Aberto concurso para contratar mais 200
Ministério da Saúde vai abrir concurso para tentar contratar ainda mais 200 especialistas em medicina geral e familiar, uma das...

Os centros de saúde de várias zonas do país vão ser reforçados com 50 médicos de família que trabalhavam no sector privado e que aceitaram regressar ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). A informação foi avançada pelo ministro Paulo Macedo, que adiantou que o concurso foi concluído no final de 2014 e que ainda durante Janeiro será lançado mais um para mais 200 especialistas em medicina geral e familiar, escreve o jornal Público na sua edição digital.

Paulo Macedo, que falava aos jornalistas no final de um debate na Assembleia da República sobre o caos nas urgências agendado a pedido do PS, rejeitou as críticas de desinvestimento no SNS de que foi alvo por parte dos partidos da oposição e insistiu: “Temos mais 2500 médicos hoje do que tínhamos em 31 de Dezembro de 2010”. E mais 1849 foram recentemente recrutados, muitos dos quais internos ainda em formação.

O ministro reconheceu que ainda há carências em algumas áreas, com um milhão de portugueses ainda sem médico de família, mas assegurou que a tutela tem feito “um grande investimento em médicos” e contratado todos os clínicos que pode. Ainda a este propósito, lembrou que além dos médicos o SNS foi reforçado em 2014 com mais 1090 enfermeiros – um número que espera “superar largamente” neste ano que começa.

Sobre os médicos de família, Paulo Macedo aproveitou para dizer que os cuidados primários são uma aposta do Governo e prometeu que nenhum centro de saúde será encerrado ou verá os seus horários reduzidos até Março, como forma de resposta ao pico da gripe e subida da afluência aos serviços de saúde durante o Inverno. O ministro acredita ainda que, com a passagem de mais médicos do regime de trabalho de 35 para 40 horas semanais, algumas carências sejam ultrapassadas.

Por alegada negligência
Criticando "silêncio" do ministro, Ordem dos Médicos – Norte - nota que não é habitual morrerem doentes nas urgências...

Um novo caso de morte por alegada negligência num serviço de urgência hospitalar foi denunciado pela família de uma idosa. É o terceiro caso conhecido desde que alguns serviços de urgência entraram em ruptura, deixando os doentes horas a fio à espera de serem atendidos, nos últimos dias.

A família de uma mulher de 79 anos contou a sua saga a várias estações de televisão: a doente chegou ao Hospital de Peniche na segunda-feira às 9h30, “com dores no peito e nas costas”, foi triada com pulseira amarela (a terceira numa escala de prioridades com cinco cores), mas só por volta das 17h00 os familiares terão sido informados de que os resultados das análises entretanto feitas (e que tiveram que ser enviadas para o Hospital das Caldas porque o de Peniche não tem laboratório) não eram conclusivos e que ela teria ainda que fazer uma TAC (tomografia axial computorizada).

A idosa terá morrido depois das 19h00 enquanto estava a ser preparada para ser transferida para o Hospital das Caldas (porque o de Peniche também não tem meios para fazer este exame). O Centro Hospitalar de Peniche (a que pertencem os dois hospitais) abriu entretanto um inquérito, apesar de considerar que “o atendimento proporcionado à utente foi adequado e atempado” e que ela esteve “sempre acompanhada pelos profissionais de serviço”. Uma das filhas adiantou à Lusa que a família tenciona avançar com uma acção judicial por alegada negligência.

Este caso aconteceu na segunda-feira, apenas um dia depois de um homem de 57 anos ter morrido na urgência do Hospital de S. Sebastião (Santa Maria da Feira), enquanto terá aguardado por atendimento durante mais de cinco horas, com vómitos e náuseas. Primeiro triado com prioridade amarela, só depois do agravamento do seu estado de saúde é que lhe foi atribuída a pulseira laranja (muito urgente). Nessa altura foi visto por um médico mas já não foi possível salvá-lo.

O Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (a que pertence o hospital da Feira) decidiu também abrir um inquérito, mas escusou-se a avançar mais detalhes sobre as horas que este doente terá esperado num dia que terá sido particularmente complicado na urgência. A família do homem anunciou então que estava a ponderar apresentar queixa-crime por negligência contra o hospital e os médicos de serviço nessa noite.

Na segunda-feira da semana anterior, também o Hospital de S. José em Lisboa abriu um inquérito à morte de um doente de 80 anos que terá estado à espera durante quase seis horas numa maca na sala de observações sem ser visto por médicos, na madrugada de sábado, 26 de Dezembro. O filho garante que ele não foi visto por qualquer médico. "A ficha que fica agarrada ao doente estava em branco", relatou. A autópsia demonstrou que o doente foi vítima de um AVC tronco-encefálico, o mais grave dos acidentes vasculares cerebrais e os resultados do inquérito hospitalar já foram enviados para a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), segundo a SIC Notícias, citada pelo Público Online.

A Ordem dos Médicos, os sindicatos médicos e outras organizações têm criticado a situação que se tem vivido nalgumas urgências ao longo dos últimos dias, considerando que a responsabilidade é do Ministério da Saúde, que alegam ter sido antecipadamente avisado dos problemas que estão na base deste fenómeno, sobretudo a falta de recursos humanos e a escassez de camas de internamento.

Entretanto, a Ordem dos Médicos/Norte anunciou esta quinta-feira que abriu um inquérito à conduta da directora clínica do Hospital de Santa Maria da Feira e acrescentou que vai comunicar os factos de que tem conhecimento à IGAS, criticando o “silêncio” do ministro Paulo Macedo face às “situações dramáticas” vividas nas urgências de vários hospitais.

“Não é habitual morrerem doentes nos serviços de urgência hospitalares enquanto esperam a sua vez para serem atendidos. Quantas desgraças serão necessárias para que os responsáveis políticos tomem medidas efectivas para a resolução de um problema que não é novo nem sequer é desconhecido dos principais decisores na área da Saúde? Até quando vai o Ministro da Saúde manter o seu silêncio?”, questiona o Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos em comunicado.

Ministério da Saúde
Ministério reforça resposta nas urgências numa altura em que estamos no início da epidemia de gripe e com mortalidade já “acima...

O Ministério da Saúde (MS) quer que os enfermeiros possam pedir exames complementares de diagnóstico na triagem das urgências hospitalares e que os doentes possam ser sujeitos a uma segunda avaliação se estiverem sujeitos a esperas prolongadas. São medidas que o Ministério já propôs às ordens (dos médicos e dos enfermeiros) e que poderão eventualmente ajudar a evitar que se repitam episódios como os que deram origem a inquéritos na sequência da morte de três doentes em serviços de urgência hospitalar. Esta quinta-feira foi denunciada mais uma morte nas urgências após quatro horas de espera no Hospital de São Bernardo, em Setúbal.

Numa altura em que Portugal está já no início da fase epidémica de gripe e com mortalidade acima do esperado, como indica o último boletim de vigilância do Instituto de Saúde Ricardo Jorge, o Ministério da Saúde adiantou ao jornal Público que vai reforçar as medidas já tomadas e avançar com outras, até porque, admite, houve mais casos de doentes graves nas urgências do que em anos anteriores (“a procura teve geralmente contornos de maior prioridade”). Uma das propostas passa por permitir que os pedidos de exames de diagnóstico sejam feitos logo no momento da triagem dos doentes.

