Um dos mitos mais perigosos da humanidade
Não existem obesos saudáveis. Esta é a conclusão de um estudo levado a cabo nos últimos 20 anos e que deita por terra todas as...

Um estudo da University College of London, no Reino Unido, feito ao longo dos últimos 20 anos, vem deitar por terra todas as teorias sobre a existência de obesidade saudável. Segundo os cientistas envolvidos nesta pesquisa, esta ideia é apenas um estado de ‘saúde relativa’ e um dos mitos mais perigosos da humanidade.

A pesquisa britânica teve em conta a avaliação de 2.521 voluntários e conclui que os obesos até agora considerados saudáveis deixam rapidamente de o ser e tornam-se pessoas com fracas condições de saúde ao longo do tempo, lê-se no site da Globo, citado pelo Notícias ao Minuto.

Realizado durante duas décadas, o estudo  indica que dos voluntários – homens e mulheres entre os 39 e os 62 anos – que no início foram definidos como obesos saudáveis, por não possuírem factores de risco metabólico, 51% acabaram por se tornar obesos não saudáveis, tendo desenvolvido problemas de saúde com o passar dos anos. 38% conseguiu manter o estatuto de ‘obeso saudável’ mas sempre com um estado de ‘saúde relativa’, uma vez que continuavam propensos a determinados problemas cardiovasculares, por exemplo.

Do total de inquiridos, apenas 11% deixou de ser obeso nos 20 anos de estudo.

"Um pressuposto central sobre a obesidade saudável é que seria estável ao longo do tempo, mas agora podemos ver que adultos obesos saudáveis tendem a tornar-se obesos não saudáveis a longo prazo. Cerca de metade passaram por essa transição no período de 20 anos do estudo", disse Joshua Bell, um dos autores principais da pesquisa, frisando que "a obesidade saudável é apenas um estado de saúde relativa - é apenas menos mau do que o pior cenário. E como vemos agora, os adultos obesos saudáveis tendem a tornar-se não saudáveis ao longo do tempo, o que fornece mais evidências contra a ideia de que a obesidade pode ser saudável".

Oposição
O ministro da Saúde foi hoje alvo de fortes críticas da oposição a propósito das urgências hospitalares, com o PS a insinuar...

Num debate de actualidade pedido pelo PS, Paulo Macedo esteve debaixo do fogo da oposição, com o PS, através da deputada Luísa Salgueiro, a abrir o debate com ataques às medidas desenvolvidas pelo Governo. “A situação caótica nas urgências é muito grave” e espelha “os problemas de todo o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e as consequências das opções políticas deste governo”, afirmou.

Segundo a deputada, o ministro da Saúde estava “devidamente alertado” pelo PS e pelas ordens dos Médicos e dos Enfermeiros e comissões de utentes para os efeitos da redução dos serviços ao mínimo.

“A imagem que o Ministério da Saúde tentou vender de que os cortes e a austeridade na saúde decididos por este Governo não punham em causa o SNS caiu definitivamente por terra com o que se está a acontecer nas urgências hospitalares”, disse.

Luísa Salgueiro acusou o governo de “abandonar a reforma dos cuidados de saúde primários, reduzindo a abertura de Unidades de Saúde Familiar (USF), impedindo a evolução do modelo B de remuneração associada ao desempenho, promovendo a redução dos horários de atendimento”.

O deputado do PSD Miguel Santos respondeu em defesa da maioria no Governo, afirmando que “não se trata de um problema novo, mas sim que já acontece, e infelizmente, todos os anos”.

Miguel Santos levou ao debate notícias de 2007, 2009 e 2011, anos em que, com governos socialistas, terão ocorrido igualmente casos de dificuldade no acesso às urgências hospitalares.

Fortemente crítico de Paulo Macedo, o deputado João Semedo, do Bloco de Esquerda, garantiu que tudo o que aconteceu – com esperas nas urgências superiores a 20 horas no Amadora Sintra – “era previsível”.

“Era previsível e evitável se a política do ministro da Saúde não fosse determinada pela poupança. O ministro preferiu poupar em vez de reforçar os mecanismos de resposta do SNS. O senhor e os seus efeitos da política não são sazonais, são permanentes”, disse.

Para João Semedo, o ministro “perdeu autoridade política”. “A sua política pode poupar muitos euros, mas não poupa vidas e a primeira responsabilidade do SNS, a sua primeira responsabilidade é poupar vidas”.

Na mesma linha, a deputada socialista Antónia Almeida Santos disse que “não se pode basear por medianas e estatísticas, numa altura em que a realidade é muito difícil para os portugueses e as pessoas estão mais vulneráveis”.

“Esta situação implicava medidas, não de recurso, mas de uma política. O que este ministro tem feito é recorrer a medidas pontuais”, disse, sugerindo que Paulo Macedo peça ajuda à ministra das Finanças que “é quem, parece, manda no Ministério da Saúde".

A deputada Carla Cruz (PCP) levou ao debate a questão das empresas de emprego temporário, acusando Paulo Macedo de conhecer esta situação, até porque este partido terá levantado várias questões ao governo nesse sentido.

Para José Luís Ferreira (Os Verdes), “o caos que se vive nas urgências hospitalares não tem nada a ver com o aumento da afluência que, em alguns casos, até é menor do que no ano passado”.

Trata-se do “resultado de medidas do Ministério da Saúde. O governo não está a conseguir colocar os serviços de urgência a funcionar e a responder às necessidades”, disse.

Teresa Caeiro (CDS), à semelhança do deputado Miguel Santos (PSD), defendeu as políticas do governo, atribuindo responsabilidades ao PS que “teve conhecimento desta situação durante sete anos”.

Em poucos minutos, os disponíveis neste debate, Paulo Macedo garantiu que o SNS está preparado para o pico de gripe que deverá chegar no final do mês e recusou a ideia de que o seu ministério não se preparou para a situação, recordando algumas visitas que realizou recentemente a algumas unidades de saúde.

Paulo Macedo garantiu que nenhum serviço de cuidados de saúde primários vai encerrar – em resposta a uma notícia sobre o encerramento de horários nos centros de saúde da Administração Regional de Saúde do Norte – adiantando que estas unidades serão “reforçadas”.

Às acusações de falta de pessoas, levantadas por alguns deputados da oposição, disse que tal é “ignorância”, recordando que nos últimos três anos o Governo tem contratado todos os médicos disponíveis.

Maioria dos processos resulta de erro médico
Cidadãos lesados e advogados recorrem cada vez mais a serviço privado para resolver conflitos sobre a saúde.

