Por serem os melhores
Há 11 unidades com uma classificação de "Excepcional", 42 obtiveram "Excelente", 104 "Muito bom"...

A avaliação aos centros de investigação portugueses atribuiu notas de "Excelente" e "Excepcional" a 63 unidades que, por isso, irão receber cerca de 47 milhões de euros, revelou a secretária de estado da Ciência.

O processo de avaliação de 322 centros de investigação começou em 2013 e, depois de atravessar duas fases, está agora a chegar ao final com a divulgação dos resultados: 11 unidades tiveram uma classificação de "Excepcional", 42 obtiveram "Excelente", 104 "Muito bom" e outras 90 conseguiram a nota de "Bom", escreve o portal da TSF.

A avaliação, que está a cargo da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), destina-se à atribuição de financiamento para os próximos cinco anos, para despesas correntes e actividades estratégicas, sendo que apenas as instituições com nota superior a "Bom" irão receber financiamento da FCT.

As 32 instituições que obtiveram "Insuficiente" assim como as 33 com nota "Suficiente" não terão financiamento.

Enfermagem Offshore
Ser Enfermeiro numa plataforma petrolífera é um desafio que muitos portugueses têm abraçado.

A busca por petróleo tem-se tornado cada vez mais intensa, o que tem levado Homens e máquinas para locais cada vez mais distantes e hostis. Este aspecto evidencia o aumento exponencial de riscos associados e que podem causar sérios danos, lesões e doenças aos trabalhadores implicados. A Enfermagem Portuguesa tem provado o seu valor nos mais diversos contextos. Ser Enfermeiro numa plataforma petrolífera é um desafio que muitos portugueses têm abraçado. Mas neste ambiente tão peculiar, onde muito pode suceder, os Enfermeiros não têm perdido o conceito de cuidar, assim como as exigências implicadas no acto de abordar alguém que precisa de assistência imediata.

A indústria do petróleo e gás tem vindo a evoluir significativamente e de acordo com as crescentes necessidades energéticas do mundo. O consumo de energia é cada vez maior e as reservas de petróleo e gás são cada vez mais reduzidas. É, assim, necessário explorar estas reservas em locais cada vez mais remotos e inóspitos tais como o Mar do Norte, o Circulo Ártico ou o Golfo da Guine. Nestas localizações, a exploração petrolífera faz-se em águas ultra-profundas o que requer a presença e isolamento humano durante largos períodos.

Compreende-se, desta forma, que estas localizações são desafios para a resposta médica uma vez que se encontram a distâncias consideráveis dos locais onde se podem prestar cuidados de saúde diferenciados.

Tendo em conta a exigência dos processos existentes nas plataformas petrolíferas e o ambiente de trabalho envolvido são necessários profissionais de saúde com um background académico e com um conhecimento profissional que se adeque às exigências deste mercado. Devido à sua facilidade em comunicar e interagir com equipas multidisciplinares e multiprofissionais, aliado ao facto de possuírem uma elevada qualidade nos cuidados que prestam, os Enfermeiros Portugueses têm sido muito requisitados para preencherem as posições necessárias à prestação de cuidados de saúde offshore em países africanos.

Participando activamente no planeamento e execução de procedimentos que garantam aos trabalhadores das unidades offshore um ambiente seguro e com cuidados de saúde de qualidade, estes Enfermeiros são responsáveis por promover acções de prevenção e tratamento de todas as doenças e lesões que possam surgir.

 

 

As exigências da Indústria

Analisando os padrões de saúde nas mais diversas regiões, facilmente se conclui que estes não obedecem ao rigor que tantos gostariam. As fórmulas para calcular as necessidades são diferentes e aqueles que observam a saúde à luz das recomendações da Organização Mundial de Saúde nem sempre lhes obedecem.

Como resultado destas discrepâncias nos requisitos de cuidados de saúde, a Indústria mundial procurou criar algumas normas que melhorassem o nível de saúde nas suas variadas instalações e mercados.

A Indústria Petrolífera, não sendo excepção, segue as recomendações da Associação Internacional de Produtores de Óleo e Gás (OGP), no que está relacionado com a saúde e a Resposta à Emergência Médica. Assim sendo, a bordo de qualquer instalação petrolífera deve estar presente um técnico de nível 3 (paramédico) ou nível 4 (medico/enfermeiro).

A experiência com os Enfermeiros portugueses em Angola tem aglomerado as recomendações da IOGP com a experiência acumulada por estes. São evidentes as vantagens e as melhorias na qualidade dos cuidados prestados aos trabalhadores das instalações offshore.

Aliado a este facto, o apoio das equipas presentes em terra é fundamental. Algumas das decisões tomadas pelo Enfermeiro offshore são precedidas de diálogos e trocas de opinião com estas. Usualmente, o apoio é referido como um suporte Topside e conta com a segunda opinião de um Médico ou Enfermeiro que sustenta ou propõe alterações aos cuidados e tratamentos efectuados à vitima/paciente.

As evacuações são, possivelmente, as situações mais críticas e que colocam à prova o background destes Enfermeiros. A maior diferença entre a emergência offshore e a que ocorre num local com uma assistência medica diferenciada reside no facto de que o Enfermeiro offshore poderá ter que estar sozinho por diversas horas até que a assistência chegue ao local.

 

 

O Enfermeiro como representante da saúde

O Enfermeiro que trabalha neste ambiente representa a figura que promove a saúde e o bem estar de todos os trabalhadores da plataforma petrolífera. É ele quem se responsabiliza pelos altos padrões de saúde e higiene necessários nestes locais. Se se pensar que este é o local onde diariamente várias dezenas de pessoas trabalham e vivem, percebe-se a necessidade de promover a prevenção da doença e impedir a contaminação do ambiente com bactérias, vírus e fungos.

Para isto, o Enfermeiro tem à sua disposição um conjunto de mecanismos que desenvolve ao longo do tempo. São eles ações de promoção da saúde, campanhas de vacinação, inspeções sanitárias e controlo da qualidade da água potável. Como representante máximo da saúde, cabe ao Enfermeiro assegurar os cuidados necessários a todas as patologias que surgem, assim como em todas as lesões resultantes de acidentes de trabalho. 

Conta com uma clínica equipada com uma farmácia onde possui um vasto leque de medicação, assim como os equipamentos necessários a uma grave emergência médica. Resumidamente, esta clinica compreende uma área de tratamentos, uma zona de ressuscitação equipada com maca, oxigênio, ventilador, monitor/desfibrilador e carro de emergência.

 

 

A experiência pessoal

A procura por novos desafios e oportunidades. A crença de que a Enfermagem pode e deve ser valorizada em toda a sua riqueza. A necessidade de uma valorização pessoal acrescida. Eis os motivos que levaram o autor a procurar ser Enfermeiro Offshore.

Após a revalidação de algumas competências no que ao Suporte Avançado de Vida e Trauma dizem respeito, surgiu a oportunidade pelas mãos da Europ Assistance – Global Corporate Solutions, uma empresa internacional em forte crescimento que procura colaboradores com forte vontade de demonstrar o espírito de inovação, responsabilidade e competência que a caracterizam.

Ser e representar a saúde numa plataforma petrolífera é, ao mesmo tempo, um prazer e um desafio. Todos os dias são diferentes. A imprevisibilidade está sempre presente.

É um prazer porque o Enfermeiro tem a oportunidade de gerir e organizar o seu trabalho de acordo com o que considera ser o mais adequado. Trabalha em conjunto com equipas multidisciplinares e multiprofissionais de diversas nacionalidades e experiências. Vê o seu trabalho valorizado e reconhecido.

É, também, um desafio. Para além da gestão e administração da clinica, da presença constante de doenças tropicais, o facto de ser o único profissional de saúde a bordo implica que seja o primeiro interveniente directo em todas as situações de saúde que possam ocorrer. Este facto exige que seja conhecedor de toda a farmacologia e equipamento que tem consigo. Desde um simples arranhão até uma paragem cardiorrespiratória será sempre o primeiro a actuar. Para um profissional de saúde que tem por hábito ter uma equipa de saúde a trabalhar consigo isto representa um desafio importante.

