Entrevista | Dr. Cristian Godoy Pereira
O défice de fósforo que caracteriza o XLH, ou Raquitismo Hipofosfatémico, pode levar a problemas óss

Sabendo que o Raquitismo Hipofosfatémico ligado ao X ou XLH se trata de uma doença hereditária rara, que cursa com perda renal de fósforo, um mineral fundamental para a saúde dos ossos, dentes e músculos, importa abordar a importância da saúde oral no contexto desta patologia. Assim sendo, começo por lhe perguntar de que forma o XLH afeta a saúde oral dos doentes? Por que motivo o fósforo é tão importante para a saúde dos nossos dentes?

O raquitismo hipofosfatémico ligado ao X é uma condição genética rara que afeta o metabolismo do fósforo, um mineral importante para a formação e manutenção dos ossos e dentes.

O esmalte dentário, que é a camada mais externa e dura dos dentes, é composto principalmente por hidroxiapatita, uma substância mineral composta de fosfato de cálcio. O fósforo, portanto, é necessário para a formação e manutenção do esmalte dentário, bem como para a estrutura óssea subjacente. Além disso, o fósforo também é importante para a formação e metabolismo do ATP (adenosina trifosfato), a molécula que fornece energia para todas as células do corpo.

Quais os principais problemas que surgem na sequência desta doença?

O défice de fósforo pode levar a problemas ósseos e dentários, tais como:

  1. Alterações na formação dentária, como hipoplasia do esmalte e dentes com aparência mais opaca e pigmentada. A cárie dentária surge como doença oportunista numa situação em que o dente tem uma estrutura mais frágil. Disto poderão advir abcessos dentários e outras inflamações associadas.
  2. Alterações do desenvolvimento ósseo da face, levando a problemas de mordida e alinhamento dentário e doença periodontal.

O XLH pode, por exemplo, atrasar a erupção dos primeiros dentes, ou a transição para a dentição definitiva?

Sim. O desenvolvimento dentário, tanto na dentição decídua como na dentição definitiva, depende da quantidade de fósforo presente no organismo.

A erupção dentária em crianças com XLH poderá ser mais demorada e a transição para uma dentição adulta poderá ser mais tardia. Além disso, o atraso na erupção dentária associada à alteração de desenvolvimento ósseo pode ser um problema no posicionamento dentário.

Sendo a dor, uma das principais complicações da doença, quais os cuidados a ter? O que deve o doente fazer quando tem dor de dentes?

A dor pode ser causada por várias razões, tanto por alterações ósseas, artrite ou por abcessos dentários. Existem diversas formas de prevenir a dor, tais como manter consultas regulares no dentista, manter uma boa higiene oral e adotar uma alimentação adequada. No entanto, e como disse, a dor é uma das principais complicações associadas aos doentes com XLH. Quando existe dor, o paciente deve contactar de imediato o seu Médico Dentista para ser observado e eventualmente tratado/medicado. O tratamento de doentes com XLH pode ser diferente do tratamento convencional e deve ser adaptado às necessidades e particularidades da doença. Por isso, é fundamental que o doente seja acompanhado de forma regular e de forma preventiva, para evitar situações agudas.

Relativamente aos abcessos, o que são, quais as principais complicações associadas e como se tratam?

Os abcessos dentários são infeções bacterianas causadas pela necrose dentária, resultante de fraturas, cáries ou traumas. Podem causar dor intensa, edema na face, dificuldade a falar e mastigar, febre e mal-estar geral, e em casos mais graves poderá afetar estruturas adjacentes, como garganta, olhos e ouvidos.

O tratamento de um abcesso dentário requer a drenagem do abcesso e/ou a medicação com antibióticos. Em alguns casos será necessário realizar o tratamento endodôntico (desvitalizar), mas em casos mais extremos levará à extração do dente, ou mesmo tratamento em meio hospitalar. É muito importante recorrer de imediato ao Médico Dentista assim que os primeiros sinais de abcesso dentário aparecerem.

As cáries são mais frequentes neste grupo de pessoas? Porquê?

Sim. Os doentes com XLH poderão ter um maior risco de desenvolver cáries dentárias, uma vez que a hipoplasia de esmalte torna os dentes mais vulneráveis à cárie. Além disso, a má posição dentária pode dificultar uma higiene oral adequada.

Outra das complicações associadas é a dentinogénese imperfeita. Em que consiste? (como se caracteriza) E de que forma impacta a qualidade de vida do doente com XLH? Quais as complicações?

A Dentinogénese Imperfeita consiste numa alteração da formação da dentina (uma das camadas que constituem os dentes), resultando em dentes mais frágeis e com maior risco de fraturas e cáries. Em alguns casos pode levar à perda precoce dos dentes e à dificuldade na mastigação. Quando associada a outras complicações do XLH pode afetar significativamente a qualidade de vida do doente devido à dor, ao desconforto e à diminuição da autoestima.

Que opções terapêuticas existem para estes casos?

As opções terapêuticas dependem da gravidade das complicações e serão adaptadas às necessidades específicas do doente. Em casos mais simples e de forma preventiva, poderá ser a aplicação de flúor nas consultas de controlo, mas em situações mais agudas poderá passar por realizar restaurações dentárias, tratamento endodôntico (desvitalizações), extração de dentes ou colocação de próteses dentárias.

A partir de que idade, deve o paciente com XLH ir ao dentista? E com que frequência?

Os doentes com XLH devem ser acompanhados pelo Médico Dentista a partir dos 6 meses de idade ou quando erupciona o primeiro dente decíduo. A frequência das consultas de controlo dependerá das necessidades individuais de cada doente, no entanto é recomendado que as consultas sejam feitas de 6 em 6 meses para identificar precocemente quaisquer complicações e serem tratadas de forma adequada.

Que cuidados especiais devem ter os doentes?

Os cuidados a ter passam pela prevenção de eventuais complicações resultantes desta doença, e consistem em consultas de controlo regulares com aplicação de flúor pelo Médico Dentista, higiene oral adequada e cuidada, adotar uma dieta saudável e equilibrada, o uso de goteiras para proteger os dentes de eventuais fraturas e por fim, o uso de aparelhos ortodônticos para facilitar a higiene oral.

No âmbito deste tema, que conselhos deixaria a doentes e seus familiares?

Aos doentes com XLH e aos seus familiares aconselharia, em grande parte, a apostarem na prevenção, com consultas regulares no Médico Assistente e no Médico Dentista. Poderá ainda ser importante procurar uma rede de apoio para doentes nesta condição, fomentando uma aprendizagem e partilha de experiências.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Calculadora que quantifica a taxa de redução do edema para os doentes com edema macular diabético
A Tonic App, com apoio da AbbVie, lançou a CRTool, uma nova ferramenta com o objetivo de ajudar os médicos oftalmologistas no...

A nova ferramenta é uma calculadora que quantifica a taxa de redução do edema para os doentes com edema macular diabético, utilizando os valores da espessura central da retina fornecidos através do exame de tomografia de coerência ótica (OCT). O objetivo é agilizar o processo de avaliação do doente, conduzido pelo médico oftalmologista.

De acordo com Caterina Golotta, diretora médica da AbbVie, a empresa biofarmacêutica apoiou este projeto “com o objetivo de simplificar, facilitar e trazer objetividade ao processo de avaliação do doente com Edema Macular Diabético, para que os oftalmologistas possam ter mais uma ferramenta que, de forma prática, possa complementar os restantes parâmetros de avaliação destes doentes. Na AbbVie assumimos uma clara aposta na inovação tecnológica que colocamos ao serviço dos profissionais de saúde”.

O Edema Macular Diabético é a principal causa de perda significativa da função visual entre a população diabética. Continua a ser a principal causa de cegueira na população entre os 20 e os 70 anos de idade e, segundo dados da OMS, é responsável por 5% das causas de cegueira no planeta, pelo que é fundamental a sua prevenção, um diagnóstico atempado e um tratamento eficaz.