A Best Medical Opinion (BMOp) registou, em 2014, um crescimento superior a 30% no número total de processos. Face a 2013, a primeira empresa portuguesa a emitir pareceres médicos fundamentados, sobre documentação clínica, teve uma subida de 35% em serviços de pareceres médicos. O director da BMOp considera que “este crescimento deve-se ao facto de os cidadãos estarem mais conhecedores dos seus direitos e melhor saberem da existência dos serviços da empresa”.

Pedro Meira e Cruz sustenta que a crise em que Portugal permanece mergulhado tem sido propiciadora de uma consciencialização colectiva de problemáticas relacionadas com a saúde.

Essa realidade na sociedade portuguesa ajuda ainda a explicar o facto de as actividades periciais da Best Medical Opinion terem tido também um forte aumento. O director da BMOp salienta que “a maioria dos processos resulta de dúvidas, por parte de cidadãos lesados e advogados, sobre a existência de erro médico e sobre a atribuição de incapacidades decorrentes de eventos, tais como, prestação de cuidados de saúde, acidentes de viação e/ou de trabalho e doenças incapacitantes”.

Face a 2013, houve um aumento de 60% nas actividades periciais da BMOp, onde se incluem perícias médicas para avaliação de dano corporal e para avaliação de incapacidade permanente por doença, exames periciais colegiais realizados em juntas médicas e em tribunal e exames periciais de psiquiatria e psicologia forenses, tais como perícias para avaliação da saúde mental, para efeitos da regulação do exercício das responsabilidades parentais e perícias sobre a personalidade.

No início de 2014, a Best Medical Opinion apostou num serviço inovador: os pedidos gratuitos de apreciação prévia e sumária de elementos clínicos individuais. O novo serviço, acessível a partir do site www.bmop.pt, teve uma elevada procura. Foram recebidos mais de 50 pedidos de apreciação prévia.

Para 2015, ano em que a BMOp celebra 5 anos de vida, Pedro Meira e Cruz define novos objectivos e revela que “a empresa pretende continuar a crescer e a assumir-se como uma entidade privada prestadora de serviços médicos e periciais diferenciados assentes em valores como a imparcialidade, a isenção, o rigor, e a honestidade. Esse crescimento passa também pelo estabelecimento de possíveis acordos com entidades terceiras, como por exemplo sociedades de advogados, as quais nos têm contactado em número crescente”.

Contrato por ajuste directo
O bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo Mourinho Baptista, acusou os serviços prisionais de estarem a contratar por ajuste...

A Ordem dos Psicólogos alertou em Dezembro que os mais de 14 mil reclusos existentes em Portugal poderiam ficar sem apoio psicológico por falta de renovação dos contratos dos profissionais que trabalham nos estabelecimentos prisionais (EP).

Na altura, a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, garantiu que não haveria “uma situação de ausência de psicólogo” para os reclusos, adiantando que esse apoio seria assegurado pelo Serviço Nacional de Saúde até ao final de 2014, altura em que estaria concluído o concurso para a contratação de psicólogos.

Telmo Mourinho Baptista disse que a solução encontrada para a reposição de alguns serviços foi a contratação por ajuste directo até 31 de Março. Para já, psicólogos mantêm-se, mas sem garantia de permaneceram após a celebração do novo contrato.

Para o bastonário, a solução encontrada “é insuficiente, precária e repete erros do passado” ao “não fazer uma contratação adequada a tempo e horas”.

Segundo Telmo Baptista, o ajuste directo implicou uma redução média de 20% das horas semanais prestadas pelos psicólogos nas prisões, sendo que no Estabelecimento Prisional da Polícia Judiciária essa diminuição foi de 50%, ao baixar de 10 horas para cinco horas por semana.

A Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais refutou estes números, esclarecendo que “nos procedimentos previstos para a prestação de serviços de psicologia, entre 1 de Janeiro e 31 de Março, a redução média mensal na prestação de serviços de psicologia é de cerca de 8%”.

Assegurou que desta redução de 8% não resulta “qualquer prejuízo nos cuidados a prestar aos reclusos, uma vez que há articulação com os serviços do Serviço Nacional de Saúde”.

Contudo, dados avançados pela Ordem, referem, por exemplo, que no EP Lisboa o apoio psicológico foi reduzido de 60 para 50 horas e na prisão de Pinheiro da Cruz de 28 para 25 horas semanais. Nas prisões de Vale de Judeus e de Paços de Ferreira esse apoio baixou de 30 para 20 horas e no EP do Porto de 60 para 50 horas semanais. Houve casos, como os EP da Carregueira e do Montijo em que esse apoio aumentou.

Para o bastonário, “não é aceitável para uma área que já é tão depauperada (…) reduzir este apoio. “Estamos a falar de 30 e poucos psicólogos para 14 mil reclusos em todo o país”.

O bastonário disse que tem “consciência do momento que o país atravessa”, mas não se pode de “maneira nenhuma esquecer que é uma população que tem problemas muito específicos, que precisa de ser acompanhada”.

“O problema destas soluções a conta-gotas que são feitas todos os anos” é não garantir a essencial continuidade do apoio prestado pelos psicólogos, uma situação que “agita os profissionais, agita os beneficiários, agita os serviços, porque nunca se sabe com o que é que se conta”.

Para Telmo Baptista, é necessário encontrar “soluções que sejam mais consistentes, mais permanentes e que contemplem os recursos existentes, que são diminutos”.

Segundo a DGRSP, o concurso público internacional, lançado em Setembro, para contratação de psicólogos encontra-se em fase de adjudicação.

Movimento de Utentes de Saúde
O porta-voz do Movimento de Utentes de Saúde, Manuel Villas-Boas, considerou “absolutamente inconcebível” a decisão da...

“Já não basta os problemas que existem actualmente no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, nomeadamente, nestas alturas mais críticas. É uma decisão absolutamente inconcebível. Essa é uma medida que vem a contra ciclo. Não se admite”, afirmou.

Na sua edição de hoje, o Jornal de Notícias revela que a ARS/Norte vai acabar, a partir de 01 de Fevereiro, com o prolongamento de horário em dez unidades de saúde familiar com baixa procura.

Segundo o JN, que cita Rui Cernadas, do Conselho Directivo da ARS/Norte, das 30 unidades de saúde familiar do Norte que têm prolongamento de horário, oito vão deixar de funcionar ao fim de semana e duas não estarão abertas depois das 20 horas. “São unidades com baixa actividade no horário de prolongamento e onde há alternativas", disse o responsável.

As USF que vão deixar de funcionar à noite e ao fim de semana fazem parte dos agrupamentos de centros de saúde do Alto Ave, Braga, Gaia/Espinho e Feira.

Para o porta-voz dos utentes de saúde “estamos a assistir a um descalabro autêntico, é uma vergonha, e os responsáveis por estas políticas devem ser criminalizados por elas”.

