Desenvolvido em Coimbra
Um estudo do metabolismo de células do cancro do pulmão desenvolvido por investigadores da Universidade de Coimbra, que já...

A investigação permitiu, através de técnicas de ressonância magnética nuclear (RMN), “quantificar a produção de lípidos em células cancerígenas, importante para ajudar a tornar o diagnóstico da doença mais claro”, afirma uma nota da Universidade de Coimbra (UC) divulgada.

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), o estudo focou-se em “duas linhas celulares de cancro de pulmão humano – A549 (muito comum) e H1299 –“, tendo os investigadores registado que “a síntese de lípidos é superior, em mais do dobro, à de uma linha celular de pulmão saudável”.

A descoberta já valeu ao seu investigador principal, Ludgero Tavares, o prémio “Jovem Investigador” (Young Investigator Award) no Congresso Internacional de Cancro do Pulmão, que decorreu na Malásia, organizado pela Associação Internacional para o Estudo do Cancro (Association for the Study of Lung Cancer), sublinha a UC.

O estudo, desenvolvido no âmbito de uma investigação que está em curso no Departamento de Ciências da Vida da UC, “foi eleito entre as mais de duas centenas de trabalhos apresentados” naquele congresso.

Os especialistas envolvidos na pesquisa, coordenada por Rui de Carvalho, “têm fortes indícios” que a Isocitrato Desidrogenase (IDH), “uma enzima do ciclo de Krebs (conjunto de reacções químicas que acontecem na vida da célula para a obtenção de energia) é a principal responsável por esta produção de lípidos em excesso nas células cancerígenas”, acrescenta a mesma nota da UC.

Os investigadores envolvidos no estudo estão agora, por isso, a “silenciar (retirar do sistema através de manipulação genética) esta enzima, para avaliar a sua preponderância no processo tumorigénico”.

O estudo do metabolismo do cancro do pulmão permite “conhecer melhor os mecanismos da doença, que causa anualmente 1,59 milhões de mortes em todo mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), contribuindo para melhorar o diagnóstico e avançar para o desenvolvimento de novos alvos terapêuticos”, explica Ludgero Tavares.

 

Liga Portuguesa Contra a Sida
A presidente da Liga Portuguesa Contra a Sida considerou que a inclusão dos testes à infecção VIH nas análises de rotina...

Maria Eugénia Saraiva comentava a informação publicada hoje no Diário de Notícias, de que a generalização do teste faz parte da nova norma para o diagnóstico e rastreio da doença, que já foi concluída pela c

“Os testes são uma mais-valia para todos (…) desde que não seja obrigatório, isto porque a obrigação implica também uma preocupação para todos nós quando se trata de uma situação que leva à discriminação e ao estigma”, salientou.

No entender de Maria Eugénia Saraiva, o importante é a população fazer testes o mais cedo possível.

“Quanto mais cedo fizermos o teste mais cedo e mais facilmente saberemos o estado serológico e o tratamento será mais efectivo. O que se está a passar agora é que muitas pessoas chegam ao hospital já tarde, com infecção e depois o tratamento não é o mais eficaz, já é tarde”, disse.

O doente será sempre informado de que lhe vai ser pedida a análise e pode sempre recusar. Até aqui o doente tinha de autorizar por escrito ou oralmente que a queria fazer, refere o jornal, citando a Direcção-Geral da Saúde.

“É importante fazer o teste. O importante é sabermos se estamos infectados, se estamos a infectar o outro. Esta tem sido a estratégia da Liga e por isso adoptámos desde 2012 a unidade móvel de rastreios que tem vindo a fazer testes, não só aos VIH, mas também às hepatites víricas e doenças sexualmente transmissíveis junto de populações mais vulneráveis em Lisboa, Loures e Odivelas”, disse a presidente da Liga.

Maria Eugénia Saraiva contou que tem havido uma grande adesão e procura do teste na carrinha, que tenta abranger toda a população.

“Ainda há muito a fazer é um caminho longo a percorrer. É importante perceber e nunca é demais repetir que esta doença pode atingir tudo e todos e que temos de prevenir, de perceber o nosso estado de saúde. Temos de passar a mensagem aos nossos jovens de que não existe vacina, não existe cura, só tratamento”, concluiu.

Administração Regional de Saúde
O Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul está há um ano sob gestão da Administração Regional de Saúde do Algarve e o...

Depois de ter terminado o contrato com o grupo que geria o centro, em Novembro de 2013, e de o vínculo não ter sido renovado por falta de visto do Tribunal de Contas, a Administração Regional de Saúde (ARS) assumiu a gestão da unidade, em São Brás de Alportel, e “viu-se obrigada a encerrar 10 das 54 camas de internamento para manter a qualidade dos tratamentos”, disse o presidente da entidade regional, João Moura Reis.

“Posso dizer o que oficiosamente sei, que é que vai ser dada autorização. O 'timing' em si não sei dizer, porque não posso fazer futurologia. De qualquer das maneiras sei que iremos ter num curto espaço de tempo autorização” para contratar os profissionais em falta para substituir aqueles que saíram por “motivos legítimos”, afirmou o responsável.

Esta autorização que permite “a contratação de efectivos para preenchimento de vagas não depende só da tutela, depende também do Ministério das Finanças”, acrescentou Moura Reis.

Ainda assim, o presidente da Câmara de São Brás de Alportel, Vítor Guerreiro, manifestou a sua “preocupação” pela “demora” na substituição dos profissionais.

Vítor Guerreiro lamentou que, após a passagem da gestão para a Administração Regional de Saúde (ARS), se tenha verificado, “logo em Fevereiro, o encerramento de 10 camas de internamento por falta de médicos fisiatras” e que se tenha “perdido, pouco a pouco, alguma capacidade na resposta”.

“Neste momento estão a funcionar 44 das 54 camas, continuam 10 camas encerradas, também houve bastantes constrangimentos relativamente à aquisição de medicamentos para o centro, uma vez que a farmácia da ARS não estaria preparada para este tipo de unidade e com medicamentos para este tipo de tratamentos”, afirmou Vítor Guerreiro.

