Estudo
Novas evidências mostram que a administração intravenosa de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical leva...

Os resultados são de um estudo, recentemente publicado, que teve como objetivo investigar o efeito destas células em pulmões asmáticos, recorrendo a um modelo animal. Este trabalho demostrou que o tratamento com células mesenquimais do tecido do cordão umbilical permitiu reduzir os níveis de células do sistema imunitário que se encontram aumentados em pessoas com asma.

Esta doença crónica inflamatória das vias aéreas afeta cerca de 10% dos cidadãos residentes em Portugal e caracteriza-se pelo estreitamento dos brônquios, do qual resulta a sensação de dificuldade respiratória e pieira. A asma interfere com a qualidade de vida, pode levar a internamentos e até colocar a vida em risco.

Embora existam diversos tratamentos para esta doença, alguns doentes não respondem aos tratamentos convencionais, sendo necessário desenvolver abordagens diferentes para reduzir a inflamação e melhorar a sua qualidade de vida.

“As células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, que podem ser colhidas de forma não invasiva e em grandes quantidades, apresentam potencial para o tratamento de doenças inflamatórias e exercem efeitos imunomoduladores, atuando diretamente sobre células do sistema imunitário, tendo, por isso, sido testadas neste modelo animal (de asma) no sentido de se investigar o seu potencial para o tratamento de doentes com asma”, sublinha Carla Cardoso, diretora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

Durante o estudo, foram comparados dois grupos de animais com asma, um dos quais recebeu uma infusão intravenosa de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical.

No grupo que recebeu a infusão, observou-se uma redução significativa da hiperreatividade brônquica característica da asma e de populações de células inflamatórias no fluido resultante da lavagem broncoalveolar. Além disso, os níveis de citocinas no lavado broncoalveolar, que desempenham um papel importante na fisiopatologia da asma, foram atenuados.

No tecido pulmonar, a proporção de eosinófilos (células do sistema imunitário) foi menor no modelo animal tratado com células estaminais do que no grupo não tratado e a infiltração de células do sistema imunitário nos brônquios e vasos sanguíneos melhoraram no grupo tratado com células mesenquimais.

Também os níveis de infiltração de células inflamatórias e o grau de inflamação nos tecidos analisados foram significativamente reduzidos após a injeção de células mesenquimais, tendo ainda sido atenuada a produção de muco.

Verificou-se ainda que a expressão de uma glicoproteína que se encontra aumentada nos pulmões de doentes com asma foi reduzida no modelo animal após a administração de células estaminais do tecido do cordão umbilical.

Em conjunto, os resultados do estudo mostram que as células mesenquimais do tecido do cordão umbilical podem alterar favoravelmente o estado da inflamação asmática, através da sua ação sobre as células do sistema imunitário, podendo vir a ser usadas no tratamento de doentes com asma grave refratária à terapia convencional.

Para os autores, o potencial terapêutico das células mesenquimais do tecido do cordão umbilical pode ser atribuído à regulação de células do sistema imunitário, mas também à cascata de interações desencadeadas por moléculas libertadas pelas células. Defendem, no entanto, que são necessários mais estudos para que as células mesenquimais do tecido do cordão umbilical possam ser aplicadas em doentes com asma.

Referências:

- Mo Y. et al., Intravenous Mesenchymal Stem Cell Administration Modulates Monocytes/Macrophages and Ameliorates Asthmatic Airway Inflammation in a Murine Asthma Model. Mol Cells. 2022 Nov 30;45(11):833-845. doi: 10.14348/molcells.2022.0038. Epub 2022 Nov 11.

https://www.fundacaoportuguesadopulmao.org/apoio-ao-doente/asma#137, consultado a 20 de janeiro de 2023

Diminui em 35% a incidência de eventos cardiovasculares
A hemodiálise (HD) é um tratamento utilizado para remover os resíduos e excesso de água do organismo dos doentes com...

O tratamento HDx combina o transporte difusivo e convectivo num dialisador médio cut-off que, ao eliminar as grandes médias moléculas resulta um perfil de filtração similar ao do rim natural. Até agora, a capacidade dos tratamentos de diálise para remover as toxinas urémicas de tamanho médio grande tem sido limitada pelo que a hemodiálise expandida desempenha um papel fundamental na remoção eficaz destas moléculas. 

O tratamento HDx responde às necessidades críticas dos doentes

Segundo dados da Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN), existem mais 20 mil doentes sob tratamento substitutivo da função renal em Portugal. Atualmente, os doentes com insuficiência renal crónica podem optar por receber tratamento através de hemodiálise expandida, dado os importantes benefícios demonstrados que respondem às suas necessidades críticas. 

O tratamento HDx pode melhorar a qualidade do sono ao reduzir consideravelmente o prurido urémico uma sensação de prurido diário que tende a piorar no período noturno, e é sentida, de forma moderada a grave, por mais de 42% dos doentes. Além disso, este tratamento pode reduzir a incidência da síndrome das pernas inquietas um transtorno neurológico que afeta 20% dos doentes com doença renal crónica em fase avançada caracterizada pelo impulso incontrolável de mexer os membros inferiores, acompanhada por uma sensação de incómodo. 

Por outro lado, este tratamento pode reduzir consideravelmente o tempo de recuperação do doente depois da sessão de hemodiálise e melhorar a sensação de fadiga. Em 68% dos casos, este tempo de recuperação excede as duas horas6, afetando a qualidade vida do doente, o desempenho das suas atividades quotidianas, gera stress relacionado com a diálise e está associado à hospitalização e ao aumento do risco de mortalidade. 

Benefícios para o sistema de saúde 

O tratamento HDx tem demonstrado benefícios para o sistema de saúde. A redução até 45% das taxas de hospitalização permitem ao doente passar menos tempo no hospital. Os doentes submetidos ao tratamento HDx necessitam de menos medicação suplementar como ferro, insulina e medicamentos anti-hipertensivos, em comparação com os doentes tratados com hemodiálise convencional de alto fluxo, já que este tratamento pode a diminuir a necessidade de medicação para tratar infeções relacionadas com as toxinas urémicas, como a anemia e inflamação. 

 Estudos recentemente publicados têm demonstrado indícios promissores de que o tratamento HDx pode ter efeitos positivos sobre a pressão nos sistemas de saúde e concluindo que pode reduzir em 35% os acidentes cardiovasculares não fatais, as infeções, a hospitalização por qualquer causa e a duração do tempo de internamento. 

