Gratuita e acessível

Vacinação: o que é e quais as suas vantagens

Atualizado: 
22/12/2014 - 11:29
O Plano Nacional de Vacinação foi instituído em Portugal em 1965, sendo uma ação gratuita e acessível a todos os cidadãos residentes no nosso país.

A vacinação é um meio preventivo de diferentes doenças infecto-contagiosas, como o tétano, a tuberculose ou a poliomielite, reduzindo em grande escala as taxas de mortalidade e morbilidade pelas diferentes doenças. Com a vacinação algumas doenças foram erradicadas do mundo, como por exemplo a varíola em 1976, e outras doenças desapareceram em determinados pontos do nosso planeta. A erradicação de doenças apenas acontece em países que têm um plano nacional de vacinação devidamente organizado, como é o caso de Portugal, tendo o nosso país um dos melhores resultados a nível mundial. Dado que há uma taxa elevada de cobertura vacinal em Portugal, as doenças-alvo que são abrangidas pelas vacinas já estão erradicadas do país ou bastante controladas.

 

Crianças não vacinadas mais vulneráveis imunitariamente

Nos últimos anos muitos indivíduos têm vindo a optar por não vacinar os seus filhos, dado que as doenças evitáveis praticamente já não existem. No entanto o que estes indivíduos se esquecem é que estas crianças não vacinadas estão mais vulneráveis imunitariamente, podem contrair essas doenças, com as reações adversas que daí possam advir, dado que essas doenças ainda existem em muitos locais do mundo incluindo a Europa, e podem trazer novas epidemias para o nosso país.

Uma vacina é um preparado de antigénios que quando administrada a um indivíduo provoca uma reação de imunidade específica aos diferentes agentes infeciosos mencionados em cada vacina. Para as pessoas que acham que se correm muitos riscos devido aos efeitos secundários das vacinas, deve-se ter em conta que contrair qualquer uma das doenças-alvo do Plano Nacional de Vacinação (PNV) é um risco muito superior para a sua saúde.

 

Se vai para o estrangeiro não dispense Consulta do Viajante

Cada país tem as suas doenças-alvo, como tal é aconselhável que, sempre que se faça uma viagem, principalmente para países de risco, se recorra à Consulta do Viajante, de forma a obter um aconselhamento sobre quais as vacinas extra PNV que a pessoa deve fazer. Este meio de prevenção protege a própria pessoa e evita que o viajante importe outras doenças para o nosso país.

Os motivos pelos quais nos devemos vacinar são:

- o facto de as vacinas salvarem vidas;

- as vacinas são um direito de todos os cidadãos, em especial das crianças;

- o facto de as doenças que se evitam com a vacinação serem uma grande ameaça à saúde pública;

- o facto de as doenças poderem ser controladas e evitadas;

- o facto de que o custo das vacinas compensa nos ganhos em saúde.

 

As vacinas do Plano Nacional de Vacinação

As vacinas do PNV abrangem a prevenção das seguintes doenças: tuberculose, difteria, tétano, tosse convulsa, infeções por Haemophillus influenzae tipo b, poliomielite, sarampo, papeira, rubéola, infeções por papiloma vírus humano (vírus do cancro do colo do útero, apenas administrada a crianças do sexo feminino), hepatite B e meningite C. A vacinação, em Portugal, inicia-se 2 a 3 dias após o nascimento das crianças, tendo uma periodicidade mais frequente durante o 1º ano de vida, prolongando-se por toda a vida.

A vacina contra o tétano e difteria é administrada ao longo de toda a vida, de 10 em 10 anos, dado que a vacina não dá proteção a longo prazo. As pessoas só estão protegidas se tiverem o esquema vacinal em dia. O tétano é uma doença que pode ser contraída através de uma picada de inseto, ou por uma ferida feita em ferros enferrujados, entre outras situações, levando a espasmos musculares, que pode levar à morte, pelo que é muito importante ter a vacina em dia. A gripe é também uma doença evitável, sendo que a melhor forma de a prevenir, e evitar consequências maiores, é fazendo a vacina.

 

A vacina contra a gripe, e quem deve vacinar-se

A vacinação contra a gripe é também uma atividade de extrema importância, em especial para os cidadãos com idade igual ou superior a 65 anos, e para os cidadãos portadores de doenças crónicas. A vacina contra a gripe deve ser administrada anualmente, dado que os vírus da gripe sofrem mutações, o que faz com que a vacina seja modificada de ano para ano. O período ideal de administração da vacina é entre outubro e dezembro de cada ano, podendo no entanto ser feita durante todo o outono e inverno. Existem grupos alvo de cidadãos que têm direito à vacinação contra a gripe gratuita, pelo que todos os anos cada utente se deve informar na sua Unidade de Saúde sobre este assunto.

 

O enfermeiro é quem tem conhecimento correto da vacinação

A vacinação é uma das principais atividades dos enfermeiros que prestam cuidados nos serviços de Cuidados de Saúde Primários.

Os enfermeiros têm como responsabilidade a eficácia da vacinação, sendo estes os profissionais de saúde que detêm conhecimentos sobre o correto plano nacional de vacinação, sobre a correta forma e via de administração, sobre os cuidados pós-vacinais e reações adversas, sobre as contraindicações verdadeiras e falsas, sobre os modos de conservação, entre outras coisas.

As vacinas são muito seguras, eficazes e têm um elevado grau de qualidade. Estas previnem muito mais doenças e salvam mais vidas do que os tratamentos médicos.

 

 

 

Bibliografia:

Leça, A., Calé, E., Freitas, G., Castelão, I., Valente, P., & Fernandes, T. (abril de 2014). Perguntas frequentes sobre vacinação. Direção Geral da Saúde.

Mendes, S. C. (8 de setembro de 2012). Prevenir e erradicar doenças pela vacinação. Saúde Pública.

Subtil, C. L., & Vieira, M. (julho de 2011). Os primórdios da organização do Programa Nacional de Vacinação em Portugal. Revista de Enfermagem Referência III série nº4.

Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.

 

Ângela Quinteiro - Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediatria na USF Viriato Viseu

Autor: 
Ângela Quinteiro - Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediatria na USF Viriato Viseu
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Foto: 
ShutterStock