A CRTool foi apresentada aos oftalmologistas reunidos na 7ª Reunião Científica Internacional do Grupo de Estudos da Retina de Portugal, que decorreu nos dias 24 e 25 de fevereiro, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. A ferramenta está disponível na Tonic App, aplicação móvel desenvolvida por médicos e para médicos, que conta com mais de 24 200 médicos registados em Portugal.

 

21, 23 e 28 de março
Para as mulheres que estão a experienciar a maternidade pela primeira vez há um misto de sentimentos, que balançam entre a...

Nos primeiros dias com o bebé em casa, tudo pode parecer desafiante à primeira vista, começando pelas cólicas que podem ser muito dolorosas para o bebé, e levar os pais à exaustão. Nestas situações, a água mineralizada pode ser uma solução para o alívio.

Assim, a enfermeira em pediatria e conselheira em aleitamento materno da Vimeiro, Célia Pinheiro, vai estar presente, no dia 21 de março, para falar sobre os benefícios da água mineralizada não só para o alivio de cólicas, mas também na amamentação e gravidez.

Outro momento desafiante para muitos pais é a hora da higiene do bebé. Para ajudar as famílias nesta tarefa, a enfermeira parteira Isabel Ferreira vai explicar os cuidados a ter com o bebé na hora do banho e o passo a passo para uma boa higiene.

Os pais também vão passar a compreender melhor os vários motivos de choro do bebé, no dia 23 de março, com a enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstetrícia Conceição Santa-Martha. Neste dia, a terapeuta familiar Carolina Vale Quaresma vai falar, ainda, sobre a importância da envolvência do pai no pós-parto.

Já no dia 28 de março, a osteopata especialista em pediatria Sofia Soares da Fisiokids vai falar sobre a importância da avaliação osteopática nos bebés após diferentes tipos de parto. Para completar a rotina da higiene do bebé, a enfermeira especialista em Saúde Materna e Obstétrica Núria Durães vai abordar o banho e a hidratação do bebé.

Nestas sessões, estarão também presentes a técnica de laboratório da Crioestaminal, Marta Batista, e a conselheira em Células Estaminais Joana Gomes, que vão apresentar as potencialidades e aplicações terapêuticas das células estaminais do cordão umbilical do bebé e a importância de guardar estas células.

Além do conjunto de descontos dos parceiros da iniciativa a que todos os inscritos vão ter acesso, uma das grávidas participantes nas sessões de março vai receber uma mala de maternidade.

EndoMarcha decorre no dia 25 e chama a atenção para a patologia
Ter o diagnóstico de endometriose é, para quem tem de viver com esta doença inflamatória que se define pela presença de tecido...

Deverão ser, segundo a especialista, cerca de 350 mil as mulheres com endometriose em Portugal, uma estatística que resulta da certeza de que uma em cada 10 em idade fértil sofrerá com este problema, mais comum entre os 30 e os 35 anos. Muitas não estarão, por certo, diagnosticadas, “por um lado, porque há uma desvalorização da própria mulher em relação às suas dores, já que quando se fala em casa, com a mãe ou com a avó, todas elas já tiveram dores e, por isso, estas são consideradas normais. Depois, quando começa a procurar ajuda, continua a haver alguma desvalorização inicial e, mesmo quando são pedidos exames, se estes não forem feitos em locais de referência podem dar resultados não completos e isso significa um diagnóstico tardio.”

O que se traduz numa “evolução da doença. E isso quer dizer que vamos ter casos mais graves, com consequências para a mulher tanto a nível de sintomas, como de infertilidade”, acrescenta a médica. Susana Fonseca, presidente da direção da MulherEndo, Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose, confirma o desafio do diagnóstico. E confirma também a existência de uma desvalorização dos sintomas. “Falamos aqui de questões geracionais, porque desde sempre fomos habituadas a ouvir que é normal sofrer, o que faz com que as próprias mulheres não procurem logo ajuda quando têm os sintomas.” A isto junta-se o facto de “tudo o que seja associado ao ciclo menstrual ainda ser muito tabu, um tema que é muito visto como para ser mantido na intimidade”.

Uma desvalorização que se paga. De acordo com a Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, os custos diretos e indiretos associados aos cuidados de saúde com a endometriose são comparáveis aos de outras doenças, como diabetes tipo 2 ou a artrite reumatoide. No entanto, a atenção que lhe é dada não é proporcional ao seu peso. Filipa Osório considera que isto se pode dever à falta de conhecimento. “Atualmente ainda não conseguimos identificar completamente o que causa a endometriose e o que leva ao seu desenvolvimento. Existem várias teorias, mas acaba por ser uma situação multifatorial e não totalmente compreendida, o que dificulta tanto o diagnóstico, como o tratamento.”

Tratamento que, por enquanto, não cura, mas visa “levar à atrofia do endométrio, seja ele dentro ou fora do útero, o que faz com que não cresça, estabilize e acabe por não se desenvolver, pelo uso de terapêutica hormonal”. Algo que, segundo a especialista, vai significar, para muitas mulheres, “uma vida normal. Mas não para todas e não pode ser um tratamento isolado, é quase um tratamento holístico, feito a vários níveis, o que passa por atuar a nível dos hábitos de vida, como a prática de exercício físico, alimentação equilibrada, tentativa de redução de stress”. 

É uma mensagem de esperança que Susana Fonseca gosta de partilhar, porque, como diz, “é possível, após um diagnóstico e quando se consegue um tratamento adequado, viver de forma mais ou menos bem com a doença. Mas mesmo com tratamento há crises de dor incapacitantes que podem ser despoletadas por alguma coisa que comemos, ou porque estamos num pico de stress. Ou crises hemorrágicas, ou quadros de obstipação, diarreia e cólicas intestinais intensas que, de um momento para o outro, podem incapacitar a mulher. Viver com endometriose costuma ser uma caixinha de surpresas”. 

Há sinais a que as mulheres devem estar atentas. “Uma dor incapacitante, que interfere com o dia-a-dia da mulher, seja profissional ou pessoal e a impede de se levantar da cama, isso é motivo para procurar ajuda, assim como o tentar engravidar há mais de um ano e não conseguir”, refere a médica. De facto, “dentro do grupo com endometriose, cerca de um terço vai precisar de ajuda para engravidar. Mas se virmos do outro ponto de vista, numa consulta de infertilidade, sabemos que 50% das mulheres têm endometriose”.

O conhecimento é essencial e é este o principal objetivo da EndoMarcha que, no próximo dia 25, convida todos a saírem à rua, em Lisboa. “Precisamos que todas as pessoas se juntem a nós, porque é urgente termos respostas, apoios e tratamentos. A EndoMarcha é um movimento mundial que visa dar voz a estas mulheres, levar as pessoas para a rua, sensibilizar para o impacto que esta doença pode ter na vida de todas as mulheres, mas também dos seus companheiros e companheiras, da família, dos colegas de trabalho e entidades patronais e de toda a sociedade”, reforça Susana Fonseca. Inscrições para a EndoMarcha aqui. 

A EndoMarcha vai decorrer no Parque das Nações, com início junto ao Pavilhão de Portugal, pelas 14h00.

Estudo
O uso excessivo (três ou mais vezes por semana) do inalador de alívio para a asma pode ser um sinal de que a doença não está...

Um alerta que reforça a mensagem da campanha "Quebra o Ciclo - Deixa a asma sem fôlego", uma iniciativa da Associação Portuguesa de Asmáticos (APA), do projeto CAPA - Cuidados Adequados à Pessoa com Asma, da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) e do Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias (GRESP), da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Associação Nacional das Farmácias (ANF) em parceria com a AstraZeneca.

A inexistência de informação disponível sobre os padrões de utilização do inalador de alívio para a asma em Portugal, bem como a sua associação ao controlo da asma, levou à realização de um estudo entre pessoas com diagnóstico de asma autorreportado em farmácias comunitárias. Os resultados deste estudo mostram que cerca de metade dos participantes (50,2%) usou o inalador de alívio mais de oito dias durante as quatro semanas anteriores à resposta ao inquérito, o que, segundo as guidelines globais GINA, é um fator indicador de mau controlo da asma.

