Entre 2012 e 2014
A área de Lisboa e Vale do Tejo consome mais de 50% do financiamento extraordinário do Serviço Nacional de Saúde, ultrapassando...

Os dados são relativos ao período entre 2012 e 2014 e mostram que apenas três dos 15 hospitais de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) consumiram 784 milhões de euros, mais 121 milhões de euros de financiamento extraordinário do Estado do que o total das 17 unidades hospitalares da região Norte.

Em causa estão injecções excepcionais de dinheiro para os hospitais pagarem dívidas a fornecedores, que totalizaram naqueles dois anos 1.490 milhões de euros em LVT (50,8%), 663 milhões euros no Norte (22,6%) e 450 milhões euros no Centro (15,3%), descreve-se nos documentos que a Lusa consultou.

Juntando a região Norte à região Centro, o financiamento extraordinário estatal foi de 1.113 milhões de euros, o equivalente a 37,9% do total nacional e a menos 376 milhões de euros do que a região de LVT.

O Norte e o Centro tem uma população de 5.349.624 pessoas, ao passo que LVT tem 3.383.242, de acordo com os documentos.

No Norte investiu-se 182 euros per capita, no Centro 264 e em LVT 441 euros per capita.

O Centro Hospitalar de S. João aparece em sétimo lugar da lista dos 10 hospitais com maior financiamento extraordinário, com um montante de 131 milhões de euros, 4,5% do total nacional de 2,9 milhões de euros.

A Norte, apenas a Administração Regional de Saúde figura no top dez, com 106,9 milhões de euros.

As unidades onde o investimento é maior são o Centro Hospitalar de Lisboa Norte (300 milhões de euros, 10,2% do total), o Centro Hospitalar de Lisboa Central (288 milhões de euros, 9,8% do total) e o Centro Hospitalar de Setúbal (196,9 milhões de euros, 6,7% do total).

O hospital Garcia da Orta, onde os sete chefes do serviço de urgência se demitiram na segunda-feira (e mantiveram a decisão apesar do anúncio de um conjunto de medidas para melhorar o atendimento nas urgências da unidade de Almada), recebeu entre 2012 e 2014 144 milhões de euros de financiamento extraordinário.

O Centro Hospitalar do Algarve está em quinto lugar neste ranking, tendo obtido 176,7 milhões de euros do Estado.

Em quarto lugar situa-se o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, com 196,3 milhões de euros (6,7% do total).

O Centro Hospitalar do Barreiro, no Montijo, e o Centro Hospitalar de Lisboa – zona ocidental, receberam 95 e 91 milhões de euros.

No Algarve, o investimento foi de 6,1% do total e no Alentejo de 5,2%.

Infarmed revela
O Infarmed revelou os nomes dos 20 genéricos retirados do mercado após uma recomendação da Agência Europeia do Medicamento (EMA...

Apesar de em Portugal existirem 64 dos genéricos com autorização de introdução no mercado, cujos testes são feitos na empresa em questão (GVK Biosciences), apenas 20 estão a ser comercializados, conforme afirmou o presidente do organismo que regula o sector (Infarmed), numa conferência realizada ao final da manhã de ontem.

“Apesar de não serem conhecidas evidências que ponham em risco a saúde pública, e enquanto se aguarda a decisão final da Comissão Europeia, com base no princípio da precaução, o Infarmed solicitou, ontem de manhã, aos titulares de autorização de introdução no mercado, a retirada voluntária dos 20 medicamentos em causa comercializados em Portugal”, refere este organismo, em comunicado.

Os fármacos que desde ontem deixaram de estar à venda são o Ácido alendrónico Accord (70 mg), Ácido alendrónico Labesfal (70 mg),Candesartan Mylan (8 mg),Candesartan Mylan(16 mg),Candesartan Mylan (32 m), Desloratadina Labesfal OD (5 mg),Desloratadina Ratiopharm (5 mg), Desloratadina Teva (5 mg),Donepezilo Mylan (5 mg), Donepezilo Mylan (10 mg), Esomeprazol Mylan (20 mg).

Nesta lista estão ainda os genéricos Esomeprazol Mylan (40 mg), Fluconazol Basi(50 mg), Fluconazol Basi (150 mg), Fluconazol Basi (200 mg), Trimetazidina Mylan (35 mg), Trimetazidina Pharmakern (35 mg), Venlafaxina Azevedos (37,5 mg), Zenlafaxina Azevedos (75 mg), Venlafaxina Azevedos(150 mg).

Para 2015
O sector da saúde lidera o plano de actividades do Governo da Província de Luanda para 2015, nomeadamente com acções com vista...

O documento, que foi ontem analisado numa reunião orientada pelo governador provincial de Luanda, Graciano Domingos, destaca também o sector da educação nas actividades do ano em curso.

Em declarações à imprensa, no final da reunião, o director do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística, Jacob Pinto, referiu que o sector social "é o que mais sobressai" na agenda de actividades.

"A educação e a saúde são as prioridades, depois vêm os outros sectores no que tange às infraestruturas, mas o peso da nossa acção governativa incide sobretudo nestes dois sectores", disse o responsável.

Entretanto, o actual quadro de crise financeira que Angola enfrenta, originada pela forte quebra na cotação internacional do barril de petróleo, que se situa abaixo dos 50 dólares, vai influenciar nas actividades a desenvolver pelo Governo da Província de Luanda (GPL).

Segundo Jacob Pinto, o plano vai ser reajustado face à orientação para uma redução substancial de cerca de 52% das despesas.

"Daí a necessidade de reajustar todo o programa de investimento público, incluindo as despesas de funcionamento", frisou o responsável.