O bastonário da Ordem dos Médicos confirma que esta proposta está a ser analisada mas adianta que tem “sérias reservas” sobre a sua eficácia. “Querem pedir análises e RX para todos os doentes que entram na urgência? Peçam. Mas isso terá custos, alguém vai ter de pagar, e não resolve o problema do doente. Só serve para lhe dar a sensação de que fez alguma coisa enquanto espera horas. É um remendo. O essencial para resolver os problemas das urgências é que o doente seja visto por um médico atempadamente, nos tempos definidos”, responde.

Para José Manuel Silva esta medida e outras (como a repetição da triagem) são “remendos que vão aumentar a despesa e não vão acelerar nada”. “Duplicar triagens ou pedir análises e exames que podem até ter de ser repetidos após o doente ser visto por um médico só vai significar mais perdas de tempo”, insiste. A solução? “O doente tem de ser visto a tempo pelo médico e para isso é preciso que exista o número de recursos humanos adequados às necessidades e ao afluxo de doentes. E qualquer cidadão sabe, não é preciso se ministro da Saúde, que na época de Inverno há um elevado afluxo de doentes. Este ano nem houve muito mais doentes nas urgências mas houve menos recursos disponíveis”.

Além das medidas já anunciadas para aliviar as urgências hospitalares - como o alargamento dos horários dos centros de saúde e a ordem para dar mais altas ao fim de semana – o Ministério decidiu avançar com uma série de outras, nomeadamente a abertura do terceiro centro, em Coimbra, da Linha de Saúde 24.

DGS recomenda vacinação
A subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, reforçou hoje o apelo à vacinação contra a gripe, lembrando que os dados da...

“A vacinação é a melhor forma de prevenir a doença e as suas complicações. Recomendamos também medidas de higiene como a lavagem das mãos e evitar o contacto com pessoas doentes”, disse Graça Freitas, reforçando o apelo, em especial para os idosos, crianças ou pessoas com doenças crónicas.

Segundo explicou, a actividade gripal em Portugal entre 29 de Dezembro e 04 de Janeiro foi elevada e está acima da actividade basal, o que indicia o início do período epidémico.

“Neste momento, a actividade gripal é semelhante à que atingiu no ano passado perto do pico mas, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, a incidência, o número de pessoas que estará doente por cem mil habitantes é de 127,7 e isso levou a que a linha de base fosse ultrapassada e se considere que entrámos no período epidémico”, afirmou Graça Freitas.

De acordo com a subdirectora-geral da Saúde, a evolução da mortalidade semanal, por “todas as causas”, apresenta, no mesmo período, um acréscimo em relação ao esperado.

“Este aumento ocorre habitualmente na época de inverno e pode estar associado às baixas temperaturas, à descompensação de doenças crónicas e a infecções respiratórias causadas por diferentes microrganismos, nomeadamente gripe”, disse.

Graça Freitas adiantou também que têm estado em circulação outros vírus, além do vírus da gripe, que originam sintomatologia respiratória, nomeadamente Rhinovírus humano.

“Estamos a aguardar mais uma ou duas semanas para perceber qual vai ser o padrão de vírus em Portugal e isso depois vai definir a evolução da epidemia”, contou. Graça Freitas lembrou que o vírus da gripe é sazonal, manifestando-se principalmente durante o inverno, com um padrão de incidência predominante, nos últimos anos, em Janeiro e em Fevereiro. A DGS estima que 60% das pessoas com 65 ou mais anos de idade já estejam vacinadas contra a gripe.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), o número de casos de gripe subiu dez vezes mais entre os dias 29 de Dezembro e 4 de Janeiro e a mortalidade ’por todas as causas’ cresceu acima do esperado. A taxa de incidência da síndroma gripal foi na última semana de 127,7 casos por cada 100 mil habitantes.

Segundo o boletim do INSA, naquela semana foram analisados laboratorialmente 169 casos de síndroma gripal, dos quais 109 negativos para o vírus influenza, 51 positivos para vírus influenza do tipo B (dos quais 25 da linhagem Yamagata, 8 positivos para o vírus influenza A(H3) e 1 positivo para o vírus influenza A(H1)pdm09.

“Na semana 01 de 2015 foi admitido um caso de gripe nas 21 Unidades de Cuidados Intensivos que reportaram informação”, indica o INSA, adiantando tratar-se duma mulher de 52 anos que não tinha sido vacinada contra a gripe.

Desde o início da época de gripe 2014-2015 foram admitidos, em unidades de cuidados intensivos, sete doentes com gripe, quatro por influenza B e três por influenza A. “A identificação dos subtipos destes vírus não é, ainda, conhecida”, é referido no boletim.

Cumprimento de acordo
Um acordo entre o Ministério da Saúde e as empresas farmacêuticas permite que os hospitais públicos recebam 95 milhões de euros...

Os hospitais públicos vão receber 95 milhões de euros mediante notas de crédito já emitidas pelas empresas farmacêuticas no ano passado, no âmbito de um acordo celebrado entre o Ministério da Saúde e a Apifarma, segundo avança a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

O acordo fixava uma contribuição total directa de 120 milhões de euros, cinco dos quais serão pagos pelo SNS e aproximadamente 20 são deduzidos àquela contribuição, correspondentes a investimentos feitos pelas empresas em investigação e desenvolvimento.

A execução do acordo está prevista para o primeiro trimestre deste ano, sendo que, em função da despesa pública com medicamentos, pode haver uma contribuição adicional no montante que exceder o máximo definido (2 mil milhões de euros). Para este ano, a contribuição prevista é de 135 milhões.

Laboratório de Coimbra obrigado
Para tentar comprar equipamento de investigação o laboratório de Bioquímica Genética da Universidade de Coimbra recorreu a...

O Laboratório de Bioquímica Genética (LBG) da Universidade de Coimbra (UC) teve de recorrer a uma plataforma digital de recolha de fundos ("crowdfunding") para tentar comprar equipamento de investigação, disse fonte da organização, citada pelo Destak.

Face às reduções "drásticas" de financiamento do laboratório que está associado ao Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da UC, o LGB ficou sem "possibilidade de financiamento para adquirir equipamentos de investigação", explicou à agência Lusa a directora do LGB, Manuela Grazina.

A também fundadora do laboratório, que funciona desde 1995, decidiu então lançar uma campanha para comprar o aparelho Qubit 2.0, procurando dois mil euros de financiamento através de "crowdfunding", até 15 de Janeiro.

Mortalidade acima do esperado
O número de casos de gripe disparou na primeira semana de Janeiro, registando-se uma actividade gripal alta e uma mortalidade...

O Boletim, elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), dá conta do início do período epidémico, com uma taxa de incidência da síndrome gripal de 127,7 casos por cada 100 mil habitantes, acima da zona de actividade basal.

Em relação aos internamentos, na primeira semana deste ano foi admitido um caso de gripe - uma mulher de 52 anos que não tinha sido vacinada contra a gripe - nas 21 Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) que transmitiram a informação.

No boletim lê-se que, desde o início da época de gripe 2014/2015, foram admitidos em UCI sete doentes com gripe, quatro por influenza B e três por influenza A.

O Sistema Nacional de Vigilância da Gripe foi activado em Outubro de 2014 e funcionará até Maio de 2015.

A Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe conta, na época de 2014/2015, com a participação de 16 laboratórios, na sua maioria de hospitais do continente e regiões autónomas da Madeira e dos Açores.