O valor acrescentado adicional deste tratamento reside na possibilidade de reduzir custos e libertar recursos do Sistema de Saúde, ao evitar a necessidade de ter um monitor específico, de preparar soluções de substituição ou exigir conhecimentos técnicos específicos para a sua utilização quando comparado com a hemodiálise convencional. 

 

Opinião
No dia 10 de março assinalamos o Dia Mundial do Rim para sensibilizar toda a população para a doença

A maioria de nós nasce com dois rins localizados na parte de trás e lateral do abdómen que, na idade adulta, têm cerca de 12cm, forma de feijão e pesam cerca de 150g cada.

A principal causa de doença renal crónica (DRC) são as lesões dos vasos dos rins que, como nos outros órgãos, estão sobretudo associadas aos fatores de risco, especialmente a hipertensão arterial e a diabetes mellitus. Apesar do melhor controle dessas doenças, a International Society of Nephrology estima que, em 2040, a DRC seja a quinta principal causa de anos de vida perdidos em todo o mundo. O peso desta doença, para o doente e para o sistema de saúde, é elevado mas pode ser minimizado com uma melhor gestão na avaliação global dos doentes e com implementação de estratégias de deteção precoce.

Assim, para além do bom controle da hipertensão e diabetes, relembre-se das outras causas de doença renal como o abuso e toxicidade dos medicamentos anti-inflamatórios, das infeções renais recorrentes, da doença hereditária renal poliquística e, no caso dos homens, da obstrução provocada pelas doenças prostáticas.

Oiça o coração, pense no seu cérebro, mas não se esqueça dos seus rins!

 

 

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Diagnóstico precoce é fundamental para limitar o seu impacto a todos os níveis
No âmbito do Dia Mundial do Rim, que este ano se assinala a 9 de março, a Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN) deixa o...

De acordo com Ana Farinha, da direção da SPN, “estima-se que, no mundo, uma em cada 10 pessoas sofra de doença renal crónica (DRC) em qualquer das suas cinco fases, mas, em Portugal, o último estudo feito e publicado em 2020 refere valores de prevalência de 20%, ou seja, o dobro no nosso país do que no mundo”.

Estes valores são justificados pelo facto de, em Portugal, “o rastreio da doença renal crónica não ser uma prioridade das autoridades de saúde e, por isso, os doentes surgem em fases muito avançadas da doença, em situações irreversíveis. Há um grande desconhecimento do impacto da DRC a nível individual e a nível socioeconómico, tanto na comunidade de profissionais de saúde como na população, o que também conduz à não procura de cuidados médicos. Depois a DRC é assintomática o que também não concorre para uma deteção precoce da doença e, subsequentemente, para o seu acompanhamento em fases mais precoces”, explica a nefrologista.

Prevendo-se que, em 2040, a doença renal crónica seja, a nível mundial, a quinta principal causa de mortalidade e de perda de qualidade de vida, é fundamental reforçar o rastreio desta doença. Para Ana Farinha, “o rastreio da DRC nos grupos de risco deveria fazer parte das metas dos cuidados de saúde primários de forma a poder intervir-se em tempo. Trabalhar na literacia em saúde, como é apanágio do Dia Mundial do Rim e de outras iniciativas da SPN, também podem concorrer para a deteção precoce da doença”. “Felizmente,  temos hoje várias armas terapêuticas com potencial para alterar definitivamente este cenário, mas só a deteção precoce da doença e a intervenção atempada poderá mudar estes números sombrios”, conclui.

A principal causa da DRC é a diabetes, no entanto, existem outras patologias com algum peso no desenvolvimento desta doença, como a hipertensão arterial. “Um estilo de vida saudável é uma fórmula que funciona na prevenção da maior parte das doenças, incluindo da DRC, a dieta mediterrânica, o exercício físico, não fumar, beber água regularmente (1L água/dia) são tudo medidas salutares. Depois nas populações de risco, manter o acompanhamento das doenças concomitantes”, refere Ana Farinha.

No âmbito desta efeméride, e consciente da importância de alertar para o diagnóstico precoce desta doença, a SPN vai promover cursos de formação - tanto na fase precoce da DRC para os médicos que devem acompanhar estes doentes em fases mais precoces, como para as fases mais avançadas da doença com formação dirigida a nefrologistas – e continuar a sua aposta no desenvolvimento de campanhas de informação à população para melhorar o conhecimento desta doença.

Estudo pioneiro evidencia elevado impacto emocional e socioeconómico
Em Portugal, mais de metade (52,7%) dos doentes com Mieloma Múltiplo (MM) abandonou a sua atividade profissional devido ao seu...

Este é um estudo pioneiro, de âmbito nacional, cujo objetivo foi o de explorar o impacto do MM na vida dos doentes, com foco na carga emocional e social e nas necessidades ainda não abrangidas. Foi promovido pela Takeda Portugal, em colaboração com a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), a Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma (ADL) e a Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL).

O estudo também revela que 36,6% dos doentes afirmam que necessitam de apoio psicológico para ajudar na gestão da sua doença, com 25,8% a referirem que as visitas hospitalares por motivo de tratamento e/ou consultas médicas têm um forte impacto na gestão do seu dia-a-dia.

A maioria dos doentes (87,1%) nunca tinha ouvido falar de MM até ao momento do diagnóstico, apresentando preocupação e tristeza aquando do diagnóstico, evidenciando a necessidade de uma maior consciencialização sobre a doença, que garanta uma melhor gestão da mesma. 62,4% dos doentes inquiridos referem que sentiram necessidade de procurar informação junto do seu hematologista, do médico assistente e na Internet. Um maior esclarecimento sobre os seus direitos, partilha de experiências e apoio financeiro foram identificadas como necessidades-chave não atendidas.

“O Mieloma Múltiplo é o terceiro cancro hematológico mais comum em todo o mundo. Embora considerado incurável, pode ser controlado. Investir em literacia e em campanhas que permitam gerar maior conhecimento acerca desta patologia é fundamental para ajudar os doentes e os seu cuidadores a gerir a sua doença”, refere Cristina João.

E acrescenta: “Da mesma forma, compreender o impacto do Mieloma Múltiplo na vida dos doentes e as necessidades que persistem, representa um contributo crucial para a investigação médica e social e poderá mesmo contribuir para o desenvolvimento de tratamentos mais inovadores, para além de ajudar a melhorar a adaptação psicossocial às exigências desta doença”.

O estudo envolveu 84 doentes portugueses e nove prestadores de cuidados informais. Foi realizado através de um inquérito validado pelos autores e transmitido através de uma plataforma online, sendo as respostas fornecidas no mesmo sistema, de forma anónima.