O ritmo de trabalho durante os 28 dias que separam a vida em offshore do regresso a casa é uma componente importante no processo de adaptação. O trabalho por turnos acaba no momento em que se entra numa plataforma petrolífera. Aqui só existe um turno: vinte e quatro horas por dia durante 28 dias. Neste período pode acontecer de tudo... Muita atividade ou pouca atividade, muitos ou poucos doentes, muitas ou poucas reuniões. Esta imprevisibilidade torna o Enfermeiro Offshore alguém que tem que se manter sempre pronto para estar presente quando é necessário.

Esta realidade afasta e ao mesmo tempo aproxima o Enfermeiro Offshore da pratica pura da Enfermagem. Por um lado afasta o Enfermeiro do contexto hospitalar a que tantos estão habituados, pois o tipo de organização do trabalho e posição ocupada está incrivelmente distanciada da realidade hospitalar.

Contudo, o tempo disponível para atender e cuidar das pessoas permite que se desenvolvam atividades extremamente importantes para a prevenção da doença e lesões resultantes do trabalho.

Viver e trabalhar numa plataforma petrolífera tem possibilitado ao autor acumular uma vasta e rica experiência numa área pouco divulgada entre a maioria dos profissionais de saúde. Tem-lhe permitido, acima de tudo, olhar para os doentes/vitimas numa perspectiva diferente.

 

Referencias:

  1. Ponsonby, Mika and Irons. Offshore industry: medical emergency response in the offshore oil and gas industry. Occupational Medicine Journal; 59. 298-303; Oxford University Press. 2009

 

Daniel Almeida, Enfermeiro Offshore, Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica

EuropAssistance – Global Corporate Solutions

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Gratuita e acessível
O Plano Nacional de Vacinação foi instituído em Portugal em 1965, sendo uma ação gratuita e acessíve

A vacinação é um meio preventivo de diferentes doenças infecto-contagiosas, como o tétano, a tuberculose ou a poliomielite, reduzindo em grande escala as taxas de mortalidade e morbilidade pelas diferentes doenças. Com a vacinação algumas doenças foram erradicadas do mundo, como por exemplo a varíola em 1976, e outras doenças desapareceram em determinados pontos do nosso planeta. A erradicação de doenças apenas acontece em países que têm um plano nacional de vacinação devidamente organizado, como é o caso de Portugal, tendo o nosso país um dos melhores resultados a nível mundial. Dado que há uma taxa elevada de cobertura vacinal em Portugal, as doenças-alvo que são abrangidas pelas vacinas já estão erradicadas do país ou bastante controladas.

 

Crianças não vacinadas mais vulneráveis imunitariamente

Nos últimos anos muitos indivíduos têm vindo a optar por não vacinar os seus filhos, dado que as doenças evitáveis praticamente já não existem. No entanto o que estes indivíduos se esquecem é que estas crianças não vacinadas estão mais vulneráveis imunitariamente, podem contrair essas doenças, com as reações adversas que daí possam advir, dado que essas doenças ainda existem em muitos locais do mundo incluindo a Europa, e podem trazer novas epidemias para o nosso país.

Uma vacina é um preparado de antigénios que quando administrada a um indivíduo provoca uma reação de imunidade específica aos diferentes agentes infeciosos mencionados em cada vacina. Para as pessoas que acham que se correm muitos riscos devido aos efeitos secundários das vacinas, deve-se ter em conta que contrair qualquer uma das doenças-alvo do Plano Nacional de Vacinação (PNV) é um risco muito superior para a sua saúde.

 

Se vai para o estrangeiro não dispense Consulta do Viajante

Cada país tem as suas doenças-alvo, como tal é aconselhável que, sempre que se faça uma viagem, principalmente para países de risco, se recorra à Consulta do Viajante, de forma a obter um aconselhamento sobre quais as vacinas extra PNV que a pessoa deve fazer. Este meio de prevenção protege a própria pessoa e evita que o viajante importe outras doenças para o nosso país.

Os motivos pelos quais nos devemos vacinar são:

- o facto de as vacinas salvarem vidas;

- as vacinas são um direito de todos os cidadãos, em especial das crianças;

- o facto de as doenças que se evitam com a vacinação serem uma grande ameaça à saúde pública;

- o facto de as doenças poderem ser controladas e evitadas;

- o facto de que o custo das vacinas compensa nos ganhos em saúde.

 

As vacinas do Plano Nacional de Vacinação

As vacinas do PNV abrangem a prevenção das seguintes doenças: tuberculose, difteria, tétano, tosse convulsa, infeções por Haemophillus influenzae tipo b, poliomielite, sarampo, papeira, rubéola, infeções por papiloma vírus humano (vírus do cancro do colo do útero, apenas administrada a crianças do sexo feminino), hepatite B e meningite C. A vacinação, em Portugal, inicia-se 2 a 3 dias após o nascimento das crianças, tendo uma periodicidade mais frequente durante o 1º ano de vida, prolongando-se por toda a vida.

A vacina contra o tétano e difteria é administrada ao longo de toda a vida, de 10 em 10 anos, dado que a vacina não dá proteção a longo prazo. As pessoas só estão protegidas se tiverem o esquema vacinal em dia. O tétano é uma doença que pode ser contraída através de uma picada de inseto, ou por uma ferida feita em ferros enferrujados, entre outras situações, levando a espasmos musculares, que pode levar à morte, pelo que é muito importante ter a vacina em dia. A gripe é também uma doença evitável, sendo que a melhor forma de a prevenir, e evitar consequências maiores, é fazendo a vacina.

 

A vacina contra a gripe, e quem deve vacinar-se

A vacinação contra a gripe é também uma atividade de extrema importância, em especial para os cidadãos com idade igual ou superior a 65 anos, e para os cidadãos portadores de doenças crónicas. A vacina contra a gripe deve ser administrada anualmente, dado que os vírus da gripe sofrem mutações, o que faz com que a vacina seja modificada de ano para ano. O período ideal de administração da vacina é entre outubro e dezembro de cada ano, podendo no entanto ser feita durante todo o outono e inverno. Existem grupos alvo de cidadãos que têm direito à vacinação contra a gripe gratuita, pelo que todos os anos cada utente se deve informar na sua Unidade de Saúde sobre este assunto.

 

O enfermeiro é quem tem conhecimento correto da vacinação

A vacinação é uma das principais atividades dos enfermeiros que prestam cuidados nos serviços de Cuidados de Saúde Primários.

Os enfermeiros têm como responsabilidade a eficácia da vacinação, sendo estes os profissionais de saúde que detêm conhecimentos sobre o correto plano nacional de vacinação, sobre a correta forma e via de administração, sobre os cuidados pós-vacinais e reações adversas, sobre as contraindicações verdadeiras e falsas, sobre os modos de conservação, entre outras coisas.

As vacinas são muito seguras, eficazes e têm um elevado grau de qualidade. Estas previnem muito mais doenças e salvam mais vidas do que os tratamentos médicos.

 

 

 

Bibliografia:

Leça, A., Calé, E., Freitas, G., Castelão, I., Valente, P., & Fernandes, T. (abril de 2014). Perguntas frequentes sobre vacinação. Direção Geral da Saúde.

Mendes, S. C. (8 de setembro de 2012). Prevenir e erradicar doenças pela vacinação. Saúde Pública.

Subtil, C. L., & Vieira, M. (julho de 2011). Os primórdios da organização do Programa Nacional de Vacinação em Portugal. Revista de Enfermagem Referência III série nº4.

Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.

 

Ângela Quinteiro - Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediatria na USF Viriato Viseu

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Guiné-Bissau
Uma prevalência de Sida superior à média nacional nas forças de segurança e defesa da Guiné-Bissau levou o Secretariado...

Novos protocolos com os ministérios da Defesa e da Administração Interna para "reforçar a distribuição de preservativos e informação" e "aumentar o número de pessoas em tratamento anti-retroviral (ARV)" vão vigorar em 2015, disse Anaximandro Zylene, secretário nacional do Secretariado Nacional de Luta Contra a Sida (SNLS).

