21 de outubro no Edifício Core, em Carnaxide
A Joaquim Chaves Saúde vai realizar, no dia 21 de outubro, uma reunião clínica dedicada à especialidade de Psiquiatria,...

Inserida nas CORE Sessions, esta iniciativa integra um ciclo de eventos científicos para partilha de conhecimento, conduzidos por profissionais de saúde de diferentes especialidades e realizados no Auditório do Edifício CORE, da Joaquim Chaves Saúde, em Carnaxide.

Numa altura em que a saúde mental tem vindo cada vez mais a debate e há um crescente conhecimento em relação ao diagnóstico e tratamento das perturbações psiquiátricas, a Joaquim Chaves Saúde apresenta uma equipa multidisciplinar, integrando diferentes equipas e especialidades médicas, que garantem a resposta mais eficaz de acordo com cada patologia.

Com início às 9h, a sessão conta com abertura por parte da Dr. Luis Lebre, diretor clínico da Joaquim Chaves Saúde, e com a participação de vários especialistas na área da Psiquiatria, de forma a debater temas como a depressão e ansiedade, a importância da avaliação neuropsicológica, a perturbação obsessivo-compulsiva e as perturbações do comportamento e da memória associadas ao envelhecimento.

A inscrição no evento poderá ser feita aqui.

 

Iniciativa conta com apresentação de estudo sobre o impacto da doença em Portugal
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) vai organizar, no dia 28 de outubro, com início às 09h15 e final previsto para...

“O mieloma múltiplo é uma doença hemato-oncológica rara, o que torna a promoção da educação sobre a doença fulcral. Estes seminários procuram proporcionar aos doentes, cuidadores e profissionais de saúde um aprofundamento dos seus conhecimentos no que diz respeito a esta patologia”, explica Manuel Abecasis, Presidente da APCL.

O evento, que vai decorrer exclusivamente em formato presencial, vai contar com várias palestras centradas em diversos aspetos da doença, como terapêuticas novas e atuais na área do mieloma múltiplo, relação da doença com a estrutura óssea, os cuidados essenciais para os cuidadores e a importância do apoio emocional e grupos de apoio nesta patologia. Durante a sessão, Cristina João, hematologista na Fundação Champalimaud, irá apresentar os resultados do estudo ‘Viver com o mieloma múltiplo: impacto na vida dos doentes em Portugal’.

Haverá ainda uma mesa redonda para refletir sobre a gestão dos efeitos adversos das novas terapêuticas, que terá o contributo de Rui Bergantim, hematologista no Centro Hospitalar e Universitário de São João; João Gil, oftalmologista no CHUC; Mariana Reis, nefrologista no CHUC; Beatriz Santos, cardiologista no CHUC; e Ana Cabral, psiquiatra também no CHUC. A moderação deste momento, que vai permitir conhecer as várias perspetivas de diferentes especialistas, ficará a cargo de Catarina Geraldes, hematologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

A inscrição no evento é gratuita e pode ser feita através do preenchimento do formulário, enviando email para [email protected] ou através do contacto telefónico 213 422 205. A iniciativa conta com o apoio das farmacêuticas GSK, Janssen, Sanofi, Sebia e Takeda.

 

 

Dia Mundial da Alimentação assinala-se a 16 de outubro
A disfagia, caracterizada pela dificuldade em mastigar e engolir alimentos, é uma realidade frequent

Cada doente é único, exigindo uma abordagem personalizada. Os familiares e cuidadores desempenham um papel fundamental na identificação precoce das dificuldades associadas à alimentação no pedido de ajuda especializada. O acompanhamento numa consulta de alimentação desempenha um papel crucial na avaliação, prevenção e tratamento destas dificuldades, oferecendo planos alimentares personalizados adaptados às necessidades individuais de cada doente, após avaliação especializada. O doente é, ainda, um parceiro ativo na definição de objetivos nutricionais e preferências alimentares. A variedade de opções alimentares é maximizada para atender às necessidades individuais de cada doente, garantindo que o prazer pela alimentação não seja comprometido.

Ao contrário do que dizem alguns mitos nem todos os doentes com disfagia necessitam de adaptar a textura e consistência dos alimentos e, mesmo quando existe essa necessidade, não significa que os purés e papas sejam a melhor opção para salvaguardar a segurança das refeições.

A abordagem da disfagia deve ser multidisciplinar, envolvendo uma equipa de profissionais de saúde, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, médicos, auxiliares de ação médica e colaboradores da restauração para lidar com a condição, especialmente em caso de internamento.

O modelo de cuidados do CNS – Campus Neurológico, centro português especializado em doenças neurológicas, não só tem por base esta multidisciplinariedade. Adicionalmente, através de cursos para profissionais de saúde e cuidadores, rastreios gratuitos e ações de sensibilização, pretende sensibilizar e informar o público em geral sobre as doenças neurológicas. Numa época em que temos acesso a tanta informação é importante garantir que essa informação é credível e tecnicamente correta. A recomendação principal é procurar orientação individualizada com um profissional de saúde

especializado e, na dúvida, questionar sempre. Educar e envolver os familiares e cuidadores formais ou informais é igualmente importante, existindo também vários momentos de formação para cuidadores.

Neste Dia Mundial da Alimentação, é importante lembrar que a alimentação desempenha um papel fundamental na nossa saúde ao longo de toda a vida. Não existe um padrão alimentar único, mas sim a importância de adotar uma dieta variada, equilibrada e integrada num estilo de vida ativo e consciente. É essencial compreender que a alimentação desempenha um papel comprovado na prevenção de doenças não transmissíveis e que, em muitos casos de doenças, deve ser guiada por profissionais de saúde qualificados.

Especificamente, nas doenças neurológicas, um acompanhamento nutricional adequado pode significar uma melhoria significativa na qualidade de vida dos doentes e dos seus cuidadores.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Aula decorre dia 21 de outubro no Hospital de Santa Maria e dia 30 no IPO de Coimbra
A Associação de Investigação de Cuidados de Suporte em Oncologia (AICSO) defende que o exercício físico devidamente...

“Fala-se muito da necessidade de humanizar e personalizar cada vez mais a Medicina, o que engloba não só a relação médico-doente, mas também a individualização terapêutica, tendo em conta as necessidades que cada pessoa apresenta num determinado momento da sua jornada oncológica. Os planos terapêuticos têm de ser desenhados numa perspetiva mais holística, incluindo o tratamento dirigido ao cancro, claro, mas também o tratamento de suporte, pois as pessoas têm uma vida para viver para além da doença e precisam de a viver com a máxima qualidade e bem-estar possível”, afirma Telma Costa, médica oncologista e membro da direção da AICSO. 

A médica acrescenta que há evidência científica de que o exercício físico é eficaz na melhoria de alguns sintomas e performance física, e seguro nas várias fases da doença.  “Queremos que esta mensagem chegue a todas as pessoas, em particular aos doentes, para que possam falar e aconselhar-se com as suas equipas de saúde, e a quem tem o poder de decidir, para que o exercício físico seja reconhecido, não apenas como uma atividade de lazer, mas sim como uma opção terapêutica de suporte, acessível e com o acompanhamento adequado por profissionais especializados neste grupo de doentes. O que queremos é uma Medicina mais humanizada e personalizada, que trará certamente vantagens para todos”, afirma.  

Telma Costa reforça que existem atualmente opções terapêuticas inovadoras que conferem mais anos de vida com qualidade, além de avanços ao nível dos meios de diagnóstico, o que ajuda a explicar a diminuição progressiva da mortalidade e uma maior sobrevivência, mesmo daqueles com doença metastizada. “Mas nós podemos ainda oferecer mais e melhor a estas mulheres, ou seja, podemos associar a esta inovação melhorias na aptidão física, qualidade de vida e bem-estar, atenuando efeitos adversos relacionados com a doença e tratamentos, e prevenindo outras patologias e complicações futuras”, diz. 

Para chamar a atenção para a importância do exercício em mulheres com cancro de mama a AICSO, através do programa ONCOMOVE, lançou a campanha “Mais vida e em equilíbrio com o cancro da mama” que conta com o apoio de diversos parceiros* na área da Saúde, entre os quais os serviços de Oncologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e o IPO de Coimbra. “Vamos estar no maior hospital do país no dia 21, às 10h30, para dar uma aula para mulheres que têm ou tiveram cancro de mama e, em Coimbra, a 30 de outubro, às 15h30, a coincidir com o Dia Nacional da Prevenção contra o Cancro da Mama”, revela Anabela Amarelo, membro da AICSO e enfermeira de Oncologia, especialista em Enfermagem de Reabilitação no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho. 

