Investigação sugere
Investigadores americanos sugerem que manter o nariz quente e evitar o ar frio ajuda os vírus a não se reproduzirem.

O vírus que causa a constipação comum dá-se melhor num nariz frio, de acordo com cientistas americanos. O estudo mostrou que o sistema imunológico humano fica mais fraco quando exposto a temperaturas mais baixas, o que permite a disseminação do vírus. Os investigadores sugeriram manter o nariz quente e evitar o ar frio enquanto se estiver constipado. Os rinovírus são um dos principais grupos de vírus que deixam os nossos narizes a escorrer e nos fazem espirrar.

A equipa da Universidade de Yale testou o rinovírus a uma temperatura nasal de 33ºC e uma temperatura corporal normal de 37°C. “Sabemos há 50 anos que o vírus se reproduz com mais facilidade no nariz, mas o mecanismo nunca foi claramente definido”, disse à BBC a investigadora Akiko Iwasaki, citada pelo Diário Digital. A investigadora disse que o sistema imunológico torna-se mais fraco num nariz frio e dá ao vírus mais oportunidades para se reproduzir.

Duas ferramentas importantes - um conjunto de sensores que detectam a infecção e os químicos que coordenam a resposta imunológica - foram menos eficazes em temperaturas mais frias. “Em geral, quanto menor a temperatura, mais baixa é a resposta imune inata ao vírus”, disse Iwasaki. A cientista afirmou que as descobertas poderiam ajudar a explicar por que a constipação é mais comum nos meses de Inverno. Mas advertiu que isso é “muito mais complicado”.

Outros factores, incluindo mudanças de comportamento no Inverno em comparação com o Verão, também podem ajudar a explicar as constipações de Inverno.

Iwasaki sugeriu algumas formas de combater uma constipação: “Pode ficar num clima tropical quente ou tentar impedir que a cavidade nasal seja exposta a ar muito frio”.

Jonathan Ball, professor de virologia da Universidade de Nottingham, disse que as descobertas podem explicar por que o rinovírus infecta o nariz em vez de partes mais quentes do corpo, como os pulmões.

“Sabemos que a temperatura das células que revestem o nariz são mais frias do que outras partes menos expostas do corpo. Isso pode explicar por que o rinovírus causa constipações e é menos capaz de causar infecções pulmonares mais graves, como a influenza faz”, disse à BBC.

ONU:
O director da missão da ONU de resposta ao Ébola alertou para “um problema de coordenação” na luta contra a epidemia,...

“Os governos da Libéria, Serra Leoa e Guiné Conacri são quem está a dirigir (...), isto é sobre os seus cidadãos, sobre o destino dos seus países (e) devíamos reconhecer essa liderança nacional”, disse Ismail Ould Cheikh Ahmed, o novo director da missão da ONU para a Resposta de Emergência contra o Ébola.

“Há um problema de coordenação”, afirmou, na sua primeira visita a Monróvia, alertando para “demasiados cozinheiros na cozinha” com boas intenções.

Por proposta do PS
A Assembleia da República debate hoje a situação das urgências hospitalares, por proposta do PS, numa discussão que contará com...

Os deputados do PS solicitaram na terça-feira "o agendamento potestativo de um debate de actualidade para a reunião plenária do dia 08 de Janeiro de 2015 com o tema: ‘situação das urgências hospitalares'", segundo o requerimento.

Para preparar esse debate, o PS marcou reuniões com delegações de representantes de médicos e de enfermeiros, entre quarta-feira e hoje no parlamento: Ordem dos Enfermeiros, Sindicato Independente dos Médicos, Federação Nacional dos Médicos, Sindicato dos Enfermeiros e Ordem dos Médicos foram as entidades ouvidas.

Nas últimas semanas, foram relatadas várias experiências de utentes nas urgências, com mais de 20 horas de espera para atendimento no hospital Amadora-Sintra, por exemplo, devido a problemas com os médicos escalados e a uma afluência maior do que o normal.

Posteriormente, o Ministério da Saúde decidiu determinar aos centros de saúde da Grande Lisboa para alargarem os seus horários de funcionamento nos dias 30 e 31 de Dezembro e 02 de Janeiro.

Em Lisboa e em Santa Maria da Feira, dois homens morreram antes de receberem cuidados médicos enquanto esperavam nas urgências do Hospital de São José e de São Sebastião, respectivamente.

Numa experiência com ratos
Investigadores identificaram um novo antibiótico, que, numa experiência com ratos, se revelou eficaz no combate a certas...

O antibiótico, chamado de teixobactin, é uma molécula natural que uma equipa de cientistas da Universidade Northeastern, em Boston, nos Estados Unidos, descobriu, passando em revista dez mil compostos extraídos de bactérias provenientes do solo e cultivadas sobre microrganismos, através de uma "câmara de difusão" introduzida na terra durante uma a duas semanas.

Testado em ratos, o teixobactin revelou-se eficaz sobre estirpes resistentes de bactérias como a "Clostridium difficile", responsável por diarreias, a "Staphylococcus aureus", na origem de intoxicações alimentares, e a "Mycobacterium tuberculosis", que causa a tuberculose, de acordo com o artigo publicado na Nature.

Estirpes destas bactérias desenvolveram resistências aos antibióticos clássicos.

Segundo a investigação, o teixobactin mata a bactéria, provocando a ruptura na parede celular, um método semelhante ao de um outro antibiótico, a vancomicina, usada, desde a década de 1950, no tratamento de infecções bacterianas, mas como último recurso, e que ganhou resistências ao fim de 30 anos.

A equipa de investigadores liderada por Kim Lewis salienta, como vantagens do novo antibiótico, a ausência de efeitos secundários, esperando iniciar ensaios clínicos com humanos dentro de dois anos, depois de aperfeiçoadas as propriedades farmacêuticas do teixobactin. O estudo foi financiado pela farmacêutica norte-americana Novobiotic, da qual Kim Lewis é consultor.

Na Amadora
A Associação de Pais e Amigos de Deficientes Profundos – Amorama – inaugura novas instalações na Amadora permitindo apoiar mais...