O autarca frisou que, apesar de ter “sido sempre garantido por parte da ARS que os constrangimentos existentes iriam ser ultrapassados de imediato”, isso “não se verificou” e “o Ministério da Saúde aprovou, mas o Ministério das Finanças recusou a autorização” para contratar pessoal.

Vítor Guerreiro criticou também “a burocracia” e a “morosidade” nos mecanismos de contratação da ARS, cujo presidente reconheceu “não serem tão céleres como desejado”. Contudo, disse, podem “em breve” ser ultrapassados com a abertura de um concurso para a colocação dos profissionais necessários.

João Moura Reis anunciou ainda que há um grupo de trabalho a preparar um concurso internacional para atribuir a gestão do centro a um novo operador e que se pressupõe que este processo esteja terminado, “na pior das hipóteses, no primeiro semestre de 2015”.

“Há dois anos que há uma comissão para preparar um concurso internacional. Parece-me que é tempo mais do que suficiente para resolver estas questões”, contrapôs o autarca.

 

Dia Mundial da Luta Contra a Sida lembra
O Dia Mundial da Luta Contra a Sida assinala-se hoje com várias iniciativas, pelo país, para lembrar uma doença que, desde 1985...

Para assinalar a efeméride, o Grupo de Mulheres com Intervenção na Sociedade da SER+, Associação Portuguesa Para a Prevenção e Desafio à Sida, promove a conferência “VIH e os Afectos”, com o objectivo de debater a problemática do VIH em Portugal.

A conferência, que irá decorrer na Sala do Senado, na Assembleia da República, terá como foco a “descriminação das pessoas que vivem com a doença, e conseguir resoluções nesta matéria”.

A Abraço vai realizar um conjunto de acções com o objectivo de “continuar a sensibilizar a população portuguesa para a problemática do VIH/sida”, uma vez que o último relatório do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA) refere que se encontravam notificados, cumulativamente, 47.390 casos de infecção VIH, dos quais 19.075 em "estadio Sida".

Iluminar a Fonte Luminosa na Praça do Império, em Lisboa, com luzes vermelhas, é uma das acções que a associação vai realizar.

O dia também é marcado pela Abraço, com a realização da 22.ª Gala da Abraço, no Teatro São Luiz, em Lisboa, com acções de rua, que incluem rastreios ao VIH, na Praça dos Leões, no Porto, e um debate sobre o “investimento futuro na prevenção primária e secundária”, também no Porto.

A Universidade Católica vai acolher, entre hoje e quarta-feira, o Congresso Nacional de VIH, doenças infecciosas e microbiologia clínica, em que será discutido o futuro da terapêutica anti retrovírica, a simplificação dos tratamentos, a co-infecção VHC/VIH e o surto recente de ‘legionella’ em Portugal.

Segundo os dados do INSA, quase três casos por dia de infecção por VIH/sida foram diagnosticados no ano passado, em Portugal, num total de 1.093 situações, o que equivale a uma taxa de 10,5 novas infecções por 100 mil habitantes. Quanto aos óbitos, foram notificados 226 mortes ocorridas no ano passado em pessoas com a infecção por VIH, 145 das quais no "estadio Sida".

Até 2030
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu aos líderes mundiais que se comprometam a acabar com a Sida até 2030 através da...

“Apelo aos líderes mundiais para se unirem nesta causa comum. Há uma luz ao fundo do túnel. Estabelecemos uma meta concreta. Vamos todos acabar com a SIDA até 2030”, disse Ban Ki-Moon numa mensagem divulgada no âmbito do Dia Mundial da Sida.

Ban Ki-moon manifestou-se "satisfeito e orgulhoso" pelo que considerou ser o "caminho certo” na luta contra aquela doença, cujo legado disse ser já visível comparado à do vírus do Ébola na África Ocidental.

"Quase 14 milhões de pessoas em todo o mundo estão a receber tratamentos da Sida. Conseguimos reduzir novas infecções em 38%, desde 2001”, prosseguiu o secretário-geral da ONU na sua mensagem, em que agradece a dedicação dos parceiros que ajudam a combater a doença.

Depois de salientar que os sistemas médicos por si só não são suficientes para garantir "cuidados de saúde robustos”, Ban Ki-Moon apelou a mais apoios para combater a doença porque, destacou, "existem 35 milhões de pessoas a viver com o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, na sigla em inglês) hoje em dia e cerca de 19 milhões delas não têm conhecimento que contraem o vírus".

"Existem lacunas importantes na nossa resposta a grupos chave de pessoas. Duas em cada três crianças necessitam de tratamento e não dispõe do mesmo. As mulheres jovens são particularmente vulneráveis em muitos países com prevalência alta de HIV. A epidemia da Sida está a aumentar na Europa de Leste, Ásia Central e no Médio Oriente, alimentada pelo estigma, discriminação e leis punitivas. Ainda assim, o trabalho essencial dos sistemas de comunidade e organizações de apoio muitas vezes não dispõe de apoios por si. Não podemos deixar ninguém para trás", frisou.

O Dia Mundial de Luta Contra a Sida é comemorado no primeiro dia de Dezembro (hoje) para alertar as populações quanto à necessidade de prevenção e de precaução contra o vírus, que ataca o sistema imunológico do doente, e para lembrar todas as vítimas que faleceram ou estão infectadas com a doença. A Sida é a primeira causa de mortalidade em África e a quarta em todo o mundo.

A percepção
A percepção que temos dos enfermeiros é moldada no nosso dia-a-dia pelas nossas necessidades imediat

Quando chegamos a uma consulta sonhamos com uma enfermeira cliché, com já uma certa idade, carinhosa, de voz doce, como nos livros da nossa infância, que com esse efeito placebo de confiança representa logo metade do cuidado necessário. Mas podia ser um enfermeiro bem-disposto, que passa por nós a cantarolar. E por isso, quando nos deparamos com enfermeiros irritados, bruscos, que não nos ouvem logo, em voz alta ou baixa precipitadamente criamos anticorpos centrando no profissional um problema que não está nele mas é sistémico e diz respeito à gestão de fundos públicos e força de trabalho. A forma como o cidadão vê os enfermeiros passa por muitos factores mas também passa por este: relação de trocas fugazes, em que nem os cidadãos conhecem o trabalho dos enfermeiros nem os enfermeiros sabem o que está por detrás da vida dos doentes.