Esta rede assegura a detecção e caracterização dos vírus da gripe que podem estar na origem de casos mais graves da doença.

Depois de investimento de 4,4 ME
Uma nova residência assistida para idosos é inaugurada hoje no Funchal, depois de um investimento de 4,4 milhões de euros da...

A residência Dilectus Assicom, segundo os promotores, parte do conceito em que o utente pode "fazer o que quiser, quando quiser" e não tem restrições quanto aos pedidos.

O projecto é da autoria de João Vasconcelos e Sá, engenheiro civil que criou o modelo a partir do exemplo da sua mãe e que tem a instituição concessionada por um período de 14 anos.

"A minha mãe tinha 79 anos e, apesar de ter sete filhos, decidiu ir para uma unidade destas, em que disse que queria ter a sua independência e pegou no seu carro, estacionou na garagem e subiu ao seu quarto", explicou, acentuando que se pauta por uma filosofia em que "as pessoas queiram vir, antes de precisarem de vir".

A ideia partiu também de uma prospecção de mercado, segundo a qual "a geração do Mick Jagger (vocalista dos Rolling Stones) quer ter liberdade para fazer o que quiser" e não permanecer em lares onde se assemelham a "[pessoas] pré-enterradas e institucionalizadas", disse.

Os 45 quartos da residência têm capacidade para 80 pessoas e, dependendo dos pedidos dos utentes, têm condições à medida.

"Temos piscina, garagem, ginásio, cabeleireiro, manicura, bar aberto - para aqueles que não têm restrições médicas - internet, TV cabo e a qualquer pedido feito a resposta é sempre: pode", exemplificou. Estes serviços custam uma média de 1.800 por mês, podendo o valor subir ou descer consoante os pedidos dos utentes.

Ministro da Saúde garante:
O ministro da Saúde garantiu hoje que nenhum centro de saúde vai reduzir horários ou encerrar serviços, pelo menos até final de...

Paulo Macedo falava aos jornalistas no final de um debate agendado pelo PS sobre as situações vividas em alguns serviços hospitalares, com longas horas de espera, desmentindo assim uma notícia sobre o alegado encerramento de serviços em centros de saúde na Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte.

“Não vai haver qualquer encerramento de nenhuma área de cuidados de saúde primários nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março”, disse o ministro que durante mais de uma hora esteve debaixo do fogo da oposição que o acusou de ser responsável pelo caos nas urgências que se registou nos últimos dias em algumas instituições.

Segundo Paulo Macedo, os centros de saúde já receberam, ou vão receber, instruções para alargarem os seus horários, sempre que de tal se justifique.

Sobre a falta de profissionais nos serviços, o ministro reiterou o investimento que o seu Governo tem feito nesta área, recordando que desde 31 de Dezembro de 2010 foram contratados cerca de 2.500 médicos e que mais 1.840 clínicos foram recentemente recrutados.

A este propósito, o governante anunciou que será ainda este mês aberto um novo concurso para 200 médicos de medicina geral e familiar, também aberto a médicos que exercem no sector privado.

No último concurso para esta especialização, que decorreu em 2014, cerca de 50 profissionais que trabalhavam em unidades do sector privado optaram por ir trabalhar no SNS, disse. O alargamento das 35 para as 40 horas de trabalho também deverão ajudar a suprimir a falta de médicos, adiantou o ministro.

Fazer face às dúvidas dos papás
O pai também tem um papel muito ativo no aleitamento materno.
Aleitamento materno

Quando falamos sobre aleitamento materno é certo que necessitamos de cerca de três horas em conversa para que as coisas possam fazer sentido para os pais – sim, porque o pai também tem um papel muito ativo no aleitamento materno – numa fase em que ainda estão ‘grávidos’. Isto acontece, quer se tratem de primeira gravidez ou não, pois todas(os) viveram ou ouviram relatos acerca do aleitamento materno.

Para fazer face às dúvidas dos papás, tentei organizar ideias para escrever este “manual” de uma forma compreensível e fluida… estas linhas orientadoras não são um apoio individualizado nem dirigido a ninguém em particular, pretendem apenas ser um pequeno suporte, com aquilo que são as bases de um aleitamento materno de sucesso. Este ‘manual’ não pretende fazer-se substituir a qualquer apoio personalizado que a mãe, puérpera e o bebé possam obter – esse é sempre bem-vindo e certamente mais assertivo e direcionado já que tem em conta a tríade mãe/ pai/ bebé em questão.

Ufa! E vamos então por partes. Existem quatro fases do aleitamento materno.

A preparação
Tal como é esperado que se planeie a gravidez, também é suposto que o façamos com o aleitamento materno, seja percebendo como tudo acontece, seja tomando uma primeira decisão sobre se querem ou não amamentar;

O colostro
É o primeiro leite que sai da mama, normalmente bastante espesso e amarelo, riquíssimo em nutrientes e comummente subvalorizado. Por ser tão rico, pouca quantidade é suficiente para que o bebé fique saciado, até porque o seu estômago não é maior do que o tamanho de um berlinde! Sim, quando nasce o bebé tem o estômago do tamanho de um berlinde!

A descida de leite
Tecnicamente é a produção excessiva de leite relativamente ao consumo do bebé, caracterizada pelo enchimento da mama, muitas vezes acompanhado de dor, temperatura e dificuldade em que o bebé faça uma pega correta e um bom esvaziamento da mama. (Voltaremos aqui mais em diante)

O leite maduro
Aquilo a que eu gosto de chamar de “velocidade cruzeiro”. Sem dúvida, se se fizer uma boa preparação, tudo será mais fácil, pois todos serão conhecedores dos obstáculos.

Amamentar é em primeira instância uma decisão, tornemo-la consciente e esclarecida. Para não tornar o “manual” em algo ilegível, e porque na fase “colostro” estará em meio hospitalar, não abordarei os obstáculos técnicos, apenas alerto para a importância – tantas vezes negligenciada – de cuidar da mama (primeiro biberão do bebé) desde a primeira mamada, com a aplicação de um creme (preferencialmente lanolina pura), utilização de um bom soutien de suporte, colocação de umas conchas protetoras de mamilos. Idealmente andaria com a mama ao ar, mas na impossibilidade de o fazer, estes são os segredos para uma mama sã.

O colostro será então aquilo que alimentará o bebé nos primeiros três a sete dias de vida, momento em que terá a descida do leite. Quando entramos nesta fase, é fundamental que o bebé mame frequentemente, isso assegurará uma boa base de produção de leite e esvaziamento da mama, evitando que esta fique tão tensa e que o bebé não consiga efetuar a pega o que certamente fará com que o bebé não fique tão sôfrego que não queira largar a mama! - Intervalos curtos entre mamadas darão origem a mamadas mais curtas e bebés mais serenos.

Recordando que este “manual” não substitui um aconselhamento individualizado, a minha orientação vai no sentido de intervalos de duas a duas horas e meia entre as mamadas, de duração entre quinze a trinta minutos (no máximo) e em ambas as mamas. É fundamental reter que o intervalo entre mamadas se contabiliza a partir do momento em que o bebé começa a mamar e este deverá fazer entre oito a dez mamadas por dia (vinte e quatro horas). Este momento, denominado “descida do leite” por se tratar de uma resposta cerebral ao estímulo que o bebé efetua na mama desde a primeira mamada, dura cerca de vinte e quatro a quarenta e oito horas, desde que bem orientado. Superável?