Em seu entender, uma das razões para o que se passa nas urgências hospitalares tem a ver com o encerramento de centros de saúde: “Muitos já foram fechados e agora está-se a ver que em situações de urgência a tendência é para os utentes se dirigirem para os hospitais, entupindo as urgências”.

“A situação de falecimento de pessoas é um ato criminoso, os responsáveis devem ser criminalizados por esta situação. É uma vergonha o que está a acontecer no país”, frisou.

O responsável considerou “urgente o reforço de meios nos serviços de urgência hospitalares, nomeadamente, a contratualização a tempo inteiro dos profissionais necessários, médicos, enfermeiros, auxiliares e assistentes operacionais. O que tem havido são situações precárias, recorrendo a serviços de empresas”.

Manuel Villas-Boas criticou ainda as “contradições” do Ministério da Saúde, que “numa semana disse que os horários dos centros de saúde iriam ser alargados, para ajudar a resolver o problema das urgências hospitalares, e na semana a seguir diz que vai reduzir. Em que ficamos?”.

“Os utentes estão revoltadíssimos. A situação está-se a agravar por que já não são só os picos de afluência. Em situações normais o Serviço Nacional de Saúde também se está a degradar. As políticas seguidas pelo Ministério estão a resultar na destruição do SNS”, acrescentou.

Citado pelo Jornal de Notícias (JN), o presidente da Associação Nacional das USF (Unidades de Saúde Familiares), Bernardo Vilas-Boas critica também a “política de desinvestimento nos cuidados de saúde primários” por conduzir “a uma maior procura das já saturadas urgências hospitalares e do sector privado”.

Também o bastonário da Ordem os Médicos disse ao JN que “quem fecha serviços com base em médias não percebe nada de saúde. O sistema já colapsou, temos doentes a morrer sem assistência”.

Na sexta-feira
Quatro projectos de resolução que exigem o cumprimento da legislação sobre o acompanhamento médico periódico e gratuito aos ex...

Os projectos de resolução foram apresentados pelo PEV, BE, PCP e PS, depois de a Associação dos Ex-Trabalhadores das Minas de Urânio (ATMU) ter denunciado que, contrariamente ao que refere a Lei nº 10/2010 - que no artigo 3.º prevê “o acompanhamento médico periódico e gratuito” aos antigos trabalhadores Empresa Nacional de Urânio (ENU) e familiares directos – têm sido cobradas taxas moderadoras para a realização de consultas e de exames.

O presidente da ATMU, António Minhoto, disse que uma delegação de antigos trabalhadores e familiares se deslocará na sexta-feira a Lisboa para ver como os partidos do Governo acolhem os projectos de resolução dos partidos da oposição.

“Se os sinais forem negativos, vamos juntar um grande movimento, mobilizar toda a gente numa só luta, porque há várias questões por resolver que são consequência da exploração de urânio em Portugal”, avisou.

Segundo António Minhoto, serão mobilizados não só os antigos trabalhadores e seus familiares, mas também “os moradores das casas que foram construídas pela ENU e que estão altamente contaminadas (devido à radioactividade)” e as populações de Mangualde e de Tábua, “onde há ainda minas por recuperar”.

Por resolver está também a reivindicação do pagamento de indemnizações aos familiares dos trabalhadores que morreram devido a doenças provocadas pela radioactividade.

“Se o Governo continuar com medidas fora da lei, nós, os trabalhadores e as populações, vamos agir rapidamente e com grandes manifestações”, prometeu.

Na terça-feira, o Ministério da Saúde divulgou um ofício, datado de 19 de Dezembro e enviado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) ao presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), José Tereso, no qual é explicado que o artigo 3.º da Lei nº 10/2010 “se mantém em vigor na ordem jurídica”.

O ofício refere que “os trabalhadores que tenham exercido funções ou actividades de apoio nas áreas mineiras e anexos mineiros ou em obras e imóveis afectos à exploração da ENU” estão isentos das taxas moderadoras, quando estejam em causa consequências na saúde decorrentes da sua actividade.

Esta isenção aplica-se quer aos trabalhadores que tenham exercido funções ou actividades à data da dissolução da ENU ou, “no caso de cessação de contrato anterior à dissolução, que tenham aí trabalhado por um período não inferior a quatro anos”.

O ofício deixa também claro que se encontram igualmente isentos “os cônjuges ou pessoas que com eles vivam em união de facto e descendentes directos”.

Neste âmbito, o presidente do conselho directivo da ACSS, Rui Santos Ivo, pede à ARSC a divulgação desta informação junto dos hospitais e dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da região Centro.

A ARSC garantiu na quarta-feira à Lusa que "já informou o ACES Dão Lafões relativamente à isenção de taxas moderadoras na saúde para os ex-mineiros e seus familiares directos".

"Esta informação seguiu logo após a ARSC ter recebido o esclarecimento da ACSS, de 02 de Janeiro de 2015, sobre a interpretação da Lei 10/2010, de 04 de Janeiro, e do decreto-lei nº 113/2011, de 29 de Novembro", explica, acrescentando que também enviou, na quarta-feira, a informação à ATMU.

Com sede na Urgeiriça, Canas de Senhorim, no concelho de Nelas, distrito de Viseu, a ENU teve a seu cargo, desde 1977, a exploração de minas de urânio em Portugal.

A empresa entrou em processo de liquidação em 2001 e encerrou definitivamente no final de 2004.

Nos jovens
As causas da perda de audição são diversas e diferem consoante a faixa etária.

“As dificuldades auditivas nos jovens começam a ser um problema de saúde pública devido ao uso de headphones e à frequência de locais com ruído de alta intensidade”, alerta o Presidente da Associação Portuguesa de Audiologistas, Jorge Humberto Martins.

As razões da perda de audição podem ser diversas mas “atendendo ao envelhecimento da população a principal causa de perda de audição é a idade, ou seja o envelhecimento natural. A esta perda auditiva chama-se presbiacusia”, refere o especialista. Porém as causas do deficit de audição variam consoante a faixa etária. Jorge Humberto Martins explica: “ao nascimento a causa genética tem um grande contributo, já à entrada do ensino formal a patologia do ouvido médio, nomeadamente as otites, são a grande causa da perda de audição que se adicionam às doenças da infância, traumatismos e outras causas de problemas auditivos”.

Na idade adulta, o ruído, a medicação e as doenças aumentam a incidência da perda de audição. No idoso, à presbiacusia adiciona-se todas as perdas de audição que a pouco e pouco se vão adquirindo ao longo da vida.

