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A alergia é uma resposta exagerada do organismo a uma substância que as defesas entendem como agress
Alergias

A maior parte das alergias – existem vários tipos de alergia - não têm bem cura, mas é possível controlar os sintomas e manter uma boa qualidade de vida

Uma alergia é uma reacção excessiva do nosso organismo a substâncias que ele considera nocivas (ainda que não o sejam). Ou seja, uma reacção normal seria a reacção imunológica na presença de uma substância nociva, no entanto, devido a uma desregulação do sistema imunitário reage com excesso de zelo e provoca as reacções a que chamamos de alergia. Às substâncias (supostamente) nocivas é dado o nome de "alergénios" que quando entram em contacto com as células de defesa começam a produzir enganosamente certos anticorpos, as IgE. Estas procuram um tipo específico de células no corpo, os mastócitos, que se localizam principalmente na pele e nas membranas mucosas do nariz, olhos e traqueia e estão repletas de munições de defesa, denominadas histamina. Assim, quando as IgE se ligam aos mastócitos, estes recebem um sinal para libertarem o seu conteúdo. A histamina é libertada das células e é aí que começam os problemas. A histamina faz aumentar o fluxo de sangue à zona de contacto, a pele e as membranas mucosas incham, aparece uma crescente sensação de comichão, e surgem os sintomas da alergia, tudo na tentativa de afastar os intrusos, os alergénios.

Tipos de alergias

Existe uma variedade incrível de diferentes tipos de alergia: as pessoas podem ser alérgicas a todo o tipo de substâncias e a alergia pode manifestar-se de muitas maneiras.

Ou seja, substâncias que são respiradas (como o pó doméstico), substâncias que se comem (como mexilhões, morangos ou leite), substâncias que contactam com a pele (cremes, raios solares) e substâncias que penetram na pele (como o ferrão de uma abelha ou vespa), todas elas podem trazer problemas alérgicos.

Sintomas das alergias

A altura em que surgem os primeiros sintomas depende de pessoa para pessoa e da(s) substância(s) a que é alérgico. Por exemplo, numa alergia ao pólen os sintomas ocorrem apenas quando existir pólen no ar, já a alergia a animais e pós domésticos podem causar sintomas durante o ano inteiro, se estiver em contacto com estas substâncias. Também os sintomas a alergias alimentares podem surgir a qualquer momento.

O facto de alguns dos sintomas alérgicos serem semelhantes ao de uma constipação/gripe pode-se confundir ambas as entidades. Assim, quando um indivíduo tem rinite alérgica os sintomas mais frequentes são os espirros, olhos vermelhos, nariz entupido e a pingar, tosse e falta de ar.

Caso tenha urticária (alergia cutânea), então o mais habitual é apresentar manchas e comichão e na alergia alimentar as náuseas e vómitos, a diarreia e a falta de ar são os sinais habituais. As náuseas, a diarreia, o inchaço súbito de uma parte do corpo (principalmente lábios, boca ou garganta), a erupção cutânea, dificuldade em respirar, falar ou engolir são sintomas típicos de uma alergia a medicamentos. Por fim, o choque anafilático manifesta-se com ansiedade extrema, inchaço, tonturas, dificuldades em respirar e erupção cutânea.

Saber se é alérgico e a que substâncias

O maior factor de risco para o desenvolvimento de alergias é a história familiar de doenças alérgicas. Quando uma criança tem um dos pais com alergias tem um risco de 20 a -40 por cento de vir a ter alguma doença alérgica, se os dois pais forem alérgicos o risco de ser afectada sobe para 40 a 60 por cento. No entanto, o contacto precoce com os alergénios e certos factores ambientais como a exposição ao fumo do tabaco e a poluição atmosférica parecem desempenhar um papel importante.

O diagnóstico das doenças alérgicas começa pela recolha cuidadosa da história com a descrição dos sintomas e tentativa de estabelecer uma relação entre a exposição a determinadas substâncias e o aparecimento desses sintomas. É também necessária a observação da parte do corpo à qual se referem as queixas.

Depois podem ser realizados testes para as alergias. Existem essencialmente dois tipos de teste, o PRICK teste e o RAST. No primeiro uma gota de solução contendo cada alergénio é colocada na pele, depois pica-se a pele com uma pequena agulha e marca-se a posição de cada alergénio com uma caneta. Se houver reacção forma-se uma pápula que é medida para comparar com o controlo. O RAST consiste na medição no sangue da IgE específica para determinados alergénios.

No caso de alergia alimentar é necessário realizar testes de provocação especiais com o alimento suspeito de provocar a reacção alérgica. Este teste só deve ser feito com vigilância médica.

Tratar as alergias

A maior parte das alergias – existem vários tipos de alergia - não têm bem cura, mas é possível controlar os sintomas e manter uma boa qualidade de vida.

A primeira regra para diminuir a sintomatologia é evitar o mais possível estar em contacto com a(s) substância(s) a que é alérgico. Por outro lado, há, actualmente, uma enorme variedade de medicamentos utilizados para aliviar os sintomas. Os anti-histamínicos são o tipo de fármacos mais usados uma vez que bloqueiam a acção da histamina, um dos principais mediadores libertado durante a reacção alérgica e assim diminuem os sintomas. Os corticosteroides são usados para tratar a inflamação em situações crónicas. Outros medicamentos são receitados dependendo da doença alérgica em causa, emolientes para a dermatite/eczema atópico, descongestionantes nasais para a rinite alérgica e broncodilatadores para a asma. O tratamento das doenças alérgicas deve ser individualizado para cada doente e orientado por um médico experiente.

Existe ainda a imunoterapia alérgica – vulgarmente chamada de vacinas para a alergia - é uma forma de tratamento que tem como objectivo diminuir a sensibilidade aos alergénios alterando a resposta imunológica do organismo. Consiste na injecção subcutanêa de quantidades crescentes de alergénios de modo a criar tolerância. O tratamento tem uma longa duração, geralmente 3 a 5 anos. Devido ao risco de reacções adversas deve ser efectuado sob vigilância médica. A imunoterapia é eficaz na asma, rinite e conjuntivite alérgicas e na alergia à picada de insectos. Não é útil no tratamento da dermatite/eczema atópico ou alergias alimentares. Só é recomendada para crianças a partir dos 5 anos de idade.

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Alergia alimentar

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
8 a 14 de Março de 2015 - Semana Mundial do Glaucoma
O Grupo Português de Glaucoma deixa o alerta: a doença continua a ser uma das principais causas de cegueira em Portugal e...

Durante a Semana Mundial do Glaucoma, que se assinala de 8 a 14 de Março, e pelo 7º ano consecutivo, médicos oftalmologistas por todo o mundo dedicam especial atenção a este “ladrão silencioso da visão”. No nosso país, o Grupo Português de Glaucoma da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) vai promover rastreios em centros comerciais no Porto, Braga e Viseu, bem como diversas iniciativas de sensibilização junto da população, entre as quais se destaca um workshop sobre glaucoma, no dia 10 de Março, às 10h30, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

O Glaucoma, que afecta de 80 milhões de pessoas em todo o mundo, é uma doença progressiva do nervo óptico e que se não for tratada conduz à cegueira irreversível. Apesar de em Portugal não ter o mediatismo das cataratas ou da retinopatia diabética, o glaucoma representa um problema não só de oftalmologia mas também de saúde pública. É a segunda causa mundial de cegueira (cerca de 9 milhões de cegos por glaucoma em todo o Mundo) e a primeira causa de cegueira irreversível evitável. Estima-se que mesmo nos países desenvolvidos só cerca de 50% dos portadores de glaucoma sejam diagnosticados e tratados porque a maioria dos doentes inicialmente não tem alterações visuais percetíveis.

José Moura Pereira, oftalmologista e coordenador do Grupo Português do Glaucoma, explica que "à medida que a doença avança, começa por perder-se qualidade de visão (sensibilidade ao contraste e visão de cores) mas as alterações mais incapacitantes são as perdas do campo visual que aumentam o risco de acidentes de viação e quedas, culminando na cegueira completa e irreversível.

"Um individuo outrora activo e válido membro da sociedade que passa a depender de terceiros, muitas vezes deprime e exclui-se socialmente. É fundamental, para evitar esta situação, que o diagnóstico seja o mais precoce possível e que o doente esteja bem informado sobre a doença para não desistir do tratamento, consultas e exames propostos pelo seu médico. É o nosso dever tentar combater o desconhecimento da população em geral relativo à doença porque nosso sucesso no rastreio, diagnóstico e tratamento atempado depende do entendimento da patologia por parte dos doentes e do cumprimento rigoroso diário da terapêutica”, acentua o coordenador do Grupo Português de Glaucoma.

