Novos ingredientes e preparados alimentares funcionais
A 15 de março, pelas 14h00 na Universidade Católica Portuguesa no Porto, vão ser apresentadas as principais conclusões do...

Portugal é um dos maiores produtores mundiais de alfarroba, mas a sua utilização ainda não está massificada. Em 2020, Portugal era o maior produtor de alfarroba do mundo e mais de metade da sua produção servia para exportar para outros países. Além do valor socioeconómico da alfarroba, junta-se o valor histórico desta cultura centenária, particularmente marcante no Algarve. Tendo em conta estes dados, a empresa Decorgel, em conjunto com investigadores do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa e de investigadores do Centro de Investigação MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento e do Instituto Superior de Engenharia da Universidade do Algarve, desenvolveram um projeto de investigação com a particularidade de olhar a alfarroba de uma forma global, criando valor num produto endógeno e explorando valor tecnológico do mesmo, numa abordagem de transformação totalmente natural.

O projeto também trouxe novas propostas de transformação para os subprodutos da transformação da alfarroba, promovendo a sua utilização total na obtenção de novos ingredientes. Além do impacto na valorização do portefólio da Decorgel, eleva o potencial da alfarroba como produto nacional, promovendo a sua integração em novos produtos como ingrediente natural e de elevado valor acrescentado. Manuela Pintado, investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica Portuguesa, explica que “os principais resultados foram a obtenção de novos ingredientes e preparados alimentares funcionais, utilizando de forma integral a alfarroba, com recurso a soluções biotecnológicas de micronização e de extração de compostos. Foram ainda valorizados subprodutos de alfarroba com vista à obtenção de ingredientes e preparados alimentares funcionais, explorando o ingrediente na sua totalidade, numa lógica de desperdício zero.”

“O Alphamais está intrinsecamente ligado aos valores da Decorgel e àquilo que acreditamos ser o seu papel no tecido nacional,” refere António Nunes, CEO da Decorgel, acrescentando que “a abordagem à utilização de alfarroba de uma forma total e através do uma transformação natural procura elevar as suas componentes a uma utilização com vantagens nutricionais, funcionais e tecnológicas muito acima da sua utilização tradicional.”

Para Margarida Vieira, investigadora do MED­– Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, e que tem vindo a desenvolver novos produtos à base de polpa de alfarroba, “este projeto veio trazer uma nova visão sobre produtos a desenvolver com este fruto e foi importante o estudo do comportamento deste novo produto em misturas aquosas e com leite na presença de açúcar. “

O consórcio do projeto acredita que esta abordagem possa alavancar a proposta de valor da alfarroba como ingrediente natural, fazendo-a ultrapassar a fronteira nacional e demonstrando o seu valor como imagem de produto com selo nacional para uma promoção internacional. “Faz parte da visão deste projeto a promoção da sua abordagem à alfarroba e disseminação a outros produtos nacionais de elevado potencial, para que possam acrescentar valor de forma natural e ser explorados de forma total, numa perspetiva de exportar a identidade dos produtos e ingredientes nacionais,” conclui o CEO da Decorgel.

A sessão de encerramento do projeto de investigação português Alphamais - Desenvolvimento de novos preparados alimentares e ingredientes funcionais à base de alfarroba, financiado pelo Norte 2020 (79%) e pelo Algarve 2020 (21%), realiza-se a 15 de março, pelas 14h00, no Auditório Arménio Miranda do Edifício de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto.

16 de março
O mais recente Biobanco português, criado em Coimbra, no formato de consórcio que integra o Centro Académico e Clínico de...

O evento, cuja sessão de abertura conta Carlos Santos, Presidente do Conselho de Administração do CHUC, Carlos Robalo Cordeiro, Director da Faculdade de Medicina da UC, Paulo Nunes de Abreu, Co-Founder Digital Health Portugal e Amílcar Falcão, Reitor da Universidade de Coimbra, tem um vasto painel de oradores nacionais e estrangeiros que vão abordar os principais desafios que se colocam aos Biobancos como sejam: questões éticas, governança, envolvimento da comunidade, confiabilidade, subutilização das amostras, entre outros.

Trata-se de uma iniciativa promovida pelo Digital Health Portugal em colaboração com o Health Data Forum e o CHUC, em parceria de várias outras entidades.

 

Campanha de Consignação do IRS
A APELA (Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica) invoca à solidariedade de todos os portugueses, através da...

A campanha dá voz a três pessoas que sofrem de esclerose lateral amiotrófica, o José, a Maria e o Carlos e enaltece o facto destes não se deixarem vencer pela doença, pois não desistem de lutar pela concretização de atividades que gostam de fazer, em família ou de forma isolada.

No momento de preenchimento da declaração da Declaração de IRS (Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares), que deverá ser entregue entre 01 de abril e 30 de junho, poderá ajudar os associados da APELA, doando gratuitamente 0,5% do valor do seu IRS.

Para tal, basta preencher o Quadro 11 da Folha De Rosto do Modelo 3 da declaração, assinalando a opção "Instituições Particulares de Solidariedade Social ou Pessoas Coletivas de Utilidade Pública", indicando nesse quadro o NIPC da APELA: 504 064 592.

 

Técnica pouco invasiva
A Unidade de Intervenção Cardiovascular do Serviço de Cardiologia (UNIC) do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC)...

A intervenção foi realizada a um doente de 75 anos e decorreu com sucesso, o que convergiu para a melhoria das queixas de cansaço extremo, a redução do risco de internamento hospitalar e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida do doente.

A eletrocirurgia cardíaca percutânea é uma técnica pouco invasiva que permite o corte de tecidos ou estruturas, através da utilização de guias/cateteres e corrente elétrica.

Tradicionalmente, as opções de correção de estruturas cardíacas estavam limitadas à utilização de cirurgia cardíaca, de forma invasiva.

A eletrocirurgia tem vido a ser utilizada para evitar a obstrução coronária após implantação de válvula aórtica percutânea (TAVI) ou para evitar a obstrução da câmara de saída do ventrículo esquerdo, após implantação de válvula percutânea em posição mitral.

O potencial da eletrocirurgia percutânea está a estender-se, possibilitando também o tratamento da hipertrofia ventricular esquerda obstrutiva e a remoção de implantes/clips previamente utilizados em intervenções às válvulas cardíacas.

A equipa de cardiologia de intervenção da UNIC foi constituída pelos médicos cardiologistas Marco Costa, Luís Paiva e Manuel Santos.

 

 

Angelini Pharma vai distinguir melhor projeto universitário com 10 mil euros
A 14.ª edição do Angelini University Award (AUA!) tem como tema Epilepsia - Soluções para uma melhor gestão da doença, e...