A inauguração do Hospital Geral de Luanda, prevista para abril do ano em curso, destaca-se no quadro de actividades do GPL, uma infraestrutura que deverá "melhorar a assistência médica da população em qualidade e quantidade".

O Hospital Geral de Luanda, uma obra construída pela primeira vez em 2006, teve de voltar a ser reconstruído anos depois da sua inauguração devido a problemas detectados na construção.

Em abril de 2012, começou a ser reconstruída após um acordo entre os Governos de Angola e da China, que formalizou a revisão do plano de construção do projecto de reabilitação, construção e ampliação da nova unidade, em substituição da edificada em 2006.

Entre as acções no campo da saúde para Luanda, são de realçar ainda a avaliação das condições de atendimento dos casos de sinistrados de acidentes de viação em hospitais nos arredores de Luanda, a reactivação e fiscalização dos centros de tratamento de cólera, o mapeamento da oncocercose nos municípios de Icolo e Bengo e Quiçama, entre outras.

A reactivação dos centros de recuperação nutricional nos municípios e abertura de novos, a busca activa dos casos de lepra nas comunidades, a inauguração do Centro de Hemoterapia de Luanda e a realização de três campanhas de vacinação contra a poliomielite são também tarefas perspectivadas para 2015.

Em Lisboa
Um estudo que envolveu 113 jovens de Lisboa, com idades entre os 9 e os 13 anos, revela que a maioria tem comportamentos de...

Estas são alguns dos primeiros resultados do “Young Health Programme (YHP) – Like ME”, programa de intervenção e promoção da saúde mental juvenil, realizado pelo Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa, em articulação com a Médicos do Mundo (MdM), ontem apresentado.

As conclusões revelam que “os jovens têm comportamentos de saúde adequados, baixa percentagem de comportamentos de risco e ‘bullying’ enquanto agressores e uma percepção positiva da autoestima e autoconceito”.

Em matéria de saúde, a maioria destes jovens afirma já ter ouvido falar sobre a Sida ou sobre o VIH, mas 37 deles, mais de um terço, revelaram nunca ter ouvido falar desta doença.

Segundo o estudo, apenas cinco dos inquiridos já tinham iniciado a vida sexual, quatro dos quais revelaram que aconteceu entre os 10 e os 11 anos, com “um, três ou quatro parceiros”.

No último mês dois jovens indicaram ter tido relações sexuais com uma pessoa.

Na última vez que tiveram relações sexuais, quatro destes cinco jovens não usaram preservativo ou qualquer método anticoncepcional.

O estudo salienta ainda que pouco menos de metade dos jovens foi a uma consulta de dentista, exame de rotina ou tratamento dentário nos últimos 12 meses, sendo que 11% nunca recorreu a estes profissionais de saúde.

No que respeita a experiências com tabaco, ingestão de bebidas alcoólicas e consumo de drogas, foram negadas pela maioria dos jovens.

Quatro deles, no entanto, fumaram um cigarro inteiro entre os 5 e os 11 anos, 17% consumiram bebidas alcoólicas entre os 6 e os 13, e a maioria nunca experimentou marijuana, LSD, ácido, ecstasy ou cogumelos.

Quanto à condução sob efeito do álcool, um dos jovens referiu ter conduzido 21 vezes sob esse efeito no último mês, indica o estudo, salientando que, ao nível dos comportamentos de segurança, 73,5% nunca usaram capacete ao andar de bicicleta nos últimos 12 meses, mas 61,1% utilizam cinto de segurança sempre que andam de carro.

Este trabalho de investigação concluiu ainda que, no último ano, a maioria dos jovens não se sentiu triste ou sem esperança, nem pensou em magoar-se a si próprio intencionalmente.

“No entanto, é de registar que 5,4% dos jovens fez planos ou tentou magoar-se a si próprio intencionalmente”.

Os comportamentos de agressão para com terceiros também são raros, sendo mais frequentes contra colegas do que contra professores.

Os jovens revelam principalmente comportamentos de “observação de agressão”, seguidos de comportamentos de vitimização e, só por último, comportamentos de agressão.

A maioria nunca transportou uma arma branca ou de fogo e não faltou à escola por se sentir inseguro, mas envolveu-se em lutas físicas duas vezes no último ano, metade das quais no recinto escolar.

O estudo conclui que os jovens revelam diferentes percepções, embora de forma geral positivas: razoável competência e desempenho escolares, boas competências sociais, boa percepção da sua aparência, razoável competência atlética e comportamento.

O objectivo deste estudo, lançado em fevereiro de 2013, foi o de caracterizar, em matéria de saúde, de ‘bullying’, de autoestima e de autoconceito, as populações juvenis inseridas nos diversos projectos de intervenção comunitária integradas no “YHP – Like ME” na Região de Lisboa.

Este programa de responsabilidade social pretende, até 2015, aumentar em 30% a autoestima e, em 10%, o número de jovens capacitados na área da saúde mental, sendo direcionado a menores entre os 10 e 12 anos, integrados em projectos Escolhas, com pouco acesso a cuidados de saúde e em situação de vulnerabilidade, alterações no desenvolvimento ou problemas comportamentais relacionados com a imagem e a autoestima.

Ministérios da Saúde e das Finanças autorizaram
Os Ministérios da Saúde e das Finanças autorizaram a abertura de concursos para 275 médicos hospitalares e para 115 médicos de...

As autorizações de abertura de concursos, publicadas na terça-feira em Diário da República, destinam-se a recrutar 115 médicos especialistas em medicina geral e familiar, ao qual poderão concorrer clínicos com ou sem vínculo ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), e 275 médicos especialistas nas áreas hospitalar e de saúde pública, a preencher pelos médicos que adquiriram o grau de especialista na segunda época de 2014.