Os rastreios ao glaucoma irão decorrer no dia 13 de Março, das 10h às 22h, no Braga Parque (Braga), no dia 14 de Março, das 10h às 24h, no Norteshopping (Senhora da Hora) e no dia 15 de Março, das 10h às 22h, no Palácio do Gelo Shopping (Viseu).

 

 

 

ONU revela
A ONU alertou que cerca de 5.500 milhões de pessoas tem acesso limitado ou nenhum acesso a analgésicos opiáceos como a morfina...

No relatório de 2014 da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE), difundido em Viena, indica que "três quartos da população mundial tem escasso ou nenhum acesso a tratamentos paliativos da dor" para doenças graves, terminais ou crónicas.

Isso significa que 92% da morfina é consumida por 17% da população mundial, concentrada nos Estados Unidos, Canadá, Europa ocidental e Austrália.

"Este problema foi agravado, no período examinado, pela ocorrência de desastres naturais e conflitos armados, que aumentaram a necessidade de substâncias fiscalizadas para tratar feridos e doentes", acrescenta no documento o presidente da JIFE, o sul-africano Lochan Naidoo.

O uso reduzido destes analgésicos opiáceos em muitos países deve-se a uma regulamentação inadequada, falta de preparação do pessoal de saúde, preconceitos culturais, factores económicos e falta de acesso a estes medicamentos, indica o JIFE.

Sobre a situação das drogas no mundo, o JIPE pediu aos Estados que lutem contra os "aspectos socioeconómicos" que fomentam o consumo e o tráfico de drogas, como a pobreza, a desigualdade económicas, a exclusão social, a falta de perspectivas de emprego e a exposição à violência.

Na América do Sul, a oferta de cocaína continua a diminuir, acompanhando uma tendência de redução da superfície cultivada de folha de coca.

Em 2013, o cultivo de folha de coca desceu no Peru e na Bolívia, enquanto na Colômbia não se registaram alterações.

O Peru tem actualmente a maior extensão de folha de coca, com 49.800 hectares de cultivo, contra 60.400 em 2012, enquanto a Bolívia, com 23 mil hectares, reduziu em 2.300 hectares o número de 2012.

A Colômbia terminou 2013 com uma estimativa de 48 mil hectares de coca, tal como no ano anterior. Em 2001, tinha 140 mil hectares usados no cultivo de folha de coca.

O relatório acrescenta que a América do Sul continua a ser a principal rota de trânsito da cocaína para os Estados Unidos, o que gera violência e corrupção.

"As zonas mais preocupantes, em termos de violência, encontram-se no litoral das Honduras, nos dois lados da fronteira entre a Guatemala e as Honduras, e na Guatemala, ao longo das fronteiras com o Belize e o México", indica.

Apesar da diminuição do consumo de drogas registada nos últimos anos, a América do Norte tem a maior taxa de mortalidade no mundo de 142,1 mortos por um milhão de adultos com idades entre os 15 e os 64 anos.

"Nos Estados Unidos, as mortes por 'overdose', relacionadas sobretudo com opiáceos vendidos com receita médica, ultrapassam actualmente as mortes por homicídio e acidentes de tráfego", sublinha o relatório da JIFE.

Na Europa, a junta destaca como um perigo para a saúde pública a proliferação das "novas substâncias psicoativas", algumas das quais vendidas legalmente por os componentes químicos não estarem proibidos.

A JIFE é o organismo da ONU que fiscaliza o cumprimento dos tratados internacionais sobre drogas, que proíbem alguns narcóticos, como pretendem garantir o acesso para fins medicinais a substâncias sob controlo, como a morfina.

Governo quer
O governo vai propor a proibição do consumo de álcool em locais públicos fora das zonas autorizadas, a partir das duas da manhã...

Fernando Leal da Costa falava à margem da 4ª Conferência TSF/Abbvie, este ano dedicado ao tema “sustentabilidade na saúde”, desenvolvendo assim a ideia hoje avançada pelo ministro da Saúde, que admitiu o aumento da idade obrigatória para o consumo de bebidas alcoólicas.

Segundo o secretário de Estado e Adjunto do ministro da Saúde, a proposta do Executivo deverá passar pela proibição da venda de todas as bebidas alcoólicas a menores de 18 anos.

Actualmente, é proibida a venda, disponibilização ou consumo de bebidas espirituosas a menores de 18 anos e de cerveja e de vinho a menores de 16.

Além desta medida, o Ministério da Saúde defende a proibição do consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos a partir das duas da manhã.

Com esta proibição, o governo pretende travar o fenómeno do consumo de bebidas alcoólicas nas ruas, que ocorre muitas vezes com jovens em grupo e próximo de estabelecimentos de venda de bebidas, onde a sua aquisição é proibida a menores de 16 anos (para a cerveja e vinho) e de 18 anos, no caso das bebidas espirituosas.

Segundo Fernando Leal da Costa, estas propostas seguem-se à avaliação da lei em vigor, aprovada em 2013.

Esta avaliação coube ao Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), com alguns dos seus especialistas a defenderam em Fevereiro que a lei do álcool deve ser mais restritiva, sugerindo também mais controlo e fiscalização.

Depois de um estudo sobre os padrões de consumo de álcool nos jovens após a nova lei ter entrado em vigor, em meados de 2013, o SICAD concluiu que a frequência e padrões de consumos se mantiveram nos adolescentes e nos jovens.

“Parece justificar-se a implementação de medidas mais restritivas, nomeadamente no que toca ao acesso a bebidas alcoólicas por parte de menores de idade. Tal, aliás, recebe o consenso dos jovens e profissionais participantes nos estudos realizados”, referiu o SICAD no relatório divulgado em Fevereiro.

Estudo
O consumo de três ou quatro cafés por dia poderá reduzir o risco de enfarte por obstrução arterial, segundo um estudo realizado...

A equipa de cientistas, do Hospital Kangbuk Samsung, em Seul, concluiu que uma quantidade moderada de café reduz a presença de cálcio nas artérias coronárias, um elemento considerado responsável pela aterosclerose.

Os cientistas disseram que, no entanto, serão necessárias mais investigações para confirmar este estudo e determinar a explicação biológica dos supostos efeitos do café para prevenir a obstrução das artérias.

A investigação foi realizada com base numa amostra de mais de 25 mil homens e mulheres sul-coreanos com idade média de 21 anos e sem sintomas de doenças cardiovasculares.

A aterosclerose, que consiste na acumulação de lipídeos na parede vascular, pode causar o estreitamento e endurecimento das artérias, formando perigosos coágulos de sangue capazes, em última instância, de desencadear um derrame cerebral ou enfarte.

Assim, a quantidade de cálcio nas artérias de quem bebe entre três e quatro chávenas de café por dia é 10% menor do que em pessoas que tomam entre uma e três chávenas, e é ainda 20% mais baixo em comparação a quem bebe menos de uma, segundo o estudo.

“As evidências sugerem que o consumo de café poderia manter uma relação inversa com o risco de doenças cardiovasculares”, segundo as conclusões do estudo publicado na revista britânica.

Os especialistas advertiram, em todo caso, que o estudo foi realizado na Coreia do Sul, um país com uma dieta diferente dos outros, e que os resultados poderiam não ser considerados para outros lugares do mundo.

Ministro da Saúde admite
O ministro da Saúde admitiu o aumento da idade obrigatória para o consumo de bebidas alcoólicas, no âmbito de um conjunto de...

Paulo Macedo falava aos jornalistas no final da sua intervenção na abertura da 4ª Conferência TSF/Abbvie, este ano dedicado ao tema “sustentabilidade na saúde”.

Ainda no decorrer da sua intervenção, Paulo Macedo alertou para a necessidade de reduzir a carga de doença, especificando que o governo iria dar novos passos contra o consumo de álcool e tabaco, ainda este ano.

Aos jornalistas, Paulo Macedo disse que passam agora dois anos desde a alteração da legislação sobre o consumo de álcool e que, para esta altura, tinha ficado prometida uma avaliação.

O ministro declarou que as medidas não passarão por factores económicos – uma vez que estas já ficaram especificadas em matéria de orçamento do Estado – mas sim pela restrição no acesso, seja ao nível da idade, ou no consumo de bebidas alcoólicas da rua.