O Mieloma Múltiplo é uma doença rara e representa, aproximadamente, 1% de todos os cancros diagnosticados em todo o mundo2. Em Portugal, são diagnosticados cerca de 800 novos casos por ano3. A maioria das pessoas diagnosticadas com MM tem mais de 65 anos, podendo surgir em doentes mais jovens, e a incidência é ligeiramente maior nos homens. Os principais sintomas passam por dores nos ossos, anemia, insuficiência renal, fadiga e fraturas. O MM não tem cura, mas com a terapêutica adequada é possível controlar a doença. A taxa de sobrevivência aos cinco anos para doentes com mieloma múltiplo é de aproximadamente 55%.

 

Periodicidade quinzenal
A Organon assinala o Dia Mundial da Mulher com o lançamento do podcast “ Power Talks”, que exprime o seu compromisso como...

Com periodicidade quinzenal, o “Power Talks” tem como primeira convidada a Dra. Fátima Breia, Presidente da Associação para o Planeamento da Família, e como tema principal os desafios da vida sexual e reprodutiva da mulher. A pressão da maternidade, as expectativas familiares e sociais, o equilíbrio entre a vida familiar e o trabalho, e a opção da maternidade tardia foram alguns dos temas abordados de forma descomplicada, simples e que pretende, acima de tudo, empoderar as escolhas da mulher na área da saúde feminina.

“Power Talks” prometem conversas informais mas importantes com vários convidados ligados à saúde da mulher, visando promover a literacia em saúde, o acesso aos cuidados de saúde e discutir as respostas que o sistema tem para as satisfazer.

A ORGANON convida-o a acompanhar as “Power Talks” aqui.

 

Março | Mês Mundial de Consciencialização para a Endometriose
A endometriose é uma doença que afeta uma em cada 10 mulheres entre os 15 e os 49 anos e que pode ca

“A endometriose está muito subdiagnosticada. Em primeiro lugar, porque não estamos apenas a falar de dores menstruais intensas, mas também de dores fora deste período que podem ter localizações variáveis no corpo da mulher. Em segundo lugar, porque também há casos em que é assintomática. O tempo médio estimado para o diagnóstico pode ser bastante longo e varia entre quatro e 11 anos. Por isso, as mulheres que têm dor crónica não a devem normalizar. É importante procurar um médico para despistar esta ou outras doenças”, explica a especialista da Clínica IVI Lisboa.

De acordo com Tetyana Semenova, a endometriose consiste na presença do tecido endometrial fora da sua localização habitual: nos ovários, nas trompas de Falópio, nos ligamentos que sustentam o útero e no revestimento da cavidade pélvica ou abdominal. “É um tecido sensível às alterações hormonais ao longo do ciclo menstrual e daí os sintomas que produz, sendo os mais frequentes dor e infertilidade. Apesar disso, algumas mulheres podem ser assintomáticas”, acrescenta. Daí que, em alguns casos, o diagnóstico apenas surja quando procuram ajuda para conseguir engravidar. “Há uma estreita relação entre endometriose e infertilidade: cerca de 35% das mulheres com endometriose são inférteis”, afirma.

Dor menstrual (dismenorreia), dor na relação sexual (dispareunia), dor ao evacuar (disquezia) e dor ao urinar (disúria) são os principais sintomas, mas há outras dores associadas como a abdominal ou torácica e cada doente apresenta sintomas diferentes e níveis distintos de dor.

A médica sublinha que a dor pode estar relacionada ou não com a menstruação, mas também podem existir sintomas gastrointestinais ou urinários se os implantes de endometriose invadirem o intestino ou a bexiga. “Esta é, de facto, uma doença que diminui muito a qualidade de vida da mulher, a sua vida sexual e até a vida profissional porque pode ser incapacitante ao ponto de a mulher não conseguir trabalhar”, explica Tetyana Semenova.

A endometriose pode causar também obstrução das trompas ou formação de quistos ováricos que, em determinadas ocasiões, necessitam de cirurgia, com a consequente perda de tecido ovárico e diminuição da reserva ovárica.

Como diagnosticar?

O diagnóstico de suspeita pode ser estabelecido com base na clínica e visualização ecográfica ou na ressonância magnética de quistos e/ou nódulos de endometriose. A confirmação é feita através da visualização direta das lesões. Em determinadas ocasiões, têm um tamanho mínimo e apenas é possível identificá-las através de laparoscopia.

É possível engravidar?

A endometriose pode dificultar a gravidez, principalmente quando envolve as trompas e os ovários. Por isso algumas mulheres que sofrem de endometriose, precisam de realizar tratamentos de procriação medicamente assistida (PMA). É importante que as mulheres grávidas com endometriose sejam acompanhadas regulamente pelo médico-obstetra para prevenir complicações: aborto, gravidez ectópica, parto prematuro, pré-eclâmpsia, entre outras.

A endometriose tem cura?

Esta é uma doença crónica, sem cura. O objetivo do tratamento da endometriose (médico ou cirúrgico) é melhorar a qualidade de vida da mulher, prevenir a eventual progressão da doença, preservar a sua fertilidade e/ou ajudar na concretização do projeto reprodutivo. A fertilização in vitro é um tratamento apropriado para a infertilidade associada à endometriose quando outras técnicas mais básicas fracassam. A gestação em muitos casos proporciona a melhoria da clínica da endometriose, embora temporária.

Quando operar?

A cirurgia, por norma, está indicada para os casos de endometriose mais graves. Consiste na recessão das lesões endometriais nas suas diferentes localizações e restabelecimento da anatomia pélvica. Em muitos casos, é um procedimento complexo que exige uma equipa multidisciplinar (ginecologista, cirurgião geral, urologista), especializada em laparoscopia avançada.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
#EmbraceEquity
Neste Dia Internacional da Mulher, a Theramex reforça ainda mais o seu compromisso com a diversidade, a igualdade e a inclusão,...

Este dia serve para relembrar que a igualdade entre homens e mulheres ainda não é plena. Que a desigualdade salarial continua a existir. Que as mulheres continuam a ter uma menor representação em posições de liderança. Que há países em que as mulheres ainda não têm acesso à educação.  

Está na hora de ter uma posição ativa, de fazer a diferença, e de lutar por uma sociedade mais justa e igualitária.  

Consciente desta realidade, a Theramex, uma empresa farmacêutica especializada e dedicada exclusivamente a cuidar da saúde da mulher, em todas as suas fases da vida, juntou-se ao tema escolhido International Womens Day Association para celebrações deste ano - #EmbraceEquity (Abraçar a Igualdade). 