Em Portugal pouco se sabe acerca da prevalência e incidência deste problema, mas segundo estudos realizados nos Cursos Superiores de Audiologia indicam que a prevalência não é muito diferente da prevalência internacional, sendo que por volta dos 6 anos, a perda de audição por problemas do ouvido médio (e portanto resolúvel), pode chegar aos 7% e a partir dos 65 anos a perda de audição bilateral, pelo menos de grau ligeiro, é uma realidade em quase todos os idosos.

“Também a partir dos últimos censos foi possível recolher alguns dados mas não permitem concluir sobre a prevalência por faixa etária, se a surdez é congénita, pré-lingual ou pós-lingual, não permite obter informação sobre a etiologia da surdez, etc.”, lamenta o especialista.

A implementação de um programa de promoção da saúde auditiva podia permitir o cálculo da incidência – novos casos – uma vez que a perda de audição é algo que se instala ao longo da vida sem que na grande parte das vezes o indivíduo se aperceba e são os familiares ou os amigos que primeiro a “sentem”.

As consequências da perda de audição são diferentes de acordo com a idade de surgimento da deficiência auditiva, por exemplo uma criança com uma perda de audição que não foi ainda diagnosticada pode ser classificada como distraída, irrequieta ou com dificuldades de aprendizagem; uma pessoa idosa terá tendência a isolar-se socialmente e a deprimir por não conseguir compreender a conversação das pessoas à sua volta. Muitas vezes existe vergonha e é um estigma admitir que há uma perda que audição e que é necessário utilizar um aparelho auditivo. Na realidade essa vergonha e estigma não têm razão de existir visto que a perda de audição é tão natural como a perda de visão. A resolução da perda de audição é fundamental para a melhoria da qualidade de vida do indivíduo e é esse o nosso objectivo enquanto profissionais de saúde.

Importância da prevenção

“Mais do que prevenir a perda de audição é fundamental prevenir o seu impacto na vida do indivíduo e naturalmente na sociedade em que se insere”, considera Jorge Humberto Martins. Para que isso aconteça, além de não haver comportamentos de risco, como seja o ouvir música a intensidades elevadas, é fundamental fazer a sua detecção precoce. Para isso, o especialista defende a existência de rastreios, desde o nascimento à velhice, de um modo organizado e universal.

A valorização da audição acontece como em relação a outras situações: só é dada quando começam a sentir os efeitos da perda. “Acresce o facto que a audição é um problema que não se vê pelo que qualquer que seja a faixa etária muitas vezes é confundida por má vontade, distracção, demência ou mesmo burrice do indivíduo”, comenta o especialista.

A ciência da Audiologia

A Audiologia é a ciência que estuda a audição e o equilíbrio pelo que previne, identifica, avalia e re(h)abilita/trata perturbações nestas funções.

Em Portugal, é a licenciatura em Audiologia que permite aceder à cédula profissional passada pelo ministério da saúde que atesta a capacidade de exercer a profissão de Audiologista, uma profissão de saúde devidamente regulamentada, mas uma área pouco valorizada. Na opinião de Jorge Humberto Martins, “poder-se-á dever à pouca visibilidade que a profissão e os seus profissionais tiveram até à actualidade”.

Por outro lado, este facto também se poderá ficar a dever “à inexistência de legislação que regulamente a venda dos auxiliares de audição. Estes auxiliares de audição, nomeadamente aparelhos auditivos, que permitem a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, deveria ser considerados produtos de saúde e, como tal, ter a sua venda exclusivamente subsequente a todo um processo de reabilitação auditiva de que faz parte não só a adaptação do auxiliar de audição mas também o aprender a voltar a ouvir”.

A reabilitação auditiva é um processo complexo, demorado, individual e adaptado às vivências e necessidades do indivíduo. “A inexistência de legislação que regulamente a comercialização destes equipamentos permite que esta seja efectuada por indivíduos sem qualquer formação académica para o efeito”, alerta.

Dia Mundial do Audiologista comemorado pela primeira vez

Foi a 10 de Outubro de 2014 que em Portugal se comemorou pela primeira vez o Dia Mundial do Audiologista. “Este dia permitiu que a Audiologia enquanto ciência e o Audiologista enquanto profissional fossem mais falados nos órgãos de comunicação social e tenha chegado um pouco mais de informação à população”, disse Jorge Humberto Martins.

Segundo o mesmo especialista a comemoração deste dia teve a sua origem em países em que a profissão é mais valorizada, por isso o objectivo da Associação em se associar a esta efeméride foi o de contribuir para a melhoria da informação fornecida à população sobre os cuidados a ter com a sua audição e naturalmente sensibilizar as pessoas que possuam este problema que devem recorrer a profissionais credenciados para a avaliação e reabilitação da sua perda auditiva.

As acções desenvolvidas nesse dia permitiram uma maior exposição à comunidade civil da profissão, do profissional e da associação. Contudo, refere o especialista “sentimos que muito mais deverá ser feito no campo da divulgação dos cuidados de saúde auditiva desde a nascença até à idade adulta e com uma cada vez maior importância na população idosa”.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Infarmed
Em Setembro passado, genéricos já representavam quase metade do total dos medicamentos vendidos nas farmácias. Significa que os...

Os portugueses estão a comprar mais medicamentos e optam cada vez mais pelos genéricos, mais baratos do que os fármacos que lhes deram origem, escreve o jornal Público na sua edição digital. Quase metade (46,3%) dos medicamentos vendidos em Portugal em Setembro passado já eram genéricos, um aumento de perto de 2% face ao mesmo mês de 2013, revelou a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).

Mesmo assim, apesar da opção crescente por fármacos mais baratos, os gastos dos cidadãos nas farmácias acabaram por crescer entre Janeiro e Setembro de 2014. A explicação é simples. Nos primeiros nove meses de 2014, foram comercializadas mais 4,6% de unidades de medicamentos nas farmácias, o que implicou um acréscimo, ainda que menor, dos encargos para os utentes (mais 1,1%) e também para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). No total, o Estado gastou perto de 857 milhões de euros e os cidadãos, 511 milhões de euros, indica o último balanço sobre consumo de medicamentos nas farmácias divulgado pelo Infarmed.

Quanto à quota de genéricos, apesar de esta não parar de crescer nos últimos anos, o Infarmed faz questão de notar que, no conjunto de medicamentos em que há substâncias activas com genéricos comercializados nas farmácias, a quota era em Setembro de 63,6%, o que significa que ainda é substancial o potencial de crescimento do consumo deste tipo de fármacos. O organismo volta a recordar, a propósito, que o preço médio dos genéricos desceu muito desde 2009: se nesse ano rondava os 16 euros, em Setembro passado custava 7,26 euros, em média.

Em unidades, entre Janeiro e Setembro, nas farmácias venderam-se mais antidepressivos (acréscimo de 8%), antiepilépticos e anticonvulsionantes (mais 7%) e antidislipidémicos (fármacos para o colesterol, um aumento de 5,3%), entre outros tipos de medicamentos, de acordo com a última monitorização do Infarmed.