Questionado sobre um eventual aumento da idade mínima para consumo de bebidas alcoólicas, o ministro admitiu que esta é uma hipótese.

Os especialistas do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) defenderam em Fevereiro que a lei do álcool deve ser mais restritiva, sugerindo também mais controlo e fiscalização.

Depois de um estudo sobre os padrões de consumo de álcool nos jovens após a nova lei ter entrado em vigor, em meados de 2013, o SICAD concluiu que a frequência e padrões de consumos se mantiveram nos adolescentes e nos jovens.

“Parece justificar-se a implementação de medidas mais restritivas, nomeadamente no que toca ao acesso a bebidas alcoólicas por parte de menores de idade. Tal, aliás, recebe o consenso dos jovens e profissionais participantes nos estudos realizados”, referiu o SICAD no relatório divulgado em Fevereiro.

Publicado em Abril de 2013, o novo diploma legal veio proibir a venda, disponibilização ou consumo de bebidas espirituosas a menores de 18 anos e de cerveja e de vinho a menores de 16.

Em dois estudos realizados a propósito da nova lei, concluiu-se que jovens e profissionais de estabelecimentos que vendem bebidas consideram a aplicação da legislação como deficitária, havendo uma percepção geral de “uma certa desresponsabilização no seu cumprimento”.

Depois destes estudos, a associação de produtores de bebidas espirituosas já pediu ao Governo para reformular a lei, acabando com a distinção da idade mínima para consumo consoante o tipo de bebida.

Em Portugal
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, admitiu que a falta de anestesiologistas pode pôr em causa o crescimento do número de...

Paulo Macedo falava na abertura da 4ª Conferência TSF/Abbvie, este ano dedicado ao tema “sustentabilidade na saúde”, que decorre em Lisboa.

A propósito dos indicadores do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o ministro alertou para o risco das cirurgias realizadas em Portugal não poderem continuar a aumentar, tal como tem acontecido nos últimos tempos, devido à falta de anestesiologistas.

“Temos de perceber como chegámos a esta situação de pôr em causa as cirurgias por não haver anestesiologistas em número suficiente e como vamos resolvê-la”, afirmou, lembrando que “o Ministério da Saúde recruta todos os médicos disponíveis”.

A intervenção de Paulo Macedo centrou-se na questão da sustentabilidade do SNS, tendo desfiado as medidas do Executivo nesta área e enaltecendo os resultados que considera positivos, apesar da “crise” que tem afectado o país.

Nesta conferência serão ainda apresentados os resultados de 2015 do projecto Saúde Sustentável, desenvolvido pela Nova Information Management School (Nova IMS), que avalia as percepções dos utilizadores do Serviço Nacional de Saúde (SNS) face à qualidade, preço e eficácia do mesmo.

O inquérito, feito com uma amostra da população portuguesa composta por 552 indivíduos com mais de 18 anos e residentes em Portugal, revelou que “a eficácia do SNS (74,%) e a qualidade dos serviços de saúde (67,4%) não estão de acordo com o preço (47,5%) ao nível das taxas moderadoras e da comparticipação de medicamentos pelo Estado”.

De acordo com o estudo, 43,2% dos inquiridos afirmou que as taxas moderadoras praticadas pelo SNS não são adequadas e 26,3% discorda da comparticipação do Estado para a medicação prescrita a 12 meses.

Uma outra conclusão do estudo é a de que embora as pessoas não deixem de recorrer aos serviços de saúde quando necessário, 15,7% dos inquiridos revela ter deixado de comprar um medicamento prescrito devido ao custo.

Agência Europeia do Ambiente
Portugal foi um dos países a não enviar à Agência Europeia do Ambiente dados sobre ruído, forma de poluição relacionada com 10...

"Portugal reportou um elevado nível de ruído em 2007, mas, infelizmente, não transmitiu qualquer informação para 2012, e [do país] dizem não ter os recursos para fazer as medições", disse Colin Nugent, do departamento que acompanha esta matéria, na Agência Europeia do Ambiente (EEA na sigla em inglês), falando a propósito do relatório "O Ambiente na Europa – Estado e Perspectivas 2015", elaborado por aquela entidade e hoje divulgado.

Dados da EEA apontam para cerca de 20 milhões de europeus incomodados com o ruído ambiental, mas serão 125 milhões, ou seja, um em cada quatro, os europeus afectados pelo barulho vindo tráfego automóvel, em níveis superiores ao limite máximo estipulado.

O ruído elevado tem vários efeitos na saúde, como hipertensão e doenças cardiovasculares, levando a cerca de 10 mil mortes prematuras e a 43 mil hospitalizações por ano, na Europa, segundo a EEA.

O sono de oito milhões de europeus é perturbado pelo ruído, um dos efeitos listados por Colin Nugent que salientou igualmente o aumento dos níveis de stress ou redução da capacidade de aprendizagem de alunos de escolas situadas perto de aeroportos.

Grande parte do ruído ambiental tem origem nos veículos e, embora o nível de barulho não seja muito elevado, afecta muitas pessoas, tanto nas cidades, como fora dos grandes centros urbanos, enquanto, por exemplo, o barulho dos aviões é mais intenso, mas menos abrangente.

"As maiores preocupações dos especialistas da EEA no ruído são principalmente com o tráfego, mas nas cidades também há que ter em conta as indústrias", referiu o especialista.

Aliás, "nas cidades há mais probabilidade de exposição a altos níveis de barulho", resumiu, recordando que as vias férreas também originam ruído.

A falta de boas noites de sono devido ao ruído leva a uma quebra na capacidade de funcionamento do organismo, o que pode ser a causa para acidentes rodoviários ou laborais, uma relação difícil de provar e que na está contabilizada.

Para ultrapassar este problema, no futuro, Colin Nugent defendeu que "o melhor é ir directamente à fonte do ruído, ou seja, tornar os veículos mais silenciosos, ou as ruas, por exemplo, caso em que a UE pode fazer mais que cada país".

A instalação de barreiras nas estradas é uma solução dispendiosa tal como a opção por pneus mais silenciosos e "até serem obrigadas, as pessoas não irão procurar" esta alternativa.

O relatório defende que "esforços adicionais para diminuir significativamente a poluição sonora na Europa até 2020 exigem uma política de ruído actualizada, alinhada com os mais recentes conhecimentos científicos, melhorias no desenho das cidades e medidas para reduzir o ruído na origem".

Os países europeus não são obrigados a fornecer informação à EEA e é tarefa da Comissão Europeia averiguar o cumprimento das regras.

Colin Nugent avançou que o argumento de Portugal para a ausência de dados foi a falta de verba para realizar a monitorização, mas alertou que "é provavelmente menos caro fazer a avaliação do ruído do que pagar as multas a Bruxelas".

Entregue hoje
O investigador João Vinagre recebe hoje, em Lisboa, o Prémio Pulido Valente Ciência 2014, por ter identificado que o aumento de...

O galardão, no montante de dez mil euros, é atribuído desde 2013 pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pela Fundação Professor Francisco Pulido Valente.

O trabalho de João Vinagre, investigador do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, revela que numa região do gene da telomerase existem alterações que se traduzem num aumento da proteína, e que está associado a "tumores mais agressivos e com pior resposta terapêutica", nos casos de cancros da tiroide, bexiga e sistema nervoso central.

A telomerase atua nos telómeros, estruturas que existem na extremidade dos cromossomas.

Segundo o cientista, nas células normais, os telómeros desgastam-se, a cada ronda da divisão celular, e deixam de expressar a sua enzima, "levando a que a célula pare de se dividir quando ficam demasiado curtos", e morra.

Nos cancros da tiroide, da bexiga e do sistema nervoso central mais agressivos, o que acontece é que as células tumorais puderam progredir, dividir-se indefinidamente, porque conseguiram reativar a telomerase, produzi-la excessivamente.

"Os tumores que têm esta alteração vão necessitar de mais tratamentos, tratamentos alternativos", afirmou à Lusa João Vinagre, exemplificando que, para o cancro da tiroide, serão necessárias "doses maiores de radioiodoterapia".

Para a investigação, publicada na revista Nature Communications, João Vinagre analisou 741 amostras de cancro da tiroide, bexiga e sistema nervoso central de mulheres e homens de várias idades.

Actualmente, a sua equipa está a estudar séries maiores de tumores, para confirmar o papel da telomerase no desenvolvimento dos cancros e aferir o seu potencial como marcador biológico, no sentido de ser usado para selecionar, por meio de análises ao sangue e à urina, casos maios agressivos de cancro e neles actuar.