Os enfermeiros portugueses são expostos a uma brutalidade de turnos em regime de horas extraordinárias porque assim evita-se a contratação de novos profissionais – tem sido na sua resistência física e moral que repousam os cuidados e não na protecção laboral que lhe é devida. São, de todos os funcionários públicos, aqueles em que a relação formação-salário é mais desequilibrada, isto é, que ganham menos na relação com a sua formação da força de trabalho. Estão ameaçados também da mudança de relações laborais que abarca todos os sectores, isto é, de um despedimento de facto de quem ainda tem relações de trabalho-padrão, protegidas, para serem substituídos, na totalidade ou quase, por trabalhadores precários – às vezes são despedidos como trabalhadores fixos para serem contratados como trabalhadores precários, a ganhar em média 30 a 40% menos de salário. No limite, são forçados à imigração. Esta mudança, que sobretudo permite um aumento crescente de uma economia virada para rendas fixas, como a remuneração de juros da dívida pública (usando dinheiro do Estado Social, nomeadamente do SNS) ou as parcerias público-privadas, pode ser feita alegando «mobilidade especial», «extinção do posto de trabalho» ou simplesmente recusando-se a contratar novos profissionais sobrecarregando os que estão a trabalhar com mais horas, mais doentes, mais tarefas…Este processo tem levado a um fenómeno conhecido nos estudos do trabalho que vulgarmente se chama de exaustão, e que tem como consequência o cansaço, irritabilidade, aumento do número de acidentes de trabalho, esgotamentos, doenças físicas e mentais.

Os cuidados de enfermagem são essenciais e deviam ser ampliados, em nome de uma correta gestão dos fundos públicos – doentes acamados com menos cuidados vão ter mais doenças; recém mães sem experiência de amamentação ou o encerramento dos berçários vão criar dificuldades que facilmente se transformam em cansaço que abre brechas no sistema imunitário (é necessário lembrar que na Inglaterra ou na Holanda nos primeiros 2 meses há enfermeiros a acompanhar diariamente as recém mães); doentes seguidos no período de pós tratamento hospitalar, por exemplo, têm menos probabilidade de ter reincidências/recaídas não programadas; educação alimentar, física, ajuda a protelar doenças como a diabetes ou mesmo evitá-las, etc… Os exemplos de investir em cuidados de enfermagem são quase infinitos. E todos eles acarretam melhores condições laborais para os enfermeiros, melhores cuidados de saúde para a população e gestão mais eficiente dos orçamentos públicos de saúde.

 

 

Não se pode, finalmente, alegar insuficiência de recursos para fazer esta mudança, que relembramos outra vez, ela própria iria acarretar, na nossa opinião – e é possível criar uma medida de eficiência que o prova economicamente -, uma diminuição ou contenção de custos. Como observamos neste gráfico[i] podemos observar que a diferença entre o custo total e o custo final na saúde, como um todo, era de 1,0% em 1995 e 1,5% em 2010, o que revela uma perda de produtividade com um custo de 0,5% do PIB. Por outro lado, enquanto a produção estatal (a verde) caiu de forma drástica juntamente com o rendimento dos trabalhadores, o que é esperado uma vez que boa parte dessa produção estatal é precisamente serviço médico prestado, os gastos com a produção privada mercantil (a azul) subiram de 1,8% do PIB em 1995 para 5,3% em 2009 e 5,2% em 2010. Significa isto que a subcontratação e serviços privados dentro do SNS tem criado simultaneamente menos produtividade e mais lucro – tudo à custa dos salários dos profissionais de saúde. Podemos ver que esse movimento de privatização encapotada dá um salto em 2002, coincidindo a introdução da gestão empresarial nos Hospitais Públicos.




[i] Rui Viana Pereira e Renato Guedes in Varela, Raquel, Quem Paga o Estado Social em Portugal? (Bertrand, 2012)

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Programa Nacional para as Doenças Oncológicas
O coordenador do Programa Nacional de Doenças Oncológicas revelou que as mulheres estão a aderir menos aos rastreios dos...

Nuno Miranda falava durante a apresentação do relatório “Portugal – doenças oncológicas em números – 2014”, do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, que analisa os números mais recentes da incidência e mortalidade associados às doenças oncológicas e a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O oncologista sublinhou que cada vez mais mulheres são convidadas a fazer o rastreio ao cancro da mama – 389.602 em 2012 e 408.868 em 2013 -, número bastante superior ao das mulheres rastreadas (248.950).

“A percentagem de mulheres que aceita fazer rastreio ao cancro da mama está a diminuir”, disse Nuno Miranda, sugerindo que a polémica em torno da utilidade e riscos deste rastreio tem contribuído para estes valores.

Nuno Miranda disse ainda que as dificuldades financeiras também poderão contribuir para esta diminuição: “Menos dinheiro, menos disponibilidade para este tipo de preocupação”, afirmou.

A situação ao nível do colo do útero também preocupa o oncologista, ao ponto de as autoridades terem decidido realizar um inquérito para averiguar se estas mulheres não fazem de todo o rastreio ou se optam por fazê-lo em unidades de saúde privadas.

No rastreio ao cancro do colo do útero, a taxa de adesão desceu de 67,55%, em 2012, para 62,81, em 2013.

Nuno Miranda defendeu a promoção deste rastreio, até porque, para já, ainda é cedo para se fazerem sentir os efeitos da vacina contra o vírus do papiloma humano, um dos responsáveis por este carcinoma.

O documento apresentado aponta para “uma pequena diminuição na taxa de mortalidade padronizada por tumores malignos, tanto na população global como no grupo etário inferior a 65 anos”. “Este resultado é muito positivo, pois reflecte ganhos líquidos em saúde”.

Relatório do Programa Nacional
A produção dos hospitais portugueses no tratamento de doentes oncológicos aumentou mais de 11% nos últimos cinco anos, com mais...