Daqui em diante entramos na “velocidade de cruzeiro”, podemos começar a estabelecer rotinas e padrões, pois o nosso corpo já percebe quanto e quando o bebé come/mama. A Mãe Natureza é fabulosa!

Os sete passos para o sucesso são:

1º: Calma!

2º: Calma!

3º: Calma!

4º: Saber que o leite materno digere mais rápido do que o leite artificial

5º: Saber que 80% daquilo que o bebé mama fá-lo nos primeiros 5 minutos de mamada – apaziguador, não?

6º: Saber que quanto maior é o estímulo, maior é a produção

7º: NUNCA esquecer a ….CALMA!

Ter esta informação sempre presente é importantíssimo para a serenidade do casal e harmonia com o bebé, senão vejamos. Por exemplo no ponto 4, só com esta informação percebemos por que razão, caso seja administrado ao bebé leite artificial, este fica por vezes cinco horas sem dar sinais de fome, ao invés do que acontece quando mama leite materno, em que por vezes ao fim de uma hora ou uma hora e meia já quer voltar a mamar. Quanto ao ponto 5, esta é a razão pela qual não faz qualquer sentido manter o bebé na mama por uma hora ou mais, como por vezes vemos ou sabemos que acontece…. É bem provável que esse bebé apenas esteja a fazer da sua mama chupeta…. Esta situação irá inclusivamente causar confusão nos horários da amamentação, nos intervalos entre mamadas e é tantas vezes causa da interrupção do aleitamento materno.

Ingrediente secreto… Saber que quanto maior é o estímulo, maior é a produção
No que refere ao ponto 6 eu chamar-lhe-ia o ingrediente secreto, pois se quanto maior é o estímulo maior é a produção então estou certa em defender intervalos curtos entre mamadas! Não só asseguram uma boa produção, como um excelente esvaziamento da mama e estou quase certa que excelentes ganhos de peso também.

E é esta a base do trabalho que diariamente desenvolvo como conselheira em aleitamento materno…. Em termos emocionais o aleitamento materno é muito poderoso, de forma bilateral – pela positiva e pela negativa. E por isso reforço que a preparação é importantíssima, pois é nesta fase que podemos pensar no que queremos e como queremos! Mas uma relação não sobrevive sem comunicação, sem diálogo, sem partilha, e nesta fase em que está a viver um turbilhão de emoções que alteram o nosso “habitual”, falar é ainda mais importante! Sabemos que os homens têm dificuldade em compreender as mulheres, pois se não falarmos essa tarefa torna-se impossível!

Uma vez uma grávida disse: “Os meus receios com o aleitamento materno são os normais…” Isto é chinês para um homem! Fale, diga-lhe o que pensa, o que sente e como quer que ele a apoie… amamentar também o envolve a ele. Antes e durante esse processo de amamentação esse fator pode ser determinante. Crie um espaço para esse momento tão íntimo e especial. Deve ser sereno e confortável para que a linguagem hormonal possa acontecer. Não receie pedir ajuda, isso demonstra inteligência e não fraqueza! Saiba que em todas e cada uma das fases da amamentação é normal que surjam questões… é o seu sentido de responsabilidade que a faz questionar sempre! Perceba que a decisão de amamentar é sua, e diária… ninguém pode ou deve emitir juízos de valor acerca do que faz com a sua vida em cada momento.

Joana Freitas, Conselheira em Aleitamento Materno - E. [email protected]

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Um dos mitos mais perigosos da humanidade
Não existem obesos saudáveis. Esta é a conclusão de um estudo levado a cabo nos últimos 20 anos e que deita por terra todas as...

Um estudo da University College of London, no Reino Unido, feito ao longo dos últimos 20 anos, vem deitar por terra todas as teorias sobre a existência de obesidade saudável. Segundo os cientistas envolvidos nesta pesquisa, esta ideia é apenas um estado de ‘saúde relativa’ e um dos mitos mais perigosos da humanidade.

A pesquisa britânica teve em conta a avaliação de 2.521 voluntários e conclui que os obesos até agora considerados saudáveis deixam rapidamente de o ser e tornam-se pessoas com fracas condições de saúde ao longo do tempo, lê-se no site da Globo, citado pelo Notícias ao Minuto.

Realizado durante duas décadas, o estudo  indica que dos voluntários – homens e mulheres entre os 39 e os 62 anos – que no início foram definidos como obesos saudáveis, por não possuírem factores de risco metabólico, 51% acabaram por se tornar obesos não saudáveis, tendo desenvolvido problemas de saúde com o passar dos anos. 38% conseguiu manter o estatuto de ‘obeso saudável’ mas sempre com um estado de ‘saúde relativa’, uma vez que continuavam propensos a determinados problemas cardiovasculares, por exemplo.

Do total de inquiridos, apenas 11% deixou de ser obeso nos 20 anos de estudo.

"Um pressuposto central sobre a obesidade saudável é que seria estável ao longo do tempo, mas agora podemos ver que adultos obesos saudáveis tendem a tornar-se obesos não saudáveis a longo prazo. Cerca de metade passaram por essa transição no período de 20 anos do estudo", disse Joshua Bell, um dos autores principais da pesquisa, frisando que "a obesidade saudável é apenas um estado de saúde relativa - é apenas menos mau do que o pior cenário. E como vemos agora, os adultos obesos saudáveis tendem a tornar-se não saudáveis ao longo do tempo, o que fornece mais evidências contra a ideia de que a obesidade pode ser saudável".

Oposição
O ministro da Saúde foi hoje alvo de fortes críticas da oposição a propósito das urgências hospitalares, com o PS a insinuar...

Num debate de actualidade pedido pelo PS, Paulo Macedo esteve debaixo do fogo da oposição, com o PS, através da deputada Luísa Salgueiro, a abrir o debate com ataques às medidas desenvolvidas pelo Governo. “A situação caótica nas urgências é muito grave” e espelha “os problemas de todo o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e as consequências das opções políticas deste governo”, afirmou.

Segundo a deputada, o ministro da Saúde estava “devidamente alertado” pelo PS e pelas ordens dos Médicos e dos Enfermeiros e comissões de utentes para os efeitos da redução dos serviços ao mínimo.

“A imagem que o Ministério da Saúde tentou vender de que os cortes e a austeridade na saúde decididos por este Governo não punham em causa o SNS caiu definitivamente por terra com o que se está a acontecer nas urgências hospitalares”, disse.

Luísa Salgueiro acusou o governo de “abandonar a reforma dos cuidados de saúde primários, reduzindo a abertura de Unidades de Saúde Familiar (USF), impedindo a evolução do modelo B de remuneração associada ao desempenho, promovendo a redução dos horários de atendimento”.

O deputado do PSD Miguel Santos respondeu em defesa da maioria no Governo, afirmando que “não se trata de um problema novo, mas sim que já acontece, e infelizmente, todos os anos”.

Miguel Santos levou ao debate notícias de 2007, 2009 e 2011, anos em que, com governos socialistas, terão ocorrido igualmente casos de dificuldade no acesso às urgências hospitalares.

Fortemente crítico de Paulo Macedo, o deputado João Semedo, do Bloco de Esquerda, garantiu que tudo o que aconteceu – com esperas nas urgências superiores a 20 horas no Amadora Sintra – “era previsível”.