O Prémio Pulido Valente Ciência distingue o melhor trabalho publicado no domínio das Ciências Biomédicas e feito por investigadores com menos de 35 anos, em laboratórios portugueses.

A edição de 2014 tinha como tema a "Heterogeneidade em tumores: ao nível do genoma maligno e/ou ao nível celular".

A distinção é entregue numa cerimónia no Palácio das Laranjeiras, na qual o premiado dará uma palestra sobre o assunto que lhe valeu o galardão, indicou o Ministério da Educação e Ciência.

Ordem dos Médicos do Norte
A Ordem dos Médicos do Norte apelou ao ministro da Saúde para que revogue a portaria da reforma hospitalar e alertou para a...

O presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM), Miguel Guimarães, falava aos jornalistas no final de uma visita que fez, juntamente com os sindicatos médicos, ao serviço de urgência do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, voltando a chamar a atenção para a portaria da reforma hospitalar, que caso "fosse colocada em prática, este hospital perdia múltiplas valências que são absolutamente fundamentais".

"Mais uma vez deixo aqui o apelo ao senhor ministro para que revogue esta portaria. Se fosse aplicado, na prática, o que está na portaria mais de uma dezena de valências encerrariam neste hospital. O que o senhor ministro quer com esta portaria é concentrar toda a actividade médica nos grandes hospitais. Esta portaria é verdadeiramente uma aberração", criticou.

Enaltecendo a qualidade do serviço de urgência do hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, distrito do Porto, Miguel Guimarães denunciou uma situação que considerou não ser desejável para a segurança dos médicos e dos doentes que é o facto de só existir um radiologista médico até à meia-noite à semana e até às 22:00 ao fim de semana e também não haver patologista clínico a partir da meia-noite.

"Em termos de internamento este hospital tem um problema que é complicado e que tem que ser resolvido o mais rapidamente possível. É importante que o senhor ministro tenha atenção a esta matéria porque tem deficiência de alguns médicos nalgumas especialidades, nomeadamente na medicina interna, na patologia clínica, na anestesiologia e também na anatomia patológica, entre outras", disse.

De acordo com o presidente do CRNOM, este hospital "teve necessidade de abrir mais 30 camas no internamento devido ao excesso de doentes que estavam a ocorrer ao serviço de urgência".

"Em conversa com o director da medicina interna apercebi-me que neste momento, se por ventura aquilo que o senhor ministro da Saúde prometeu, que era a existência de camas de continuados quando resolveu encerrar camas de agudos estivesse a funcionar, este hospital tem cerca de 30 camas doentes internados nas camas de medicina interna de agudos que estão a aguardar transferência para cuidados continuados", revelou, considerando uma situação "absolutamente lamentável".

Sobre este tema, o presidente do Conselho de Administração, Victor Herdeiro, confirmou a existência de constrangimentos, tal como nas outras unidades hospitalares da região Norte, de "passar estes doentes para os cuidados continuados".

"Neste momento temos alguns doentes internados que estão à espera de vaga nos cuidados continuados", disse.

Investigadores de Coimbra
Investigadores de Coimbra criaram um “veículo” de transporte de material genético, dando um “importante contributo” para...

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC) e do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da UC desenvolveu “um ‘veículo’ de transporte à base de dois polímeros completamente catiónicos (um polímero que tem uma distribuição de cargas positivas em toda a sua cadeia)”, revela a UC numa nota divulgada.

A descoberta contribui para ultrapassar “um dos grandes entraves ao sucesso da aplicação da terapia génica”, que é “o transporte e entrega eficiente do material genético às células alvo”, sublinha a Universidade de Coimbra (UC) na mesma nota.

A terapia génica consiste em “transferir material genético exógeno para células alvo, por forma a corrigir doenças que envolvam factores genéticos, como por exemplo o cancro”.

O nano sistema concebido durante os últimos quatro anos pela equipa de investigadores é uma espécie de “novelo formado pelo emaranhado de polímero e genes que assegura o transporte eficaz do material até às células alvo, protegendo-o e impedindo a sua destruição ao longo do percurso”, ilustram os coordenadores do estudo, Jorge Coelho e Henrique Faneca.

A solução inovadora foi testada em “linhas celulares cancerígenas, mas a sua potencial aplicação estende-se a várias patologias que envolvem factores genéticos, como as doenças neurodegenerativas”, adiantam os especialistas.

Nas experiências realizadas, após complexos estudos que permitiram encontrar a estrutura certa do novo polímero com propriedades favoráveis à entrega do material genético, demonstrou-se que “os genes chegaram ao destino com sucesso, apresentando o novo nano sistema uma toxicidade reduzida”.

“Outra característica importante deste ‘veículo’ é o facto de conseguir conduzir uma grande quantidade de genes com uma reduzida porção de polímero”, salientam Jorge Coelho e Henrique Faneca, que pretendem prosseguir o estudo em modelos animais.

Os resultados da investigação, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, foram tema de capa da última edição da revista científica Macromolecular Bioscience.

Além de Henrique Faneca e de Jorge Coelho, integram a equipa responsável pela investigação Rosemeyre Cordeiro, Dina Farinha, Nuno Rocha e Arménio Serra.

8 de Março - Dia Internacional da Mulher
A propósito do Dia Internacional da Mulher, que se assinala a 8 de Março, a Associação Nacional AVC recomenda cuidados...

Segundo a National Stroke Association (NSA), o AVC mata mais mulheres que as doenças oncológicas e provoca uma pior qualidade de vida depois de a doença ocorrer. De acordo com a mesma instituição, o risco de AVC antes dos 65 anos duplica a cada nova década, perfazendo já os 30% nos Estados Unidos da América.

As novas e actualizadas directrizes para a prevenção primária do AVC da American Heart Association (AHA) recomendam que as mulheres procurem alternativas à contracepção oral, porque a pílula aumenta significativamente o risco de AVC quando já estão activos outros factores de risco. Isto acontece porque as hormonas podem deixar o sangue mais espesso e mais propenso a coagular, podendo aumentar o risco de pressão arterial elevada.

Para manter outros fatores de risco a um nível reduzido, a Associação Nacional AVC recomenda:

  • Controlar a pressão arterial
  • Não fumar
  • Manter um peso saudável
  • Evitar o sedentarismo e manter um estilo de vida activo
  • Limitar a alimentação e bebidas açucaradas
  • Manter o consumo de álcool dentro dos níveis recomendados

A maior esperança média de vida das mulheres acentua a probabilidade de virem a ter um AVC e a prevenção é particularmente importante. Contudo, tanto homens como mulheres devem estar atentos aos factores de risco e adoptar comportamentos preventivos.

A doença é repentina e os efeitos são imediatos. Os sintomas incluem:

  • Dormência, fraqueza ou paralisia de um lado do corpo (pode ser um braço, perna ou parte inferior da pálpebra descaídos, ou a boca torta e salivante).
  • Fala arrastada ou dificuldade em encontrar palavras ou discurso compreensível.
  • Visão subitamente enublada ou perda de visão.
  • Confusão ou instabilidade.
  • Forte dor de cabeça.

Use um teste simples que o pode ajudar a reconhecer se uma pessoa teve um AVC:

  • Fraqueza Facial: a pessoa consegue sorrir? Tem a boca ou um olho caído?
  • Fraqueza no braço: a pessoa consegue levantar os braços?
  • Problemas de expressão: a pessoa consegue falar com clareza e entender o que lhe dizem?

Se reconhecer algum destes sinais, ligue o 112 imediatamente.

Em Coimbra
Uma equipa do Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, desenvolveu uma plataforma digital para monitorizar a saúde e a qualidade de...

Concebida no âmbito do projecto TICE.Healthy – Saúde e Qualidade de Vida, a tecnologia disponibiliza “uma infraestrutura de suporte para um ecossistema de serviços inteligentes e inovadores” de tecnologias de informação e comunicação, aplicações e produtos para a saúde e envelhecimento activo.

“O trabalho com a Cáritas permitiu perceber que as entidades do terceiro sector têm um papel muito relevante na prevenção da saúde”, estando ao seu alcance a monitorização de “tudo o que está fora das fronteiras do hospital”, disse o investigador do Instituto Pedro Nunes (IPN), António Cunha.

A todo o momento e através de um único ponto de acesso, os idosos, os familiares e os profissionais que prestam o apoio social diário podem ter uma visão global da evolução da saúde e da qualidade de vida dos utentes de instituições que trabalham nesta área.

