Estudo
Estudo levado a cabo pela Direção-Geral da Saúde e pela Direção-Geral da Educação, com o objetivo de monitorizar a...

De acordo com esta análise, conclui-se que após a implementação da legislação foi possível reformular a oferta alimentar dos bares das escolas – sendo que estes têm como objetivo a disponibilização de alimentos para os lanches da manhã e da tarde das crianças. Também os molhos, os cremes de barrar doces, as refeições rápidas e as sobremesas doces foram removidos quase completamente da oferta alimentar das escolas.

Apesar de alguns produtos – como barritas de cereais, bolachas e gelados – continuarem disponíveis num pequeno número de escolas, estão casa vez mais presentes produtos que apresentam o melhor perfil nutricional dentro da categoria.

Máquinas de venda automática têm mais dificuldade em disponibilizar alimentos saudáveis

O estudo reporta ainda que as máquinas de venda automáticas, que estão disponíveis em 31% das escolas, contribuem para a disponibilização de produtos que não estão de acordo com a legislação. Além dos produtos que não deveriam estar disponíveis em contexto escolar, entre os quais se destacam as bolachas e biscoitos, as barritas e monodoses de cereais e os chocolates, foi também verificada a ausência de vários produtos que deveriam ser obrigatoriamente disponibilizados, como fruta, pão e leite simples.

 

Semana da Incontinência Urinária | 12 a 18 de março
A propósito da Semana da Incontinência, que este ano se assinala entre os dias 12 e 18 de março, o Movimento pela Continência e...

“A incontinência urinária tem consequências absolutamente devastadoras para a vida dos afetados. Desde faltas ao trabalho até às implicações a nível pessoal e social, é uma patologia que, apesar de ser conhecida por muitos, está ainda envolta num estigma profundo. Perder a capacidade de controlar a urina não é normal, mas também não é motivo de vergonha!”, alerta Joana Oliveira, presidente do Movimento pela Continência e Disfunção Pélvica.

A pensar nisto, o Movimento alia-se aos ginásios Level Health Club, em Almada, e Mais Fit, em Vila Nova de Gaia, para mostrar os benefícios do exercício físico no reforço do pavimento pélvico, como forma de prevenção ou tratamento. “A incontinência urinária tem cura em cerca de 85% dos casos e esta percentagem é tanto maior quanto mais precoce for o diagnóstico e a consequente adoção do tratamento adequado.", defende Joana Oliveira.

Inês Alves, club manager do ginásio Mais Fit Gaia, explica que: “Tendo em conta a prevalência da patologia na população portuguesa, achamos importante informar e orientar sobre as possibilidades de intervenção. Enquanto agentes promotores de saúde, como profissionais especializados em exercício físico, faz parte da nossa missão informar e intervir em todos os aspetos que melhorem a qualidade de vida das pessoas, bem como na prevenção de patologias”.

“No Level Health Club de Almada conceptualizamos o ginásio como um espaço de e para a saúde, orientando o nosso trabalho diário no sentido da promoção da mesma, numa perspetiva eclética e multidisciplinar. O exercício físico, devidamente orientado, pode ter um papel muito importante na prevenção e intervenção ao nível das disfunções pélvicas, numa estreita articulação com as equipas médicas e com os fisioterapeutas. Assumimos como sendo também nossa a responsabilidade de promover a consciencialização global sobre esta temática, diminuir o estigma tantas vezes associado e potenciar a acessibilidade aos cuidados de saúde indicados em cada situação.”, afirma Ema Lima das Neves, diretora do Level Health Club de Almada.

Existem vários tipos de tratamento, como o farmacológico, o cirúrgico e a reeducação pélvica, que possibilitam um regresso à normalidade para quem sofre destas patologias.  Os tratamentos conservadores devem estar presentes em todas as fases da doença, mas quando estes falham a esperança não está perdida. A estimulação dos nervos sagrados (neuromodulação), uma técnica minimamente invasiva que consiste na implantação de um pequeno neuroestimulador que poderá ter apenas 3 cm e permite controlar a bexiga através do telemóvel. “Através do diagnóstico precoce, é possível adotar tratamentos conservadores, como a reedução pélvica ou o tratamento farmacológico, mas existe esperança mesmo em casos mais avançados, o importante é pedir ajuda!”, remata a presidente do movimento.

A nível mundial, mais de 200 milhões de pessoas são afetadas por incontinência urinária, tendo esta patologia sido identificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um problema de saúde pública. Segundo a Associação Portuguesa de Urologia, estima-se que a incontinência urinária afete 600 mil pessoas nas várias faixas etárias em Portugal. O sexo feminino, entre os 45 e 65 anos, é o mais afetado por este tipo de incontinência em específico, sendo que a proporção de casos de IU é de 3 mulheres para cada homem.   

Criar visibilidade para os problemas associados à continência e disfunção do pavimento pélvico, encorajando o debate público e aberto e a quebra de estigma e tabus associados a estas doenças são assim os principais objetivos do Movimento pela Continência e Disfunção Pélvica, que se estreou este ano nas plataformas online, de forma a chegar a mais doentes. Pretende ainda ser a voz dos doentes e ser ouvido pela sociedade e pelos poderes políticos, incentivando ainda à alteração da lei de incapacidade.

Para mais informação, consulte as contas oficiais de Facebook e Instagram do Movimento.

 

Programa Nacional de Implementação das Unidades de Hospitalização Domiciliária
Segundo os dados do Programa Nacional de Implementação das Unidades de Hospitalização Domiciliária, em 2022, houve 8.932...

Os programas de HD são um modelo alternativo de hospitalização, que garante assistência médica e cuidados de saúde de qualidade, diferenciados e de proximidade aos doentes nas suas casas, contribuindo, deste modo, para aliviar a pressão dos serviços de internamento dos hospitais e reduzir o risco de infeção e perda de autonomia dos doentes, com maior conforto para os doentes e suas famílias.

Estes programas funcionam em 36 hospitais e centros hospitalares do SNS, onde há, agora, 339 camas disponíveis, mais 29 do que no ano anterior.

Para responder às necessidades destes utentes, as equipas de HD realizaram, em 2022, 113.492 visitas ao domicílio, mais 19% do que no ano anterior, com um tempo médio de permanência dos profissionais de saúde na residência do doente de 37 minutos por visita. Já o número de visitas de enfermagem registou um aumento de 97,2%, somando 318.000 visitas. Ao mesmo tempo, registou-se um aumento de 62% dos contactos não presenciais no âmbito destes programas, tendo totalizado 50.712. O tempo médio de internamento dos doentes em casa foi de 9,9 dias.

Durante um internamento ao abrigo de programas de HD é garantido todo o suporte clínico necessário e adaptado às necessidades individuais, incluindo o suporte farmacológico. São feitos ainda contactos diários para casa do utente, por profissionais de saúde, tal como determinam as boas práticas internacionais, sendo realizado o acompanhamento do doente através de serviço de telemedicina, que agrega voz, imagem e transmissão de dados clínicos em tempo real.

Os dados mostram ainda que, em 2022, as admissões diretas de utentes para HD tiveram um incremento de 68,3% face a 2021.

A HD permite que os doentes que reúnem um determinado conjunto de critérios clínicos, sociais e geográficos possam estar internados no conforto do seu domicílio. É assegurada por equipas de médicos, enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais, entre outros, que garantem o atendimento 24 horas por dia, todos os dias, e fornecem e gerem a terapêutica dos doentes. Os programas de HD garantem mais conforto para o doente, associado a menores taxas de mortalidade, de infeção e redução da probabilidade de reinternamento.