Com esta colaboração, a empresa pretende aumentar o seu envolvimento na defesa pela igualdade das mulheres, com o objetivo de aumentar a consciência para a discriminação e paridade de género. 

Importa lembrar que um dos principais valores defendidos pela Theramex é o de que as mulheres possam tomar decisões conscientes sobre como controlar os ciclos e estágios naturais das suas próprias vidas. Para isso, a empresa oferece educação e apoio em relação a contracetivos, fertilidade, menopausa e osteoporose. 

Seja para ter maior controlo sobre a sua menstruação, tomar a decisão de ter filhos ou passar por mudanças no seu corpo, a Theramex está aqui para ajudá-la a superar qualquer desafio. 

 

Dia Internacional da Mulher
Chegado à Terra, finalmente! Na meticulosa preparação da viagem incluíra o aprender de novos vocábu

Manteve-se atento às conversas informais como aos grandes discursos. Perscrutou os grupos em tertúlia, consultou diligentemente revistas e jornais, entabulou diálogos diversos, perseverou na sua procura, não se cansou de interrogar.

A formulação do conceito apareceu envolta em “certezas absolutas” e “universalidade”. No dizer dos seus interlocutores:

MULHER – pessoa dotada de liberdade, com direito a um nascimento e uma infância felizes, a uma habitação condigna, acesso à instrução e cultura, ao exercício de uma profissão justamente remunerada, bem como ao desempenho de cargos diretivos. Alguém com tempo protegido para poder ser mãe e participar na educação dos filhos, dispondo dos meios para o cuidado da saúde e a prevenção da doença. Pessoa com oportunidade de ter tempo para se valorizar, se divertir e repousar, tendo assegurados os meios de subsistência na velhice, na eventual orfandade ou viuvez. “Obrigatoriamente” elegante, eficiente, incansável, sorridente, companheira e confidente em todas as horas. Preferentemente sem chorar, lamentar-se ou estar menos bonita.

Repensando a metodologia utilizada e pondo à prova tudo o que lera e ouvira, dedicou o tempo restante a ver e observar, calcorreando os caminhos.

Da intencional deambulação fez seu próprio registo:

MULHER – ignorada como Pessoa; está acampada com os filhos, longe da terra natal, há longas semanas, sem água potável ou refeição quente; não pôde ir à escola, não aprendeu a ler, nem sabe assinar o seu nome; mesmo que soubesse não poderia votar; não tem direito a aprender uma profissão ou escolher o seu estado civil; não tem acesso a vacinação ou a planeamento familiar; não é seguida durante a gestação dos filhos nem o será aquando do parto; valorizou-se profissionalmente mas é pior remunerada e não pode aspirar a nenhum cargo de especial responsabilidade ou destaque; apenas dorme 4 horas em cada dia porque tem de assegurar 3 empregos para que seus filhos tenham o que comer; nunca lhe foi perguntada a opinião, estando destinada, “porque sim”, a ser o amparo de todos os mais velhos da família, sem qualquer ajuda; foi vendida como escrava ou trocada por mercadoria; está precocemente envelhecida, vergada ao peso do trabalho desproporcionado e impiedoso; já não chora, já não espera ou sonha, já nem sabe sorrir.

No caminho de volta, recriminando-se pela inicial credulidade, e ainda atónito com a humana incongruência, quase esbarrou no outdoor: 8 de março – DIA INTERNACIONAL DA MULHER!

Se também esbarrar num eventual outdoor, não esqueça a declaração da Poetisa na “Cantata da Paz”: «Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar»

(Sofia de Mello Breyner Andresen)

Nota: 
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Dia 18 de março
No próximo dia 18 de março, a Sociedade Portuguesa de Diabetologia, em parceria com a Diabetes Team Portugal, o Abbott e a Novo...

Integrada na 19º edição do Congresso Português de Diabetes, a prova destina-se não só a profissionais de saúde participantes no congresso, mas também ao público em geral, praticantes de atletismo e associações de pessoas com diabetes.

Com o objetivo de impulsionar uma vida saudável junto da população, Hélder Ferreira, Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, afirma que “a prática de exercício físico regular, assume-se cada vez mais como parte basilar do tratamento e controlo da diabetes tipo 2, com impacto positivo no controlo glicémico, na insulinorresistência e no risco cardiovascular.”

Na 1º edição da Corrida participaram mais de 250 pessoas (número de presenças na corrida e caminhada), contando com o testemunho de Alexandre Silva, da Diabetes Team Portugal, que tem como objetivo a promoção do desporto junto da comunidade de pessoas com diabetes e seus familiares e amigos e afirma “vou participar, uma vez mais enquanto atleta, nesta 2ª Corrida pela Diabetes e convido todas as pessoas a participarem.”  

Os participantes da 2ª Corrida pela Diabetes podem optar pela modalidade preferencial, entre a corrida de 10 km, com caráter competitivo, e a caminhada de 5 km, com caráter participativo. O ponto de partida será no Centro de Congressos do Hotel Tivoli Marina Vilamoura, com partida às 08h30, e com percursos diferentes.

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas aqui até ao dia 16 de março. A todos os participantes será entregue o kit de participante que inclui uma t-shirt, o dorsal e o chip de controlo de tempo que será entregue no stand da 2ª Corrida pela Diabetes situado à entrada do Centro de Congressos do Algarve, no dia 17 de março, entre as 13h e as 22h, bem como junto à partida, no dia 18, entre as 07h e as 08h.

Nova Direção
A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) elegeu como presidente da Direção o neurocirurgião Bruno...

Licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa, Bruno Santiago é especialista em Neurocirurgia desde 2009. É neurocirurgião no Hospital da Luz Lisboa e assistente convidado da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa. Tem estado envolvido em vários cursos nacionais e internacionais de formação pós-graduada e é responsável pelo primeiro curso de simulação em cirurgia da coluna em Portugal. Assumiu cargos relevantes nos últimos anos, como vice-presidente da SPPCV (2021-2022), responsável pelo capítulo português da associação internacional AO Spine (2021-2023), coordenador da comissão de treino da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia (2021 e 2022), entre outros.