Já nos hospitais públicos os gastos com medicamentos continuaram a diminuir ligeiramente até Outubro passado, para um total de 818,5 milhões de euros, um ligeiro decréscimo (menos 0,6%) face ao mesmo período de 2013. Na prática, gastaram-se menos 4,7 milhões de euros nos 46  hospitais do SNS com gestão pública considerados noutro relatório também divulgado pelo Infarmed, este relativo ao consumo em meio hospitalar.

Um decréscimo que “decorre, provavelmente, das medidas implementadas relativas à definição e revisão dos preços dos medicamentos hospitalares assim como do acordo estabelecido entre o Ministério da Saúde e a indústria farmacêutica”, justifica.

A maior parte da despesa com medicamentos nos hospitais é feita no ambulatório (consulta externa, hospital de dia e cirurgias que não implicam internamento), 631 milhões de euros, que correspondem a mais de três quartos dos gastos totais. “O elevado peso do ambulatório hospitalar deve-se, essencialmente, à despesa com medicamentos para a infecção com VIH, oncologia, artrite reumatóide” e outras patologias, refere.

Por grupos terapêuticos, os medicamentos usados sobretudo em oncologia (imunomoduladores) são os que implicam mais gastos nos hospitais públicos, seguidos pelos antivíricos. Enquanto no primeiro grupo terapêutico se observou um acréscimo dos encargos (mais 6,3%), sobretudo devido ao preço de alguns fármacos inovadores, no segundo grupo, que inclui os medicamentos para o VIH/sida, a despesa diminuiu, graças à redução do custo médio dos medicamentos desta área.  Os medicamentos órfãos (para doenças raras) representaram de Janeiro a Outubro de 2014 um encargo de 67,3 milhões de euros,  uma variação homóloga de mais 6,9%.

O Infarmed nota ainda que, neste período, os hospitais que mais contribuíram para o decréscimo na despesa foram o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, o Centro Hospitalar de Lisboa Central e o Instituto Português de Oncologia de Lisboa.

Em três anos
Nos últimos anos as rescisões superaram as aposentações. Sindicato Independente admite que tendência nova também contribuiu...

Em três anos 1400 médicos abandonaram o SNS por sua iniciativa. Em 2012 e 2013 as denúncias e resoluções de contrato por parte dos clínicos superaram mesmo as aposentações, o que nunca tinha acontecido, noticia o iOnline.

Segundo uma análise do jornal i a dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), as saídas por vontade própria aumentaram em 2010, quando começou o congelamento salarial na função pública. Em 2011 e 2012 foram mais do dobro do que as que se registavam em 2009, mais de 500 por ano. Em 2013 baixaram para 387, sendo que, ainda assim, houve mais 40 médicos a rescindir do que a reformarem-se.

Numa altura em que se tenta perceber o que tem gerado as dificuldades nos serviços de urgência, o fracasso no planeamento dos recursos humanos poderá ter mais esta variável em conta. O governo insiste que tem contratado todos os médicos que se formam mas nem sempre o saldo tem sido positivo. Se os estudos feitos na última década já anteviam dificuldades dado o envelhecimento da classe e um período em que as vagas de Medicina não eram suficientes para as aposentações previsíveis, reformas antecipadas e rescisões terão agravado o défice.

Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), admitiu ao i não ter noção da dimensão das rescisões mas adianta que havia a percepção de que este, a par das reformas antecipadas, seria um factor importante, sendo aliás números que o SIM tinha solicitado à tutela numa recente carta aberta. O dirigente atribui as saídas à desmotivação e concorrência do sector privado, que tem a fragilizado os serviços. O facto de as unidades estarem dependentes de autorização da tutela para contratações e haver um histórico elevado de saídas que não foram substituídas terá contribuído para o evidenciar de lacunas este Inverno, quando a maioria das unidades tem testemunhado que não há mais doentes do que noutros anos, apenas menos meios - não só médicos mas também enfermeiros e auxiliares. No Amadora-Sintra havia, por exemplo, pedidos à tutela para a contratação de 17 médicos desde Março do ano passado, que só pelo Natal foram autorizadas face ao pico de 22 horas de espera na noite de 23 para 24.

O problema das urgências vai ser esta tarde discutido no parlamento após um agendamento potestativo do PS. Ontem o SIM reuniu-se com deputados socialistas, alertando que se o problema de planeamento carece de uma resposta a médio prazo, reduzir as burocracias na contratação pode ter um resultado imediato.

Segundo o dirigente, metade dos médicos que concluíram a especialidade em Abril do ano passado ainda não está colocado devido a atrasos nos procedimentos concursais, continuando como internos nos serviços onde fizeram a formação. "Se são 500 médicos vezes 24 horas de urgência por semana, estamos a falar de 12 mil horas. Estando ainda como internos, não têm autonomia e não podem estar escalados sem supervisão." Roque da Cunha diz que tal como muitos clínicos rescindem contratos, alguns destes médicos que aguardam há quase um ano por uma colocação e vencimentos de início de carreira, 600 euros superior ao que têm como internos, poderão ser aliciados para o privado com melhores condições. Sobretudo os melhores, adverte.

O SIM defende que a colocação destes médicos deverá demorar no máximo três meses. "Não faz sentido numa situação de calamidade de recursos humanos haver este corpo de médicos a aguardar", defende o dirigente. Do lado da tutela, o alargamento excepcional dos horários dos centros de saúde e autorização de contratações foram as medidas paliativas. Mas Paulo Macedo pretende a médio prazo também que os médicos trabalhem mais anos nas urgências, sendo que actualmente podem pedir dispensa do serviço nocturno aos 50 e do diurno a partir dos 55 anos. Roque da Cunha diz que 30% dos médicos continua ainda assim a fazer urgências para lá destas idades, admitindo que será difícil obter um acordo sobre esta matéria dado a actividade nas urgências ser de elevado risco de burnout.

A partir de 1 de Fevereiro
A Administração Regional de Saúde do Norte decidiu acabar, a partir de 1 de Fevereiro, com o prolongamento de horário em 10...

Das 30 unidades de saúde familiar do Norte que têm prolongamento de horário, oito vão deixar de funcionar ao fim de semana e duas não estarão abertas depois das 20 horas, confirmou ao JN Rui Cernadas, do Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte. A par desta redução, vai ser introduzida uma uniformização, que implicará que as unidades que até agora abrem ao domingo (das 9 às 13 horas) passem a funcionar ao sábado, no mesmo horário, escreve o Jornal de Notícias.