Além disso, 1 em cada 4 dos doentes envolvidos no estudo relataram utilizar o inalador de alívio diariamente, o que poderá significar que algumas pessoas usam este tipo de inalador com a intenção de controlar e tratar a doença, o que não é indicado. Mostram ainda os resultados que cerca de 23% dos doentes inquiridos revelaram utilizar o inalador três ou mais vezes por dia, sendo importante realçar que, em média, este tipo de utilização duplica o risco de uma agudização grave da asma nos seis meses seguintes.

Relativamente à utilização de recursos de saúde devido a ataques de asma, cerca de 40% dos doentes recorreram pelo menos uma vez a um serviço de urgência e cerca de 12% foram hospitalizados pelo menos durante uma noite nos 12 meses anteriores ao questionário, valores francamente superiores aos dos mesmos indicadores para a população que vive com asma em Portugal, no seu global: 23% e 3%, respetivamente.

Estes resultados levam os investigadores a concluir que “a melhoria destes indicadores e, consequentemente, a redução dos custos clínicos e económicos esperados para as pessoas que vivem com asma é da maior importância. Os resultados deste estudo podem apoiar os decisores e os diferentes profissionais de saúde no desenvolvimento de estratégias para melhorar a gestão da asma em Portugal”.

Precisamente com o intuito de alertar os profissionais de saúde e as pessoas com asma para as consequências do uso excessivo do inalador de alívio, foi desenvolvida a Campanha "Quebra o Ciclo - Deixa a asma sem fôlego", que pode ser acompanhada através das redes sociais e do site SAÚDEFLIX. Este site disponibiliza um questionário de apoio às pessoas que vivem com asma para determinação do seu grau de dependência no inalador de alívio. Os respetivos resultados devem ser partilhados com o médico assistente de modo a perceber se será necessário adaptar o tratamento às necessidades do estadio da doença.

Eleita nova Direção da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT)
A Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) elegeu o ortopedista João Gamelas como Presidente da Direção, cargo...

Formado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, João Gamelas é Especialista em Ortopedia e Traumatologia, desde 1997. Atualmente, exerce funções como Diretor do Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, leciona como Professor Auxiliar Convidado na NOVA Medical School e assume ainda a vice-presidência da Sociedade Latino Americana de Ortopedia e Traumatologia.

“Esta é uma liderança pela união de todos os ortopedistas. Todos juntos reinventaremos a SPOT com um projeto que privilegia a partilha de experiências e conhecimento, a promoção de literacias e a discussão dos problemas socioprofissionais dos ortopedistas”, menciona João Gamelas.

A nova Direção assume o compromisso de trabalhar para servir a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia e apresenta uma nova estrutura organizativa que promete aproximar os sócios e alargar relações de cooperação com as sociedades congéneres, bem como com a sociedade civil.

Adélio Vilaça, como Secretário-Geral, Manuel Sousa, como tesoureiro, e os vogais: Nuno Diogo, Jorge Alves, Joana Bento Rodrigues, constituem a restante direção eleita.

“Health & Technology – What is the common ground?”
Qual o papel da Tecnologia na Saúde? O que podemos esperar do desenvolvimento tecnológico no tratamento das doenças do Presente...

Para analisar os pontos comuns entre a Tecnologia e a Saúde estarão, na NMS, alguns dos nomes mais destacados nesta área como Karim Lekadir (Diretor de Inteligência Artificial do Laboratório de Medicina, Universidade de Barcelona), Marla Zinni Gil da Costa (Diretora de Usabilidade e Neuroergonomia, Neuroverse Inc), Peter Villax (CEO & Fundador, Mediceus), Márcio Navalho (CEO, Centro Internacional de Telemedicina) e Hugo Marques (Diretor de Saúde Digital, Siemens Healthineers).

Esta é uma das conferências teaser que marca o lançamento das Conferências do Estoril, que irão decorrer a 1 e 2 de setembro, coorganizadas pela NOVA Medical School, Nova SBE, Câmara de Cascais e pelo Turismo de Portugal. Assentes em 4 pilares, Planeta, Paz, Políticas e Pessoas/Saúde, as Conferências do Estoril, cujo tema é “Reumanizar o Mundo”, contarão com a participação de inúmeros oradores para promover um futuro mais justo, equitativo, sustentável e inclusivo.

Nesta mesa-redonda, moderada pela jornalista Sara Sá, serão discutidos os desafios da Inteligência Artificial e o seu impacto na Saúde, Educação e Economia e entender como podem ajudar a “Reumanizar o Mundo”.

A conferência terá lugar, na quinta-feira, dia 23 de março, às 17h, na sede da NMS, em Lisboa.

 

 

Dr. Pacheco Pinto explica
Seja por desconhecimento, seja por falta de recursos, a realidade no País é que, ainda, existe uma c

Nesse âmbito, Pacheco Pinto, Coordenador Clínico da Clínica Médis, esclarece e ajuda-o a tomar decisões mais informadas para manter o seu sorriso:

Mitos e Verdades em Higiene Oral

1. Deve escovar os dentes imediatamente após cada refeição. Mito.

A verdade é que deve esperar cerca de 30 minutos antes de o fazer. O ambiente ácido que é formado pela saliva após a ingestão de alimentos, faz com que o esmalte “amoleça”. Isto quer dizer que se escovar os dentes mesmo depois da sua refeição, vai acabar por eliminar parte do esmalte com a escovagem. Assim, deve esperar um pouco após cada refeição.

2. O mau hálito está sempre relacionado com uma má higiene oral? Mito.

É verdade que a causa mais comum para o mau hálito se prende com a falta de higiene oral. Contudo, existem outras causas associadas a esta condição, como o jejum prolongado, desidratação, ansiedade e stress, tabagismo, patologias no sistema digestivo e/ou respiratório, diabetes mal controlada (hipoglicemia) ou medicamentos que alterem a produção de saliva (como a hipertensão, por exemplo).

3. A escovagem mais importante do dia é antes de dormir? Verdadeiro.

Quando dormimos, a produção de saliva é menor e quase não há movimento da língua, o que dificulta a eliminação dos restos de comida. Por isso, se não lavar os dentes antes de dormir, os restos de comida vão permanecer na boca durante a noite, servindo de alimento às bactérias.

4. Os Dentes sensíveis têm sempre cáries? Mito.

Apesar de algumas cáries poderem causar sensibilidade ao frio e doces, nem todas o fazem. A sensibilidade dentária pode ter muitas causas, por isso se sofre desta patologia consulte o seu médico dentista.

5. Não se deve escovar os dentes se a gengiva está a sangrar? Mito.

Se as suas gengivas sangram aquando da escovagem dentária, isto significa que está com uma inflamação. Muitas vezes, tudo o que basta para se acabar com o sangramento e inflamação das gengivas, é um reforço na higiene oral, removendo bem a placa bacteriana, partículas de comida e mantendo os seus dentes, gengiva e língua limpos. Para tal, deve usar uma escova suave ou de média rigidez, pasta dentífrica e bochechar com elixir.

6. Beber muito café ou chá escurece os dentes? Verdadeiro.

O café, o tabaco, os refrigerantes, o chá preto e o vinho tinto podem causar manchas amareladas nos dentes. Tudo o que inclui corantes contribui para o escurecimento dos dentes.

7. É preciso colocar na escova uma grande quantidade de pasta dentífrica para lavar bem os dentes. Mito.

O verdadeiro responsável pela limpeza dos dentes é a escova e a escovagem. A pasta aplicada deve ser colocada na ponta superior da escova, e ser do tamanho equivalente a uma ervilha.