O prémio destina-se a alunos de licenciatura, pós-graduação ou mestrado nas áreas da saúde – medicina, farmácia, enfermagem, saúde pública, biotecnologia, biomedicina, psicologia e serviço social -, mas, também, a docentes e especialistas. Com esta iniciativa, os participantes têm a oportunidade de colocar em prática os seus conhecimentos mediante um projeto próximo da realidade empresarial e social.

“É com muito orgulho que voltamos a realizar mais uma edição deste prémio que vai permitir a criação de projetos que terão impacto na vida dos doentes com epilepsia. Esta é uma doença que afeta cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo e, em Portugal, estima-se que afete entre 40 a 70 mil pessoas. Esta iniciativa vai possibilitar-nos identificar caminhos e soluções relevantes e inovadoras, com aplicabilidade real, de forma a aumentar a literacia da população, melhorar os cuidados e diminuir o estigma social”, afirma Andrea Zanetti, Diretor-Geral da Angelini Pharma Portugal.

Os projetos apresentados poderão ter como base a identificação das necessidades das pessoas com epilepsia; aumento da consciência pública e profissional sobre epilepsia e combate ao estigma social e discriminação; desenvolvimento de plataformas e ferramentas para disponibilização e consulta de informação fidedigna sobre a doença;​ estratégias e soluções para promover a inclusão das pessoas com epilepsia; sistemas de monitorização de doentes;​ evoluções e/ou novidades científicas relacionadas com a doença;​ estudos de caso relevantes; entre outras soluções que contribuam para a satisfação das necessidades das pessoas com epilepsia.

Recorde-se que a epilepsia é uma doença do sistema nervoso central, caracterizada pela ocorrência de crises epiléticas recorrentes que são, habitualmente, de curta duração e a sua frequência varia de pessoa para pessoa. ​Os doentes veem a sua vida condicionada, pois​ devido às convulsões persistentes, estas pessoas apresentam uma maior morbilidade e mortalidade, têm menos oportunidades de emprego e são prejudicadas na sua capacidade de trabalho, acabando por se isolarem e serem excluídas de interações e relações sociais. 

O primeiro e segundo lugar terão um prémio monetário de 10.000€ e 5.000€, respetivamente. O terceiro prémio será eleito através da votação do público e terá um valor ainda a definir. Os critérios de avaliação dos projetos a concurso terão por base a inovação, criatividade, metodologia utilizada, e a aplicação prática e possibilidade de implementação da ideia.

As inscrições já estão abertas e decorrem até 21 de março de 2023. Após uma fase eliminatória e de avaliação, os vencedores serão conhecidos na cerimónia de entrega de prémios que vai acontecer no dia 8 de novembro, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa.

Mais informações sobre os Prémios AUA! em: https://aua.pt/

 

9ª Edição das Bolsas de Cidadania 2023
A Roche acaba de lançar, pelo 9º ano consecutivo, uma nova edição das Bolsas de Cidadania Roche, com as candidaturas abertas...

Estas Bolsas visam o financiamento, num valor total de 60 mil euros, de projetos e ideias de associações de doentes e outras Organizações Não Governamentais (ONG). Desde 2015 que as Bolsas de Cidadania já financiaram mais de 45 projetos, num valor acima dos 450 mil euros.

A iniciativa procura fomentar a participação dos cidadãos nos processos de decisão em saúde, a informação dos doentes sobre os seus direitos, assim como a sua participação nas decisões individuais de tratamento.

Para esta nova edição, de 2023, são considerados preferenciais os projetos que:

  • Informem os doentes dos seus direitos de acesso à informação e ao envolvimento nas decisões individuais de cuidados de saúde;
  • Incrementem a participação dos cidadãos e dos doentes nos processos de decisão em saúde;
  • Contribuam para o incremento da qualidade de vida dos doentes e seus cuidadores em sociedade;
  • Promovam os ganhos em saúde dos cidadãos;
  • Aumentem a literacia em saúde da população.

As candidaturas deverão ser apresentadas até dia 27 de abril de 2023 e respeitar, obrigatoriamente, todos os requisitos que constam no regulamento da iniciativa, incluindo o preenchimento do formulário de candidatura.

A análise das candidaturas e a proposta de decisão de atribuição das Bolsas será feita por um júri independente, constituído por um mínimo de cinco elementos.

As bolsas a atribuir terão os seguintes valores:

  • 20 mil euros (uma bolsa);
  • 15 mil euros (uma bolsa);
  • 10 mil euros (uma bolsa);
  • 5 mil euros (três bolsas).

Esta ação enquadra-se na Política de Responsabilidade Social da Roche e resulta do seu compromisso em assumir um papel ativo na sociedade apoiando, de forma transparente, iniciativas inovadoras e orientadas para a missão de suporte ao doente.

Para consultar o regulamento clique aqui e para proceder à sua candidatura, carregue nesta ligação.

15 de março
A MiGRA Portugal (Associação Portuguesa de Doentes com Enxaqueca e Cefaleias) considera que é urgente uma mudança nas políticas...

Pretende-se assegurar que o doente com Enxaqueca e outras Cefaleias tenha acesso aos cuidados de saúde e ao tratamento que precisa e desta forma garantir um menor absentismo e presenteísmo (produtividade inferior a 50%) no trabalho, melhor qualidade de vida e menor impacto na vida familiar e social do doente. Estas são as bases das 3 Recomendações definidas pela MiGRA Portugal como prioridades, a implementar pelo Governo a curto-médio prazo, para tornar menos incapacitante uma doença que afeta quase dois milhões de portugueses: criação de um Programa Nacional para as Cefaleias; consciencialização das empresas e inclusão da Enxaqueca e Cefaleias no âmbito da Medicina do Trabalho; e inclusão da Enxaqueca e Cefaleias no Plano de Ação para a Literacia em Saúde.

Na audição, vão estar presentes Madalena Plácido, Presidente da MiGRA Portugal, e Raquel Gil-Gouveia, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cefaleias. Para além das Recomendações, vão levar a debate os resultados obtidos num estudo acerca do acesso a cuidados de saúde nestas patologias (realizado pela MiGRA Portugal) e num inquérito sobre os serviços clínicos prestados a pessoas com Cefaleias (realizado pela Sociedade Portuguesa de Cefaleias).

 

Campanha sensibiliza para o tratamento e prevenção das dores nas costas
Rui Duarte, diretor do Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar do Médio Ave e professor na Escola de Medicina da Universidade...

“É com grande entusiasmo que abraço o desafio de coordenar a campanha que tem como missão cuidar da saúde das costas dos portugueses”, afirma o novo coordenador. “Espero nestes próximos anos, com a restante equipa de especialistas que compõem a “Olhe Pelas Suas Costas”, contribuir para que a população esteja mais atenta à necessidade de prevenir acidentes e lesões, praticar exercício físico e tratar os problemas das costas que tanto prejudicam a qualidade de vida”, conclui.