Anabela Amarelo sublinha que a evidência científica sobre os benefícios do exercício, se torna ainda mais importante quando a pessoa apresenta cancro da mama avançado com metastização a nível esquelético (ou do osso), dado o risco de fratura e de outras complicações. Não esconde que nestas situações, a prática de exercício é subutilizada, não sendo recomendado pela maioria dos médicos assistentes e enfermeiros de oncologia, porque têm dúvidas quanto à segurança e ao risco de complicações. Reconhece que a pessoa com metastização óssea compreende um perfil clínico único e multifacetado, o que torna a estratégia da reabilitação pelo exercício um verdadeiro desafio.  

No entanto, revela que, recentemente, um painel de especialistas em Exercício Físico e Cancro formulou consensos dedicados exclusivamente a indivíduos com metástases esqueléticas, o que veio ajudar os profissionais de saúde e da área da reabilitação física a estabelecer as estratégias adequadas para esta população específica. Essas recomendações atestam a segurança e eficácia do treino em pessoas com cancro metastático a nível esquelético.  

Acrescenta que, nestes casos, o foco deve estar numa avaliação cuidadosa que permita estabelecer um plano cujos objetivos sejam: a preservação da função física, o auxílio do controlo de sintomas, a prevenção das complicações e, se possível, fazer com que a pessoa que vive com metástases ósseas do cancro da mama se torne o mais funcional possível. Neste sentido, acredita que a prática de exercício físico pode ser uma boa resposta, mas a especificidade desta abordagem deve levar a que a equipa de saúde que acompanha a pessoa com metástases ósseas esteja disponível a discutir o caso e comunicar rotineiramente com o profissional de exercício que realiza o plano de treino (seja o fisiologista do exercício, fisioterapeuta ou enfermeiro de reabilitação). 

“É fundamental que os profissionais de saúde desta área e as pessoas que cuidam, tenham esse conhecimento sobre a segurança e benefício das intervenções com base no exercício físico. Como em qualquer outra área, sabemos que uma abordagem personalizada e uma boa comunicação entre especialistas será o garante para uma prestação de cuidados global e que vá realmente ao encontro das necessidades de quem cuidamos”, diz. 

Lembra ainda que os benefícios do exercício não se limitam apenas ao cancro da mama. “Nós temos já muito caminho percorrido no programa ONCOMOVE, na reabilitação do doente oncológico. Desenvolvemos, por exemplo, os projetos MAMA_MOVE e PROSTATA_MOVE para otimizar o tratamento da pessoa que vive com e para além do cancro. É um programa multidisciplinar com resultados comprovados”, remata

Curso organizado em 4 módulos
Dar a conhecer e incentivar uma alimentação saudável para crianças e jovens e reforçar a importância da envolvência familiar...

Planeado e desenvolvido por uma equipa de nutricionistas para apoiar familiares e cuidadores de crianças, o curso integra componentes teóricas e práticas, desde a escolha dos alimentos atá à confeção e consumo. Permite compreender e implementar estratégias para melhorar a alimentação dos mais jovens e contornar os habituais obstáculos que surgem nestas idades. 

O curso está organizado em quatro módulos – Alimentação saudável nos primeiros anos de vida; A alimentação em família e na escola; Como educar as crianças para uma alimentação saudável; Como implementar as recomendações para uma alimentação saudável em crianças: estratégias práticas. É composto por 20 vídeo-aulas, cada uma com cinco a sete minutos de duração. Cada módulo termina com um teste de avaliação que abrange os conteúdos abordados.

As inscrições encontram-se a decorrer até 31 de dezembro, estando disponíveis na respetiva página do curso.

No âmbito do Plano Nacional de Saúde, a Direção-Geral da Saúde definiu enquanto prioridade a redução o consumo de alimentos não saudáveis em pelo menos 15% até 2030. Sendo os primeiros anos de vida fundamentais para estabelecer os hábitos alimentares de uma criança, esta formação pretende promover da implementação de estratégias práticas que facilitem a adoção das recomendações alimentares desde o momento da gestação até à adolescência.

A plataforma NAU é um projeto pioneiro em Portugal dedicado ao ensino e formação online, reconhecido pela sua versatilidade na adequação de temáticas dirigidas a grupos alargados, como a nichos mais específicos, promovido pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia através da unidade FCCN. Consiste numa plataforma de MOOC com conteúdos gratuitos e lecionados maioritariamente em português, promovidos em conjunto com entidades de relevo dos sectores público, ensino superior e privado, disponíveis no site https://nau.edu.pt/.

Lançada em 2019, a NAU procura incentivar a requalificação, a aprendizagem ao longo da vida e o desenvolvimento pessoal dos portugueses, enquanto contribui de forma significativa para a promoção da língua portuguesa como veículo de transmissão de conhecimento.

Num contexto online e através de um conjunto de serviços digitais partilhados, que visam apoiar o desenvolvimento do ensino e da ciência em Portugal, a NAU conta com mais de 205 mil utilizadores e mais de 460.000 inscrições nas cerca de 275 edições dos mais de 130 cursos já disponibilizadas. Atualmente, estão disponíveis cursos de acesso aberto em parceria com mais de 45 entidades de referência nacional.

O financiamento inicial do projeto NAU, proveniente do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional da União Europeia e do Programa Operacional Comunitário COMPETE 2020, no âmbito do Quadro Portugal 2020, com o número de projeto 02/SAMA2020/2016, foi reforçado com financiamento proveniente do Fundo Social Europeu no âmbito do Programa Competitividade e Internacionalização para a concretização do projeto FAN – Ferramentas Avançadas NAU, com o número de projeto POCI-05-5762-FSE-000266.

Este projeto consiste na futura disponibilização de ferramentas, serviços e documentação para a plataforma NAU, nomeadamente ferramentas de avaliação online; inclusão de um chatbot de inteligência artificial; disponibilização de uma ferramenta anti-plágio; certificados mais robustos do ponto de vista de segurança; integração de ferramentas de colaboração via LTI (Learning Tools Interoperability); a possibilidade de acesso pelas entidades promotoras dos cursos a ferramentas de reporting e analítica mais complexas; possibilidade de limitar as inscrições em cursos através de processos de autenticação exclusivos; e a possibilidade de ter instâncias privadas de formação.

Opinião
16 de outubro é o Dia Mundial da Coluna.

Num planeta marcado por grandes desigualdades económicas, muitas das doenças que são quase referências históricas nos países desenvolvidos continuam a grassar e a afetar milhões de pessoas nos países em vias de desenvolvimento. Nestes, as más condições sanitárias e o difícil acesso aos cuidados de saúde explicam a grande prevalência de doenças infeciosas como a tuberculose, as sequelas da falta de tratamento atempado das deformidades da coluna nas crianças e as consequências do tratamento inadequado das lesões traumáticas da coluna.

Contudo, a ciência e a tecnologia têm feito progressos fascinantes no sentido de um diagnóstico e tratamento mais fácil, seguro e acessível. As modernas técnicas de imagem permitem um diagnóstico cada vez mais rigoroso. As tecnologias da navegação e da robótica abrem todos os dias novos horizontes na indicação e na segurança cirúrgica. O crescente desenvolvimento das técnicas cirúrgicas minimamente invasivas vão garantindo uma recuperação mais rápida e menos dolorosa com um retorno mais precoce ao trabalho e às atividades diárias. O desenvolvimento de novos fármacos e modalidades de radioterapia têm sido decisivas no tratamento e na melhoria da qualidade e esperança de vida dos doentes com cancro ou metástases vertebrais.

Os fatores genéticos são fundamentais na evolução do processo de envelhecimento da coluna, mas a rapidez com que este se desenvolve e a incapacidade que gera pode ser modificada pelas opções de cada um. Evitar o sedentarismo, controlar o peso, abandonar o tabagismo, ter uma alimentação saudável e praticar exercício são orientações que devem ser repetidas até à exaustão. A sua eficácia na prevenção e no tratamento da doença degenerativa e da osteoporose têm evidência comprovada. Neste sentido, o lema do Dia Mundial da Coluna de 2023 é «move a tua coluna» e tem como objetivo convocar uma grande mobilização internacional no sentido da promoção da atividade física, do combate ao sedentarismo e da sensibilização para a criação de condições mais saudáveis no trabalho.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Instituto de Medicina Molecular (IMM) e Universidade Pompeu Fabra
Um grupo de cientistas liderado pelo Prof. Miguel Castanho, docente e investigador do Instituto de Medicina Molecular (IMM), em...