A conclusão consta do relatório do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas (PNDO) “Portugal – Doenças oncológicas em números 2014”, apresentado em Lisboa e que analisa os números mais recentes da incidência e mortalidade associados às doenças oncológicas. Neste documento lê-se que “a produção hospitalar na área das doenças oncológicas tem vindo a aumentar todos os anos”.

O documento do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas analisa os números mais recentes da incidência e mortalidade associados às doenças oncológicas e a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em 2013, o número de utentes saídos dos hospitais do SNS devido a doença oncológica (90.594) foi 11,6% superior ao de 2009 (81.179) e 1,0% superior ao de 2012.

No ano passado, registaram-se 120.463 episódios de assistência hospitalar por doente (em 2012 foram 117.561). Em média, cada doente ficou internado 14,66 dias em 2013, quando tinha ficado 14,89 dias no ano anterior.

Ao nível cirúrgico, ocorreram 44.264 cirurgias oncológicas em 2013 (37.680 em 2009).

Nesta área, registou-se um aumento da percentagem de operados a neoplasias malignas que ultrapassaram o Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG): 14,8% em 2013 e 15,3% em 2013.

Para sessões de radioterapia, foram admitidos no ano passado 414.344 utentes (337.812 em 2009).

Ao nível dos medicamentos, aumentou o consumo, em quantidade, de medicamentos citotóxicos e imunomoduladores, “correspondendo a opções terapêuticas mais dirigidas”. “O único item onde se assistiu a uma discreta diminuição de quantidade foi o de Hormonas e anti-hormonas e esta diminuição é feita à custa do tamoxifeno”, lê-se no documento.

A quimioterapia oral sofreu um aumento significativo (dois por cento), sendo este aumento particularmente notável no grupo dos inibidores de tirosina cinase (10%).

Também em anticorpos monoclonais usados em oncologia se notou um aumento de consumo (11%).

 

Portugueses perderam 45 mil anos de vida devido a quatro tumores malignos em 2012

De acordo com o mesmo relatório, os portugueses perderam, em 2012, mais de 45 mil anos de vida devido a quatro tumores malignos. Em 2012 os portugueses perderam 19.548 anos de vida por causa do tumor maligno da traqueia, brônquios e pulmão.

Por causa do tumor maligno do cólon e recto foram perdidos 11.478 anos de vida e devido ao tumor maligno do estômago 10.093 anos. O tumor maligno do pâncreas foi responsável pela perda de 4.555 anos de vida.

O documento aponta para “uma pequena diminuição na taxa de mortalidade padronizada por tumores malignos, tanto na população global como no grupo etário inferior a 65 anos”.

“Este resultado é muito positivo, pois reflecte ganhos líquidos em saúde”.

Os autores do documento indicam que Portugal – tal como os outros países – assiste a “um aumento muito significativo de novos casos, fruto de alterações significativas da estrutura da pirâmide populacional e de alterações do estilo de vida”.

Ao nível dos 10 tumores mais frequentes em Portugal, em 2012 morreram 2.312 por tumor maligno do estômago, 2.612 por tumor maligno do cólon, 883 devido ao tumor maligno do recto e 3.446 por causa do tumor maligno da traqueia, brônquios e pulmão.

O tumor maligno da mama matou 1.663 mulheres, enquanto o tumor maligno do colo do útero foi responsável por 204 óbitos.

O tumor maligno do corpo do útero causou 183 mortes, o da próstata 1.745 e o da bexiga 924. Devido ao Linfoma não-Hodgkin morreram 664 pessoas.

Ao nível dos locais de residência dos doentes, os autores do documento identificaram altas taxas de mortalidade devido ao cancro do estômago na área geográfica da Administração Regional de Saúde (ARS) e devido ao cancro do recto na região abrangida pela ARS do Alentejo.

Na área abrangida pela ARS do Algarve foi identificada uma alta taxa de mortalidade e mortalidade precoce devido a tumores do cancro da traqueia, brônquios e pulmão.

Altas taxas de mortalidade para cancro da bexiga foram registadas nas áreas da ARS de Lisboa e Vale do Tejo e Algarve e uma baixa taxa de mortalidade na zona da ARS Centro do cancro da traqueia, brônquios e pulmão.

Desde Março
Mais de 500 cheques diagnóstico para o cancro oral foram usados desde Março, dando origem a 205 biopsias que identificaram 12...

O relatório “Portugal – Doenças oncológicas em números 2014”, que é hoje apresentado em Lisboa, refere que foram emitidos 1.969 cheques diagnóstico desde Março, quando entrou em vigor o Projecto de Intervenção Precoce no Cancro oral, do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral.

Destes cheques, 508 foram utilizados, dando origem a 205 cheques biopsia.

Das 205 biopsias efectuadas, registaram-se 12 casos com resultado positivo para cancro oral: oito na Administração Regional de Saúde (ARS) Norte, um na ARS Centro, dois na ARS de Lisboa e Vale do Tejo e um na ARS do Alentejo.

Foram ainda detectados três doentes com lesões potencialmente malignas, sendo os utentes referenciados pelo médico de família para o hospital de referência.

O tempo que medeia entre a utilização do cheque diagnóstico e a realização da biopsia e a consulta no Instituto Português de Oncologia (IPO) não ultrapassou os 10 dias.

Estudo revela
Um estudo internacional sobre o impacto psicológico da crise financeira demonstrou que, entre a população activa, são os jovens...

“É compreensível, tendo em conta que a incerteza quanto ao futuro é superior nos jovens, para além da falta de oportunidades com que estes se veem confrontados na actualidade”, comentou o investigador da Universidade do Algarve (Ualg), que integrou o projecto em 2011.

A investigação focou-se em Portugal, Grécia e Irlanda, e foi desencadeada pela Sociedade Mundial para o Estudo do Stresse e da Ansiedade, tendo o estudo nacional ficado a cargo do grupo de investigação “Bem-estar na sociedade”, do Centro de Investigação sobre Espaço e Organizações da Ualg.