Segundo os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística, um em cada três portugueses (37,3%) tem dor lombar crónica, sendo que a lombalgia afeta 43% das mulheres e quase um terço (30,9%) dos homens acima dos 15 anos.

A lombalgia, conhecida como dor nas costas, é um dos motivos mais comuns pelos quais as pessoas adultas faltam ao trabalho, sendo uma das condições com maior impacto na qualidade de vida dos afetados e a primeira causa de incapacidade permanente e temporária no trabalho. “Afeta não só o dia dos afetados como também a qualidade do sono e a situação pode agravar-se devido aos hábitos cada vez mais comuns e prejudiciais para a coluna, como o uso da tecnologia e o teletrabalho, por exemplo. É urgente apostar na prevenção, combater o sedentarismo e também o excesso de peso e obesidade, que colocam em risco a saúde da coluna.”, alerta o médico.

A larga maioria das dores lombares são benignas, mas em alguns casos associam-se à degradação de discos intervertebrais ou a doenças degenerativas, tumorais ou infeciosas. Nestes casos, o tratamento adequado tem um papel crucial, sendo importante estar atento aos sinais de alarme, como perda da força muscular, alteração da sensibilidade ou alterações neurológicas, procurando ajuda especializada.

Garantir condições ergonómicas durante o período laboral e apostar numa boa alimentação e praticar exercício físico adequado, que tem impacto no peso, na correção da postura e, consequentemente, no alívio das dores, são alguns dos cuidados a ter para evitar estes sintomas.

“Mas os cuidados com a coluna vão além disto. É importante ter atenção às lesões na coluna, que podem deixar sequelas e acarretam consequências absolutamente devastadoras para os afetados.”, reforça o médico. Acidentes rodoviários, quedas, atividades lúdicas e desportivas e atos de violência são algumas das causas evitáveis que todos os anos, em todo o mundo, estão na origem de mais de 500 mil lesões. “A coluna vertebral protege a espinal medula, sendo esta uma das suas funções mais importantes. Quando há uma lesão, o doente perde funções motoras e de sensibilidade. Em casos mais extremos, pode deixar de conseguir mover os membros. E a verdade é que ninguém está imune, estas lesões podem acontecer a qualquer pessoa”, remata.

A Campanha “Olhe Pelas Suas Costas” foi lançada em 2009 com o objetivo de alertar a população para a problemática das dores nas costas, alertar para as suas consequências na vida pessoal e profissional dos portugueses e educar sobre as formas de prevenção e os tratamentos existentes. A iniciativa tem a chancela da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, da Associação Para o Estudo da Dor, da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia, da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação e da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia e conta com o apoio da Medtronic.

Dor, cansaço e exaustão
A fibromialgia caracteriza-se, essencialmente, pela presença de dores por vezes intensas e incapacit

Estes sintomas cardinais são frequentemente acompanhados por uma variedade de outros, incluindo dores de cabeça, sensação de aperto no peito, dores de barriga, tipicamente associadas a cólon irritável, ardor a urinar ou dores na relação sexual. Quase sempre as pessoas com fibromialgia reconhecem que são pessoas tensas e preocupadas e ainda que os períodos de stress se acompanham de agravamento dos sintomas físicos.

O exame clínico, por mais cuidado que seja, não mostra qualquer alteração visível ou palpável ainda que doa à pressão em vários locais. Os exames laboratoriais e imagiológicos são sempre normais: a fibromialgia não justifica, por si mesma, qualquer alteração.

Estes aspetos tornam o diagnóstico difícil já que exige do médico um elevado grau de suspeição e a valorização de um conjunto de manifestações essencialmente subjetivas, para as quais não existe explicação aparente. A esta dificuldade acresce o facto de que muitos médicos se mostram reticentes a aceitar a autonomia desta doença ou, ainda pior, a reconhecer a autenticidade dos sintomas descritos pelo doente. Isto faz com que muitos pacientes corram de um médico para outro, sem que vejam o seu diagnóstico estabelecido ou um plano de intervenção bem definido. E contudo, sublinha-se, nada justifica estas dúvidas: a fibromialgia é uma condição bem estabelecida e reconhecida pela Organização Mundial de Saúde e está bem demonstrado que os sintomas descritos pelo doente, nomeadamente as dores, são reais.

Os sintomas variados e por vezes intensos, com destaque para a dor e a fadiga, juntamente com o desespero derivado da ausência de uma explicação ou tratamento eficaz, justificam um elevado grau de sofrimento e incapacidade para estas pessoas que representam cerca de 4% de todas as mulheres adultas e 1% dos homens.

Importa notar que, de acordo com as normas científicas mais recentes, o diagnóstico da fibromialgia não é um diagnóstico de exclusão - quer isto dizer que não é necessário garantir que não há outras doenças para afirmar a fibromialgia. Este aspeto é muito importante, já que a fibromialgia coexiste com muitas outras doenças como sejam a artrite reumatóide, o lúpus eritematoso sistémico, a Síndrome de Sjogren, o hipotireoidismo, o colon irritável e a depressão, entre muitos outros. O diagnóstico e o tratamento, quer da fibromialgia quer destas outras doenças resulta, naturalmente, mais complicado quando coexistem.

Saliente-se o facto de que os traços da fibromialgia, no que respeita a dor, cansaço, sono e perfil psicológico existem com maior ou menor intensidade em toda a população. Todos somos fibromiálgicos em algum grau, traduzindo-se isso na nossa maior ou menor sensibilidade à dor, resistência ao esforço, qualidade do sono e tendência à ansiedade ou, pelo contrário, serenidade. O que se passa é que em alguns de nós, infelizmente, essa tendência é suficientemente marcada para resultar em sintomas significativos e perturbadores. Desses se diz que têm fibromialgia! Já que disso todos temos um pouco, talvez possamos e devamos dedicar a essas pessoas um pouco mais de compreensão, empatia e compaixão.

Para saber mais:

MyFibromyalgia. https://myfibromyalgia.org/

MyFibromyalgia. Será que tenho FM? https://myfibromyalgia.org/tenho-fibromialgia

Clube MyFibro: https://www.facebook.com/groups/480355073816616

Webinar MyFibromyalgia: Fibromialgia e stress, qual a relação? https://fb.watch/iT2TGmb9Yz/

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Alimentação com efeito na evolução do cancro renal
Ipsen, empresa bio farmacêutica global, centrada na inovação e cuidados especializados, juntamente com a Fundação Renal ALCER...

Através da veiculação de informação rigorosa e recomendações práticas sobre alimentação e hábitos de vida, procura-se melhorar a saúde dos doentes e a sua qualidade de vida. A Associação de Cancro do Rim de Portugal colaborou, procedendo à revisão da adaptação do manual para português.