“Era previsível e evitável se a política do ministro da Saúde não fosse determinada pela poupança. O ministro preferiu poupar em vez de reforçar os mecanismos de resposta do SNS. O senhor e os seus efeitos da política não são sazonais, são permanentes”, disse.

Para João Semedo, o ministro “perdeu autoridade política”. “A sua política pode poupar muitos euros, mas não poupa vidas e a primeira responsabilidade do SNS, a sua primeira responsabilidade é poupar vidas”.

Na mesma linha, a deputada socialista Antónia Almeida Santos disse que “não se pode basear por medianas e estatísticas, numa altura em que a realidade é muito difícil para os portugueses e as pessoas estão mais vulneráveis”.

“Esta situação implicava medidas, não de recurso, mas de uma política. O que este ministro tem feito é recorrer a medidas pontuais”, disse, sugerindo que Paulo Macedo peça ajuda à ministra das Finanças que “é quem, parece, manda no Ministério da Saúde".

A deputada Carla Cruz (PCP) levou ao debate a questão das empresas de emprego temporário, acusando Paulo Macedo de conhecer esta situação, até porque este partido terá levantado várias questões ao governo nesse sentido.

Para José Luís Ferreira (Os Verdes), “o caos que se vive nas urgências hospitalares não tem nada a ver com o aumento da afluência que, em alguns casos, até é menor do que no ano passado”.

Trata-se do “resultado de medidas do Ministério da Saúde. O governo não está a conseguir colocar os serviços de urgência a funcionar e a responder às necessidades”, disse.

Teresa Caeiro (CDS), à semelhança do deputado Miguel Santos (PSD), defendeu as políticas do governo, atribuindo responsabilidades ao PS que “teve conhecimento desta situação durante sete anos”.

Em poucos minutos, os disponíveis neste debate, Paulo Macedo garantiu que o SNS está preparado para o pico de gripe que deverá chegar no final do mês e recusou a ideia de que o seu ministério não se preparou para a situação, recordando algumas visitas que realizou recentemente a algumas unidades de saúde.

Paulo Macedo garantiu que nenhum serviço de cuidados de saúde primários vai encerrar – em resposta a uma notícia sobre o encerramento de horários nos centros de saúde da Administração Regional de Saúde do Norte – adiantando que estas unidades serão “reforçadas”.

Às acusações de falta de pessoas, levantadas por alguns deputados da oposição, disse que tal é “ignorância”, recordando que nos últimos três anos o Governo tem contratado todos os médicos disponíveis.

Maioria dos processos resulta de erro médico
Cidadãos lesados e advogados recorrem cada vez mais a serviço privado para resolver conflitos sobre a saúde.

A Best Medical Opinion (BMOp) registou, em 2014, um crescimento superior a 30% no número total de processos. Face a 2013, a primeira empresa portuguesa a emitir pareceres médicos fundamentados, sobre documentação clínica, teve uma subida de 35% em serviços de pareceres médicos. O director da BMOp considera que “este crescimento deve-se ao facto de os cidadãos estarem mais conhecedores dos seus direitos e melhor saberem da existência dos serviços da empresa”.

Pedro Meira e Cruz sustenta que a crise em que Portugal permanece mergulhado tem sido propiciadora de uma consciencialização colectiva de problemáticas relacionadas com a saúde.

Essa realidade na sociedade portuguesa ajuda ainda a explicar o facto de as actividades periciais da Best Medical Opinion terem tido também um forte aumento. O director da BMOp salienta que “a maioria dos processos resulta de dúvidas, por parte de cidadãos lesados e advogados, sobre a existência de erro médico e sobre a atribuição de incapacidades decorrentes de eventos, tais como, prestação de cuidados de saúde, acidentes de viação e/ou de trabalho e doenças incapacitantes”.

Face a 2013, houve um aumento de 60% nas actividades periciais da BMOp, onde se incluem perícias médicas para avaliação de dano corporal e para avaliação de incapacidade permanente por doença, exames periciais colegiais realizados em juntas médicas e em tribunal e exames periciais de psiquiatria e psicologia forenses, tais como perícias para avaliação da saúde mental, para efeitos da regulação do exercício das responsabilidades parentais e perícias sobre a personalidade.

No início de 2014, a Best Medical Opinion apostou num serviço inovador: os pedidos gratuitos de apreciação prévia e sumária de elementos clínicos individuais. O novo serviço, acessível a partir do site www.bmop.pt, teve uma elevada procura. Foram recebidos mais de 50 pedidos de apreciação prévia.

Para 2015, ano em que a BMOp celebra 5 anos de vida, Pedro Meira e Cruz define novos objectivos e revela que “a empresa pretende continuar a crescer e a assumir-se como uma entidade privada prestadora de serviços médicos e periciais diferenciados assentes em valores como a imparcialidade, a isenção, o rigor, e a honestidade. Esse crescimento passa também pelo estabelecimento de possíveis acordos com entidades terceiras, como por exemplo sociedades de advogados, as quais nos têm contactado em número crescente”.

Contrato por ajuste directo
O bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo Mourinho Baptista, acusou os serviços prisionais de estarem a contratar por ajuste...

A Ordem dos Psicólogos alertou em Dezembro que os mais de 14 mil reclusos existentes em Portugal poderiam ficar sem apoio psicológico por falta de renovação dos contratos dos profissionais que trabalham nos estabelecimentos prisionais (EP).

Na altura, a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, garantiu que não haveria “uma situação de ausência de psicólogo” para os reclusos, adiantando que esse apoio seria assegurado pelo Serviço Nacional de Saúde até ao final de 2014, altura em que estaria concluído o concurso para a contratação de psicólogos.

Telmo Mourinho Baptista disse que a solução encontrada para a reposição de alguns serviços foi a contratação por ajuste directo até 31 de Março. Para já, psicólogos mantêm-se, mas sem garantia de permaneceram após a celebração do novo contrato.

Para o bastonário, a solução encontrada “é insuficiente, precária e repete erros do passado” ao “não fazer uma contratação adequada a tempo e horas”.

Segundo Telmo Baptista, o ajuste directo implicou uma redução média de 20% das horas semanais prestadas pelos psicólogos nas prisões, sendo que no Estabelecimento Prisional da Polícia Judiciária essa diminuição foi de 50%, ao baixar de 10 horas para cinco horas por semana.

A Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais refutou estes números, esclarecendo que “nos procedimentos previstos para a prestação de serviços de psicologia, entre 1 de Janeiro e 31 de Março, a redução média mensal na prestação de serviços de psicologia é de cerca de 8%”.

Assegurou que desta redução de 8% não resulta “qualquer prejuízo nos cuidados a prestar aos reclusos, uma vez que há articulação com os serviços do Serviço Nacional de Saúde”.

Contudo, dados avançados pela Ordem, referem, por exemplo, que no EP Lisboa o apoio psicológico foi reduzido de 60 para 50 horas e na prisão de Pinheiro da Cruz de 28 para 25 horas semanais. Nas prisões de Vale de Judeus e de Paços de Ferreira esse apoio baixou de 30 para 20 horas e no EP do Porto de 60 para 50 horas semanais. Houve casos, como os EP da Carregueira e do Montijo em que esse apoio aumentou.

Para o bastonário, “não é aceitável para uma área que já é tão depauperada (…) reduzir este apoio. “Estamos a falar de 30 e poucos psicólogos para 14 mil reclusos em todo o país”.