"É um equipamento importante para o concelho, pela resposta que dá a pessoas portadoras de deficiência", considerou a presidente da Câmara da Amadora, Carla Tavares. As novas instalações da Amorama na urbanização Vila Chã orçaram em cerca de 2 milhões de euros, comparticipados em 1.175.000 euros do Programa Operacional Potencial Humano, da Segurança Social (POPH), e em 354 mil euros pelo Programa de Apoio à Construção de Equipamentos Sociais da Câmara da Amadora.

Segundo José Reis, presidente da Amorama, a instituição fundada em 1988 "tem como objectivo a recuperação de portadores de deficiência", a partir dos 16 anos, nas valências de centro de actividades ocupacionais e de serviço de apoio domiciliário.

As novas instalações vão permitir voltar a disponibilizar uma resposta social para pessoas com deficiência e para as suas famílias na área de lar residencial, valência que tinha sido suspensa com as actuais instalações, explicou o dirigente da associação.

O município da Amadora cedeu o terreno para as instalações, comparticipou na construção e "vai lançar o concurso para os arranjos exteriores, no valor de mais 100 mil euros", adiantou a presidente da autarquia.

A associação presta actualmente apoio a 24 utentes no centro de actividades ocupacionais, que aumentarão para 28 e podem no futuro chegar a 60, destinando-se a pessoas com deficiência mental, proporcionando actividades de desenvolvimento pessoal e social e lúdicas.

O serviço de apoio domiciliário aumentará de 45 para 92, assegurando a prestação de cuidados individualizados no domicílio como higiene pessoal e habitacional, fornecimento de refeições, acompanhamento ao exterior e administração de medicação.

A valência de lar residencial, para pessoas impedidas, temporária ou definitivamente de residir no seu meio familiar, arranca com 22 utentes, admitindo-se que possa ser ampliada para 28.

"O novo edifício poderá permitir o aumento neste apoio para 188 utentes, além de criar 61 novos postos de trabalho", afirmou, em comunicado, a autarquia da Amadora, com base em informação prestada pela Amorama.

Para já, o presidente da instituição admitiu "mais 32 novos postos de trabalho", mas as contratações dependem ainda da concretização dos acordos a estabelecer com as entidades oficiais.

"As respostas são sempre curtas para as necessidades", reconheceu Carla Tavares, embora salientando que o concelho da Amadora possui instituições que prestam um apoio fundamental a portadores de deficiência.

Para José Reis, "as pessoas com familiares portadores de deficiência são verdadeiros heróis e a comunidade precisa de ser sensibilizada para esta realidade", frisou.

Estudo averigua causas
O Centro de Investigação de Recursos Naturais dos Açores está a fazer um estudo através do qual pretende apurar as causas do ...

A investigação "aterosclerose como principal causa das doenças cardiovasculares" é coordenada por Maria Leonor Pavão, do Centro de Investigação de Recursos Naturais dos Açores, que pertence à universidade açoriana.

"Ao nível da incidência de morte por isquemia cardíaca, que é cerca do dobro daquela que se observa no continente português, portanto, é nossa preocupação perceber porque é que isso acontece e quais são os factores de risco prevalentes que existem na região e que podem explicar esta diferença", adiantou Maria Leonor Pavão, sem especificar números.

A coordenadora do estudo explicou que se pretende analisar os factores de risco ao nível "dos mais tradicionais", como a hipertensão, a obesidade ou o consumo de tabaco e álcool, mas também outros factores de "natureza molecular que não estão comummente aceites pela comunidade científica".

Maria Leonor Pavão esclareceu que, "regra geral", se trata de uma doença "silenciosa", que só se descobre quando já está estabelecida e que o estudo tem como principal objectivo "descobrir a doença antes dela se manifestar".

"Uma das nossas preocupações é justamente encontrar marcadores moleculares que tenham a ver ou com a parte genética ou com a parte individual ligada ao ambiente e que pode ser específica para a nossa população. Encontrar marcadores que sejam detectados precocemente, antes que a doença se manifeste", sublinhou.

A investigação está a ser feita com base na comparação da população do continente e de cada uma das ilhas dos Açores, tendo como referência pessoas "aparentemente saudáveis" e doentes acompanhados pelo serviço de cardiologia no Hospital Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada.

"Por um lado, considerando uma população que é aparentemente saudável, portanto, que ainda não tem sintomas da doença, e, por outro lado, uma população de doentes cardiovasculares, numa parceria com o Hospital de Ponta Delgada, através de um grupo de doentes que é recrutado e que nos vai servir para estudar os mesmos parâmetros nas populações aparentemente saudáveis", explicou.

Maria Leonor Pavão diz que o estudo já arrancou há seis anos e que tem avançado conforme "vai aparecendo financiamento", sendo o próximo objectivo aumentar a base de recrutamento de populações para "consolidar conclusões".

Estudo Análise Preliminar dos Indicadores Nacionais de Asma 2014
Alerta é feito pelo Programa Nacional para as Doenças Respiratórias. Apesar de tudo, o número de óbitos relacionados com a...

Os cuidados de saúde primários não têm conseguido controlar os doentes com asma, levando a que muitos casos cheguem aos hospitais em situações que exigem já internamento, escreve o jornal Público na sua edição online. O alerta é deixado no Estudo de Análise Preliminar dos Indicadores Nacionais de Asma – 2014 do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, publicado nesta semana pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).

O relatório da DGS salienta que “melhorando a prestação de cuidados a nível ambulatório, particularmente nos cuidados de saúde primários, será possível diminuir um certo número de internamentos”. Para isso, os responsáveis pelo programa consideram que é preciso aumentar o acesso aos centros de saúde e incentivar a vacinação contra a gripe.

Por outro lado, defendem que se aposte no “diagnóstico precoce e tratamento adequado, na cessação tabágica” e em dar mais formação aos doentes crónicos para que saibam gerir os seus problemas. “A escolha das medidas certas e a sua implementação nos locais certos conduzirão a melhorias na eficiência do sistema de saúde, com consequentes ganhos em saúde e redução de custos”, reforça o documento.

Apesar dos problemas nos centros de saúde, o relatório salienta que o número de mortes associadas à asma tem sido “razoavelmente estável ao longo dos anos, oscilando entre 17 e 32”, sendo o valor mais elevado registado no ano que coincidiu com a gripe pandémica. No que diz respeito aos internamentos directamente relacionados com asma, de 2012 para 2013 houve uma ligeira descida, de 3033 para 2762 episódios – o que representa 3,4% do total de internamentos por doença respiratória. Na maior parte dos casos os doentes tinham menos de 18 anos.