Está também prevista a prestação de apoio psicossocial. Segundo dados divulgados pelas autoridades de saúde, a prevalência de Sida ronda os 3,3% na Guiné-Bissau, chegando a 5,3% na faixa etária entre 15 e 49 anos, e supera nove por cento entre elementos das forças de segurança e defesa.

Anaximandro Zylene refere que faltam estudos mais aprofundados sobre aqueles números, mas admite que "a mobilidade profissional" possa ser uma das causas.

De acordo com o responsável, as verbas destinadas a estes programas específicos de combate à Sida estão garantidas através de apoios internacionais, nomeadamente para a terapia ARV.

"Importa diminuir o caso de perdidos de vista", ou seja, pessoas que iniciam tratamento, mas que o abandonam, sem que haja qualquer seguimento da sua situação.

Os medicamentos ARV "são caros", mas Anaximandro Zylene lança um apelo às autoridades e parceiros internacionais: "temos que fazer tudo para ter mais medicação na Guiné-Bissau", dada a baixa taxa de cobertura - inferior a 30% nos adultos e a rondar 10% em crianças.

A alta prevalência de Sida entre forças de segurança e defesa levou ao financiamento de actividades específicas desde 2008.

Nos últimos cinco anos foram formados activistas no seio das diferentes forças, os quais são responsáveis pela "sensibilização dos seus pares" acerca de comportamentos de risco e formas de tratamento, recorda o líder do SNLS.

"Pretende-se uma maior 'captura' de seropositivos, para lhes assegurar tratamento de qualidade e para continuarem a prestar serviço ao país", concluiu.

Assegurar continuidade de cuidados
Os bebés que nascem prematuros requerem cuidados especiais que, após a alta, deixam os pais apreensivos e, para lhes dar...

O objectivo é assegurar a continuidade de cuidados, após a alta hospitalar, em articulação com os Cuidados de Saúde Primários, permitindo “altas precoces” e fazendo diminuir as “visitas” ao Hospital, depois das crianças irem para casa.

Criada em 2008, a título experimental e apenas no concelho de Aveiro, a Visita Domiciliária de Neonatologia estende-se hoje à área de abrangência do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, em articulação com os centros de saúde e unidades de saúde familiar, deixando os pais mais informados e descansados.

“Para nós, a visita domiciliária ao recém-nascido prematuro reveste-se de extrema importância, pois através desta prática pode-se assegurar a continuidade de cuidados e fornecer aos pais todo o apoio que necessitam”, considera Maria do Céu, chefe da Pediatria do Hospital de Aveiro.

Trata-se de uma acção voltada para a família, em que se empenham os profissionais de saúde, com o objectivo de melhorar a qualidade dos serviços prestados.

“É inquestionável a necessidade que as famílias têm, aquando da alta para o domicílio, na garantia da continuidade de cuidados com segurança, o que podem obter com a nossa visita domiciliária”, acrescenta.

A Lusa acompanhou Ana Carolina, enfermeira na unidade de prematuros do Hospital de Aveiro, e Paulo Ribeiro, enfermeiro na Unidade de Saúde Familiar de Albergaria-a-Velha, numa dessas visitas, no caso a dois gémeos prematuros.

Manhã cedo a equipa encontrou-se para ir a casa de Halyna Tolstykh, uma jovem imigrante a quem nasceram dois rapazes com 27 semanas de gestação e que, após o regresso ao lar, estava ansiosa pela chegada dos enfermeiros.

Pesadas e observadas as crianças, verificados os boletins de saúde e feitos os procedimentos adequados, os enfermeiros trocaram entre si opiniões técnicas sobre o estado dos bebés e o agendamento de consultas e vacinação, mas, sobretudo, sossegaram a mãe, que havia notado dificuldades respiratórias num deles.

Apesar de gémeos, um apresentava um peso superior ao outro e houve que dar conselhos sobre a alimentação de cada um, adequada às diferenças.

“As crianças encontram-se bem. Trata-se de uma mãe muito competente, com bebés muito prematuros, que nasceram com 27 semanas de gestação, quando o normal é de 38 a 40, e é óbvio que havia algum receio, mas nota-se que é uma mãe muito competente nos cuidados, o que nos deixa muito contentes”, disse a enfermeira hospitalar.

O estado de saúde foi considerado normal para bebés prematuros e foi concluída mais uma visita que serviu para Ana Carolina fazer “a passagem de testemunho” ao colega do Centro de Saúde e familiarizá-lo com o caso.

Paulo Ribeiro, enfermeiro na USF de Albergaria-a-Velha, recebe a responsabilidade do acompanhamento, que passa a estar mais próximo.

“É uma fase nova e temos de acompanhar estas crianças e a família e é sempre mais fácil se tivermos esta passagem. O contacto é permanente e é muito mais confortável para a família saber que a qualquer momento pode contar connosco”, conclui.

Suspenso desde 2012
O programa de troca de seringas, suspenso desde 2012, vai ser retomado em Janeiro, começando pelo distrito de Setúbal, anunciou...

“Começaremos de forma progressiva a partir do início do ano, em Setúbal, depois progressivamente Lisboa, até atingir todo o país”, explicou Paulo Macedo. Também em declarações à Lusa o presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Paulo Duarte, precisou que ainda em Janeiro o programa de troca de seringas será estendido ao distrito de Lisboa. “Acreditamos que em três ou quatro meses poderemos ter todos os distritos envolvidos”, disse o responsável.

A retoma do programa de troca de seringas nas farmácias já tinha sido anunciada mas até agora não fora concretizada. Desde 2012 que estava suspenso, quando cessou o contrato entre a ANF e o Ministério da Saúde.

Desde então a troca de seringas, como lembrou Paulo Macedo, era feita apenas nos centros de saúde e em instituições de solidariedade social, tendo só este ano sido trocadas “mais de um milhão de seringas”, disse.

“Mas sem dúvida que, quer com a malha geográfica que as farmácias cobrem, quer com a colaboração activa das farmácias, podemos fazer melhor do que temos vindo a fazer”, sublinhou o ministro.

Paulo Macedo explicou ainda que o protocolo com a ANF estabelece que se faça uma avaliação ao final de um ano, para aferir custos e ganhos, ganhos que o governante espera “obviamente” ter. Depois dessa avaliação as farmácias deverão ser remuneradas pelo serviço, que no primeiro ano é prestado gratuitamente.

Paulo Macedo desvalorizou o facto de o acordo com a ANF só agora se ter concretizado (depois de várias vezes anunciado), explicando que o Ministério e a ANF estão a debater outros acordos, sobre temas como a adesão terapêutica, a diabetes ou o aumento dos genéricos. “Quisemos dar algum tempo, avançar nos diversos programas em paralelo”, disse.

Paulo Duarte explicou que este tipo de acordos não é simples e que há “questões técnicas e operacionais que demoram mais tempo”. Certo é que a partir de Janeiro farmácias do distrito de Setúbal reiniciam o programa, nos mesmos moldes que existia em 2012.

O programa “Diz não a uma seringa em segunda mão” começou em 1993, tendo como mentora Odette Ferreira, então presidente da Comissão Nacional de Luta Contra a Sida.

Devendo durar três meses, o sucesso foi tal que só terminou em 2012. Nesse período foram recolhidos 50 milhões de seringas, dos quais 33 milhões nas farmácias.

Destinado a utilizadores de drogas injectáveis, segundo uma avaliação da empresa Exigo Consultores evitou sete infecções de VIH/Sida por cada 10 toxicodependentes.

Nos primeiros oito anos o Estado poupou entre 400 milhões e 2.000 milhões de euros em tratamentos e outros custos com os doentes evitados, segundo o estudo.

Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares
A presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Marta Temido, considerou que o aumento de capital dos...

Marta Temido comentava o despacho assinado pelos Ministérios da Saúde e das Finanças, de aumento de capital dos hospitais públicos “de norte a sul” do país e que envolve mais de 450 milhões de euros (não relacionados com as verbas do Orçamento do Estado). As verbas começam a ser disponibilizadas ainda este ano.