“A nova Direção pretende dar continuidade ao percurso de crescimento e relevância desta sociedade, alicerçado no dinamismo dos seus associados.  Teremos como objetivo manter a aposta em eventos científicos de grande valor, bem como na colaboração com outras sociedades científicas portuguesas e internacionais. Pretendemos contribuir também para a elaboração de um programa estruturado de subespecialização em cirurgia da coluna e na implementação duma plataforma nacional de registo de doentes, com uma medição efetiva dos resultados dos tratamentos cirúrgicos”, menciona Bruno Santiago. “Consideramos ainda essencial manter o desenvolvimento de campanhas de sensibilização destinadas ao público em geral, que reforçam a importância das doenças da coluna na sociedade e da necessidade de cuidar da saúde das costas corretamente” conclui o médico.

A nova Direção da SPPCV é também constituída pelos médicos Pedro Santos Silva e Nélson Carvalho como Vice-presidentes, José Miguel Sousa, enquanto Tesoureiro, Ricardo Rodrigues Pinto, na função de Secretário-geral, e Vitor Castro (suplente).

A SPPCV, fundada em 2003, tem o objetivo da promoção, estudo, investigação e divulgação das questões inerentes à problemática da prevenção, diagnóstico e tratamento das patologias da coluna vertebral. Para mais informações consulte http://sppcv.org/ .

 

Opinião
E se eu lhe dissesse que o tipo de alimentação indicada para ajudar a chegar aos 100 anos, não inclu

As escolhas alimentares das pessoas que chegam aos 100 anos podem variar muito, dependendo de fatores como cultura, preferências pessoais e condições de saúde. No entanto, existem alguns padrões alimentares comuns que parecem ser benéficos para a longevidade. A dieta dos centenários foi estudada pelo pesquisador Dan Buettner  e publicada no livro "Blue Zones: Lessons for Living Longer From the People Who've Lived the Longest”.  O livro é baseado numa pesquisa que Buettner conduziu para descobrir as regiões do mundo com a maior concentração de pessoas que vivem mais de 100 anos. Essas regiões foram chamadas de "Zonas Azuis". No geral, a dieta das pessoas dessas zonas é caracterizada por alimentos nutritivos e frescos, com pouco ou nenhum alimento processado. Além disso, essas pessoas também têm o hábito de fazer refeições em família e com amigos, e de se alimentar com moderação, sem exagerar nas porções. Note que a dieta saudável é apenas um dos fatores que contribuem para a longevidade dessas pessoas, outros fatores incluem as relações sociais, atividade física regular e sono adequado.

As Zonas Azuis incluem a ilha de Okinawa, no Japão, a ilha de Ikaria, na Grécia, a região de Nicoya, na Costa Rica, a região da Sardenha na Itália e Loma Linda na Califórnia. Analisando a dieta dos centenários na Sardenha, que dos países que fazem parte das zonas azuis, é o mais próximo de Portugal, algumas das características são:

  • Vegetais frescos: os idosos da Sardenha consomem uma grande quantidade de vegetais frescos, como alcachofras, abobrinhas, tomates, beringelas e cebolas. Muitas dessas hortaliças são cultivadas localmente e sazonalmente.
  • Grãos integrais: grãos integrais, como trigo, cevada e aveia, são frequentemente consumidos na forma de pão, massa ou outras preparações.
  • Queijo de cabra: o queijo de cabra é uma fonte importante de proteína para os idosos da Sardenha, e é geralmente consumido em pequenas quantidades.
  • Vinho tinto: o consumo moderado de vinho tinto, especialmente durante as refeições, é uma prática comum entre os idosos da Sardenha. O vinho tinto é rico em antioxidantes e pode ter benefícios para a saúde do coração.
  • Frutas frescas: frutas como laranjas, limões, uvas, maçãs, peras e figos são consumidos regularmente pelos idosos da Sardenha. As frutas são geralmente consumidas na forma fresca ou seca, e são ricas em antioxidantes e outros nutrientes importantes.
  • Legumes: feijões e lentilhas são uma parte importante da dieta, fornecendo proteínas, fibras e outros nutrientes importantes.
  • Frutos do mar: peixes, mariscos e crustáceos frescos são consumidos regularmente, fornecendo proteínas e gorduras saudáveis.

Portugal, infelizmente, parece estar a afastar-se cada vez mais desse padrão de dieta. E uma das formas está relacionada com o aumento do consumo da carne ao longo dos anos. Tradicionalmente, a dieta portuguesa era baseada em alimentos frescos e minimamente processados, como frutas, vegetais, grãos, legumes, peixes e marisco. No entanto, com o passar do tempo, a população portuguesa começou a consumir mais carne, especialmente carnes vermelhas, como o porco e a carne bovina. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Portugal, o consumo de carne vermelha no país aumentou cerca de 50% entre 1960 e 2018, passando de uma média de 19 kg por pessoa por ano para 29 kg por pessoa por ano. Isso pode ser atribuído em parte ao aumento do poder de compra da população e à disponibilidade de carne a preços mais acessíveis. No entanto, o consumo excessivo de carne vermelha não tem sido associado a chegar aos 100 anos, mas sim a riscos de saúde, como doenças cardíacas, cancro e diabetes. Outra das formas para se afastar de uma dieta saudável é o aumento do consumo de produtos industrializados.

A verdade é que comer de forma saudável e, consequentemente, contribuir para a longevidade pode ser mais simples do que muitas pessoas imaginam. Um dos  problemas é que vivemos na era do terrorismo nutricional e frequentemente somos bombardeados com informações sobre um novo super alimento, uma nova dieta milagrosa e que certos alimentos são tóxicos, cancerígenos ou prejudiciais à saúde, mesmo quando não há evidências científicas sólidas para apoiar tais alegações. Isso gera uma cultura de medo e incerteza em relação à alimentação, o que pode levar a um maior stress e ansiedade em relação à escolha dos alimentos, stress este que definitivamente não contribui para a longevidade. Com um pouco de planeamento e conhecimento, qualquer pessoa pode adotar hábitos alimentares saudáveis ​​e desfrutar dos benefícios para a saúde que eles trazem.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
De 6 a 12 de março
O Alma Shopping, gerido e comercializado pela consultora imobiliária CBRE, recebe de 6 a 12 de março o Hospital do Ursinho,...

Dinamizada por estudantes do curso de Medicina da Universidade de Coimbra, que assumem o papel de profissionais de saúde, nesta iniciativa as crianças vão ter ainda a oportunidade de participar em atividades de consultório num ambiente lúdico, onde se tornam confortáveis com o meio hospitalar.

João Teixeira, Diretor do Alma Shopping, reforça que “no sentido de desmistificar o ambiente hospitalar na vida das crianças, juntamo-nos mais uma vez ao Hospital do Ursinho, provando que a brincar também é possível ensinar”.