Após a publicação destes dois despachos conjuntos dos Ministérios da Saúde e das Finanças em Diário da República, os próximos passos passarão pela identificação de necessidades prioritárias por instituição de saúde e pela abertura de recrutamentos a nível regional para os 115 médicos e família e um procedimento nacional de recrutamento para os 275 clínicos hospitalares, esclarece a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

Estes médicos ficam obrigados a permanecer no mínimo três anos no posto de trabalho a ser preenchido, condição que constará dos anúncios de abertura.

“Reconhecendo o carácter central dos recursos humanos que integram o SNS, esta medida tem por objectivo suprir as necessidades de pessoal médico, através da autorização de procedimentos concursais e da criação de condições legais para melhorar a distribuição dos recursos existentes”, explica uma nota da ACSS.

Relativamente aos 115 médicos de família, os respectivos postos de trabalho serão distribuídos pelas cinco Administrações Regionais de Saúde (ARS), à luz do aviso que procederá à abertura do concurso.

A ACSS recorda que foi aberto um concurso para o recrutamento de 200 médicos de família, distribuídos pelas cinco ARS e cuja lista provisória de ordenação final dos 85 candidatos foi aprovada a 17 de outubro de 2014, aguardando-se a autorização para prosseguimento do concurso.

Atendendo ao facto de não ter sido possível preencher a totalidade das vagas, foi solicitada autorização ao Ministério das Finanças para o desenvolvimento de novo procedimento concursal, com vista ao preenchimento do número remanescente de postos de trabalho (115) previamente autorizados.

CReSAP apresenta
A CReSAP, Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública, deliberou apresentar ao Governo três candidatos...

A Proposta de Designação, a que hoje a Lusa teve acesso, indica que o júri da CReSAP vai apresentar ao Governo os candidatos Álvaro Fernando Santos Almeida, Fernando Alberto Alves e José Miguel Dias Paiva.

O documento, datado de segunda-feira, assinala ainda que “foram opositores a este procedimento concursal dez candidatos”.

Publicado em Diário da República (DR) a 14 de novembro de 2014, o procedimento concursal de recrutamento e selecção do cargo de Presidente da Administração Regional de Saúde do Norte, I. P. foi aberto pela CReSAP “pelo prazo de dez dias úteis” a contar da data de publicação.

“A indicação dos requisitos formais de provimento, de perfil pretendido, da composição do júri e dos métodos de selecção será publicitada na Bolsa de Emprego Público (BEP)”, pode ler-se em DR.

O actual presidente do conselho directivo da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, Luís António Castanheira Nunes, foi nomeado em outubro de 2011 pelo governo para um mandato de três anos.

Para a ARS Norte, e por despachos assinados então pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, foram nomeados os vogais Ponciano Manuel Castanheira de Oliveira e Rui Afonso Móia Pereira Cernadas.

Wings for Life World Run Portugal
João Correia, referência nacional do atletismo em cadeira de rodas, é o embaixador da Wings for Life World Run Portugal, uma...

“Sou um homem de causas e esta marca-me particularmente. É impossível ficar indiferente quando se veem imagens de uma corrida de atletismo com milhares de participantes em 33 países, unidos em prol de uma cura que poderá ajudar um dia, milhões de pessoas que se encontram na mesma condição física que a minha! Esta prova faz-me acreditar cada vez mais no meu lema de vida: Nunca Desistir!” afirma o Penta Campeão Nacional das distâncias de 100 e 200 metros e por duas vezes Campeão da Europa de 200 metros.

João Correia nasceu em 1983 e, aos dois, anos, sofreu um acidente que o deixou numa cadeira de rodas. Em 1991, começou a praticar desporto, tendo-se tornado no primeiro atleta português a ganhar uma medalha internacional, para o atletismo em cadeira de rodas. Actualmente está a preparar o regresso em força à competição.

Saiba quais são
Esta é a lista dos 28 medicamentos genéricos existentes em Portugal que a Agência Europeia do Medicamento (EMA) recomendou que...

Destes 28 medicamentos, alguns são apresentados em diferentes dosagens, totalizando 64 apresentações.

Ácido alendrónico Accord - para a Osteoporose

Cefpodoxima Alkaloid – antibiótico usado sobretudo para pneumonias bacterianas, bronquites agudas, infecções agudas das bronquites crónicas, sinusites, anginas, faringites.

Tramadol + Paracetamol Brown - associação de dois analgésicos, que actuam em conjunto para aliviar a dor

Trimetazidina Brown – vasodilatador para tratamento da angina de peito

Escitalopram Brown - antidepressivo

Ebastina Brown – antialérgico

Quetiapina Daquimed – para a esquizofrenia e a perturbação bipolar

Levodopa + Carbidopa + Entacapona Generis – para a doença de Parkinson

Entacapona Generis – para a doença de Parkinson

Desloratadina Labesfal OD – antialérgico

Ácido alendrónico Labesfal – para a osteoporose pós-menopáusica

Donepezilo Anova – para tratamento do Alzheimer

Esomeprazol Anova – antiácido, para a doença de refluxo gastro-esofágico e úlceras

Venlafaxina Azevedos – antidepressivo

Fluconazol Basi – antifúngico

Desloratadina Labormed – antialérgico

Cefpodoxima Lupin – antibiótico usado sobretudo para pneumonias bacterianas, bronquites agudas, infecções agudas das bronquites crónicas, sinusites, anginas, faringites

Esomeprazol Mylan - antiácido, para a doença de refluxo gastro-esofágico e úlceras

Atorvastatina Anova – para o colesterol e para os triglicéridos

Donepezilo Mylan – para tratamento da doença de Alzheimer

Trimetazidina Mylan - terapêutica adicional para o tratamento sintomático de doentes com angina de peito

Candesartan Mylan – para tratamento da hipertensão e da insuficiência cardíaca

Leflunomida Pentafarma – antirreumático, para tratamento da artrite reumatoide

Desloratadina Peseri - antialérgico

Trimetazidina Pharmakern – para a angina de peito

Desloratadina Ratiopharm - antialérgico

Trimetazidina Itraxel – para a doença isquémica do coração

Desloratadina Teva - antialérgico

Infarmed
O presidente do Infarmed acredita que “dentro de dias” poderá surgir o acordo com o laboratório que comercializa o Sofosbuvir,...