“Estamos a falar de vários vírus, alguns dos quais subvalorizados pela população, o que é um erro”, reforça Miguel Castanho. “É o caso da SIDA, que persiste como um problema sério; do sarampo, que levanta preocupações a nível mundial desde que alguns grupos começaram a optar por não se vacinar ou do SARS-CoV-2, que se sabe pode também provocar danos neurológicos.”

A esta lista juntam-se ainda os responsáveis pelo Zika, dengue e chikungunya, cuja ameaça, devido às alterações climáticas e à expansão das colónias de um tipo específico de mosquito, o chamado mosquito-tigre, já detetado no norte, sul e centro da Europa, incluindo Portugal e Espanha, se torna cada vez mais real.

“Estamos a trabalhar no desenvolvimento de um medicamento que deverá ter duas características inovadoras importantes: ser de largo espetro, porque uma mesma espécie de mosquito pode transportar várias espécies de vírus, como dengue, Zika ou chikungunva, e ser capaz de proteger o cérebro dos fetos em mulheres grávidas, porque um desses vírus, o Zika, tem capacidade de causar microcefalia nos bebés. Poderá vir a ser um medicamento preventivo, que protege contra o desenvolvimento de infeções, ou um medicamento curativo, isto é, que inativa vírus que já iniciaram um processo de infeção no corpo”, esclarece o investigador do IMM.

David Andreu, investigador da Universidade Pompeu Fabra, reforça a importância desta parceria e do alerta da Organização Mundial de Saúde sobre o chamado Longo Covid. “É certo que o fim da pandemia de Covid-19 já foi decretado, mas há uma chamada de atenção, que se traduziu num plano de abordagem de emergência para a doença, isto devido aos milhões de casos de Longo Covid que vão continuar a necessitar de cuidados médicos".

Esta continua a ser, de resto, uma preocupação, com a OMS a estimar uma sobrecarga enorme para os serviços de saúde, que precisam de dar resposta aos doentes que continuam a viver com o impacto da Covid, procurando tratamentos que lhes devolvam a qualidade de vida, não só ao nível físico, mas também psicológico, o que justifica também a aposta deste grupo de investigadores.

Tromboembolismo venoso é a segunda principal causa de morte nos doentes oncológicos
O estudo PROTINCOL, um estudo ibérico promovido pelo Grupo Gallego de Investigación en Tumores Digestivos (GITuD), com o apoio...

Estima-se que os resultados do estudo PROTINCOL, cujo principal foco é o cancro do cólon, sejam apresentados no último trimestre de 2025. A identificação dos doentes que necessitam de terapêutica anticoagulante surge como uma necessidade urgente para evitar que alguns doentes possam estar expostos, desnecessariamente, ao risco de hemorragias.

O coordenador do estudo em Portugal, Hélder Mansinho, Diretor do Serviço de Hemato-Oncologia do Hospital Garcia de Orta, refere que “os doentes com cancro do cólon que sofrem de tromboembolismo venoso têm um pior prognóstico e geram custos acrescidos em saúde. Se a individualização da profilaxia antitrombótica puder reduzir as complicações do tratamento oncológico ambulatório e for custo-efetiva, será uma mais-valia no cuidado futuro de doentes com cancro colorretal metastático. Estima-se que os resultados do estudo PROTINCOL sejam apresentados no último trimestre de 2025”.

Esteve Colomé, Diretor do Departamento Médico da Unidade de Trombose da LEO Pharma, comenta que “o uso de novos e mais eficazes tratamentos anticancerígenos levaram a um aumento na incidência do tromboembolismo venoso em doentes oncológicos. Apoiar estudos da Iniciativa do Investigador, como este, que permitem adquirir um maior conhecimento sobre a patologia e beneficiar a qualidade de vida dos doentes, é da maior relevância”.

Os doentes com cancro apresentam um risco superior de desenvolver um coágulo venoso1, devido à alteração do equilíbrio do sistema de coagulação. De acordo com dados do Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT), o tromboembolismo venoso (TEV) associado ao cancro é cada vez mais prevalente, e as estimativas apontam para que afete um quinto de todos os doentes oncológicos. É a segunda principal causa de morte em doentes com cancro, apenas ultrapassada pelo próprio tumor.

 

Dados são revelados no âmbito da campanha “Olhe Pelas Suas Costas”
A equipa de coordenação da campanha “Olhe Pelas Suas Costas”, liderada pelo Professor Doutor Rui Duarte, divulga os resultados...

Os dados foram recolhidos à margem de um rastreio desenvolvido no âmbito da campanha “Olhe Pelas Suas Costas” e pretendeu-se avaliar a prevalência da dor relacionada com a coluna vertebral na população portuguesa, bem como as ações preventivas adotadas por cada indivíduo.  Neste sentido, cerca de 80% indica ter procurado ajuda profissional para fazer face a esta condição, sendo que cerca de 75% confirmou já ter recorrido à medicina tradicional (Medicina Geral e Familiar, Ortopedia, Neurocirurgia, Fisiatria, ou outros); 15% procurou ajuda de fisioterapia e 10% optou por recorrer a osteopatia.  

As dores de costas podem ser consequência de inúmeros fatores, entre eles, o estilo de vida sedentário, com ausência da prática de exercício físico no topo da lista. Contudo, também fatores biológicos, como o desgaste do disco intervertebral, determinadas doenças ósseas, ou fatores psicológicos, como o stress e a depressão podem estar associados à manifestação destas dores.

Segundo o coordenador da campanha “Olhe pelas Suas Costas”, o Professor Doutor Rui Duarte, “A dor de costas pode instalar-se de forma gradual, ou, em alguns casos, pode surgir repentinamente, mas, é fundamental que os doentes sejam avaliados, atempadamente, por um médico, como forma de encontrarem as soluções mais indicadas para o seu caso”.

As dores de costas têm um forte impacto na qualidade de vida, sendo que, em alguns casos, podem mesmo vir a ser incapacitantes. Ainda segundo dados recolhidos durante este estudo, cerca de 24% dos inquiridos afirma já ter faltado ao trabalho devido a esta condição.

“A ajuda médica é necessária, uma vez que quem sofre com dores de costas vê a sua mobilidade ficar mais limitada, dia após dia, e também perde qualidade de vida”,  acrescenta o Professor Doutor Rui Duarte. “Como forma de prevenção, existem alguns comportamentos que devem ser adotados, como a prática de exercício físico ativo e regular, já que fortalecer os músculos abdominais e das costas ajudam a coluna a desempenhar a sua função de suporte, prevenindo, assim o aparecimento e agravamento da sintomatologia”, finaliza o Coordenador da campanha.

O estudo contou com a participação de 579 indivíduos, dos quais 57,5% são do género feminino e 42,5% são do género masculino. Relativamente aos intervalos de idades, 28,3% situava-se no intervalo entre os 40 e os 49 anos, 21,1% no intervalo entre os 30 e 39 anos, 16,9% entre os 20 e os 29 anos, 14,9% entre os 50 e os 59 anos e 11,1% entre os 60 e 69 anos, sendo que os restantes se distribuíram por outros intervalos menos relevantes.

A campanha “Olhe Pelas Suas Costas” tem como principal objetivo aumentar o grau de sensibilização da população portuguesa para as principais doenças que afetam a coluna vertebral e conta com o apoio científico Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV), Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia (SPN), Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT), Associação Para o Estudo da Dor (APED), Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral (APMGF) e Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação (SPMFR), bem com o apoio da Medtronic Portugal.

Primeira temporada estreou no passado dia 14
Para assinalar o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) lançou, no dia 14...

Dedicado à partilha de histórias de vida de pessoas tocadas pelos cuidados paliativos, nomeadamente profissionais, famílias ou doentes, Catarina Pazes, presidente da APCP, explica que “esta iniciativa representa mais um passo no contributo para aumentar a literacia nesta área e surge com o objetivo de sensibilizar para a importância dos cuidados paliativos e da valorização destes serviços de saúde, através da partilha de experiências de quem contacta com esta realidade”.

Luto, dor, paliativos pediátricos, cuidados domiciliários e outros temas relacionados com os cuidados paliativos estarão em destaque, quinzenalmente, no podcast ‘(N)As Voltas da Vida’.

“Comunicar estas temáticas em formato de podcast foi uma estratégia da APCP para chegar a novos públicos e dar a conhecer a importância dos cuidados paliativos de forma mais simples e eficaz. Acreditamos que contar a história de quem vive de perto com os cuidados paliativos é um ponto de partida para que as pessoas compreendam melhor esta área e possam valorizar estes serviços de saúde”, sublinha a presidente da associação.