A decorrer na Praça Central, no piso 0 do Alma Shopping, de 6 a 10 de março, o Hospital do Ursinho vai funcionar entre as 9h e as 12h e das 14h às 17h, apenas para Escolas, Jardins de Infância e Instituições que realizaram inscrição prévia.

A iniciativa estará aberta ao público no dia 10 de março, sexta-feira, entre as 17h e as 20h, e nos dias 11 e 12 de março, das 10h às 12h e das 16h às 20h.

 

Pela Sociedade Europeia de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SECEC)
A Unidade do Ombro e Cotovelo do Serviço de Ortopedia do Hospital CUF Porto acaba de receber o título de "Teaching Center...

De acordo com Manuel Ribeiro da Silva, Coordenador da Unidade do Ombro e Cotovelo do Hospital CUF Porto, esta distinção “é o reconhecimento da experiência e diferenciação dos profissionais de saúde que integram esta unidade, da excelência clínica dos serviços prestados e da capacidade de ensino e investigação na área do ombro e do cotovelo”.  

Para a obtenção desta certificação foi necessário o cumprimento, por parte dos elementos da equipa, de exigentes requisitos, nomeadamente relativos à atividade cirúrgica, científica e de investigação, e de um programa de fellowship onde é dada formação teórica e prática na área de cirurgia do ombro e cotovelo. No âmbito deste programa formativo os fellows participam em todas as atividades da Unidade: desde a consulta, às cirurgias, até ao trabalho de investigação, divulgação e de publicação científica. 

A Unidade do Ombro e Cotovelo do Hospital CUF Porto, que dispõe de instalações equipadas com tecnologias de última geração, é composta pelos ortopedistas Manuel Ribeiro da Silva e Maria João Leite, médicos doutorados, professores universitários e altamente especializados na patologia do ombro e cotovelo, com vários anos de experiência clínica nesta área de especialização.

Esta distinção permite à Unidade receber cirurgiões ortopedistas de vários pontos da Europa para que possam realizar a sua formação na área do ombro e cotovelo. Os médicos interessados em participar nesta formação poderão apresentar a sua candidatura através da SECEC, preenchendo os requisitos necessários.

 

No âmbito do programa “A Literacia Faz Bem À Saúde”
A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS), em parceria com o Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC), inaugura,...

As oito criações artísticas alusivas à saúde vão estar patentes até 20 de abril, na Galeria [PeP], no MNAC. Esta mostra “convoca a sociedade, o cidadão, as pequenas e as grandes comunidades a olharem a aprendizagem da saúde através de intervenções que nos fazem pensar, sentir e, por fim, memorizar. Através da arte, temos o desejo de construir um mundo mais saudável e melhor”. 

Para a diretora do MNAC, Emília Ferreira, este projeto “cria pontes entre temas, instituições, profissões e pessoas, através de discursos e experiências compreendidas no espaço da progressiva expansão temática da atividade dos museus e da arte contemporânea”. Neste contexto, “através da expressão, relaciona-se livremente os conceitos de literacia em saúde, sentido e realidade numa busca de significados e melhoria da comunicação”.   

A sessão de abertura vai contar com a presença das presidentes e da direção da SPLS e do MNAC, e com o chefe da divisão de Literacia, Saúde e Bem-Estar da Direção-Geral da Saúde, Miguel Arriaga. A exposição é formada por obras artísticas da autoria de Ana Monteiro, Cláudia Barradas, Diogo Goes, Flávia Germano Barra, Frederico Pratas, Maria de Fátima, Nelson Ferreira e Verónica Ornelas.  

“Este passeio pela exposição também nos remete para o uso efetivo de uma consciência individual e coletiva, em que esperamos resultados promotores de uma visão mais holística sobre a forma de fazer saúde”, termina Cristina Vaz de Almeida. 

Doença Psiquiátrica
Tem uma prevalência que ronda os 2 e os 5% e pode apresentar um prejuízo funcional tão grave quanto

O que é?

A perturbação obsessivo-compulsiva (POC) é uma doença psiquiátrica caracterizada pela presença de obsessões e/ou compulsões que interferem significativamente no bem-estar e no quotidiano não apenas do doente, mas também da sua família.

Quais os sintomas?

Obsessões: As obsessões definem-se como pensamentos, imagens, medos ou impulsos de carácter recorrente e intrusivo, geradores de elevados níveis de ansiedade. As mais frequentes são as de contaminação.

Compulsões: as compulsões, são comportamentos ou atos mentais, repetitivos e estereotipados, realizados com o objetivo de reduzir a ansiedade gerada por aqueles pensamentos obsessivos. As compulsões mais frequentes são os rituais de verificação.

Para além dos sintomas nucleares (obsessões e compulsões), a POC caracteriza-se igualmente pela existência de outros sintomas como o evitamento, ou pela presença de diversas ideias obsessivas que, apesar de não terem um caráter patognomónico, têm sido implicadas na etiopatogenia desta doença.

Acresce que sendo a POC per se uma doença grave, muitas vezes é acompanhada de outras perturbações psiquiátricas comórbidas que mais agravam o prognóstico e dificultam o tratamento.

Estima-se, por exemplo, que 70% dos doentes com POC, em alguma altura do curso clínico vão também sofrer um (ou mais) episódio de depressão major ou outras perturbações de ansiedade.

A partir de que idade podem surgir?

A idade de início da doença (IID) é um conceito complexo e pouco consensual entre os peritos. Para uns corresponde ao momento em que surgem os primeiros sintomas e para outros à idade de início da doença na sua forma “completa”, altura em que se manifestam sintomas graves que causam prejuízo e incapacidade na vida do indivíduo. O início da POC ocorre habitualmente na adolescência ou início da idade adulta, considerando-se que cerca de 65% dos casos tem início antes dos 25 anos de idade (Macedo & Pocinho, 2007). Segundo Ruscio et al. (2010), a idade média de início é de 19.5 anos, com um início mais precoce no sexo masculino. Em praticamente um quarto dos indivíduos do sexo masculino, o início ocorreu antes dos 10 anos de idade. Em contraste, os novos casos de POC nos indivíduos do sexo feminino surgiram maioritariamente depois dos 10 anos, com maior expressão durante a adolescência.

Quais as causas?