Eurico Castro Alves reagia desta forma à notícia do Jornal de Notícias (JN) que hoje dá conta de uma união dos maiores hospitais do país contra a empresa que vende o novo fármaco da hepatite C.

De acordo com o JN, “os hospitais de S. João e de Santo António, no Porto, os Hospitais Universitários de Coimbra, o Hospital de Santa Maria e o Centro Hospitalar Lisboa Central (S. José) decidiram unir-se e tomar uma posição de força contra a farmacêutica norte-americana Gilead Sciences”.

“Os cinco hospitais juntaram-se para interpor uma providência cautelar por abuso de posição dominante contra a empresa que vende o novo fármaco da hepatite C” e “vão fazer queixa na Autoridade da Concorrência”, escreve o matutino.

Sem comentar a iniciativa, Eurico Castro Alves disse que está nas mãos do laboratório uma proposta do Infarmed – sobre o preço do Sofosbuvir – que o presidente do organismo acredita que vai ser bem-sucedida.

Após umas longas negociações, o Infarmed acredita agora que o acordo poderá estar para “dentro de dias”.

Eurico Castro Alves realçou a boa vontade manifestada pela Gilead, que ofereceu cem tratamentos ao SNS, mas lembrou que um outro laboratório também ofereceu 130 tratamentos.

Infarmed
O Infarmed decidiu hoje retirar do mercado dezenas de medicamentos genéricos, seguindo as recomendações da Agência Europeia do...

Na sexta-feira passada, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) recomendou a suspensão de centenas de genéricos, dos quais 64 comercializados em Portugal, mas o Infarmed ainda não tinha tomado nenhuma decisão, por considerar que “a análise de risco não evidenciou existir falta de segurança ou eficácia”.

Hoje o presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, anunciou que nenhum destes genéricos estará à venda a partir de hoje.

Em causa está uma inspecção realizada à GVK Biosciences, na Índia, que detectou irregularidades na forma como esta empresa conduzia os ensaios clínicos a vários medicamentos que circulam na União Europeia.

Em Espanha, bem como em outros países europeus, os organismos que regulam o sector optaram por suspender os fármacos.

Portugal, segundo revelou hoje em conferência de imprensa o presidente do Infarmed, optou por acompanhar o caso e deu hoje ordem às empresas para que retirem os fármacos do mercado, remetendo a decisão final sobre a suspensão ou não dos genéricos para quando existir uma tomada de posição da União Europeia.

Esta posição é diferente da assumida por este organismo na sexta-feira, no dia em que foi conhecida a recomendação da EMA, que nesse dia emitiu uma circular a indicar que “relativamente aos medicamentos que dispõem de dados suficientes de outras fontes que comprovam o cumprimento dos requisitos regulamentares”, o Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da EMA “recomendou a sua manutenção no mercado”.

Para os restantes medicamentos, “incluindo os que têm alternativas terapêuticas, a análise de risco não evidenciou existir falta de segurança ou eficácia destes medicamentos, pelo que a decisão final sobre a manutenção no mercado será tomada pela Comissão Europeia, tendo em consideração a opinião do CHMP”, prosseguiu a circular.

Hoje, Eurico Castro Alves disse que Portugal não optou logo pela suspensão dos fármacos por esta ser uma decisão que “comporta vários prejuízos para as empresas e para os doentes”.

“A nossa opção foi seguir o caso com toda a prudência, dando-lhe toda a atenção e realizando contactos com outras agências”, disse.

Segundo Eurico Castro Alves, apesar de existirem em Portugal 64 destes medicamentos com autorização de comercialização, apenas 20 estão à venda e têm umas vendas “residuais: 0,3 por cento”.

Trata-se de analgésicos, anti-inflamatórios, anti-histamínicos, entre outros, que não causaram, até ao momento, qualquer problema de saúde e não apresentam riscos para os doentes, segundo Eurico Castro Alves.

A retirada do mercado destes fármacos também não deverá prejudicar os doentes que, segundo Eurico Castro Alves, têm outras alternativas no mercado.

Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos defende
O Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) defendeu hoje que os médicos devem continuar a gerir as suas...

Em comunicado, o CRNOM refere que tem sido confrontado com diversas reclamações de médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) “apreensivos com as consequências das constantes imposições de tempos máximos de duração das consultas e atendimentos aos doentes e de sobreposição de horários de consultas, que potencialmente podem interferir com a boa prática médica”.

Esta é uma “imposição” que, no entender do CRNOM, “não se sustenta em qualquer texto legal, além de, em alguns casos, procurar obrigar o médico a observar doentes de 10 em 10 minutos ou em tempos mais reduzidos, nomeadamente em contexto de avaliação de doentes com doença aguda. Esta prática viola o Código Deontológico da Ordem dos Médicos (artigo 3.º)”.

“Se necessário, ao abrigo do n.º 2 do art.º 271 da Constituição, os médicos devem reclamar por escrito da imposição de tempos insuficientes para consulta e endossar a responsabilidade judicial por qualquer erro de diagnóstico ou terapêutica para a Direção Clínica/Conselho de Administração da Instituição de Saúde”, sublinha.