De acordo com APCP, há cerca de 70 mil pessoas em Portugal sem acesso a este tipo de cuidados, fundamentais a quem sofre de doença terminal ou doenças associadas a um sofrimento extremo. A associação pretende ainda que os cuidados paliativos sejam encarados como qualquer outra área da medicina, cuja escassez de recursos deve ser uma das prioridades para este Governo e que o doente possa participar nas decisões ao longo do seu processo de doença e exercer o seu direito ao consentimento informado*.

 

 

Estudo publicado na revista Pharmaceuticals
A administração de células mesenquimais do cordão umbilical mostrou ser eficaz em crianças com Doença do Enxerto contra o...

Aos 52 doentes, crianças e adultos, incluídos neste estudo, foram administradas, por via intravenosa, em média, quatro infusões de células mesenquimais do tecido do cordão umbilical, previamente multiplicadas em laboratório. A resposta dos doentes foi avaliada nos dias 28, 100 e 180 e no primeiro e segundo ano após o tratamento.

Até ao 28º dia, a maioria dos doentes (63.5%) apresentou uma resposta favorável ao tratamento. Foram avaliadas a sobrevivência global e a sobrevivência sem recaída tendo-se verificado que ambas tiveram resultados muito mais favoráveis em crianças. Com efeito, aos 100 dias a sobrevivência global em crianças foi de 62.9% enquanto nos adultos foi de 29.5%. Embora tenham sido reportados efeitos adversos agudos em 32.7% dos doentes, apenas dois casos foram considerados moderados ou severos.

“Devido à capacidade de regulação da resposta imunitária, atividade anti-inflamatória e potencial para a regeneração de tecidos e órgãos, a administração de células mesenquimais tem surgido como uma terapia alternativa para doentes com Doença do Enxerto contra o Hospedeiro que não respondem a corticosteroides”, afirma Carla Cardoso, Diretora do Departamento de I&D da Crioestaminal. “Considerando os resultados encorajadores recentemente obtidos, a administração destas células foi já recomendada pela European Society for Blood and Marrow Transplantation (EBMT) como terapêutica de segunda linha para esta doença”, acrescenta a investigadora.

Os investigadores acreditam que o tratamento com células mesenquimais do cordão umbilical é uma alternativa terapêutica eficaz e com um bom perfil de segurança para crianças com idade inferior a 12 anos, faixa etária para a qual menos opções terapêuticas se encontram aprovadas.

A Doença do Enxerto contra o Hospedeiro é uma complicação potencialmente fatal que se desenvolve após um transplante alogénico (isto é, que envolve um dador) de células estaminais hematopoiéticas, resultando da reação das células do dador ao organismo da pessoa transplantada.

A principal causa de morte em doentes submetidos a transplante hematopoiético alogénico é a forma aguda da Doença do Enxerto contra o Hospedeiro resistente a corticosteroides, sendo caracterizada por inflamação aguda e disfunção de vários órgãos, como a pele, o trato gastrointestinal e o fígado. Aos seis meses, a taxa de sobrevivência é de 40%, reduzindo a longo prazo para 17% em doentes que não respondem à terapia utilizada.

A terapia mais utilizada é o tratamento com corticosteroides, no entanto 40 a 50% dos doentes não responde a esta terapêutica, sendo por isso necessários tratamentos alternativos. Recentemente, o medicamento ruxolitinib, um inibidor seletivo de proteínas importantes para a função imunitária e hematopoiese (processo através do qual se formam as células do sangue), foi aprovado para o tratamento da Doença do Enxerto contra o Hospedeiro em doentes com idade superior a 12 anos. Para além deste, outros medicamentos têm sido utilizados, no entanto, nenhum tem permitido alcançar uma resposta clínica inteiramente satisfatória.

As células mesenquimais, que podem ser obtidas a partir de vários tecidos, como a medula óssea, o tecido adiposo, a placenta e o tecido do cordão umbilical, têm mostrado potencial para tratar doentes que não respondem a outros tratamentos.

Fórum AOP Health reúne especialistas de Espanha e Portugal
A primeira edição do “AOPH Meeting”, um dos principais fóruns de debate multidisciplinar dedicados à hipertensão pulmonar (HP),...

O encontro contou com especialistas dos principais centros de referência para a doença em Portugal, localizados no Porto, Coimbra e Lisboa, colocou em debate os tratamentos atuais, o papel importante da enfermagem e os desafios na abordagem desta patologia em Espanha e Portugal, países com sistemas de saúde muito semelhantes. Diagnóstico, terapêuticas e acompanhamento do doente com hipertensão arterial pulmonar (HAP) e tromboembolismo pulmonar crónico, doenças crónicas que causam sobrecarga progressiva e consequente disfunção do ventrículo direito e insuficiência cardíaca, foram alguns dos temas que colocaram em evidência os avanços no desenvolvimento de novas alternativas terapêuticas como as que nos últimos anos permitiram aumentar a sobrevida média dos doentes. No que diz respeito à HAP é mais comum em mulheres jovens e antes do aparecimento de terapias específicas a sobrevida média era de 2 a 3 anos.

Graça Castro, cardiologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, moderou um dos debates e considera que “este encontro constitui um importante fórum de discussão em torno da hipertensão arterial pulmonar (HAP) e tromboembolismo pulmonar crónico, doenças crónicas que afetam várias centenas de portugueses, estimando-se que a incidência possa chegar a 35 novos casos por ano e cujo manejo tem tanto de desafiante como gratificante”.

Apesar de todos os avanços nesta área, Nuno Lousada, médico cardiologista Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte – Hospital Pulido Valente acredita que “o principal desafio continua a ser melhorar os resultados para uma melhor sobrevida e qualidade de vida do doente.  A verdade é que a mortalidade e a morbilidade dos doentes com hipertensão pulmonar continuam elevadas”.

Diagnóstico precoce e abordagem multidisciplinar, principais desafios

A deteção precoce de hipertensão pulmonar e referenciação precoce de doentes de alto risco ou complexos constam nas recomendações da European Society of Cardiology (ESC) e da European Respiratory Society (ERS) para o diagnóstico e tratamento de hipertensão pulmonar e encontram-se publicadas no European Heart Journal e no European Respiratory Journal.

Apesar dos esforços que têm sido feitos para divulgar a patologia, o diagnóstico continua a ser tardio e os pacientes geralmente recebem o diagnóstico em estágios avançados da doença, em classe funcional III ou IV Como os sintomas podem ser inespecíficos e semelhantes a outras doenças, muitas vezes são necessários testes especializados. Por isso, os médicos consideram fundamental garantir o acesso aos exames e que sejam utilizados de forma adequada para conseguir um diagnóstico precoce.

“Diagnosticar e tratar precocemente é um desafio que exige pensarmos neste diagnóstico no contexto clínico apropriado e referenciarmos estes doentes aos Centros de Tratamento de Hipertensão Arterial Pulmonar, que possuem equipas multidisciplinares com especialistas e recursos técnicos para o diagnóstico diferencial e o tratamento desta patologia complexa. É da responsabilidade de todos transformarmos essas possibilidades em ganhos de saúde reais para os doentes com hipertensão pulmonar”, acrescenta Mário Santos, cardiologista do Centro Hospitalar Universitário de Santo António no Porto.

Neste encontro marcado pela valorização do diagnóstico precoce e de uma abordagem multidisciplinar, Alzira Melo, enfermeira do Centro Hospitalar Universitário de Santo António, no Porto, acredita que “60% dos doentes podem melhorar a sua qualidade de vida e sobrevida quando diagnosticados atempadamente”. Quando abordada sobre a questão da sensibilização para a doença, não tem dúvidas que, apesar de se tratar de uma doença subdiagnosticada “os médicos estão cada vez mais atentos e referenciam cada vez mais doentes para as consultas de seguimento de HP, ainda que muitas vezes os próprios doentes não percebam o porquê da referenciação”.

Para Andreia Bernardo, uma das responsáveis pela Consulta de Enfermagem de Hipertensão Pulmonar do Centro de Tratamento de Hipertensão Arterial Pulmonar do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte - Hospital Pulido Valente, “esta área constitui um grande desafio para as enfermeiras pelas suas especificidades, o que exige uma constante atualização de conhecimentos. A HAP, sendo uma doença crónica, provoca grandes limitações na vida do doente, com forte impacto familiar, social e profissional, exigindo da equipa de enfermagem uma grande disponibilidade e um acompanhamento regular. A relação terapêutica, a parceria de cuidados com o doente e a família, assim como a articulação entre os vários elementos da equipa multidisciplinar desempenham um papel crucial na melhoria da qualidade de vida destes doentes”.