A etiologia da POC é ainda pouco compreendida. De acordo com o modelo proposto pelo Yale Child Study Center, a etiologia da POC seria produto da interação entre fatores genéticos e ambientais. Presume-se assim que genes de “vulnerabilidade”, interagindo com fatores ambientais, têm um papel fundamental na formação e/ou atividade de circuitos neuronais específicos. Estes, por sua vez, constituiriam os substratos neurobiológicos que levariam aos sintomas da POC. Os fatores ambientais explicam cerca de 1/2 e 2/3 dos casos de POC crónica no sexo masculino e feminino, respetivamente, o que revela a sua importância na probabilidade de manter a sintomatologia.

O conjunto de perturbações neuropsiquiátricas englobado no conceito PANDAS («pediatric autoimmune neuropsychiatric disorders with streptococcal infections») inclui Coreia de Sydenham, POC e tiques crónicos. Pensa-se que é causada por anticorpos antiestreptocócicos que reagem cruzadamente com neurónios nos gânglios basais, resultando numa resposta inflamatória que gera os sintomas (Leckman et al, 2011).

O papel da educação merece uma atenção especial nesta entidade clínica. É frequente que os doentes com POC tenham sido educados em meios onde a limpeza exagerada, a religião, a moral, a ordem ou a culpa sobressaiam como valores importantes. As vivências precoces com este estilo educativo desempenham um papel decisivo na estruturação da personalidade, podendo promover o desenvolvimento de traços obsessivos ou de uma POC.

Qual o tratamento?

A POC é uma doença de difícil tratamento, para a qual existem várias modalidades terapêuticas, as quais, mesmo quando combinadas, apenas determinam uma remissão parcial dos sintomas. Em psiquiatria, as terapias multimodais são mais a regra do que a exceção.

No caso da POC as evidências mostram que as estratégias psicoterapêuticas não são uma alternativa aos fármacos, mas sim um complemento necessário às medicações, de modo que a combinação tenha um efeito sinérgico/multiplicativo e não apenas aditivo. A investigação de longo prazo sugere uma maior eficácia para a combinação da terapia cognitivo-comportamental e medicação, do que qualquer deles isoladamente.

Importa sublinhar que pelo menos 10% dos doentes com POC desenvolve uma forma grave, incapacitante e refratária da doença, os quais poderão ser candidatos a terapêuticas mais intensivas. Estas intervenções baseiam-se na interrupção das ligações recíprocas entre os lobos frontais e determinadas estruturas subcorticais.

Os procedimentos psicocirúrgicos mostraram um benefício significativo, com uma melhoria sintomática em 35-50% dos doentes, embora mais recentemente, técnicas menos invasivas como a estimulação magnética transcraniana e a estimulação cerebral profunda se tenham afirmado como alternativas promissoras.

A POC é uma perturbação que, para além da perturbação objetiva que pode determinar o funcionamento do indivíduo nas suas diversas áreas de vida, pelo tempo despendido com os rituais compulsivos que podem atingir várias horas por dia, causa ainda um enorme mal-estar subjetivo que se não abordado de forma consistente e atempada poderá levar a quadros depressivos graves.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
15 de março
A “Mamãs Sem Dúvidas” organiza mensalmente várias iniciativas, gratuitas, dedicadas às grávidas e no próximo dia 15 de março,...

Sabia que as grávidas têm direitos exclusivos? Conheça os direitos da grávida durante a gestação e nos primeiros tempos de vida do bebé com a advogada Marta Esteves em “Direitos da grávida em contexto laboral”.

Segue-se a intervenção de Maria Costa, Formadora do Laboratório BebéVida com o tema “Células estaminais: um potencial de cura”. Atualmente a utilização de células estaminais é uma realidade terapêutica no tratamento de várias patologias.

A anestesia epidural alivia a dor de parto, no entanto há ainda alguns mitos associados a esta prática. A intervenção da Enfermeira Sónia Ferreira, Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia, é dedicada aos “Mitos da Epidural”.

Ao inscrever-se no evento as participantes ficam habilitados a receber um cabaz no valor de 340€ com produtos para a mãe e bebé.

Faça aqui a sua inscrição: https://mamassemduvidas.pt/campanha/ .

 

Obras criadas no âmbito do Projeto Seniores Criativos
A exposição reúne um conjunto de peças criadas pelos utentes de mais de 50 instituições sociais que constituem o Projeto...

A inspiração para a construção das peças nasce da cultura de Viana do Castelo. Entre os barcos, o vestuário típico e, claro, os inconfundíveis bordados do Alto Minho, vários são os trabalhos que foram desenvolvidos pela comunidade sénior e que têm agora lugar de destaque no Estação Viana.

O centro comercial recebe esta exposição no âmbito da iniciativa Café Memória. Uma atividade que, todos os quartos sábados de cada mês, entre as 9h e as 11h, convida pessoas com problemas de memória ou demência, os seus familiares e cuidadores a encontrarem-se num ambiente acolhedor e reservado e que propicie a interação entre pares.

 

Criado por investigadores da Universidade de Coimbra
O programa de intervenção psicológica online “Be a Mom”, destinado à prevenção da depressão pós-parto e à promoção da saúde...

Desenvolvido por uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC), liderada por Ana Fonseca e Maria Cristina Canavarro, o programa revelou ter impactos positivos na regulação emocional e na autocompaixão em mulheres que apresentavam maior risco para desenvolver depressão pós-parto, reduzindo a sintomatologia depressiva e ansiosa, tendo também impactado positivamente a saúde mental em mães com menor propensão para a depressão pós-parto.

Esta ferramenta de intervenção psicológica «tem como objetivo central reduzir os sintomas depressivos das mulheres depois de se tornarem mães, promovendo a saúde mental materna no pós-parto, uma vez que sabemos que promover a saúde mental nas mães também se reflete positivamente no desenvolvimento e bem-estar da criança», contextualiza a psicóloga clínica e investigadora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC) e do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC), Ana Fonseca.

«Os dados internacionais sugerem que a depressão pós-parto afeta uma em cada sete mulheres e, para responder a este problema de saúde pública, é necessário que existam intervenções efetivas que estejam acessíveis para todas as mulheres e, neste caso, as ferramentas online são de grande importância», explica a investigadora da Universidade de Coimbra.

Embora algumas mulheres «tenham fatores de risco que as colocam numa posição mais vulnerável para o desenvolvimento de depressão pós-parto, é um problema de saúde mental que pode afetar qualquer mulher durante a maternidade; além disso, mesmo aquelas que não desenvolvem este quadro clínico podem beneficiar de um conjunto de estratégias para promover a sua saúde mental e o seu bem-estar neste período», explica a também investigadora principal do estudo. Neste sentido, o projeto envolveu dois grupos: mulheres que apresentavam mais fatores de risco (como ter pouco apoio social, ter história prévia de depressão ou ansiedade, ou ter existido alguma complicação de saúde durante a gravidez/parto ou com o bebé) e mulheres que demonstravam menores fatores de risco para o desenvolvimento de depressão pós-parto.