Porém, os autores do relatório salientam que quando aos números da asma como diagnóstico principal se juntam os casos de internamentos em que a asma brônquica também teve um papel, ainda que secundário, o cenário sofreu um agravamento de 2012 para 2013, passando de 15.737 para 16.634 casos. A subida foi sobretudo sentida na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Como explicações para este fenómeno, os autores dizem que é preciso explorar os dados, mas avançam que a doença pode estar “menos controlada mesmo em internamentos hospitalares decorrentes de outras causas”, mas também pode existir uma “maior sensibilização dos médicos” para os registos.

Os dados permitem também identificar que “uma percentagem elevada (13% em 2013) dos internamentos associados à asma, corresponde a um segundo episódio, sugerindo um risco aumentado de reinternamento hospitalar, perante a condição clínica de asma brônquica”.

Em linhas gerais, o Programa Nacional para as Doenças Respiratórias propunha-se a reduzir em 10% as mortes relacionadas com estas patologias entre 2012 e 2016 – numa altura em que Portugal apresenta dos piores dados da União Europeia no que diz respeito, por exemplo, a óbitos por pneumonia.

Desde perda de patente
20 genéricos do medicamento mais famoso contra a disfunção eréctil estão no mercado desde que, há um ano. O Viagra perdeu a...

De acordo com o organismo que regula o sector do medicamento em Portugal, existem neste momento 51 medicamentos genéricos com Autorização de Introdução no Mercado (AIM) contendo a substância activa Sildenafil, mas nem todos estão à venda.

Destes 51 medicamentos, iniciaram comercialização 20 genéricos do Sildenafil, a substância activa do Viagra, que perdeu a patente no dia 14 de Janeiro do ano passado.

Após esta perda de patente, a venda do Sildenafil aumentou significativamente: 115.430 embalagens vendidas em 2013 e 210.549 nos primeiros três trimestres deste ano.

Em termos de valor, os portugueses deixaram nas farmácias 4.890.743 euros em 2013 e 5.334.325 entre Janeiro e Setembro de 2014.

O Viagra começou a ser vendido em Portugal em 1998 e, desde então, tem sido um dos mais “copiados” em todo o mundo.

A venda ilegal deste fármaco, ou de outros que se fazem passar por este, tem preocupado as autoridades. Segundo o Infarmed, graças à colaboração diária entre este organismo do Ministério da Saúde, a Autoridade Tributária e Aduaneira e os serviços de alfândegas têm sido apreendidos, para distribuição, medicamentos importados directamente de países terceiros.

Em 2014, foram detectadas e apreendidas para destruição (nas alfândegas e no seguimento de parecer do Infarmed) 15.232 unidades de medicamentos contendo na sua composição a substância activa Sildenafil. Entre estes encontram-se produtos que “recorrem a 'alcunhas' como 'o comprimido azul', Nizagara, Kamagra, Vigour, entre outros, e também medicamentos 'que se fazem passar por Viagra', ou seja, suspeitos de falsificação”.

Johnson & Johnson
A Johnson & Johnson já produziu mais de 400 mil doses de vacinas para uso em ensaios clínicos de larga escala até Abril de...

A Johnson & Johnson anunciou ontem que a Janssen, a Companhia farmacêutica do grupo, iniciou a Fase 1 do programa de desenvolvimento clínico de uma vacina contra a infecção pelo vírus Ébola. O ensaio é liderado pelo Oxford Vaccine Group, do Departamento de Pediatria da Universidade de Oxford. O recrutamento para este ensaio encontra-se aberto e os primeiros voluntários receberam já a dose inicial da vacina. Espera-se que a inclusão de participantes esteja concluída no final de Janeiro.

A Janssen, em parceria com a Bavarian Nordic A/S, já produziu mais de 400 mil doses de vacinas, as quais estarão disponíveis até Abril de 2015. Um total de dois milhões de doses será fabricado durante 2015, embora exista capacidade disponível para passar rapidamente para uma escala de cinco milhões de doses adicionais, num período de 12 a 18 meses.

Trata-se de um incremento face ao objectivo inicial de produção de um milhão de doses de vacinação até ao final do ano, acrescidos de 250 mil doses para utilização em ensaios clínicos até Maio de 2015.

"Como líderes globais na área da saúde, temos a responsabilidade de agir rapidamente enquanto o Ébola continua a causar sofrimento entre doentes, familiares e profissionais de saúde na África Ocidental", afirmou Alex Gorsky, Chairman e CEO da Johnson & Johnson. 

"Porque cada dia conta, estamos a acelerar substancialmente a produção da vacina", refere Paul Stoffels, Chief Scientific Officer e Worldwide Chairman da Janssen. "Através de uma colaboração sem precedentes entre a comunidade global na área da saúde, o nosso objectivo é levar a vacina às famílias e aos profissionais de saúde que estão na linha da frente, o mais rapidamente possível".

O primeiro estudo de Fase I em seres humanos irá avaliar a segurança e a tolerabilidade de um esquema de vacinação, no qual os voluntários recebem uma dose inicial de vacina para estimulação do sistema imunitário, seguida de um reforço para aumentar a resposta imunitária ao longo do tempo. A resposta imunitária produzida pela vacina, a longo termo, será igualmente avaliada. Este ensaio irá incluir 72 voluntários saudáveis e estudará diferentes regimes de administração da vacina em comparação com placebo. Estão ainda previstos ensaios clínicos adicionais nos Estados Unidos com início previsto no final deste mês, e um pouco mais tarde em África. Mais detalhes sobre o referido estudo serão disponibilizados em www.clinicaltrials.gov.

 

Sobre a Janssen

A Janssen, empresa farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, é uma das companhias farmacêuticas de investigação líder a nível mundial, estando presente em todos os continentes. A Janssen está empenhada em descobrir e disponibilizar medicamentos inovadores para necessidades médicas não preenchidas e desenvolveu ao longo das últimas décadas múltiplas terapêuticas que têm feito a diferença, de forma significativa, na vida dos doentes. As áreas chave da companhia são: as Neurociências, Imunologia, Oncologia, Infecciologia e Doenças Metabólicas. Para mais informações consultar: www.janssen.pt.