100 milhões de doses potencialmente perdidas
Os novos dados partilhados pela GSK, em colaboração com o IQVIA Institute for Human Data Science e a Global Coalition on Aging ...

Este facto é evidenciado num relatório efetuado recentemente, com o apoio da GSK, que destaca as tendências da imunização no adulto a nível mundial e o impacto que a pandemia da COVID-19 teve na adesão às vacinas na população adulta. De acordo com a análise, apesar do sucesso dos programas de vacinação de adultos contra a COVID-19 – com 132 doses de vacinas administradas por cada 100 adultos em 2022 – apenas 16,2 doses por 100 adultos foram administradas a nível mundial no que diz respeito a outras vacinas para adultos.

A análise mostra também que a pandemia da COVID-19 teve um impacto particularmente negativo na vacinação de adultos em países de categoria média ou baixa do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), um índice que tem em conta a esperança média de vida, a educação e o rendimento per capita2. Países como a Índia, Marrocos e Filipinas (categoria média) e o Paquistão, Senegal, Togo e outros (categoria baixa) registaram declínios substanciais nas taxas de vacinação de adultos durante a pandemia, permanecendo abaixo das linhas de tendência. Os países com um IDH "muito elevado", incluindo os EUA, a maior parte da Europa, o Japão, entre outros, apresentavam os maiores progressos na vacinação de adultos antes da pandemia. Estes países também registaram um declínio na adesão, após terem atingido um pico em 2020-2021, do qual ainda estão a recuperar.

"Embora tenham sido realizados progressos significativos no desenvolvimento de vacinas para ajudar a prolongar a saúde dos adultos3, os dados demonstram que não estamos a conseguir proteger os adultos de todo o mundo contra as doenças que podem ser prevenidas através da vacinação. Melhorar o acesso à imunização dos adultos faz parte da solução para apoiar o envelhecimento saudável, criar forças de trabalho robustas, melhorar a capacidade dos cuidados de saúde e aumentar a resiliência socioeconómica e dos sistemas de saúde. Estamos empenhados em colaborar com o GCOA, a IQVIA e outros especialistas, advocates e comunidades para garantir que mais adultos tenham acesso imediato aos programas de vacinação", afirmou Piyali Mukherjee, VP Global Vaccines Medical Affairs da GSK.

A imunização dos adultos pode ser associada a uma melhoria da saúde e da qualidade de vida, reduzindo, em alguns casos, o risco de hospitalização para metade e de morte para um terço3. Apesar disso, as taxas de vacinação dos adultos são quase sempre inferiores às da população em idade pediátrica3. Atualmente, mais de 80% das vacinas em desenvolvimento pelos membros da Vaccines Europe, um grupo que representa empresas de vacinas de todas as dimensões que operam na Europa, destinam-se a adultos4, inaugurando uma nova era para a ciência. No entanto, com o investimento em vacinas para adultos a representar menos de 2% do total das despesas farmacêuticas em todas as regiões, existe uma ampla oportunidade para aumentar o investimento proactivo na prevenção. Adicionalmente, estima-se que cada euro que um governo investe na vacinação de adultos com mais de 50 anos poderia gerar um retorno de 4 euros devido ao impacto das doenças no crescimento, na produtividade e na participação da força de trabalho, bem como nos sistemas fiscais e de pensões5.

Com o objetivo de melhorar as taxas de vacinação, a imunização de adultos deve tornar-se um padrão nos cuidados de saúde. A existência de programas nacionais de vacinação sólidos que integrem as recomendações de vacinação de adultos, poderá ajudar a melhorar a implementação dos mesmos. Os programas de vacinação para adultos que simplificam o timing para administração das várias vacinas, juntamente com o número de profissionais de saúde aptos para o fazer e o aumento dos locais de vacinação, contribuirão para um acesso mais generalizado. O acompanhamento da adesão à vacinação e a definição de objetivos, permitiriam a avaliação contínua das intervenções políticas e apoiariam a introdução de novas medidas ao longo do tempo.

Michael W. Hodin, Diretor Executivo do GCOA, refere: "À semelhança da política de vacinação contra a COVID-19, é fundamental que todas as vacinas para adultos sejam consideradas valiosas não só para a saúde dos adultos, mas também da sociedade em geral. A saúde da nossa população adulta é um fator crítico para a saúde geral da nossa economia global e, por conseguinte, a prevenção é um instrumento de impacto positivo para os sistemas de saúde em geral. O acesso generalizado às vacinas para adultos contribuirá também para a realização de progressos significativos no que respeita aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e à Década do Envelhecimento Saudável. Todos os que investem numa longevidade saudável, desde os empregadores centrados na sua força de trabalho até aos profissionais de saúde, beneficiam de uma abordagem de imunização ao longo da vida." 7

A GSK tem como objetivo impactar positivamente a saúde de mais de 2,5 mil milhões de pessoas até ao final de 2030, sendo que o desenvolvimento de vacinas inovadoras para adultos pode contribuir para a concretização deste objetivo.

Para mais informações sobre a análise global das tendências de vacinação dos adultos e a metodologia completa, consultar https://www.iqvia.com/insights/the-iqvia-institute/reports/trends-in-global-adult-vaccination.

Referências

  1. Trends in Global Adult Vaccination: Impact of COVID-19 - RESEARCH BRIEF - IQVIA
  2. UNDP. Human Development Index. https://hdr.undp.org/data-center/human-development-index#/indicies/HDI (Last accessed June 2023)
  3. McElhaney, J. E., et al. European Geriatric Med. 2016; 7(2): 171-175.
  4. Doherty TM, Del Giudice G, Maggi S. Ann Med. 2019 Mar;51(2):128-140
  5. Vaccines Europe. Vaccines Europe pipeline review, 2022. https://www.vaccineseurope.eu/wp-content/uploads/2023/01/00663248_EFP-Vaccine- Innovation-Report-RGB.pdf (Last accessed 28 February 2023)
  6. Vaccines Europe. Priotising adult immunisation policy in Europe https://www.vaccineseurope.eu/news/position-papers/prioritising-adult-immunisation- policy-in-europe (last accessed June 2023)
  7. New analysis shows lost ground on adult immunisation during the pandemic with 100 million doses potentially missed | GSK (last accessed July 2023)

 

Estudo
Estudo da Associação Direito Mental indica que a maioria dos juristas e advogados reconhece que as exigências da profissão...

Mais de um terço (35%) dos advogados em Portugal não voltaria a escolher a profissão, revela um estudo da Associação Direito Mental, uma iniciativa de juristas empenhada no apoio, sensibilização e divulgação da saúde mental na comunidade jurídica portuguesa, divulgado esta terça-feira. O estudo indica ainda que a maioria reconhece que as exigências e obrigações da advocacia interferem na sua participação em atividades familiares, além de que 34% foi diagnosticada no passado por um profissional de saúde com alguma perturbação de saúde mental.

O estudo sobre a saúde mental e o impacto da profissão no bem-estar e na vida de juristas, estagiários, advogados e advogados in-house, desenvolvido em colaboração com o ProChild CoLAB e o Centro de Investigação em Psicologia da Universidade do Minho, contou com a participação de 823 profissionais de todo o país. Os resultados revelam os desafios enfrentados por esta comunidade, incluindo as suas condições psicológicas e de saúde crónicas e eventos negativos recentes, colocando o holofote sobre a urgência de apoio à sua saúde mental.

"Este estudo expõe claramente o panorama organizacional jurídico e é um marco importante no caminho para a promoção da saúde mental dos profissionais de Direito”, declarou a diretora-executiva da Direito Mental, Raquel Sampaio. “Ao reconhecermos estes desafios, podemos criar um ambiente mais saudável para todos. Queremos sinalizar aos nossos colegas que os ouvimos e demonstrar o nosso compromisso em tomar medidas eficazes para auxiliar quem precisa.”

Os 35% dos participantes que se mostraram mais insatisfeitos com a sua vida profissional evidenciaram níveis mais elevados de sintomas de depressão, ansiedade e burnout, em consonância com estudos anteriores sobre a relação entre satisfação profissional e saúde mental. Em oposição, aqueles que expressaram maior satisfação com a sua carreira, apresentaram níveis mais baixos de sintomas, reforçando a relevância de priorizar o bem-estar dos profissionais quando se delineia o futuro da cultura organizacional no campo jurídico. 

