveis mais elevados foram determinados na pescada e no carapau».

«Além do conhecimento científico produzido, com este estudo contribuímos para um regime alimentar seguro e saudável da população residente em Portugal, uma vez que respondemos a um dos desafios societais associados ao setor alimentar: ajudar a escolha informada dos consumidores», conclui a equipa.

Desta investigação, financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), além do DCV, fazem ainda parte da equipa cientistas da Universidade de Aveiro.

Neurocientista revela
Conhece alguém desonesto?

De acordo com o neurocientista, Fabiano de Abreu Agrela, a pessoa desonesta pode ser assim por uma questão de caráter ou por causa de um problema mental.

“De certa forma, são pessoas que se tornam arrogantes pela própria desonestidade, para tentar balancear o prejuízo do peso de não ser honesto. Pois o certo e o errado está bem definido na nossa cultura e sociedade. Logo, o que destoa, torna-se um peso”, disse.
Segundo Fabiano, a arrogância, tem como semântica a inveja e a prepotência, logo, ver a honestidade de alguém fere aqueles que não conseguiram conquistas através da honestidade. “É como uma competição narcísica em que, a falta de capacidade de conseguir fazer o certo, faz odiar os que conseguem”, complementou.

“Neurocientificamente falando, a desonestidade aumenta com o tempo. Há muita atividade em regiões do cérebro associadas às emoções – a amígdala em particular. Com o tempo, quanto mais desonesto, mais essa região vê a sua atividade diminuir. Mas isso não é bom, pois significa que o cérebro se moldou a essas circunstâncias. O cérebro tem a capacidade de se adaptar e tornar os estímulos menos intensos. Infelizmente, a adaptação torna mais fácil fazer algo mau”, explicou.

De acordo com Fabiano, essa alteração também afeta a região frontotemporal fazendo com que o indivíduo distorça a razão a seu favor. Ou seja, segundo o professor, essa pessoa começa a não se importar com a mentira.

O especialista também afirmou que experiências de imagens cerebrais conduzidas por Tali Sharot na University College London mostram que o cérebro se adapta ao comportamento desonesto. Os participantes mostraram uma atividade reduzida no seu sistema límbico à medida que contavam mais mentiras, apoiando a ideia de que cada mentira torna a mentira mais fácil.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Deco Proteste analisou os quatro regimes alimentares mais comuns
A preocupação com o peso ideal, as idas ao ginásio e as dietas exageradas aumentam com o olho posto no Verão… acrescem a esta...

A Deco Proteste analisou os quatro regimes alimentares mais comuns – vegan, ovolactovegetariano, mediterrânico e planetário – e conclui que o vegan é o mais dispendioso, exigindo mais de sete mil euros por ano. Em contrapartida, a dieta planetária, que custa cerca de menos mil euros, não tem os mesmos benefícios ambientais.

Como reduzir a pegada ambiental?

No que toca aos benefícios para o planeta, o mais aconselhado é um regime vegan, onde não existe consumo de proteína animal. Caso esta seja uma dieta demasiado difícil de implementar, uma dieta tendencialmente mais vegetal, temperado com quanto baste de proteína animal tem também benefícios ambientais, quando comparado com as dietas mediterrânicas e planetárias

VEGAN: se trocar a bebida de amêndoa por uma de aveia, reduz 20% o consumo de água. Numa semana, poupam-se mais de 1500 litros de água e 2 quilos de CO2 equivalente. Ou seja, corta o potencial de aquecimento em 10 por cento.

DIETA OVOLACTOVEGETARIANA: substituir o leite de vaca por uma bebida de soja fortificada com vitaminas e minerais diminui 5% a emissão de CO2 equivalente, 6% o consumo de água e 1% a ocupação do solo.

DIETA MEDITERRÂNICA: as carnes vermelhas exigem mais recursos. Por essa razão, se trocar bifes de vaca por idênticos de frango, o potencial de aquecimento global e o consumo de água são reduzidos em 5 por cento.

Ser vegan sai caro: verdade… ou talvez não?

A dieta mais leve para a carteira é a dieta planetária, em oposição à vegan que é a mais cara.

A eliminação de todo e qualquer alimento de origem animal leva os vegans a incluírem equivalentes lácteos que, só por si, representam 20% da despesa global. Ou seja, 29 euros por semana. As hortícolas e os fungos (cogumelos, por exemplo)

ocupam igualmente uma grande fatia no consumo (25%), à semelhança, aliás, dos outros padrões alimentares. A despesa semanal é de 35 euros. Juntos, os dois grupos somam 45% da despesa global. Esta dieta exige 142 euros por semana, o que, mensalmente, se traduz em 608 euros. É a alternativa mais exigente do ponto de vista económico. Por mês, é 46 euros mais cara do que a dieta ovolactovegetariana, mais 64 do que a mediterrânica e mais 95 do que a planetária

Na dieta ovolactovegetariana, ovos e laticínios ganham protagonismo, fornecendo proteína animal, na falta de carne e de peixe. A proporção de ovos pode ser três vezes e meia superior à das dietas planetária e mediterrânica. Se os juntarmos aos lácteos, a despesa perfaz 21%, mais do que o grupo da carne, pescado e ovos das dietas mediterrânica e planetária (16 e 17%, respetivamente). Porém, são as hortícolas e os frutos a completar quase metade dos gastos (44 %). Por semana, esta dieta totaliza 131 euros e, por mês, 562. Entre as quatro dietas, é a segunda mais cara. Mais 18 euros por mês do que a mediterrânica e mais 49 do que a planetária. Em contrapartida, significa menos 46 euros por mês do que a vegan.