Universidade da Beira Interior
A informação foi disponibilizada em Dezembro e alerta para os produtos e seus derivados que podem originar reacções alérgicas.

As cantinas e os bares da Universidade da Beira Interior (UBI) disponibilizam desde Dezembro informação sobre os potenciais alergénios presentes nos produtos alimentares vendidos nesses locais. Segundo os Serviços de Acção Social da UBI (SASUBI), “as alergias ou intolerâncias alimentares constituem um perigo para a saúde das pessoas afectadas, pelo que os consumidores devem poder conseguir tomar decisões informadas”.

Entre as substâncias ou produtos que provocam alergias ou intolerâncias incluem-se vários produtos e alimentos feitos à base deles. Os SASUBI lembram que a lista inclui cereais que contêm glúten (trigo, centeio, cevada, aveia); crustáceos (por exemplo camarão); ovos; peixes; amendoins; soja; leite; frutos de casca rija; aipo; mostarda; sementes de sésamo; dióxido de enxofre e sulfitos; tremoço; moluscos (por exemplo polvo, lulas, caracóis).

As reacções alérgicas podem acontecer “mesmo com quantidades muito pequenas do ingrediente”, acrescentam os Serviços Sociais, e os sintomas incluem problemas de estômago, erupções cutâneas, comichão na pele ou da boca, inchaço da garganta e dificuldades respiratórias.

Pico foi dia 2 de Janeiro
As urgências do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa observaram 709 doentes na segunda-feira, mas o pico foi atingido na sexta...

Segundo Barros da Silva, a elevada afluência tem gerado "alguns constrangimentos" nos serviços, o que se traduz num aumento do tempo médio de espera para atendimento, embora "não exagerado" para a época, observou.

À Lusa, explicou que o impacto só não tem sido maior porque foram reforçadas as equipas para acorrer aos picos que já eram esperados.

Naquele dia de pico, só a urgência médico-cirúrgica do Hospital Padre Américo, em Penafiel, distrito do Porto, atendeu 422 doentes, aos quais acrescem 156 vistos na urgência pediátrica e 54 na de obstetrícia e ginecologia. Na urgência básica do Hospital de Amarante, também no distrito do Porto, foram atendidos 138 casos naquele dia.

A média dos tempos de espera nas quatro urgências do centro hospitalar foi, para os dentes triados com a cor amarela, de 93 minutos. Os "laranjas" esperaram cerca de 40 minutos.

O director disse que um problema informático ocorrido no sábado e no domingo não permite disponibilizar os dados rigorosos desses dias, também de grande movimento, mas já em relação a segunda-feira os dados apontam para a afluência de 709 doentes, 339 dos quais à urgência médico-cirúrgica de Penafiel. À urgência básica de Amarante acorreram 109 utentes.

Os tempos de espera no conjunto dos quatro serviços e urgência foi, na segunda-feira, de 119 minutos para os doentes triados com pulseiras amarelas e 42 com laranjas.

Em média, os tempos de espera em Amarante são superiores aos de Penafiel, o que é explicado por se tratar de uma urgência básica. Os doentes mais graves são transferidos para Penafiel, explicou.

A elevada afluência que se tem verificado às urgências do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa acaba por se reflectir num maior número de internamentos. Segundo Barros da Silva tem sido possível "alocar camas para todas as necessidades" devido à monitorização que tem sido feita pelos serviços nos recursos existentes e nas altas.

Apesar disso, o responsável admitiu que os resultados alcançados nos últimos dias pela segunda maior urgência do norte o país, atrás do Hospital de S. João, no Porto, estão a provocar um elevado cansaço nas equipas, devido à sobrecarga de trabalho.

Numa primeira análise aos dados dos últimos dias, o responsável assinalou que tem aumentado o número de casos mais graves, triados com pulseiras vermelhas e laranjas, a maioria "envolvendo idosos descompensados, com doenças respiratórias e patologias cardíacas".

Questionado sobre se espera para os próximos dias a continuação do elevado número de atendimentos nas urgências, admitiu recear que "o pior esteja ainda para vir", se as temperaturas baixas se mantiverem.

Entre Outubro e Dezembro
As farmácias portuguesas venderam cerca de 600 mil vacinas contra a gripe entre Outubro e Dezembro, que acrescem às mais de 900...

Segundo dados da Associação Nacional de Farmácias (ANF), o maior pico de venda de vacinas foi em Outubro, quando foram dispensadas quase 500 mil. Até Dezembro terão sido vendidas cerca de 600 mil.

De acordo com a ANF, mais de duas mil farmácias estão preparadas para administrar a vacina em Portugal, “sem listas de espera ou hora marcada”, com 3.600 farmacêuticos aptos a dar a vacina contra a gripe, depois de terem recebido formação complementar para o efeito.

Além da vacina que pode ser adquirida, mediante receita médica, na farmácia, alguns utentes do Serviço Nacional de Saúde podem levá-la gratuitamente nos centros de saúde, como o caso das pessoas com mais de 65 anos.

Num balanço feito pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) no final da semana passada, estima-se que tenham sido administradas gratuitamente 910 mil doses da vacina contra a gripe, que começou a ser dada em Outubro, contando as que são dadas nos centros de saúde, mas também em lares ou unidades de cuidados continuados.

Nesta época vacinal, à semelhança do que aconteceu em anteriores, as pessoas com mais de 65 anos podem levar gratuitamente a vacina nos centros de saúde, sem necessidade de receita médica ou guia de tratamento, nem de pagamento de taxa moderadora.

A DGS calcula que 60% da população com mais de 65 anos já tenha sido vacinada e avisa que quem ainda não recebeu a vacina pode continuar a procurá-la em qualquer centro de saúde.

Para esta época vacinal, Portugal dispôs de perto de dois milhões de vacinas contra a gripe, entre as que são gratuitas no Serviço Nacional de Saúde e as que podem ser compradas nas farmácias, mediante receita médica e com comparticipação.