“Esta notícia é muito bem recebida, muito bem acolhida (…). Este reforço vai permitir retirar alguns hospitais da falência técnica e por outro lado vai permitir pagar dívidas em atraso”, disse à Lusa a presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH).

Marta Temido lembrou que o reforço vai permitir pagar dívidas vencidas ainda este ano, nomeadamente ao grande credor que é a indústria farmacêutica.

“A verba vai permitir encerrar o exercício económico de uma forma mais limpa. Só à indústria farmacêutica estamos a falar de dívidas de mais mil milhões de euros até Agosto deste ano e prazos de pagamentos que ultrapassam um ano”, adiantou.

Apesar de a notícia ser bem-vinda, a responsável considerou que a grande questão mantém-se: como evitar em 2015 acumulação de nova divida vencida.

“Enquanto presidente da APAH, já comentei esta notícia no ano passado. A questão é como é que para o ano não vamos estar a comentar esta notícia novamente. Que reestruturação, que reorganizações, que eficiências estão a ser trazidas para as estruturas hospitalares de forma a evitar que periodicamente haja necessidade de injectar dinheiros públicos”, disse.

Na opinião de Marta Temido, é necessária “coragem política e envolver todos os agentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para fazer uma reorganização que permita mantê-lo nos seus princípios constitucionais".

“Devemos dotar o SNS de estruturas que permitam responder às necessidades das populações, que se alteraram radicalmente”, concluiu.

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, disse que a verba vai permitir “uma mudança radical na Saúde em termos de equilíbrio dos hospitais e da possibilidade de fazerem novas encomendas, de fazer face à lei dos compromissos e da sua postura perante os fornecedores”.

Paulo Macedo referiu que há hospitais em situações muito difíceis, “designadamente em termos de falência técnica” e que este dinheiro vai permitir a regularização de dívidas, a diminuição do passivo e o equilíbrio da situação financeira.

Estudo
Quase um quinto dos jovens portugueses entre os 10 e os 20 anos magoaram-se a eles próprios, segundo um estudo realizado este...

Para este estudo foram inquiridos mais de 6 mil alunos do 6.º, 8.º e 10.º ano de uma amostra aleatória de escolas de várias regiões de Portugal, com uma média de idades de 14 anos. De acordo com os dados preliminares deste estudo que hoje são apresentados, 20% dos jovens inquiridos referem ter-se magoado a eles próprios pelo menos uma vez nos últimos 12 meses.

A coordenadora do estudo em Portugal, Margarida Gaspar de Matos, explicou que estes jovens infligem lesões a eles próprios como forma de descompressão, para tentar controlar o stress, para se acalmarem ou mesmo vencerem a monotonia das aulas.

“Mas estes comportamentos auto-lesivos acabam por não ser um alívio. É uma tentativa frustrada de descompressão”, referiu a especialista.

Mais de metade dos jovens indicou que se sentia triste (59%) e farto (52,3%) durante o comportamento auto-lesivo, sendo as raparigas que referem mais frequentemente que já se magoaram de propósito.

Margarida Gaspar de Matos considera que é necessário olhar com atenção para a saúde mental dos jovens e procurar medidas: “o decréscimo global desde 2010 da sua saúde percebida, tanto a nível de sintomas físicos como de sintomas psicológicos de mal-estar, sugere que a saúde mental dos adolescentes é um assunto subestimado e a carecer de atenção urgente”.

Além do aumento da percepção de sintomas físicos e psicológicos no que se refere à saúde destes jovens, cresceram também os comportamentos de ‘bullying’/ provocação que vinham a baixar desde 2006.

Quanto aos sintomas psicológicos, embora a maioria dos adolescentes indique que raramente os sente, há mais de 8% dos inquiridos que dizem sentir-se nervosos quase todos os dias, enquanto 5,9% refere irritação numa base diária e 5,1% admite estar triste ou deprimido.

Como positivo, os resultados do “Health Behaviour in School-aged Children” mostram um decréscimo no uso de álcool, tabaco e outras substâncias ilegais.

“É positivo que estes consumos tenham descido. Mas devemos lembrar-nos que estas substâncias eram associadas a uma descompressão. E temos a saúde mental e física a piorara, tal como a violência interpessoal e a auto-lesão. Temos de encontrara formas de perceber como estes jovens podem descomprimir”, comentou Margarida Gaspar de Matos.

 

Adolescentes portugueses gostam da escola, mas não das aulas nem da comida da cantina

A grande maioria dos adolescentes portugueses gosta da escola, sobretudo dos colegas e dos intervalos, com as aulas e a comida da cantina a serem os pontos apontados como mais negativos. O mesmo estudo indica que 73% dos jovens afirmam gostar da escola, com as raparigas a surgirem como gostando mais do que os rapazes.

Os colegas e os intervalos são apontados como os preferidos dos alunos portugueses neste estudo, seguindo-se as actividades extracurriculares e os professores.

Em último lugar aparece a comida servida nos refeitórios escolares, antecedida das aulas propriamente ditas.

Nos estudos anteriores feitos em vários países para o mesmo projecto da OMS foi identificada uma fragilidade na relação dos adolescentes portugueses com a escola, surgindo como os que têm pior percepção da sua competência escolar, mas mesmo assim sendo os que mais mencionam gostar da escola.

Concretamente em relação às aulas, os alunos portugueses referem, no estudo deste ao, que a sua principal preocupação é o facto de a matéria ser difícil, demasiada e aborrecida.

Embora a maioria continue a planear frequentar o ensino universitário, diminuíram os que o pretendem fazer em relação ao estudo de 2010.

Margarida Gaspar de Matos, considera que esta diminuição está relacionada com a crise económica, frisando que se trata de uma geração com “falta de expectativas”.

A responsável sublinhou ainda à agência Lusa que o estudo revelou também que um quinto dos jovens sentem pressão dos pais para serem bons alunos e que essa pressão não os ajuda a melhorar.

 

Mais de um quarto dos adolescentes dorme menos de oito horas por noite

Mais de um quarto dos jovens portugueses, entre o 6.º e o 10.º ano, dorme menos de oito horas por noite e a maioria refere que sente dificuldade em acordar de manhã, segundo o estudo sobre os comportamentos dos jovens em idade escolar.

Ainda estão em maioria os adolescentes e jovens que dizem dormir oito ou mais horas por noite durante a semana, mas são quase 30% os que referem ter noites de sono com menos de oito horas. À medida que a escolaridade avança as horas de sono diminuem, já que são os jovens mais velhos (do 10.º ano) que mais frequentemente indicam dormir menos de oito horas por noite.

Mais de um terço dos jovens diz que todos os dias sente dificuldades em acordar de manhã, enquanto 14% refere ter sono durante as aulas diariamente.

Sobre outros hábitos ligados à saúde, o estudo mostrou que a maioria dos adolescentes toma o pequeno-almoço todos os dias, mas há 16% que referem que não é habitual tomarem esta primeira refeição, um dado que preocupa a coordenadora desta análise, Margarida Gaspar de Matos.

Quanto ao desporto, metade dos adolescentes indicam que praticam actividade física três ou mais vezes por semana, mas apenas 15% refere fazê-lo todos os dias.

Em relação aos comportamentos sexuais, mais de 87% dos adolescentes inquiridos dizem que ainda não tiveram relações sexuais, sendo os rapazes quem mais frequentemente admite já ter iniciado a vida sexual.

Analisando apenas os jovens do 10.º ano, 22% dizem que já tiveram relações sexuais. Ainda neste universo, 76% indicam que iniciaram a actividade sexual depois dos 14 anos, mas há sete por cento que afirmam ter começado aos 11 anos ou antes.

De acordo com a coordenadora do estudo, o número de adolescentes que já teve relações sexuais dentro das idades consideradas tem vindo a diminuir desde 2006.

Contudo, regista-se este ano uma diminuição do uso do preservativo e um aumento das relações sexuais associadas ao consumo de álcool.