“Estas entidades podem prestar um conjunto de serviços de valor acrescentado que até agora não podiam. Isso pode ter um impacto grande na saúde formal, se as pessoas forem monitorizadas em tempo útil”, salientou António Cunha.

Realizado nos últimos meses, o projecto evidenciou “a capacidade de os prestadores de cuidados na área do envelhecimento estabelecerem uma ligação efectiva entre o sistema de cuidados formais e informais, actuando na prevenção e diagnóstico precoce, aumentando a qualidade de vida”.

Num futuro “muito próximo”, a nova plataforma digital “poderá ser uma potencialidade para a nossa casa e certamente vamos avaliar a aplicabilidade dela em todos os nossos serviços”, disse o padre Luís Costa, presidente da Cáritas de Coimbra.

“É possível que uma plataforma destas tenha toda a aceitação fora da cidade de Coimbra”, realçou.

Esta tecnologia, que integra um ‘kit’ de sensores e uma aplicação informática, permite registar de forma simples alguns dados relevantes para a prevenção da saúde dos utentes, como peso, tensão arterial, glicemia, ritmo cardíaco e oximetria.

Maria Augusta Costa e António Simões são dois dos 11 utentes que participaram nos ensaios do projecto. “Nunca tinha tido uns exames tão completos”, integrados no serviço ao domicílio da Cáritas, disse Maria Augusta, de 90 anos.

Também António Simões, de 89 anos, testemunhou que os testes “foram óptimos”, ao longo de vários meses. “Isto é bom, pelo menos andamos controlados”, sublinhou.

O IPN e a Cáritas de Coimbra entendem que este novo serviço poderá ainda “reduzir os custos de saúde, que naturalmente tendem a aumentar devido ao envelhecimento” da população em Portugal e na Europa.

A “Plataforma eVida”, enquanto ecossistema digital para a saúde e qualidade de vida, “está realmente preparada para dar apoio ao desenvolvimento técnico à comunidade produtiva, criando impacto na área de responsabilidade social e na evolução tecnológica”, segundo aquelas entidades.

O trabalho conjunto das duas instituições foi desenvolvido no Centro Rainha Santa, em Coimbra, no qual a Cáritas presta diversas respostas sociais a idosos, designadamente na área da saúde.

Nos Estados Unidos
As autoridades de Louisiana, nos Estados Unidos, estão a investigar a fuga de uma perigosa bactéria, por vezes por mortal, de...

Segundo os responsáveis pelo centro de investigação, não há risco para o público, apesar de ainda não ter sido determinada a extensão da contaminação, após a falha de segurança no Tulane National Primate Research Center.

A bactéria em questão chama-se Burkholderia pseudomallei.

Primariamente encontrado no sudeste asiático e norte da Austrália, o micróbio pode infectar humanos e animais através do contacto com o solo e água contaminados, e está mesmo classificado como um potencial agente de bioterrorismo.

A fuga terá ocorrido em Novembro, ou até antes, no centro, que estava a trabalhar no desenvolvimento de uma vacina contra esta bactéria.

As autoridades dizem que o organismo não foi detectado nas zonas exteriores das instalações do centro, mas que quatro macacos mantidos em celas ao ar livre ficaram doentes e dois foram submetidos a eutanásia.

Uma inspectora federal também adoeceu após visitar as instalações, apesar de não ser claro se esta foi exposta ao vírus previamente à visita ao centro, já que viajava com regularidade.

"Continua a não haver uma ameaça conhecida ao público", disse o centro, em comunicado, a 24 de Fevereiro.

DGS aconselha
A Direcção-Geral da Saúde emitiu um comunicado a alertar para o risco de se contrair sarampo em viagens internacionais, dada a...

"O sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas, podendo provocar doença grave ou mesmo a morte. É evitável pela vacinação e está, há vários anos, controlado em Portugal porque a grande maioria das pessoas está imune por vacinação ou por ter tido a doença", lê-se no comunicado assinado pelo director-geral da saúde, Francisco George.

Todavia, a ocorrência de surtos de sarampo em países da Europa, "especialmente na Alemanha e na Itália" e o facto de "também a Espanha, a França e a Inglaterra, entre outros, terem registado surtos/epidemias de sarampo nos últimos cinco anos, em crianças, adolescentes e adultos (com milhares de casos internados e com mortos)", justifica o estado de alerta, segundo a nota de imprensa.

O comunicado sublinha ainda que "a doença é frequente em África e na Ásia", pelo que, "durante viagens internacionais de qualquer duração existe o risco de pessoas não imunizadas contraírem sarampo através do contacto com pessoas infectadas em fase de contágio".

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) assinala que só estão protegidas contra a doença as pessoas que já a tiveram ou as que, com menos de 18 anos, já receberam "duas doses de vacina contra o sarampo (VASPR2)" ou, com 18 anos ou mais, já lhes foi ministrada "uma dose de vacina contra o sarampo (VAS3 ou VASPR)".

Assim, em caso de viagem para o estrangeiro, a DGS recomenda que, "preferencialmente quatro a seis semanas" antes da partida, a pessoa se certifique de que está correctamente vacinada, seja através do 'Boletim de Vacinas', seja consultando o centro de saúde da sua área de residência, "para verificação do seu estado vacinal".

No comunicado, o director-geral da saúde, Francisco George, aproveita para relembrar que "a vacinação contra o sarampo é gratuita".

OMS
Mais de mil milhões de jovens em todo o mundo correm o risco de sofrer danos auditivos por ouvirem música com o volume...

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o nível de ruído em concertos e bares é, muitas vezes, demasiado elevado, tal como o volume nos dispositivos de áudio e nos 'headphones' dos ‘smartphones’, pelo que cerca de 50% dos jovens entre os 12 e os 35 anos nos países de rendimento médio ou elevado estão expostos a níveis extremamente elevados de ruído.

A OMS refere que uma vuvuzela emite 120 decibéis e que basta ouvi-la durante nove segundos por dia para se correr o risco de perda permanente da audição, e lembra também que este sentido humano, uma vez perdido, é irrecuperável.

Ainda de acordo com a organização, o mais alto nível de ruído no local de trabalho não deve ultrapassar os 85 decibéis até oito horas diárias, mas muitos funcionários que trabalham em estabelecimentos de diversão nocturna ou em eventos desportivos estão expostos a níveis mais elevados, por vezes acima dos 100 decibéis.

Assim, para o Dia Mundial da Audição, que se assinala hoje, a OMS recomenda algumas medidas preventivas: os adolescentes devem reduzir o volume dos aparelhos de áudio e smartphones, não os devem utilizar mais de uma hora por dia, devem colocar tampões nos ouvidos em locais ruidosos e fazer pausas, procedendo ainda a exames aos ouvidos e a testes de audição regulares.

Os governos deviam impor normas rígidas sobre o ruído em locais públicos, sublinha igualmente a OMS, que apela também aos proprietários de discotecas e bares para que baixem o volume da música para níveis toleráveis.

Em todo o mundo, 360 milhões de pessoas sofrem, actualmente, de problemas auditivos, que se devem a causas diversas: doenças infecciosas, questões genéticas, complicações no momento do nascimento, uso de certos fármacos, excesso de ruído e envelhecimento.

Evite doenças
O sono, quando com qualidade, é essencial para reparar a energia gasta durante o dia e todos os fact
Homem a dormir

As necessidades de horas de sono variam de indivíduo para indivíduo, tendo em conta a idade, o sexo, a actividade profissional, etc. e mesmo assim continuam a existir variações pontuais. Porém em média todos precisamos cerca de 6 a 8 horas diárias de sono.

Dormir não é um luxo, é antes uma necessidade fisiológica que devemos respeitar, uma vez que é fundamental na vida de todos. Não se conhecem animais que, em estado normal, não durmam. A privação de sono, sobretudo quando continuada, pode ser responsável por muitos acontecimentos negativos, como falta de concentração, irritabilidade, ou mais grave ainda, acidentes de trabalho ou de viação.

Vários estudos já comprovaram que os indivíduos que dormem regularmente menos de 4 horas ou mais de 9 estão estatisticamente mais propensos a enfartes, tromboses e cancro.

O sono é um fenómeno cíclico, caracterizado por uma alteração reversível do estado de consciência e da reactividade a estímulos ambientais, essencial à vida e ao equilíbrio físico e mental do ser humano.