Opinião
O dia 4 de março de 2023 foi dia de “Mudar Perspetivas: vamos falar sobre obesidade”.

Os números alarmantes já são sobejamente conhecidos: prevê-se que em 2035 mais de 50% da população mundial tenha obesidade ou excesso de peso. O cenário nacional é ainda mais grave. Estamos perante uma pandemia, palavra usada demasiadas vezes, gasta e que não reflete a dimensão das implicações desta realidade sobre a sociedade e o futuro de todos nós. Isto por que a obesidade é onde tudo começa. O tecido adiposo (gordura) em excesso ou anormal que causa dano à saúde, como se define a obesidade, aumenta o risco de múltiplas doenças, tais como a diabetes mellitus tipo 2, síndrome de apneia obstrutiva do sono, doença coronária, doença cerebrovascular, pelo menos 13 tipos de cancros, doença hepática não alcoólica, doença renal crónica, doenças osteoarticulares, numa lista que chega a 200 patologias. Nestas, ainda se incluem as doenças mentais, como o síndrome depressivo e os distúrbios da ansiedade que agravam e são agravados pela obesidade. Todas estas doenças têm sido a causa de morte, redução de qualidade de vida, diminuição de produtividade, absentismo laboral e custos elevadíssimos em saúde. Apenas em custos diretos relacionados com a obesidade e as suas complicações, estima-se a despesa de 1,2 mil milhões de euros por ano em Portugal, o que representa 0,6% do PIB nacional e 6% dos gastos em saúde. É, portanto, um problema de saúde pública grave e requer atenção urgente.

Em 2022, atingimos o número histórico de 8 bilhões de habitantes no planeta Terra. Somos cada vez mais, e cada vez mais pesados. Enquanto a fome e a obesidade crescem em paralelo, a sustentabilidade do planeta é discutida e é fundamental compreender os fatores que nos fizeram chegar a este ponto. A reflexão sobre o estilo de vida moderno, que implica não só mudanças desfavoráveis na dieta alimentar e o sedentarismo, mas também o stress, os horários laborais, as desigualdades socioeconómicas, a exposição a disruptores endócrinos e iliteracia em saúde criaram um ambiente “obesogénico”. Este ambiente interage com a predisposição genética, fatores psicológicos, hormonais e comportamentais que favorecem o excesso de peso para a maioria das pessoas.

É necessário compreender que, apesar do componente comportamental associado à doença, há um conjunto de alterações hormonais e neurológicas que condicionam esse comportamento, aumentando a fome homeostática e a fome hedónica, por exemplo. Por outro lado, há também uma forte componente genética que determina vários aspetos metabólicos e absortivos. A mesma herança genética favorável à sobrevivência há 100 anos é aquela que no século XXI predispõe à obesidade.

Portanto, há que parar de acusar as pessoas que vivem com obesidade de “comerem muito e fazerem pouco exercício”. Isso nem sempre é verdade e se for há muitas razões para isso. Razões que merecem a nossa atenção sem julgamentos. Há que compreender a complexidade que leva estas pessoas a sofrerem uma doença que as isola socialmente, sofrendo de discriminação. O estigma de que a obesidade é uma opção do próprio tem que ser combatido.

Isto não significa desresponsabilizá-los da necessidade de mudança de estilo de vida, mas sim compreender, apoiar, motivar, criar condições para a mudança e tratar as causas fisiopatológicas da doença com as ferramentas de que hoje dispomos.

Há muito que se fala em prevenção, em medidas que alterem o ambiente obesogénico da nossa sociedade. Mas quase nada foi feito. O acesso a alimentos saudáveis, o incentivo à atividade física em meio urbano, a criação de espaços verdes, a melhoria das condições laborais, socioeconómicas e a literacia na saúde são ainda uma miragem. E se há que prevenir, para 2/3 dos portugueses estas medidas vêm tarde. É necessário tratar, e tratar o quanto antes. A obesidade é uma doença também progressiva e quanto mais cedo for a intervenção, menos complicações e outras doenças irão surgir no futuro. E a conta deste futuro chegará a todos nós.

Uma grande esperança surgiu recentemente, depois de anos em que apenas dispúnhamos de 2 tipos de intervenção: a mudança de estilo de vida e a cirurgia bariátrica, reservada para os estadios mais avançados da doença. E essa esperança nasceu com a aprovação de fármacos seguros e eficazes na redução e manutenção de peso, opções farmacológicas que vieram preencher a lacuna entre a dieta e a cirurgia. Trata-se de terapêuticas que podem ser utilizadas em fases mais precoces da doença e mudar a sua evolução, evitando as complicações a longo prazo. As indicações para uso destes fármacos estão definidas nas “guidelines” de tratamento da obesidade de várias sociedades científicas internacionais, que recomendam a sua prescrição associada à intervenção no estilo de vida, preferencialmente em programas estruturados de perda de peso que integram intervenção nutricional e comportamental com equipas multidisciplinares especializadas. Temos, portanto, novas ferramentas eficazes para tratar a obesidade e que têm demonstrado ser o gatilho para mudanças comportamentais duradouras. Contudo, o acesso a estes fármacos ainda é limitado pelo seu custo e ausência de comparticipação. Num país onde o tratamento cirúrgico, é comparticipado, embora com resposta insuficiente, há uma clara desigualdade no acesso aos diferentes tratamentos.

Falamos de pessoas com obesidade, e não de ”obesos”, pois não se definem pela doença que têm. São pessoas, cidadãos que têm uma doença crónica, tal como um paciente com asma, e merecem ter acesso aos melhores tratamentos que a ciência hoje dispõe.

Se a ciência chegou lá porque é que a sociedade não chega? Não é sustentável mantermos uma mentalidade de culpabilização e estigma que inibe quem sofre de procurar ajuda. Quanta coragem necessita alguém que pede apoio e encontra a discriminação nos próprios profissionais de saúde? Quanta culpa e vergonha sentem? Chega de acusar! Todos somos culpados. Porque não prevenimos e agora não tratamos!

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
No âmbito do Dia Mundial do Rim
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) apresentou um livro com histórias de vida de doentes renais, no dia 9 de...

“Esta iniciativa teve como objetivo partilhar diferentes histórias de pessoas que foram diagnosticadas com doença renal crónica e que são testemunhos de força, coragem e resiliência”, explica Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

Com este livro, pretendeu-se partilhar as histórias de 11 pessoas que são uma inspiração para todos os que lidam diariamente com a doença renal crónica. A primeira edição do livro contará com 11 mil exemplares que serão entregues a todos os doentes a realizar hemodiálise, em Portugal. No lançamento estiveram presentes três dos 11 testemunhos contemplados no livro.

Sabina Aboobaker, doente renal que deu o seu testemunho, admite que não se esquece que tem a doença, mas que também não faz dela o centro da sua vida. “Sempre vivi muito bem com a minha condição e tanto a minha família como amigos estão muito bem informados, pelo que não há dramas”, explicou.

Também Sónia Cartaxeiro, portadora de síndrome de Alport, assume já ter passado por vários obstáculos na sua vida, no entanto, opta por “escolher o amor e ser feliz”. Sónia “queria e quer continuar a mostrar que ser doente renal crónico e a fazer diálise não é o fim e que a vida não tem de parar”.

Com o mesmo sentimento de aceitação e vontade de continuar a viver, Vítor Damião, doente renal desde 2011, afirmou que esta mudança na sua vida não o impede de continuar a ter objetivos, continuando com imensa vontade de os concretizar. Vítor é da opinião de que a superação desta e de qualquer outra doença “deve ser encarada com esperança nas metodologias e equipamentos atuais e futuros e procurando ajudar a ganhar dias à doença”.