O CRNOM diz ainda que está disponível para, no limite das suas competências, apoiar institucional e juridicamente os médicos que possam ser atingidos por imposições de tempo que coloquem em causa as boas práticas médicas.

“O Ministério da Saúde persiste em continuar a ignorar a essência da relação médico-doente e a humanização dos cuidados de saúde, contribuindo para dificultar o exercício correcto da medicina sustentado nas boas práticas médicas”, acrescenta a Ordem dos Médicos/Norte.

Terapêutica oral da Genzyme para a Doença de Gaucher Tipo I
A Genzyme - A Sanofi company, anunciou hoje que foi concedida, pela Comissão Europeia (CE), a autorização de comercialização...

Um pequeno número de doentes adultos que metabolizam Cerdelga® mais rapidamente ou com uma taxa indeterminada, conforme avaliação em teste genético efectuado num laboratório acreditado, não serão elegíveis para o tratamento com Cerdelga®. Cerdelga® foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), em Agosto de 2014, e está em avaliação por outras autoridades reguladoras de todo o mundo. Espera-se que esteja disponível comercialmente em países da União Europeia a partir de 2015 e ao longo dos próximos anos.

Cerdelga® (eliglustato) é um inibidor potente, altamente específico, de glicosilceramida sintetase, com distribuição tecidual ampla, incluindo a medula óssea. Cerdelga® reduz a produção de glicosilceramida, uma substância que se acumula nas células e tecidos dos doentes com doença de Gaucher tipo 1.

Cerdelga® é indicado para o tratamento de longo prazo de doentes adultos com doença de Gaucher tipo 1 (DG1), que são metabolizadores fracos (MF), metabolizadores intermédios (MI) ou metabolizadores extensivos (ME) para a enzima CYP2D6.

A maioria das reacções adversas é ligeira e temporária. A reacção adversa notificada com mais frequência com Cerdelga® é diarreia, em aproximadamente 6% dos doentes. A incidência de diarreia foi igual ou superior com placebo, em comparação com Cerdelga®, no estudo principal controlado por placebo. Menos de 2% dos doentes a receber Cerdelga® interromperam permanentemente o tratamento devido a qualquer reacção adversa.

A aprovação da Comissão Europeia baseou-se em dados do programa de desenvolvimento clínico de Cerdelga®, o maior já realizado na doença de Gaucher, o qual reuniu aproximadamente 400 doentes, de 29 países. O programa de desenvolvimento de Cerdelga® incluiu dois ensaios clínicos de Fase 3.

Num ensaio clínico de Fase 3 controlado por placebo (ENGAGE - um estudo em doentes de Gaucher tipo I sem terapêutica prévia) verificaram-se melhorias, após 9 meses, nos seguintes endpoints primários: volume do baço, contagem de plaquetas, níveis de hemoglobina e volume do fígado.

O segundo ensaio clínico de Fase 3 foi desenhado com vista a avaliar a estabilidade da doença em doentes previamente tratados com terapêutica de substituição enzimática (ENCORE). Este estudo atingiu os critérios pré-especificados ao demonstrar a não-inferioridade face à terapêutica de substituição enzimática (imiglucerase), os quais eram um endpoint composto para cada um dos seguintes parâmetros: volume do baço, níveis de hemoglobina, contagem de plaquetas e volume do fígado.

Os doentes incluídos nos estudos de registo continuaram a receber Cerdelga® nos períodos de extensão dos ensaios, e a maioria encontra-se no quarto ou quinto ano de tratamento. Num ensaio clínico de Fase 2 em doentes sem tratamento prévio, Cerdelga® demonstrou um efeito positivo nos parâmetros ósseos, incluindo envolvimento da Medula Óssea (BMB) e densidade mineral óssea (DMO), os quais se mantiveram ao longo de um período de, pelo menos, 4 anos. A maioria dos doentes incluídos no período de extensão do ensaio de Fase 2, estão agora no oitavo ano de tratamento.

Em Bissau
Bainhe Chaque ri-se às gargalhadas quando lhe perguntam como está, porque vai poder voltar a ver o que o rodeia: “já não tenho...

Aos 64 anos e sem gastar um tostão, o guineense acabou de ser operado às cataratas, já em estado agravado, como quase todos os casos diagnosticados na Guiné-Bissau: acabam em cegueira, mas podem ser revertidos.

No país é muito difícil ter acesso a serviços de saúde.

São raros e quando há poucos têm dinheiro para os pagar ou informação para lá chegar - a maioria da população é analfabeta.

“Muitas pessoas ficam cegas por causa de problemas para os quais já há solução”, explica à Lusa o médico oftalmologista Dionísio Cortesão.

Ele e outros 10 médicos e enfermeiros são voluntários: pagaram as viagens de avião de Portugal para a Guiné-Bissau, bem como todas as outras despesas para ficar 11 dias a dar consultas e a realizar cirurgias no Hospital de Cumura, nos arredores de Bissau.

É a quinta Missão Visão que funciona sob a alçada da fundação católica João XXIII e que, ano após ano, angaria consumíveis e reúne médicos e enfermeiros através do “passa a palavra”.

Em oito dias de voluntariado, a equipa já tinha operado cerca de 70 pessoas e prestado quase 700 consultas - com mais dois dias pela frente.

“Cerca de quatro quintos dos doentes que operamos têm menos de 10% de visão em cada olho ou são totalmente cegos”, descreve Dionísio Cortesão.

Na Guiné-Bissau este grupo de médicos depara-se com problemas comuns, como Glaucoma, ou outros mais raros, como o Tracoma, uma inflamação crónica que podia ser evitada com um antibiótico no tempo certo.