Teresa Terrén, cofundadora e vice-presidente da Fundação MÁS QUE IDEAS, realçou que "o grande número de colaboradores que participam no guia sublinha a importância do trabalho em equipa entre doentes e profissionais de diferentes áreas sociais e de saúde, bem como a necessidade de concentrar os cuidados na pessoa, e não apenas na doença". É um recurso útil para que doentes e familiares conheçam "mais sobre a doença e os seus efeitos secundários, as razões das possíveis alterações nutricionais e como aliviá-las através de uma nutrição adequada, que terá sem dúvida uma influência positiva na sua qualidade de vida", acrescentou.

Neste sentido, Aurora Berra de Unamuno, diretora geral da Ipsen Pharma, recordou que “este guia, além de orientar os doentes com cancro renal sobre como adaptar a sua alimentação para melhorar

o seu estado de saúde, procura que tenham um papel mais ativo no seu autocuidado, aumentado as suas competências e confiança e melhorando a gestão da doença”.

O manual está concebido de forma a que, cada doente, identifique a fase da doença em que se encontra e os efeitos secundários do tratamento, e capacita-o para atuar num aspeto tão importante e necessário como é a nutrição.

Por seu lado, Francisco Rodrigues, da Associação de Cancro do Rim de Portugal, agradeceu “a todas as entidades que colaboraram na edição deste guia de nutrição pela importância do mesmo para a nossa comunidade de doentes”.

O carcinoma de células renais (CCR) é o tipo mais comum de cancro renal em adultos e é responsável por mais de 431.000 novos casos e 179.000 mortes em todo o mundo a cada ano.1 O CCR é cerca de duas vezes mais comum nos homens do que nas mulheres, ocorrendo as taxas mais elevadas da doença na América do Norte e na Europa.1 A taxa de sobrevivência aos cinco anos para as pessoas diagnosticadas com cancro renal metastásico ou avançado é de 13,9%.2

O Manual para pacientes e famílias pode ser descarregado online nas seguintes páginas web: www.conheceocancrodorim.com ; www.fundacionmasqueideas.org e www.ac-rim.org.

 

"Let’s Talk About Children”
A Universidade de Coimbra (UC) coordena em Portugal o projeto europeu “Let’s Talk About Children” que pretende promover a saúde...

Coordenado pela Universidade de Turku (Finlândia), o projeto foi financiado pela Comissão Europeia com cerca de 3 milhões de euros no âmbito do programa EU4Health, que apoia projetos que respondem a desafios na área da saúde. Vai estar em curso até 2025, envolvendo 11 instituições oriundas de 9 países (Finlândia, Portugal, Chéquia, Bélgica, Itália, Estónia, Grécia, Polónia e Roménia). Em Portugal conta também com a participação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

A intervenção que vai ser implementada baseia-se na metodologia que dá nome ao projeto, “Let’s Talk About Children”, «uma intervenção psicossocial criada na Finlândia, pela psiquiatra Tytti Solantus, baseada na evidência, centrada na criança e na família, cujo objetivo principal é a promoção da saúde mental das crianças, bem como a prevenção da transmissão intergeracional de problemas de saúde mental», contextualiza o docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), especialista em psiquiatria e coordenador do projeto em Portugal, Joaquim Cerejeira.

«Esta metodologia contempla o treino de profissionais que lidam com famílias para que possam adquirir competências específicas, que serão fundamentais para que reconheçam precocemente as necessidades psicossociais das crianças e das suas famílias», explica o coordenador do projeto em Portugal.

A primeira etapa de implementação do “Let’s Talk About Children” vai centrar-se na auscultação das entidades que prestam apoio a famílias em situações de vulnerabilidade (como escolas, autarquias, serviços de saúde e associações) «de forma a identificar e a avaliar as respostas existentes, bem como as suas limitações e dificuldades», avança Joaquim Cerejeira.

Após a fase de auscultação, vai ter início a capacitação dos profissionais que lidam com as famílias e com as crianças nos contextos educativo e da saúde. Este treino vai potenciar a aquisição de metodologias para que os profissionais «possam reconhecer precocemente famílias em situação de vulnerabilidade e, através de intervenções multidisciplinares, promover as competências parentais, o desenvolvimento psicossocial das crianças e a saúde mental de toda a família».

No contexto nacional, o “Let’s Talk About Children” vai ser implementado em escolas de 1.º e 2.º ciclos da região de Coimbra e em serviços de psiquiatria e saúde mental para crianças e adultos a nível nacional. O trabalho de auscultação está já em curso e a fase de capacitação de profissionais de saúde vai arrancar em junho de 2023. A apresentação pública do projeto vai decorrer em Coimbra durante o simpósio “Vamos falar sobre crianças”, que vai acontecer no início de junho na Universidade de Coimbra.

Em Portugal, além de Joaquim Cerejeira, participam no projeto a investigadora da Faculdade de Medicina da UC e do Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra (iCBR), Ana Paula Silva; a docente da FMUC e especialista em pediatria, Fernanda Rodrigues; a psiquiatra Tânia Vieira da Silva, que lidera a equipa do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; e as pedopsiquiatras Maria Laureano e Sara Pedroso.

 

Questionário da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP)
Assinala-se a 17 de março o Dia Mundial do Sono e, neste âmbito, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), através da sua...

Analisando os resultados obtidos, destaca-se que a maioria dos inquiridos assume não dormir bem: 52% sente que raramente ou apenas às vezes dorme bem, 75% dorme menos de 7 horas e 19% dorme menos de 6 horas por noite. Em relação às dificuldades com o sono, as respostas evidenciam que 22% das pessoas refere demorar mais de 30 minutos a adormecer, 44% refere já ter feito medicação para dormir e 12,5% faz medicação todos os dias para este efeito. 17% das pessoas que responderam a este questionário assumiram ainda problemas de roncopatia. No que diz respeito ao impacto dos hábitos de sono no dia seguinte, 24% dos inquiridos referem acordar sempre ou frequentemente cansados e 51% refere sonolência diurna excessiva. 

“Estes dados preocupam-nos por apontarem para uma tendência de sono insatisfatório e de má qualidade em metade da nossa amostra, mas também por porem em destaque os problemas de privação de sono e queixas de insónia. O facto de a maioria dos inquiridos referir sonolência diurna excessiva e de 1/4 referir cansaço ao despertar, enquadra-se quer nos hábitos referidos de sono insuficiente, quer eventualmente em distúrbios do sono não identificados, como a apneia do sono (cujo primeiro sinal pode ser o ressonar). Esta prevalência de sintomas diurnos resultantes de um sono de má qualidade deve alertar-nos a todos para os riscos do impacto cognitivo, laboral, social e familiar nestes doentes”, referem Mafalda van Zeller e Vânia Caldeira, da SPP. As médicas pneumologistas consideram ainda “ser de particular preocupação, o facto de 28% dos inquiridos reconhecer nunca ter procurado ajuda apesar de identificar queixas de sono”.