“A Associação Nacional de Centros de Diálise está empenhada em aumentar o conhecimento da população sobre a doença renal crónica e em consciencializar para a importância da sua prevenção e do seu tratamento precoce. No âmbito dos nossos esforços de mobilização ao nível da prevenção estamos também a promover a campanha “A Vitória Contra a Doença Renal começa na Prevenção”, que conta com o apoio das sociedades científicas e associações de doentes desta área”, concluiu Sofia Correia de Barros.

A doença renal crónica caracteriza-se pela deterioração lenta e irreversível da função dos rins. Como consequência da perda desta função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Os doentes com diabetes, hipertensão arterial, obesidade e historial familiar de doença renal podem estar em risco de desenvolver esta doença.

Estudo
A modernidade e as inovações tecnológicas trouxeram uma série de benefícios, mas, ao mesmo tempo, a comodidade que trazem acaba...

O estilo de vida sedentário está ligado a diversas doenças, como obesidade, diabetes, problemas cardiovasculares e até mesmo depressão, além disso, a falta de atividade física pode afetar a qualidade do sono, a postura e a saúde mental, aumentando o stresse e a ansiedade.

Mas, além das condições mais comumente relacionadas ao sedentarismo, ele também pode ser um importante fator para o desenvolvimento de disfunções neuronais.

De acordo com o artigo científico “Relação entre fadiga, dependência de dopamina com as disfunções neuronais”, publicado  pelo Brazilian Journal of Development e produzido pelo neurocientista, Fabiano de Abreu Agrela, a modernidade leva o ser humano a desenvolver fadiga e ter falta de atividade física, o que pode ser um fator importante para o surgimento de disfunções neuronais.

“A nossa geração não se encontra cansada, e sim com fadiga. Diferentes de nossos primatas que se locomoviam quilómetros para caçar. Atualmente, as pessoas são bem mais sedentárias, contribuindo dessa maneira para um distúrbio dos neurotransmissores”.

Distúrbios dos neurotransmissores é a resposta para a falta de comunicação com as demais células, trazendo a abundância do cortisol para o nosso corpo. A falta de serotonina faz com que o cortisol entre em ação, ocasionando mal-estar. Isso ocorre no trabalho em casa, é quando desencadeia a síndrome de fadiga crónica (SFC)”.

Vivemos num sedentarismo sem limites, ou seja, nada que nos motive a nos movermos e ficarmos por muito tempo na ociosidade, somos responsáveis pela alteração do metabolismo quando não dormimos corretamente, [...] nos levando a obter hábitos desreguladores e influenciando diretamente as nossas hormonas neurotransmissores e recetores.” Afirma o artigo.

 

 

Adotar uma alimentação saudável é fundamental
Os excessos alimentares levam muitas vezes à descompensação de certas patologias, nomeadamente a doe

As hemorroidas são estruturas de tecido conjuntivo, extremamente vascularizadas localizadas no canal anal e podem provocar comichão, dor, perdas de sangue e exteriorização, podendo conduzir a crises de doença hemorroidária.  

Uma das principais causas que provocam a doença hemorroidária é a obstipação e o consequente esforço realizado durante a ida à casa de banho, que sobrecarrega as veias hemorroidárias. Além disso, a ingestão excessiva de alimentos picantes e de álcool provoca a irritação do intestino e pode agravar os sintomas das hemorroidas. 

“A alimentação e a adoção de um estilo de vida saudável são consideradas fortes aliados na prevenção e no tratamento das hemorroidas. Sendo a obstipação considerada a principal causa do seu aparecimento e agravamento, é recomendada a adoção de uma dieta alimentar adaptada à doença, para evitar e controlar possíveis crises”, destaca Mariana Abecasis, nutricionista. 

Os alimentos ricos em fibras são os mais recomendados na doença hemorroidária porque promovem o bom funcionamento do trânsito intestinal e ajudam a amolecer as fezes. As fibras são consideradas essenciais para prevenir a obstipação e podem ser encontradas em legumes, frutas e cereais integrais. Além disto, a ingestão de bastante água é, igualmente, fundamental. 

Alimentos essenciais no controlo da doença hemorroidária - 5 recomendações: 

  • Alimentos ricos em fibras (pão escuro, arroz e massas integrais, etc.) 
  • Legumes de folhas verdes (brócolos, espinafres, agrião, etc.) 
  • Sementes (de chia, etc.) 
  • Frutas cruas 
  • Frutos secos (nozes, amêndoas, avelãs, etc.) 

Depois dos excessos é importante voltar a uma alimentação saudável. Em caso de agravamento da doença hemorroidária, é recomendável procurar um profissional de saúde. O tratamento pode variar de acordo com a situação de cada doente, sendo que os medicamentos venoativos, indicados para o tratamento das crises e prevenção das recorrências, e os tópicos para um alívio local complementar são as terapêuticas mais utilizadas, em fase de crise. Sendo uma doença com manifestações recorrentes e por vezes incapacitantes, um tratamento mais consistente pode passar pelo tratamento instrumental em regime ambulatório (esclerose; laqueação elástica; …) ou cirúrgico. 

Saiba mais em www.ashemorroidas.pt.

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
13 de março
O Grupo Português de Glaucoma da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), no contexto das celebrações da Semana Mundial do...

O glaucoma pediátrico é considerado raro, contudo quando se verifica resulta frequentemente em deficiência visual grave e é responsável por um impacto significativo no desenvolvimento e qualidade de vida das crianças afetadas, bem como das suas famílias.

Este webinar conta com a participação de especialistas de renome na área de oftalmologia pediátrica e vai abordar temas relacionadas com os tipos de glaucoma pediátrico, quais os sinais de alarme ou suspeita a que profissionais de saúde e familiares devem estar atentos.

Em idade pediátrica, o glaucoma pode ser dividido em dois grupos: primário e secundário. No glaucoma primário existe uma anomalia no desenvolvimento do sistema de drenagem do líquido intraocular, que resulta no aumento da pressão intraocular que por sua vez leva à lesão do nervo ótico.  Cerca de 10% dos casos podem ser hereditários e podem classificar-se de acordo com a idade da criança em que se registam os primeiros sinais associados:

Glaucoma congénito primário quando ocorre desde o nascimento até aos 24 meses de vida;

Glaucoma primário de início tardio quando ocorre entre os 24 meses e a puberdade.

O glaucoma pediátrico secundário pode resultar de doenças oculares, como doença inflamatória, de traumatismo ocular ou do uso de certos medicamentos como corticosteroides. As crianças que são operadas a catarata têm também uma probabilidade elevada de vir a ter glaucoma. Neste grupo, inclui-se também o glaucoma que pode surgir associado a doenças sistémicas como anomalias cromossómicas e genéticas.

No que diz respeito ao tratamento do glaucoma pediátrico, a opção cirúrgica é muitas vezes a mais adequada embora, tal como nos adultos, os colírios e o laser possam ter um papel preponderante em muitos casos.

As inscrições estão disponíveis aqui.