Mas a doença que se destaca “são as cataratas, aqui num grau muito mais dramático” daquilo a que os médicos estão acostumados a observar na Europa e com um impacto muito mais grave na vida dos pacientes.

É o caso de Amadu Balde, 75 anos, que perdeu quase toda a visão.

“Mal consigo ver quem está à minha frente”, contou à Lusa depois da consulta onde foi encaminhado para cirurgia.

“Não tenho medo nenhum de ser operado. Quero é ver bem”, sublinhou.

As intervenções são feitas num bloco operatório do Hospital de Cumura, no mesmo piso térreo das consultas, duas portas ao lado, onde à equipa portuguesa se juntam médicos guineenses.

“Aprendemos a usar esta tecnologia mais avançada”, refere Seco Indjai, médico da Guiné-Bissau que não perde a oportunidade de trabalhar com os colegas portugueses.

“Temos muita cegueira evitável e acho que isso pelo menos vamos conseguir resolver” graças às indicações que recebeu, realçou.

A formação no exercício da actividade poderá fazer com que um dia se cumpra o sonho do líder da missão, o oftalmologista Luís Gonçalves.

“O meu sonho era daqui a algum tempo poder vir cá, à Guiné, e não precisar de fazer cirurgia nenhuma por estarem os colegas de cá a trabalhar. E eu venho passar umas férias”, descreveu.

Enquanto isso não acontece, outras missões repletas de trabalho diário vão seguir-se.

Esta quinta-feira à tarde é tempo de fazer o balanço e um inventário que servirá para preparar a missão do próximo ano.

Os médicos oftalmologistas prometem regressar para "transformar vidas", conclui Luís Gonçalves.

Programa de intervenção e promoção da saúde mental juvenil
O “Young Health Programme (YHP) – Like ME” é um programa de intervenção e promoção da saúde mental juvenil que tem como...

Caracterizar em matéria de saúde, de bullying, de auto-estima e de autoconceito, as populações juvenis inseridas nos diversos projectos de intervenção comunitária que integram o “YHP - Like ME” foram os objectivos do estudo realizado pelo Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS) do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Católica Portuguesa (UCP), em articulação com a Médicos do Mundo (MdM).

O “YHP” é o maior programa de responsabilidade social corporativa da AstraZeneca, a nível global, desenvolvido em parceria com a Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health e a Plan International, que decorre actualmente em 20 países em diferentes áreas da saúde. Em Portugal, com apoio local da Médicos do Mundo, o programa assume a denominação de “YHP-Like ME” e com foco na saúde mental. Lançado oficialmente em Fevereiro de 2013, é direccionado a jovens entre os 10 e os 12 anos de idade, integrados em 10 projectos Escolhas, com reduzido acesso a cuidados de saúde e em situação de vulnerabilidade, alterações no desenvolvimento ou problemas comportamentais relacionados com autoconceito, auto-estima e auto-imagem.

A importância deste projecto foi entretanto reconhecida internacionalmente no ano passado pela UNICEF/NCD Child, tendo sido seleccionado para participar no processo de consulta do novo capítulo sobre prevenção das Doenças Não Transmissíveis (DNT) do Manual “Factos para a Vida”. À semelhança das questões de saúde mental, com esta parceria, o programa também vai passar a debruçar-se sobre o tema das DNT.

A sessão de apresentação dos resultados conta com a participação do Prof. Doutor Alexandre Castro Caldas, Director do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa, do Prof. Doutor Sérgio Deodato, Coordenador da Unidade de Ensino de Enfermagem de Lisboa do ICS da UCP, da Dra. Carla Paiva, Directora Geral da MdM e do Dr. David Setboun, AstraZeneca Portugal Country President. Os resultados do estudo serão apresentados pela Prof.ª Doutora Elisabete Nunes e pelo Prof.º Doutor Manuel Luís Capelas, investigadores do CIIS e Docentes de Enfermagem da UCP. Na ocasião, também estarão presentes alguns dos jovens participantes dos diversos projectos que integram o “Like ME” e respectivos coordenadores. 

Município de Penafiel e DIAVERUM
A Escola Secundária de Penafiel recebeu ontem, pelas 10h00, a assinatura de protocolo entre a Câmara Municipal de Penafiel e a...

Com este protocolo, o primeiro assinado entre um município e uma entidade privada para a prevenção primária na área da saúde renal em escolas, a Câmara Municipal de Penafiel procura o envolvimento da rede escolar na sensibilização e educação de crianças e jovens penafidelenses do ensino pré-escolar, básico e secundário. Para o efeito o Município conta com o apoio da DIAVERUM, empresa sueca que se distingue pelos cuidados médicos renais de primeira qualidade em todo o mundo e que em Portugal conta com 25 clínicas, fazendo parte da rede de prestadores convencionados com o Ministério da Saúde português.

Desta iniciativa resultará a campanha “Aprender a proteger os Rins!” que congregará esforços entre a comunidade clínica da DIAVERUM, a comunidade educativa e o Município de Penafiel, para a prevenção primária, ou seja, a educação sobre a doença e sobre hábitos de vida saudáveis que previnam as suas causas. Esta é uma orientação estratégica que pode ter um impacto significativo a médio e longo prazo, evitando o aumento do número de pessoas que sofrem desta doença. A DIAVERUM partilha da ideia de que o sector privado, as associações e a sociedade civil em geral podem ter um papel proactivo na prevenção da doença renal.