“O sono possibilita o repouso, a reorganização e o rejuvenescimento do corpo e do cérebro, para que não se sinta cansado no dia seguinte. Estudos mostram como o sono à noite está directamente relacionado com o nível produtivo do dia seguinte. O sono é essencial para que o seu corpo e mente se sintam frescos e, portanto, a funcionar bem no dia seguinte”, disse Marta Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa do Sono.

Mecanismos do sono

Os seres humanos têm um relógio biológico interno de 24 horas a que se deu o nome de ritmo circadiário. É este ritmo que nos indica quando devemos dormir ou acordar, que regula a temperatura ou a produção de hormonas. A melatonina é a hormona conhecida como a hormona do sono e que é segregada pelo cérebro em resposta às variações da luz. Quando a luz desaparece, a hormona é libertada para a circulação. Quando a luz reaparece, a libertação da hormona é inibida.

Ou seja, o ciclo biológico do corpo humano é influenciado pela luz solar, logo estamos sincronizados com o ciclo dia/noite em que vivemos. É sobre este ritmo que o sono se prepara.  

À medida que anoitece, a produção de melatonina aumenta, a nossa temperatura baixa, principalmente quando adormecemos. Ao alvorecer, a luz inibe a actividade da glândula pineal que abranda a produção de melatonina. Numerosos trabalhos demonstraram que em função da intensidade da luz recebida pela retina e da hora da exposição, a melatonina é produzida à noite a uma hora certa.

Fases do sono

O sono normal consiste em dois estados principais, com mecanismos fisiológicos distintos:

a) o sono lento, também denominado como sono NREM, sincronizado, sossegado ou tranquilo;

b) o sono paradoxal, por vezes designado como sono REM (devido à existência de movimentos rápidos dos olhos), rápido ou dessincronizado. Este estado é ainda denominado de sono activo ou onírico, pelo aparecimento frequente de sonhos vividos com maior ou menor intensidade.

A classificação das fases de sono actualmente mais utilizada é a da American Academy of Sleep Medicine – AASM, e define como fases do sono as seguintes:

Fase 1: Sono leve quando se está meio a dormir meio acordado. É a transição entre a vigília e o sono.

Fase 2: Fase inicial do sono, quando começa a desligar-se daquilo que o rodeia.

Fase 3: Sono profundo, que é a primeira fase de sono reparador.

Fase 4: Sono mais profundo em que é difícil acordar. Durante esta fase o corpo procede à sua auto-reparação para repor as energias.

Fase 5: Sono REM que acontece, em média, após 90 minutos de sono. À medida que os ciclos se sucedem, o período de sono REM vai ficando cada vez mais longo. A maior parte dos sonhos acontecem durante o sono REM. O sono REM é essencial para carregar as baterias para o dia seguinte.

Acerto do relógio biológico

O tratamento pode até passar pela simples aprendizagem de técnicas de relaxamento, embora haja casos que implicam uma terapêutica com medicamentos. Os problemas de sono, neste caso as insónias são tratáveis ou controláveis em 95% dos casos. Isto porque, como já vimos, existem estruturas que controlam os mecanismos do despertar e outros que intervêm na aparição do sono.

Mas nem todos temos o relógio acertado para adormecer cedo ou todos para acordar tarde. Uns funcionam melhor durante a segunda parte do dia, prolongando a sua actividade até de madrugada, sendo na gíria dos especialistas do sono conhecidos como "corujas". Em oposição temos os "cotovias", que preferem a manhã para iniciar as suas actividades.

Estas variações não são, por si, boas nem más. Porém, a sociedade actual, com todas as suas contingências de horários e solicitações, nem sempre permite que os indivíduos estabeleçam o seu horário próprio.

O acerto do relógio biológico pode ser feito com medicamentos e terapias comportamentais que evidenciam bons hábitos de dormir. Por exemplo, por mais ensonado que esteja, uma pessoa que sofre insónias nunca deve fazer uma sesta à tarde.

As pessoas que habitualmente se deitam tarde e cujas obrigações exigem que se levantem cedo, têm muitas vezes sérios problemas. O tratamento por cronoterapia, sob assistência médica, pode ajudar a acertar o relógio interno de forma a atrasar gradualmente a hora de deitar, até que essa hora seja compatível com a vida activa do doente.

Já a fototerapia é um excelente meio para ressincronizar o relógio biológico, com bons resultados, nos indivíduos que geralmente adormecem e se levantam tarde, com sono muito fraccionado e que se sentem fatigadas durante o dia.

O tratamento inclui a exposição diária durante um determinado período a uma luz de forte intensidade (mais de 1 500 lux), branca, sem infravermelhos nem ultravioletas. Já que se trata de um verdadeiro tratamento, apenas o médico pode determinar o horário da exposição e o número de sessões, a fim de evitar complicações na retina ou uma utilização inapropriada da lâmpada que poderiam agravar ainda mais as perturbações.

Hábitos que podem prejudicar o seu sono

Variar os horários de sono todos os dias

Assim como é aconselhável para as crianças terem uma hora certa para dormir, e outra para acordar, o mesmo se aplica aos adultos. A nossa mente está preparada para responder a uma rotina.

Ler antes de dormir na cama

Ler antes de dormir é um hábito comum a muitas pessoas, mas o problema reside no facto de a mente reagir a uma rotina, como já foi referido anteriormente.

Poupar na compra de um colchão ou almofada

Se quer realmente ter uma boa noite de sono opte por um colchão, almofadas e roupa de cama de qualidade, que o faça sentir-se bem e confortável.

Fazer exercício antes de dormir

As opiniões são divergentes, por isso pelo sim pelo não, tente praticar desporto pelo menos três horas antes de dormir, já que os exercícios intensos aumentam a temperatura e os níveis de energia do corpo.

Navegar na Internet

Desligue o computador para conseguir dormir bem. Evite estar no computador antes de dormir, a luz do aparelho vai estimulá-lo, assim como, os seus conteúdos.

Andar às voltas na cama

Segundo a especialista do sono, Teresa Paiva, caso esteja há mais de 30 minutos na cama sem conseguir dormir, levante-se e opte por uma actividade que exija concentração e o faça pensar. Isto fará com a sua mente se canse e lhe permita ficar com sono. Andar às voltas na cama não é a melhor solução.

Deixar luzes acesas

Para dormir bem evite deixar qualquer luz acesa, ou aparelho ligado. Ao contrário do que pensa isso perturbará o seu sono, e não o ajudará a descansar completamente. Quanto mais escuro ficar o seu quarto, melhor dormirá.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Doente com Síndroma de Klippel-Trenaunay
Amanhã - dia 28 de Fevereiro - assinala-se mais um Dia Mundial das Doenças Raras.

Estima-se que em Portugal cerca de 800 mil pessoas sejam afectadas por doenças raras. Considera-se doença rara aquela que afecta no máximo uma pessoa em cada 2 mil. De uma forma geral calcula-se que entre 6 a 8% da população mundial tenha uma doença rara, o que representa entre 24 e 36 milhões de pessoas na União Europeia, o equivalente ao total das populações da Holanda, Bélgica e Luxemburgo.

Este ano o lema do Dia Mundial, que se assinala amanhã, 28 de Fevereiro, é “Dia-a-dia, de mãos dadas” e visa sensibilizar para os desafios diários de viver com uma doença rara e a importância de todos colaborarem, disponibilizando o seu apoio a estes doentes. Isto porque conforme explicou Marta Jacinto, presidente da Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras, à agência Lusa, “a grande maioria das doenças raras é genética, grave, crónica e debilitante. Muitos doentes deparam-se com dificuldades e barreiras no dia-a-dia, no acesso às ajudas técnicas, ao número de consultas e tratamentos, ou mesmo ao serviço de urgência. Estas doenças requerem cuidados integrados que, para a grande maioria delas, não existe ainda em Portugal".

A história de Paulo Simão

O Atlas da Saúde decidiu assinalar o Dia Mundial das Doenças Raras com a história verídica de Paulo Simão. Um jovem que sofre de uma doença rara “do espectro das malformações congénitas do sistema vascular e caracterizada por uma tríada – lesão cutânea habitualmente designada por mancha de vinho do porto (que aparece em média em 98% dos casos), varizes (72% dos casos) e hipertrofia óssea e das partes moles (67% dos casos)”, explica José Pereira Albino, cirurgião vascular, médico que acompanha Paulo Simão desde os 5 anos de idade. “Normalmente só está envolvida uma extremidade, mas a síndroma pode ser bilateral ou envolver as extremidades superiores e inferiores”, refere o especialista.