O bastonário disse que tem “consciência do momento que o país atravessa”, mas não se pode de “maneira nenhuma esquecer que é uma população que tem problemas muito específicos, que precisa de ser acompanhada”.

“O problema destas soluções a conta-gotas que são feitas todos os anos” é não garantir a essencial continuidade do apoio prestado pelos psicólogos, uma situação que “agita os profissionais, agita os beneficiários, agita os serviços, porque nunca se sabe com o que é que se conta”.

Para Telmo Baptista, é necessário encontrar “soluções que sejam mais consistentes, mais permanentes e que contemplem os recursos existentes, que são diminutos”.

Segundo a DGRSP, o concurso público internacional, lançado em Setembro, para contratação de psicólogos encontra-se em fase de adjudicação.

Movimento de Utentes de Saúde
O porta-voz do Movimento de Utentes de Saúde, Manuel Villas-Boas, considerou “absolutamente inconcebível” a decisão da...

“Já não basta os problemas que existem actualmente no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, nomeadamente, nestas alturas mais críticas. É uma decisão absolutamente inconcebível. Essa é uma medida que vem a contra ciclo. Não se admite”, afirmou.

Na sua edição de hoje, o Jornal de Notícias revela que a ARS/Norte vai acabar, a partir de 01 de Fevereiro, com o prolongamento de horário em dez unidades de saúde familiar com baixa procura.

Segundo o JN, que cita Rui Cernadas, do Conselho Directivo da ARS/Norte, das 30 unidades de saúde familiar do Norte que têm prolongamento de horário, oito vão deixar de funcionar ao fim de semana e duas não estarão abertas depois das 20 horas. “São unidades com baixa actividade no horário de prolongamento e onde há alternativas", disse o responsável.

As USF que vão deixar de funcionar à noite e ao fim de semana fazem parte dos agrupamentos de centros de saúde do Alto Ave, Braga, Gaia/Espinho e Feira.

Para o porta-voz dos utentes de saúde “estamos a assistir a um descalabro autêntico, é uma vergonha, e os responsáveis por estas políticas devem ser criminalizados por elas”.

Em seu entender, uma das razões para o que se passa nas urgências hospitalares tem a ver com o encerramento de centros de saúde: “Muitos já foram fechados e agora está-se a ver que em situações de urgência a tendência é para os utentes se dirigirem para os hospitais, entupindo as urgências”.

“A situação de falecimento de pessoas é um ato criminoso, os responsáveis devem ser criminalizados por esta situação. É uma vergonha o que está a acontecer no país”, frisou.

O responsável considerou “urgente o reforço de meios nos serviços de urgência hospitalares, nomeadamente, a contratualização a tempo inteiro dos profissionais necessários, médicos, enfermeiros, auxiliares e assistentes operacionais. O que tem havido são situações precárias, recorrendo a serviços de empresas”.

Manuel Villas-Boas criticou ainda as “contradições” do Ministério da Saúde, que “numa semana disse que os horários dos centros de saúde iriam ser alargados, para ajudar a resolver o problema das urgências hospitalares, e na semana a seguir diz que vai reduzir. Em que ficamos?”.

“Os utentes estão revoltadíssimos. A situação está-se a agravar por que já não são só os picos de afluência. Em situações normais o Serviço Nacional de Saúde também se está a degradar. As políticas seguidas pelo Ministério estão a resultar na destruição do SNS”, acrescentou.

Citado pelo Jornal de Notícias (JN), o presidente da Associação Nacional das USF (Unidades de Saúde Familiares), Bernardo Vilas-Boas critica também a “política de desinvestimento nos cuidados de saúde primários” por conduzir “a uma maior procura das já saturadas urgências hospitalares e do sector privado”.

Também o bastonário da Ordem os Médicos disse ao JN que “quem fecha serviços com base em médias não percebe nada de saúde. O sistema já colapsou, temos doentes a morrer sem assistência”.

Na sexta-feira
Quatro projectos de resolução que exigem o cumprimento da legislação sobre o acompanhamento médico periódico e gratuito aos ex...

Os projectos de resolução foram apresentados pelo PEV, BE, PCP e PS, depois de a Associação dos Ex-Trabalhadores das Minas de Urânio (ATMU) ter denunciado que, contrariamente ao que refere a Lei nº 10/2010 - que no artigo 3.º prevê “o acompanhamento médico periódico e gratuito” aos antigos trabalhadores Empresa Nacional de Urânio (ENU) e familiares directos – têm sido cobradas taxas moderadoras para a realização de consultas e de exames.

O presidente da ATMU, António Minhoto, disse que uma delegação de antigos trabalhadores e familiares se deslocará na sexta-feira a Lisboa para ver como os partidos do Governo acolhem os projectos de resolução dos partidos da oposição.

“Se os sinais forem negativos, vamos juntar um grande movimento, mobilizar toda a gente numa só luta, porque há várias questões por resolver que são consequência da exploração de urânio em Portugal”, avisou.

Segundo António Minhoto, serão mobilizados não só os antigos trabalhadores e seus familiares, mas também “os moradores das casas que foram construídas pela ENU e que estão altamente contaminadas (devido à radioactividade)” e as populações de Mangualde e de Tábua, “onde há ainda minas por recuperar”.

Por resolver está também a reivindicação do pagamento de indemnizações aos familiares dos trabalhadores que morreram devido a doenças provocadas pela radioactividade.

“Se o Governo continuar com medidas fora da lei, nós, os trabalhadores e as populações, vamos agir rapidamente e com grandes manifestações”, prometeu.

Na terça-feira, o Ministério da Saúde divulgou um ofício, datado de 19 de Dezembro e enviado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) ao presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), José Tereso, no qual é explicado que o artigo 3.º da Lei nº 10/2010 “se mantém em vigor na ordem jurídica”.

O ofício refere que “os trabalhadores que tenham exercido funções ou actividades de apoio nas áreas mineiras e anexos mineiros ou em obras e imóveis afectos à exploração da ENU” estão isentos das taxas moderadoras, quando estejam em causa consequências na saúde decorrentes da sua actividade.

Esta isenção aplica-se quer aos trabalhadores que tenham exercido funções ou actividades à data da dissolução da ENU ou, “no caso de cessação de contrato anterior à dissolução, que tenham aí trabalhado por um período não inferior a quatro anos”.

O ofício deixa também claro que se encontram igualmente isentos “os cônjuges ou pessoas que com eles vivam em união de facto e descendentes directos”.

Neste âmbito, o presidente do conselho directivo da ACSS, Rui Santos Ivo, pede à ARSC a divulgação desta informação junto dos hospitais e dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da região Centro.

A ARSC garantiu na quarta-feira à Lusa que "já informou o ACES Dão Lafões relativamente à isenção de taxas moderadoras na saúde para os ex-mineiros e seus familiares directos".

"Esta informação seguiu logo após a ARSC ter recebido o esclarecimento da ACSS, de 02 de Janeiro de 2015, sobre a interpretação da Lei 10/2010, de 04 de Janeiro, e do decreto-lei nº 113/2011, de 29 de Novembro", explica, acrescentando que também enviou, na quarta-feira, a informação à ATMU.

Com sede na Urgeiriça, Canas de Senhorim, no concelho de Nelas, distrito de Viseu, a ENU teve a seu cargo, desde 1977, a exploração de minas de urânio em Portugal.