“A incidência da Doença Renal Crónica Terminal, em Portugal, é a mais elevada da Europa. A DIAVERUM vê como uma responsabilidade social sua, inalienável, a prevenção primária dessa doença. Termos estabelecido a parceria que hoje firmamos, garante sustentabilidade às acções de formação que terão lugar nas escolas. Só através desse esforço sustentado, se poderá a médio/longo prazo, reduzir os números desta doença em Portugal. Este protocolo constitui um claro exemplo de como o sector privado e o poder local podem e devem articular-se em prol da saúde pública”, afirmou André Freitas, Director Comercial da DIAVERUM.

Hospital Garcia de Orta
O presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta, Daniel Ferro, anunciou ontem um conjunto de medidas para...

“Na sequência de reunião tida hoje com o Conselho de Administração, vimos reafirmar a nossa posição demissionária. Aceitámos participar activamente em reuniões de organização/reestruturação do Serviço de Urgência, contudo ainda não se desenham resultados e a nossa posição mantém-se inalterada”, afirmaram, em comunicado enviado à Lusa, os sete chefes do Serviço de Urgências do Garcia de Orta, que pediram a demissão na segunda-feira.

Em conferência de imprensa, o presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta, Daniel Ferro, anunciou ao final da tarde de ontem que os sete clínicos iam colaborar na reorganização da urgência daquele hospital, tendo mesmo anunciado um conjunto de medidas concretas, com o acordo dos chefes do serviço de Urgências que tinham apresentado o pedido de demissão. (Corrige a referência à presença de alguns dos chefes do serviço de Urgências na conferência de imprensa, dado que não estiveram presentes).

“Vamos aumentar a capacidade de internamento médico em mais 16 camas, de forma a permitir tratar em regime de alta resolução - em que este hospital tem uma boa experiência - cerca de 800 a 900 doentes por ano”, disse Daniel Ferro, adiantando outras medidas concretas que, alegadamente, teriam merecido o acordo dos sete clínicos demissionários.

A contratação de três ou quatro médicos especialistas e mais seis enfermeiros, melhor articulação com os Centros de Saúde de Almada e do Seixal, foi outra garantia dada aos sete médicos, que vão trabalhar na implementação das medidas acordadas com a administração do hospital.

Após a reunião com os chefes do Serviço de Urgências realizada ontem à tarde, Daniel Ferro anunciou ainda a intenção de “melhorar a articulação, de forma permanente, com a rede de cuidados continuados e com a Segurança Social, de modo a reduzir, se possível a zero, os casos de doentes com alta clínica, a aguardarem internamento, ou a aguardar vaga na rede de cuidados continuados ou em lares”.

“Obtivemos a colaboração da Administração Regional de Saúde de Lisboa e da Segurança Social de Setúbal e já começamos a transferir doentes, esperando que dentro de 24 a 48 horas, ter esta situação resolvida”, acrescentou.

Daniel Ferro referiu ainda que nas últimas semanas houve mais uma centena de internamentos do que era habitual no mesmo período em anos anteriores, situação que terá contribuído decisivamente para a sobrelotação nas urgências daquela unidade hospitalar.

Analisadas mais de 1000 apresentações
Regulador diz que em causa não está a segurança nem a eficácia, mas recomenda suspensão da comercialização. Em Portugal há 64...

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) recomendou a suspensão da venda de alguns fármacos genéricos cujos ensaios clínicos tinham sido feitos na Índia pela empresa GVK Biosciences, depois de terem sido detectadas falhas nos procedimentos que sustentam os resultados dos testes. Os problemas foram inicialmente detectados pela agência francesa do medicamento, que remeteu o caso para o organismo europeu, escreve o jornal Público na sua edição digital.

Na sua recomendação a EMA explica que a inspecção detectou falhas na forma como a GVK Biosciences conduz os ensaios clínicos. O Comité de Medicamentos para Uso Humano da EMA analisou mais de 1000 apresentações de medicamentos disponibilizados pela empresa em causa. Em 300 casos havia informação suficiente de outras fontes sobre a sua segurança e eficácia, pelo que podem manter-se no mercado.

De acordo com a lista da EMA, em Portugal há 64 apresentações de medicamentos com ensaios clínicos conduzidos pela GVK Biosciences. Em causa estão medicamentos para várias patologias, destes protectores gástricos a anti-depressivos, analgésicos, anti-histamínicos, neurolépticos, vasodilatadores e fármacos para demências e doença de Parkinson.

Nos restantes 700 medicamentos em que a informação foi considerada insuficiente, o regulador europeu recomenda a suspensão da sua comercialização. A única excepção está relacionada com os medicamentos que são considerados essenciais para os doentes e em que não há alternativas. Nestes casos a vigilância dos doentes deve ser mais apertada, ainda que a EMA assegure que “não há evidência de falta de segurança ou de eficácia” dos medicamentos em causa. A empresa tem 12 meses para apresentar dados adicionais sobre os medicamentos considerados essenciais para os doentes.

As irregularidades encontradas pelas autoridades francesas estão relacionadas com a manipulação de electrocardiogramas durante a condução de alguns estudos de medicamentos genéricos. “Estas manipulações aparentemente tiveram lugar durante um período de pelo menos cinco anos”, diz a EMA, que considera que este comportamento coloca em causa a integridade dos ensaios conduzidos pela GVK Biosciences e dos dados disponibilizados pela empresa no seu site.

Alguns países, como Espanha, já optaram por suspender a comercialização dos medicamentos em causa, mas uma decisão geral para todos os Estados-membros só pode ser tomada pela Comissão Europeia. Do lado da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) ainda não é conhecida uma decisão final.