“É fundamental refletirmos sobre o sono e sobre a sua importância. Tem de ser uma prioridade na nossa agenda. O sono é um dos pilares essenciais para a saúde física e mental. Durante o sono ocorrem processos essenciais à nossa vida e para a nossa saúde, entre os quais, a regulação da função do sistema imunitário, a consolidação de memórias e aprendizagens, regulação do humor e o controlo metabólico e do apetite”, reforçam Mafalda van Zeller e Vânia Caldeira.

Neste Dia Mundial do Sono e perante estes resultados, para as especialistas, torna-se “essencial relembrar a importância de estarmos atentos ao nosso sono e dos nossos familiares - dormir mal, ter dificuldade em adormecer ou manter o sono ou ressonar não é normal. Os distúrbios do sono, como a insónia e a apneia do sono, são cada vez mais prevalentes e têm impacto na saúde física e mental, pelo que a sua suspeita deve levar à procura de avaliação médica especializada em consulta do Sono”.

Reconhecendo este papel fundamental do sono, este ano, a SPP promove uma iniciativa que pretende abranger várias especialidades médicas, além da Pneumologia, que lidam com doenças que têm como causa ou fator de risco os distúrbios do sono – “Sono é essencial para a saúde”. Assim, serão divulgados, nas redes sociais da SPP, 11 vídeos que incluem a perspetiva de pneumologistas, cardiologistas, endocrinologistas, psiquiatras, neurologistas, internistas, psicólogos, médicos de família e farmacêuticos sobre diferentes patologias relacionadas com o sono e sobre o consumo de medicamentos para dormir, em Portugal.

Adicionalmente, em parceria com a Associação Nacional de Farmácias, a SPP produziu um conjunto de materiais de divulgação e sensibilização da população, mas também dos farmacêuticos que, muitas vezes, são os primeiros profissionais de saúde a responder às questões dos utentes. Em Portugal, o consumo de medicamentos e suplementos para dormir tem vindo a aumentar, situação que preocupa também a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, uma vez que este tipo de medicação pode mascarar problemas do sono mais graves que devem ter um acompanhamento diferenciado.

Está ao alcance de todos implementar uma boa higiene do sono. Neste sentido, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia deixa algumas sugestões:

  • Dê prioridade ao sono: tenha tempo para dormir as horas necessárias (7 a 9 horas no adulto)
  • Seja consistente: mantenha horário de dormir regular
  • Prepare o sono: mantenha um ambiente calmo e tranquilo ao final do dia, limite a exposição à luz e ao ruído
  • Evite uso de telemóvel, computador ou tablet antes de dormir
  • Mantenha estilo de vida ativo e faça exercício físico regular
  • Evite consumo de cafeina, nicotina e álcool antes de dormir e minimize o seu uso.

Se apesar das medidas de higiene do sono tem dificuldade em adormecer ou manter o sono, se acorda cansado ou sonolento durante o dia e se ressona e apresenta paragens respiratórias durante o sono, é essencial procurar ajuda médica.

Serviço de Neurocirurgia
O Serviço de Neurocirurgia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), liderado por Jorge Gonçalves, realizou na...

A cirurgia consistiu na implantação de uma prótese absorvível feita à medida da deformidade que o doente apresentava e impregnada de medula óssea do próprio doente. Esta prótese foi impressa em impressora 3D em biomaterial absorvível.

O doente em causa foi vítima de acidente de trabalho em 2016, que resultou numa fratura craniana complexa com necessidade de intervenção neurocirúrgica noutro hospital do SNS, com desperdício do osso fraturado por contaminação. Henrique Cabral, neurocirurgião do CHUC explica que “de um modo geral, estas cirurgias permitem o realinhamento dos bordos da fratura óssea e o reaproveitamento do osso do próprio doente. Mas, neste caso, tal não se verificou uma vez que existia perigo de contaminação do osso e consequentemente infeção do sistema nervoso central, devido ao mecanismo da fratura.”

Menciona ainda Henrique Cabral que “este doente recorreu então ao Serviço de Neurocirurgia do CHUC para resolução do defeito estético que apresentava, uma vez que se encontrava sem uma porção do crânio desde 2016. Sabendo nós que as soluções apresentadas pela indústria dos biomateriais têm evoluído bastante nos últimos anos, foi junto desta indústria que procuramos uma solução para este doente, em particular, uma vez que os produtos existentes no mercado nacional não satisfaziam as nossas necessidades nem as do doente, atendendo à localização do defeito ósseo, pelo que recorremos aos parceiros internacionais na busca de materiais integráveis que pudessem não só satisfazer as expectativas do doente mas, sobretudo, que contribuíssem para a resolução do defeito craniano.”

O neurocirurgião Henrique Cabral prossegue dando nota que “esta cirurgia permitiu encontrar uma solução adaptada a este doente, caminhando no sentido da personalização de cuidados e de satisfação das expectativas dos doentes.”

Henrique Cabral explica que “o material que constitui a prótese será absorvido e a medula óssea aspirada vai-se diferenciar em células ósseas e promover a ossificação. Além da correção do defeito estético que se encontrava numa área visível do crânio, vai permitir a correção das alterações microcirculatórias do cérebro subjacente, além de corrigir o risco óbvio que o doente corria ao não ter uma porção de crânio caso sofresse algum traumatismo”.

Esta cirurgia contou com uma equipa multidisciplinar que envolveu a participação dos serviços de neurocirurgia, anestesiologia, bloco operatório e hematologia. O doente encontra-se bem, tendo tido alta ao terceiro dia.

Refira-se também que para esta cirurgia houve a necessidade do recurso a um circuito complexo, desenvolvido pela indústria, desde a importação do material até à obtenção das respetivas autorizações e necessária codificação para utilização do material.

Perda de visão
Os lasers são uma ferramenta valiosa em oftalmologia, permitindo uma variedade de procedimentos que

Milhões de doentes com diabetes têm sido tratados em todo o mundo, ao longo de várias décadas, com fotocoagulação a laser. Trata-se de um tratamento utilizado em oftalmologia que permite tratar não só a retinopatia diabética, mas varias doenças oculares como oclusões vasculares retinianas, rasgaduras e descolamentos da retina. É um procedimento seguro e realizado em ambulatório. O aquecimento causado na retina pela fotocoagulação laser é controlado e não causa danos permanentes à retina se realizada corretamente. O oftalmologista responsável pelo procedimento monitoriza cuidadosamente a intensidade e duração do feixe de luz emitido pelo laser, ajustando-o conforme a necessidade clínica. A fotocoagulação tem permitido preservar a visão a milhões de pessoas ao longo de várias décadas em todo o mundo.