Os mitos associados à higiene oral resultam, muitas vezes, num desconhecimento generalizado do que são os melhores hábitos a adotar. O segredo de uma boa higiene não é difícil, assentando sobretudo na prevenção. Além da escovagem dos dentes e uma boa alimentação, ainda a visita regular a um médico dentista são regras fundamentais para garantir que mantém um sorriso sempre saudável.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Nosso futuro está ligado aos dos animais e do ambiente, uma vez que os três partilham "Uma Só Saúde"
No âmbito do Dia Internacional das Florestas, que se assinala amanhã, a APIFVET pretende reforçar a importância de cada vez...

Segundo o estudo “Livestock and climate change: impact of livestock on climate and mitigation strategies”, com a adoção de boas práticas, seria possível reduzir em 30% a emissão de GEE. Posto isto, a APIFVET incentiva os criadores a adotar as melhores práticas no que diz respeito à criação, alimentação e gestão, e todo o setor a adotar tecnologias inovadoras em matéria de saúde animal, para aumentar a sua produtividade. 

“Atualmente, há um interesse crescente em proteger o ambiente de riscos evitáveis. Porém, é necessário esclarecer que isso inclui, também, a consciência de que animais mais saudáveis têm uma pegada ambiental menor e que os resíduos de medicamentos podem entrar no ambiente, com efeitos potencialmente indesejáveis. É importante enfrentar as ameaças à saúde animal, humana e ambiental como parte de uma abordagem conjunta”, afirma Mário Hilário, Presidente da APIFVET - Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica de Medicamentos Veterinários. 

Nesse sentido, acrescenta Mário Hilário, “é importante ter em mente que, para animais mais saudáveis, devemos agir em prol da prevenção, que é a primeira linha de defesa contra as doenças, na vigilância, no diagnóstico atempado e no tratamento adequado e responsável”. 

 

De 20 a 25 de março em todas as suas unidades
No âmbito do Dia Mundial da Saúde Oral, que se assinala hoje, a Lusíadas Dental vai levar a cabo, em todas as suas Unidades, um...

Estes rastreios irão decorrer, entre os dias 20 e 25 de março, na zona da Grande Lisboa (Lusíadas Dental – Clínica Amoreiras, Clínica Lusíadas Oriente, Hospital Lusíadas Amadora, Hospital Lusíadas Lisboa e Clínica Lusíadas Almada), no Porto (Hospital Lusíadas Porto) e em Gaia (Clínica Lusíadas Gaia), em Braga (Hospital Lusíadas Braga) e no Algarve (Clínica Lusíadas Fórum Algarve e Hospital Lusíadas Albufeira).

A iniciativa surge numa altura em que ainda metade dos portugueses (50,2%) afirma não se deslocar ao médico dentista, ou, quando o faz, fá-lo menos de uma vez ao ano, de acordo com os dados VII Barómetro de Saúde Oral de 2022. Segundo este relatório, os motivos que justificam esta realidade prendem-se com o facto destes 50,2% de portugueses acreditarem não necessitar de cuidados dentários, enquanto 30% afirmam não ter dinheiro para o fazer.

Para David Aleixo, médico dentista e Chief Medical Officer e Chief Operations Officer da Lusíadas Dental, “estes números comprovam o estigma que persiste em relação aos cuidados de saúde oral, que ainda são tidos como uma necessidade estética. Contudo, a verdade é que a carência de cuidados de saúde oral pode aumentar o risco de desenvolver diversos problemas de saúde mais graves”.

Ainda assim, acrescenta, “o último Barómetro de Saúde Oral mostra-nos que mais portugueses estão a ir ao dentista, nomeadamente mais 20,1% de 2022 para 2021. A sensibilização é cada vez maior, e nessa medida é necessário criarmos oportunidades para mais pessoas poderem aceder a melhores cuidados de saúde oral, tal como estamos a fazer neste mês de março com a realização do nosso rastreio nacional”.

Com o objetivo de assegurar a todos os seus clientes os melhores serviços e cuidados de saúde oral, a Lusíadas Dental dispõe, em todas as suas unidades, de uma equipa de pro­fissionais de saúde especializados nas mais diversas áreas da Medicina Dentária e Estomatologia. Durante o mês de março, a Lusíadas Dental dá, ainda, a possibilidade aos seus clientes de trazer um familiar para uma consulta de avaliação.

Mais informações sobre as datas de realização dos rastreios em cada unidade encontram-se disponíveis em Lusíadas - Rastreios Saúde Oral.

 

Falta de dentes
Entende-se por edentulismo a falta de um ou mais dentes na cavidade oral.

Dados em Portugal

Em relação à população portuguesa, cerca de 70% dos portugueses têm falta de dentes naturais (excetuando os dentes do siso) e, destes, 30% já perdeu seis ou mais dentes e 8,7% da não tem qualquer dente natural.

E, entre aqueles que têm falta dentes, há 53% que nada tem a substituir.

Em termos absolutos quer dizer que 7 milhões de portugueses têm falta de um ou mais dentes, destes 2,5 milhões tem falta de seis ou mais dentes, 820 000 sem qualquer dente.

22.0% dos portugueses com falta de seis ou mais dentes não têm nada a substitui-los, ainda assim melhorámos 6 pontos percentuais relativamente a 2019. (In 6ª Edição Barometro da Saude Oral, OMD 2021)

Causas do Edentulismo

O aumento da perda dos dentes com a idade é uma tendência universal, motivando na sociedade o imaginário do idoso desdentado como reflexo natural da dentição humana. Contudo, o edentulismo nos grupos mais velhos é expressão do efeito cumulativo de doença oral ao longo dos anos, sendo a cárie e a doença periodontal os fatores mais prevalentes. Portanto, o edentulismo em idade avançada não é consequência apenas do processo de envelhecimento.

A saúde oral do idoso continua a não estar no centro das atenções quando se trata de discutir a saúde dos idosos como um todo, quando falamos de uma faixa da população com diversas comorbilidades, como doenças cardiovasculares, diabetes, neoplasias que tanto afetam a qualidade de vida dos idosos.

Como todos sabemos só em meados do século XX é que se começou a dar mais atenção à saúde oral, e à preservação de dentes em detrimento da sua extração, isto nos grandes centros urbanos, pois o interior do país era muito pobre em oferta de profissionais.

A falta de literacia e o baixo nível socioeconómico também contribuiu, e continua a contribuir, para a vontade do doente em preferir extrair um ou mais dentes a tratar dos mesmos e consequentemente não os substituir.

Impacto na Saúde

Logo após a perda de um dente, e quando este não é substituído começa a haver uma alteração na posição dos dentes adjacentes, gerando várias consequências:

  • Má posição dentária: que pode levar ao aparecimento de espaços entre os dentes, ou apinhamento dificultando a higiene oral e a acumulação de alimentos entre os dentes. Egressão do dente oponente, levando à exposição das raízes e aumento da sensibilidade dentária e aumento da propensão para cárie radicular.
  • Diminuição da capacidade mastigatória: A presença de poucos dentes pode ser um dos motivos pelo qual uma grande parte dos idosos apresenta um índice de massa corporal (IMC) acima do indicado para o peso e altura do idoso e de doenças crónicas não transmissíveis como diabetes e hipertensão, pois esta falta de dentes propicia um bolo alimentar menos triturado, ou a adoção de uma dieta mais mole, rica em hidratos de carbono e alimentos multiprocessados. Por outro lado, a dificuldade em mastigar pode provocar anorexia pelo sofrimento que uma refeição pode causar.
  • Alterações na fonética, a falta de dentes provoca alterações na pronunciação de algumas letras.
  • Alterações na estética oral e facial, alterações no sorriso
  • Disfunções Temporo-Mandibulares, manifestando-se através de dores musculares, zumbidos nos ouvidos, dores de cabeça.
  • Reabsorção óssea o que dificulta a futura reabilitação, mas não impossibilita.
  • Apneia: a perda dentária completa provoca alterações anatómicas que prejudicam a função das vias aéreas superiores, o que compromete a qualidade do sono. Também com o avançar da idade toda a musculatura sofre uma hipotonia que associada com a indentação, provoca obstrução das vias aéreas, levando a períodos sem respirar e comprometendo a qualidade do sono, com isso, o doente ressona muito ou engasga-se durante a noite e acorda inúmeras vezes.
  • Doenças psicológicas: a falta de autoestima leva ao isolamento social e à ideia de que não vale a pena substituir os dentes em falta, causando afastamento e isolamento mesmo da família mais próxima. e a dificuldade em mastigar pode provocar anorexia por repulsa do sofrimento que uma refeição pode causar.