Dieta mediterrânica: reconhecida pela UNESCO em 2013 como Património Imaterial da Humanidade, a sua base é vegetal, com quantidades moderadas de alimentos de origem animal, sobretudo de pescado. Abundam hortícolas, cereais integrais, frutos (incluindo oleaginosos), leguminosas e sementes e o azeite é de uso preferencial. Laticínios e carne vermelha tocam em modo comedido. Hortícolas, cereais e tubérculos e frutos representam 59% da despesa total. Por semana, o gasto é de 127 euros. Face à dieta planetária, custa mais 31 euros por mês, mas menos 64 euros do que a vegan.

Desenvolvida com base na evidência científica, alia dieta, saúde e proteção do planeta - a dieta planetária usa e abusa dos hortícolas, os cereais integrais, as leguminosas e as oleaginosas e, com menos protagonismo, os tubérculos e a fruta. Reduzidos a figurantes, ficam os laticínios e a carne vermelha. O pescado fala mais alto do que a carne. Hortícolas, cereais e tubérculos, carne, pescado e ovos, em uníssono, representam 62% do gasto total. Só as hortícolas pesam 27% na fatura a pagar. O cabaz semanal totaliza 120 euros. Mais económica face à mediterrânica (menos 31 euros por mês), menos 49 em relação ovolactovegetariana e menos 95 perante a vegan.

Todos os valores apresentados têm por base um plano alimentar equilibrado para quatro pessoas (dois adultos, uma criança e um adolescente). Este princípio é válido para todas as dietas.

 

Diagnóstico precoce da doença é fundamental para evitar ou diminuir a sua progressão
É com o objetivo de aumentar e reforçar a importância do diagnóstico precoce do Défice de Alfa-1 Antitripsina (DAAT) junto dos...

Esta iniciativa, desenvolvida em conjunto com o Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias (GRESP) da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), assume toda a pertinência uma vez que, de acordo com Raquel Marçôa, coordenadora deste núcleo da SPP, “na deficiência de alfa-1 antitripsina o diagnóstico precoce pode evitar ou diminuir a progressão da doença. Assim, é muito importante uma colaboração próxima entre os cuidados de saúde primários (CSP) e a Pneumologia. Mais, se quisermos intervir numa fase precoce da doença, o diagnóstico tem de ser realizado maioritariamente nos CSP, com uma orientação posterior da consulta de Pneumologia”.

Apesar de ser rara, a DAAT é uma das doenças genéticas mais prevalentes (a prevalência da DAAT grave na Europa é de cerca de 1/2000-4000 pessoas) encontrando-se, no entanto, subdiagnosticada. É uma doença caraterizada pela ausência ou produção em níveis anormais da proteína alfa-1 antitripsina sendo que, a falta dessa proteína, pelo papel importante que tem na proteção dos pulmões, pode levar ao desenvolvimento de algumas doenças respiratórias, como a DPOC (doença pulmonar obstrutiva crónica) ou enfisema.  “No que diz respeito à DPOC,1 a 2% dos casos serão devidos a DAAT grave. Segundo as guidelines GOLD (Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease) e da Organização Mundial da Saúde, o doseamento sérico da alfa-1 antitripsina (que é uma análise simples e barata) deverá ser pedido a todos os doentes com DPOC, sendo a maioria deles seguidos nos CSP”, explica Raquel Marçôa.

Para a pneumologista, “o diagnóstico precoce da DAAT é relevante porque a evicção de fatores de risco (fumo do tabaco e outras exposições), a prevenção de infeções e a terapêutica de substituição de alfa-1 antitripsina em casos selecionados, evitam ou diminuem a progressão da doença pulmonar. Na DAAT, embora os sintomas respiratórios possam aparecer a partir dos 35 anos em fumadores e em idade superior aos 45 anos nos não fumadores, a prática clínica mostra que a idade média de diagnóstico se situa nos 50-55 anos, ou seja, o intervalo entre o aparecimento dos sintomas e a identificação da doença pode ser de oito anos ou mais. O diagnóstico precoce é então importante pois leva a atitudes preventivas e alterações no estilo de vida que diminuirão a progressão da doença, nomeadamente cessação tabágica, eventuais exposições ocupacionais, prevenção de infeções, tratamento precoce de sintomas e exacerbações ou administração de terapêutica de substituição de alfa-1 antitripsina em casos selecionados. Estas medidas contribuem para uma minimização do dano pulmonar”.

Relativamente à ação que a SPP vai desenvolver nos centros de saúde e unidades de saúde familiar, vai consistir numa breve apresentação da doença às equipas médicas por um pneumologista e na disponibilização de material informativo sobre a DAAT. Raquel Marçôa reforça que “com esta iniciativa, levada a cabo a nível nacional, a SPP pretende aumentar a consciencialização sobre a doença com um consequente aumento no seu diagnóstico numa fase mais precoce de forma a conseguirmos evitar a sua progressão”.

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