O primeiro grupo, composto por 1053 mulheres com fatores de risco, foi dividido em dois subgrupos, um integrado por mulheres que utilizaram o “Be a Mom” e outro composto por mulheres que não fizeram uso do programa (grupo de controlo). As 542 utilizadoras do programa «apresentaram uma redução significativa de sintomas de ansiedade e de depressão durante e após a utilização do programa, bem como uma melhoria significativa na sua capacidade de regulação emocional, na flexibilidade psicológica e na autocompaixão – estes são processos psicológicos importantes cuja promoção se associou à redução dos sintomas de depressão e ansiedade neste grupo», destaca Ana Fonseca. Quanto às 511 mulheres que não utilizaram o “Be a Mom”, «as mudanças da sintomatologia depressiva foram pequenas ou, em alguns casos, inexistentes, tendo revelado apenas melhorias na autocompaixão, embora cerca de cinco vezes menos quando comparado com as utilizadoras do “Be a Mom”», avança a investigadora.

No grupo composto por mulheres com menos fatores de risco para a depressão pós-parto participaram 367 mulheres e foram também divididas em subgrupos de utilizadoras e de não utilizadoras do “Be a Mom”. No caso das utilizadoras, «191 reportaram um grande aumento na saúde mental positiva (entendida como bem-estar psicológico e social, satisfação com a vida)», enquanto que apenas 9% das participantes que não usaram o programa apresentaram melhorias na saúde mental», elucida Ana Fonseca.

Na avaliação feita pelas participantes que utilizaram o programa, foi possível constatar que «85% das participantes recomendariam o programa a outras mulheres e que 76,5% das mulheres voltaria a utilizar o “Be a Mom”, se necessário», acrescenta a psicóloga clínica.

O “Be a Mom” (https://beamom.pt/) é um programa autoguiado, composto por cinco módulos (mudanças na maternidade e emoções; pensamentos; valores e relações com os outros; relação de casal; sinais de alerta e balanço final) e conta também com informação psicoeducativa em diferentes formatos e com exercícios personalizados. Em 2021, uma empresa dos Estados Unidos da América na área da saúde digital (a Curio Digital Therapeutics) fez um acordo de licenciamento com a Universidade de Coimbra, «tendo adaptado o conteúdo do programa “Be a Mom” para comercialização nos EUA, o que demonstra também o impacto dos resultados alcançados neste projeto», destaca Ana Fonseca.

Na próxima sexta-feira, dia 10 de março, entre as 09h30 e as 13h30, vai decorrer o encontro final do projeto para a apresentação e discussão dos principais resultados do programa “Be a Mom”. A sessão vai decorrer online, em https://videoconf-colibri.zoom.us/j/97752113438.

Esta intervenção online foi criada no âmbito do projeto de investigação “Be a Mom Trial – um programa de intervenção psicológica online para promover a saúde mental materna: resultados de eficácia e compreensão de mecanismos de mudança em mulheres de alto-risco e de baixo-risco para depressão pós-parto”, financiado pelo Centro 2020 e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. O projeto contou ainda com a colaboração de uma empresa na área da tecnologia, sediada em Coimbra, a Redlight Software. Além das investigadoras principais do projeto (Ana Fonseca e Maria Cristina Canavarro), a equipa foi constituída por outros investigadores e psicólogos clínicos (Anabela Araújo-Pedrosa, Carlos Carona, Fabiana Monteiro e Marco Pereira).

Com entrada de soluções inovadoras e medicamentos de reduzido custo para as farmácias hospitalares
Se 2021 foi o ano que colocou à prova a capacidade de resposta da empresa farmacêutica Biojam para algo que todos...

Apesar do mercado espanhol representar atualmente 30% das receitas anuais do Grupo, a farmacêutica tem vindo a reforçar a sua presença no mercado do Benelux (Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo). Como afirma Carlos Monteiro, “são mercados de dimensão similar ao português, o que nos permite empreender uma presença controlada e mais efectiva nesses mercados e para onde estamos a preparar o lançamento de um marcador cirúrgico, que será o primeiro marcador cirúrgico dispositivo médico nos três países. Será altamente inovador e uma mais-valia para aqueles países”.

Produtos inovadores e parcerias internacionais

As parcerias e a aposta em produtos inovadores contribuíram para reforçar a posição da Biojam no mercado prevendo-se que em 2023 seja duplicado o volume de negócios que, nos últimos dois anos, se manteve, aproximadamente, nos 4 milhões. Contas feitas, a Biojam conseguiu em 2022 manter o volume de negócios alcançado em 2021: “Em 2022, já sem um contributo tão forte dos produtos muito relacionados com a pandemia, a Biojam diversificou e reforçou a sua presença nos vários mercados com outros produtos, ou seja, a diversificação estratégica acaba por ser um dos aspectos que confere à Biojam a capacidade de atuação nos mercados onde está presente”, acrescenta. “A pandemia obrigou-nos a ser mais ágeis perante o imprevisível, situação que acabou por promover o crescimento do grupo. Quando surgiu a pandemia, além de conseguirmos compreender antecipadamente qual viria a ser o seu impacto no nosso país, através do contato próximo que temos com parceiros mundiais, em especial com os da Coreia do Sul, percebemos também que era fundamental criar respostas para muitas das áreas cuja resposta não poderia falhar. Era tempo de inovar para responder a outras questões que foram surgindo e às quais não se estava a dar a devida atenção”, acrescenta.

A Biojam nasceu em 2006 com outro nome, sendo rebaptizada em 2015 com o objetivo de “apostar num projeto diferenciador”, assente na inovação, o que para Carlos Monteiro “não significa obrigatoriamente a criação e introdução no mercado de um produto novo, diferente de todos os outros para a mesma patologia ou função, mas, na maioria das vezes, incide sobretudo na forma como pode e deve ser administrado o produto”. Um dos exemplos de inovação apresentados pela farmacêutica é a introdução de um medicamento para a oncologia que, mantendo o mesmo princípio ativo, tem a particularidade de permitir o seu armazenado à temperatura ambiente, ao contrário de outros medicamentos que exigem a conservação a frio. Para a farmacêutica “esta solução de tratamento constitui uma enorme mais-valia para todos os intervenientes no mercado, mas sobretudo para quem tem de armazenar, distribuir e administrar o medicamento”.

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