O preço dos preservativos, não terem pensado no assunto ou não trazer um consigo foram os principais motivos apontados pelos que indicaram não recorrer ao preservativo (mais de 21%).

“É preocupantes a associação do não uso ao elevado preço dos preservativos, nomeadamente em tempos de recessão económica”, refere a análise feita pelos autores.

Margarida Gaspar de Matos salientou ainda, em declarações à agência Lusa, que considera também preocupante que nem todos os adolescentes que já tiveram relações sexuais o tenham feito na altura que quiseram e decidiram, o que aconteceu só com 45% dos inquiridos.

“Nesta altura esperaríamos que a quase totalidade nos indicasse que teve relações sexuais pela primeira vez quando queria”, referiu a investigadora, admitindo que alguns jovens se sintam condicionados pelo parceiro.

“Esta situação remete para a necessidade de a educação sexual sair do âmbito da prevenção do risco sexual e passar a abordar a sexualidade em termos de competências pessoais, de relações interpessoais, de equidade de género e de direitos humanos”.

Em Moçambique
O Centro de Cirurgia Cardiotorácica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra realizou mais uma “missão cirúrgica...

Para a missão, que foi a 14.ª missão anual do Centro de Cirurgia Cardiotorácica de Coimbra (CCC) no Instituto do Coração de Maputo, deslocou-se a Moçambique, durante uma semana, uma “equipa constituída por nove profissionais de saúde”, liderada pelo director daquele centro, Manuel Antunes.

A equipa de especialistas de Coimbra “desenvolveu diversificadas actividades cirúrgicas e prosseguiu a formação do pessoal clínico pertencente” ao instituto moçambicano, “integrando os quadros cirúrgicos locais nos actos operatórios e com eles repartindo experiências e saberes técnico-científicos”, refere uma nota do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

“Neste aspecto, trabalharam, a par com o pessoal da missão, dois cirurgiões, um anestesista e um técnico de perfusão moçambicanos, sempre coadjuvados pelo demais pessoal do Instituto do Coração”, acrescenta o CHUC.

Durante a missão foram realizadas, “em duas salas operatórias, 18 intervenções cirúrgicas em 18 doentes”, tendo sido, “à semelhança das missões anteriores”, a maior parte das cirurgias efectuada em 16 crianças e doentes jovens, “com valvulopatias reumáticas, com maior incidência da válvula mitral, tendo dois dos doentes agora operados sido previamente submetidos a intervenção cirúrgica cardíaca”.

Aquelas intervenções abrangeram “quatro crianças com idades inferiores a três anos, com cardiopatias congénitas”, sublinha o CHUC, referindo ainda que “todos os doentes tiveram pós-operatórios favoráveis, não se tendo registado qualquer caso de mortalidade ou morbilidade significativa”.

Com esta missão, “as equipas do Centro de Cirurgia Cardiotorácica do CHUC já realizaram no Instituto do Coração de Maputo, desde 2001, 287 intervenções cirúrgicas, das quais 264 se fizeram sob circulação extracorpórea, com uma mortalidade operatória inferior a 1%”, conclui a mesma nota, salientando que esta percentagem é “idêntica à registada” no Centro de Coimbra.

O projeto exigiu, “em precedência de vários meses, um planeamento para angariação de material e equipamento necessários às previsíveis intervenções cirúrgicas, em tempo transportado para Maputo por via marítima, estimando-se que o custo global da missão, incluindo equipamento e consumíveis doados, terá sido de cerca de 90 mil euros”.

Colaboraram com o Centro de Cirurgia Cardiotorácica do CHUC, para esta missão, a TAP Portugal, o grupo Visabeira, várias empresas de tecnologia e o Instituto Camões, entre outras entidades.

Ministro da Saúde diz
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, afirmou que o Serviço Nacional de Saúde responderá exemplarmente à falta de médicos, para as...

“Não tenho dúvida nenhuma que, como todo os anos, haverá resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS), como tem havido uma resposta exemplar durante estes anos de crise, face ao esforço dos profissionais, que se têm desmultiplicado e, portanto, que darão reposta também”, afirmou Macedo.

O ministro Paulo Macedo fez estas declarações à margem da apresentação do Governo português na contribuição de um laboratório móvel para despistagem do Ébola para a Guiné-Bissau, numa conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, em Lisboa.

Segundo o jornal Diário de Notícias, na sua edição de quinta-feira, pelo menos 12 hospitais não têm médicos suficientes para preencher as escalas de urgência do período do Natal e Ano Novo. Médicos de várias especialidades estariam a ser contactados para o preenchimento de turnos neste período festivo.

De acordo com o jornal, os médicos dos hospitais recusam-se a fazer mais horas extras do que as legalmente permitidas, e as unidades hospitalares admitem que têm de recorrer às empresas, culpando-as por não terem capacidade de recrutamento de pessoal para as escalas, apesar de terem ganhado os concursos previstos.

“O que sabemos, é que, no final de ano, temos sempre, todos os anos, sem excepção [uma maior dificuldade], quer por motivos de férias, quer porque houve um número de horas extraordinárias utilizadas durante o ano que chega ou às vezes ultrapassa as 200 horas, que estão estipuladas”, referiu ainda Paulo Macedo.

Alguns dos hospitais que têm ainda estas escalas por preencher são Caldas da Rainha, Torres Vedras, Barcelos, Ovar, Garcia de Orta, Santa Cruz e Egas Moniz.

Paulo Macedo disse ainda que “anteontem [quarta-feira], foi divulgada a abertura do internato médico para mais de 1.640 médicos” e que serão contratados “mais de 1.700 médicos daqui a 15 dias”.

Em 2013
Um total de 792 crianças, dos mais de 81 mil nascimentos registados em Portugal em 2013, nasceram fora de estabelecimentos de...

De acordo com os Anuários Estatísticos Regionais de 2013, no capítulo relativo aos partos por município de residência da mãe, segundo o local de parto, dos 81.737 nascimentos registados em Portugal 602 ocorreram no domicílio e 190 noutros locais não indicados.

Os dados indicam que foi na região Norte - a segunda do país com mais nascimentos registados (26.339) depois de Lisboa (26.811) - que mais crianças nasceram fora de hospitais e maternidades: 190 ao domicílio e 67 em locais não indicados, cerca de 1% do total de nascimentos.

Em 2013, a região Centro registou 15.535 partos (165 fora de unidades de saúde), o Alentejo 5.240 nascimentos (52 em casa e outros locais) e o Algarve 3.676 (39).

Nos Açores, o número de partos ascendeu aos 2.137 (26 no domicílio e outros locais) e na Madeira 21 crianças nasceram fora de estabelecimentos de saúde, para um total de partos de 1.817.

De acordo com o mesmo documento, Lisboa foi o município onde nasceram mais crianças em 2013 (5.265), seguido de Sintra (3.553) e Vila Nova de Gaia (2.414). Seguem-se, nos concelhos com maior número de nascimentos, Loures (2.069), Cascais (1.969) e Porto (1.829).

No extremo oposto, o município que registou menos nascimentos em 2013 foi o Corvo (Açores) com três, seguido de Lajes das Flores (na ilha das Flores, na mesma região autónoma) com seis nascimentos.

Alcoutim (Faro) e Gavião (Portalegre) seguem-se na lista, com sete e nove nascimentos, respectivamente.

Estudo diz
Para evitar uma gripe há algo muito fácil que pode fazer diariamente: mostrar que gosta de alguém e dar-lhe um abraço, indica...

Um estudo do jornal Psychological Science desenvolvido por um grupo de investigadores da Carnegie Mellon University conta que um abraço ajuda a prevenir o aparecimento de uma gripe.

Uma ligação social pode proteger-nos da ansiedade, do stress e da depressão e segundo o estudo, estes factores influenciam a prevenção de uma gripe, escreve o Notícias ao Minuto.

Os observadores analisaram 400 pessoas e tentaram perceber os níveis de interacção e apoio social. Perguntavam a cada um se tinham sido abraçados naquele dia e se tinham tido algum problema familiar.