Segundo Saul Neves de Jesus, o estudo pode servir para a criação de programas orientados para a gestão do stresse que ajudem as pessoas a desenvolver uma atitude mais serena perante as dificuldades e permita controlar as emoções negativas e criar estratégias para lidar com as dificuldades.

“As pessoas devem desenvolver estratégias orientadas para o enfrentamento dos problemas, em vez de evitamento ou de apenas lamentação, de forma a encontrarem soluções para as dificuldades encontradas e a tornarem-se mais resilientes ou resistentes”, comentou.

Em Portugal, o estudo abrangeu 729 pessoas com mais de 18 anos, estando 117 em situação de desemprego.

O estudo revelou, ainda, que o impacto psicológico da crise financeira é semelhante em homens e mulheres e também entre a população empregada e desempregada.

“O problema parece ser não tanto o estar numa situação de desemprego, mas sim as consequências desta situação para o sujeito, ao nível das dificuldades financeiras que isso possa representar”, observou Saul Neves de Jesus.

O estudo contou com a participação de alunos de doutoramento da Universidade do Algarve, estando a ser desenvolvidas teses sobre o impacto das dificuldades económicas em variáveis da psicologia positiva, como o optimismo, a espiritualidade e a satisfação com a vida e a análise particular da situação dos desempregados.

A Biblioteca Municipal de Faro acolhe hoje a apresentação de uma análise do impacto dos fatores económicos sobre o stress, a ansiedade e a depressão.

O estudo vai ter ainda uma fase de acompanhamento dos sujeitos estudados com vista à avaliação da forma como vão reagir em função das alterações que possam ocorrem na sua situação financeira.

Promover o ensino da hidrologia médica em Portugal
A ATP - Associação das Termas de Portugal que recentemente reivindicou a reintrodução do ensino da hidrologia médica nos cursos...

“Congratulamo-nos com o estabelecimento destas parcerias com prestigiadas instituições de ensino e investigação, que a médio prazo trarão benefícios aos utentes portugueses com necessidades de tratamento de doenças músculo-esqueléticas, respiratórias, pele, digestivas e até mesmo das doenças da civilização, como o tabagismo, stress ou a obesidade. explica Teresa Vieira, Presidente da Associação das Termas de Portugal.

A parceria com estas duas universidades abre assim portas à formação graduada e pós-graduada, contribuindo para um incremento da investigação aplicada, não só dos efeitos da água mineral natural no tratamento de patologias mas ainda na prevenção de doenças e promoção da saúde.

“Estudos recentes revelam que a aposta em programas preventivos de tratamento termal contribuem para a redução de situações de cronicidade, agravamento das doenças e redução da toma de fármacos. É por isso essencial voltar a colocar o termalismo em igualdade de circunstâncias relativamente a outras terapêuticas que se dirigem às mesmas patologias", conclui ainda Teresa Vieira.

Com o protocolo da Ubi, pretende-se ainda alargar esta parceira de formação e investigação a outras áreas de extrema importância para o sector termal, como seja a área da geologia.

Na sequência desta parceria já está a decorrer um curso de pós-graduação em Hidrologia e Geologia na UBI e é lecionada uma cadeira de hidrologia médica no curso de mestrado integrado do ICBAS.

Em Portugal existem 48 termas licenciadas e o sector emprega directamente 5.000 pessoas, sendo um grande impulsionador das regiões. 

Em 2014
Angola registou até outubro 34 novos casos e um morto por tripanossomíase, conhecida como doença do sono e considerada endémica...

Os dados foram avançados em Ndalatando, província do Cuanza Norte, pelo director-adjunto para a área técnica do Instituto de Combate e Controlo da Tripanossomíase, Amadeu Dala.

O técnico referiu que os números deste ano representam, ainda assim, uma diminuição em 35 casos, comparativamente ao mesmo período de 2013.

Amadeu Dala disse que os casos foram notificados nas províncias de Luanda, Malange, Uíge, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Bengo e Zaire, zonas consideradas endémicas.

Segundo o responsável, o instituto controla actualmente 200 doentes (infectados anteriormente) que se encontram sob acompanhamento médico, estando ainda sob vigilância epidemiológica outros, cujo número não foi revelado, já tratados.

Comparando a situação epidemiológica actual a períodos anteriores, Amadeu Dala sublinhou melhorias significativas nos últimos 12 anos, consequência do reforço do trabalho de prospeção activa da doença, aliada à luta anti-vectorial para o corte da cadeia de transmissão da epidemia.

"O factor insegurança desapareceu (com a paz alcançada em 2002), permitindo que as equipas de prospecção cheguem com mais facilidade até às zonas recônditas do país e possibilitando maior acesso aos centros de diagnóstico e tratamento da doença do sono a população", disse Amadeu Dala, citado pela agência de notícias angolana Angop.

Até 1997, Angola chegou a registar 8.275 casos da doença do sono, números que foram diminuindo ao longo dos anos, como comprovam os 69 casos notificados em 2013, sem óbitos.

Uma brigada de 80 técnicos do Instituto de Combate e Controlo da Tripanossimíase vai desenvolver no Cuanza Norte uma campanha de prospecção activa da doença até 22 de dezembro, enquadrada no programa governamental de erradicação da endemia até 2025.

Um total de dez equipas móveis, com enfermeiros, técnicos de laboratório e de luta anti-vectorial (encarregue pela colocação de armadilhas para a captura da mosca tsé-tsé) vão trabalhar nos dez municípios que integram aquela região.

Esse trabalho, segundo Amadeu Dala, tem como objectivo identificar pessoas infectadas, cuja doença ainda não se manifestou, encaminhando-as para os centros de diagnóstico.

Os técnicos têm ainda como tarefa colocar cerca de duas mil armadilhas em toda a província para a captura do vetor de transmissão da doença.

A tripanossomíase, uma doença tropical negligenciada e transmitida pela picada da mosca tsé-tsé, foi detectada em 15 das 18 províncias de Angola, estando livre da mesma apenas as regiões do Namibe, Huambo e Cunene, devido às suas características climáticas.

Investigadora afirma
Os enfermeiros são os funcionários públicos mais mal pagos em Portugal, quando se comparam salários com o nível de formação...