Paulo Simão explica a sua síndroma como “sendo todo maior do lado esquerdo. É como se o corpo tivesse uma linha imaginária, que o divide em dois: o lado direito é normal e o lado esquerdo é maior”.

Desde os 6 meses de gravidez da mãe de Paulo Simão que os médicos “perceberam que algo não estava bem, no entanto, só soubemos o nome da doença tinha eu 7 anos”, conta o jovem.

Paulo Simão lembra-se de estar sempre doente mas “só percebi que algo de grave se passava, quando entrei no 5º ano, porque tinha tantas dores de cabeça e na coluna, que não aguentava”. Desde sempre que as limitações foram de vária ordem: dificuldade em aprender a andar e falar, uma aprendizagem escolar mais lenta que influenciou negativamente a vontade de estudar e as brincadeiras com os amigos eram muito limitadas. “Além de estar sempre doente, eu não gostava de sair de casa. Só me sentia bem em casa. Além disso, não podia fazer esforços, nem educação física, e correr estava fora de questão. Recordo-me que os meus colegas jogavam à bola e eu ficava a olhar, porque não podia jogar com eles”, lembra Paulo Simão.

 

Síndroma de Klippel-Trenaunay

José Pereira Albino explica que, “os primeiros sintomas detectam-se logo à nascença, sendo a malformação capilar cutânea bem visível, normalmente numa ou em várias extremidades.

Também não é raro que a primeira manifestação seja o aparecimento de varizes logo nos primeiros meses de vida, se a malformação cutânea for pouco exuberante. Quando existe envolvimento da circulação linfática, a deformação do membro é então marcadamente evidente, o que faz que logo na primeira infância seja necessária uma avaliação profunda e o início de uma terapêutica que terá de ser continuada”.

No caso de Paulo Simão as dores são a principal manifestação da doença. “Tenho sempre dores na cabeça, nas pernas (as veias estão sempre muito inchadas) e nos joelhos. Há dias em que andar é complicado. Não tenho controlo nos tremores da mão direita. Há dias em que treme tanto que quase não consigo escrever”.

A doença não tem tratamento específico. Conforme os problemas vão surgindo vão sendo tratados. “Se tenho que fazer alguma cirurgia, faço. Se tenho dores, tomo os medicamentos para as dores, que são comprados com receita médica e tem as comparticipações devidas e inerentes a qualquer utente do SNS”, conta Paulo Simão. Porém existem outros medicamentos, tratamentos ou exames que não têm comparticipação e que a mãe do jovem tem de suportar.

“Quando as formas são ligeiras, o tratamento é simples e baseia-se muito na vigilância periódica. As formas mais graves começam a ser tratadas a partir dos 3 anos de idade e implicam uma actuação multidisciplinar em que a acção do cirurgião vascular e da equipa de ortopedia são extremamente importantes, na tentativa de corrigir as várias deformidades que se vão instalando. É um quadro crónico e que evidentemente necessita de acompanhamento mas muitos doentes numa fase avançada da vida conseguem adaptar-se à situação e viver com limitações, mas não totalmente incapacitados”, explica o especialista.

Os apoios, a discriminação, o bullying

Desde sempre que Paulo Simão se recorda de ser vítima de bullying. “Foi horrível! Na escola primária chamavam-me nomes como ‘anormal’, ‘caixa de óculos’, ‘4 olhos’; ‘bochechas’; ‘pé grande’… Nesta altura era muito criança e essa fase não me marcou. Só mais tarde, no liceu, é que os maus-tratos, tanto físicos como psicológicos, me marcaram mais”, lamenta o jovem acrescentando, “tenho três situações concretas das quais nunca mais me vou esquecer: Foi quando me cortaram com um x-acto, em plena sala de aula; quando me acenderam um isqueiro na cara; e quando me bateram porque não tinha dinheiro para lhes dar. Hoje em dia, embora mais calmo, ainda não consigo esquecer o que me aconteceu e quando passo por um desses miúdos só sinto raiva e revolta”.

Hoje já adulto, Paulo Simão não se sente revoltado e aceita a doença - “que remédio”, diz o jovem – e chega mesmo a brincar com isso. Tem inclusive uma página na internet onde conta a sua história http://o-olhar.weebly.com. Pode também ser seguido no facebook https://www.facebook.com/psimao1987?fref=ts.

 

“Os meus colegas de trabalho respeitam-me e gostam de mim tal como eu sou. Hoje em dia já há mais informação. As pessoas são mais civilizadas e aceitam-nos melhor. Eu olho para mim e vejo um rapaz normal. Habituamo-nos a olhar-nos todos os dias e não conseguimos ver os nossos defeitos” ”, comenta.

Na opinião de José Pereira Albino esta não é uma doença que provoque uma incapacidade física marcada. “É uma situação que origina muita angústia nos pais, mas o desenvolvimento acompanhado e tratado destas crianças permite que na idade adulta a situação seja mais controlada. Contudo, estes doentes têm um sofrimento constante, pois o crescimento e a assimetria dos membros origina dores que se podem associar a anomalias múltiplas, pelo que são doentes com muitas necessidades de apoio, sobretudo nas formas mais exuberantes. Dos doentes que tenho orientado, haverá 10 ou 12 que têm necessidades mais marcadas e que deviam ter apoios mais diferenciados, o que infelizmente nem sempre é possível no nosso país”.

Dia Mundial das Doenças Raras

Para assinalar o dia a Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras promove, a 27 e 28 de Fevereiro, a Conferência Nacional Europlan 2015, na Assembleia da República, iniciativa que visa promover a estratégia nacional para as doenças raras.

Para Marta Jacinto, presidente da Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras, "é essencial, nomeadamente, a implementação de centros de referência para as doenças raras para melhorar o tempo de diagnóstico, o acompanhamento dos doentes, a formação de profissionais e a investigação".

A Conferência Nacional Europlan é uma iniciativa promovida pela Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras. “Com esta iniciativa queremos promover a estratégia nacional para as doenças raras e pressionar o governo a traçar um plano de directivas adequado à realidade portuguesa. O nosso país foi um dos primeiros países a aprovar o Plano Nacional para as Doenças Raras. Infelizmente ainda não o implementou, pelo que muitos outros países, anteriormente atrasados, já nos ultrapassaram”, refere Marta Jacinto.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
3 de Março – Dia Mundial do Cuidado Auditivo
Os casos de perdas auditivas entre a classe mais jovem tem vindo a aumentar todos os anos. Os comportamentos de risco por parte...

A má utilização de equipamentos áudio, como os Mp3 e os smartphones, bem como a exposição durante longos períodos a ruídos de grande volume como em bares, discotecas e eventos desportivos, continuam a ser a principal causa do aumento da incidência deste problema entre os jovens que, segundo a Organização Mundial de Saúde, é já superior a 43 milhões (entre os 12 e 35 anos). Nestas situações a exposição sonora ultrapassa geralmente os 100 dB (decibéis), muito acima do limite máximo recomendado que se situa nos 85 dB.

Outra grande causa para o aumento destes problemas em todo mundo está relacionado com a exposição a fortes ruídos no ambiente de trabalho. A exposição prolongada e contínua ao barulho que alguns trabalhos implicam, não só potencia o risco de perda auditiva como também, de desenvolver tinnitus, que se caracteriza pela sensação de zumbido constante nos ouvidos.

Para assinalar o Dia Internacional do Cuidado Auditivo está a decorrer uma campanha de sensibilização sob o tema “Tornar a audição segura” especialmente dirigida aos jovens e educadores, que pretende relembrar que uma vez perdida, a audição nunca mais volta! Esta campanha, promovida mundialmente pela Organização Mundial de Saúde, pretende alertar a população sobre as situações de risco a que expomos a nossa audição diariamente e de que forma se deve evitar e atenuar as suas consequências. É importante reforçar que audição é uma faculdade essencial que quando afetada compromete o desenvolvimento educacional, profissional e social dos indivíduos.

“A perda auditiva é um problema que sempre acompanhou o homem ao longo da sua existência. No entanto, devido á evolução demográfica e ao aumento dos fatores de risco nas sociedades desenvolvidas temos assistido, por um lado ao progressivo envelhecimento da população e por outro ao aumento de um conjunto de riscos para a surdez”, explica João Bacelar, otorrinolaringologista.

“De forma a identificar precocemente um possível problema auditivo ou os sinais que indiquem um potencial problema, é essencial realizar rastreios auditivos regulares, de forma a evitar os danos gravosos da surdez e intervir de forma adequada e em tempo útil. É também importante prevenir utilizando protetores de ruído com filtros específicos, feitos à medida de cada ouvido”, acrescenta o especialista.