Opinião
A adolescência é uma fase de desenvolvimento, crescimento e transição para a idade adulta, o que tor

O desenvolvimento de competências socioemocionais, incidindo nas particularidades da adolescência, como as alterações pubertárias, a explosão hormonal, o desenvolvimento sexual e busca incessante pela autonomia, mudanças que podem ser instigadoras de comportamentos violentos e comportamentos de risco. Pretende-se, assim, o desenvolvimento cognitivo, social e emocional de forma a promover a saúde mental dos adolescentes, melhorando as suas capacidades de enfrentamento quando sujeitos a violência ou contrariedades, prevenido fenómenos de bullying, melhorando as interações sociais e favorecendo a tomada de decisão responsável a promoção e educação para a saúde. De facto, as consequências dos comportamentos violentos em idade infantil podem ser devastadoras para a saúde física e mental das crianças e adolescentes, com fortes implicações no seu desenvolvimento, rendimento escolar e no seu futuro enquanto adultos.

A aquisição de competências das crianças e dos jovens, permitindo-lhes confrontar-se positivamente consigo próprios, construírem um projeto de vida e serem capazes de fazer escolhas individuais, conscientes e responsáveis. Tem como missão, criar ambientes facilitadores dessas escolhas e estimular o espírito crítico para o exercício de uma cidadania ativa. A promoção da saúde mental no meio familiar possibilita uma melhoria da ligação entre a escola, a família e a comunidade, redução do abandono, do insucesso e dos comportamentos violentos em meio escolar, com repercussões nos resultados académicos e nos ganhos em saúde da comunidade educativa. Pela redução da exposição a fatores de risco e pelo favorecimento de fatores protetores, durante a infância, pré-adolescência e adolescência, permitem promover a saúde mental, e prevenir a doença mental na pessoa adulta.

Existem cada vez mais problemas de saúde mental, resultantes de agentes comportamentais, o que prediz a necessidade de desenvolver capacidades que apoiem os adolescentes na tomada de decisão, e que promovam a sua saúde mental.

Mas o que se passa, atualmente, com os nossos adolescentes, porque estamos numa era em que nunca houve tanta informação sobre saúde mental, parentalidade positiva, mindfulness, meditação e a ferramenta que é a internet. Mas o que se está a assistir é que que nunca vimos jovens com tanta superficialidade de emoções e sobrevalorização do aspeto exterior. O coping ineficaz, sem estratégias para lidar com as dificuldades conduzindo à impulsividade, frustração e ansiedade marcadas.

A interação relacional comprometida com os grupos de pares e com os pais. Os Pais com pouco tempo disponível para os filhos, exigências profissionais e ganhar dinheiro, não são capazes de identificar e avaliar as dificuldades dos filhos. Os progenitores têm medo de deixar os filhos errar e, portanto, fazem por eles, não percebendo que, desta forma, estão a tirar ferramentas aos jovens para aprender a lidar com as contrariedades da vida, e que mais tarde não vão ser capazes de reagir e ultrapassar as dificuldades da vida. Com toda a informação e as redes sociais, perdem a noção do limite entre o que é certo/errado. Perdem-se as rotinas em família, os horários e a própria interação muito reduzida para o tempo em família. A disfuncionalidade parental e, com isto, os jovens iniciam o desenvolvimento de quadros de autoestima diminuída, inseguranças, medos, fobias, humor depressivo, ansiedade, ideação suicida, comportamentos autolesivos e os distúrbios alimentares.

Em alguns casos, a existência de doença mental nos progenitores e a dificuldade na sua articulação com os meios existentes. A acessibilidade aos cuidados de saúde mental é suposta ser igualitária a nível do nosso serviço nacional de saúde. Mas o que acontece é que em regiões mais distantes das grandes cidades ainda é escassa ou inexistente.

O estar presente, o toque é, desde logo, uma boa prática na primeira intervenção com os jovens. Aprender a ouvir e a escutar mais, e evitar dar opiniões ou mesmo julgamentos de valor. A reestruturação cognitiva é uma intervenção adequada a estes jovens, mas com a necessidade de técnicos especializados e com custos elevados. Em termos comunitários, a ajuda diferenciada é escassa, e a que ainda existe tem custos económicos que grande parte das famílias não consegue suportar. A farmacoterapia é a que predomina, mas isto é só uma parte do processo. O tratamento passa por conciliar a psicoterapia com a farmacoterapia. Caso contrário, o problema, se não for resolvido mais tarde ou mais cedo, acaba por reaparecer sob a forma de outro problema físico e/ou emocional.

A adolescência é, por si, uma fase do ciclo vital que implica muitas alterações, quer a nível físico, emocional como socialmente. Desta forma, os jovens estão a definir as suas personalidades, sexualidade e identidade de género. Com isto, temos que estar atentos, principalmente nos jovens mais introvertidos e que tem mais dificuldade em exprimir e gerir as suas emoções.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Equipamentos de imagiologia substituídos para assegurar a neutralidade carbónica
A Fundação Champalimaud e a Philips celebram uma parceria sem precedentes que, em cinco anos, permitirá reduzir em 50% a pegada...

Os sistemas globais de saúde são responsáveis por significativas emissões de carbono - mais do que a aviação ou a indústria naval. Se o setor da saúde fosse um país, seria o quinto maior poluidor do planeta. A saúde humana e a saúde ambiental estão interligadas. Este setor tem uma grande oportunidade de combater as alterações climáticas, que afetam uma vasta gama de resultados para a saúde humana e impacta drasticamente a vida e os meios de subsistência de milhões de pessoas em todo o mundo.

Esta cooperação entre a Fundação Champalimaud e a Philips é baseada em três pilares fundamentais que foram desenhados para atingir os objetivos do projeto: EcoDesign, Economia Circular e Eficiência Energética. Estes pilares são assentes em valores que visam garantir a redução da necessidade de utilizar novos recursos e reciclar os materiais permitindo que tenham um tempo de vida mais longo.

“O setor da saúde não pode ignorar sua contribuição para as emissões de dióxido de carbono. Este impacto exige o reconhecimento da necessidade de alteração e consequente adoção de medidas para a sua mitigação. Esta parceria vai permitir reduzir o impacto que o setor da saúde tem no ambiente, garantindo os melhores cuidados de saúde aos nossos doentes” – garante Leonor Beleza, Presidente da Fundação Champalimaud.

A parceria entre a Fundação Champalimaud e a Philips assegurará a utilização eficiente do equipamento, sem comprometer a qualidade dos cuidados de saúde, e ainda melhorar a eficiência energética, de forma a evitar a utilização de substâncias perigosas, otimizando o uso de recursos. Para além da inovação tecnológica, este programa conjunto permitirá o desenvolvimento operacional através da introdução de metodologias de trabalho mais amigas do ambiente.

Esta parceria reconhece o impacto ambiental da imagem e por isso a Fundação Champalimaud compromete-se a substituir todo o equipamento nesta área, a fim de assegurar a neutralidade carbónica. A Deloitte foi nomeada para arbitrar a metodologia de cálculo (ReCiPe), realizar um cálculo de base externo da utilização do equipamento e monitorizar o plano de redução da Pegada Carbónica ao longo dos cinco anos.

“Além de melhorar os resultados dos pacientes e aumentar a eficiência, os prestadores de cuidados de saúde estão cada vez mais focados em mitigar o seu impacto no meio ambiente e em fazer escolhas mais sustentáveis”, disse Peter Vullinghs, Market Leader, Europe da Philips. “Temos um forte histórico na incorporação da sustentabilidade nas nossas soluções, operações e em toda a cadeia de abastecimento. Aproveitando essa profunda experiência, estamos nesta parceria com a Fundação Champalimaud para fazer uma mudança radical no seu impacto ambiental, permitindo avançar no seu objetivo de promover a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento do cancro”.

Os novos equipamentos permitirão melhorar o diagnóstico e o desenvolvimento de soluções de visualização de imagem e tecnologia de intervenção minimamente invasiva, proporcionando um diagnóstico, tratamento e investigação mais rápidos e mais precisos.

