Trabalhadores da cozinha da Unidade Local de Saúde da Guarda em greve

A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro para denunciar as deficientes condições de trabalho na cozinha que serve o hospital da Guarda, segundo o dirigente Afonso Figueiredo.
"Desde Maio de 2013 que a cozinha do hospital foi encerrada. Os trabalhadores da empresa concessionária estiverem a confeccionar na cozinha do Instituto de Emprego e Formação Profissional desde Maio até Agosto de 2013. Depois, a cozinha foi instalada em contentores", explicou o sindicalista.
Afonso Figueiredo disse que a cozinha provisória "não tem espaço" para os funcionários [da empresa concessionária e da ULS] laborarem no seu interior onde "têm que pedir licença uns aos outros para poderem trabalhar".
Em relação às condições de higiene e segurança, segundo o sindicato, os funcionários "não têm cacifo para guardar os pertences", utilizam uma casa de banho "minúscula" e o chão das instalações "não é antiderrapante".
"Por muito que estes trabalhadores se esforcem, é natural que a qualidade da alimentação esteja comprometida quando chega aos doentes e aos funcionários do hospital", vaticina Afonso Figueiredo.
Os trabalhadores em greve e dirigentes sindicais participaram hoje em uma manifestação realizada junto da entrada do hospital e da sede da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda.
Os manifestantes não foram recebidos pela administração da ULS, mas o seu presidente, Vasco Lino, disse aos jornalistas que já tinha respondido por correio electrónico às suas reclamações.
O responsável rejeitou que a cozinha provisória não reúna condições de trabalho, apontando que os contentores "foram feitos para aquele fim e são acompanhados pelas autoridades" de saúde pública e pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
"Estes contentores são feitos especificamente para esta área da cozinha", sublinhou Vasco Lino, indicando que, em breve, a unidade será aumentada com mais dois contentores.
Futuramente, segundo o responsável, a cozinha da ULS/Guarda será instalada no edifício do conhecido "Pavilhão 5", onde funcionaram as urgências até à entrada ao serviço do novo pavilhão hospitalar.
O concurso público para construção da cobertura do edifício já foi publicado, seguindo-se "um outro para a requalificação interior", estando prevista "a construção de uma cozinha" que substituirá aquela que está actualmente em contentores, referiu Vasco Lino.
A greve de hoje dos trabalhadores da cozinha da ULS da Guarda começou às 06:30 e termina pelas 19:30, mas não compromete o fornecimento de refeições no hospital por estarem assegurados os serviços mínimos.