Soluções

  1. Prótese sobre implantes

Os implantes dentários têm poucas contraindicações, e havendo, a maioria são temporárias.

A toma de bifosfonatos, tratamento de quimio ou radioterapia, diabetes descontrolada, fumadores pesados, são as maiores contraindicações.

A idade avançada não é por si um impedimento, tal como em todos os doentes, o médico dentista terá de avaliar a história clínica e o caso que tem à sua frente, a partir das quais decidirá em conjunto com o doente qual a opção mais adequada ao caso.

Esta pode ser fixa, estando aparafusada a 4 ou mais implantes, sendo a solução mais adequada no que diz respeito ao restabelecimento das funções perdidas.

Ou semifixa, sendo esta removível, mas com retenção nos implantes, o que confere maior estabilidade quando comparamos com uma prótese total removível.

Será uma boa solução, ou uma solução de resultados intermédios, quando falamos de idosos que necessitem do apoio do cuidador para a manutenção de uma boa higiene da prótese e dos pilares que ficam em boca e que não pretendam ser sujeitos a tratamentos mais invasivos.

  1. Prótese removível

A prótese removível ainda tem um peso grande como primeira opção devido ao baixo custo que apresenta, mas não é de todo uma solução considerada definitiva, apesar de em Portugal ser assumida como tal.

No idoso a adaptação nem sempre é fácil, e a própria retenção da prótese, sobretudo inferior torna-se na maioria dos casos impossível devido à grande reabsorção óssea, aos movimentos da língua, e de toda a musculatura inserida no maxilar inferior.

Este tipo de prótese apoia-se na mucosa oral, provocando lesões que têm de ser constantemente avaliadas de forma a prevenir doenças como a Candidíase, lesões pré-malignas ou cancerígenas, sendo a mucosa oral do idoso mais propensa a estes fatores por ser mais fina. As “feridas” provocadas pelas próteses podem ser porta de entrada de bactérias para a corrente sanguínea.

A falta de saliva no idoso e doentes polimedicados também compromete o uso de prótese removível.

Conclusão

Em primeiro lugar devemos continuar a apostar na prevenção e promoção da saúde oral, de forma a que o número de desdentados venha a diminuir ao longo do tempo.

Abordar o idoso como um todo, dando mais importância à saúde oral, já que outras comorbilidades poderão ser prevenidas ou melhoradas se a capacidade mastigatória for reposta.

Desmistificar junto da população, dos cuidadores e dos próprios idosos que vale sempre a pena melhorar a qualidade de vida, não olhando à idade.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Prevenção
No Dia Mundial da Saúde Oral, em que se pretende sensibilizar a população para a relevância da saúde oral enquanto elemento...

“As escolas são locais privilegiados para a transmissão da informação e capacitação das crianças e jovens, sendo, por excelência, palcos indutores de comportamentos. Assim, as atividades de promoção da saúde, designadamente da saúde oral, e de prevenção da doença devem estar integradas nas atividades regulares das escolas, devendo os responsáveis educativos ser envolvidos em projetos e programas de saúde. (…) Tal deverá passar pela promoção, (re)implementação e/ou reforço da escovagem dentária em todas as escolas do país e pela execução do bochecho de flúor que os serviços de saúde fornecem gratuitamente”, lê-se na missiva enviada à Associação Nacional de Dirigentes Escolares e à Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, e que seguiu, também, para o Ministério da Educação. 

De acordo com o bastonário da OMD, Miguel Pavão, “além de pedagógico, a escovagem dos dentes nas escolas promove hábitos e rotinas de higiene oral e é fundamental na prevenção de doenças orais, não esquecendo que os mais novos são capazes de influenciar positivamente os padrões das próprias famílias, potenciando os ganhos desta medida que, a par das consultas de rotina, é dos comportamentos mais determinantes que se podem adotar em termos de prevenção. A importância da promoção da saúde oral nas escolas cedo foi reconhecida, ainda na década de 80, mas este é um trabalho que não cessa e é fundamental reforçar esta aposta”. Desta forma também se responde às necessidades identificadas pelos próprios jovens e que estão plasmadas na Agenda da Juventude para a Saúde 2030.

Dados do último Barómetro da Saúde Oral da OMD indicam que, relativamente aos hábitos de visita ao médico dentista, apenas 67,4% dos portugueses o fazem, pelo menos, uma vez por ano e que entre os menores de 6 anos 65,2% nunca visitaram o médico dentista, ao que se soma o facto de apenas 51,8% dos menores de idade utilizarem o cheque-dentista quando recorrem a uma consulta. As conclusões evidenciam, ainda, que menos de um terço dos portugueses tem a dentição completa, e revelam que diminuiu, pelo terceiro ano consecutivo, o hábito de escovar os dentes. Também a utilização de fio dentário e elixir, embora tenha aumentado, não atinge os níveis ideais.

O bastonário frisa que “há muito ainda a fazer no sentido de melhorar os índices de saúde oral dos portugueses. Sem saúde oral, não há saúde geral e só com o contributo de todos (Governo, organizações não-governamentais, ordens, associações, comunidades e indivíduos), poderemos alcançar bons resultados em saúde”.

Bons resultados em saúde dependem da aposta na prevenção, mas também de uma verdadeira política de cuidados de saúde oral no Serviço Nacional de Saúde (SNS), por forma a diminuir as barreiras no acesso. A OMD assiste, assim, com bons olhos ao retomar do diálogo no sentido de relançar o programa Saúde Oral Para Todos, com a criação de um grupo de trabalho que, até maio, apresentará uma proposta de estratégia para 2023-2025.

“A definição de uma estratégia que contemple a integração dos médicos dentistas no SNS, através da criação da prometida carreira, a reestruturação do cheque-dentista e o planeamento dos recursos humanos, equipamentos e materiais” são, para o bastonário, o ponto de partida para se “criarem as bases do acesso universal à medicina dentária”.  “Não é possível continuar sem agir, sobretudo quando estão disponíveis fundos estruturais que não podem ser desperdiçados. O Plano de Recuperação e Resiliência pode servir para reformar e reestruturar uma dimensão da saúde que não tem os alicerces ainda suficientemente sólidos e estabilizados.”

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as doenças orais estão entre as doenças não transmissíveis mais comuns em todo o Mundo, afetando cerca de 3,5 mil milhões de pessoas, e é urgente a aposta na prevenção.

Como forma de assinalar esta efeméride, a OMD está a promover a semana da saúde oral, durante a qual tem divulgado, nos seus meios de comunicação, mensagens da campanha lançada pela Federação Dentária Internacional, promovendo, desta forma, a literacia em saúde oral. O objetivo é alertar para a importância de manter a boca saudável em todas as fases da vida, sensibilizando, em simultâneo, para o impacto das doenças orais na saúde sistémica, na socialização, e no absentismo laboral e escolar.

Esta segunda-feira, Dia Mundial da Saúde Oral, a OMD organiza um evento comemorativo na Ilha do Faial, nos Açores, que se divide em três partes: visita a duas unidades de saúde; ação educativa na Escola Básica Integrada da Horta e reunião com médicos dentistas que exercem na Região Autónoma dos Açores. Esta ação tem como foco dois temas: o impacto dos estilos de vida saudável e da prática desportiva na saúde oral e a saúde oral no âmbito da saúde escolar.

Candidaturas até 20 de março
O Reconhecimento de estruturas anatómicas, a utilização de ecografi¬as e sondas, a Identi-ficação de patologia(s) através de...