Durante muitos anos as opões para corrigir a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo passavam apenas pelo uso de óculos ou lentes de contacto. Assistimos nas últimas três décadas a uma revolução com a introdução do laser Excimer para a correção destes erros refrativos. É um laser ultravioleta que funciona removendo camadas microscópicas de tecido da córnea, alterando sua forma e permitindo que a luz se foque adequadamente na retina. Os benefícios para os pacientes incluem a correção da visão sem a necessidade de usar óculos ou lentes de contacto. O seu médico Oftalmologista avalia previamente se é bom candidato a esta cirurgia, quais os riscos e benefícios.

A terapia fotodinâmica: é uma técnica de tratamento que usa um agente fotossensibilizante injetado na corrente sanguínea do paciente e que é ativado por um laser de comprimento de onda específico. Esta ativação cria, na zona da lesão ou tumor, uma reação química que destrói ou remodela células e tecidos anormais no olho. A terapia fotodinâmica é usada para tratar diversas patologias nomeadamente a coriorretinopatia serosa central, a vasculopatia polipoide e tumores intraoculares como o hemangioma da coroide.

Muitas pessoas submetidas a cirurgia de catarata notam, meses ou anos depois, que a visão não esta tão nítida e pode mesmo ficar muito reduzida. O laser YAG permite resolver estas situações. Permite realizar uma capsulotomia posterior, ou seja, para criar um orifício na cápsula posterior sobre a qual se apoia a lente intraocular colocada na cirurgia de catarata. De facto, meses ou anos após a cirurgia de catarata esta cápsula pode ficar opacificada diminuindo de forma significativa a visão. O tratamento com laser YAG é realizado em ambulatório e permite restaurar a visão de forma muito rápida e segura.

Em geral, os benefícios dos lasers em oftalmologia incluem procedimentos precisos e eficazes, menos dor e desconforto pós-operatório, recuperação mais rápida e melhores resultados visuais a longo prazo. No entanto, é importante lembrar que cada paciente é único e deve discutir todas as opções de tratamento com seu oftalmologista antes de decidir qual o procedimento mais adequado para a sua situação clínica.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
MulticulturalCare é apresentado amanhã
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) apresenta, amanhã, o projeto educacional MulticulturalCare, num evento, ao...

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) apresenta, amanhã, o projeto educacional MulticulturalCare, num evento, ao longo do dia, para «reflexão conjunta sobre novas abordagens pedagógicas na formação de enfermeiros e profissionais de saúde», no sentido de os capacitar para cuidarem de pessoas migrantes, refugiados e requerentes de asilo.

Os trabalhos decorrem no auditório do edifício do Polo A da ESEnfC, estando a sessão de abertura marcada para as 9h15, com as presenças de Ana Monteiro (coordenadora do projeto MulticulturalCare), António Amaral (Presidente da ESEnfC), Paulo Queirós e Rui Gonçalves (respetivamente, presidentes do Conselho Técnico-Científico e do Conselho Pedagógico da ESEnfC).

Segue-se, pelas 9h45, a mesa-redonda “MulticulturalCare Model - Modelo de cuidados multiculturais para a educação em Enfermagem num mundo global”, com as intervenções, uma vez mais de Ana Monteiro (projeto MulticulturalCare – ESEnfC), mas também de Anabela Pereira (Universidade de Évora), Luís Alcoforado (Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra) e Pedro Góis (Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra).

Duas horas mais tarde, são chamadas a falar sobre “Experiências pedagógicas inovadoras” as docentes da ESEnfC, Beatriz Xavier (“Inovação pedagógica e transformação social”) e Ana Paula Camarneiro (“Aprendizagem experiencial/arte”), bem como os colegas da Universidad de Castilla - La Mancha, Maria Idoia Ugarte e Gonzalo Melgar (“E-book como instrumento pedagógico”).

Neste evento, será, pois, apresentado o e-book MulticulturalCare, ferramenta didática de aprendizagem que oferece cenários de simulação sobre a temática, os quais serão disponibilizados gratuitamente a alunos, professores e enfermeiros.

Com a liderança da ESEnfC, o projeto MulticulturalCare - Educating students through innovative learning methods to intervene in multicultural complex contexts, que é apoiado pelo programa Erasmus+ (setor do Ensino Superior - KA203), envolve profissionais de mais duas instituições de ensino superior europeias – UC Limburg (Bélgica) e Universidad de Castilla - La Mancha (Espanha) –, peritos nas áreas de Enfermagem, Psicologia, Sociologia, Antropologia e Ciências da Saúde.

Mais informações no sítio do evento na Internet, em www.esenfc.pt/event/multiculturalcare2023.

Estudo
Estudo levado a cabo pela Direção-Geral da Saúde e pela Direção-Geral da Educação, com o objetivo de monitorizar a...

De acordo com esta análise, conclui-se que após a implementação da legislação foi possível reformular a oferta alimentar dos bares das escolas – sendo que estes têm como objetivo a disponibilização de alimentos para os lanches da manhã e da tarde das crianças. Também os molhos, os cremes de barrar doces, as refeições rápidas e as sobremesas doces foram removidos quase completamente da oferta alimentar das escolas.

Apesar de alguns produtos – como barritas de cereais, bolachas e gelados – continuarem disponíveis num pequeno número de escolas, estão casa vez mais presentes produtos que apresentam o melhor perfil nutricional dentro da categoria.

Máquinas de venda automática têm mais dificuldade em disponibilizar alimentos saudáveis

O estudo reporta ainda que as máquinas de venda automáticas, que estão disponíveis em 31% das escolas, contribuem para a disponibilização de produtos que não estão de acordo com a legislação. Além dos produtos que não deveriam estar disponíveis em contexto escolar, entre os quais se destacam as bolachas e biscoitos, as barritas e monodoses de cereais e os chocolates, foi também verificada a ausência de vários produtos que deveriam ser obrigatoriamente disponibilizados, como fruta, pão e leite simples.

 

Semana da Incontinência Urinária | 12 a 18 de março
A propósito da Semana da Incontinência, que este ano se assinala entre os dias 12 e 18 de março, o Movimento pela Continência e...

“A incontinência urinária tem consequências absolutamente devastadoras para a vida dos afetados. Desde faltas ao trabalho até às implicações a nível pessoal e social, é uma patologia que, apesar de ser conhecida por muitos, está ainda envolta num estigma profundo. Perder a capacidade de controlar a urina não é normal, mas também não é motivo de vergonha!”, alerta Joana Oliveira, presidente do Movimento pela Continência e Disfunção Pélvica.

A pensar nisto, o Movimento alia-se aos ginásios Level Health Club, em Almada, e Mais Fit, em Vila Nova de Gaia, para mostrar os benefícios do exercício físico no reforço do pavimento pélvico, como forma de prevenção ou tratamento. “A incontinência urinária tem cura em cerca de 85% dos casos e esta percentagem é tanto maior quanto mais precoce for o diagnóstico e a consequente adoção do tratamento adequado.", defende Joana Oliveira.