“São, de todos os funcionários públicos, aqueles em que a relação formação-salário é mais desequilibrada, isto é, que ganham menos na relação com a sua formação da força de trabalho”, sublinha, num artigo hoje publicado no nº 40 da revista Enfermagem e o Cidadão.

Para a Coordenadora do Grupo de Estudos do Trabalho da Universidade Nova de Lisboa, além disso, os enfermeiros estão também ameaçados pelas mudanças das relações laborais, que afectam todos os sectores.

Por vezes – acrescenta - também são despedidos como trabalhadores fixos para serem contratados como trabalhadores precários, “a ganhar em média 30 a 40 por cento menos” de salário.

Não obstante essas condições, “os enfermeiros portugueses são expostos a uma brutalidade de turnos em regime de horas extraordinárias porque assim evita-se a contratação de novos profissionais”, acentua num artigo com o título Enfermeiros, o que parece e o que é.

“Tem sido na sua resistência física e moral que repousam os cuidados (prestados aos cidadãos) e não na protecção laboral que lhes é devida”, realça a historiadora Raquel Varela.

Para a Coordenadora do Grupo de Estudos do Trabalho da Universidade Nova de Lisboa, os cuidados de enfermagem “são essenciais e deviam ser ampliados, em nome de uma correcta gestão dos fundos públicos”.

Refere, como exemplo, que doentes acamados com menos cuidados vão ter mais doenças, ou doentes seguidos no período pós tratamento hospitalar têm menos probabilidade de ter reincidências/recaídas não programadas.

“Os exemplos de investir em cuidados de enfermagem são quase infinitos. E todos eles acarretam melhores condições laborais para os enfermeiros, melhores cuidados de saúde para a população e gestão mais eficiente dos orçamentos públicos de saúde”, acrescenta.

Na sua perspectiva, o Estado não pode alegar insuficiência de recursos para fazer essa mudança, pois iria criar mais eficiência e uma diminuição ou contenção de custos.

Reportando-se a dados do PIB de 1995 a 2010, a investigadora Raquel Varela conclui que a “subcontratação e serviços privados dentro do SNS têm criado simultaneamente menos produtividade e mais lucro – tudo à custa dos salários dos profissionais de saúde”.

A revista Enfermagem e o Cidadão é editada pela Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE). Com uma tiragem de 14 mil exemplares, hoje é distribuída gratuitamente aos cidadãos do Centro de Portugal.

No editorial, o Presidente da Mesa da Assembleia Regional da SRC, Enfº Rui Cruz, critica a crise de valores na sociedade português, que também é intrínseca à área da saúde.

“Num País onde a qualidade dos cuidados de saúde melhorou ao longo de muitos anos, assiste-se hoje ao ‘desmantelar’ progressivo dessa realidade. Cuidados de proximidade cada vez mais distantes. Cuidados diferenciados cada vez mais caros (para o contribuinte e para o doente). Cuidados de emergência cada vez difíceis. Num País pequeno como o nosso, o conflito de ‘interesses’ parece ser muitas vezes sobreponível ao interesse do cidadão”, refere

Sob o título “É o País que temos... ‘Fujam todos!...’”, o dirigente da OE escreve que o país não cria as condições para que profissionais de saúde, com qualidade diferenciada, possam atender o cidadão naquela que porventura será a maior das suas necessidades, a de cuidados clínicos de emergência.

Mas, “em vez disso, discute-se hoje nos meandros de decisão como (e o quê!) colocar alguém, sem a formação adequada, a executar actos para os quais não estão habilitados” na área da emergência.

Na edição da revista são publicadas artigos de divulgação sobre várias temáticas, designadamente sobre o Testamento Vital, entrevistas a enfermeiros autarcas e músicos, e uma reportagem à Unidade de Diabetes do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, que inclui um testemunho na primeira pessoa de uma jovem diabética.

Para mais informações aceder aqui

Reportagem vídeo à Unidade de Diabetes

Depoimento de jovem diabética

Associação Nacional dos Jovens Empresários
Um “kit” de diagnóstico precoce de cancro oral venceu o 16.º Prémio do Jovem Empreendedor, promovido pela Associação Nacional...

Denominado Blue Stain, o “kit” permite a colheita de células do corpo e a sua análise em apenas alguns minutos e é uma inovação desenvolvida pela “startup” Targetalent, instalada em Paredes, distrito do Porto.

Fonte da Associação Nacional dos Jovens Empresários (ANJE) afirmou hoje à Lusa que este “kit” “direciona-se, sobretudo, para o diagnóstico do cancro oral”, que é feito através da recolha de células do corpo e a sua análise imediata, com recurso a um interface digital.

“O plano de negócios desta ‘startup’ especifica um investimento de 200 mil euros, valor já assegurado por dois investidores ('business angels')”, acrescentou a mesma fonte.

Liderada por Paula de Melo Alves e Francisco Ferreira, a empresa de Paredes apresentou a entidades de capital de risco o conceito deste “kit” considerado inovador em novembro do ano passado, no âmbito da 16.ª Feira do Empreendedor.

Na cerimónia de entrega dos prémios da ANJE, que decorreu na noite de quinta-feira no edifício da Alfândega, no Porto, foi também atribuída uma menção honrosa à Peekmed, que detém uma solução tecnológica (software) para o planeamento 3D da cirurgia ortopédica.

Esta tecnologia “permite que o ortopedista faça uso de um modelo 3D gerado a partir da tomografia computorizada do paciente de representações digitais 3D do material de osteossíntese (parafusos, placas de fixação, por exemplo)”, disse a fonte.

Esta foi a 16.ª edição do Prémio do Jovem Empreendedor, criado em 1998 e que este ano registou 15 candidaturas, das quais cinco foram selecionadas como finalistas.

A ANJE atribuiu ainda o Prémio Carreira a António Mota, que preside o conselho de administração do Grupo Mota-Engil, considerando o presidente da ANJE, João Rafael Koehler, que o engenheiro é “um exemplo de espírito de iniciativa, de coragem para assumir riscos, do trabalho abnegado e da visão para os negócios que a associação pretende transmitir aos jovens empreendedores portugueses.