Como líder mundial em inovação científica e tecnológica, a Fundação Champalimaud está empenhada em investir em tecnologia de ponta para garantir a melhor qualidade do serviço que presta aos seus pacientes, contribuindo simultaneamente para uma indústria de cuidados de saúde sustentável e mais resistente.

 

Licenciatura em Ciências Cognitivas e do Comportamento
O Ispa – Instituto Universitário vai lançar uma nova licenciatura, única no País, em Ciências Cognitivas e do Comportamento, em...

A licenciatura de três anos foi criada no seguimento de uma análise das necessidades de um mercado nacional e internacional que apela cada vez mais a formas diversificadas de se sustentarem os processos de tomada de decisão organizacionais e de gestão que envolvam o fator humano.

O plano de estudos desta licenciatura pode ser articulado com a licenciatura em Psicologia, permitindo uma dupla licenciatura. A Licenciatura em Ciências Cognitivas e do Comportamento tem a duração de 3 anos (6 semestres) letivos, com um total de 180 ECTS. A dupla licenciatura em Ciências Cognitivas e do Comportamento e Psicologia tem duração de 4 anos (8 semestres).

A formação em Ciências Cognitivas e do Comportamento responde aos desafios profissionais do século XXI: o estudo da mente humana estende-se para além dos laboratórios e da procura dos algoritmos básicos. Adapta-se ao nosso dia a dia, permitindo antever a reação humana em contextos reais/virtuais e sustentando as decisões políticas e empresariais.

“Temos empresas modernas a precisar de obter informações sobre a forma como os seus clientes se relacionam com os produtos e outras que, estando inundadas de dados, não os sabem transformar em conhecimento relevantes para as suas decisões” afirma Teresa Garcia Marques, Diretora da Licenciatura em Ciências Cognitivas e do Comportamento.

A conclusão da licenciatura em Ciências Cognitivas e do Comportamento permite progressão de estudos ou carreira em áreas de investigação científica (como por exemplo Neurociências, Biologia, Psicologia, Linguística), em áreas de intervenção (como o Marketing, a Gestão de Informação, a Gestão de dados) ou direta integração no mercado de trabalho, como UX Researcher e/ou Data Scientist no campo empresarial.

A licenciatura em Ciências Cognitivas e do Comportamento agrega na mesma formação as competências de investigação e análise de dados computacionais, com os conhecimentos da Psicologia sobre o funcionamento da mente humana.

Mais informações sobre este curso aqui.

Impacto económico representa entre 2 a 6% do orçamento da saúde
Os rins desempenham inúmeras funções no organismo humano: filtram o sangue, eliminam as toxinas atra

De acordo com a especialista em Nefrologia, Portugal apresenta uma das taxas mais elevadas de doentes renais crónicos a integrar programas de diálise. “Embora apenas 0.1-0.2% da população geral seja submetida a algum tipo de tratamento substitutivo da função renal, esse grupo consome entre 2- 6% do orçamento dos cuidados de saúde, pois os tratamentos são comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde”, revela ainda quando ao impacto económico da doença.

“Em Portugal, o número de doentes com DRC avançada é crescente, mostrando que não estamos a dar a devida atenção à saúde dos rins, principalmente no que diz respeito à adoção de hábitos de vida saudáveis”, reforça ainda Inês Coelho alertando para os principais cuidados a ter para prevenir o desenvolvimento e/ou a progressão da doença renal:

  • Vigiar o peso, e emagrecer, caso tenha excesso de peso ou obesidade;
  • Evitar alimentos processados (“Descasque mais e desembale menos!”), evitar o excesso de açúcar e sal e evitar bebidas alcoólicas;
  • Manter atividade física regular;
  • Controlar a pressão arterial e a diabetes, e tomar a medicação prescrita para esse objetivo todos os dias;
  • Evitar o stress;
  • Parar de fumar;
  • Evitar a automedicação, nomeadamente o uso excessivo de anti-inflamatórios não esteroides.

A hipertensão arterial, a diabetes mellitus e a obesidade são perigosas para os rins

Apesar de existirem múltiplas causas para a doença renal crónica (DRC), “desde genéticas, como a doença renal poliquística autossómica dominante, infeciosas, obstrutivas, tóxicas, doenças autoimunes”, a hipertensão arterial, a diabetes mellitus e a obesidade estão entre as patologias que mais contribuem para o seu desenvolvimento e, por isso, classificadas como importantes fatores de risco a que todos devemos estar atentos.

Uma vez que não provoca “sintomas significativos” nos estadios iniciais, a Doença Renal Crónica é considerada uma doença silenciosa. “Com a instalação e progressão da doença vão surgindo sintomas variados como cansaço, perda de apetite, náuseas e vómitos, edema (inchaço) da face e pés, dificuldade no controlo da pressão arterial, falta de ar, comichão generalizada, alterações do sono e da memória. Todos estes sintomas são inespecíficos, pelo que é premente realizar exames de diagnóstico de rotina, no mínimo uma vez por ano, no seu médico de família”, esclarece a médica.

Quando a doença atinge estadios mais avançados é necessária referenciação a Nefrologia, a especialidade que se dedica ao diagnóstico e tratamento da doença renal.

“O diagnóstico é realizado através de exames simples de rastreio (como o doseamento de ureia e creatinina sérica e o exame de urina), pois a DRC não provoca sintomas significativos nos seus estádios iniciais, e, portanto, é uma doença silenciosa”, explica Inês Coelho, acrescentando que a “ecografia renal complementa o diagnóstico, permitindo avaliar a morfologia renal”.

No entanto, em alguns casos, é necessária a realização de uma biópsia renal que permite identificar a causa da doença.

Tratamento depende da causa e do estadio da patologia

“Dependendo da causa da DRC existem alguns tratamentos dirigidos a essa causa, bem como medidas gerais de preservação da função renal, que deverão ser instituídos o mais precocemente possível”, afirma a especialista, recordando a importância da adoção de estilos de vida mais saudáveis, recordando as medidas que enumeradas em matéria de prevenção.

“Quando os rins atingem o estádio mais avançado de doença, ou seja, deixam de funcionar, existem 3 tipos de tratamentos que substituem a função dos rins”, explica:

  • Hemodiálise – o sangue passa através de uma máquina onde existe um filtro que remove as toxinas e o excesso de líquidos. A técnica é realizada numa clínica ou hospital, habitualmente durante 4 horas, 3 vezes por semana, período em que o doente permanece sentado num cadeirão. Para realizar a técnica é necessário um acesso vascular, que implica uma pequena cirurgia aos vasos sanguíneos de um dos braços ou a colocação de um cateter venoso central.
  • Diálise Peritoneal – um líquido especial é introduzido na barriga, permitindo a depuração do sangue através de uma membrana que existe no organismo, a membrana peritoneal. O líquido é trocado várias vezes, durante o dia e/ou noite, e o doente é autónomo na técnica realizando-a em casa. Para realizar a técnica é necessário a colocação de um cateter peritoneal através de uma pequena cirurgia.
  • Transplante Renal – um rim proveniente de um dador (vivo ou cadáver) é transplantado no doente, sendo possível viver apenas com um rim. É a terapêutica de eleição, pois permite substituir de forma mais completa a função dos rins nativos. No entanto, nem todos os doentes são candidatos a transplante renal, quer pela sua idade avançada ou por outras doenças que possam ter. Para que o organismo não rejeite o rim é necessário tomar medicamentos (os imunossupressores) diariamente e para o resto da vida.