Mais de metade dos inquiridos (55%) reconheceu que as exigências e obrigações da sua profissão os privam de participar em atividades familiares. Este dilema persistente entre as responsabilidades profissionais e a vida pessoal tem um notório impacto no seu bem-estar.

Nesta linha, cerca de um terço (34%) referiu já ter recebido um diagnóstico de uma perturbação psicológica, com a depressão, a ansiedade e o síndrome de burnout a figurar como as mais mencionadas. Adicionalmente, 36% dos profissionais da área do Direito relataram ter vivido pelo menos um evento negativo com impacto significativo na sua vida nos últimos dois anos, incluindo situações como doenças familiares, desemprego e o impacto da pandemia COVID-19. 

Marlene Sousa, psicóloga e investigadora no Laboratório ProChild, expressa a sua preocupação, afirmando: "Estes resultados são um alerta claro para a necessidade de sensibilização e apoio à saúde mental nesta comunidade. O estudo revela um quadro preocupante e evidencia a importância crucial de implementar estratégias de apoio eficazes, baseadas na evidência empírica, para promover a saúde mental e o bem-estar dos profissionais do Direito.”

Além das questões do foro psicológico, 18% dos participantes revelaram ter um diagnóstico prévio de alguma doenças crónica ou condição médica de longa duração, reportando problemas como hipertensão, hipertiroidismo e doenças autoimunes. Este panorama reforça a importância de cuidados de saúde preventivos e de gestão de doenças crónicas, especialmente em ambientes de elevada exigência, como o campo jurídico. 

A Direito Mental, fundada em 2022, procura contribuir ativamente para combater estes estigmas e criar uma cultura positiva de saúde mental na comunidade jurídica, especialmente no local de trabalho e nas instituições de ensino. Por isso, foca-se na promoção de literacia e ações de sensibilização, capacitando e divulgando as melhores práticas, informação sobre as causas, efeitos e tratamentos desta temática.

Associação de Investigação de Cuidados de Suporte em Oncologia
Profissionais de saúde e especialistas em exercício físico em doentes com cancro promovem aula no Hospital de Santa Maria, em...

A Associação de Investigação de Cuidados de Suporte em Oncologia (AICSO) defende que o exercício físico devidamente supervisionado e individualizado deve ser incluído no plano de tratamentos para as pessoas com diagnóstico de cancro de mama, como um “medicamento”, a par de outras terapêuticas, como analgésicos, antieméticos e outros medicamentos de suporte, assim como dos tratamentos dirigidos ao cancro, como a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia, a hormonoterapia e outras  terapêuticas-alvo ou a imunoterapia. 

“Fala-se muito da necessidade de humanizar e personalizar cada vez mais a Medicina, o que engloba não só a relação médico-doente, mas também a individualização terapêutica, tendo em conta as necessidades que cada pessoa apresenta num determinado momento da sua jornada oncológica. Os planos terapêuticos têm de ser desenhados numa perspetiva mais holística, incluindo o tratamento dirigido ao cancro, claro, mas também o tratamento de suporte, pois as pessoas têm uma vida para viver para além da doença e precisam de a viver com a máxima qualidade e bem-estar possível”, afirma Telma Costa, médica oncologista e membro da direção da AICSO. 

A médica acrescenta que há evidência científica de que o exercício físico é eficaz na melhoria de alguns sintomas e performance física, e seguro nas várias fases da doença.  “Queremos que esta mensagem chegue a todas as pessoas, em particular aos doentes, para que possam falar e aconselhar-se com as suas equipas de saúde, e a quem tem o poder de decidir, para que o exercício físico seja reconhecido, não apenas como uma atividade de lazer, mas sim como uma opção terapêutica de suporte, acessível e com o acompanhamento adequado por profissionais especializados neste grupo de doentes. O que queremos é uma Medicina mais humanizada e personalizada, que trará certamente vantagens para todos”, afirma.  

Telma Costa reforça que existem atualmente opções terapêuticas inovadoras que conferem mais anos de vida com qualidade, além de avanços ao nível dos meios de diagnóstico, o que ajuda a explicar a diminuição progressiva da mortalidade e uma maior sobrevivência, mesmo daqueles com doença metastizada. “Mas nós podemos ainda oferecer mais e melhor a estas mulheres, ou seja, podemos associar a esta inovação melhorias na aptidão física, qualidade de vida e bem-estar, atenuando efeitos adversos relacionados com a doença e tratamentos, e prevenindo outras patologias e complicações futuras”, diz. 

Para chamar a atenção para a importância do exercício em mulheres com cancro de mama a AICSO, através do programa ONCOMOVE, lançou a campanha “Mais vida e em equilíbrio com o cancro da mama” que conta com o apoio de diversos parceiros* na área da Saúde, entre os quais os serviços de Oncologia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e o IPO de Coimbra. “Vamos estar no maior hospital do país no dia 21, às 10h30, para dar uma aula para mulheres que têm ou tiveram cancro de mama e, em Coimbra, a 30 de outubro, às 15h30, a coincidir com o Dia Nacional da Prevenção contra o Cancro da Mama”, revela Anabela Amarelo, membro da AICSO e enfermeira de Oncologia, especialista em Enfermagem de Reabilitação no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho. 

Anabela Amarelo sublinha que a evidência científica sobre os benefícios do exercício, se torna ainda mais importante quando a pessoa apresenta cancro da mama avançado com metastização a nível esquelético (ou do osso), dado o risco de fratura e de outras complicações. Não esconde que nestas situações, a prática de exercício é subutilizada, não sendo recomendado pela maioria dos médicos assistentes e enfermeiros de oncologia, porque têm dúvidas quanto à segurança e ao risco de complicações. Reconhece que a pessoa com metastização óssea compreende um perfil clínico único e multifacetado, o que torna a estratégia da reabilitação pelo exercício um verdadeiro desafio.  

No entanto, revela que, recentemente, um painel de especialistas em Exercício Físico e Cancro formulou consensos dedicados exclusivamente a indivíduos com metástases esqueléticas, o que veio ajudar os profissionais de saúde e da área da reabilitação física a estabelecer as estratégias adequadas para esta população específica. Essas recomendações atestam a segurança e eficácia do treino em pessoas com cancro metastático a nível esquelético.  

Acrescenta que, nestes casos, o foco deve estar numa avaliação cuidadosa que permita estabelecer um plano cujos objetivos sejam: a preservação da função física, o auxílio do controlo de sintomas, a prevenção das complicações e, se possível, fazer com que a pessoa que vive com metástases ósseas do cancro da mama se torne o mais funcional possível. Neste sentido, acredita que a prática de exercício físico pode ser uma boa resposta, mas a especificidade desta abordagem deve levar a que a equipa de saúde que acompanha a pessoa com metástases ósseas esteja disponível a discutir o caso e comunicar rotineiramente com o profissional de exercício que realiza o plano de treino (seja o fisiologista do exercício, fisioterapeuta ou enfermeiro de reabilitação). 

“É fundamental que os profissionais de saúde desta área e as pessoas que cuidam, tenham esse conhecimento sobre a segurança e benefício das intervenções com base no exercício físico. Como em qualquer outra área, sabemos que uma abordagem personalizada e uma boa comunicação entre especialistas será o garante para uma prestação de cuidados global e que vá realmente ao encontro das necessidades de quem cuidamos”, diz. 

Lembra ainda que os benefícios do exercício não se limitam apenas ao cancro da mama. “Nós temos já muito caminho percorrido no programa ONCOMOVE, na reabilitação do doente oncológico. Desenvolvemos, por exemplo, os projetos MAMA_MOVE e PROSTATA_MOVE para otimizar o tratamento da pessoa que vive com e para além do cancro. É um programa multidisciplinar com resultados comprovados”, remata. 

Inês Tralha
O surf, além de ser um desporto, é, para muitos, um estilo de vida. Estima-se que existam 23 milhões de praticantes de surf em...

Estimular o sistema imunitário e equilibrar os níveis de serotonina, já que podem ser encontradas, abundantemente, micro-partículas de iões negativos na rebentação das ondas do mar e em cascatas e florestas. Níveis mais elevados de serotonina traduzem-se numa sensação de bem-estar e boa disposição.