Desde 2005
A UNICEF revela que 1.1 milhões de infecções por VIH entre crianças menores de 15 anos foram evitadas entre 2005 e 2013,...

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a diminuição do número de casos foi conseguida através do acesso de milhões de mulheres grávidas com o VIH a serviços de Prevenção da Transmissão de Mãe para Filho.

Os serviços permitem o tratamento do VIH durante toda a vida, o que reduz “significativamente” a transmissão do vírus aos bebés e mantém as mães vivas e em boas condições.

“Se conseguimos evitar 1.1 milhões de novas infecções por VIH em crianças, podemos proteger todas as crianças do VIH – mas apenas se conseguirmos chegar a todas as crianças” disse Anthony Lake, director executivo da UNICEF em comunicado.

“Temos de acabar com as desigualdades e fazer ainda mais para chegar a todas as mães, recém-nascidos, crianças, adolescentes através de programas de prevenção e tratamento de VIH que podem salvar e melhorar as suas vidas”, acrescentou o mesmo responsável.

A UNICEF destaca que os "declínios mais acentuados" ocorreram entre 2009 e 2013 em oito países africanos: Malawi (67%); Etiópia (57%); Zimbabwe (57%); Botswana (57%); Namíbia (57%); Moçambique (57%); África do Sul (52%) e Gana (50%).

Segundo o mesmo documento, o objectivo global para a redução de novas infecções por VIH em 90 por cento entre 2009 e 2015 continua ainda “fora do alcance”.

Apenas 67 por cento das mulheres grávidas que vivem com VIH em todos os países de baixo e médio rendimento receberam os medicamentos antirretrovirais mais eficazes de Prevenção da Transmissão de Mãe para Filho em 2013.

Para a UNICEF, as disparidades no acesso ao tratamento são um entrave ao progresso.

De acordo com a UNICEF, entre as pessoas que vivem com VIH em países de baixo e médio rendimento, os adultos têm muito maior probabilidade de aceder a terapia antirretroviral do que as crianças.

Em 2013, 37 por cento dos adultos maiores de 15 anos receberam tratamento, percentagem que nas crianças (entre os 0 e os 14 anos), foi de apenas 23 por cento, ou seja, menos de um em cada quatro.

As tendências de mortalidade devida à sida nos adolescentes também são motivo de preocupação, acrescenta a organização.

“Enquanto em todos os outros grupos etários se verificou um declínio de quase 40 por cento das mortes relacionadas com a sida entre 2005 e 2013, os adolescentes (10-19 anos) são o único grupo no qual as mortes relacionadas com a sida não estão a baixar”, conclui o mesmo documento.

No Camboja
As autoridades do Camboja anunciaram hoje ter queimado aproximadamente 5,1 toneladas de medicamentos contrafeitos num aterro...

Os fármacos, com rótulos em línguas estrangeiras, foram apreendidos em postos fronteiriços e em lojas desde 2012, e operações interdepartamentais.

“Foram queimados cerca de 62 tipos de medicamentos contrafeitos”, disse o vice-director do departamento de combate aos crimes económicos do Ministério do Interior, Long Sreng, aos jornalistas.

Os medicamentos foram importados do Vietname e empacotados no Camboja, indicou o mesmo responsável citado pela agência chinesa Xinhua.

No Reino Unido
Cerca do 70% dos frangos frescos à venda no Reino Unidos estão contaminados com a bactéria “campylobacter”, que provoca...

Um estudo publicado pela agência de segurança alimentar britânica (FSA) apresentou pela primeira vez números discriminados por cadeias de supermercados e revela que a bactéria foi encontrada em 78% cento dos frangos frescos refrigerados à venda na cadeia de supermercados “Asda”, em 73% na “Co-operative”, 69% nas cadeias “Morrisons”, “Sainsbury's” e “Waitrose”, 67% na “Marks&Spencer” e em 64% dos frangos á venda nos supermercados Tesco, uma das maiores cadeias do Reino Unido.

O estudo refere que números para as cadeias “Aldi” e “Lidl” não estão disponíveis.

A análise da FSA, cuja finalidade foi estabelecer a magnitude do problema, teve início em fevereiro e revelou ainda que 18 por cento das aves inteiras refrigeradas que foram analisadas apresentaram um nível contaminação superior aos níveis aceitáveis.

“Estes resultados mostram que a indústria de alimentos, especialmente as grandes superfícies, precisam de fazer mais para reduzir a quantidade de ‘campylobacter’ em frangos frescos", disse o director da FSA, Steve Wearne.

De acordo com o estudo, nenhum dos principais supermercados analisados cumpriu com as directivas de redução dos níveis de contaminação.

A “campylobacter”, que em casos raros pode provocar a morte, é em grande parte destruída no processo de cozedura da carne, mas, segundo a FSA, ainda provoca uma média anual de 280.000 casos de intoxicação alimentar no Reino Unido.

Centro Hospitalar do Oeste
Cerca de quatro dezenas de pessoas participaram nas Caldas da Rainha, numa vigília organizada pelo Sindicato dos Enfermeiros,...

Em causa está, segundo Rui Marroni, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), “o agravamento das condições de prestação de saúde aos utentes” nas unidades que integram o CHO (Hospitais das Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras) e “a falta de recursos, quer ao nível de enfermagem quer de médicos em alguns serviços”.

Enfermeiros, representantes de movimentos cívicos e eleitos de vários partidos políticos, concentrados em frente ao hospital, contestaram “a situação caótica que se vive nos serviços de urgência” do Hospital das Caldas da Rainha, onde sustentam não haver “adequada dotação das equipas de enfermagem e de outros profissionais”, gerando “uma sobrecarga de trabalho” que coloca em risco “a segurança dos cuidados prestados”.

Os enfermeiros acusam a administração hospitalar de agudizar a situação por “não ter cumprido o compromisso de abertura de mais dez camas no Hospital de Peniche”, para onde deveriam ser transferidos os utentes das urgências que não tivessem lugar no serviço de internamento.