Mas numa circular datada de 23 de Janeiro o regulador português avançava que na inspecção realizada pela agência francesa do medicamento tinham sido “identificadas não conformidades regulamentares graves na GVK Biosciences”. A nota dizia ainda que, apesar das falhas, a “análise de risco não evidenciou existir falta de segurança ou eficácia destes medicamentos”, cabendo a palavra final à Comissão Europeia. O PÚBLICO questionou o Infarmed para perceber se já há uma decisão para Portugal e quantos medicamentos existem efectivamente no país nestas circunstâncias, mas ainda não obteve resposta.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde disse que a situação no Hospital Garcia de Orta, Almada deverá ficar resolvida nos próximos dias,...

Sete chefes da equipa do serviço de urgência do Garcia de Orta apresentaram na segunda-feira demissão, justificando a decisão com a degradação das condições de trabalho e também com a excessiva lotação de doentes internados.

“Uma primeira questão que temos de resolver no Garcia de Orta diz respeito a resolver os casos sociais, ou seja as pessoas que não têm indicação clínica para estar a ocupar camas, e um segundo aspecto é resolver o caso dos doentes que têm indicação clínica para cuidados continuados e não para permanecerem nos hospitais”, afirmou Paulo Macedo, no final de uma visita ao Hospital de São João, no Porto.

De acordo com o ministro, existe “a possibilidade de resolver esta situação, entre hoje e o princípio da próxima semana, e também se for necessário, far-se-á o desvio de doentes para outros hospitais”.

Relativamente a recursos humanos, o ministro disse que “o hospital recrutou um conjunto muito importante de enfermeiros recentemente e está a aguardar a finalização de alguns concursos de especialidades hospitalares. Devem estar a terminar, nas próximas semanas, segundo o presidente do Conselho de Administração”.

“Há aqui aspectos que o Conselho da Administração está a resolver com o apoio da Administração Regional de Saúde [ARS], porque nós queremos que a situação fique normalizada”, sublinhou.

Paulo Macedo considerou que, “neste momento, há uma profunda consciencialização de que há uma necessidade de prestação de cuidados, de que os profissionais estão comprometidos e de que estão a ser disponibilizados mais meios”.

“Volto a lembrar que só para o Hospital Garcia de Orta, neste período de crise, disponibilizámos fundos, através de perdões de dívida, de aumentos de capital e de regularizações de dívidas, de mais de 140 milhões de euros. Deste montante, mais de cinco milhões de euros foram disponibilizados em Dezembro de 2014 e serão disponibilizado mais cerca de 10 milhões”, referiu.

Para o ministro, a situação que se vive em muitas urgências hospitalares está relacionado com “um aumento de internamentos sem paralelo daquilo que foi no passado. Não temos um afluxo muitíssimo maior de pessoas às urgências, mas temos muito mais pessoas a ser internadas que exigem mais atenção e mais tempo”.

“Ou seja, isto é uma realidade no Garcia de Orta, do resto do país e também aqui do São João. Em alguns casos, hospitais que tinham percentagens de internamento de pessoas que iam às urgências de 8%, neste momento estão com cerca de 15%. Isto diz respeito aos idosos com múltiplas morbilidades, com gripe, mas sobretudo com uma grande componente de infecções respiratórias”, acrescentou.

Estudo
Alguns medicamentos anti-colinérgicos, como anti-depressivos, comprimidos para dormir ou anti-histamínicos, podem aumentar o...

Comprimidos para dormir, para a febre e anti-depressivos podem aumentar o risco de desenvolver a doença de Alzheimer, refere o Daily Mail.

A conclusão é de investigadores que encontraram uma ligação entre a demência nas pessoas mais velhas e anti-colinérgicos, onde se incluem anti-histamínicos, comprimidos para dormir e alguns anti-depressivos.

Estes medicamentos afectam o cérebro ao bloquear um químico importante chamado acetilcolina, que tem várias funções no corpo. O estudo realizado nos Estados Unidos indicou que o risco de demência torna-se maior quando são tomadas doses elevadas durante vários anos.

Recorde-se que, muitos destes medicamentos são receitados, em grande parte, a pessoas mais velhas. Muitas destas drogas não podem ser descontinuadas sem aconselhamento médicas, mas uma das autoras do estudo sugere que os médicos devem reavaliar as doses dos pacientes mais idosos.

Para quem toma doses mais elevadas de anticolinérgicos, o risco de demência é 54% mais alto do que aqueles que não tomam nenhum desses medicamentos. O risco de desenvolver Alzheimer é 63% mais elevado

Equipa do serviço de urgência
A Administração do hospital Garcia de Orta, em Almada, prometeu para hoje uma solução para colmatar a demissão dos sete chefes...

Fonte da assessoria do Hospital Garcia de Orta adiantou que “estão a ser feitas negociações por parte da administração para encontrar soluções que ainda hoje vão ser anunciadas, provavelmente ao final do dia”.

Os sete chefes da equipa do serviço de urgência justificaram a demissão com a degradação das condições de trabalho e também com a excessiva lotação de doentes internados.

Segundo a administração do hospital, já estão a ser tomadas medidas para “fazer face ao aumento nos internamentos”, assim como outras iniciativas que "serão anunciadas hoje”.

Questionada pela Lusa sobre se a demissão dos médicos vai afectar o funcionamento dos serviços de urgência, a fonte da assessoria explicou que a administração hospitalar compreende as necessidades dos médicos e que “serão tomadas medidas imediatas para resolver a situação”. A fonte admitiu a possibilidade de os médicos poderem vir a recuar no pedido de demissão, tendo em conta as medidas que vão ser tomadas.

“Não haveria [recuo no pedido de demissão] se as condições difíceis não fossem reversíveis, mas as condições são reversíveis”, salientou a fonte, lembrando que a situação do aumento do número dos doentes é generalizada em todos os hospitais.

“Estas dificuldades neste hospital não são excepção. Há medidas que vão ser tomadas para resolver a situação”, concluiu a fonte da administração do Garcia de Orta.

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