Investigação sugere
Investigadores americanos sugerem que manter o nariz quente e evitar o ar frio ajuda os vírus a não se reproduzirem.

O vírus que causa a constipação comum dá-se melhor num nariz frio, de acordo com cientistas americanos. O estudo mostrou que o sistema imunológico humano fica mais fraco quando exposto a temperaturas mais baixas, o que permite a disseminação do vírus. Os investigadores sugeriram manter o nariz quente e evitar o ar frio enquanto se estiver constipado. Os rinovírus são um dos principais grupos de vírus que deixam os nossos narizes a escorrer e nos fazem espirrar.

A equipa da Universidade de Yale testou o rinovírus a uma temperatura nasal de 33ºC e uma temperatura corporal normal de 37°C. “Sabemos há 50 anos que o vírus se reproduz com mais facilidade no nariz, mas o mecanismo nunca foi claramente definido”, disse à BBC a investigadora Akiko Iwasaki, citada pelo Diário Digital. A investigadora disse que o sistema imunológico torna-se mais fraco num nariz frio e dá ao vírus mais oportunidades para se reproduzir.

Duas ferramentas importantes - um conjunto de sensores que detectam a infecção e os químicos que coordenam a resposta imunológica - foram menos eficazes em temperaturas mais frias. “Em geral, quanto menor a temperatura, mais baixa é a resposta imune inata ao vírus”, disse Iwasaki. A cientista afirmou que as descobertas poderiam ajudar a explicar por que a constipação é mais comum nos meses de Inverno. Mas advertiu que isso é “muito mais complicado”.

Outros factores, incluindo mudanças de comportamento no Inverno em comparação com o Verão, também podem ajudar a explicar as constipações de Inverno.

Iwasaki sugeriu algumas formas de combater uma constipação: “Pode ficar num clima tropical quente ou tentar impedir que a cavidade nasal seja exposta a ar muito frio”.

Jonathan Ball, professor de virologia da Universidade de Nottingham, disse que as descobertas podem explicar por que o rinovírus infecta o nariz em vez de partes mais quentes do corpo, como os pulmões.

“Sabemos que a temperatura das células que revestem o nariz são mais frias do que outras partes menos expostas do corpo. Isso pode explicar por que o rinovírus causa constipações e é menos capaz de causar infecções pulmonares mais graves, como a influenza faz”, disse à BBC.

ONU:
O director da missão da ONU de resposta ao Ébola alertou para “um problema de coordenação” na luta contra a epidemia,...

“Os governos da Libéria, Serra Leoa e Guiné Conacri são quem está a dirigir (...), isto é sobre os seus cidadãos, sobre o destino dos seus países (e) devíamos reconhecer essa liderança nacional”, disse Ismail Ould Cheikh Ahmed, o novo director da missão da ONU para a Resposta de Emergência contra o Ébola.

“Há um problema de coordenação”, afirmou, na sua primeira visita a Monróvia, alertando para “demasiados cozinheiros na cozinha” com boas intenções.

Por proposta do PS
A Assembleia da República debate hoje a situação das urgências hospitalares, por proposta do PS, numa discussão que contará com...

Os deputados do PS solicitaram na terça-feira "o agendamento potestativo de um debate de actualidade para a reunião plenária do dia 08 de Janeiro de 2015 com o tema: ‘situação das urgências hospitalares'", segundo o requerimento.

Para preparar esse debate, o PS marcou reuniões com delegações de representantes de médicos e de enfermeiros, entre quarta-feira e hoje no parlamento: Ordem dos Enfermeiros, Sindicato Independente dos Médicos, Federação Nacional dos Médicos, Sindicato dos Enfermeiros e Ordem dos Médicos foram as entidades ouvidas.

Nas últimas semanas, foram relatadas várias experiências de utentes nas urgências, com mais de 20 horas de espera para atendimento no hospital Amadora-Sintra, por exemplo, devido a problemas com os médicos escalados e a uma afluência maior do que o normal.

Posteriormente, o Ministério da Saúde decidiu determinar aos centros de saúde da Grande Lisboa para alargarem os seus horários de funcionamento nos dias 30 e 31 de Dezembro e 02 de Janeiro.

Em Lisboa e em Santa Maria da Feira, dois homens morreram antes de receberem cuidados médicos enquanto esperavam nas urgências do Hospital de São José e de São Sebastião, respectivamente.

Numa experiência com ratos
Investigadores identificaram um novo antibiótico, que, numa experiência com ratos, se revelou eficaz no combate a certas...

O antibiótico, chamado de teixobactin, é uma molécula natural que uma equipa de cientistas da Universidade Northeastern, em Boston, nos Estados Unidos, descobriu, passando em revista dez mil compostos extraídos de bactérias provenientes do solo e cultivadas sobre microrganismos, através de uma "câmara de difusão" introduzida na terra durante uma a duas semanas.

Testado em ratos, o teixobactin revelou-se eficaz sobre estirpes resistentes de bactérias como a "Clostridium difficile", responsável por diarreias, a "Staphylococcus aureus", na origem de intoxicações alimentares, e a "Mycobacterium tuberculosis", que causa a tuberculose, de acordo com o artigo publicado na Nature.

Estirpes destas bactérias desenvolveram resistências aos antibióticos clássicos.

Segundo a investigação, o teixobactin mata a bactéria, provocando a ruptura na parede celular, um método semelhante ao de um outro antibiótico, a vancomicina, usada, desde a década de 1950, no tratamento de infecções bacterianas, mas como último recurso, e que ganhou resistências ao fim de 30 anos.

A equipa de investigadores liderada por Kim Lewis salienta, como vantagens do novo antibiótico, a ausência de efeitos secundários, esperando iniciar ensaios clínicos com humanos dentro de dois anos, depois de aperfeiçoadas as propriedades farmacêuticas do teixobactin. O estudo foi financiado pela farmacêutica norte-americana Novobiotic, da qual Kim Lewis é consultor.

Na Amadora
A Associação de Pais e Amigos de Deficientes Profundos – Amorama – inaugura novas instalações na Amadora permitindo apoiar mais...

"É um equipamento importante para o concelho, pela resposta que dá a pessoas portadoras de deficiência", considerou a presidente da Câmara da Amadora, Carla Tavares. As novas instalações da Amorama na urbanização Vila Chã orçaram em cerca de 2 milhões de euros, comparticipados em 1.175.000 euros do Programa Operacional Potencial Humano, da Segurança Social (POPH), e em 354 mil euros pelo Programa de Apoio à Construção de Equipamentos Sociais da Câmara da Amadora.

Segundo José Reis, presidente da Amorama, a instituição fundada em 1988 "tem como objectivo a recuperação de portadores de deficiência", a partir dos 16 anos, nas valências de centro de actividades ocupacionais e de serviço de apoio domiciliário.