A Direcção-Geral da Saúde insistiu na vacinação contra a gripe, como principal medida de prevenção da doença, mesmo que ainda se desconheça qual o vírus dominante neste inverno.

Utentes da Saúde do Médio Tejo
A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo disse que as razões do mau funcionamento das urgências naquele Centro Hospitalar...

Constituído pelas unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas geograficamente entre si por cerca de 30 quilómetros, o Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) funciona em regime de complementaridade de valências, abrangendo uma população na ordem dos 250 mil habitantes do Médio Tejo, distrito de Santarém.

"A concentração da urgência médico-cirúrgica num único hospital", no caso, em Abrantes, "e o crónico sub-financiamento dos hospitais, questões da responsabilidade do Ministério da Saúde, são os dois constrangimentos de raiz que contribuem para os recorrentes problemas na urgência do CHMT", disse o porta-voz da CUSMT.

"Em causa estão os tempos de espera para os atendimentos, em alguns casos a qualidade dos serviços prestados, e também o sofrimento a que são sujeitos alguns utentes que se deslocam às urgências, questão que coloca em causa a dignidade e, por vezes a vida, de quem a elas recorre", disse Manuel Soares.

"Protestam os utentes e familiares, pelas demoras e pelo corrupio constante entre as urgências básicas de Tomar e Torres Novas e a urgência médico-cirúrgica de Abrantes, tendo de percorrer dezenas e dezenas de quilómetros, protestam os profissionais por serem poucos e não terem condições de funcionamento, e protestam as corporações de bombeiros pelo demasiado tempo de espera pelas macas, o que põe em causa, muitas vezes, o seu serviço e a vida de pessoas", assinalou.

Manuel Soares defendeu a "resolução urgente dos problemas de funcionamento das urgências no Médio Tejo e a nível nacional", afirmando "temer por um agravamento da situação devido ao anunciado surto da gripe".

Questionado pela agência Lusa, o Conselho de Administração do CHMT, através da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, disse que, no período entre o dia 1 e 4 de Janeiro de 2015, o número de atendimentos no Serviço de Urgência Médico Cirúrgica do CHMT, em Abrantes, foi "abaixo do tempo médio de espera previsto".

"O registo foi de 607 episódios, com um tempo médio de espera entre a triagem e o atendimento médico de uma hora e 23 minutos, um tempo abaixo do tempo médio de espera previsto, inclusive para a cor verde (pouco urgente), do Sistema de Triagem de Manchester, sistema utilizado no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar", informou a administração do CHMT.

O Conselho de Administração daquele centro hospitalar não confirmou o encerramento da Unidade de Curta Duração Cirúrgica de Abrantes no dia 17 de Janeiro, encerramento que chegou a estar previsto, tendo observado que, "para garantir o melhor funcionamento dos serviços prestados aos utentes", foram abertos concursos para a contratação de assistentes operacionais e de enfermeiros, números que não especificou.

Estudo da Universidade Nova de Lisboa
Estudo sobre utilização dos cuidados hospitalares revela efeitos dos anos de crise: mais internamentos mas doentes menos tempo...

A crise aumentou os internamentos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Estes internamentos também passaram a ser mais curtos e subiram os casos de gravidezes com complicações. E o aumento do desemprego em Portugal também surge ligado a mais enfartes agudos do miocárdio, escreve a TSF na sua página digital.

As conclusões são de um estudo de três investigadores da Universidade Nova de Lisboa que analisou os quase 18 milhões de internamentos entre 2001 a 2012. Um dos autores admite que há alguns sinais preocupantes: os portugueses podem estar com menos capacidade para evitar situações de saúde mais graves.

O trabalho publicado na revista científica internacional "Health Policy" (Política de Saúde) tem por título "A Grande Recessão em Portugal: impacto na utilização dos cuidados hospitalares". Um dos resultados revela que, nos anos de recessão (2009, 2011 e 2012), os internamentos aumentaram muito mais do que era habitual até aí, sobretudo aqueles que tiveram origem nas urgências.

Julian Perelman, investigador da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa e um dos autores do estudo, fala num “salto” acima do normal nos internamentos devido à crise (mais 3,2% depois de 2009 e 3,1% depois de 2011). Tendência contrária, de descida, tiveram os tempos de internamento.

À TSF, Perelman sublinha que esta evolução é “estatisticamente significativa” e motivada pela crise, recordando que a análise inclui todos os internamentos no SNS durante uma década. Os resultados são aliás consistentes com outros que já se tinham alcançado em estudos sobre a Grécia e outros países em recessão.

Para além dos efeitos da crise sobre os internamentos nos hospitais do SNS, o trabalho mostra que cresceram as gravidezes com complicações nos anos de recessão e o aumento do desemprego surge associado a mais enfartes agudos do miocárdio (de novo, com crescimentos acima do que tinha acontecido noutros anos).

Os investigadores colocam duas hipóteses sobre o que motivou estas mudanças na procura de cuidados de saúde nos hospitais: a crise limitou a procura de cuidados de saúde privados levando mais doentes ao serviço público; e/ou a falta de dinheiro travou o acesso a consultas da especialidade, cuidados de ambulatório e cuidados de saúde primários.

O investigador da Universidade Nova de Lisboa sublinha que há um sinal de que a crise pode ter mesmo limitado os cuidados de saúde prévios antes da ida ao hospital com sintomas mais graves: o aumento dos internamentos aconteceu, em grande parte, através de doentes chegados pelas urgências.

Os efeitos da crise sobre a saúde dos portugueses têm sido alvo de polémica. Depois de críticas dos especialistas, em Junho de 2013 o ministro anunciou um estudo detalhado. Um ano depois, Paulo Macedo sublinhou que o trabalho estava a ser feito pela OCDE e pela Organização Mundial de Saúde. Um estudo que, segundo fonte do governo, continua a ser feito.

Escutado pela TSF, Luís Graça, presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno Infantil, atribui o aumento das complicações na gravidez ao facto de as mulheres estarem cada vez mais a adiar a maternidade. Luís Graça acrescenta que são pontuais os casos em que as mulheres atribuem complicações na gravidez à falta de dinheiro para as consultas.

Sistema de Alerta Rápido da UE
Em 2014 foram notificadas pela primeira vez mais de 100 novas drogas junto do Sistema de Alerta Rápido da União Europeia,...