A empresa entrou em processo de liquidação em 2001 e encerrou definitivamente no final de 2004.

Nos jovens
As causas da perda de audição são diversas e diferem consoante a faixa etária.

“As dificuldades auditivas nos jovens começam a ser um problema de saúde pública devido ao uso de headphones e à frequência de locais com ruído de alta intensidade”, alerta o Presidente da Associação Portuguesa de Audiologistas, Jorge Humberto Martins.

As razões da perda de audição podem ser diversas mas “atendendo ao envelhecimento da população a principal causa de perda de audição é a idade, ou seja o envelhecimento natural. A esta perda auditiva chama-se presbiacusia”, refere o especialista. Porém as causas do deficit de audição variam consoante a faixa etária. Jorge Humberto Martins explica: “ao nascimento a causa genética tem um grande contributo, já à entrada do ensino formal a patologia do ouvido médio, nomeadamente as otites, são a grande causa da perda de audição que se adicionam às doenças da infância, traumatismos e outras causas de problemas auditivos”.

Na idade adulta, o ruído, a medicação e as doenças aumentam a incidência da perda de audição. No idoso, à presbiacusia adiciona-se todas as perdas de audição que a pouco e pouco se vão adquirindo ao longo da vida.

Em Portugal pouco se sabe acerca da prevalência e incidência deste problema, mas segundo estudos realizados nos Cursos Superiores de Audiologia indicam que a prevalência não é muito diferente da prevalência internacional, sendo que por volta dos 6 anos, a perda de audição por problemas do ouvido médio (e portanto resolúvel), pode chegar aos 7% e a partir dos 65 anos a perda de audição bilateral, pelo menos de grau ligeiro, é uma realidade em quase todos os idosos.

“Também a partir dos últimos censos foi possível recolher alguns dados mas não permitem concluir sobre a prevalência por faixa etária, se a surdez é congénita, pré-lingual ou pós-lingual, não permite obter informação sobre a etiologia da surdez, etc.”, lamenta o especialista.

A implementação de um programa de promoção da saúde auditiva podia permitir o cálculo da incidência – novos casos – uma vez que a perda de audição é algo que se instala ao longo da vida sem que na grande parte das vezes o indivíduo se aperceba e são os familiares ou os amigos que primeiro a “sentem”.

As consequências da perda de audição são diferentes de acordo com a idade de surgimento da deficiência auditiva, por exemplo uma criança com uma perda de audição que não foi ainda diagnosticada pode ser classificada como distraída, irrequieta ou com dificuldades de aprendizagem; uma pessoa idosa terá tendência a isolar-se socialmente e a deprimir por não conseguir compreender a conversação das pessoas à sua volta. Muitas vezes existe vergonha e é um estigma admitir que há uma perda que audição e que é necessário utilizar um aparelho auditivo. Na realidade essa vergonha e estigma não têm razão de existir visto que a perda de audição é tão natural como a perda de visão. A resolução da perda de audição é fundamental para a melhoria da qualidade de vida do indivíduo e é esse o nosso objectivo enquanto profissionais de saúde.

Importância da prevenção

“Mais do que prevenir a perda de audição é fundamental prevenir o seu impacto na vida do indivíduo e naturalmente na sociedade em que se insere”, considera Jorge Humberto Martins. Para que isso aconteça, além de não haver comportamentos de risco, como seja o ouvir música a intensidades elevadas, é fundamental fazer a sua detecção precoce. Para isso, o especialista defende a existência de rastreios, desde o nascimento à velhice, de um modo organizado e universal.

A valorização da audição acontece como em relação a outras situações: só é dada quando começam a sentir os efeitos da perda. “Acresce o facto que a audição é um problema que não se vê pelo que qualquer que seja a faixa etária muitas vezes é confundida por má vontade, distracção, demência ou mesmo burrice do indivíduo”, comenta o especialista.

A ciência da Audiologia

A Audiologia é a ciência que estuda a audição e o equilíbrio pelo que previne, identifica, avalia e re(h)abilita/trata perturbações nestas funções.

Em Portugal, é a licenciatura em Audiologia que permite aceder à cédula profissional passada pelo ministério da saúde que atesta a capacidade de exercer a profissão de Audiologista, uma profissão de saúde devidamente regulamentada, mas uma área pouco valorizada. Na opinião de Jorge Humberto Martins, “poder-se-á dever à pouca visibilidade que a profissão e os seus profissionais tiveram até à actualidade”.

Por outro lado, este facto também se poderá ficar a dever “à inexistência de legislação que regulamente a venda dos auxiliares de audição. Estes auxiliares de audição, nomeadamente aparelhos auditivos, que permitem a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, deveria ser considerados produtos de saúde e, como tal, ter a sua venda exclusivamente subsequente a todo um processo de reabilitação auditiva de que faz parte não só a adaptação do auxiliar de audição mas também o aprender a voltar a ouvir”.

A reabilitação auditiva é um processo complexo, demorado, individual e adaptado às vivências e necessidades do indivíduo. “A inexistência de legislação que regulamente a comercialização destes equipamentos permite que esta seja efectuada por indivíduos sem qualquer formação académica para o efeito”, alerta.

Dia Mundial do Audiologista comemorado pela primeira vez

Foi a 10 de Outubro de 2014 que em Portugal se comemorou pela primeira vez o Dia Mundial do Audiologista. “Este dia permitiu que a Audiologia enquanto ciência e o Audiologista enquanto profissional fossem mais falados nos órgãos de comunicação social e tenha chegado um pouco mais de informação à população”, disse Jorge Humberto Martins.

Segundo o mesmo especialista a comemoração deste dia teve a sua origem em países em que a profissão é mais valorizada, por isso o objectivo da Associação em se associar a esta efeméride foi o de contribuir para a melhoria da informação fornecida à população sobre os cuidados a ter com a sua audição e naturalmente sensibilizar as pessoas que possuam este problema que devem recorrer a profissionais credenciados para a avaliação e reabilitação da sua perda auditiva.

As acções desenvolvidas nesse dia permitiram uma maior exposição à comunidade civil da profissão, do profissional e da associação. Contudo, refere o especialista “sentimos que muito mais deverá ser feito no campo da divulgação dos cuidados de saúde auditiva desde a nascença até à idade adulta e com uma cada vez maior importância na população idosa”.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Infarmed
Em Setembro passado, genéricos já representavam quase metade do total dos medicamentos vendidos nas farmácias. Significa que os...

Os portugueses estão a comprar mais medicamentos e optam cada vez mais pelos genéricos, mais baratos do que os fármacos que lhes deram origem, escreve o jornal Público na sua edição digital. Quase metade (46,3%) dos medicamentos vendidos em Portugal em Setembro passado já eram genéricos, um aumento de perto de 2% face ao mesmo mês de 2013, revelou a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).

Mesmo assim, apesar da opção crescente por fármacos mais baratos, os gastos dos cidadãos nas farmácias acabaram por crescer entre Janeiro e Setembro de 2014. A explicação é simples. Nos primeiros nove meses de 2014, foram comercializadas mais 4,6% de unidades de medicamentos nas farmácias, o que implicou um acréscimo, ainda que menor, dos encargos para os utentes (mais 1,1%) e também para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). No total, o Estado gastou perto de 857 milhões de euros e os cidadãos, 511 milhões de euros, indica o último balanço sobre consumo de medicamentos nas farmácias divulgado pelo Infarmed.