Em casos selecionados, revela a especialista, “existe também a possibilidade de realizar o Tratamento Conservador da DRC, que se foca essencialmente no controlo de sintomas sem a realização dos tratamentos substitutivos da função renal descritos”.

Entre as principais complicações associadas à DRC, Inês Coelho destaca a anemia, edema generalizado, dificuldade respiratória, alterações analíticas como a elevação do potássio, fósforo e a acumulação de ácidos, bem como problemas ósseos e infertilidade.

Por outro lado, revela, “a DRC associa-se a maior risco de doença cardiovascular e de mortalidade por causa cardiovascular”.

Por todos estes motivos, a especialista recomenda: “seja curioso, informe-se, tome consciência dos seus hábitos e mude aqueles que não lhe são benéficos”

“Apostar na sua saúde, através da escolha consciente de estilos de vida saudáveis é a forma mais eficaz de prevenir doença e de garantir uma qualidade de vida ao longo de todas as fases da sua vida, desde a idade jovem até à velhice”, realça. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Semana Mundial do Glaucoma assinala-se de 12 a 18 de março
A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), no âmbito da Semana Mundial do Glaucoma, alerta a população portuguesa para a...

Apesar de não ter cura, o glaucoma tem tratamento e quanto mais precoce for o seu diagnóstico, maior a probabilidade de impedir a progressão da doença e, assim, evitar a cegueira irreversível. Sob o mote ‘No glaucoma, tempo é visão’, a SPO pretende, com esta semana, alertar a população portuguesa para o que é o glaucoma e de que forma o diagnóstico precoce é essencial para evitar a progressão de uma doença que, apesar de não ter cura, tem tratamento.

Diagnóstico

O diagnóstico precoce do glaucoma é determinante e há fatores de risco, como a história familiar, que devem alertar para a doença: o glaucoma pode ser 10 vezes mais frequente quando existe um familiar direto (mãe, pai, irmão, irmã) portador da doença. Neste caso, sempre que haja alguém na família com glaucoma, a avaliação por oftalmologista é fundamental. Paralelamente, o rastreio do glaucoma está recomendado a partir dos 40 anos de idade, ou antes, caso existam outros fatores de risco, como a hipertensão ocular, alta miopia ou tratamento prolongado com corticoides. Também nos afrodescendentes a doença é mais frequente e potencialmente mais grave. Neste sentido, a consulta regular com um médico oftalmologista para efetuar uma avaliação ocular aprofundada, que inclui medir a pressão ocular e avaliar o estado do nervo ótico, é um comportamento essencial no que toca ao diagnóstico precoce e à prevenção.

Tratamento

Estima-se que mais de 50% das pessoas que sofrem de glaucoma, não saibam que têm esta doença. São cerca de 100 mil os portugueses que sofrem de uma patologia que os médicos oftalmologistas designam como ‘o ladrão silencioso da visão’, devido à ausência de sintomas durante a maioria do seu curso. Apesar de silencioso, aproximadamente 90% da cegueira relacionada com o glaucoma seria evitável com tratamento adequado e precoce. Para o correto tratamento da doença é necessário identificar o tipo de glaucoma do doente. Na maior parte dos casos, o tratamento assenta na aplicação de colírios (gotas para os olhos), com o objetivo de controlar e reduzir a pressão intraocular. Já o tratamento com laser está indicado em alguns subtipos de glaucoma. Por fim, a cirurgia pode ser imperativa quando não é possível controlar a doença com a utilização de colírios, sendo que, em alguns tipos de glaucoma, pode até ser a primeira opção de tratamento. Em qualquer dos casos, o tratamento não melhora a visão, não anula os danos que já ocorreram na função e estrutura do nervo ótico, mas impede a progressão da doença e permite que, quando instituído atempadamente, o doente preserve a sua visão.

Teresa Gomes, oftalmologista e coordenadora do Grupo Português de Glaucoma, reforça a importância do diagnóstico: “O glaucoma é a primeira causa de cegueira irreversível no mundo, no entanto quando diagnosticado precocemente e adequadamente tratado, a probabilidade de cegueira é muito reduzida. É importante ainda perceber que os glaucomas não são todos iguais e que o diagnóstico do subtipo de glaucoma deve ser preciso, por forma a adaptar o tratamento a cada caso. Este tratamento irá permitir o atraso ou até mesmo impedir a progressão da doença. O diagnóstico atempado de glaucoma é fundamental, sim, mas também é fulcral um acompanhamento regular, através da monitorização de parâmetros como a pressão intraocular e realização de exames como os campos visuais no sentido de confirmar a estabilidade da doença”.

Semana Mundial do Glaucoma, promovida pela Associação Mundial do Glaucoma, assinala-se entre os dias 12 e 18 de março, com mais de 500 atividades por todo o mundo que têm como principal objetivo promover o conhecimento da população sobre esta doença e o diagnóstico precoce, por forma a eliminar a cegueira provocada pelo glaucoma.

Em Portugal, o Grupo Português de Glaucoma, da SPO, vai promover no dia 13 de março, às 21:30, o webinar ‘Glaucoma Pediátrico’ direcionado a profissionais de Medicina Geral e Familiar, Pediatria e Neonatologia. As inscrições estão abertas no website da SPO. Já nos dias 14 e 15 de abril irá decorrer, em Albufeira, a Reunião Anual do Grupo Português de Glaucoma onde serão discutidas as mais recentes novidades sobre esta doença.

Sociedades médicas e associação de doentes deixam apelo
“A Doença Renal Crónica (DRC) deve ser incluída como uma prioridade de saúde pública, havendo uma necessidade urgente de...

A Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, a Sociedade Portuguesa de Nefrologia e a AstraZeneca unem as suas vozes num alerta para aquela que é atualmente a terceira causa de morte com crescimento mais rápido a nível global, esperando-se que se torne a quinta principal causa de anos de vida perdidos em todo o mundo até 2040, com implicações económicas e de saúde de longo alcance para o doente (2).

Motivos não faltam para falar no tema, como mostram os dados do relatório da análise à situação nacional feito pelo The Economist, que chama a atenção para a ausência, no País, de um conjunto de diretrizes de tratamento das doenças renais crónicas, salientando ainda que as que existem para deteção “são datadas e não estão alinhadas com as melhores práticas estabelecidas”. Mais ainda, o nosso país não enfatiza estas doenças em nenhuma política de saúde, sendo “inconsistentes as práticas para a sua deteção e cuidados”.

A mesma publicação fala ainda na necessidade de atualização dos registos nacionais, uma vez que o existente apenas recolhe dados sobre doentes nas fases finais da DRC; na necessidade da atualização das infraestruturas de saúde digital, consideradas insuficientes, “o que limita os conhecimentos que os investigadores, médicos e decisores políticos têm para melhorar a deteção e os cuidados” com a doença, ou ainda na urgência de aumentar a sensibilização para a DRC entre médicos de clínica geral e a população em geral, salientando a falta de literacia nesta área. E, reforça o relatório, “sem um conhecimento mais generalizado, é difícil encorajar a realização de exames e a prevenção”. 

Este novo estudo, que avaliou a população de Matosinhos, aponta para uma prevalência desta doença na população portuguesa de 10%(1). O estudo RENA estima que mais de 20% da população que frequenta Cuidados de Saúde Primários apresente algum grau de doença renal crónica (3). E tendo em conta que existe uma relação entre DRC, diabetes e doenças cardiovasculares, “a criação de programas integrados para controlo de doenças não transmissíveis ao nível dos cuidados de saúde primários aumentariam ou fortaleceriam a identificação e intervenção precoces na DRC”, uma vez que a deteção precoce da DRC pode ajudar a reduzir o risco cardiovascular.