As novas instalações vão permitir voltar a disponibilizar uma resposta social para pessoas com deficiência e para as suas famílias na área de lar residencial, valência que tinha sido suspensa com as actuais instalações, explicou o dirigente da associação.

O município da Amadora cedeu o terreno para as instalações, comparticipou na construção e "vai lançar o concurso para os arranjos exteriores, no valor de mais 100 mil euros", adiantou a presidente da autarquia.

A associação presta actualmente apoio a 24 utentes no centro de actividades ocupacionais, que aumentarão para 28 e podem no futuro chegar a 60, destinando-se a pessoas com deficiência mental, proporcionando actividades de desenvolvimento pessoal e social e lúdicas.

O serviço de apoio domiciliário aumentará de 45 para 92, assegurando a prestação de cuidados individualizados no domicílio como higiene pessoal e habitacional, fornecimento de refeições, acompanhamento ao exterior e administração de medicação.

A valência de lar residencial, para pessoas impedidas, temporária ou definitivamente de residir no seu meio familiar, arranca com 22 utentes, admitindo-se que possa ser ampliada para 28.

"O novo edifício poderá permitir o aumento neste apoio para 188 utentes, além de criar 61 novos postos de trabalho", afirmou, em comunicado, a autarquia da Amadora, com base em informação prestada pela Amorama.

Para já, o presidente da instituição admitiu "mais 32 novos postos de trabalho", mas as contratações dependem ainda da concretização dos acordos a estabelecer com as entidades oficiais.

"As respostas são sempre curtas para as necessidades", reconheceu Carla Tavares, embora salientando que o concelho da Amadora possui instituições que prestam um apoio fundamental a portadores de deficiência.

Para José Reis, "as pessoas com familiares portadores de deficiência são verdadeiros heróis e a comunidade precisa de ser sensibilizada para esta realidade", frisou.

Estudo averigua causas
O Centro de Investigação de Recursos Naturais dos Açores está a fazer um estudo através do qual pretende apurar as causas do ...

A investigação "aterosclerose como principal causa das doenças cardiovasculares" é coordenada por Maria Leonor Pavão, do Centro de Investigação de Recursos Naturais dos Açores, que pertence à universidade açoriana.

"Ao nível da incidência de morte por isquemia cardíaca, que é cerca do dobro daquela que se observa no continente português, portanto, é nossa preocupação perceber porque é que isso acontece e quais são os factores de risco prevalentes que existem na região e que podem explicar esta diferença", adiantou Maria Leonor Pavão, sem especificar números.

A coordenadora do estudo explicou que se pretende analisar os factores de risco ao nível "dos mais tradicionais", como a hipertensão, a obesidade ou o consumo de tabaco e álcool, mas também outros factores de "natureza molecular que não estão comummente aceites pela comunidade científica".

Maria Leonor Pavão esclareceu que, "regra geral", se trata de uma doença "silenciosa", que só se descobre quando já está estabelecida e que o estudo tem como principal objectivo "descobrir a doença antes dela se manifestar".

"Uma das nossas preocupações é justamente encontrar marcadores moleculares que tenham a ver ou com a parte genética ou com a parte individual ligada ao ambiente e que pode ser específica para a nossa população. Encontrar marcadores que sejam detectados precocemente, antes que a doença se manifeste", sublinhou.

A investigação está a ser feita com base na comparação da população do continente e de cada uma das ilhas dos Açores, tendo como referência pessoas "aparentemente saudáveis" e doentes acompanhados pelo serviço de cardiologia no Hospital Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada.

"Por um lado, considerando uma população que é aparentemente saudável, portanto, que ainda não tem sintomas da doença, e, por outro lado, uma população de doentes cardiovasculares, numa parceria com o Hospital de Ponta Delgada, através de um grupo de doentes que é recrutado e que nos vai servir para estudar os mesmos parâmetros nas populações aparentemente saudáveis", explicou.

Maria Leonor Pavão diz que o estudo já arrancou há seis anos e que tem avançado conforme "vai aparecendo financiamento", sendo o próximo objectivo aumentar a base de recrutamento de populações para "consolidar conclusões".

Estudo Análise Preliminar dos Indicadores Nacionais de Asma 2014
Alerta é feito pelo Programa Nacional para as Doenças Respiratórias. Apesar de tudo, o número de óbitos relacionados com a...

Os cuidados de saúde primários não têm conseguido controlar os doentes com asma, levando a que muitos casos cheguem aos hospitais em situações que exigem já internamento, escreve o jornal Público na sua edição online. O alerta é deixado no Estudo de Análise Preliminar dos Indicadores Nacionais de Asma – 2014 do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, publicado nesta semana pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).

O relatório da DGS salienta que “melhorando a prestação de cuidados a nível ambulatório, particularmente nos cuidados de saúde primários, será possível diminuir um certo número de internamentos”. Para isso, os responsáveis pelo programa consideram que é preciso aumentar o acesso aos centros de saúde e incentivar a vacinação contra a gripe.

Por outro lado, defendem que se aposte no “diagnóstico precoce e tratamento adequado, na cessação tabágica” e em dar mais formação aos doentes crónicos para que saibam gerir os seus problemas. “A escolha das medidas certas e a sua implementação nos locais certos conduzirão a melhorias na eficiência do sistema de saúde, com consequentes ganhos em saúde e redução de custos”, reforça o documento.

Apesar dos problemas nos centros de saúde, o relatório salienta que o número de mortes associadas à asma tem sido “razoavelmente estável ao longo dos anos, oscilando entre 17 e 32”, sendo o valor mais elevado registado no ano que coincidiu com a gripe pandémica. No que diz respeito aos internamentos directamente relacionados com asma, de 2012 para 2013 houve uma ligeira descida, de 3033 para 2762 episódios – o que representa 3,4% do total de internamentos por doença respiratória. Na maior parte dos casos os doentes tinham menos de 18 anos.

Porém, os autores do relatório salientam que quando aos números da asma como diagnóstico principal se juntam os casos de internamentos em que a asma brônquica também teve um papel, ainda que secundário, o cenário sofreu um agravamento de 2012 para 2013, passando de 15.737 para 16.634 casos. A subida foi sobretudo sentida na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Como explicações para este fenómeno, os autores dizem que é preciso explorar os dados, mas avançam que a doença pode estar “menos controlada mesmo em internamentos hospitalares decorrentes de outras causas”, mas também pode existir uma “maior sensibilização dos médicos” para os registos.

Os dados permitem também identificar que “uma percentagem elevada (13% em 2013) dos internamentos associados à asma, corresponde a um segundo episódio, sugerindo um risco aumentado de reinternamento hospitalar, perante a condição clínica de asma brônquica”.