Durante a apresentação do relatório anual "A situação do país em matéria de drogas e toxicodependência" relativo a 2013, que decorre em Lisboa, foi feito um ponto da situação sobre "A droga na UE, situação e tendências 2014", pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT).

Em 2013 foram notificadas pela primeira vez 81 novas drogas junto do Sistema de Alerta Rápido da União Europeia. Em 2014 já foram notificadas mais de 100, disse Maria Moreira, do OEDT.

Eleva-se assim para perto de 500 o número de novas substâncias sujeitas à vigilância da agência europeia de informação sobre droga (EMCDDA).

"Estás substâncias aparecem a um ritmo muito significativo, temos 500 substâncias em monitorização e os canabinóides sintéticos são o grupo mais significativo", afirmou.

Maria Moreira disse ainda que está em avaliação o risco de quatro novas substâncias sintéticas consideradas muito perigosas.

Relatório anual apresentado hoje
Em 2013 o haxixe foi a droga com maior número de apreensões, a heroína atingiu o preço mais baixo desde 2002 e a potência da...

Estes dados, que reflectem o mercado de oferta de drogas em 2013, constam do relatório anual “A situação do país em matéria de drogas e toxicodependência 2014”, do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), hoje divulgado.

Segundo o documento, em 2013 o haxixe foi a substância com o maior número de apreensões (3.087), e o número de apreensões de cocaína (1.108) foi superior ao de heroína (792), mantendo a tendência de anos anteriores. Seguiram-se as apreensões de cannabis herbácea (764) e de ecstasy (80).

Foram ainda confiscadas outras substâncias em 2013, que o relatório destaca devido às quantidades apreendidas e à ausência ou raridade de registos de apreensões anteriores: estimulantes - como a efedrina, o metilfenidato e as metanfetaminas – e opiáceas – como a tebaína, a codeína, a morfina e o ópio.

Comparativamente ao ano anterior, houve um decréscimo no número de apreensões de várias drogas, mas no caso do haxixe e da cannabis herbácea os valores mantêm-se ao nível dos últimos cinco anos, período com as apreensões mais elevados desde 2002.

Em contrapartida, as apreensões de heroína e de cocaína têm vindo a diminuir nos últimos anos, registando-se em 2013 os valores mais baixos respectivamente desde 2002 e 2005.

Quanto aos mercados de tráfico e de tráfico-consumo, os preços médios das drogas confiscadas em 2013 não apresentaram alterações relevantes face a 2012, com excepção da heroína que registou novamente uma descida, atingindo o valor mais baixo desde 2002.

Quanto ao grau de pureza das drogas apreendidas, o relatório salienta que a potência média da cannabis, e em particular da cannabis resina, tem vindo a aumentar nos últimos anos, atingindo em 2013 os valores médios mais elevados desde 2005.

O presidente do SICAD, João Goulão, já tinha revelado, durante a apresentação do relatório europeu sobre drogas, que estavam a aumentar os pedidos de ajuda nos centros de tratamento de toxicodependência por consumo de cannabis, o que se devia ao aumento da potência da resina importada.

O Flash Eurobarometer realizado em 2014 entre os jovens europeus de 15-24 anos revelou que a cannabis continua a ser a droga percepcionada como de maior acessibilidade.

No entanto, entre os europeus, os portugueses eram os que tinham uma percepção de menor facilidade de acesso a esta droga, mas de maior facilidade de acesso à heroína e às novas substâncias psicoactivas. A evolução das percepções dos jovens portugueses entre 2011 e 2014 evidencia que aumentou ligeiramente a facilidade percebida de acesso à heroína, à cocaína e ao ecstasy.

De uma maneira geral, o predomínio crescente da cannabis foi consolidado, a cocaína continua a ser a segunda droga com maior visibilidade e em 2013 constatou-se novamente uma diminuição da visibilidade da heroína, reforçando a quebra registada em 2011, indica o relatório.

 

Em 2013 houve 184 mortes ligadas ao consumo de drogas, 12% foram overdoses

Em 2013 morreram 184 pessoas com substâncias ilícitas no organismo, 12% das quais por overdose, com presença principalmente de opiáceos, cocaína e metadona, mas registando-se já um aumento da presença de drogas sintéticas, dados do mesmo relatório.

Salvaguardando não terem sido disponibilizados atempadamente os dados de 2013 do Instituto Nacional de Estatística relativos à mortalidade relacionada com o consumo de drogas, o documento lembra que em 2012 voltou a registar-se um aumento no número destas mortes, depois de uma diminuição entre 2010 e 2011.

Citando os registos específicos do Instituto de Medicina Legal, o relatório indica que, em 2013, dos 184 óbitos com a presença de pelo menos uma substância ilícita e com informação sobre a causa de morte, 22 (12%) foram considerados overdoses (menos 24% em relação a 2012).

Entre as substâncias detectadas nestas overdoses, estavam presentes opiáceos em 46% dos casos, seguindo-se-lhe a cocaína (36%) e a metadona (27%).

“É de notar, enquanto tendência emergente, embora ainda com valores residuais, a ocorrência de overdose com a presença de drogas sintéticas”, sublinha o relatório.

Em quase todas as overdoses (91%) foram detectadas mais do que uma substância, sendo de destacar em associação com as drogas ilícitas, as overdoses com a presença de álcool (36%) e benzodiazepinas (50%).

Relativamente às outras 162 causas de mortes com a presença de pelo menos uma substância ilícita (ou seu metabolito) no organismo, estas foram sobretudo atribuídas a acidentes (44%), seguindo-se-lhes a morte natural (33%), suicídio (12%) e homicídio (7%).

No que se refere à mortalidade relacionada com o VIH/Sida, de acordo com as notificações de óbitos recebidas no Instituto Nacional de Saúde (INSA), foram notificados 101 óbitos em 2013 associados à toxicodependência, 69 dos quais já em fase de Sida.

A distribuição das mortes por infecção de VIH segundo o ano do óbito evidencia uma tendência decrescente de mortes ocorridas a partir de 2002, mais acentuada nos casos associados à toxicodependência.