De seguida, administram gotas nasais com o vírus da gripe e os voluntários foram colocados num hotel durante uma semana. Os sintomas iam sendo monitorizados.

As pessoas que recebiam mais abraçam e tinham um maior apoio por parte dos familiares tinham menos sintomas. “Há várias evidências que mostram que o toque pode proteger as pessoas de vários sintomas”, revela o professor de psicologia da Carnegie Mellon.

E a dose ideal? “Um por dia é o suficiente”. Para evitar uma gripe há algo muito fácil que pode fazer diariamente – mostrar que gosta de alguém.

Em 2014
O ministro da Saúde estimou que no próximo ano Portugal fique pela primeira vez abaixo dos 20 casos de infecção por tuberculose...

Falando na abertura da sessão de apresentação pública do documento da Direcção-Geral da Saúde, Paulo Macedo apontou os “dados sobre a diminuição de novos casos de Sida”, o que demonstra o “bom comportamento de números de população heterossexual e dos profissionais do sexo”.

O relatório revela que o número de novos casos de VIH e de Sida diminuíram acentuadamente em 2013, assim como o número de mortes associadas à infecção, e que a transmissão através de relações sexuais entre homens foi a única que aumentou.

Mas também os resultados relativos à tuberculose foram motivo de satisfação para o ministro, que sublinhou o facto de Portugal estar agora a pouco mais de 21 casos por 100 mil habitantes, “a caminho da meta dos 20 por 100 mil”.

“O número de casos novos em 2013 baixou 7% quando comparado com 2012 e as nossas expectativas para o ano de 2014 são de que podemos ficar pela primeira vez abaixo dos 20 casos por 100 mil habitantes”, afirmou o ministro.

Paulo Macedo reconheceu contudo haver ainda indicadores que precisam de ser muito melhorados, ao nível de prevalências em muitas áreas, que estão “acima do que é desejável”. “Comparamo-nos internacionalmente, em áreas como a Diabetes, a Sida e as pneumonias, ainda mal com outros países”, sublinhou.

As cidades do Porto e, em particular, de Lisboa foram as que registaram maior incidência de casos de tuberculose e também de novos casos de VIH, o que levou o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde a lançar algumas críticas ao presidente da autarquia, pela sua ausência.

No final da apresentação do relatório, Fernando Leal da Costa considerou que seria importante a presença de “elementos da Câmara Municipal de Lisboa”.

“Compreendemos bem que agora as obrigações do presidente da Câmara serão porventura outras também, e por isso mesmo, se calhar, não pode dar tanta atenção a estes assuntos. Mas considerando as ambições entendíveis do presidente da Câmara de Lisboa, seria bom que ele também aproveitasse estas oportunidades para começar a aprender um pouco mais sobre o país que o rodeia e sobre a sua cidade”, afirmou.

Dados do INE
O município de Coimbra possui 28,7 médicos por mil habitantes, um valor mais de seis vezes superior à média nacional (4,3),...

De acordo com os Anuários Estatísticos Regionais relativos a 2013, o indicador de médicos por mil habitantes - que tem como referência o local de residência daqueles profissionais - apresenta valores superiores à média nacional em municípios das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e capitais de distrito.

Para além de Coimbra, a lista de municípios com mais médicos por mil habitantes inclui o Porto (19,7), Lisboa (16,1), Oeiras (9,1), Faro (9,0) ou Matosinhos (7,9).

No extremo oposto e de acordo com os dados do INE, os municípios de Oleiros (Castelo Branco), Pampilhosa da Serra (Coimbra) e Lajes das Flores (Açores) não possuem qualquer médico residente e 72 dos 308 municípios do país (23,3%) apresentam médias inferiores a um clínico por mil habitantes.

Por regiões NUTS II, Lisboa é a única acima da média nacional, com 5,9 médicos por mil habitantes. Todas as restantes apresentam valores abaixo da média nacional: Norte (4,1), Centro (3,9), Algarve (3,4), Madeira (3,0), Açores (2,6) e Alentejo (2,4) - apesar das capitais de distrito de Évora (7,1) e Beja e Portalegre (ambos com 4,9 médicos por mil habitantes) estarem acima do valor médio nacional.

Já nos enfermeiros por 1.000 habitantes, Coimbra volta a liderar a lista com 25,5 - quatro vezes a média nacional que se situa em 6,3 - seguida do Porto (22,3) e Lisboa (18,9).

Os municípios com enfermeiros superiores em duas vezes a média nacional são maioritariamente capitais de distrito ou das regiões autónomas da Madeira e Açores - Portalegre (16,6), Bragança (15,9), Faro (15,5) ou Funchal (15,0), entre outros - mas a lista inclui ainda Barrancos, com 18,1 enfermeiros por mil habitantes, o quarto valor mais elevado a nível nacional.

Em 2012, ainda de acordo com o INE, realizaram-se em Portugal cerca de 7,8 milhões de atendimentos em serviços de urgência dos hospitais públicos e dos centros de saúde.

A região Norte registou aproximadamente 2,5 milhões atendimentos enquanto as regiões Centro e de Lisboa situaram-se próximo dos 2 milhões de atendimentos em serviços de urgência.

Na Guiné-Bissau
O Governo português anunciou uma contribuição de 550 mil euros para a instalação de um laboratório móvel de despistagem do...

“O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) irá contribuir com uma ajuda de 550 mil euros, destinada a financiar a instalação e o funcionamento de um laboratório móvel para o diagnóstico de infecções”, disse o chefe da diplomacia portuguesa, Rui Machete, numa conferência de imprensa no Palácio das Necessidades, em Lisboa, em conjunto com o ministro da Saúde, Paulo Macedo.

Segundo Machete, esta é uma “acção extraordinária de política externa executada em colaboração com o Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM)”.

O ministro Paulo Macedo referiu que o laboratório móvel deverá estar pronto a funcionar "no final de Janeiro". “Estamos nos procedimentos de concursos para a aquisição do laboratório”, referiu Macedo, indicando que o processo será rápido, pois já existe o financiamento.

Para Rui Machete, esta contribuição “tem por objectivo colmatar as dificuldades de diagnóstico da doença na Guiné-Bissau, dotando o país de um laboratório que irá permitir o acesso a informação de carácter epidemiológico, e dessa forma viabilizar uma resposta de grande importância às vertentes de prevenção e de combate a esta ameaça”.

Machete esclareceu que Portugal, através do instituto Camões, e com o apoio do INFARMED e de empresas farmacêuticas, enviou recentemente mais de 20 toneladas de medicamentos para a Guiné-Bissau e que, “de igual forma, o Camões tem mantido uma estreita colaboração com a câmara municipal de Bissau, numa campanha de higienização das ruas da capital guineense”.

“Ao capacitar a Guiné-Bissau com o laboratório móvel, diminui-se a possibilidade de má despistagem de casos, reforça-se os mecanismos de prevenção e controlo necessários para uma resposta coordenada e adequada a eventual actividade viral”, afirmou Paulo Macedo.

O ministro da Saúde agradeceu o apoio do MNE para a instalação do laboratório na Guiné-Bissau e confirmou a posição do Governo português de trabalhar em conjunto com as autoridades internacionais nos esforços de combate à doença. Referiu ainda que esta contribuição soma-se a outros envios de materiais de limpeza, saúde, medicamentos e outros tipos de ajudas já fornecidas para a prevenção do Ébola na Guiné-Bissau.

Sobre os emigrantes portugueses, o ministro Rui Machete disse que “o Ministério dos Negócios Estrangeiros tem vindo a prestar particular atenção à situação dos portugueses que residem ou trabalham actualmente nos países afectados (pelo Ébola), e são cerca de 100 compatriotas nestas condições, mantendo uma constante actualização da informação sobre a sua situação, através de contactos regulares com os próprios”.

“Ao nível multilateral, Portugal irá também contribuir, até ao final deste ano, com 200 mil euros para os esforços que estão a ser desenvolvidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate a esta doença”, sublinhou o ministro dos Negócios Estrangeiros, referindo que a ajuda vai ao encontro de um pedido das autoridades norte-americanas.