Promovido pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e pela NOVA Medical School em Lisboa, a segunda edição do Curso de Formação de Ecografia Abdominal Clínica arrancará em maio, tendo como principal objetivo capacitar os atuais e futuros profissionais de saúde, bem como estudantes de medicina e de outros cursos no âmbito da área de imagiologia.

Como explica Luís Curvo Semedo, coordenador do projeto em Portugal, “a ecografia é geralmente a primeira técnica de imagem usada no diagnóstico. É uma técnica de imagem que apresenta múltiplas vantagens como o facto de ser portátil, os resultados são obtidos em tempo real, é uma técnica não invasiva, de baixo custo, sendo um importante auxílio ao diagnóstico em situações de urgência. A Organização Mundial de Saúde, reconhecendo as vantagens e importância desta técnica recomenda a criação de cursos específicos em ecografia, destinados a todos os médicos, incluindo não radiologistas”.

Na Faculdade de Coimbra da Universidade de Coimbra os módulos online serão ministrados de 3 a 31 de maio, com sessões práticas de 1 a 5 de junho. A NOVA Medical School inicia o programa de formação online a 29 de maio e termina a 23 junho, com sessões práticas a realizarem-se de 26 a 28 de junho. As aulas práticas, organizadas em grupos distribuídos por 2 sessões de 5 horas cada, incluem demonstrações de ecografia abdominal, através de ferramenta robótica de tele-ecografia, exercícios práticos de recolha de imagem ecográfica com sonda e ecógrafo. “Esta edição apresenta ainda as mais modernas tecnologias para realização de Ecografia Abdominal, como seja sistemas robotizados que permitem realizar exames à distância, permitindo aos profissionais de saúde prestar assistência em áreas remotas de difícil acesso”, acrescenta.

Certificada pela Universidade de Coimbra, a segunda edição do Curso de Formação de Ecografia Abdominal Clínica tem a duração total de 40 horas (1,5 ECTS), divididas em 30 horas de módulos online e 10 horas de sessões práticas presenciais, ministradas por docentes especialistas da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e da NOVA Medical School.

Promovido no âmbito do projeto TRAINR4U - Training Robot for Ultrassound, um projeto financiado pelo EIT Health e liderado pelo Instituto Pedro Nunes (IPN) e conta com a coordenação de Luís Curvo Semedo, docente da FMUC, líder da equipa académica deste projeto que inclui um consórcio do qual fazem parte o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (PT), NOVA Medical School (PT), Parc Sanitari Sant Joan de Déu (ES), Karolinska Institute (SE), Trinity College Dublin (IE), Sorbonne Université (FR), Academisch Ziekenhuis Groningen (NL), Tecnalia Research & Innovation (ES), Assistance Publique Hôpitaux de Paris (FR) e Sensing Future Technologies.

Entenda a relação
A restrição aguda e/ou crónica do sono é altamente prevalente na sociedade moderna, tendo-se tornado

O sono considera-se insuficiente quando não é capaz de suportar um nível de alerta adequado nem um bom desempenho. A sua restrição tem sido associada a doenças neurodegenerativas demenciais, com efeitos quantificados na função neurocognitiva, mas também a outras comorbilidades e efeitos fisiopatológicos, para além dorisco aumentado de acidentes e de erros no trabalho.

É por isso importante fazer uma pesquisa direcionada aos sintomas relacionados com esta condição e que incluem: fadiga crónica, sonolência diurna, instabilidade do humor, irritabilidade, dificuldades cognitivas, diminuição da libido, entre outras. É ainda fundamental investigar distúrbios do sono como a apneia obstrutiva ou central, a insónia crónica, a síndrome das pernas inquietas e ponderar algumas condições que podem contribuir para a má qualidade do sono. Incluem-se as doenças neurológicas (considera-se hoje a qualidade do sono um potencial biomarcador para doenças neurodegenerativas demenciais, pelo que é importante estar sensibilizado para este facto), entre várias outras doenças médicas como a depressão ou alguma medicação com efeitos secundários na arquitetura do sono.

De realçar que, com o envelhecimento, há uma perda natural de neurónios no núcleo supraquiasmático, com redução da produção da melatonina, por vezes de forma mais significativa se na presença de patologia ocular, contribuindo para a dessincronização do ritmo circadiano no idoso, acontecendo muitas vezes um avanço na fase do sono. Sendo um processo normal do envelhecimento, as consequências negativas para a saúde são importantes e potenciam o processo de envelhecimento, devendo este distúrbio de fase do sono ser abordado, desacelerando assim o processo neurodegenerativo.

Em relação ao impacto no envelhecimento precoce, que se relaciona com a inflamação persistente, verificada pela elevação de marcadores pró-inflamatórios como a proteína C reativa, a restrição do sono é reconhecidamente um fator de risco para perfis cardiometabólicos adversos, como aliás foi verificado em estudos prospetivos de grande amostra dimensional como a do biobanco do Reino Unido.

Para além de promover um estado inflamatório, a privação crónica de sono também se associa a imunossupressão, obesidade e síndrome metabólico, contribuindo para a senescência celular.

A restrição do sono tem também um efeito disruptivo no maior órgão do corpo humano: a pele.

A pele, como a maioria dos outros sistemas, tem um ritmo circadiano associado à ritmicidade endógena. Uma série de genes circadianos CLOCK (Circadian Locomotor Output Cycles Kaput), BMAL1 (Braib and Muscle Arntlike 1), PER (Perio) and CRY (Cryptochrome) influenciam diretamente a proliferação celular, a sua renovação e o envelhecimento. Essa renovação celular cutânea ocorre sobretudo durante a noite, quando também há maior secreção de melatonina, adenosina, cortisol e hormona de crescimento e que vão influenciar as propriedades anti-inflamatórias e regenerativas da pele. 

Quando esse ritmo não é respeitado, a aparência facial é afetada, favorecendo edema palpebral, olheira, olho vermelho, palidez cutânea e o aparecimento de rugas, para além de comprometer a recuperação da barreira cutânea após agressão externa.

A auto-percepção de atratividade também fica afetada, com repercussão até a nível social e relacional.

O sono é essencial para a saúde física e mental e regula praticamente todos os sistemas do nosso organismo. A sua perturbação pode acontecer em qualquer idade e, apesar do grande impacto que acarreta na qualidade de vida, muitas vezes não é valorizada pela pessoa que sofre dessa perturbação. 

Cabe-nos, por isso, estar alerta aos sinais e promover uma boa qualidade do sono, prevenindo dessa forma a imunosenescência acelerada e o envelhecimento precoce.

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“Um antibiótico nunca vem só”.
Durante a toma de antibióticos a diarreia é uma complicação frequente, que pode surgir até 2 meses após o término do tratamento...

Os antibióticos são aliados de peso no combate aos microrganismos responsáveis pelas infeções bacterianas. Contudo, este tratamento pode alterar o equilíbrio da microbiota intestinal e provocar efeitos indesejados, uma vez que tem funções muito importantes no organismo, tais como: ajudar na digestão dos alimentos; favorecer a absorção de minerais, como o magnésio, cálcio e ferro; auxiliar no bom funcionamento do aparelho digestivo e no sistema imunitário.

“Devido ao avançar da ciência sabemos atualmente que a microbiota pode ter um grande impacto quer na saúde, quer na doença. Uma vez que, os antibióticos são um dos fatores que desequilibram a microbiota, mas que facilmente podemos contornar, através da toma concomitante de um probiótico” explica Filipa Horta.

A diarreia é a consequência mais visível a curto prazo, sendo que 1 em cada 3 doentes sofre de diarreia e em cada 3 têm um desequilíbrio na microbiota intestinal, com consequências a longo prazo, como o Síndrome do Intestino Irritável, a obesidade, entre outras.