É por isso que pedem um aumento da sensibilização “sobre a prevenção, deteção precoce e gestão da DRC nos grupos de alto risco, como pessoas que vivem com diabetes, hipertensão e/ou outras doenças cardiovasculares”, assim como o fortalecimento de “medidas políticas, legislativas e regulatórias, destinadas a promover a deteção precoce da DRC e dos sistemas de saúde, “promovendo serviços de saúde primários integrados e centrados nas pessoas”.

Associação reforça preocupação
A propósito do Dia Mundial do Rim, assinalado anualmente na segunda quinta-feira de março, a Associação Protectora dos...

“A diabetes é uma doença que está na origem de muitas outras patologias, como é o caso da doença renal crónica. Os rins são afetados pelo nível elevado de açúcar no sangue, havendo gradualmente uma redução do seu funcionamento.”, explica João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP, acrescentado que “é crucial haver um diagnóstico precoce, logo nas primeiras fases da doença renal, antes de esta chegar às suas formas mais graves”.

“Atualmente, o número de pessoas a fazer diálise é extremamente alto, ainda assim, não existe uma política de combate à insuficiência renal, conforme acontece relativamente a outras patologias. A diálise tem um impacto muito pesado e traduz-se numa significativa perda da qualidade de vida, além do encargo que representa para o Sistema Nacional de Saúde. A prevalência desta doença não tem aumentado, mas a custo da mortalidade que provoca.”, remata José Manuel Boavida, presidente da APDP.

A doença renal crónica consiste numa lesão com perda progressiva e irreversível da função renal. Pode atingir pessoas de qualquer idade ou género, mas a sua incidência é maior em adultos e idosos. Em Portugal, estima-se que mais de 800 mil pessoas sofram desta doença, existindo atualmente cerca de 13 mil pessoas dependentes de diálise. A diabetes, a obesidade e a hipertensão arterial são os três fatores que mais contribuem para que no futuro os números possam ser ainda mais altos, razão pela qual o diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais.

 

 

 

Estudo
O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde (DGS), em parceria com a...

Os resultados deste estudo piloto, baseado, por exemplo, na recolha de informação diária disponíveis nos sites dos supermercados, integram o relatório anual do (PNPAS), apresentado no âmbito do Dia Mundial da Obesidade.

Entre os alimentos analisados estão as refeições prontas para consumo, pão e produtos de padaria, queijos, carne e pescado processados, para os quais se verificou uma maior percentagem de produtos com um teor de sódio acima dos valores de referência. Estas conclusões indicam que a Saúde Pública pode beneficiar de uma reformulação de produtos.

Um outro exemplo que demonstra os benefícios destas medidas é o do Imposto especial de consumo sobre as bebidas açucaradas. Desde a sua implementação, em 2016, verificou-se uma tendência para a diminuição do teor médio de açúcar, representando uma redução de 38% na proporção de bebidas no escalão superior do imposto (teor de açúcar superior ou igual a 8 g por 100mL).

 

 

Estudo
A doença renal crónica e a diabetes poderão causar em Portugal uma perda superior a 410 mil anos de vida saudável por...

Em comparação com os doentes no estadio inicial, as pessoas com doença renal associada à diabetes no estadio de alto risco apresentam uma redução de 34% da esperança média de vida, uma duplicação dos anos vividos com incapacidade e um aumento dos custos totais em cerca de 81%. 

“Em termos de prevalência, Portugal é o terceiro país da Europa com mais pessoas com doença renal terminal e o oitavo em todo o mundo. Até agora, o impacto da doença renal diabética em Portugal era desconhecido e, por isso, a realização deste estudo foi bastante importante para colmatar esta lacuna”, realça Edgar Almeida, presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN).

De um modo geral, a análise por nível de risco da doença permite verificar que a progressão da doença está associada a piores resultados. O estudo demonstra que o aumento de risco conduz à diminuição da esperança média de vida, bem como ao aumento dos anos de vida perdidos por incapacidade e dos custos por pessoa. Considerando a totalidade da população, estima-se uma sobrevivência média de 8,62 anos, com 0,59 anos perdidos por incapacidade, e um custo médio lifetime de 24.613 €.

A diabetes é a principal causa primária de doença renal terminal, que se estima vir a ser a quinta causa de mortalidade mundial em 2040. Edgar Almeida acrescenta que “segundo dados já conhecidos, mais de 40% dos doentes com doença renal em todo o mundo iniciam diálise por nefropatia diabética. O estudo apresentado revela que, entre 2015 e 2019, a probabilidade anual de morte de doentes em diálise foi de 12,7%. É fundamental priorizar a doença renal diabética, a fim de combater o risco de maior mortalidade, morbilidade e os custos acrescidos numa doença que se estima impactar 550 mil portugueses.”

Após a realização deste estudo sobre a carga e os custos da doença renal diabética em Portugal, concluiu-se que é necessário dar prioridade aos doentes e continuar a gerar mais evidência clínica, para que futuramente seja possível implementarem-se políticas públicas de saúde capazes de responder às necessidades da população.

O estudo apresentado hoje avaliou a evolução natural da doença renal crónica em pessoas com diabetes, os custos e consequências na realidade portuguesa. Seguiu um modelo epidemiológico de predição de custos e consequências e foi elaborado por Margarida Borges, Luís Silva Miguel e Joana Matias (IQVIA Portugal), Edgar Almeida e Luís Falcão (Hospital Beatriz Ângelo), João Raposo (Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal), Rui Alves (CHUC), Miguel Bigotte Vieira (Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central), Manuel Pestana (CHUSJ), Josefina Santos (CHUP), Ana Paula Silva (CHUA), Gonçalo Duarte, Raquel Ascensão e João Costa (FMUL).

Entrevista | Prof. Edgar Almeida, Presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN)
A doença renal crónica e a diabetes podem levar a uma perda superior a 410 mil anos de vida saudável

De acordo com os dados do estudo “Evolução natural da doença renal crónica em pessoas com diabetes: custos e consequências na realidade portuguesa”, estima-se que doença renal diabética afete 550 mil portugueses. Neste sentido, começo por perguntar de que modo a diabetes afeta a saúde dos rins?

Cerca de 40% das pessoas com diabetes podem ter doença renal, sobretudo as que tiverem mau controlo da glicemia e da pressão arterial.

As pessoas com diabetes devem estar atentas a alterações da composição da urina, em particular, o aparecimento da albumina na urina, que é um marcador precoce de lesão renal.

Que fatores, para além da diabetes, podem condicionar o desenvolvimento de doença renal?

Os principais fatores de risco para a doença renal, além da diabetes, são a hipertensão arterial mal controlada, a obesidade, o sedentarismo, o tabagismo, o consumo de medicamentos tóxicos para os rins (como é o caso dos anti-inflamatórios não esteroides), etc. Mas também há predisposição familiar para doença renais e doenças genéticas hereditárias.

A que sinais devemos estar atentos? Quais a principais manifestações clínicas da doença?

A doença renal, nas fases iniciais, é completamente assintomática, sendo detetada apenas nas análises e na ecografia dos rins. O meu conselho é que devem contactar o seu médico para avaliar o envolvimento renal, particularmente se tiver fatores de risco (os que referi anteriormente).

Como é feito o diagnóstico da Nefropatia diabética?

Nos diabéticos, como em todas as restantes situações, as alterações da composição da urina, particularmente a albuminúria e as alterações da função renal (avaliadas pelos níveis de creatinina do sangue) são as formas como deve ser rastreada a nefropatia diabética. A ecografia renal também é útil neste diagnóstico.