A epidemia de febre hemorrágica Ébola na África Ocidental já fez 6.841 mortos, num total de 18.464 casos identificados nos três países mais afectados, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

De 2012 para 2013
O número de novos casos de VIH e de Sida diminuíram acentuadamente em 2013, em relação a 2012, assim como o número de mortes...

Segundo o documento da Direcção-Geral da Saúde, em 2013, por comparação com o ano anterior, verificou-se um “decréscimo acentuado” de 13,7% no número de novos casos de infecção por VIH, de 21,2% no número de novos casos de Sida, e de 8,6% no número de óbitos associados à infecção por VIH.

A transmissão mãe-filho ocorreu apenas em dois dos 197 recém-nascidos de mães infectadas por VIH, acrescenta o relatório.

O meio de transmissão da infecção mais frequente foram as relações sexuais, sendo a transmissão entre homens a única que aumentou, ao passo que a transmissão entre toxicodependentes continua a diminuir.

“A transmissão da infecção através de relações sexuais correspondeu a mais de 90% do total de casos notificados em 2013, sendo a transmissão em Homens que têm Sexo com Homens (HSH) a única que aumentou nos últimos 10 anos”, revela o relatório.

Ao invés, a transmissão em Utilizadores de Drogas Injectáveis (UDI) acentuou a tendência de decréscimo anterior, tendo sido inferior a 7% do total de casos notificados.

Quanto à distribuição geográfica dos novos casos, ocorreram de forma desigual ao longo do país, com a maioria dos casos concentrados na região de Lisboa, mantendo uma tendência já verificada em anos anteriores.

As regiões da Grande Lisboa e da Península de Setúbal concentraram mais de 55% do total de casos notificados e o concelho de Lisboa apresentou uma taxa de incidência de novos casos de infecção por VIH mais de três vezes superior à média nacional (13.6/100.000 habitantes).

“Aliás, é nos grandes centros urbanos que se verificaram as taxas de incidência de novos casos mais elevadas: além de Lisboa, Porto, Loures, Amadora, Setúbal, Sintra, Oeiras, Faro”, sublinha o relatório.

Entre as recomendações preconizadas pela DGS, está o reforço do diagnóstico precoce, designadamente através da sua generalização à população, através dos cuidados de saúde primários.

O Programa Nacional para o VIH/Sida recomenda também que se promovam novas abordagens de prevenção, diagnóstico e tratamento, de forma a dar resposta mais rápida e eficaz à infecção por VIH.

Para fazer face à concentração de casos nos grandes centros urbanos, é recomendada a definição de uma estratégia de actuação que envolva os diferentes parceiros, nomeadamente as estruturas da saúde, autárquicas e da comunidade, dirigida ao controlo da infecção VIH e da tuberculose.

Tuberculose também diminuiu em 2013

A taxa de incidência de tuberculose em Portugal diminuiu 7% em 2013, face ao ano anterior, com as cidades do Porto e de Lisboa a registarem a maior incidência de todo o país, segundo o mesmo relatório. De acordo com o relatório “Portugal – Infecção VIH, SIDA e Tuberculose”, foram notificados no ano passado 2.195 novos casos, o que representa uma taxa de incidência de 21,1/100.000 habitantes.

Cerca de 38% dos doentes com tuberculose tinham ‘co-morbilidades’ reconhecidas como de risco para tuberculose, sendo a mais significativa a infecção por VIH (14,5%).

A proporção de doentes com tuberculose e doença oncológica, com diabetes ou patologia inflamatória articular tem aumentado nos últimos anos.

O documento indica ainda que perto de 30% dos doentes tinha factores de risco sociais, entre os quais o consumo de álcool e o consumo de drogas ilícitas.

Dos 1.114 casos com tuberculose confirmada e tratamento terminado, 931 tiveram sucesso terapêutico, o que representa uma taxa de sucesso de 83,6%.

Em contrapartida, 32 interromperam o tratamento (2,9%) e 113 morreram no decorrer do tratamento para tuberculose (10,1%).

A Direcção-Geral da Saúde recomenda a identificação e correcção das barreiras ao diagnóstico célere da tuberculose e a definição de protocolos com vista ao rastreio e detecção precoce nos grupos de maior risco.

Edição especial da revista Enfermagem e o Cidadão
Outras Cidadanias é o tema de uma edição especial da revista Enfermagem e o Cidadão que hoje é distribuída gratuitamente na...

Publicação periódica da Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE), dirigida aos cidadãos, nesta edição revela enfermeiros que em contextos inóspitos levam mais longe a prática da enfermagem, ou a interligam com outras formas de intervir na sociedade, nomeadamente à frente de juntas de freguesia e câmaras municipais.

Com uma tiragem de 5 mil exemplares, é oferecida aos cidadãos nos transportes urbanos de Coimbra, Viseu e Leiria, e pode também ser encontrada na sede da SRC, em instituições e serviços de atendimento ao público dos seis distritos do Centro de Portugal.

O fundador há 35 do Serviço Nacional de Saúde, Dr. António Arnaut, testemunha na rubrica “Como o cidadão vê a Enfermagem” através de um artigo intitulado “Enfermagem e Cidadania”. Nela apresenta uma experiência pessoal para concluir que, embora todos os profissionais de saúde cuidem do doente, “quem cuida presencialmente, quem toca com a mão na mão é o enfermeiro”. O sentido de permanência no cuidar, essa função tão absorvente do enfermeiro, pode, na perspectiva do Dr. António Arnaut, não excluir a cidadania, mas o exercício de um outro cargo, ou de um cargo político permanente.

Armando Mourisco é enfermeiro e preside à Câmara Municipal de Cinfães. Tânia Cameira e Marlene Lopes conciliam o exercício quotidiano da enfermagem com o cuidar dos cidadãos nas presidências das juntas de freguesia de Marmeleiro (Guarda) e Germil (Penalva do Castelo).

Todos eles levaram para as autarquias o saber e a sensibilidade do cuidar na dimensão humana, inerente à enfermagem. As enfermeiras-autarcas Tânia e Marlene tanto ajudam os cidadãos das suas aldeias nos problemas sociais ou de obras públicas, como dão conselhos sobre alimentação, toma dos medicamentos ou vacinação.

A Ana Luísa Campos é enfermeira, mas a sua vida é preenchida com outra paixão, a música. Ao piano, no canto ou no ensino de crianças encontra as “forças necessárias para descansar e recuperar energias” para uma profissão como a Enfermagem, tão absorvente física e psicologicamente.

Com relatos na primeira pessoa, a Márcia Martins revela uma lição de vida no Chade. A Joana Sá desvenda as andanças como enfermeira em contextos de conflito, pelo Paquistão, Congo, Líbia, Líbano, Sudão do Sul e Gaza. O Daniel Martins divulga o dia-a-dia de um enfermeiro numa plataforma petrolífera no Mar de Angola. O Pedro Cabeleira mostra como levou a Enfermagem em viagem pelo planeta, por Coimbra, Porto, Espanha, Itália, Brasil, Congo, Colômbia, Etiópia, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e Mauritânia.

A Márcia Martins partilha como um ligeiro toque de mão e um olhar sumido lhe suplicaram: “não desistas de mim”. Cinco meses depois Hafiz, pastor nómada, partia de sorriso rasgado pelo deserto do Sahara. A guerra tirara-lhe toda a família, mas ele ia prosseguir com a sua vida.

A Joana Sá conta que uma mulher do Congo lhe pediu para levar consigo a família, para escapar a um dia em que um grupo armado lhe entrasse em casa para chacinar e violar as filhas.

“A cidadania materializa-se no exercício dos direitos e deveres sociais e políticos de cada um de nós. Há cidadãos que se destacam pela elevação e dignidade que conferem ao mesmo. São esses cidadãos que são o farol da sociedade e o exemplo do verdadeiro exercício da cidadania”, afirma, no editorial, a presidente do Conselho Directivo Regional da SRC.

No entendimento da Enf.ª Isabel Oliveira, “uma profissão existe e concorre para a construção da sociedade e também ela contribui para o efectivo exercício da cidadania. A profissão aprende-se na escola e a cidadania exercita-se na vida”.