Em linhas gerais, o Programa Nacional para as Doenças Respiratórias propunha-se a reduzir em 10% as mortes relacionadas com estas patologias entre 2012 e 2016 – numa altura em que Portugal apresenta dos piores dados da União Europeia no que diz respeito, por exemplo, a óbitos por pneumonia.

Desde perda de patente
20 genéricos do medicamento mais famoso contra a disfunção eréctil estão no mercado desde que, há um ano. O Viagra perdeu a...

De acordo com o organismo que regula o sector do medicamento em Portugal, existem neste momento 51 medicamentos genéricos com Autorização de Introdução no Mercado (AIM) contendo a substância activa Sildenafil, mas nem todos estão à venda.

Destes 51 medicamentos, iniciaram comercialização 20 genéricos do Sildenafil, a substância activa do Viagra, que perdeu a patente no dia 14 de Janeiro do ano passado.

Após esta perda de patente, a venda do Sildenafil aumentou significativamente: 115.430 embalagens vendidas em 2013 e 210.549 nos primeiros três trimestres deste ano.

Em termos de valor, os portugueses deixaram nas farmácias 4.890.743 euros em 2013 e 5.334.325 entre Janeiro e Setembro de 2014.

O Viagra começou a ser vendido em Portugal em 1998 e, desde então, tem sido um dos mais “copiados” em todo o mundo.

A venda ilegal deste fármaco, ou de outros que se fazem passar por este, tem preocupado as autoridades. Segundo o Infarmed, graças à colaboração diária entre este organismo do Ministério da Saúde, a Autoridade Tributária e Aduaneira e os serviços de alfândegas têm sido apreendidos, para distribuição, medicamentos importados directamente de países terceiros.

Em 2014, foram detectadas e apreendidas para destruição (nas alfândegas e no seguimento de parecer do Infarmed) 15.232 unidades de medicamentos contendo na sua composição a substância activa Sildenafil. Entre estes encontram-se produtos que “recorrem a 'alcunhas' como 'o comprimido azul', Nizagara, Kamagra, Vigour, entre outros, e também medicamentos 'que se fazem passar por Viagra', ou seja, suspeitos de falsificação”.

Johnson & Johnson
A Johnson & Johnson já produziu mais de 400 mil doses de vacinas para uso em ensaios clínicos de larga escala até Abril de...

A Johnson & Johnson anunciou ontem que a Janssen, a Companhia farmacêutica do grupo, iniciou a Fase 1 do programa de desenvolvimento clínico de uma vacina contra a infecção pelo vírus Ébola. O ensaio é liderado pelo Oxford Vaccine Group, do Departamento de Pediatria da Universidade de Oxford. O recrutamento para este ensaio encontra-se aberto e os primeiros voluntários receberam já a dose inicial da vacina. Espera-se que a inclusão de participantes esteja concluída no final de Janeiro.

A Janssen, em parceria com a Bavarian Nordic A/S, já produziu mais de 400 mil doses de vacinas, as quais estarão disponíveis até Abril de 2015. Um total de dois milhões de doses será fabricado durante 2015, embora exista capacidade disponível para passar rapidamente para uma escala de cinco milhões de doses adicionais, num período de 12 a 18 meses.

Trata-se de um incremento face ao objectivo inicial de produção de um milhão de doses de vacinação até ao final do ano, acrescidos de 250 mil doses para utilização em ensaios clínicos até Maio de 2015.

"Como líderes globais na área da saúde, temos a responsabilidade de agir rapidamente enquanto o Ébola continua a causar sofrimento entre doentes, familiares e profissionais de saúde na África Ocidental", afirmou Alex Gorsky, Chairman e CEO da Johnson & Johnson. 

"Porque cada dia conta, estamos a acelerar substancialmente a produção da vacina", refere Paul Stoffels, Chief Scientific Officer e Worldwide Chairman da Janssen. "Através de uma colaboração sem precedentes entre a comunidade global na área da saúde, o nosso objectivo é levar a vacina às famílias e aos profissionais de saúde que estão na linha da frente, o mais rapidamente possível".

O primeiro estudo de Fase I em seres humanos irá avaliar a segurança e a tolerabilidade de um esquema de vacinação, no qual os voluntários recebem uma dose inicial de vacina para estimulação do sistema imunitário, seguida de um reforço para aumentar a resposta imunitária ao longo do tempo. A resposta imunitária produzida pela vacina, a longo termo, será igualmente avaliada. Este ensaio irá incluir 72 voluntários saudáveis e estudará diferentes regimes de administração da vacina em comparação com placebo. Estão ainda previstos ensaios clínicos adicionais nos Estados Unidos com início previsto no final deste mês, e um pouco mais tarde em África. Mais detalhes sobre o referido estudo serão disponibilizados em www.clinicaltrials.gov.

 

Sobre a Janssen

A Janssen, empresa farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, é uma das companhias farmacêuticas de investigação líder a nível mundial, estando presente em todos os continentes. A Janssen está empenhada em descobrir e disponibilizar medicamentos inovadores para necessidades médicas não preenchidas e desenvolveu ao longo das últimas décadas múltiplas terapêuticas que têm feito a diferença, de forma significativa, na vida dos doentes. As áreas chave da companhia são: as Neurociências, Imunologia, Oncologia, Infecciologia e Doenças Metabólicas. Para mais informações consultar: www.janssen.pt.

Universidade da Beira Interior
A informação foi disponibilizada em Dezembro e alerta para os produtos e seus derivados que podem originar reacções alérgicas.

As cantinas e os bares da Universidade da Beira Interior (UBI) disponibilizam desde Dezembro informação sobre os potenciais alergénios presentes nos produtos alimentares vendidos nesses locais. Segundo os Serviços de Acção Social da UBI (SASUBI), “as alergias ou intolerâncias alimentares constituem um perigo para a saúde das pessoas afectadas, pelo que os consumidores devem poder conseguir tomar decisões informadas”.

Entre as substâncias ou produtos que provocam alergias ou intolerâncias incluem-se vários produtos e alimentos feitos à base deles. Os SASUBI lembram que a lista inclui cereais que contêm glúten (trigo, centeio, cevada, aveia); crustáceos (por exemplo camarão); ovos; peixes; amendoins; soja; leite; frutos de casca rija; aipo; mostarda; sementes de sésamo; dióxido de enxofre e sulfitos; tremoço; moluscos (por exemplo polvo, lulas, caracóis).

As reacções alérgicas podem acontecer “mesmo com quantidades muito pequenas do ingrediente”, acrescentam os Serviços Sociais, e os sintomas incluem problemas de estômago, erupções cutâneas, comichão na pele ou da boca, inchaço da garganta e dificuldades respiratórias.

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