No entanto, nos casos diagnosticados mais recentemente, a mortalidade observada continua a ser superior nas categorias de transmissão associadas à toxicodependência comparativamente aos restantes casos, o que poderá estar relacionado, entre outros, com o diagnóstico mais tardio neste grupo de risco.

Relativamente aos utentes em tratamento em ambulatório, o relatório aponta para uma “descida significativa” nas proporções de novas infecções pelo VIH em 2010 e 2011, mantendo-se estáveis nos últimos três anos, tal como as novas infecções de hepatites B e C, que não têm apresentado variações relevantes.

No contexto prisional, entre os reclusos em tratamento da toxicodependência, as prevalências de doenças infecciosas enquadram-se no padrão do meio livre.

Nas notificações anuais da infecção VIH/SIDA, continua a registar-se um decréscimo, tendência que se mantém mais acentuada nos casos associados à toxicodependência.

 

Cinco pessoas por dia iniciaram tratamento contra a toxicodependência em 2013

Mais de cinco pessoas por dia iniciaram tratamento contra a toxicodependência em 2013, verificando-se uma tendência de aumento de pedidos de ajuda de pessoas cada vez mais jovens e por causa da cannabis, segundo o relatório.

Nesse ano, estiveram em tratamento, em regime de ambulatório da rede pública, 28.133 utentes com problemas relacionados com o uso de drogas, revela o relatório anual “A situação do país em matéria de drogas e toxicodependência 2014”, do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).

Dos que iniciaram tratamento em 2013, 2.154 eram readmitidos e 1.985 fizeram-no pela primeira vez, constatando-se nos últimos quatro anos “uma tendência para o aumento de novos utentes, cerca de metade dos quais tendo como droga principal a cannabis”.

Em 2013, as Unidades de Desabituação (unidades para internamentos de curta duração) registaram 1.631 internamentos (1.535 em redes públicas e 96 em redes licenciadas), 55% dos quais por problemas relacionados com o uso de drogas.

O número de internamentos em Comunidades Terapêuticas (instituições para internamento prolongado) foi de 3.534 (127 em públicas e 3.407 em licenciadas), 71% por problemas relacionados com o uso de drogas.

Quanto aos consumos, a heroína continua a ser a droga principal mais referida, excepto entre os novos utentes em ambulatório, em que foi a cannabis (49%), e os utentes das Comunidades Terapêuticas públicas, em que predominou a cocaína (61%).

O relatório destaca um aumento de utentes que referem a cannabis e a cocaína como drogas principais, nos últimos três anos, face aos anos anteriores.

O documento aponta também para “evidentes” reduções de consumo recente de droga injectada (prevalências entre 3% e 25% nos utentes das diferentes estruturas, em 2014) e de partilha de material deste tipo de consumo, existindo no entanto, “bolsas de utentes” ainda com prevalências elevadas destas práticas.

Por outro lado, e sobretudo nos quatro últimos anos, constata-se uma maior heterogeneidade nas idades dos utentes que iniciaram tratamento no ambulatório, com um grupo cada vez mais jovem de novos utentes e, outro, de utentes readmitidos, cada vez mais envelhecidos.

No âmbito do tratamento em sistema prisional, em 2013 estiveram integrados em Programas Orientados para a Abstinência 185 reclusos e 466 estavam em Programas Farmacológicos.

Segundo o relatório, verifica-se uma tendência de decréscimo de reclusos nos Programas Orientados para a Abstinência, mas em contrapartida, e sobretudo a partir de 2009, constata-se um aumento de reclusos em Programas Farmacológicos, seja da responsabilidade dos estabelecimentos prisionais, seja em articulação com estruturas de tratamento exteriores.

Investigação americana
Idosos com cancro da próstata podem viver mais, se forem tratados com radiação e com terapia hormonal, mas muitos homens não...

A terapia dupla salvou cerca de 50% mais vidas no grupo de homens entre 76 e 85 anos com cancro da próstata localmente avançado, em comparação com aqueles que fizeram apenas terapia hormonal, segundo o estudo publicado no Journal of Clinical Oncology.

Trata-se da primeira pesquisa a concentrar-se em homens na terceira idade com cancro da próstata localmente avançado. O trabalho foi feito com base nos resultados de dois testes clínicos, os quais mostraram que uma terapia combinada poderia salvar vidas, no caso de homens mais jovens.

O cancro da próstata localmente avançado acontece quando este se espalhou para fora, perto da glande prostática, estimulando tumores mais agressivos. Estes tendem à metástase e tornam-se fatais, afirmam os pesquisadores.

Estudos anteriores mostraram que, em média, 40% dos homens com cancro da próstata agressivo são tratados apenas com terapia hormonal. Há, portanto, um grupo significativo de pessoas que poderiam beneficiar de uma terapia com radiação.

“Falhas no uso de tratamentos eficazes para pacientes mais velhos são uma preocupação dos EUA em matéria de qualidade do cuidado da saúde”, disse o autor principal do estudo, Justin Bekelman, professor assistente de Oncologia Radioterápica, Ética Médica e Políticas da Saúde da Escola Perelman de Medicina e do Centro Abramson de Cancro, da Universidade da Pensilvânia.

No universo da pesquisa, foram considerados 31.541 homens com cancro da próstata, entre 65 e 85 anos de idade.

Prémios da FLAD
Os prémios FLAD Life Science 2020 distinguiram estudos sobre o "sistema de navegação" dos cromossomas na divisão...

A equipa dos investigadores Hélder Maiato, do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto, e Ekaterina Grishchuck, da Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, recebe o galardão na categoria de investigação básica, pelo estudo cromossomático.

O grupo dos cientistas Ana Cristina Rego, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, e George Dailey, da Harvard Medical School, Estados Unidos, é contemplado com o prémio na categoria de investigação aplicada, pelo trabalho sobre a doença de Huntington.

Atribuídos pela primeira vez este ano, os prémios FLAD Life Science 2020 são promovidos pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e distinguem projectos de investigação na área das ciências da vida. O galardão, que funciona como uma bolsa de financiamento para quatro anos, vale 400 mil euros em cada categoria.

A entrega dos prémios será feita na sede da FLAD, numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

O investigador Hélder Maiato explicou à Lusa que a sua equipa se propõe perceber, recorrendo a células humanas, como funciona o "sistema de navegação" dos cromossomas no momento em que a célula se divide e a informação genética neles contida é distribuída por duas células-filhas.