A directora de Enfermagem e o Cidadão convida o leitor a mentalmente esquecer a Enfermagem e a focar-se no Cidadão, e assim poder desfrutar dos escritos das Cidadãs Tânia Cameira, Marlene Lopes, Márcia Martins, Joana Sá e Ana Luísa Campos, e dos Cidadãos António Arnaut, Armando Mourisco, Daniel Almeida e Pedro Cabeleira.

Investigação
Uma investigação recente poderá ter descoberto a chave para se viver mais anos e com mais saúde.

Segundo revela o site Europress, citado pelo Notícias ao Minuto, cientistas norte-americanos verificaram que os organismos vivos a quem são administradas doses baixas de ibuprofeno vivem mais tempo. Ou seja, caso se comprove o mesmo efeito em humanos poderemos vir a viver até mais 12 anos. O ibuprofeno é um medicamento de venda livre, que o ajuda a recuperar de dores e inflamações. Pois bem, investigadores norte-americanos acham que se tomarmos regularmente este medicamento poderemos viver mais alguns anos e com mais saúde.

Os testes iniciais foram conduzidos por Michael Polymenis, da Universidade do Texas A&M, que afirma que apesar de serem necessários mais testes a droga provou que ajuda a prolongar a vida de diversos organismos.

Os cientistas descobriram que o ibuprofeno interfere com a capacidade das células de levedura, o primeiro organismo que foi testado, para atrair o triptofano, um aminoácido encontrado em todos os organismos.

Posteriormente, os investigadores fizeram os mesmos testes, mas desta feita com moscas e com minhocas, verificando que não só fazia os sujeitos viverem mais tempo, como também lhes melhorava as condições globais de saúde. Tanto as moscas como as minhocas viveram 15% mais do que o tempo médio de vida estabelecido para estas espécies.

Para já, ainda não tem motivos para ir a correr a farmácia, até porque os cientistas ainda terão de testar os efeitos em seres humanos e porque em doses erradas este medicamento pode ser nocivo para a sua saúde.

Remédio Santo:
Os 18 arguidos do processo "Remédio Santo", acusados de burlar o Serviço Nacional de Saúde em 4 milhões de euros,...

Os arguidos são suspeitos de pertencerem a uma alegada rede criminosa, composta pelos grupos do Norte e do Centro/Sul, a qual terá levado a cabo um suposto esquema de uso fraudulento de receitas, que terá lesado o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em cerca de 4 milhões de euros, valor reclamado pelo Estado no pedido de indemnização civil.

Entre os 18 envolvidos estão seis médicos, dois farmacêuticos, sete delegados de informação médica, uma esteticista (ex-delegada de acção médica), um empresário brasileiro e um comerciante de pão.

O médico Luíz Renato Basile, suspeito de prescrever 1,7 milhões de euros em receitas, em apenas dois meses, recebendo em troca um valor correspondente a 17,5% do preço de venda ao público dos medicamentos, é o único arguido em prisão preventiva. Nove outros elementos estão com pulseira electrónica e os restantes encontram-se em liberdade.

Nas alegações finais, o procurador do Ministério Público pediu “penas exemplares” para 15 dos arguidos, na maioria superiores a cinco anos de prisão efectiva, e penas suspensas para os outros três suspeitos, por considerar que a sua colaboração com a suposta rede criminosa foi menos gravosa e directa.

João Paulo Rodrigues disse ter ficado provado, no essencial, a acusação e os crimes de associação criminosa, burla qualificada e falsificação de documento.

Em relação aos 4 milhões de euros reclamados pelo Estado a título indemnizatório, o procurador sublinhou que é necessário fazer o acerto de contas, pois algumas das receitas que constam do processo são verdadeiras e não falsas. Razão pela qual, os montantes dos prejuízos teriam de ser novamente contabilizados e apurados.

Os advogados dos arguidos pediram, por seu lado, penas suspensas por entenderem que não ficou provada a associação criminosa, sustentando que cada um dos elementos agiu por si mesmo, desconhecendo a existência de uma organização.

O julgamento começou em Fevereiro e decorreu no Tribunal de Monsanto, mas a leitura do acórdão, inicialmente prevista para 30 de Outubro, está marcada para as 14:00 na Instância Central Criminal de Lisboa, Juiz 7, no Campus da Justiça.

A alegada fraude, que durava pelo menos desde 2009, passava pela obtenção, com a conivência de médicos, de receitas passadas em nome de utentes do SNS que beneficiavam da prescrição de medicamentos que tinham elevadas comparticipações do Estado (entre os 69 e os 100%).

Com as receitas falsas, os arguidos compravam os medicamentos em diversas farmácias, onde apenas era paga, no ato da compra dos medicamentos, a parte do preço que cabia ao utente. Depois, o SNS pagava à farmácia o valor relativo à comparticipação.

Os medicamentos assim obtidos eram posteriormente revendidos no mercado internacional, designadamente na Alemanha e em Angola, sendo os lucros distribuídos entre os membros da suposta associação criminosa.

Hospital da ilha Terceira
As ordens dos enfermeiros e dos médicos estão a averiguar as queixas feitas no início do ano sobre o funcionamento da unidade...

Os representantes regionais das duas ordens foram convocados para audições na Comissão de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa dos Açores, no âmbito de um requerimento do CDS-PP sobre o funcionamento da unidade de cuidados intensivos do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira.

O representante da Ordem dos Médicos explicou por escrito os motivos que o levaram a não comparecer, hoje, na comissão e o representante da Ordem dos Enfermeiros foi ouvido, em Angra do Heroísmo, mas acrescentou pouco de novo.

Em causa está um abaixo-assinado dos enfermeiros da unidade de cuidados intensivos entregue, em Fevereiro, à administração do hospital, e divulgado pela comunicação social local no início de Outubro, em que é denunciada "falta de rigor técnico-científico" e de "princípios éticos e deontológicos" e "redução do investimento terapêutico", entre outras queixas.

Na comunicação, enviada ao presidente da comissão dois dias antes da audição, o representante da Ordem dos Médicos nos Açores, Jorge Santos, justificou a sua recusa com o facto de o processo estar a ser avaliado pelo conselho disciplinar e pelo colégio da especialidade da secção regional do sul da Ordem dos Médicos, acrescentando que uma delegação da ordem viria à Região em Janeiro.

Por sua vez, o representante regional da Ordem dos Enfermeiros, Tiago Lopes, aceitou ser ouvido pelos deputados, mas sempre que as questões foram específicas sobre o funcionamento da unidade de cuidados intensivos respondeu de forma semelhante, alegando que está a decorrer um processo interno no conselho jurisdicional regional da ordem.

Esse processo é feito, segundo Tiago Lopes, com base no relatório do inquérito interno realizado no hospital, a pedido da secretaria regional da Saúde, e com base numa visita que a Ordem dos Enfermeiros realizou à unidade de cuidados intensivos a 14 de Outubro deste ano. O representante da Ordem dos Enfermeiros explicou que não podia revelar detalhes sobre a visita de acompanhamento à unidade de cuidados intensivos por "dever de sigilo".

Tiago Lopes não adiantou uma data para a conclusão do processo realizado pela Ordem dos Enfermeiros, alegando que será necessário ouvir "todas as partes" e que as diligências terão de ser feitas "de forma concertada", porque decorre em simultâneo um processo no Ministério Público.

Na audição, o representante da Ordem dos Enfermeiros disse que solicitou, em Fevereiro e em Abril, uma visita à unidade de saúde, para acompanhar o funcionamento do bloco operatório, e que na primeira vez o pedido foi adiado e na segunda não obteve resposta.

Decorreu também, em Angra do Heroísmo, na Comissão de Assuntos Sociais, a audição prévia da presidente indigitada do conselho de administração do Hospital da Ilha Terceira, Paula Moniz. Esta foi a primeira vez que alguém indicado para uma empresa com mais de 50% de participação do Governo Regional foi ouvido previamente à sua nomeação, no âmbito de uma legislação nova aprovada na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.

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