Inês Alves, club manager do ginásio Mais Fit Gaia, explica que: “Tendo em conta a prevalência da patologia na população portuguesa, achamos importante informar e orientar sobre as possibilidades de intervenção. Enquanto agentes promotores de saúde, como profissionais especializados em exercício físico, faz parte da nossa missão informar e intervir em todos os aspetos que melhorem a qualidade de vida das pessoas, bem como na prevenção de patologias”.

“No Level Health Club de Almada conceptualizamos o ginásio como um espaço de e para a saúde, orientando o nosso trabalho diário no sentido da promoção da mesma, numa perspetiva eclética e multidisciplinar. O exercício físico, devidamente orientado, pode ter um papel muito importante na prevenção e intervenção ao nível das disfunções pélvicas, numa estreita articulação com as equipas médicas e com os fisioterapeutas. Assumimos como sendo também nossa a responsabilidade de promover a consciencialização global sobre esta temática, diminuir o estigma tantas vezes associado e potenciar a acessibilidade aos cuidados de saúde indicados em cada situação.”, afirma Ema Lima das Neves, diretora do Level Health Club de Almada.

Existem vários tipos de tratamento, como o farmacológico, o cirúrgico e a reeducação pélvica, que possibilitam um regresso à normalidade para quem sofre destas patologias.  Os tratamentos conservadores devem estar presentes em todas as fases da doença, mas quando estes falham a esperança não está perdida. A estimulação dos nervos sagrados (neuromodulação), uma técnica minimamente invasiva que consiste na implantação de um pequeno neuroestimulador que poderá ter apenas 3 cm e permite controlar a bexiga através do telemóvel. “Através do diagnóstico precoce, é possível adotar tratamentos conservadores, como a reedução pélvica ou o tratamento farmacológico, mas existe esperança mesmo em casos mais avançados, o importante é pedir ajuda!”, remata a presidente do movimento.

A nível mundial, mais de 200 milhões de pessoas são afetadas por incontinência urinária, tendo esta patologia sido identificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um problema de saúde pública. Segundo a Associação Portuguesa de Urologia, estima-se que a incontinência urinária afete 600 mil pessoas nas várias faixas etárias em Portugal. O sexo feminino, entre os 45 e 65 anos, é o mais afetado por este tipo de incontinência em específico, sendo que a proporção de casos de IU é de 3 mulheres para cada homem.   

Criar visibilidade para os problemas associados à continência e disfunção do pavimento pélvico, encorajando o debate público e aberto e a quebra de estigma e tabus associados a estas doenças são assim os principais objetivos do Movimento pela Continência e Disfunção Pélvica, que se estreou este ano nas plataformas online, de forma a chegar a mais doentes. Pretende ainda ser a voz dos doentes e ser ouvido pela sociedade e pelos poderes políticos, incentivando ainda à alteração da lei de incapacidade.

Para mais informação, consulte as contas oficiais de Facebook e Instagram do Movimento.

 

Programa Nacional de Implementação das Unidades de Hospitalização Domiciliária
Segundo os dados do Programa Nacional de Implementação das Unidades de Hospitalização Domiciliária, em 2022, houve 8.932...

Os programas de HD são um modelo alternativo de hospitalização, que garante assistência médica e cuidados de saúde de qualidade, diferenciados e de proximidade aos doentes nas suas casas, contribuindo, deste modo, para aliviar a pressão dos serviços de internamento dos hospitais e reduzir o risco de infeção e perda de autonomia dos doentes, com maior conforto para os doentes e suas famílias.

Estes programas funcionam em 36 hospitais e centros hospitalares do SNS, onde há, agora, 339 camas disponíveis, mais 29 do que no ano anterior.

Para responder às necessidades destes utentes, as equipas de HD realizaram, em 2022, 113.492 visitas ao domicílio, mais 19% do que no ano anterior, com um tempo médio de permanência dos profissionais de saúde na residência do doente de 37 minutos por visita. Já o número de visitas de enfermagem registou um aumento de 97,2%, somando 318.000 visitas. Ao mesmo tempo, registou-se um aumento de 62% dos contactos não presenciais no âmbito destes programas, tendo totalizado 50.712. O tempo médio de internamento dos doentes em casa foi de 9,9 dias.

Durante um internamento ao abrigo de programas de HD é garantido todo o suporte clínico necessário e adaptado às necessidades individuais, incluindo o suporte farmacológico. São feitos ainda contactos diários para casa do utente, por profissionais de saúde, tal como determinam as boas práticas internacionais, sendo realizado o acompanhamento do doente através de serviço de telemedicina, que agrega voz, imagem e transmissão de dados clínicos em tempo real.

Os dados mostram ainda que, em 2022, as admissões diretas de utentes para HD tiveram um incremento de 68,3% face a 2021.

A HD permite que os doentes que reúnem um determinado conjunto de critérios clínicos, sociais e geográficos possam estar internados no conforto do seu domicílio. É assegurada por equipas de médicos, enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais, entre outros, que garantem o atendimento 24 horas por dia, todos os dias, e fornecem e gerem a terapêutica dos doentes. Os programas de HD garantem mais conforto para o doente, associado a menores taxas de mortalidade, de infeção e redução da probabilidade de reinternamento.

Opinião
O dia 4 de março de 2023 foi dia de “Mudar Perspetivas: vamos falar sobre obesidade”.

Os números alarmantes já são sobejamente conhecidos: prevê-se que em 2035 mais de 50% da população mundial tenha obesidade ou excesso de peso. O cenário nacional é ainda mais grave. Estamos perante uma pandemia, palavra usada demasiadas vezes, gasta e que não reflete a dimensão das implicações desta realidade sobre a sociedade e o futuro de todos nós. Isto por que a obesidade é onde tudo começa. O tecido adiposo (gordura) em excesso ou anormal que causa dano à saúde, como se define a obesidade, aumenta o risco de múltiplas doenças, tais como a diabetes mellitus tipo 2, síndrome de apneia obstrutiva do sono, doença coronária, doença cerebrovascular, pelo menos 13 tipos de cancros, doença hepática não alcoólica, doença renal crónica, doenças osteoarticulares, numa lista que chega a 200 patologias. Nestas, ainda se incluem as doenças mentais, como o síndrome depressivo e os distúrbios da ansiedade que agravam e são agravados pela obesidade. Todas estas doenças têm sido a causa de morte, redução de qualidade de vida, diminuição de produtividade, absentismo laboral e custos elevadíssimos em saúde. Apenas em custos diretos relacionados com a obesidade e as suas complicações, estima-se a despesa de 1,2 mil milhões de euros por ano em Portugal, o que representa 0,6% do PIB nacional e 6% dos gastos em saúde. É, portanto, um problema de saúde pública grave e requer atenção urgente.