"Antes da distribuição dos cromossomas, estes têm de se alinhar no 'equador' da célula, no meio da célula, mas não sabemos porquê e como vão para lá", assinalou.

As "estradas" que os cromossomas usam para chegar e se distribuírem pelas células-filhas, durante o processo de divisão celular, estão "sinalizadas" e são esses "sinais" que a equipa de Hélder Maiato quer descortinar.

A equipa pensa que "são pequenas modificações", ao nível celular, "que não estão codificadas nos genes" que estão a servir de "sinais", de "sistema de navegação" para os cromossomas.

Hélder Maiato esclareceu que as "estradas" funcionam como o esqueleto da célula, sendo este formado por microtúbulos, que, codificados nos genes, "formam proteínas, que são a base estrutural" do esqueleto.

Os microtúbulos "estão envolvidos na divisão celular e vão interagir com os cromossomas, para os levar e distribuir pelas células-filhas".

Acontece, porém, adiantou o cientista, que esses microtúbulos, "apesar de serem codificados nos genes, sofrem também pequenas modificações que não estão codificadas no ADN", mas que são igualmente importantes para o processo biológico.

O estudo deste mecanismo celular pode ajudar a compreender por que algumas das "estradas" usadas pelos cromossomas para se distribuírem pelas células-filhas "estão alteradas em vários tipos de cancro", assinalou Hélder Maiato.

A equipa de Ana Cristina Rego pretende saber por que motivo pessoas portadoras da doença de Huntington, patologia neurodegenerativa de origem genética e sem cura, têm uma progressão diferente da doença, apesar de manifestarem alterações genéticas semelhantes.

No fundo, é "perceber, a nível celular, quais as alterações moleculares que possam justificar a alteração em termos de progressão da patologia", sintetizou à Lusa.

O seu grupo propõe-se criar células estaminais pluripotentes, as que são capazes de gerar outras células, nomeadamente as nervosas, cuja morte desencadeia a doença de Huntington, a partir de células de pacientes da mesma família com mutação genética, mas nuns casos sem sintomas, noutros com sintomas da doença.

Para este processo, os investigadores vão fazer uma biópsia da pele dos doentes com ou sem sintomas, assim como dos seus familiares sem a mutação genética, e isolar a fibroblasto (célula).

Posteriormente, nas células neuronais criadas a partir da fibroblasto - e que darão origem a células semelhantes aos neurónios afectados dos doentes - "vai ser corrigida" a mutação genética e comparados os resultados obtidos.

Ao todo, apresentaram-se à iniciativa da FLAD 70 candidaturas, avaliadas por peritos. Os pareceres emitidos foram, depois, analisados por um comité de avaliação, presidido pela investigadora Maria Mota, Prémio Pessoa 2013.

Medida de prevenção
A Direcção-Geral da Saúde insistiu na vacinação contra a gripe, como principal medida de prevenção da doença, mesmo que ainda...

Num comunicado divulgado, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) lembra que os vírus da gripe sofrem mutações, pelo que as vacinas são especialmente fabricadas para cada época, e acrescenta que ainda não é possível saber qual vai ser o vírus da gripe dominante em Portugal.

“Mesmo que se venha a verificar uma menor efectividade da componente A (H3N2) da vacina, as vacinas utilizadas no nosso país são trivalentes e portanto protegem também contra outros vírus da gripe que possam vir a circular este inverno”, diz o comunicado.

Mesmo no caso dessa “menor efectividade”, os benefícios esperados (menos tempo de gripe e menos gravidade) “são ainda relevantes”, pelo que as pessoas mais vulneráveis (idosos e portadores de doenças crónicas) e que ainda não foram vacinadas devem fazê-lo, recomenda a DGS.

Só na região de Lisboa, de 01 de Outubro até final do ano, foram administradas 267.400 vacinas da gripe, 246.200 de forma gratuita, divulgou a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

A mesma entidade recomenda também a vacinação de grupos vulneráveis e diz que o pico da actividade gripal tem ocorrido entre Dezembro e Fevereiro, devendo a vacinação ser feita de preferência entre Outubro e Novembro, ainda que possa decorrer durante todo o Outono e Inverno.

Ministério da Saúde esclarece
O Ministério da Saúde esclareceu ter pedido à Administração Regional de Saúde do Centro, no dia 19 de Dezembro, que faça...

Num ofício enviado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) ao presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), José Tereso, é explicado que “o artigo 3.º da Lei n.º 10/2010, de 14 de Janeiro, se mantém em vigor na ordem jurídica”.

Ou seja, “os trabalhadores que tenham exercido funções ou actividades de apoio nas áreas mineiras e anexos mineiros ou em obras e imóveis afectos à exploração da Empresa Nacional de Urânio (ENU)” estão isentos das taxas moderadoras, quando estejam em causa consequências na saúde decorrentes da sua actividade, refere.

Esta isenção aplica-se quer os trabalhadores que tenham exercido funções ou actividades à data da dissolução da ENU ou, “no caso de cessação de contrato anterior à dissolução, que tenham aí trabalhado por um período não inferior a quatro anos”.

O ofício deixa também claro que se encontram igualmente isentos “os cônjuges ou pessoas que com eles vivam em união de facto e descendentes directos”.

Neste âmbito, o presidente do conselho directivo da ACSS, Rui Santos Ivo, pede à ARSC a divulgação desta informação junto dos hospitais e dos agrupamentos de centros de saúde da região Centro.

Esta situação vem sendo denunciada há mais de um ano pela Associação dos Ex-Trabalhadores das Minas de Urânio (ATMU), que ainda em Novembro do ano passado realizou uma vigília de protesto junto ao centro de saúde de Nelas.

No final de Dezembro, também a Assembleia Municipal de Nelas mostrou o desagrado com a situação, aprovando, por unanimidade, uma moção a exigir ao ministro da Saúde a reposição da legalidade.

Com sede na Urgeiriça, Canas de Senhorim, no concelho de Nelas, a ENU teve a seu cargo, desde 1977, a exploração de minas de urânio em Portugal.

A empresa entrou em processo de liquidação em 2001 e encerrou definitivamente no final de 2004.

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