Desencadear efeitos terapêuticos em situações de Transtorno de Stress Pós-Traumático ou em projetos de reabilitação, com pessoas com doenças variadas, como quadros de ansiedade e depressão ou situações relacionadas com o suporte para a exclusão social, entre outras. O surf manifesta resultados positivos que se traduzem numa melhoria do estado de saúde físico e mental geral, redução de estados de ansiedade e de depressão, aumento da autoconfiança, aumento da felicidade e do sentimento de liberdade, ampliação da resiliência e, ainda, melhoria de laços sociais dos praticantes.

Contribuir para um maior bem-estar: O surf é uma atividade física desportiva praticada em contacto com a natureza e debaixo de sol, com uma exigência variada, desde a capacidade cardiovascular, a resistência, força, equilíbrio, controlo motor. É um poderoso regulador dos nossos neurotransmissores e hormonas, que têm a capacidade de transformar o nosso corpo numa poderosa máquina de produção de adrenalina, dopamina e serotonina, associado a sensações de felicidade, pura alegria, satisfação e motivação. 

Reduzir o stress: O nosso cérebro gera determinados padrões de atividade elétrica, que dependem do que estamos a fazer e dos nossos sentimentos. Há cinco tipos de frequências de ondas cerebrais: Gamma, Beta, Alpha, Theta e Delta (por ordem das mais rápidas para as mais lentas). Quando surfamos, conseguimos uma mistura ideal entre a frequência mais baixa (Delta), que nos proporciona um sentimento de calma, relaxamento, e foco e, ao mesmo tempo, as ondas cerebrais podem derivar para as altas frequências (Beta). Estas transições entre diferentes frequências ajudam a reduzir os níveis de stress e aumentam a sensação de bem-estar. 

Fundação José Neves
No mês dedicado à Saúde Mental, a Fundação José Neves (FJN) divulga três Guias para que cada um de nós, os pais, os professores...

Cumprindo a sua missão de despertar a consciência individual, fortalecer o lado humano e promover o bem-estar e a saúde mental dos portugueses, no mês em que se assinala o Dia Mundial da Saúde Mental, a Fundação José Neves divulga três guias para ajudar os portugueses a cuidarem da saúde mental, assim como a aplicação de desenvolvimento pessoal 29k FJN, que já conta perto de 70 mil utilizadores registados e os testemunhos de personalidades como Catarina Furtado e Pedro Ribeiro

Catarina Furtado participa no curso ‘Nutrir relações em tempos difíceis’, através do qual ajuda a dar os primeiros passos em direção a ligações mais profundas. “A vida é uma permanente aprendizagem. É fundamental termos as ferramentas essenciais que nos ajudem a lidar com os imprevistos, com as mudanças, com os momentos mais desafiantes que nos provocam um carrossel de emoções. Mas é nas alturas difíceis, no meio da agitação, da turbulência, que nos esquecemos facilmente de nutrir e de alimentar as nossas relações. É nossa responsabilidade exercitarmos a humildade que nos permite perceber que precisamos uns dos outros. É uma escolha. A mais certa.”

Por sua vez, Pedro Ribeiro dá também o seu testemunho às ferramentas que a Fundação José Neves disponibiliza. “A Saúde Mental é um problema estruturante, atravessa toda a sociedade, idades, géneros, credos. A app 29k FJN aponta caminhos, dá orientação, permite respirar sobre o assunto, respirar fundo para conseguir seguir em frente. No Dia Mundial da Saúde Mental, conheça os três guias disponíveis (país e professores, empresas, desenvolvimento pessoal). Gratuito, universal, urgente.”.

A aplicação 29k FJN é gratuita e em português. Está disponível para iOS e Android e pode ser descarregada no link https://joseneves.org/29-k-fjn.

Oferece cursos de desenvolvimento pessoal orientados por embaixadores e validados cientificamente, em formato de vídeos, meditações, áudios e exercícios. Atualmente são 14 os cursos disponíveis na aplicação dos quais 3 são direcionados a jovens entre os 15 e os 20 anos. Disponibiliza ainda 22 meditações, 25 exercícios, 3 testes, 6 check-in e 3 desafios.

A app tem como embaixadores Catarina Furtado, Fátima Lopes, Paula Amorim (Galp e Grupo Amorim), Luís Portela (Fundação Bial), António Horta-Osório, José Neves e Carlos Oliveira, e os jovens António Casalinho, Nenny, Rita Rocha e Zicky Té. As temáticas dos conteúdos disponibilizados são muito diversificadas, entre as quais stress, ansiedade, liderança, resiliência, amor-próprio, relações, valores e sono.

Accenture, Bial, Galp, Farfetch, REN e EDP são as empresas parceiras do programa e promovem junto dos seus colaboradores a participação nos cursos da app 29k FJN.

Durante o mês de outubro, a Fundação José Neves promove três Guias FJN, criados em parceria com a Escola de Medicina da Universidade do Minho e com o patrocínio científico da Coordenação Nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde.

Documentos para ajudar na tomada de decisões conscientes

O ‘Guia para o desenvolvimento pessoal: como investires no teu bem-estar?’, disponível no link https://www.joseneves.org/guia/guia-para-o-desenvolvimento-pessoal-como-investires-no-teu-bem-estar, é dirigido tanto para os portugueses que já cuidam do seu bem-estar e saúde mental como para os que nunca pensaram no assunto. Este guia apoia os portugueses na promoção da sua saúde mental através de um conjunto de exercícios e estratégias que visam ajudar as pessoas a lidar com as suas emoções de uma forma saudável.

Um segundo guia é dirigido a pais, familiares e professores que querem saber como identificar e agir perante os sintomas e problemas de saúde mental dos jovens. Disponibiliza recomendações, estratégias e exemplos práticos para atuar de uma forma global ou, por exemplo, nos casos em que os jovens apresentem sintomas de ansiedade ou de depressão, ou mesmo perturbações de comportamento alimentar. O ‘Guia para pais e professores: como apoiar a saúde mental e bem-estar dos jovens?’ está disponível no link https://www.joseneves.org/guia/guia-saude-mental-dos-jovens.

Ainda o ‘Guia para empresas: como promover o bem-estar e saúde mental dos trabalhadores?’, dirigido a todas as empresas e gestores que queiram melhorar a sua atividade e garantir o bem-estar e a saúde mental dos seus trabalhadores. Dá exemplos de empresas que podem motivar e inspirar o processo de mudança (Accenture, Bial, EDP, Farfetch, Galp e REN), mostra que investir na saúde mental dos trabalhadores compensa e ajuda, com recomendações e práticas, as empresas e os gestores a promover a saúde mental dos seus trabalhadores. Está disponível em https://www.joseneves.org/guia/guia-empresas-saude-mental.

10 de outubro | Dia Mundial da Saúde Mental
CVP assinala a data com formações em Primeiros Socorros Psicológicos para consolidar rede nacional que dá apoio psicossocial.

No Dia Mundial da Saúde Mental, que se assinala a 10 de outubro, a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) continua a realizar formações em Primeiros Socorros Psicológicos. Estas ações de capacitação têm permitido à CVP consolidar e robustecer a sua rede nacional dedicada à saúde mental e apoio psicossocial e capacitar os parceiros que trabalham na primeira linha no apoio aos mais vulneráveis.

As sessões decorrem na sede nacional da organização, em Lisboa.

Estas ações de formação têm também contribuído para combater o estigma que está associado à saúde mental. Esta é uma realidade em que a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC, na sigla em inglês) pretende potenciar a mudança. Por isso, a IFRC juntou-se ao apelo da Federação Mundial para a Saúde Mental neste 10 de outubro: que a Saúde Mental seja reconhecida como um Direito Humano Universal.

A IFRC recorda que, apesar de uma em cada oito pessoas viverem com uma doença mental, esta é uma das áreas mais negligenciadas da saúde pública em todo o mundo, representando em média menos de 2% dos orçamentos de saúde dos países. Além das dificuldades sentidas nos cuidados de saúde, estas pessoas são frequentemente marginalizadas pela sociedade e privadas dos seus direitos fundamentais no acesso ao emprego, educação, habitação.

As doenças relacionadas com a saúde mental são comuns e podem afetar qualquer pessoa, independentemente da idade, género, origem étnica ou situação socioeconómica. É, por isso, necessário ajudar a combater o estigma que a sociedade e os próprios doentes impõem, promovendo a quebra do ciclo de silêncio e de culpa associada à saúde mental e encorajando a procura de ajuda especializada. A criação de comunidades de apoio, a partilha de histórias de resiliência contribuem para a mudança desta realidade.

“Persiste o estigma e a falta de compreensão em relação às doenças mentais, dificultando o acesso ao apoio e tratamento adequados. É também missão e responsabilidade da Cruz Vermelha Portuguesa contribuir para mudar esta realidade”, reconhece o Presidente Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), António Saraiva, que definiu, esta, como uma das suas prioridades para o mandato iniciado este ano.