Em 2022, atingimos o número histórico de 8 bilhões de habitantes no planeta Terra. Somos cada vez mais, e cada vez mais pesados. Enquanto a fome e a obesidade crescem em paralelo, a sustentabilidade do planeta é discutida e é fundamental compreender os fatores que nos fizeram chegar a este ponto. A reflexão sobre o estilo de vida moderno, que implica não só mudanças desfavoráveis na dieta alimentar e o sedentarismo, mas também o stress, os horários laborais, as desigualdades socioeconómicas, a exposição a disruptores endócrinos e iliteracia em saúde criaram um ambiente “obesogénico”. Este ambiente interage com a predisposição genética, fatores psicológicos, hormonais e comportamentais que favorecem o excesso de peso para a maioria das pessoas.

É necessário compreender que, apesar do componente comportamental associado à doença, há um conjunto de alterações hormonais e neurológicas que condicionam esse comportamento, aumentando a fome homeostática e a fome hedónica, por exemplo. Por outro lado, há também uma forte componente genética que determina vários aspetos metabólicos e absortivos. A mesma herança genética favorável à sobrevivência há 100 anos é aquela que no século XXI predispõe à obesidade.

Portanto, há que parar de acusar as pessoas que vivem com obesidade de “comerem muito e fazerem pouco exercício”. Isso nem sempre é verdade e se for há muitas razões para isso. Razões que merecem a nossa atenção sem julgamentos. Há que compreender a complexidade que leva estas pessoas a sofrerem uma doença que as isola socialmente, sofrendo de discriminação. O estigma de que a obesidade é uma opção do próprio tem que ser combatido.

Isto não significa desresponsabilizá-los da necessidade de mudança de estilo de vida, mas sim compreender, apoiar, motivar, criar condições para a mudança e tratar as causas fisiopatológicas da doença com as ferramentas de que hoje dispomos.

Há muito que se fala em prevenção, em medidas que alterem o ambiente obesogénico da nossa sociedade. Mas quase nada foi feito. O acesso a alimentos saudáveis, o incentivo à atividade física em meio urbano, a criação de espaços verdes, a melhoria das condições laborais, socioeconómicas e a literacia na saúde são ainda uma miragem. E se há que prevenir, para 2/3 dos portugueses estas medidas vêm tarde. É necessário tratar, e tratar o quanto antes. A obesidade é uma doença também progressiva e quanto mais cedo for a intervenção, menos complicações e outras doenças irão surgir no futuro. E a conta deste futuro chegará a todos nós.

Uma grande esperança surgiu recentemente, depois de anos em que apenas dispúnhamos de 2 tipos de intervenção: a mudança de estilo de vida e a cirurgia bariátrica, reservada para os estadios mais avançados da doença. E essa esperança nasceu com a aprovação de fármacos seguros e eficazes na redução e manutenção de peso, opções farmacológicas que vieram preencher a lacuna entre a dieta e a cirurgia. Trata-se de terapêuticas que podem ser utilizadas em fases mais precoces da doença e mudar a sua evolução, evitando as complicações a longo prazo. As indicações para uso destes fármacos estão definidas nas “guidelines” de tratamento da obesidade de várias sociedades científicas internacionais, que recomendam a sua prescrição associada à intervenção no estilo de vida, preferencialmente em programas estruturados de perda de peso que integram intervenção nutricional e comportamental com equipas multidisciplinares especializadas. Temos, portanto, novas ferramentas eficazes para tratar a obesidade e que têm demonstrado ser o gatilho para mudanças comportamentais duradouras. Contudo, o acesso a estes fármacos ainda é limitado pelo seu custo e ausência de comparticipação. Num país onde o tratamento cirúrgico, é comparticipado, embora com resposta insuficiente, há uma clara desigualdade no acesso aos diferentes tratamentos.

Falamos de pessoas com obesidade, e não de ”obesos”, pois não se definem pela doença que têm. São pessoas, cidadãos que têm uma doença crónica, tal como um paciente com asma, e merecem ter acesso aos melhores tratamentos que a ciência hoje dispõe.

Se a ciência chegou lá porque é que a sociedade não chega? Não é sustentável mantermos uma mentalidade de culpabilização e estigma que inibe quem sofre de procurar ajuda. Quanta coragem necessita alguém que pede apoio e encontra a discriminação nos próprios profissionais de saúde? Quanta culpa e vergonha sentem? Chega de acusar! Todos somos culpados. Porque não prevenimos e agora não tratamos!

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No âmbito do Dia Mundial do Rim
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) apresentou um livro com histórias de vida de doentes renais, no dia 9 de...

“Esta iniciativa teve como objetivo partilhar diferentes histórias de pessoas que foram diagnosticadas com doença renal crónica e que são testemunhos de força, coragem e resiliência”, explica Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

Com este livro, pretendeu-se partilhar as histórias de 11 pessoas que são uma inspiração para todos os que lidam diariamente com a doença renal crónica. A primeira edição do livro contará com 11 mil exemplares que serão entregues a todos os doentes a realizar hemodiálise, em Portugal. No lançamento estiveram presentes três dos 11 testemunhos contemplados no livro.

Sabina Aboobaker, doente renal que deu o seu testemunho, admite que não se esquece que tem a doença, mas que também não faz dela o centro da sua vida. “Sempre vivi muito bem com a minha condição e tanto a minha família como amigos estão muito bem informados, pelo que não há dramas”, explicou.

Também Sónia Cartaxeiro, portadora de síndrome de Alport, assume já ter passado por vários obstáculos na sua vida, no entanto, opta por “escolher o amor e ser feliz”. Sónia “queria e quer continuar a mostrar que ser doente renal crónico e a fazer diálise não é o fim e que a vida não tem de parar”.

Com o mesmo sentimento de aceitação e vontade de continuar a viver, Vítor Damião, doente renal desde 2011, afirmou que esta mudança na sua vida não o impede de continuar a ter objetivos, continuando com imensa vontade de os concretizar. Vítor é da opinião de que a superação desta e de qualquer outra doença “deve ser encarada com esperança nas metodologias e equipamentos atuais e futuros e procurando ajudar a ganhar dias à doença”.

“A Associação Nacional de Centros de Diálise está empenhada em aumentar o conhecimento da população sobre a doença renal crónica e em consciencializar para a importância da sua prevenção e do seu tratamento precoce. No âmbito dos nossos esforços de mobilização ao nível da prevenção estamos também a promover a campanha “A Vitória Contra a Doença Renal começa na Prevenção”, que conta com o apoio das sociedades científicas e associações de doentes desta área”, concluiu Sofia Correia de Barros.

A doença renal crónica caracteriza-se pela deterioração lenta e irreversível da função dos rins. Como consequência da perda desta função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Os doentes com diabetes, hipertensão arterial, obesidade e historial familiar de doença renal podem estar em risco de desenvolver esta doença.

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