Atualmente, 590 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de défices auditivos. Estima-se que em 2050 mais de mil milhões de pessoas mundialmente sofram deste problema: uma condição que implica uma percepção reduzida dos sons e dificuldade em interpretar conversas, especialmente quando faladas em voz baixa e/ou com ruído de fundo.

Para assinalar a efeméride a Amplifon associa-se à campanha e realiza em todos os seus Centros de Reabilitação Auditiva de norte a sul, rastreios auditivos gratuitos a todos os interessados: http://www.amplifon.pt/Encontre-o-centro-Amplifon-mais-próximo/Pages/default.aspx

 

Principais factos:

  • 1,1 mil milhões de jovens em todo o mundo está em risco de perda auditiva por comportamentos de risco
  • Mais de 43 milhões de pessoas entre os 12 e 35 anos vivem com perda auditiva
  • Cerca de 50% das pessoas entre os 12 e 35 anos ouvem níveis de som inseguros em dispositivos áudio
  • Cerca de 40% de pessoas entre os 12 e 35 anos estão expostas a níveis de som potencialmente destrutivos em discotecas, bares e eventos desportivos
As várias intervenções
A reabilitação respiratória é, desde há muito tempo, um ponto de extrema importância no tratamento e
Homem a utilizar máscara de oxigénio

Existem várias intervenções de reabilitação como, por exemplo, a drenagem postural, as técnicas de reexpansão pulmonar e os exercícios respiratórios. A reeducação respiratória é considerada uma terapêutica em que a sua intervenção principal é incidente no movimento, ou seja, nos fenómenos mecânicos da respiração (ventilação externa).

Segundo Hipócrates a respiração é “o ritmo básico da vida”, ritmo esse que se baseia num processo de trocas gasosas entre as células do organismo de cada indivíduo e a atmosfera ambiente. As trocas gasosas envolvem três componentes básicos, que são o pulmonar (responsável pelo fornecimento), o circulatório (responsável pelo transporte) e o metabólico (responsável pela utilização). A função da respiração assenta em quatro pontos fulcrais que são a ventilação (movimentação do ar entre a atmosfera e os alvéolos), a perfusão (circulação sanguínea pulmonar), a difusão (troca de gases entre os alvéolos e os capilares pulmonares) e o transporte (movimentação dos gases no sangue entre os alvéolos e os diferentes tecidos).

A ventilação é um processo rítmico e automático que provoca a renovação do ar nas vias condutoras de ar para os pulmões e do ar que existe no espaço alveolar, ocorrendo durante a inspiração e a expiração pulmonar.

A inspiração baseia-se na entrada de ar nos pulmões, e acontece por uma contração do diafragma e dos músculos intercostais, que promove uma redução da pressão interna, o que força o ar a entrar nos pulmões. A expiração provoca a saída de ar dos pulmões, ocorrendo um relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais, o que aumenta a pressão interna, obrigando o ar a sair dos pulmões. Os músculos intervenientes no processo de inspiração são o diafragma e os intercostais externos (músculos principais), e os escalenos, peitoral maior e menor, serrado anterior, grande dorsal e músculos faríngeos (músculos acessórios). Na expiração os músculos intervenientes principais são os abdominais e os intercostais internos.

Situações diferentes para reeducar

Hoje em dia a reeducação respiratória é uma indicação em várias situações clínicas, entre elas:

  • alterações na caixa torácica, como por exemplo deformidades na coluna e na parede;
  • patologias broncopulmonares, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), as supurações broncopulmunares, as pneumonias e atelectasias, as granulomatoses e fibroses pulmonares;
  • patologias pleurais, como o derrame pleural e o pneumotórax;
  • patologia de foro neuromuscular com influência direta na dinâmica torácica;
  • patologias cardíacas, como a cardiopatia isquémica ou a cor pulmonale;
  • em situações geriátricas, gerontológicas e outras situações médicas, ou cirúrgicas, em que esteja presente a estase de secreções, ou insuficiência respiratória.

Cada caso é uma caso, pelo que todas as situações são particulares e devem ser ponderadas, no entanto são contraindicações para reabilitação respiratória as situações clínicas de hemoptises e hemorragias digestivas, choque, embolias pulmonares, edemas agudos do pulmão, síndromes de dificuldade respiratória nos adultos, tuberculoses pulmonares ativas e cancro do pulmão e pleura.

Principais objectivos

A função principal da reeducação respiratória é restabelecer o padrão funcional da respiração, através de técnicas manuais, posturais e cinéticas, dos componentes toracoabdominais. Como tal, os objetivos principais de uma reeducação respiratória são:

  • prevenir e corrigir alterações esqueléticas e musculares, melhorando a sua performance;
  • assegurar a permeabilização das vias aéreas;
  • prevenir e corrigir defeitos de ventilação para uma melhor distribuição e ventilação alveolar;
  • mobilizar as secreções brônquicas, promovendo a sua eliminação;
  • melhorar a ventilação pulmonar, promovendo a reexpansão pulmonar, melhorando assim a oxigenação e trocas gasosas;
  • diminuir o trabalho respiratório, diminuindo assim o consumo de oxigénio;
  • aumentar a mobilidade torácica e a força muscular respiratória;
  • promover a independência respiratória funcional;
  • prevenir complicações;
  • reduzir os sintomas;
  • melhorar a qualidade de vida da pessoa;
  • reduzir a ansiedade;
  • aumentar a participação física e emocional nas atividades de vida diária;
  • acelerar a recuperação da pessoa.

Ao proporcionar uma reeducação respiratória a uma pessoa deve ter-se em conta a fase em que se encontra a sua patologia, e as complicações que a ela se associam, as condições físicas, sociais e económicas, a forma como a pessoa consegue apreender o tratamento e a sua motivação e do cuidador, o local onde se realizará a reabilitação e os meios e os recursos que estarão disponíveis. Para que se atinja o êxito num plano de reabilitação respiratória é necessário proporcionar um ambiente calmo e de confiança, ter em conta a informação dada à pessoa e a forma como se educa e ensina, aplicar métodos motivacionais e incentivar a colaboração ativa da pessoa, explicando todos os procedimentos a adotar e qual a importância da sua participação e colaboração.

Idade pediátrica

Existem particularidades na reeducação respiratória que se prendem com a idade pediátrica. Uma criança não é um adulto em ponto pequeno, pelo que existem pontos de vista a serem tidos em conta nestas terapias. As técnicas devem ser aplicadas de uma forma passiva, quando não há colaboração por parte da criança, como é o caso dos latentes e recém-nascidos, e de forma ativa nas crianças maiores e adolescentes. Sempre que possível, as terapias devem ser efetuadas de uma forma lúdica, com ajuda de jogos e brincadeiras, nas crianças pequenas e em idade pré-escolar. Quando temos um tratamento pediátrico em mãos deve-se sempre tratar e cuidar, brincando, para uma libertação dos seus medos e para uma melhor eficiência do tratamento. Nas crianças as situações mais comuns que necessitam de reeducação respiratória são as infeções respiratórias, a asma, as pneumonias, as bronquites, e as complicações advindas de doenças neurológicas, de doenças cardiovasculares e de pós-operatórios. O objetivo principal da reabilitação em pediatria é a prevenção. Como tal, aposta-se principalmente na mobilização e consequente eliminação de secreções brônquicas, na prevenção e correção da ventilação pulmonar, oxigenação e trocas gasosas, e na prevenção de complicações e danos estruturais pulmonares.

A reeducação respiratória faz-se através de diversas técnicas, entre elas técnicas de relaxamento e descanso, consciencialização e controlo de respiração, exercícios respiratórios com reeducação diafragmática e reeducação costal, manobras de limpeza das vias aéreas, como ensinos da tosse, drenagens posturais ou manobras acessórias de percussão, vibração, compressão e vibrocompressão, técnicas de correção postural, treino de atividades de vida diária, entre outras. Todas estas técnicas devem ser prescritas, proporcionadas e ensinadas por técnicos de saúde devidamente competentes e certificados para esse efeito.

Bibliografia:
Branco, P. S. (2012). Temas de reabilitação - Reabilitação respiratória. Porto: Servier.
Cordeiro, M. d., & Menoita, E. C. (2012). Manual de boas práticas na reabilitação respiratória - Conceitos princípios e técnicas. Loures: Lusociência.

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