As críticas estendem-se ainda à relação contratual com 35 enfermeiros, contratados através de uma empresa externa, que, a partir de Dezembro, passarão ao regime de recibo verde, e à falta de médicos em especialidades como a psiquiatria, obstetrícia e ortopedia.

Em resposta às acusações do SEP, o conselho de Administração do CHO esclareceu hoje que “tem desenvolvido acções para garantir a contratação de médicos para o quadro de pessoal” mas que, das 75 vagas abertas desde 2013, “apenas 16 foram ocupadas”, não tendo havido candidaturas para as restantes.

Aos jornalistas, o administrador do CHO, Carlos Sá, adiantou que, além dos concursos a decorrer para a contratação de médicos psiquiatras (devido à exoneração da única médica do serviço), já foi assinado pelo secretário de Estado da Saúde “um despacho que permite contratar obstetras a outras empresas”, o que permitirá aumentar a equipa de 11 médicos para mais quatro.

Garantiu ainda que as dez camas para internamento de doentes urgentes “estão colocadas e prontas a funcionar”, mas que não houve ainda “necessidade de usar esta solução de recurso, porque o número de doentes a isso não obrigou”.

Tanto mais que, segundo o ACHO, o número de episódios de urgência diminuiu este ano 8,9% em relação a 2013, o que representa, por exemplo, em relação ao mês de Novembro dos dois anos em causa – de 2013 para 2014 -, uma descida de 2958 para 2707 doentes assistidos nas urgências.

Carlos Sá refutou igualmente as críticas em relação aos 35 enfermeiros subcontratados, sublinhado que “o CHO é alheio às condições contratuais e ao valor pago aos enfermeiros”, tanto mais que a instituição “não alterou” as condições estabelecidas com a empresa, “mantendo o pagamento de 10,35 euros hora”.

A vigília dos enfermeiros vai manter-se ao longo de todo o dia apesar de, dos cerca de 40 manifestantes iniciais, apenas menos de uma dezena se encontrarem no local durante a tarde.

Governo vai criar
A secretária de Estado da Ciência, Leonor Parreira, anunciou que em 2015 será criado “um programa muito substancial” de apoio à...

“Vai ser anunciado logo que esteja concluído e resulta de uma parceria do Ministério da Educação e Ciência com o Ministério da Saúde”, acrescentou.

Leonor Parreira, que presidiu à abertura do Simpósio "O Futuro da Ciência no Século XXI", comentava as críticas feitas por cientistas sobre a falta de investimento do Governo na área da investigação, nomeadamente na área da saúde.

A presidente da Associação Portuguesa de Investigação em Cancro, Leonor David, afirmou que existe em Portugal uma “investigação de qualidade”, mas “sem futuro à vista” devido à falta de apoio financeiro aos projectos de investigação.

Contudo, a secretária de Estado da Ciência garantiu hoje que “ao contrário do que tem sido muito dito, Portugal durante este período de assistência financeira não desinvestiu em ciência”.

“Tivemos um período muito difícil, mas houve um reforço financeiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia que não foi trivial, foi mais de 250 milhões de euros em 2012. O Orçamento de Estado para a ciência já subiu em 2014, 7% e vai subir 8% em 2015”, afirmou.

Leonor Parreira acrescentou que “é claro que todos gostariam que houvesse muito mais, mas fez-se um grande esforço, não houve realmente diminuição de fundos. Houve uma execução para a ciência e tecnologia em termos de execução orçamental que permitiu inclusivamente subir o financiamento efectivo do sistema em 2012 e 1013, quando comparado com 2011. Portanto houve um esforço colectivo”.

Especialista defende
O presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos defendeu que se o plano nacional de cuidados paliativos fosse...

Manuel Luís Capelas, presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), explicou que os custos por cada doente a necessitar de cuidados paliativos em Portugal poderiam baixar entre dois a 4 mil euros por ano, caso existissem estruturas mais adequadas, uma vez que se estima que haja em Portugal cerca de 60 mil adultos a necessitar destes cuidados.

"O custo destes doentes para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) baixava e tornava o serviço nacional mais eficiente", defendeu o enfermeiro, especializado nesta área, à margem da sessão de abertura da segunda edição das Jornadas de Cuidados Paliativos do Algarve, que decorrem em Faro.

Aquele responsável referiu que há muito poucas equipas especializadas no país, o que faz com que, em certos locais, não seja cumprido o tempo de atendimento mínimo, como o caso de um serviço no país, que não especificou, em que há apenas um médico a trabalhar uma vez por semana nesta área.

Além da necessidade de estruturas básicas de internamento que prestem estes cuidados, Manuel Luís Capelas insiste na necessidade de ampliar as respostas ao domicílio, o que contribuiria para diminuir as hospitalizações.

No distrito de Faro, por exemplo, existe apenas uma equipa de suporte domiciliário em cuidados paliativos, que actua nos concelhos de Vila Real de Santo António, Castro Marim, Alcoutim e Tavira, embora haja distritos no país sem qualquer recurso nesta área.

Segundo Fátima Teixeira, coordenadora da equipa de cuidados paliativos do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Sotavento Algarve III, até ao final do ano deverá ser criada uma equipa semelhante no ACES Barlavento, estimando-se que em 2015 todo o Algarve possa estar coberto, com a constituição de uma terceira equipa, no ACES Central.

No caso dos cuidados paliativos pediátricos, o presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) admite que há todo um caminho a percorrer, mas elogia o trabalho "exemplar" que tem vindo a ser feito nesta área, que classifica como muito sensível.

"A sociedade reage com maior dificuldade a estas questões nesta faixa etária", afirmou, observando que não existem equipas especializadas na prestação destes cuidados a crianças e jovens, mas frisando que há profissionais que estão a ser formados para tal e que a questão "está a ser pensada de raiz".

Para o também professor da Universidade Católica, apesar de a prevalência de doenças que ameaçam a vida ser menor nas camadas mais jovens, o impacto é muito superior para a família.

Apenas um em cada 10 doentes terminais tem acesso a cuidados paliativos e cerca de 50% dos doentes referenciados nem sequer chegam a ser admitidos nas unidades porque morrem entretanto, concluiu.

 

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