“Os profissionais das farmácias, através de um aconselhamento personalizado, vão ajudar os seus utentes a prevenir e tratar a diarreia associada à toma de antibióticos. Estamos cientes que muitos deles não reconhecem a diarreia como um dos principais efeitos decorrentes da toma de antibióticos, até porque esta situação nem sempre ocorre em simultâneo com o tratamento”, explica a Ana Sofia Ramos, farmacêutica e responsável pela implementação deste projeto nas Farmácias Holon.

Os efeitos secundários da toma de antibióticos vão para além do perigo da diarreia, uma vez que também podem promover o abandono da terapêutica por parte dos doentes, aumentando assim o risco de proliferação de estirpes resistentes aos antibióticos.

“A diarreia e a candidíase são os sinais mais visíveis e reconhecidos, mas há muitas consequências a longo prazo para as quais também temos o dever de alertar e prevenir. Cientes da crescente evidência científica quanto ao papel da microbiota em numerosas doenças, o papel dos profissionais de farmácia é fundamental para sensibilizar os utentes para estas questões”, conclui Filipa Horta.

Esta é uma iniciativa que tem por objetivo promover a intervenção dos farmacêuticos junto dos utentes com indicação para a toma de antibióticos e que visa a ativação do aconselhamento diferenciado na prevenção dos eventos gastrointestinais associados à antibioterapia, através de probióticos.

A Campanha “Um antibiótico nunca vem só” está a ser promovida pelas Farmácias Holon em parceria com a Biocodex.

Recomendações na diarreia aguda (medidas não farmacológicas):

  • Promover hábitos de higiene – lavar as mãos antes das refeições, antes de preparar alimentos e depois de usar a casa de banho
  • Recomendação de dieta – refeições pequenas e frequentes, ricas em micronutrientes e energia, pobres em fibras vegetal e gordura
  • Ingestão de água – muito importante para prevenir situações de desidratação
Opinião
Existem muitos mitos relacionados com o sono e alguns deles relacionados com a necessidade de dormir

De facto, um dos fatores que mais influencia as fases do sono e o nosso ritmo circadiano (o nosso relógio interno) é a idade.

No recém-nascido, quando o ritmo circadiano começa a adaptar-se à luz (um dos principais sincronizadores no processo de sono-vigília), a criança dorme ao longo do dia e da noite, com uma duração esperada de 14 a 17 horas e por períodos curtos de sono. A partir dos 2 a 4 meses, começa a existir diferenciação da estrutura e funções cerebrais. Depois dos 4 meses, existe tendência a concentrar o sono no período noturno, à medida que a duração de sono esperada passa a ser de 12 a 15 horas.

A partir do 1º ano de vida, a duração de sono continua a reduzir (para 11-14 horas) e a partir dos 3 anos as sestas deixam de ser necessárias e o sono concentra-se definitivamente no período noturno. Nesta fase existem algumas regras e rotinas que devem ser implementadas para melhorar a qualidade de sono da criança e da família, que designamos por medidas de higiene do sono. É essencial a regularidade dos horários de sono, bem como dos horários das refeições e das sestas. A rotina na hora de deitar deve ser assegurada e a autonomia da criança na hora de adormecer deve ser estimulada.

O sono dos adultos começa a esboçar-se a partir dos 6 anos de idade e a partir desta idade até aos 18 anos a duração esperada começa a aproximar-se das necessidades das 9-11 horas e depois para 8-10 horas.

No início da puberdade, ocorre uma alteração fisiológica no horário de adormecer, que consiste num atraso da hora, razão pela qual surge a vontade de deitar mais tarde e em que a família deve estar alerta para hábitos de sono que podem ser prejudiciais.

A tendência para dormir mais tarde numa sociedade em que as aulas têm início muito cedo de manhã, a utilização de dispositivos eletrónicos até muito tarde e o início frequente do consumo de tabaco e álcool podem levar a hábitos irregulares de sono e a sono insuficiente. Sabemos que, entre as inúmeras funções do sono, estão a aprendizagem e memória, e por isso é fácil de antecipar o impacto no rendimento escolar e académico que a privação do sono ou o sono irregular podem ter.

A partir da idade adulta a duração esperada de sono é de 7 a 9 horas (habitualmente 7 a 8 a partir dos 60 anos), no entanto, este número de horas é meramente indicativo. Cada pessoa tem o seu número «mágico», aquele que permite repousar e acordar com sensação de sono reparador e sem sonolência durante o dia e esse número pode ser diferente de pessoa para pessoa.

Com o envelhecimento surgem alterações do estilo de vida: da reforma ao isolamento, da alteração de rotinas à diminuição da atividade física e social que podem ter impacto no sono e aumenta a probabilidade de desenvolvimento de doenças do sono.

Para evitar o aparecimento dessas doenças é necessário compreender que um bom sono começa numa vida saudável: o exercício regular e alimentação equilibrada são essenciais.

A preparação de uma boa noite de sono tem início durante o dia. Depois devem ser criadas condições para um bom sono: uma atividade relaxante à noite, evitar consumo de bebidas alcoólicas à noite, não fumar, evitar bebidas com cafeína após o almoço. É fundamental criar condições para uma boa noite de sono: quarto com temperatura 17-19 graus, sem luminosidade ou ruído e sem dispositivos eletrónicos.

O mais importante é reconhecer que o sono é essencial à vida e que é necessário que seja regular (horários de adormecer e acordar semelhantes dia após dia), contínuo (sem despertares durante a noite), na quantidade adequada e reparador.

Da infância à idade adulta, o sono é essencial à vida.

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Revisão atualizada e baseada na melhor evidência científica na área
No Dia Mundial do Sono, a editora LIDEL apresenta uma obra dirigida a médicos de Medicina Geral e Familiar, internos de várias...

A editora LIDEL apresenta o livro “Sono para Medicina Geral e Familiar”, coordenado por Susana Sousa, Pneumologista, Ana Rita Peralta, Neurologista e Assistente da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Ana Santa Clara, Psiquiatra e parte integrante do Centro de Electroencefalografia e Neurofisiologia Clínica e António Bugalho, Pneumologista e integrante do Serviço de Pneumologia do Hospital CUF Descobertas e do Hospital CUF Tejo. O livro conta ainda com a participação de 26 especialistas de diversas especialidades médicas. 

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, 52% dos portugueses sente que raramente ou apenas às vezes dorme bem, 75% dorme menos de 7 horas e 19% dorme menos de 6 horas por dias. Estes são números que demonstram a prevalência de distúrbios e patologias do sono na sociedade portuguesa, e a necessidade dos médicos de medicina geral e familiar, que são quem normalmente faz o primeiro contacto com o doente sobre estes problemas, terem a melhor e mais atualizada informação sobre este tema. 

Durante a obra os autores dedicam-se à compreensão do sono normal, à sua evolução ao longo da vida e à fisiologia básica. Ao longo dos capítulos são retratados temas relativos à avaliação clínica, que englobam a estruturação da anamnese e exame objetivo, bem como a solicitação dos principais exames complementares nesta área. O livro termina com 23 subcapítulos, onde os autores descrevem as doenças do sono mais frequentes, organizadas de modo a poder transformar este manual numa ferramenta útil na prática clínica. 

A obra, que chega durante a próxima semana às bancas, destina-se a médicos e internos de várias especialidades, entre as quais Medicina Geral e Familiar, estudantes de Medicina, e a outros profissionais da área de saúde. 

“O objetivo do presente livro é facultar aos clínicos uma revisão atualizada e baseada na melhor evidência científica nesta área específica, promovendo e melhorando os cuidados de quem necessita de ajuda e assistência. (…) Para que o sono passe a ser avaliado como um sinal vital, é necessário conhe­cer a sua fisiologia, evolução ao longo da vida e a forma de abordar, diagnosticar, orientar ou tratar os principais distúrbios do sono.”, revelam os coordenadores.

Novos dados do inquérito da APU e da APDPróstata
58% dos doentes com cancro da próstata sentem que lhes falta informação geral sobre a doença e cerca de 45% afirmam que lhes...