Primeiro português a liderar a estrutura
O presidente da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra, Graciano Paulo, foi eleito Presidente da...

Constituída por cinco associações europeias (representativas dos médicos radiologistas, médicos nuclearistas, médicos radioncologistas, técnicos de radiologia, radioterapia e medicina nuclear e físicos médicos), a EURAMED tem como objetivo promover a investigação e o ensino na área da utilização de radiação ionizante para fins médicos, desenvolvendo uma agenda de investigação estratégica em cooperação com a Comissão Europeia e com outros stakeholders internacionais e nacionais. Graciano Paulo vai liderar a estrutura no biénio 2025-27, ocupando, entre 2023 e 2025, o lugar de presidente-eleito.

A eleição aconteceu ontem à tarde, durante a European Radiation Protection Week, que está a decorrer em Dublin. “Esta eleição é o reconhecimento do trabalho e da investigação feita no âmbito da proteção contra as radiações”, reconhece Graciano Paulo, que é coautor das primeiras normas de referência para limites de radiação pediátrica na Europa e cocoordenador do Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde para a Proteção contra as Radiações da ESTeSC-IPC.

Enquanto presidente da EURAMED, Graciano Paulo espera conseguir “desenvolver uma estratégia europeia de investigação no uso médico das radiações ionizantes e, sobretudo, articular com os estados-membros e com as organizações representativas dos profissionais a implementação de medidas nacionais para reduzir a exposição da população e dos profissionais à radiação ionizante”, explica.

Refugiados
1 em cada 5 pessoas refugiadas enfrentam problemas de saúde mental como angústia, ansiedade, depressão, psicose e perturbação...

Para assinalar o Dia Internacional da Saúde Mental, a Portugal com ACNUR, parceiro nacional da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), acaba de lançar uma nova campanha de sensibilização e angariação de fundos onde procura alertar para a importância da promoção da saúde mental entre pessoas deslocadas. “É urgente o investimento em programas de saúde mental e apoio psicossocial para as pessoas deslocadas e para as suas comunidades de acolhimento, para preservar a esperança e o potencial de gerações inteiras. Ignorar essa necessidade é comprometer o futuro de sociedades resilientes e mentalmente saudáveis”, reforça Joana Feliciano, Responsável de Marketing e Comunicação da Portugal com ACNUR.

As pessoas deslocadas, quer seja devido a conflitos, a perseguições, vítimas de violações de direitos humanos e/ou desastres naturais, encontram-se numa posição muito vulnerável e estão expostas ao trauma e a um grande nível de stress psicológico. Na origem destas perturbações estão a separação das famílias, a xenofobia, a falta de oportunidades de subsistência, as viagens perigosas e a exposição a cenários extremos, como os de guerra. "Ninguém está preparado para estas experiências", afirma Inna Chapko, uma psicóloga ucraniana que vive agora como refugiada na Polónia, "mas a maioria dos refugiados que passam por situações stressantes não pensa em pedir ajuda. Continuam a viver com a 'mentalidade de sobrevivência' que desenvolveram durante os tempos de crise, e as suas feridas só se aprofundam".

Tratam-se de situações extremas que afetam significativamente o bem-estar e a saúde mental destas pessoas. No caso dos conflitos, por exemplo, o ACNUR revela que cerca de 22% dos adultos que experienciam estes contextos acabam por sofrer de perturbações de saúde mental. A Organização aponta também para que 1 em cada 5 pessoas refugiadas sofram de problemas de saúde mental como angústia, ansiedade, depressão, psicose e perturbação bipolar. Existem ainda casos mais complexos em que as pessoas deslocadas acabam por apresentar sintomas de stress pós-traumático ou risco de suicídio.

No caso do suicídio, as populações deslocadas apresentam à partida um maior risco, devido a todas as experiências que viveram antes da fuga, durante a mesma ou até mesmo depois, quando tentam reintegrar-se nas comunidades de acolhimento e refazer as suas vidas. As crianças e os adolescentes que nalgum momento foram expostos à violência ou que vivem em circunstâncias extremamente difíceis são quem gera maior preocupação, sendo que a violência, a negligência ou o abuso infantil aumentam o risco de suicídio numa fase posterior da vida. Por outro lado, situações de violência de género associadas à deslocação forçada constituem um dos principais fatores de risco para o suicídio em raparigas e mulheres. Também as longas estadias em exílio, muitas vezes, em condições adversas aumentam consideravelmente os riscos de problemas de saúde mental, incluindo a automutilação e o suicídio.

A Agência da ONU para os Refugiados identifica também uma relação bidirecional entre a saúde mental, a pobreza e a perda de meios de subsistência: por um lado, as pessoas que vivem numa situação de pobreza, que perderam os seus meios de subsistência e se veem num contexto de exclusão social têm mais propensão para vir a enfrentar problemas de saúde mental; por outro, estados generalizados de depressão, de desespero e de falta de esperança e a predominância de pensamentos negativos impedem as pessoas de utilizar o seu potencial para encontrar soluções. “Num mundo repleto de desafios e perigos, a verdadeira humanidade reside na nossa capacidade de estender a mão e cuidar uns dos outros. Através da campanha de sensibilização e angariação de fundos da Portugal com ACNUR, estamos a afirmar o nosso compromisso em apoiar as pessoas forçadas a fugir que enfrentam adversidades, protegendo não apenas a sua saúde mental, mas também a dignidade e esperança que todos merecem”,  afirma a responsável de Comunicação e Marketing Joana Feliciano.  

Programa de apoio psicossocial do ACNUR já auxiliou mais de 472 mil pessoas deslocadas

A saúde mental tornou-se, assim, uma prioridade para o ACNUR, com a Organização a apostar cada vez mais no desenvolvimento de um programa de saúde mental e apoio psicossocial que ajude estas populações a enfrentar os desafios da deslocação, a cuidar das suas famílias, garantir meios de subsistência e contribuir para as comunidades que as acolhem. Tratam-se de intervenções individuais, familiares e em grupo adaptadas às diversas necessidades de homens, mulheres, raparigas e rapazes de qualquer idade, etnia, origem e religião, bem como a pessoas com deficiência e a outros grupos marginalizados e vulneráveis da comunidade de refugiados. Só no primeiro semestre de 2022, este programa permitiu ao ACNUR prestar serviços de saúde mental e apoio psicossocial a mais de 472 mil refugiados, requerentes de asilo, respetivas famílias e cuidadores.

No Uganda, Paul, um refugiado congolês de 66 anos que vive no campo de refugiados Nakivale, partilha o seu testemunho: “Há nove anos, tornei-me refugiado. Onde vivo, as pessoas dizem que sou um pai inútil, porque não consigo tomar conta de mim e da minha família. Sempre senti que não me encaixava. Isso deixou-me sem esperança e isolado. Sentia-me inútil e não via que tinha futuro”. Mas foi graças ao apoio do ACNUR que voltou a reencontrar a esperança e a força para reerguer a sua vida. “Nos grupos de socioterapia aprendi muito e fiquei sensibilizado com as diferentes experiências partilhadas e com a forma como as pessoas lutavam. Isso abriu-me os olhos e mudei. Sinto que agora sou uma pessoa melhor na minha comunidade", conta.

Contudo, em muitos dos locais onde decorre o acolhimento destas pessoas deslocadas, a presença de profissionais especializados em saúde mental, sobretudo para crianças e jovens, é quase inexistente. E mesmo quando estão presentes são insuficientes para dar resposta às necessidades das populações. Por isso, a Agência da ONU para os Refugiados tem recorrido cada vez mais às próprias comunidades para enfrentar estes obstáculos e apoiar os refugiados com os seus problemas de saúde mental e psicossociais. Sempre que possível, o ACNUR dá formação aos voluntários que apoiam as suas intervenções para orientarem os refugiados no acesso a estes serviços, promovendo simultaneamente a coesão social e o apoio mútuo.

Uma intervenção particularmente importante no âmbito das respostas de emergência, onde os trabalhadores humanitários podem utilizar os primeiros socorros psicológicos para apoiar as pessoas no rescaldo imediato de acontecimentos extremamente stressantes. Para o ACNUR é crucial incluir a saúde mental e o apoio psicossocial no planeamento das respostas humanitárias e incentivar os Estados a integrarem os refugiados e as pessoas deslocadas nos serviços nacionais e nos sistemas de cuidados de saúde existentes.

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