Quanto à quota de genéricos, apesar de esta não parar de crescer nos últimos anos, o Infarmed faz questão de notar que, no conjunto de medicamentos em que há substâncias activas com genéricos comercializados nas farmácias, a quota era em Setembro de 63,6%, o que significa que ainda é substancial o potencial de crescimento do consumo deste tipo de fármacos. O organismo volta a recordar, a propósito, que o preço médio dos genéricos desceu muito desde 2009: se nesse ano rondava os 16 euros, em Setembro passado custava 7,26 euros, em média.

Em unidades, entre Janeiro e Setembro, nas farmácias venderam-se mais antidepressivos (acréscimo de 8%), antiepilépticos e anticonvulsionantes (mais 7%) e antidislipidémicos (fármacos para o colesterol, um aumento de 5,3%), entre outros tipos de medicamentos, de acordo com a última monitorização do Infarmed.

Já nos hospitais públicos os gastos com medicamentos continuaram a diminuir ligeiramente até Outubro passado, para um total de 818,5 milhões de euros, um ligeiro decréscimo (menos 0,6%) face ao mesmo período de 2013. Na prática, gastaram-se menos 4,7 milhões de euros nos 46  hospitais do SNS com gestão pública considerados noutro relatório também divulgado pelo Infarmed, este relativo ao consumo em meio hospitalar.

Um decréscimo que “decorre, provavelmente, das medidas implementadas relativas à definição e revisão dos preços dos medicamentos hospitalares assim como do acordo estabelecido entre o Ministério da Saúde e a indústria farmacêutica”, justifica.

A maior parte da despesa com medicamentos nos hospitais é feita no ambulatório (consulta externa, hospital de dia e cirurgias que não implicam internamento), 631 milhões de euros, que correspondem a mais de três quartos dos gastos totais. “O elevado peso do ambulatório hospitalar deve-se, essencialmente, à despesa com medicamentos para a infecção com VIH, oncologia, artrite reumatóide” e outras patologias, refere.

Por grupos terapêuticos, os medicamentos usados sobretudo em oncologia (imunomoduladores) são os que implicam mais gastos nos hospitais públicos, seguidos pelos antivíricos. Enquanto no primeiro grupo terapêutico se observou um acréscimo dos encargos (mais 6,3%), sobretudo devido ao preço de alguns fármacos inovadores, no segundo grupo, que inclui os medicamentos para o VIH/sida, a despesa diminuiu, graças à redução do custo médio dos medicamentos desta área.  Os medicamentos órfãos (para doenças raras) representaram de Janeiro a Outubro de 2014 um encargo de 67,3 milhões de euros,  uma variação homóloga de mais 6,9%.

O Infarmed nota ainda que, neste período, os hospitais que mais contribuíram para o decréscimo na despesa foram o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, o Centro Hospitalar de Lisboa Central e o Instituto Português de Oncologia de Lisboa.

Em três anos
Nos últimos anos as rescisões superaram as aposentações. Sindicato Independente admite que tendência nova também contribuiu...

Em três anos 1400 médicos abandonaram o SNS por sua iniciativa. Em 2012 e 2013 as denúncias e resoluções de contrato por parte dos clínicos superaram mesmo as aposentações, o que nunca tinha acontecido, noticia o iOnline.

Segundo uma análise do jornal i a dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), as saídas por vontade própria aumentaram em 2010, quando começou o congelamento salarial na função pública. Em 2011 e 2012 foram mais do dobro do que as que se registavam em 2009, mais de 500 por ano. Em 2013 baixaram para 387, sendo que, ainda assim, houve mais 40 médicos a rescindir do que a reformarem-se.

Numa altura em que se tenta perceber o que tem gerado as dificuldades nos serviços de urgência, o fracasso no planeamento dos recursos humanos poderá ter mais esta variável em conta. O governo insiste que tem contratado todos os médicos que se formam mas nem sempre o saldo tem sido positivo. Se os estudos feitos na última década já anteviam dificuldades dado o envelhecimento da classe e um período em que as vagas de Medicina não eram suficientes para as aposentações previsíveis, reformas antecipadas e rescisões terão agravado o défice.

Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), admitiu ao i não ter noção da dimensão das rescisões mas adianta que havia a percepção de que este, a par das reformas antecipadas, seria um factor importante, sendo aliás números que o SIM tinha solicitado à tutela numa recente carta aberta. O dirigente atribui as saídas à desmotivação e concorrência do sector privado, que tem a fragilizado os serviços. O facto de as unidades estarem dependentes de autorização da tutela para contratações e haver um histórico elevado de saídas que não foram substituídas terá contribuído para o evidenciar de lacunas este Inverno, quando a maioria das unidades tem testemunhado que não há mais doentes do que noutros anos, apenas menos meios - não só médicos mas também enfermeiros e auxiliares. No Amadora-Sintra havia, por exemplo, pedidos à tutela para a contratação de 17 médicos desde Março do ano passado, que só pelo Natal foram autorizadas face ao pico de 22 horas de espera na noite de 23 para 24.

O problema das urgências vai ser esta tarde discutido no parlamento após um agendamento potestativo do PS. Ontem o SIM reuniu-se com deputados socialistas, alertando que se o problema de planeamento carece de uma resposta a médio prazo, reduzir as burocracias na contratação pode ter um resultado imediato.

Segundo o dirigente, metade dos médicos que concluíram a especialidade em Abril do ano passado ainda não está colocado devido a atrasos nos procedimentos concursais, continuando como internos nos serviços onde fizeram a formação. "Se são 500 médicos vezes 24 horas de urgência por semana, estamos a falar de 12 mil horas. Estando ainda como internos, não têm autonomia e não podem estar escalados sem supervisão." Roque da Cunha diz que tal como muitos clínicos rescindem contratos, alguns destes médicos que aguardam há quase um ano por uma colocação e vencimentos de início de carreira, 600 euros superior ao que têm como internos, poderão ser aliciados para o privado com melhores condições. Sobretudo os melhores, adverte.

O SIM defende que a colocação destes médicos deverá demorar no máximo três meses. "Não faz sentido numa situação de calamidade de recursos humanos haver este corpo de médicos a aguardar", defende o dirigente. Do lado da tutela, o alargamento excepcional dos horários dos centros de saúde e autorização de contratações foram as medidas paliativas. Mas Paulo Macedo pretende a médio prazo também que os médicos trabalhem mais anos nas urgências, sendo que actualmente podem pedir dispensa do serviço nocturno aos 50 e do diurno a partir dos 55 anos. Roque da Cunha diz que 30% dos médicos continua ainda assim a fazer urgências para lá destas idades, admitindo que será difícil obter um acordo sobre esta matéria dado a actividade nas urgências ser de elevado risco de burnout.

A partir de 1 de Fevereiro
A Administração Regional de Saúde do Norte decidiu acabar, a partir de 1 de Fevereiro, com o prolongamento de horário em 10...

Das 30 unidades de saúde familiar do Norte que têm prolongamento de horário, oito vão deixar de funcionar ao fim de semana e duas não estarão abertas depois das 20 horas, confirmou ao JN Rui Cernadas, do Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte. A par desta redução, vai ser introduzida uma uniformização, que implicará que as unidades que até agora abrem ao domingo (das 9 às 13 horas) passem a funcionar ao sábado, no mesmo horário, escreve o Jornal de Notícias.

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