Na semana em que se assinala o Dia do Pai, importa relembrar uma vez mais a importância de os homens estarem atentos à sua saúde, para que os pais possam passar mais tempo junto dos seus filhos e os filhos passem mais tempo junto dos seus pais. Assim, no âmbito da campanha de sensibilização #VamosTocarNesteAssunto, a APU e a APDPróstata reforçam o papel das famílias no apoio aos seus entes queridos (pai, tio, irmão ou avô) que vivam com cancro da próstata.

“O questionário demonstrou que cerca de 50% dos doentes passam meses sem falar ou nunca falam sobre a doença com os seus familiares. É fundamental que a família incentive o diálogo em todas as fases da jornada de luta contra a doença e esteja ao lado do doente ao longo do processo”, reforça Joaquim Domingos, presidente da Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDP) e sobrevivente de cancro da próstata.

Para apoiar os doentes com cancro da próstata é essencial que também os seus familiares estejam devidamente informados sobre a doença e tudo o que esta envolve. Contudo, apesar de o cancro da próstata ser a doença oncológica mais frequente no homem e, em Portugal, afetar cerca de 6 mil homens por ano, os dados do questionário mostraram que ainda existe uma grande falta de conhecimento e de literacia sobre a doença.

Miguel Silva Ramos, presidente da Associação Portuguesa de Urologia (APU), sublinha: “46% dos inquiridos sabiam pouco sobre a doença no momento do diagnóstico e 26% afirmam mesmo que não sabiam nada. É necessário colmatar esta lacuna urgentemente. Temos de promover cada vez mais a partilha de informação credível sobre a doença e alertar para a importância de realizar exames periódicos, que permitam um diagnóstico e tratamento atempados.”

O cancro da próstata é a quarta principal causa de morte mundial por cancro, o que representa mais de 10% das mortes por doença oncológica a nível global.

Sintoma de Distúrbio respiratório do sono
A roncopatia é muito frequente na população geral, estimando-se que afete cerca de 40% dos homens e

“A roncopatia ou ressonar é o ruído emitido durante o sono resultante da vibração de estruturas da via aérea superior, como as paredes da faringe e o palato”, explica a especialista em Pneumologia adiantando que entre os fatores de risco “estão a anatomia obstrutiva da via aérea (por exemplo, a hipertrofia das amígdalas) e a obstrução nasal (por desvio do septo ou rinite), o excesso de peso e a obesidade, o consumo de álcool, tabaco, relaxantes musculares ou medicação para a dor, como os opióides”.  

Quando ressonar é um ato isolado, é frequente que quem ressona procure ajuda em consulta pelo impacto que o problema tem na sua vida familiar e social, nomeadamente, por perturbar ou interromper o sono do casal.

Não obstante, Vânia Caldeira revela que “que a roncopatia é o início de um espectro que pode terminar na Apneia do Sono”.

“O doente começa por apenas ressonar. Com a manutenção do problema podem começar a surgir microdespertares do sono associados ao esforço respiratório e depois fenómenos de obstrução parcial ou total da via aérea com dessaturação de oxigénio associada”, explica sublinhando que “ressonar não é normal” e é uma condição que deve ser investigada.

“Os doentes com apneia do sono podem ter também outros sintomas durante a noite como a dificuldade em manter o sono com muitos despertares, a necessidade frequente de urinar durante a noite e as paragens respiratórias testemunhadas por outros”, enumera acrescentando que as consequências se fazem sentir também durante o dia. “No dia seguinte pode haver a sensação de sono não reparador e o doente acordar cansado, com sonolência nas atividades mais monótonas (por vezes mesmo a conduzir), dores de cabeça, dificuldades de concentração, atenção ou irritabilidade”, revela. Motivos mais que suficientes para que o doente seja avaliado e realize um estudo do sono para que confirme o diagnóstico.

“O tratamento da roncopatia isolada depende das causas associadas. As medidas de boa higiene do sono, com adequado tempo e regularidade do mesmo, evicção de tabaco, álcool e medicação de risco, tal como refeições mais ligeiras ao deitar e perda de peso podem ajudar neste problema”, adianta quando às medidas terapêuticas disponíveis.

“O dispositivo de avanço mandibular é um dispositivo intraoral feito por médicos dentistas e que causa um avanço da mandíbula (“puxando-a para a frente”), prevenindo o colapso da via aérea e tratando a roncopatia. Também o tratamento de condições associadas como a rinite, com medicação adequada, ajuda a uma melhor respiração nasal”, acrescenta ainda, revelando que a cirurgia pode ser uma opção nos casos em que a roncopatia esteja associada ao desvio do septo nasal ou hipertrofia das amígdalas.

“Nos casos de Apneia do Sono Grave ou com sonolência diurna excessiva associada pode mesmo ser necessário fazer o CPAP, em que o doente coloca uma máscara de noite que fornece uma pressão na via aérea capaz de corrigir as apneias e diminuir o risco cardiovascular e metabólico associado”, alerta.

Quando atinge crianças, a roncopatia está associada sobretudo ao tamanho das amígdalas, excesso de peso e obesidade. “A incidência de roncopatia nas crianças é de cerca de 10 a 12%. Os estudos referem que a prevalência de Apneia do Sono moderada a grave nas crianças em idade escolar é de cerca de 1%”, refere.

“A principal particularidade dos distúrbios respiratórios do sono nas crianças é que além do ressonar, predominam sobretudo sintomas atípicos – respiração essencialmente pela boca, despertares frequentes durante a noite e enurese (incontinência urinária no sono), dificuldades de concentração e atenção, com alterações do comportamento, hiperatividade e impacto no rendimento escolar”, sublinha Vânia Caldeira.

Deste modo, a especialista aconselha a que não desvalorize o ressonar. “Ressonar não é normal e tem tratamento. Por outro lado, pode ser o primeiro sinal de um distúrbio mais grave – como a Apneia do Sono – com riscos para a saúde. Estes doentes têm maior risco de hipertensão arterial ou diabetes mellitus não controlada, de enfarte do miocárdio ou acidente vascular cerebral e de doenças como a ansiedade e a depressão”, reforça.

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Dia 20 de março na sede da APDP
A Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD), em parceria com a Associação Protectora dos Diabéticos de...

Os rastreios vão ser realizados por dois médicos aos utentes do dia (crianças e adultos) e caso haja necessidade de referenciação, a mesma será feita para o médico dentista assistente de cada utente ou para a Faculdade de Medicina Dentária.

As pessoas com diabetes têm uma maior tendência para desenvolver complicações orais, principalmente se os níveis de glicémia não estiverem controlados. Esta tendência é derivada dos malefícios do açúcar em excesso no sangue, que promovem a inflamação e a infeção oral. As complicações orais mais frequentes incluem problemas como cárie dentária e doenças periodontais.

“Já é do conhecimento geral que as pessoas com diabetes têm o sistema imunitário mais fragilizado, nesse sentido é muito importante controlar os níveis de glicose no sangue aliado a uma boa higiene oral. É neste contexto que a APDP e a SPEMD se juntaram nas celebrações do Dia Mundial da Saúde Oral para avaliar a saúde dentária das pessoas com diabetes”, alerta José Manuel Boavida, presidente da APDP.

João Silveira, Vice-Presidente da SPEMD, explica que “nas pessoas com diabetes os cuidados de higiene oral e o acompanhamento regular são fundamentais para a prevenção de eventuais complicações. Caso seja necessário tratamento, nomeadamente cirúrgico, o controlo da diabetes é muito importante para a prevenção de complicações pós-operatórias.”

A diabetes implica um cuidado acrescido na saúde oral, por isso é essencial manter hábitos regulares de boa higiene oral, com escovagem dos dentes, língua, uso de fio dentário e não fumar. Uma vez que nem sempre existe dor associada, quando existem problemas de saúde oral, alguns dos sinais a que os utentes devem estar atentos são: sangrar facilmente das gengivas; gengivas sensíveis, inchadas ou muito vermelhas; dentes soltos; mau hálito; entre outros. Qualquer uma destas alterações deve ser avaliada por um médico dentista.

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