Sabendo que existem diferentes estádios da doença (peço que os classifique), e sabendo que o seu curso é silencioso, habitualmente, em que fase surge a maioria destes diagnósticos?

A doença renal crónica está dividida em vários estádios – G1 a G5, de acordo com a função renal (a taxa de filtração glomerular estimada, calculada a partir do valor da creatinina do sangue); nos estádios iniciais, a presença de albumina (ou de proteínas) na urina é fundamental para fazer o diagnóstico. Por isso, é importante que as pessoas em risco de ter doença renal, façam regularmente a determinação da presença de albumina na urina.

Quais as principais complicações associadas à Nefropatia diabética? A que outras comorbilidades se pode associar?

Quando surge o envolvimento renal em pessoas com diabetes o mais provável é que coexistam outros problemas, pois habitualmente é o resultado de mau controlo da glicemia. Assim, nas pessoas com nefropatia diabética é comum terem retinopatia diabética, doença vascular aterosclerótica – que pode envolver as artérias do coração ou as artérias dos membros inferiores – e neuropatia periférica (perda de sensibilidade dos pés).

Qual o impacto socioeconómico estimado?

Os impactos são significativos – por um lado, a perda da qualidade de vida, a perda de dias úteis de vida laboral associada às necessidades de tratamento e, por outro, os custos dos vários tratamentos necessários para o controlo da diabetes e da progressão da doença renal. Um estudo recente, cujos resultados iremos divulgar hoje, no Dia Mundial do Rim, mostrou que os custos do tratamento da nefropatia diabética foram estimados em 17 mil milhões de euros!

Qual o tratamento?

O tratamento da nefropatia diabética começa na modificação dos hábitos alimentares, exercício físico, perda de peso (em geral, os diabéticos têm excesso de peso) e parar de fumar. Habitualmente, as pessoas com nefropatia diabética têm pressão arterial elevada pelo que, além de redução do sal na alimentação, devem ser tratadas com medicamentos anti-hipertensores do grupo dos inibidores da enzima conversora da angiotensina ou dos inibidores dos recetores da angiotensina. Recentemente, novos grupos de medicamentos tornaram-se essenciais para o tratamento da nefropatia diabética, como é o caso dos inibidores SGLT2 ou os antagonistas dos recetores dos mineralocorticoides.

E quais os cuidados a ter para prevenir o seu desenvolvimento?

O mais importante é assegurar o bom controlo metabólico da diabetes e o controlo da pressão arterial. Também deve evitar medicamentos tóxicos para o rim como é o caso dos anti-inflamatórios não esteroides (de venda livre).

Existe alguma diferença, em matéria de evolução da patologia, quando na presença de diabetes tipo 1 ou de diabetes tipo 2? Ou seja, o risco é igual para todos os diabéticos, não só quanto ao seu desenvolvimento, mas também quanto ao seu agravamento?

Os dois tipos de diabetes podem levar à nefropatia diabética. O importante, como já disse, é o controlo da glicemia (que pode ser mais difícil nas pessoas com diabetes tipo 1, embora as bombas de insulina possam ter melhorado este cenário) e da pressão arterial.

Que mitos persistem quanto à relação destas duas entidades clínicas?

É importante que as pessoas que têm a infelicidade de ser diabéticas tenham a noção que é possível viver com diabetes, ter uma vida feliz e plena e, ainda assim, evitar as complicações sérias que estão associadas ao mau controlo da glicemia e da pressão arterial.

No âmbito do Dia Mundial do Rim, que mensagem chave gostaria de deixar quanto a este tema?

Há cerca de 1 milhão de Portugueses que têm doença renal crónica. Essas pessoas iniciaram um caminho, geralmente longo, que as pode conduzir a uma situação em que a vida fica dependente de diálise ou transplantação renal. Muitas dessas pessoas não o sabem e, como tal, poderão não ter acesso às medidas necessárias para evitar que progridam para a fase terminal desta caminhada.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Internacional da Mulher assinala-se a 8 de março
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) quer consciencializar para o enfarte agudo do miocárdio, uma...

“Todos os anos mais de 12.000 portugueses sofrem um enfarte agudo do miocárdio. É primordial que o tratamento ocorra o mais rapidamente possível, após o início dos sintomas. Os sintomas mais comuns de enfarte são a dor no peito, por vezes com irradiação para o braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Na presença destes sintomas é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 – e esperar pela ambulância”, explica Eduardo Infante de Oliveira, presidente da APIC.

Os dados do Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção (RNCI), desenvolvido pela APIC, indicam que, em 2020, foram realizadas 3.817 angioplastias primárias para o tratamento do enfarte agudo do miocárdio, um aumento de 2,5 por cento, face ao ano anterior. Cerca de um quarto dos doentes tratados foram mulheres com uma média de idade de 68 anos, com um índice de massa corporal médio de 29,5, 26 por cento das quais fumadoras.

“Em Portugal, a incidência do enfarte agudo do miocárdio continua a ser elevada. Esta realidade deve-se, em muito, ao estilo de vida contemporâneo que levamos. No mundo atual estamos constantemente sujeitos a elevados níveis de stress e de ansiedade, e as mulheres não são exceção, uma vez que, vão acumulando funções profissionais e ainda têm de fazer uma gestão familiar. Além disso, também os fatores de risco como hipertensão arterial, a dislipidemia, a diabetes, a menopausa, o tabagismo, o excesso de peso e o sedentarismo contribuem para o aumento do risco de desenvolver a doença”, afirma João Brum Silveira, Coordenador Nacional da iniciativa Stent Save a Life e da Campanha Cada Segundo Conta (APIC).

E acrescenta: “Historicamente, em todo o mundo, o enfarte agudo do miocárdio tem sido considerado uma doença maioritariamente masculina, o que levou a que, “durante muitos anos, as mulheres fossem subdiagnosticadas e tratadas tardiamente”.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2018, registaram-se 4.620 mortes totais por enfarte agudo do miocárdio, que atingiram, maioritariamente homens, com uma relação de 136,2 óbitos de homens por 100 de mulheres. A idade média do óbito para as mulheres situou-se nos 81,4 anos.

Assista ao vídeo que consciencializa para o enfarte agudo do miocárdio aqui: https://youtu.be/hGu1rfylLgk

Dia Mundial do Rim
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) vai apresentar um livro com histórias de vida de doentes renais, no...

“Esta iniciativa tem como objetivo partilhar diferentes histórias de pessoas que foram diagnosticadas com doença renal crónica e que são testemunhos de força, coragem e resiliência.”, explica Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

Com este livro, pretende-se partilhar as histórias de 11 pessoas que são uma inspiração para todos os que lidam diariamente com a doença renal crónica. A primeira edição do livro contará com 11 mil exemplares que serão entregues a todos os doentes a realizar hemodiálise, em Portugal.

“A Associação Nacional de Centros de Diálise está empenhada em aumentar o conhecimento da população sobre a doença renal crónica e em consciencializar para a importância da sua prevenção e do seu tratamento precoce. No âmbito dos nossos esforços de mobilização ao nível da prevenção estamos também a promover a campanha “A Vitória Contra a Doença Renal começa na Prevenção”, que conta com o apoio das sociedades científicas e associações de doentes desta área”, conclui Sofia Correia de Barros.

A doença renal crónica caracteriza-se pela deterioração lenta e irreversível da função dos rins. Como consequência da perda desta função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Os doentes com diabetes, hipertensão arterial, obesidade e historial familiar de doença renal podem estar em risco de desenvolver esta doença.

 

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